Aula: Elasticidade e Custos de Produção Conceito de Elasticidade Na teoria econômica, o termo elasticidade significa sensibilidade. Assim, em economia, quando se afirma que a demanda do bem x é elástica em relação ao preço, o que se pretende dizer é que os consumidores do bem x são sensíveis a alterações de seu preço; caso este aumente, por exemplo, os consumidores diminuirão de forma significativa a quantidade procurada do bem x. Ao contrário, quando se afirma que a demanda do bem x é inelástica, quer-se dizer que os consumidores do bem x mudarão muito pouco a sua quantidade procurada mesmo que o preço se eleve substancialmente. Elasticidade – Preço da Demanda Suponha-se o seguinte comportamento da demanda de dois bens A e B: DEMANDA DE A DEMANDA DE B P-A QDA P-B QDB 1º momento 10 100 20 80 2º momento 12 60 24 76 Observa-se: Ambos os bens tiveram seu preços majorados em 20%, já que P-A passou de 10 para 12 (o aumento de 2 representa 20% do preço real) e P-B passou de 20 para 24 (20% do valor real). Entretanto, o comportamento da quantidade demandada dos dois bens foi radicalmente diferente. Enquanto QDA diminuiu 40% (passou de 100 para 60), a QDB diminuiu apenas 5% (passou de 80 para 76). Portanto, pode-se afirmar que a demanda de A é elástica, ou seja, sensível a variações dos preços enquanto a demanda de B é inelástica ou pouco sensível à citada variação. Coeficiente de Elasticidade – Preço da Demanda (Epd) O coeficiente de elasticidade-preço da demanda (denominado Epd) é uma medida numérica da sensibilidade da demanda em relação ao preço. É definido pela seguinte razão: 1 Epd = variação porcentual da quantidade de demanda variação percentual do preço Assim, no caso do bem A citado anteriormente: Epd-A = 40% : 20% = 2 e, no caso do bem B: Epd-B = 5% : 20% = 0,25 Se o valor absoluto de Epd for: a) maior que 1: a demando do bem é considerada elástica em relação a seu preço; b) menor que 1: a demanda do bem é considerada inelástica em relação a seu preço; c) igual a 1: a demanda do bem apresenta elasticidade unitária em relação ao preço. Fatores que influenciam EPD Algumas regras práticas atribuídas a Marshall que permitem uma avaliação a priori do valor de Epd: 1) quanto maior o grau de utilidade do produto para o consumidor, menos elástica será a sua demanda: de fato, se o bem x é um produto essencial para o consumidor, aumentos em seu preço reduzirão muito pouco a sua quantidade adquirida e, ao contrário, diminuições no seu preço aumentarão muito pouco o seu consumo. Desse modo, produtos de primeira necessidade, tais como gêneros alimentícios, roupas tendem a ter demanda inelástica e produtos de consumo supérfluo, apresentam geralmente demanda elástica em relação a seu preço. 2) quanto menos substitutos tiver o bem, menos elástica será sua demanda: se o preço do bem x aumentar e houver substitutos para o seu consumo, consumidor poderá reagir adquirindo maiores quantidades dos bens substitutos e menores quantidades do bem x. 3) quanto menor o preço do bem x e, portanto, seu peso no orçamento do consumidor, menos elástica será sua demanda: uma caixa de fósforo, por exemplo, custa R$ 0,30, se seu preço dobrar (aumentar 100%), é pouco provável que seu consumo diminua significativamente já que continua a ser um produto muito barato. 2 Fatores e Custos de Produção Fatores de produção variáveis: são aqueles cujas quantidades utilizadas variam quando o volume de produção varia. Por exemplo: quando aumenta a produção, são necessários mais trabalhadores e maior quantidade de matérias-primas. Fatores de produção fixos: são aqueles cujas quantidades não variam quando o produto varia. Por exemplo: as instalações da empresa e a tecnologia, que são fatores que só são alterados em longo prazo. Produto total: é a quantidade do produto que se obtém da utilização do fator variável, mantendo-se fixa a quantidade dos demais fatores. Produtividade média do fator: é o resultado do quociente da quantidade total produzida pela quantidade utilizada desse fator. Produtividade marginal do fator: é a relação entre as variações do produto total e as variações da quantidade utilizada do fator. Ou seja, é a variação do produto total quando ocorre uma variação no fator de produção. Custos fixos totais (CFT): correspondem à parcela dos custos totais que independem da produção. São decorrentes dos gastos com os fatores fixos de produção. Por exemplo: aluguéis, iluminação, etc. Custos variáveis totais (CVT): parcela dos custos totais que depende da produção e por isso muda com a variação do volume de produção. Representam as despesas realizadas com os fatores variáveis de produção. Por exemplo: folha de pagamentos, gastos com matérias-primas. Custo total médio (CTMe): é obtido por meio do quociente entre o custo total e a quantidade produzida. Ou seja, é o custo por unidade produzida, ou custo unitário. Custo variável médio (CVMe): é o quociente entre o custo variável total e a quantidade produzida. Custo fixo médio (CFMe): é o quociente entre o custo fixo total e a quantidade produzida. Custo marginal (CMg): é dado pela variação do custo total em resposta a uma variação da quantidade produzida, ao qual o custo marginal é determinado apenas pela variação do custo variável total. 3