Os Oceanos da Terra: • Cobrem 70.8% da superfície da Terra • Estão interligados (“oceano global”) • Tem dimensões e volumes enormes (contém 97% da água da Terra) Os Oceanos: • Pacífico • Atlântico • Índico • Ártico e ainda…. • Oceano Antárctico ou do Sul Comparação entre oceanos e continentes Pacífico Atlântico Índico metros profundidade relativa dos oceanos superfície da Terra altiude média dos continentes Ártico metros nível do mar Monte Everest - a montanha mais alta (8850 metros) Pacífico Índico metros metros metros dimensões relativas dos oceanos Atlântico Profundidade dos oceanos e altitude dos continentes altiude média dos continentes (840 metros) Ártico profundidade média dos continentes (840 metros) Fossa das Marianas – o ponto mais profundo (11022 metros) A curva hipsográfica Altitude (km) Monte Everest (8850 metros) Continentes – 29.2% Montanhas Altitude média dos continentes (840 metros) Profundidade (km) nível do mar Margem continental Profundidade média do oceano (3729 metros) Oceano profundo Fossas Oceanos – 70.8% Fossa das Marianas (11022 metros) Milhões de quilómetros quadrados Percentagem da superfície da Terra Percentagem da área A curva hipsográfica mostra a relação entre a altitude dos continentes e a profundidade do oceano O fundo do Oceano Margem continental passiva terra plataforma continental Margem continental activa (convergente) plataforma continental nível do mar vertente continental rampa continental nível do mar planície abissal vertente continental fundo oceânico 50 km distorção vertical =10X plataforma vertente rampal 50 km planície abissal terra fossa oceânica 50 km distorção vertical =10X nível do mar rift vertente montanhas submarinas crista submarina distorção vertical = escala horizontal/escala vertical = 50/5 = 10X plataforma A plataforma e vertente continental são por vezes cortadas por grandes canhões submarinos. Alguns estão relacionados com rios, mas muitos não estão, como são exemplo alguns canhões submarinos da Península Ibérica O fundo submarino ao largo da Península Ibérica ESTRUTURA VERTICAL DO OCEANO Perfis verticais da temperatura típicos para as diferentes latitudes do oceano. A termoclina sasonal ocorre devido ao forte aquecimento superficial do oceano durante o Verão nas latitudes médias. Sucessão de perfis de temperatura mostrando o desenvolvimento (linhas a cheio) e o decaimento (linhas tracejadas) da termoclina sasonal no hemisfério Norte. ESTRUTURA VERTICAL DO OCEANO Perfis verticais médios de salinidade típicos para as diferentes latitudes do oceano mundial. Perfis verticais médios de densidade típicos para as diferentes latitudes do oceano mundial. ESTRUTURA VERTICAL DO OCEANO A região superficial (na ordem de metros ou dezenas de metros) corresponde à “camadade mistura” onde o oceano está bem misturado devido à influência directa do vento. Nesta região, temperatura, salinidade e consequentemente a densidade, variam pouco em profundidade. Segue-se uma região de forte gradiente vertical da temperatura (termoclina), da salinidade (haloclina) e em consequência, da densidade (picnoclina). Na região profunda estes parametros voltam a variar pouco em profundidade. Estrutura vertical típica do oceano ESTRUTURA VERTICAL DO OCEANO Secção vertical norte-sul média zonal de temperatura para o oceano mundial Secção vertical norte-sul média zonal de densidade para o oceano mundial PRINCIPAIS MECANISMOS GERADORES DOS MOVIMENTOS OCEÂNICOS O oceano está em movimento constante, com escalas desde as grandes correntes oceânicas até aos pequenos vórtices. A génese de todos estes movimentos está na radiação solar e na rotação da Terra. Contribuição da energia radiante solar: • O Sol influencia a circulação oceânica através da circulação atmosférica. A energia é transferida dos ventos para as camadas superficiais do oceano através do atrito entre a atmosfera e a superfície do mar circulação induzida pelo vento. • O Sol causa variações na temperatura e salinidade da água do mar, que controlam a sua densidade: variações de temperatura são causadas por fluxos de calor através da interface ar-água; variações de salinidade são causadas por adição e remoção de água doce, através da precipitação, evaporação e das transições gelo-água nas regiões polares. Quando a água superficial se torna mais densa que a água que está por baixo, gera-se instabilidade e a água superficial afunda-se circulação governada pela densidade, que resulta do arrefecimento e/ou aumento da salinidade da água superficial designada circulação termohalina. Correntes oceânicas de larga escala • Correntes superficiais – Afecta a camada do oceano acima da picnoclina (~10% do oceano) – São consequência das cinturas de ventos na atmosfera • Correntes profundas – Afecta a água profunda abaixo da picnoclina (~90% do ocaeno) – São consequência das diferênças de densidade da água do oceano – São correntes mais vastas e lentas que as de correntes superficiais As correntes oceânicas superficiais seguem de perto a cirulação geral da atmosfera Padrão de ventos no Atlântico Padrão de correntes no Atlântico Circulação Induzida pelo Vento Sistema de correntes superficiais no Oceano à escala mundial. Campo médio do vento na superfície da Terra e posição da Zona de Convergência InterTropical em (a) Julho e (b) Janeiro. Importância da circulação oceânica na redistribuição de energia na Terra: A Correia de Transmissão Global PRINCIPAIS MECANISMOS GERADORES DOS MOVIMENTOS OCEÂNICOS Contribuição da rotação da Terra: Um projéctil disparado a partir do equador para norte, move-se para leste, tal como a Terra e para norte com a velocidade do disparo. À medida que se desloca para norte, a velocidade com que a Terra se move para leste é cada vez menor, pois v=r, =constante e r diminui com a latitude. Como resultado, o projéctil não se desloca só para norte, mas também para leste relativamente à Terra (para a sua direita). O mesmo raciocínio é válido no caso do disparado ser de norte para sul, no hemisfério norte: relativamente à Terra desloca-se não só para sul, mas também para a sua direita (para oeste). O mesmo acontece com as massas de água em movimento no oceano (ar na atmosfera) efeito da força aparente designada por força de Coriolis. A força de Coriolis é uma força aparente que actua sobre os corpos em movimento na superfície terrestre, segundo um ângulo de 90º 'cum sole', i.e,. para a direita no Hemisfério Norte e para a esquerda no Hemisfério Sul. A força de Coriolis é nula no Equador e aumenta com a latitude, sendo máxima nos pólos terrestres. Componente horizontal da força de Coriolis: m2sinVH=mfVH, f-Parâmetro de Coriolis PRINCIPAIS MECANISMOS GERADORES DOS MOVIMENTOS OCEÂNICOS Efeito da Rotação da Terra (a) Um projéctil lançado para Norte a partir do equador move-se para Leste tal omo a Terra e para Norte com a velocidade de disparo. (b) Trajectória do projéctil relativamente à Terra. No tempo T1 o projéctil moveuse para M1 e a Terra para G1. No tempo T2 o projéctil moveu-se para M2 e a Terra para G2. Há depleção causada pela força de Coriolis, maior a maiores latitudes. A roda da bicicleta não roda no Equador, mas vai rodando no sentido dos ponteiros do relógio relativamente à Terra, cada vez com maior velocidade à medida que se aproxima do pólo. PRINCIPAIS MECANISMOS GERADORES DOS MOVIMENTOS OCEÂNICOS Principais forças a considerar no estudo dos movimentos no Oceano: Directas, que causam o movimento: • Atracção gravitacional (Sol e Lua); • Tensão do vento (pode ser tangencial - atrito, ou normal - pressão); • Força dp gradiente horizontal de pressão; • Pressão atmosférica (1mb faz variar a superfície do oceano em cerca de 1cm); • Sísmicas (resultam do movimento do fundo marinho); Indirectas, que resultam do movimento: • Força de Coriolis (surge devido à rotação da Terra); • Forças de atrito (opõem-se ao movimento e fazem dissipar energia mecânica convertendo-a em energia térmica). PRINCIPAIS MECANISMOS GERADORES DOS MOVIMENTOS OCEÂNICOS Os movimentos podem ser classificados de acordo com as forças que os originam: • Circulação termohalina - resulta da variação da densidade numa região limitada, de modo que a acção diferencial da gravidade gera movimento relativo; • Circulação induzida pelo vento - correntes nas camadas superficiais, ondas de superfície e afloramento de águas da sub-superfície (upwelling); • Correntes de maré - essencialmente horizontais, consequência directa da Lei de Atracção Gravitacional; • ‘Tsunamis’ - resultam de forças aplicadas junto ao fundo devido a movimentos da crusta submarina; • Movimentos turbulentos: resultam da tensão de corte, ou seja, dos gradientes de velocidade, por vezes junto das fronteiras do oceano; • Movimentos diversos: ondas internas, ondas de inércia, ondas planetárias de Rossby, etc.. DIFERENTES ESCALAS NA CIRCULAÇÃO DOS OCEANOS Devido à diversidade de forças que actuam no oceano, os movimentos são um somatório de movimentos de diversas escalas. Os movimentos no Oceano vão desde os pequenos turbilhões, na escalas dos milímetros, até às grandes correntes oceânicas, na escala das dezenas de milhares de quilómetros, como a corrente do Golfo ou o giro do Atlântico Norte. Embora estas escalas se sobreponham, elas podem ser tratadas de forma independente. As forças relevantes que actuam são diferentes e as leis físicas preponderantes para a explicação dos fenómenos são em geral diferentes. As escalas típicas dos movimentos oceânicos são: • larga escala; • mesoescala; • pequena escala; • microescala - movimentos na escala dos centímetros ou inferior: difusão molecular, fenómenos nas fronteiras, viscosidade, tensão superficial, etc. DIFERENTES ESCALAS NA CIRCULAÇÃO DOS OCEANOS Larga escala - as grandes correntes oceânicas que determinam a circulação geral do oceano (>1000km). Exemplo da circulação de larga escala: circulação geral dos oceanos. DIFERENTES ESCALAS NA CIRCULAÇÃO DOS OCEANOS Mesoescala - fenómenos locais, independentes mas por vezes com implicações na circulação geral, resultam da acção de forças locais e cuja escala é da ordem de dezenas ou centenas de quilómetros. Exemplos: correntes e contra-correntes costeiras, vórtices (‘eddies’) com raios de dezenas de quilómetros, afloramento costeiro (‘upwelling’), filamentos, frentes, etc. Exemplo da circulação de mesoescala: afloramento costeiro, filamentos, vórtices, correntes e contracorrentes costeiras, etc. DIFERENTES ESCALAS NA CIRCULAÇÃO DOS OCEANOS Pequena escala - movimentos à escala de metros: cinemática e dinâmica interna dos vórtices e filamentos, movimentos nas frentes de temperatura, movimentos junto ao fundo em águas pouco profundas, movimentos em portos, praias, enseadas, estuários, etc. Exemplo da circulação de pequena escala: a hidrodinâmica costeira. Ondas, correntes costeiras induzidas pelas ondas, Interacção entre o escoamento e o fundo, pequenos vórtices, algumas ondas internas, etc.