Vigilância sindrômica

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Caso 1 – Oriximiná, PA
ANAMNESE DE ADMISSÃO
• Identificação – R.E.M.O, 42 anos, feminino, professora, natural
de Belém, moradora de Oriximiná, Pará.
• História da doença atual – Procurou atendimento médico em
15/7, relatando início dos sintomas em 10/7: Febre, cefaléia
intensa, astenia, anorexia, mialgia, artralgia e hiperestesia
cutânea.
Negava prurido, queixas digestivas, respiratórias ou urinárias.
• História epidemiológica: Pessoas conhecidas tiveram
diagnóstico recente de dengue. Refere muitos mosquitos (bem
pequenos) próximos à sua moradia.
• HPP: “Virose”. Doenças da infância.
Exame físico
• Estado geral bom
• Temperatura axilar de 38,5ºC. PA – 120 x 80mmHg.
Peso – 62,5Kg. Orofaringe: normal
• Ligeiro exantema do tipo eritematopapular em todo
o tegumento.
• Ausculta pulmonar, ausculta
abdome: sem anormalidades.
cardiovascular
e
Hipóteses diagnósticas?
Exames complementares?
Exames laboratoriais
1. Foi solicitado hemograma e sorologia para dengue (1ª
amostra) e rubéola.
PLAQUETAS
Resultado
Unidade
Valores de Ref.
PLAQUETOMETRIA
220
10³/mm³
150-400
LEUCOGRAMA
Valor de referência
Leucócitos Global: 5,1 x 10³/mm³
4,5 a 10,5 x 10³/mm³
Valores de referência
%
Neutrófilos
Linfócitos
Eosinófilos
Basófilos
Monócitos
64
30
1
1
4
céls/mm3
3,26
1,53
0,05
0,05
0,20
%
50-70
22-40
1-5
0-2
3-10
céls/mm3
1,80-7,00
0,80-4,00
0,04-0,50
0,00-0,20
0,12-1,00
Conduta
1. Prescrito paracetamol em caso de dores ou
febre, hidratação oral com líquidos à vontade
e retorno para avaliação em 48 horas.
Investigação
• Em 17/07 – Houve regressão total dos sintomas,
persistindo apenas ligeira astenia.
• Colhida segunda amostra para dengue. Recebeu alta
médica.
• Sorologias para dengue: negativas.
• Sorologia para rubéola: IgG positiva, IgM
negativa.
Sorologia positiva para vírus: _________
Caso 2 – Cajuru, SP
• Adolescente do sexo masculino, 14 anos, estudante,
morador da periferia de Cajurú, SP, apresentava
febre, adinamia e mialgias generalizadas há 3 dias.
• Há 24 horas tinha dispnéia de agravamento
progressivo e que, no momento, ocorria mesmo no
repouso.
• Mau estado geral, febril (38,5ºC).
• Taquidispnéico (FR = 40 irpm). Apresentava
estertores difusos até ápices pulmonares.
• FC =130 bpm e PA de 60 x 30 cmHg.
Radiografia de tórax
Exames
ERITROGRAMA
HEMATÓCRITO
Resultado
Unidade
56
%
Valores de Ref.
12,0-16,0
PLAQUETAS
PLAQUETOMETRIA
Resultado
Unidade
Valores de Ref.
95
10³/mm³
150-400
LEUCOGRAMA
Valor de referência
Leucócitos Global: 20,0 x 10³/mm³
4,5 a 10,5 x 10³/mm³
Valores de referência
%
Neutrófilos
Linfócitos
Bastões
Metamielócitos
75
11
9
2
céls/mm3
16,8
2,20
0,05
0,40
HEMATOSCOPIA: LINFÓCITOS ATÍPICOS
%
50-70
22-40
0-2
0-0
céls/mm3
1,80-7,00
0,80-4,00
0,00-0,02
0,00-0,20
Exames
CREATININA. . . . . . . . . . . . . . . 2,5 mg/dL
Valores de Referência:
AMOSTRA ARTERIAL
25.04.2008
08:32
ÁCIDO/BASE 37.0 ° C
pH
7.320
pO2
60.0
HOMENS 0,49 a 1,29 mg/dL
• Sorologias: em andamento
Evolução
• O paciente apresentava síndrome de extravasamento
capilar, que evoluiu para choque e infiltrado
pulmonar extenso com grave insuficiência
respiratória.
• Sem fenômenos hemorrágicos.
• Ficou na UTI por 7 dias, em assistência respiratória
com ventilação mecânica e teve alta hospitalar em
15 dias
MATERIAL – SANGUE
DENGUE, ANTICORPOS IgM
RESULTADO: NEGATIVO ÍNDICE 0,08
VALOR DE REFERÊNCIA: - NEGATIVO : INDICE MENOR QUE 0,90
- INDETERMINADO : ENTRE 0,9 E 1,10
- REAGENTE: MAIOR QUE 1,10
_______________
DENGUE, ANTICORPOS IgG
RESULTADO: NEGATIVO ÍNDICE 0,03
VALOR DE REFERÊNCIA: - NEGATIVO : INDICE MENOR QUE 0,90
- INDETERMINADO : ENTRE 0,9 E 1,10
- REAGENTE: MAIOR QUE 1,10
O que essas situações
tem em comum?
DOENÇAS INFECCIOSAS
EMERGENTES
Profa. Regina Flauzino
Profa. Sandra Fonseca
Disciplina de Epidemiologia IV
Tópicos
•
•
•
•
•
Histórico e conceito
Exemplos
Determinantes
Estratégias de Vigilância
Desafios
Tópicos
•
•
•
•
•
Histórico e conceito
Exemplos
Determinantes
Estratégias de Vigilância
Desafios
Histórico e conceito
•
Transição epidemiológica
Fome e pestilência...
•
Pandemias reincidentes ....
Mas nos últimos anos….
Doenças degenerativas
Histórico e conceito
•
•
•
•
•
Persistência de doenças infecciosas (hanseníase)
Novo aumento para doenças controladas
(tuberculose)
Reaparecimento de doenças que haviam
praticamente sido eliminadas (dengue)
Novas ondas de pandemias recorrentes (cólera)
Surgimento de novas doenças (AIDS)
Histórico e conceito
•
Segundo o Center for Disease Control (CDC-USA):
DOENÇAS INFECCIOSAS EMERGENTES
Doenças infecciosas novas ou conhecidas que
tiveram aumento da incidência nas 2 últimas
décadas
Histórico e conceito
Doenças emergentes por patógeno e modo de transmissão
(Jones et al. Global trends in emerging infectious diseases. Nature 2008; 451: 990-993)
Histórico e conceito
Tópicos
•
•
•
•
•
Histórico e conceito
Exemplos
Determinantes
Estratégias de Vigilância
Desafios
Exemplos
Caso 1
• Sorologia positiva para vírus: Oropouche
• Flavivírus causador da segunda arbovirose
mais frequente no Brasil
• Quadro clínico ≈ dengue e rubéola
• Febre aguda, dores de cabeça intensas,
manchas na pele, dores musculares e nas
articulações.
Mazagão - AP
Oriximiná - PA
Surto mais recente
Ago 2009: 650 casos
CASO 2
ELISA IgM
Tópicos
•
•
•
•
•
Histórico e conceito
Exemplos
Determinantes
Estratégias de Vigilância
Desafios
Determinantes
•
•
•
•
Condições socioeconômicas e políticas
• Guerras e grandes desastres naturais
• Crescimento populacional desordenado
• Urbanização e migração/ aglomeração intensa
Agressão ao meio ambiente
• Proliferação de fauna sinantrópica
• Favorecimento da disseminação de determinados agentes,
seus vetores e reservatórios
Saneamento inadequado
Contaminação alimentar
Determinantes
Alterações
climáticas
Animais
de
estimação
exóticos
Comidas
exóticas
(caças)
Movimento
humanos/anim
ais infectados
Turismo
Sistema
de
vigilância
Alter
Mudanças
uso do
solo
ZOONOSES
Animais
de
estimação
Mudanças
práticas
manejo de
rebanhos
Aquisição
de
virulência
Adaptação
do patógeno
a novos
hospedeiros
Fatores humanos
Fatores rel. ao patógeno
Fatores rel. ao ambiente
Falha na detecção
Tópicos
•
•
•
•
•
Histórico e conceito
Exemplos
Determinantes
Estratégias de Vigilância
Desafios
Estratégias de Vigilância
•
•
Perfil clínico-epidemiológico e vigilância
• Várias formas clínicas para uma mesma doença
• Várias doenças com apresentações sindrômicas
semelhantes
Vigilância sindrômica
• Desencadeamento de ações de vigilância com
base no diagnóstico sindrômico das doenças
Vigilância Sindrômica
•
•
•
•
•
Síndrome Febril (Íctero-Hemorrágica Aguda)
•
Dengue, hepatites, malária, leptospirose, febre tifóide, febre
amarela, febre maculosa, febre purpúrica, outras arboviroses
Síndrome Respiratória aguda:
•
Hantavirose, Influenza, outras SARS, Psitacose.
Síndrome Neurológica Aguda:
•
Encefalites virais, Poliomielite, Botulismo,
Síndrome da Insuficiência Renal Aguda:
•
Hantavirose, Leptospirose
Síndrome diarréica aguda:
•
Diarréias por contaminação alimentar, cólera
Vigilância Sindrômica
•
•
•
Síndrome febril ictérica aguda (SFIA):
• >1ª, febre <= 3 semanas + icterícia
Síndrome febril ictero-hemorrágica aguda (SFIHA)
• >1ª, febre <= 3 semanas + icterícia e Sd. Hemorrágica
Síndrome febril hemorrágica aguda (SFHA)
• >1ª, febre <= 3 semanas + hemorragia espontânea
Vigilância Sindrômica
Estratégias de Vigilância
REGULAMENTO SANITÁRIO INTERNACIONAL (RSI)
•
•
•
•
•
•
1851 – Paris – 1ª reunião para criação do Regulamento Sanitário
Internacional (RSI)
1951 – RSI contra peste, cólera, febre amarela, varíola, tifo e febre
recorrente
1995-2005 – Ultima revisão
2007 – Entra em vigor o RSI 2005
Mudança de paradigmas:
•
Do controle de fronteiras à contenção na fonte
•
De lista de doenças a todo risco de saúde pública
•
De medidas pré-estabelecidas a resposta adaptada
GOARN – Global Outbreak Alert and Response Network
Estratégias de Vigilância
Tópicos
•
•
•
•
•
Histórico e conceito
Exemplos
Determinantes
Estratégias de Vigilância
Desafios
Desafios
•
•
•
Vigilância por agravo ou abordagem sindrômica?
Sensibilidade X Especificidade
Como vigiar o que não se conhece?
Como definir fatores de risco para a saúde pública?
2/3 das doenças emergentes são zoonóticas
Vigilância de saúde animal e humana não são integradas
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