FEA-RP/USP RAD 5010 – Comportamento do Consumidor (Pós-Graduação) Prof. Dr. Dirceu Tornavoi de Carvalho SÍNTESE DOS PAPERS DISCUTIDOS AO LONGO DA DISCIPLINA RIBEIRÃO PRETO - SP Novembro/2014 SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA HOLBROOK, M.B.; HIRSCHMAN, E.C. The Experiential Aspects of Consumption: Consumer Fantasies, Feelings, and Fun. Journal of Consumer Research, vol. 09, pp. 132-140, Sept./1982. • Resumo: O paper contrapõe o chamado ‘modelo de processamento de informações’ (MPI), que até então dava ênfase em pesquisas quantitativas, e tratava o consumidor como um sujeito plenamente capaz de fazer escolhas racionais. • Os autores (de modo complementar ao MPI) sugerem a chamada ‘visão experiencial do consumo’ (VEC), que postula o consumo como um fenômeno que envolve fantasias, sentimentos e emoção – para além do aspecto meramente utilitário. • Em suma, os autores comparam ambas as perspectivas (MPI e VEC) a partir de elementos que compõem o processo de compra do consumidor, mais precisamente quanto à: a) fontes ambientais de análise do consumidor, b) fontes de consumo e c) sistema de resposta dos indivíduos. SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA a) Fontes ambientais de análise do consumidor: Produto: - MPI: Ênfase nos aspectos utilitários do produto (tais como o preço e peso); - VEC: Ênfase nos aspectos simbólicos do produto (tais como o status). Propriedades de estímulo: - MPI: Preocupação quanto aos estímulos verbais do produto. - VEC: Preocupação quanto aos estímulos não verbais ao consumidor, não raro de caráter sensoriais e cognitivos; Conteúdo da Comunicação: - MPI: Foco nos aspectos semânticos da comunicação (ênfase no sentido); - VEC: Foco nos aspectos sintáticos da comunicação (ênfase na construção da comunicação). SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA b) Fontes do consumo Recursos: - MPI: Foco no dinheiro enquanto recurso exclusivo para o consumo. - VEC: Foco na disposição do tempo. Definição da tarefa: - MPI: Foco na solução do problema, em atividades direcionadas a objetivos. - VEC: Foco na tarefa, em processos novos e calcados no princípio do prazer. Tipo de envolvimento: - MPI: Foco nos aspectos semânticos da comunicação (ênfase no sentido); - VEC: Foco nos aspectos sintáticos (ênfase na construção da comunicação). Atividade de pesquisa: - MPI: Processo monotônico (possui lógica definida). - VEC: Processo não-monotônico (não apresenta uma lógica estruturada). Diferenças Individuais: - MPI: Ênfase nas características mais objetivas dos indivíduos (características demográficas, econômicas e etc.). - VEC: Foco nas características mais subjetivas dos indivíduos (percepções, sensações, criatividade e etc.). SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA c) Sistema de resposta dos indivíduos Cognição: - MPI: Foco nos processos conscientes de resposta – esquemas de memória e redes semânticas. - VEC: Ênfase nos processos subconscientes, e sua consequente natureza Afeto: - MPI: Ênfase em um único aspecto da resposta hedônica dos consumidores (atitudes e preferências de consumo). - VEC: Ênfase em vários sentimentos decorrentes do consumo, para além da atitude em si mesmo. Comportamento: - MPI: Foco no processo de escolha como sendo determinante do comportamento. - VEC: Ênfase no sistema de consumo. SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA - Diagrama – Contrastes entre MPI e VEC (Pág. 133) SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA - Considerações Finais: • Os autores encerram o paper sugerindo o caráter complementar entre o modelo de processamento de informações (MPI) e a visão experiencial do consumo (VEC). • Sugerem-se pesquisas, a partir da psicologia, que tenham como escopo entender o processo de escolha e consumo, sobretudo a partir dos seus elementos experienciais e de caráter mais subjetivo e hedônico. • Ademais, os autores pontuam a necessidade de pesquisas de caráter holístico quanto ao tema do comportamento do consumidor, fugindo das abordagens mais conclusivas e ‘tradicionais’. SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA BRAKUS, J.J.; SCHMIDT, B.H.; ZARANTONELLO, L. Brand Experience: What is it? How it is measured? Does it affect loyalty? Journal of Marketing, vol. 73, pp. 52-68, may/2009. • Resumo: O paper tem como propósito central criar uma escala para avaliar a experiência de marca, diferenciando-a de outros construtos teóricos correlatos. • Os autores entendem a experiência de marca como sendo um construto decorrente de “(...) sensações, sentimentos, cognição e respostas comportamentais, evocados por estímulos relacionados à marca que são parte do design e identidade da marca, pacote, comunicação e ambientes” (BRAKUS et al, 2009, p. 52). • Considera-se que a experiência de marca possui as seguintes dimensões: afetiva, sensorial, comportamental, intelectual e social • Proposta metodológica do paper: Os autores conduzem um estudo quantitativo, para criar a escala de mensuração da experiência de marca. Seis estudos paralelos são conduzidos para criar e depurar essa escala. SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA • Síntese dos estudos conduzidos para a criação e depuração da escala: - Estudo 01: Foram elaborados 131 itens relacionados às dimensões da experiência de marca, avaliados por 30 estudantes que participaram dessa etapa da pesquisa. Dos 131 itens, um total de 83 foram considerados válidos. - Estudo 02: Um total de 267 estudantes avaliou os 83 itens, para marcas de alta e baixa experiência. Após análises fatoriais, chegou-se a um total de 20 itens válidos nessa etapa da pesquisa. - Estudo 03: Dois juízes (experts) analisaram os 20 itens, dos quais apenas 12 foram considerados claros, objetivos e consistentes. Após isso, 193 estudantes avaliaram esses itens. Por fim, uma nova análise fatorial exploratória foi conduzida, resultando em quatro fatores válidos e consistentes: sensoriais, efetivos, intelectuais e comportamentais. - Estudo 04: 150 consumidores (não-estudantes) foram pesquisados, para avaliarem a pertinência dos quatro fatores previamente elaborados. - Estudo 05: 144 indivíduos participaram dessa etapa da pesquisa, com o objetivo de se fazer a validade discriminante do construto ‘experiência de marca’. - Estudo 06: 209 participantes foram pesquisados, com o objetivo de se avaliar as implicações da experiência de marca em outros construtos teóricos. SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA • Construtos teóricos e elementos relacionados à experiência de marca (Pág. 66): SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA - Considerações Finais: • Concluiu-se que a experiência de marca é um construto teórico relacionado à personalidade de marca, satisfação e lealdade. • A experiência de marca apresenta quatro dimensões válidas e consistentes: sensorial, afetiva, intelectual e comportamental. • A personalidade de marca apresenta quatro dimensões válidas e consistentes: robustez, sofisticação, competência, entusiasmo (excitement) e sinceridade. • A experiência de marca afeta a lealdade de modo direto, e de modo indireto também, por intermédio do construto ‘satisfação’. SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA ZALTMAN, G. The Dimensions of Brand Equity for Nestlé Crunch Bar: a Research Case. Case Studies. Harvard Business School, January/2000. 56p. • Resumo: O estudo de caso em tela tem como propósito identificar sentimentos profundos e percepções dos consumidores do Nestlé Crunch Bar. Paralelamente a esse propósito, o autor apresenta as características de um tipo de técnica projetiva de pesquisa, intitulada ‘elicitação de metáforas’. • A técnica de elicitação de metáforas (enquadrada como uma técnica qualitativa de pesquisa) tem como característica exigir que os participantes da pesquisa busquem imagens que retratem suas percepções e sentimentos acerca do objeto/tema que se está pesquisando. • No caso do estudo de caso em questão, pediu-se para que 10 pessoas (que consomem regularmente o Nestlé Crunch) identificassem 12 figuras que representassem suas percepções e sentimentos sobre o produto. Posteriormente à essa busca, essas pessoas foram entrevistadas, para que explicassem o motivo de terem selecionado cada uma das imagens. SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA • Dez passos que sintetizam as etapas da técnica de elicitação de metáforas: SEMANA 02 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO E DE MARCA • Mapa de consenso entre as categorias identificadas para o Nestlé Crunch, após as análises das entrevistas (Pág. 06): SEMANA 03 – INOVAÇÃO E ESTÉTICA RADFORD, S. K.; BLOCH, P. H. Linking Innovation to Design: consumer responses to visual product newness. Journal of Product Innovation Management, vol .28, nº. 01, 2011. • Resumo: O artigo tem como propósito geral avaliar o papel que os elementos de design visual desempenham nas avaliações de novidades de produtos, pelos consumidores. • Os autores embasam-se no referencial teórico de Crilly, Moultry, e Clarkson (2004), que sugerem a existência de quatro tipos de respostas à estímulos visuais: a) resposta emocional; b) impressão estética; c) interpretação semântica e; d) associação simbólica. • Características metodológicas do paper: Foram realizados dois estudos. O primeiro explorou a capacidade dos consumidores para reconhecer e avaliar a novidade do produto usando sinais visuais de design; ao passo que o segundo estudo analisou as reações cognitivas e afetivas que são geradas pela exposição a produtos que são ricos em novidade visual. SEMANA 03 – INOVAÇÃO E ESTÉTICA • Características do 1º estudo conduzido: - Foi feita uma pesquisa com 26 alunos, que foram solicitados a classificar conceitos de novos produtos com base na relativa novidade de cada um. Quatro categorias de produtos foram selecionados, por apresentarem alto nível de atividade quanto ao design: máquinas de café expresso, aspiradores de mão, canetas e escovas de dente. - Após a classificação, detectou-se que os consumidores acharam mais fácil identificar a novidade de um produto, quando o seu design visual variou consideravelmente. - Porém, um número significativo de participantes indicaram que a sua classificação foi também baseada em seu interesse no produto (o que sugere uma avaliação mais holística do próprio produto). SEMANA 03 – INOVAÇÃO E ESTÉTICA • Características do 2º estudo conduzido: - Foi feita uma pesquisa com 60 participantes, que demonstraram os tipos de processamento visual que empregam quando expostos pela primeira vez a novos produtos. Procurou-se determinar se essa exposição gera respostas emocionais, impressões estéticas, interpretação semântica, ou associação simbólica. - Identificou-se que que os efeitos mais significativos da novidade para os consumidores foram encontrados em respostas emocionais e associações simbólicas (sugerindo aos gestores a pertinência de enfatizar os componentes dos produtos que geram essas respostas). SEMANA 03 – INOVAÇÃO E ESTÉTICA BLOCH, P. H.; BRUNEL, F. F.; ARNOLD, T. J. Individual Differences in the Centrality of Visual Product Aesthetics: concept and measurement. Journal of Consumer Research, vol .29, nº. 04, 2003. • Resumo: O paper, em suma, tem dois propósitos fundamentais: primeiro, fornecer uma base conceitual para a compreensão da centralidade da estética visual do produto (CVPA) e, em segundo, desenvolver uma escala para medir diferenças nesta centralidade entre consumidores. • A CVPA engloba quatro aspectos fundamentais: (1) o valor que um consumidor atribui às aparências dos produtos na melhoria pessoal e até mesmo no seu bem-estar social; (2) perspicácia, ou a capacidade de reconhecer, classificar, ou avaliar projetos de produtos; (3) o nível de resposta aos aspectos visuais dos produtos e; (4) a determinação da estética visual nas preferências de produtos e satisfação de compra. • Características metodológicas do paper: Foram realizados oito estudos para a construção e depuração da escala de CVPA. SEMANA 03 – INOVAÇÃO E ESTÉTICA • Características dos oito estudos conduzidos: - Estudo 01: O desenvolvimento da escala iniciou com a definição de 86 itens, divididos entre as quatro dimensões (valor, perspicácia, resposta e determinação). Após testes, esses itens foram reduzidos para 52, e depois para 34. - Estudo 02: Realizaram-se novos testes, que reduziram para um total de 15 itens e três dimensões (valor, perspicácia e resposta). - Estudo 03: Reduziu-se novamente os itens, alterando de 15 para 11 itens, e manteve-se as três dimensões determinadas. - Estudo 04: Realizaram-se correlações entre a CVPA e outros três construtos: Escala de Estilo de Processamento (capta a propensão de utilizar a modalidade visual de processamento); Escala de Desejo de Produtos Exclusivos e Materialismo do Consumidor. Todas as correlações foram positivas. - Estudos 05 e 06: Realizaram-se os testes de conveniência social e de validação de grupos. - Estudo 07: Foi analisado se o design superior gera reações mais positivas. - Estudo 08: Realizou-se um processo de validação do construto elaborado, através de conjoint analysis. SEMANA 03 – INOVAÇÃO E ESTÉTICA - Principais implicações e considerações finais do paper: • Detectou-se que a Centralidade na Estética Visual do Produto (CVPA) é um importante aspecto que corporifica a intenção de compra dos consumidores. • Notou-se que os consumidores com elevada CVPA têm a necessidade de buscar produtos novos, e anseiam também por todo o aspecto experiencial do consumo (diversão, encantamento, prazer e etc.) • Assim sendo, são notórias as implicações gerenciais do estudo, no sentido de sugerir a necessidade de se pensar no aspecto estético e de design dos produtos, afim de atrair o consumidor. SEMANA 04 – DESIGN DE PRODUTO & MARKETING LUDDEN, G.D.S.; KUDROWITZ, B.M.; SCHIFFERSTEIN, H.N.J.; HEKKERT, P. Surprise and Humor in Product Design: designing sensory metaphors in multiple modalities. Humor, vol. 25, nº. 03, pp. 285-309, 2012. • Resumo: O artigo tem como propósito testar teorias da incongruência, surpresa e humor no campo de design de produto multissensorial. • Os autores partem da perspectiva de que os designers muitas vezes projetam intencionalmente incongruências sensoriais nos produtos, com o objetivo de deixá-los mais surpreendentes. As surpresas evocadas nesses produtos, em alguns casos, desperta sentimento de diversão, interesse ou prazer; mas, em outros casos, sentimentos de perplexidade, confusão ou decepção. • As incongruências podem ser visual-tátil, visual-auditiva e visual-olfativa. A natureza do produto também influência na percepção da incongruência. • Características metodológicas do paper: Realizou-se um estudo onde foram projetados produtos com vários tipos de incongruências para investigar diferenças de reações das pessoas. SEMANA 04 – DESIGN DE PRODUTO & MARKETING • Passos para a elaboração de produtos com incongruências sensoriais: - 1ª. Etapa: Correspondeu à seleção de produtos. Optou-se por produtos familiares e que produzem, naturalmente, informações para todos os sentidos. Os produtos selecionados foram o desodorante roll-on e o patinho de borracha. - 2ª. Etapa: Realizou-se uma busca por atributos do produto que podem criar incongruências à ótica dos consumidores. Os seguintes atributos foram estabelecidos: atributos mais importantes (sensação, aromas e sons), atributos que influenciam os primeiros (forma, material, uso, movimentos e efeitos), atributos que descrevem o produto (natureza e nome), atributos que descrevem a relação com outros produtos (ambiente, usado com, e semelhante a). - 3ª. Etapa: Foi realizada a escolha da incongruência desejada para o estudo. - 4ª. Etapa: Foi feita a concepção dos produtos finais, com as incongruências desejadas. SEMANA 04 – DESIGN DE PRODUTO & MARKETING • Método do estudo realizado: - Após a fase de construção dos instrumentos de pesquisa, foram elaborados sete versões de cada produto (desodorante e patinho), sendo que todos possuíam a mesma aparência, alterando o som, tato e olfato. - Um produto de controle extra foi adicionado para cada produto, totalizando 8 versões para cada produto. - A pesquisa foi feita por meio de grupos focais, sendo no total 6 grupos, 3 para cada produto. - Cada participante experimentou os produtos e responderam a um questionário com questões relacionadas. Posteriormente, foi feita a discussão em grupo. SEMANA 04 – DESIGN DE PRODUTO & MARKETING • Principais resultados e implicações: - Quando comparados os resultados da pesquisa realizada com os patinhos e com os desodorantes, notou-se que o agrado e diversão seguiram um padrão semelhante para as duas categorias. - As manipulações olfativas para os desodorantes causaram efeitos mais fortes do que para os patinhos. - As incongruências visual-táteis geraram mais surpresa entre os participantes, e foi a incongruência da qual eles mais gostaram. - Em três casos com incongruências inadequadas de estímulos tátil e olfativo, a agradabilidade percebida dos produtos diminuiu. - Em contraste, estímulos sonoros não apresentaram diferenças de agradabilidade percebida entre apropriado e inapropriado. - Ambas as incongruências (adequadas e inadequadas) forma tidas como confusas pelos participantes (diferentemente do que os pesquisadores esperavam previamente). SEMANA 04 – DESIGN DE PRODUTO & MARKETING BOZTEPE, S. User Value: competing theories and models. International Journal of Design, vol. 01, nº. 02, pp. 55-63, 2007. • Resumo: A autora discute o aspecto de que o design mudou da perspectiva de meramente dar forma aos produtos e objetos, e passou a incorporar aspectos físicos, cognitivos, culturais, sociais e experienciais do usuário. O design, contemporaneamente, é visto como um valor intrínseco ao produto. Desta feita, o artigo discute o tema ‘valor’, apresentando uma série de perspectivas a partir das quais o tema é analisado (tais como a antropologia, sociologia, filosofia, ou mesmo a economia). • Existe uma série de definições de valor: (1) a noção de valores como a concepção do que é, em última análise, bom na vida humana; (2) no sentido econômico e de negócios, valor é disposição de uma pessoa pagar o preço de um bem em termos de dinheiro, em troca de benefícios de determinado produto, (3) valor no sentido de diferença significativa/distintiva, e (4) valor como ação. SEMANA 04 – DESIGN DE PRODUTO & MARKETING • A autora sugere, a despeito das várias definições, que o valor pode ser entendido como uma experiência. Na sua essência, valor é a premissa de que o que as pessoas realmente desejam não só produtos, mas as experiências que eles proporcionam, as quais emergem da interação entre o produto e o usuário. • Diferentes tipos de valor podem surgir a partir de experiências dos usuários com produtos, dentre eles: eficiência, excelência, estética, status, estima, ética e valores de espiritualidade, entre outros. Além disso, o artigo ainda identificou quatro grandes categorias de valor do usuário: (1) utilidade, (2) relevância social, (3) emocional, e (4) valores espirituais. • No que tange ao design e valor para usuário observa-se que existe uma interatividade produto/usuário, formando uma relação entre certas propriedades do produto e os benefícios que os consumidores desejam dele SEMANA 04 – DESIGN DE PRODUTO & MARKETING • Categorias de valor ao usuário (Pág. 59): SEMANA 04 – DESIGN DE PRODUTO & MARKETING BLOCH, P.H. Product Design and Marketing: Reflections After Fifteen Years. Journal of Product Innovation Management, vol .28, pp. 378-380, 2011. • Resumo: O artigo procurou fazer uma análise do estado atual da pesquisa em design dentro do campo acadêmico de marketing. • Durante bom tempo as pesquisas acadêmicas de marketing ignoraram o design de produto, apesar de sua relevância a longo prazo na estratégia de marketing das organizações, e sua crescente importância cultural. • Porém, contemporaneamente, a atividade de pesquisa de design dentro do marketing tem crescido significativamente. • O texto indica que design é um grande tema que pode ser estudado a partir de uma série de perspectivas. Por exemplo, embora a estética visual seja mais comumente estudada, os investigadores estão agora examinando outros elementos sensoriais dos produtos, incluindo cheiro e toque. • O autor – sem a pretensão de ser conclusivo, encerra o paper chamando a atenção para a necessidade de maiores pesquisas e reflexões acerca do design enquanto ferramenta de marketing, particularmente no aspecto das influências e implicações no comportamento do consumidor. SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS BRAKUS, J.J.; SCHMITT, B.H.; ZHANG, S. Experiential product attributes and preferences for new products: The role of processing fluency. Journal of Business Research, vol. 67, pp. 2291-2298, 2014. • Resumo: O paper tem como propósito fundamental explicar os resultados positivos dos atributos experienciais dos produtos, com base em como os consumidores são capazes de processá-los em relação a atributos funcionais. Os autores partem, portanto, da perspectiva de que os produtos apresentam atributos experienciais, para além dos atributos meramente funcionais. • O trabalho se baseia na chamada ‘teoria do processo de fluência’, que se refere ao fato dos consumidores processarem os atributos experienciais de forma espontânea – diferentemente do modo como os atributos funcionais são processados. • O trabalho concentrou-se em dois tipos de atributos experimentais do produto: sensorial e afetivo. SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS • Hipóteses do artigo: - H1: Quando o julgamento do contexto faz um atributo experiencial positivo (sensorial ou afetivo) saliente, os consumidores vão avaliar a alternativa diferenciada com o atributo experiencial congruente (sensorial ou afetivo) de forma mais positiva do que a alternativa diferenciada com o atributo experimental não-congruente ou com o atributos funcionais apenas. - H2: Diferentes velocidades de apresentação de atributos afetam significativamente avaliações de consumo de novos displays de produtos descritos por feições funcionais (ou seja, eles serão menos positivos se forem mais rápidos), enquanto diferentes velocidades de apresentação de atributo afetam menos avaliações dos consumidores de novos displays de produtos descritos por recursos experimentais (sensorial ou afetivo). SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS • Características metodológicas do artigo: - A pesquisa foi feita com 381 estudantes de uma universidade dos EUA. - Realizou-se um experimento, que apresentou anúncios web animados com um novo produto para os participantes. Para criar estímulos sensoriais, afetivos e funcionais, o procedimento experimental manipulou sistematicamente três elementos: reivindicações da publicidade, sugestões de produtos visuais, e grau de animação. - O projeto experimental contemplou: 3 (display: funcional, afetivo, sensorial) × 3 (foco atenção: funcional, afetivo, sensorial) × 2 (velocidade de apresentação das informações: lento, rápido). - Depois de ver o anúncio de animação, os participantes avaliaram o novo produto em seis escalas, de sete pontos. SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS • Principais resultados e implicações: - Os resultados mostraram que H1 é suportada, ao passo que H2 não foi suportada. - Desconsiderando o foco de atenção, os entrevistados acharam as informações de atributo funcional mais informativas quando têm de julgar um novo produto tecnológico. Para o foco de atenção afetiva, avaliações de produtos afetivos são maiores do que as do produto sensorial, mas a diferença não foi significativa. - Percebeu-se que o consumidor pode processar atributos experienciais fluentemente (quando a sua atenção é concentrada para esses atributos), e, como consequência, avaliações de produtos são mais positivas. - Os resultados indicaram também que, no processamento de atributos experienciais, contextos de julgamento e os atributos do produto estão interligados – diferentemente para os atributos funcionais. - Em suma, este estudo indicou que atributos experienciais são relevantes, pois fornecem a base para a diferenciação de produtos experimentais – sugerindo possíveis implicações gerenciais. SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS SCHMITT, B.H. The consumer psychology of brands. Journal of Consumer Psychology, vol. 22, pp. 07–17, 2012. • Resumo: O artigo tem como objetivo apresentar um quadro integrativo acerca dos estudos sobre percepções de marcas, conciliando estudos empíricos com estudos acerca da ‘psicologia do consumidor’. • Assim, o artigo apresenta um modelo de psicologia de marcas do consumidor que integra estudos empíricos e construções individuais (como categorização de marca, afeto à marca, personalidade da marca, simbolismo, fixação da marca, entre outras). • O modelo distingue três níveis de engajamento do consumidor (centrada no objeto, egocêntrica e social) e cinco processos (identificação, experimentação, integração, significação e comunicação). • Em contraste com os modelos gerais de processamento de informações, o modelo ‘consumidor-psicologia’ das marcas incide especificamente sobre as características exclusivas de marcas. SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS • Diagrama do modelo ‘consumidor-psicologia’ de marcas (Pág. 09): SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS • Os níveis de engajamento estão representados no modelo de três camadas: - A camada mais interna representa a objeto centrado, engajamento funcionalmente orientado; ou seja, o consumidor adquire informações sobre a marca, com o objetivo de receber benefícios utilitários da marca. - A camada do meio representa um compromisso autocentrado, no qual a marca é vista como pessoalmente relevante para o consumidor. - A camada externa representa o engajamento social com a marca, na qual a ela é vista a partir de uma perspectiva pessoal e sociocultural, proporcionando uma sensação de comunidade. SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS • No processo de identificação, as seguintes construções estão presentes: - Categorização de Marcas: Os consumidores devem decidir se uma nova categoria de produto deve ser integrada e, no futuro, ser categorizada, como pertencente a uma marca já existente. - Associações de marca: a memória de uma pessoa é composta de ligações e nós, para representar associações de marca na mente do consumidor. - Relações entre marcas: comparação realizada entre as marcas, na qual uma delas sai como vencedora da comparação, gerando associações mais positivas. • No processo de experimentação, as seguintes construções estão presentes: - Percepção multissensorial: em vários pontos de contato com os consumidores, as marcas fornecem estímulos multissensoriais através da visão, audição, olfato, tato e paladar. - Afeto da marca: as marcas podem evocar estados de espírito positivos ou negativos, levando os consumidores a se sentirem alegres e felizes; ou com raiva e tristes. - Participação da marca: oportunidade dada aos consumidores de ter experiências interativas com a marca. Ambiente interativo do varejo, estimulação imersiva e capacidade de personalizar o produto, são exemplos. SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS • No processo de integração, as seguintes construções estão presentes: - Conceito da marca: construção psicológica que consiste na informação integrada associada a uma marca de produto ou marca corporativa. - Personalidade da marca: atribuição de características humanas a uma marca. Existem 5 dimensões da personalidade da marca, sendo elas a sinceridade, o entusiasmo, a competência, a sofisticação e a robustez. - Relacionamentos de marca: as normas das relações e regras sociais que regem a sociedade são utilizados como princípios orientadores nas interações da marca. • No processo de significação, as seguintes construções estão presentes: - Marcas como sugestão informativa: as marcas podem ser vistas como elementos que transferem um significado. - Marcas como sinais de identidade: quando o eu está envolvido, a marca pode ser um sinal para a identidade pessoal do consumidor, para o consumidor e para os outros. Elas ajudam as pessoas a ‘criar o sentido’ de si em seus ambientes. - Simbolismo de marca: marcas podem ser usadas para indicar os indivíduos, grupo, sociedade, ou cultura. Como símbolos culturais, elas podem se relacionar com as nações, gerações, e valores culturais. SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS • No processo de comunicação, as seguintes construções estão presentes: - Atitude de marca: resultante de engajamentos centrados no objeto com marcas. São tendências psicológicas para avaliar os objetos. - Fixação da marca: construção essencial que expressa a conexão do consumidor com a marca. Fixação da marca oferece conexões mais fortes do que as atitudes de marca. - Comunidade de marca: move-se para o nível de envolvimento interpessoal e sociocultural. A comunidade de marca é "uma comunidade especializada, não geograficamente ligada, com base em um conjunto estruturado de relações sociais entre os usuários de uma marca" (MUNIZ & O'GUINN, 2001). • Em síntese, nota-se que o modelo, por pretender ser integrativo, pode fornecer uma ponte da teoria à prática empresarial, e inspirar os gestores de marketing a criarem marcas funcionalmente úteis, psicologicamente significativas e culturalmente relevantes. SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS SPENCE, C.; PUCCINELLI, N.M.; ROGGEVEEN, D.G.A.L. Store Atmospherics: A Multisensory Perspective. Psychology and Marketing, Vol. 31, nº. 07, pp. 472– 488, July/2014. • Resumo: O presente artigo, em síntese, desenvolve uma estrutura de organização para a pesquisa em marketing sensorial, considerando o modo como os estímulos sensoriais influenciam nas questões afetivas, cognitivas e comportamentais. • O artigo faz então uma análise das variadas atmosferas sensoriais que influenciam na experiência do consumidor, sendo elas: visuais, auditiva, olfativa, tátil e paladar. SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS • Atmosfera visual: Engloba cores, brilho, tamanho e forma do espaço de venda no varejo. Tais aspectos – segundo os autores - afetam o nível de estímulo à compra, de humor e o estado emocional do consumidor. Em geral, os estudos sugerem que os compradores são atraídos para interiores de lojas que são mais agradáveis e estimulantes. • Atmosfera auditiva: As pesquisas têm distinguido propriedades físicas (volume, tom, ritmo, andamento), o tom emocional (positivo, negativo), e o gosto do cliente com relação à elementos que determinam a influência da música e do som no processo de compra. Atmosferas auditivas parecem ser mais eficazes quando um nível ótimo de estimulação é alcançado ou quando a música “certa” é escolhida – músicas rápidas aceleram o ritmo de compra, ao passo que as músicas lentam retardam esse mesmo processo. • Atmosfera olfativa: Trata-se do maior desafio para os gestores dos ambientes de varejo. Pesquisas mostram que o olfato é o mais forte de todos os sentidos – podendo gerar memórias olfativas positivas, de longo prazo. SEMANA 05 – EXPERIÊNCIA COM PRODUTOS, MARCAS E LOJAS • Atmosfera tátil: Pode ser descrita em termos das características sensoriaisdiscriminativas de suavidade, maciez, e temperatura. As pesquisas têm mostrado que os clientes são mais propensos a comprar um produto depois de o terem tocado. • Atmosfera paladar: Gosto pode provocar fortes reações positivas, mas também negativas nos clientes. Consumidores podem recordar experiências altamente positivas de consumo de alimentos, talvez até mais ricas e vívidas do que as outras sensações. Entretanto, uma única reação negativa a alguma coisa ingerida pode levar à evasão consistente de longo prazo. • Atmosfera multissensorial de loja: A maioria das pesquisas em atmosfera de lojas se concentra em um único aspecto do meio ambiente, como a alteração apenas da iluminação, ou da música, ou do cheiro do espaço de varejo. No entanto, a avaliação do impacto das intervenções ambientais multissensoriais é crítico. - Os ambientes de loja multissensorial congruentes devem ser classificados como mais agradáveis e atraentes para os consumidores do que ambientes que estimulam menos sentidos do cliente, ou oferecem experiências multissensoriais incongruentes. SEMANA 06 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO SOB A PERSPECTIVA INTERPRETATIVISTA CARÙ, A.; COVA, B. Small versus big stories in framing consumption experiences. Qualitative Market Research: An International Journal, vol. 11, nº. 02, pp. 166176, 2008. • Resumo: O artigo tem como propósito sugerir uma metodologia integrada para a pesquisa etnográfica em marketing e comportamento do consumidor, englobando as chamadas ‘pequenas histórias’ (técnicas de observação) e as ‘grandes histórias’ (técnicas que acessam a introspecção dos consumidores pesquisados). • O estudo lança luz nos chamados ‘consumidores reflexivos’, que são sujeitos que escrevem narrativas introspectivas sobre seus pensamentos íntimos e profundos sentimentos vividos durante uma experiência. • Em uma perspectiva experiencial, os consumidores estão menos interessados em maximizar seus benefícios utilitários, e mais focados na gratificação hedonista, dentro de um determinado contexto social. SEMANA 06 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO SOB A PERSPECTIVA INTERPRETATIVISTA • Algumas características adicionais sobre as pequenas e grandes histórias: – Pequenas histórias (Small Stories): Tratam-se de narrativas de caráter descritivo, englobando aspectos do quotidiano dos consumidores. – Grandes histórias (Big Stories): Tratam-se de narrativas introspectivas, onde o indivíduo relata aspectos de sua identidade (self), de sua cultura e do modo como ‘constrói’ a realidade ao seu redor. • Os autores do paper sugerem que uma abordagem etnográfica integrativa (pequenas histórias + grandes histórias) apresenta os seguintes passos: - Co-imersão: Nessa abordagem o pesquisador acompanha o consumidor durante uma determinada experiência. - Escrevendo-se narrativas introspectivas um dia depois de um evento: O ponto aqui não é o de elaborar uma narrativa no local da experiência, mas fazê-lo isso mais tarde, normalmente um dia após a experiência (quando as memórias sobre a experiência ainda serão bem fortes). SEMANA 06 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO SOB A PERSPECTIVA INTERPRETATIVISTA - - Combinando dimensões granulares e coerentes da experiência: Trata-se da compreensão e análise holística de todo o contexto no qual a experiência se realiza. Usando o prazer como um elemento-chave na interpretação: O desafio mais importante para um etnógrafo é elaborar uma síntese que faz todo o sentido das informações coletadas e associá-lo às necessidades da organização. Para este fim, a análise de experiência de consumo pode implementar modelos pré-existentes de prazer. • Os autores finalizam o trabalho indicando possíveis limitações da proposta metodológica integrativa do paper, que é mais apropriada para experiências de consumo consideradas memoráveis e, portanto, atípicas. • Ademais, a proposta metodológica é indicada para indivíduos com um mínimo de conhecimento e ‘capital cultural’. • De todo modo, o estudo apresenta insights interessantes, sugerindo caminhos promissores para o desenvolvimento de pesquisas nas áreas de marketing e comportamento do consumidor. SEMANA 06 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO SOB A PERSPECTIVA INTERPRETATIVISTA ARNOULD, E.J.; PRICE, L.L. Market-Oriented Ethnography Revisited. Journal of Advertising Research, vol. 46, nº. 03, pp. 251-262, 2006. • Resumo: O artigo tem como escopo lançar luz nas abordagens mesoanalíticas de etnografia orientada para o mercado – ampliando o escopo das tradicionais abordagens micro e macroanalíticas. • A etnografia, independentemente da abordagem (macro, micro ou meso) tem como propósito investigar os detalhes da cultura dos indivíduos, de um modo participativo (por parte do pesquisador). • Em suma, o artigo limita-se a apresentar aspectos característicos de cada uma das abordagens analíticas da etnografia, sugerindo caminhos para o desenvolvimento da pesquisa me marketing e comportamento do consumidor. SEMANA 06 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO SOB A PERSPECTIVA INTERPRETATIVISTA • Nível macroanalítico: A perspectiva etnográfica macro centra-se na identificação de modelos culturais de ação e interpretação que os consumidores podem recorrer para dar estrutura às suas escolhas de consumo e objetivos de vida. Essas técnicas de fato prometem entrar a cabeça das pessoas para capturar o caráter de marca. • Nível Microanalítico: As abordagens micro focam na relação entre um determinado recurso fornecido pelo mercado e o consumidor individual. Estas abordagens incluem o produto, tarefa ou pesquisa específica que caracteriza grande parte da etnografia patrocinada pela empresas. • Nível Mesoanalítico: O foco dessa abordagem está nos consumidores como atores intencionais com projetos pessoais que são incorporados em seus mundos de vida socioculturais. O enfoque metodológico é sobre o que as pessoas fazem, o que eles dizem sobre seus objetivos e como eles organizam suas vidas cotidianas. SEMANA 06 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO SOB A PERSPECTIVA INTERPRETATIVISTA REZENDE, D.C.; SILVA, M.A.R. Eating-out and experiential consumption: a typology of experience providers. British Food Journal, vol. 116, nº. 01, pp. 91103, 2014. • Resumo: O presente artigo tem como proposta fundamental descrever experiências de comer em estabelecimentos comerciais, sendo apresentada uma tipologia da experiência proporcionada por esses estabelecimentos. A pesquisa foi realizada por meio de uma etnografia orientada para mercados selecionados do Reino Unido e Brasil. • O trabalho foi realizado pela combinação de duas técnicas de pesquisa básicas: observação não participante e entrevistas com os consumidores. No Brasil, a pesquisa foi realizada em 15 firmas comerciais da cidade de Lavras/MG; e no Reino Unido, a pesquisa foi realizada em 17 firmas no distrito de Lancaster. O foco da pesquisa foram firmas comerciais que apresentam comida como uma de suas características mais importantes e onde o consumo é realizado nas instalações. SEMANA 06 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO SOB A PERSPECTIVA INTERPRETATIVISTA • Foram detectados seis tipos de estabelecimentos de alimentação fora do lar provedores de experiências de consumo: - Ambiente autêntico: apresenta características distintas e únicas relacionadas com um lugar, uma tradição ou cultura, como o oposto de um ambiente funcional. - Ambiente descontraído: tem como principais características o conforto, a descontração e o baixo ritmo de serviço. A qualidade dos alimentos não é geralmente um aspecto diferencial desses lugares. - Ambiente ‘você pode comer tudo’: proporciona uma oferta ‘ilimitada’ e ‘variável’ de alimentos para ocasiões onde as pessoas têm tempo disponível e estão dispostos a comer acima da média. - Ambiente ‘como em casa’: corresponde a um lugar em que os indivíduos se comportam como se estivessem em casa. Principal característica desse ambiente é que existe uma forte conexão entre o consumidor e o lugar. - Ambiente eficiente: o tempo é geralmente o fator mais comum, mas outros fatores podem ser preço, ou simplesmente produtos padrão. Esses recursos são geralmente combinados, como nas cadeias de fast-food. - Ambiente distinto: as refeições têm um símbolo de status, representando uma maneira de exibir-se e mostrar um estilo de vida novo e elegante. SEMANA 06 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO SOB A PERSPECTIVA INTERPRETATIVISTA • Foram detectados seis tipos de estabelecimentos de alimentação fora do lar provedores de experiências de consumo: SEMANA 06 – EXPERIÊNCIA DE CONSUMO SOB A PERSPECTIVA INTERPRETATIVISTA • Principais considerações finais: - Os autores reconhecem a diversidade de prestadores de serviços de comida, e mostram que há uma ampla gama de experiências que os consumidores procuram quando escolhem um lugar para comer fora de casa. - O sucesso de comer fora em todo o mundo não é um fenômeno relacionado apenas a uma melhor relação custo-benefício ou uma resposta a um acelerado estilo de vida. - Comer fora de casa tem a ver com uma fonte de prazer, relaxamento, relações sociais e outras respostas emocionais que podem substituir as refeições em casa e estimular novas formas de prazer. - O acesso de diferentes classes sociais ao ato de comer fora de casa abre o espaço para mais variedade e criatividade que os gerentes de serviços de alimentação têm na construção de um conjunto adequado de estímulos para induzir o consumo. SEMANA 07 – EXPERIÊNCIA, SATISFAÇÃO E EXPERIMENTOS OLIVEIRA, M.C.J.; SPERS, E.E.; SILVA, H.M.R.; SABIO, R.P.; CHINI, J. A model for sensory analysis of foods and beverages: Bounded rationality, atributes and perceptions in Coffee and meat. In: 9th. Research Workshop on Institutions and Organizations – RWIO. Piracicaba/SP, RWIO/USP, 2014. • Resumo: O paper em tela apresenta um modelo holístico de análise sensorial para a escolha de alimentos e bebidas (mais especificamente, café e carnes), com base em elementos conscientes e subconscientes dos consumidores. • Na indústria alimentar, a análise sensorial é extremamente importante para avaliar a comercialização, aceitação e qualidade de um produto, e é uma parte integrante do plano de um controle de qualidade indústria. • Os autores utilizam um modelo proposto por Furst et al (1996), que reconheceu elementos que influenciam na escolha de alimentos e bebidas, quais sejam: a) ciclo de vida (trajetórias e transições do curso da vida de uma pessoa); b) influências (ideais, fatores pessoais, recursos, quadro social e contexto) e; c) sistema pessoal (engloba o processo cognitivo envolvido na decisão de comida) SEMANA 07 – EXPERIÊNCIA, SATISFAÇÃO E EXPERIMENTOS • Procedimentos metodológicos do paper: - Foram realizados 4 grupos focais, cada um contendo 5 participantes (totalizando 20 indivíduos, todos estudantes da USP). - Carne e café foram escolhidos como produtos de análise e, portanto, cada grupo participou de duas fases do experimento. - O experimento de café foi dividido em 4 fases (pré-estímulo, estímulo de imagem, degustação e focus group); e a experiência de carne em 3 (pré-estímulo, estímulo de imagem e focus group). - Preliminarmente, cada participantes respondia a um questionário, onde constavam perguntas acerca de seu perfil pessoal. - Após os questionários preliminares, os participantes eram expostos (especificamente quanto ao café) a imagens, que revelavam a origem geográfica do grão (Brasil e Colômbia). Após isso, participavam do processo de degustação do café, com o objetivo de avaliarem aspectos do aroma e paladar. - Quanto ao experimento com a carne, os processos foram similares (porém, sem a degustação do produto). - Após esse processo, os participantes eram direcionados a um debate (focus group) SEMANA 07 – EXPERIÊNCIA, SATISFAÇÃO E EXPERIMENTOS • Imagens que foram utilizadas nos estímulos ao grupo de foco: SEMANA 07 – EXPERIÊNCIA, SATISFAÇÃO E EXPERIMENTOS • Os principais resultados levantados ao longo da pesquisa foram os seguintes: - O preço é o principal elemento na avaliação da qualidade, o que dificulta o uso de outras estratégias de diferenciação nos alimentos. No café, especificamente, o preço é um indicativo da qualidade do produto. Para a carne, o preço depende da finalidade da compra (para ocasiões especiais, aceita-se pagar sobrepreço). - Algumas informações sobre os alimentos precisam ser encorajadas a ser incorporadas na tomada de decisão dos consumidores. O consumidor ‘foca naquilo que é mostrado’, e muitas vezes negligenciam-se informações sobre sustentabilidade, por exemplo. - O conhecimento racional e técnico têm importante influência sobre a decisão no consumo de alimentos. Percebe-se que, para a carne, o conhecimento profissional sobre o assunto interfere na formação de opiniões. - Certos estímulos não alteram a decisão sobre a comida quando ela está relacionada a algo cultural e presente no ambiente familiar. Certos estímulos não interferem na ‘necessidade do consumo’. - Origem é um fator relevante e facilita o processo de decisão de compra de alimentos. Para os consumidores de carne, especialmente, origem e qualidade são fatores também tomados em consideração. SEMANA 07 – EXPERIÊNCIA, SATISFAÇÃO E EXPERIMENTOS • Considerações finais: - Os autores ressaltam que quando os consumidores são estimulados, eles podem mudar suas percepções sobre um produto, baseados em suas ofertas de sabores e nutrição. - Informações sobre origem, procedência, rastreabilidade e características do processo produtivo também influenciam as percepções e possíveis escolhas dos consumidores. - Ademais, os consumidores sofrem muita influência do ambiente no momento da compra. SEMANA 07 – EXPERIÊNCIA, SATISFAÇÃO E EXPERIMENTOS HÁ, H.Y.; PERKS, H. Effects of consumer perceptions of brand experience on the web: Brand familiarity, satisfaction and brand trust. Journal of Consumer Behaviour, vol. 4, nº. 06, pp. 438-452, 2005. • Resumo: O trabalho tem como propósito geral lançar luz na seguinte problemática de pesquisa: existe uma relação direta entre a experiência de marca e confiança na marca, ou há uma relação indireta via satisfação ou familiaridade com a marca? • Os autores propõem um modelo que descreve a relação entre satisfação, confiança na marca e familiaridade com a marca, tendo em conta o efeito da experiência de marca. • Ademais, os autores tem como meta avaliar a relação entre experiência de marca e confiança na marca para o universo da compra pela internet (ecommerce). SEMANA 07 – EXPERIÊNCIA, SATISFAÇÃO E EXPERIMENTOS • Relações entre os construtos teóricos propostos pelos autores (Pág. 444): SEMANA 07 – EXPERIÊNCIA, SATISFAÇÃO E EXPERIMENTOS • Conceitos fundamentais e hipóteses de pesquisa do paper: • Experiência de marca: tem sido definida como a exibição de um grau relativamente elevado de familiaridade com uma determinada área/assunto, que é obtido através de algum tipo de exposição. A familiaridade e experiência de marca são os principais componentes do conhecimento do consumidor e deve ter um impacto considerável sobre as estruturas cognitivas de consumo. - H1a: Um consumidor com um alto nível de experiência de marca mostra uma maior familiaridade com o marca. - H1b: Um consumidor que teve experiências de marca impressionantes mostra forte satisfação associada com suas experiências de compras. - H1c: Um consumidor que teve experiências de marca impressionantes mostra forte confiança na marca. • Confiança na marca: tem sido definida como uma sensação de segurança realizada pelo consumidor em sua interação com a marca SEMANA 07 – EXPERIÊNCIA, SATISFAÇÃO E EXPERIMENTOS • Familiaridade com a marca: tem sido definida como um repositório de conhecimentos favorável sobre um determinado tema, acumulada pela experiência do consumidor. - H2a: experiências positivas com a marca, juntamente com uma quantidade suficiente de busca de informações, aumentam a familiaridade da marca e então este aumento afeta a satisfação da marca. - H2b: Maior familiaridade com a marca leva a um maior nível de confiança da marca. • Satisfação: é definida a partir de componentes cognitivos e emocionais. O componente cognitivo refere-se à avaliação do desempenho percebido em termos de adequação em relação a algum tipo de padrões de expectativa. Não obstante, o componente emocional remete à sentimentos como felicidade, surpresa ou emoção. - H3: Com base em experiências e relacionamentos positivos, um cliente que estava satisfeito com o desempenho percebido da marca mostra forte confiança na marca. SEMANA 07 – EXPERIÊNCIA, SATISFAÇÃO E EXPERIMENTOS • Procedimentos metodológicos: • A pesquisa inclui – como foco para a análise da experiência, familiaridade e confiança do consumidor quanto à marca – uma série de sites de varejo da Coréia de Sul, incluindo livrarias, sites para a compra de itens diversos, além de agências de viagens. • Pré-testes para a validação dos questionários e dos sites escolhidos foram realizados com 17 estudantes de universidades do noroeste da Coréia do Sul. • As variáveis do estudo foram medidas com vários itens, de cinco pontos, tipo Likert, da seguinte forma: experiência (5 itens), familiaridade (4 itens), satisfação (4 itens) e confiança (4 itens). • Um total de 203 questionários completos foram recebidos, todos eletronicamente (taxa de retorno de 44%). SEMANA 07 – EXPERIÊNCIA, SATISFAÇÃO E EXPERIMENTOS • Principais resultados: - Uma forte relação entre a experiência de marca e confiança na marca (r = 0,93) foi identificada. - Das hipóteses levantadas, apenas a H2b foi rejeitada, indicando que o aumento da familiaridade da marca é indiretamente afetado pela satisfação como um mediador, ao invés de ter um impacto direto na confiança da marca. SEMANA 07 – EXPERIÊNCIA, SATISFAÇÃO E EXPERIMENTOS • Discussões e implicações gerenciais do estudo: - Os resultados mostraram que uma variedade de experiências de marca aumenta a familiaridade com a marca. Assim, melhorar a experiência do cliente leva a uma maior familiaridade com o site. - A experiência da marca afeta significativamente a satisfação do cliente. - a experiência da marca afeta significativamente a confiança na marca. Assim, os gestores devem cultivar os clientes e construir uma marca forte, com base em experiências positivas de clientes. - só a experiência tem uma influência direta sobre a confiança na marca, no entanto, essa relação pode ser parcialmente mediada via familiaridade com a marca. - Por fim, a satisfação do cliente mostra um impacto significativo na confiança na marca. SEMANA 08 – EMOÇÕES E MOTIVAÇÕES SOCIAIS ANTONETTI, P.; MAKLAN, S. Exploring Postconsumption Guilt and Pride in the Context of Sustainability. Psychology and Marketing, vol. 31, nº. 09, pp. 717–735, September/2014. • Resumo: O artigo trata do pós-consumo no contexto da sustentabilidade, abordando duas dimensões presentes no processo de avaliação emocional após a compra: a culpa e o orgulho. • A culpa é uma emoção negativa experimentada quando um indivíduo se sente responsável por um resultado negativo, após a realização de uma compra. • O orgulho, por seu turno, é provocado por um processo de avaliação muito semelhante ao de culpa. Porém, enquanto a culpa é experimentada em casos de incongruência de objetivo, o orgulho é causado por eventos congruentes ao objetivo previamente estabelecido pelo consumidor. • Para alcançar o propósito do paper, os autores realizaram quatro investigações. SEMANA 08 – EMOÇÕES E MOTIVAÇÕES SOCIAIS • Estudo 01: - Teve como objetivo analisar se a intencionalidade na compra é necessária para que os consumidores experimentem uma reação emocional; e analisar o potencial impacto da culpa e do orgulho sobre as futuras intenções de consumo. Analisou-se o consumo de chá. - Foi realizado um experimento online no qual, após ler um texto introdutório e responder a questões demográficas, os consumidores leram um cenário e completaram diferentes escalas. - No primeiro cenário, a compra era intencional (de responsabilidade direta do consumidor); ao passo que no segundo cenário a compra não era intencional. - A análise das informações mostrou que o caráter intencional não influencia nas medidas de culpa ou orgulho, de modo que os resultados das avaliações emocionais foram muito semelhantes nos dois cenários. SEMANA 08 – EMOÇÕES E MOTIVAÇÕES SOCIAIS • Estudo 02: - O consumidores responderam questões demográficas, leram um cenário e completaram uma escala que media a avaliação emocional. Posteriormente, esses consumidores completaram um questionário de cinco itens, que capturava as suas intenções para comprar produtos responsáveis no futuro. Analisou-se o consumo de café. - Investigou-se também cenários de compra intencional, e de compra nãointencional. - Os resultados mostraram que a reação emocional dos consumidores foi semelhante nos grupos onde a compra é intencional e em grupos onde as restrições situacionais forçam a escolha. - Não foram encontradas diferenças significativas de culpa e orgulho entre as diferentes condições. Também foi observada a influência positiva da culpa e orgulho em futuras intenções para comprar produtos sustentáveis, sugerindo que essas emoções influenciam o desejo dos consumidores de se envolver em consumo sustentável. SEMANA 08 – EMOÇÕES E MOTIVAÇÕES SOCIAIS • Estudo 03: - Foram realizadas 30 entrevistas em profundidade. - Aproximadamente sete dias antes da entrevista, foram enviados aos entrevistados, um cenário que descrevia uma situação de compra e eles foram convidados para coletar várias imagens que representassem os seus pensamentos e sentimentos nessa situação. - Três cenários distintos foram desenvolvidos e distribuídos aleatoriamente. Os cenários, envolviam a compra de chocolate, tênis ou carros, apresentando situações de consumo potenciais com diferentes níveis de envolvimento e permitindo a análise do que influencia culpa e orgulho em diferentes contextos. - Cinco dimensões foram identificadas nessa etapa que influenciam a experiência de culpa e orgulho: credibilidade da alternativa ética; valores altruístas; percepção do trade-off entre os interesses próprios e altruísmo; relevância moral da questão apresentada; visibilidade social da decisão. SEMANA 08 – EMOÇÕES E MOTIVAÇÕES SOCIAIS • Estudo 04: - A pesquisa se desenvolveu seguindo as mesmas diretrizes implementadas nos estudos 1 e 2. As escalas de análise incluíram: (1) medidas de reações emocionais, (2) itens que avaliam atribuições de intencionalidade e responsabilidade pessoal, (3) medidas de intenções de futuras compras. - Uma marca ética e uma alternativa antiética foram então apresentadas delineando seu impacto relativo sobre agricultores quenianos de chá. - O objetivo foi analisar se as cinco dimensões identificadas no estudo 3 são capazes de prever a culpa (ou orgulho) quando aplicada à decisão de compra que os participantes avaliaram neste estudo. - Os resultados sugerem que a culpa e orgulho foram experimentados pelos participantes, mesmo quando se considera a compra involuntária. - uma preferência de valor altruísta e a preocupação com a imagem social associada ao consumo de produtos éticos foram importantes dimensões do processo de avaliação SEMANA 08 – EMOÇÕES E MOTIVAÇÕES SOCIAIS • Considerações finais: - O estudo mostrou que os participantes, mesmo quando explicitamente reconhecendo que a compra não é intencional, ainda relatam a experiência de reações emocionais, porque eles sentem responsáveis pelos resultados causados. - A ativação de normas pessoais desempenha um papel mediador na experiência de culpa e orgulho. - Os dados revelam os seguintes aspectos (que complementam os modelos de análise do pós-consumo): 1) Quando o consumidor percebe a informação disponível como crível, eles parecem mais propensos a considerar a compra como moralmente importante; 2) Os consumidores com uma preferência por valores altruístas são mais propensos a considerar a compra como moralmente saliente; 3) Uma compra com influências moralmente salientes ativa normas pessoais em apoio do consumo ético. SEMANA 08 – EMOÇÕES E MOTIVAÇÕES SOCIAIS LABRECQUE, L.I.; KRISHEN, A.S.; GRZESKOWIAK, S. Exploring social motivations for brand loyalty: Conformity versus escapism. Journal of Brand Management, vol. 18, nº. 07, pp. 457–472. • Resumo: O artigo explora o papel dos laços sociais entre os consumidores para a fidelidade à marca, identificando duas motivações relacionadas, mas potencialmente conflitantes, que determinam a natureza da relação marcaconsumidor: conformidade e escapismo. • Motivação de conformidade no consumo decorre de uma necessidade de se identificar com os outros através da posse e uso de produtos e marcas. • O escapismo surge da motivação dos consumidores de romper com as preocupações do que os outros podem pensar deles, ou como os outros podem reagir em relação à eles. • Duas variáveis moderadoras influenciam a forma como conformidade ou escapismo afetam a fidelidade à marca: conhecimento do produto e congruência da autoimagem. O presente estudo mostra como esses moderadores tem um efeito assimétrico sobre o impacto delas na fidelidade à marca. SEMANA 08 – EMOÇÕES E MOTIVAÇÕES SOCIAIS • Moderadores: - Como a motivação e escapismo seguem caminhos distintos que levam a lealdade da marca, podemos supor que duas condições centrais de moderação afetará a força destes caminhos. a) Congruência autoimagem: refere-se ao grau em que os consumidores avaliam a imagem de marca de um produto em relação a sua autoimagem real e ideal. O processamento de imagem dirigida utiliza pistas simbólicas de pertencimento ao grupo e vai reforçar a motivação da conformidade. a) Conhecimento do produto: trata-se de aprender sobre a marca, bem como informações sobre critérios de avaliação do consumidor. Ganhar e utilizar o conhecimento de uma marca ou produto envolve aumento da elaboração cognitiva, e, portanto, o conhecimento do produto deve produzir efeitos diferentes sobre as duas motivações. SEMANA 08 – EMOÇÕES E MOTIVAÇÕES SOCIAIS • Hipóteses de pesquisa: - H1: Conformidade da motivação tem um efeito positivo sobre a fidelidade à marca. - H2: Motivação de rscapismo tem um efeito positivo sobre a fidelidade à marca. - H3a: Congruência da autoimagem reforça o efeito da motivação de conformidade sobre a fidelidade à marca. - H3b: Congruência da autoimagem não afeta o efeito de motivação de escapismo em relação à fidelidade à marca. - H4a: Conhecimento do produto atenua o efeito da motivação de conformidade sobre a fidelidade à marca. - H4b: Conhecimento do produto reforça o efeito de escapismo em relação à fidelidade à marca. SEMANA 08 – EMOÇÕES E MOTIVAÇÕES SOCIAIS • Método: - O presente estudo utiliza a marca Apple para ilustrar como motivações de conformidade e escapismo impactam na fidelidade à marca. - Muitos consumidores da Apple criam suas identidades em torno da marca e tornam-se motivados para estar de acordo com as expectativas da comunidade Apple. Ao mesmo tempo, a Apple é visível como um ícone que simboliza a fuga do capitalismo corporativo e de informática produzidos em massa. - A pesquisa foi feita com 330 estudantes de graduação de uma universidade dos EUA que possuem um iPod. - O instrumento de pesquisa, resultou em 27 itens que medem a fidelidade à marca, motivação de escapismo, motivação da conformidade, a congruência de autoimagem e conhecimento do produto. A fidelidade à marca mediu três dimensões: as crenças de fidelidade, comportamento de lealdade e fidelidade de ação. SEMANA 08 – EMOÇÕES E MOTIVAÇÕES SOCIAIS • Principais resultados e implicações: - Apenas a H1 foi rejeitada pela pesquisa. - A congruência da autoimagem é encontrada para aumentar a fidelidade à marca para os consumidores que estão motivados para se conformar, mas não para aqueles que são movidos por motivos de escapismo. - o conhecimento do produto aumenta a fidelidade à marca para os consumidores motivados pelo escapismo, mas inibe a fidelidade à marca para os consumidores que são obrigados a obedecer aos outros. - A principal implicação gerencial desta pesquisa é que os comerciantes devem estar atentos às consequências potencialmente adversas de mensagens publicitárias dentro das comunidades de marca. Compreender as diversas motivações de uma comunidade de marca é essencial para manter a fidelidade à marca.