Importância e necessidades da infância - Dij

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• A educação moral, formação de
hábitos bons, é imprescindível para a
reforma espiritual
(ordem, aceitação de regras,
honestidade, sinceridade, valorização
do trabalho etc.) e consiste no
conjunto de hábitos adquiridos.
• No "O Livro dos
Espíritos", Kardec refere
que quando se pensa
na massa de indivíduos
sem princípios, sem
freios e entregues aos
próprios instintos,
compreende-se as
conseqüências
desastrosas que
resultam de suas ações.
• Quando ocorrer a educação moral,
quando for praticada, o homem terá
hábitos de ordem, de previdência para
si e para com os outros, e de respeito
por tudo.
• A desordem e a imprevidência são
duas chagas que uma educação bem
entendida pode curar.
• Educação é um processo, que ocorre
gradativamente (uma série de
acontecimentos, uma somatória) de
desenvolvimento da capacidade física,
intelectual e moral do ser humano. Não se
pode omitir aqui o aspecto religioso.
Sabendo ser nossos filhos, Espíritos
imortais, necessitam dessa experiência
humana para aperfeiçoarem-se.
• Os conhecimentos da imortalidade da alma,
reencarnação, lei de causa e efeito,
pluralidade dos mundos etc., são elementos
preciosos e vêm completar, re-explicar as
lições de Jesus, trazendo conhecimentos que
auxiliarão o homem a perceber que o ‘Reino
de Deus, será o desenvolvimento das
qualidades que existem em si.
• A criança deve ser incentivada a
freqüentar a Evangelização.
Por exemplo:
Os pais podem demonstrar
interesse pelo conteúdo
das aulas, conversando
com a criança já na volta
para casa.
"Como foi o estudo hoje? Sobre o que
conversaram? Você gostou? Por quê? Como
poderemos usar tal proposta? Ou: Por que
não usá-la?". Durante a semana, sem cobrar,
ou reforçar com palavras, os pais devem ter
atitudes coerentes com essa conversa.
• Estar em contato com os Evangelizadores é
outra excelente forma de participar,
principalmente no caso de ser a criança
mais fechada, não muito comunicativa.
• Notando ainda, qualquer procedimento
diferente, conversar com o Evangelizador.
Montará ele, em discussão com o grupo,
aula, atividades, situações em que aquela
determinada situação será trazida à
discussão.
• Citamos o exemplo de determinado
preconceito, surgido ou notado em uma
classe e que, pela profundidade e
abrangência, motivou toda uma Campanha
estendendo esta para estudo em todos os
trabalhos do Centro Espírita, abrindo-se
em detalhes tão intensos e pessoais, que à
primeira vista, ou sem essa sensibilização
não teríamos percebido.
• Relacionar os estudos, associandoos com diálogos, aos
acontecimentos, programas de TV,
filmes, livros infantis é outra
excelente forma participativa.
Sem ser impositiva, cobrativa ou "moralizadora"
(no sentido de: ‘Viu? Não falei? Faça sempre
assim. Não faça nunca assim.’)
Essa forma leva a criança a perceber a Vida
como extensa oferta onde terá que fazer
opções e ser responsável em cada escolha
feita (responsável no sentido em que:
1- a escolha infringe o direito do outro;
2- as respostas serão proporcionais, imediatas
ou não).
• Todo aquele que trabalha com criança,
sejam pais, educadores, avós, tios etc.,
necessitam promover o desenvolvimento
desses Espíritos. Esse desenvolvimento
vai se dar através de um processo de
aprendizagem ministrado principalmente
através de exemplos de vida. O ditado
popular ‘faça o que falo, mas não o que
eu faço’ não funciona, não tem efeito,
pois o modelo é fundamental para a
aquisição do comportamento.
• Os pais devem se preparar continuamente
para a função de educadores. Como já
explorado anteriormente, a participação, o
estar junto é imprescindível. É preciso,
porém, cuidado para que esses aspectos
não sejam invasores do espaço necessário
à própria criança. Sem isso, os pais podem,
por excesso, imiscuir-se de tal modo, que a
criança fica sem ação de decisão, uma vez
que esperará que os pais lhe digam o que
fazer.
• A "Escola de Pais", nos Centros Espíritas,
geralmente se constitui em excelente
espaço onde essas e tantas outras
necessidades são discutidas.
• No processo de aprendizagem, recorde-se,
é importante a presença e participação dos
pais. O aprendizado da criança começa já
no ventre da mãe, o que pressupõe a
postura harmônica de ambos, pai e mãe.
• A criança necessita ser
preparada para ser
responsável pelo seu
próprio desenvolvimento.
• Deve participar
ativamente da
aprendizagem. Atingir a
maturidade significa ser
responsável (cumpridor
dos deveres) e assumir os
desafios da vida.
• Para isso a criança
deverá assumir
pequenas
responsabilidades em
casa desde pequena e
ao mesmo tempo
devemos ajudá-la e
encorajá-la a vencer as
dificuldades que
surgem.
• o educar uma criança os
pais estão retomando seu
próprio processo educativo.
De maneira geral, esse
processo tem ocorrido pela
imposição do cumprimento
de ordens e normas, e não
através da reflexão, análise
das condutas e dos
sentimentos.
• Visando ainda o estudo
das necessidades do
Espírito na passagem pelo
período da infância,
busquemos compreender a
importância da
organização e da rotina
como aspectos básicos
essenciais no
aproveitamento das
experiências na vida física.
• Segundo Pereira e Marturano
(1999), organização e rotina no
lar são importantes para o
desenvolvimento psicológico
da criança, da capacidade de
organização do pensamento,
das idéias, possibilitando ao
indivíduo melhor desempenho
nas tarefas que se propõe
realizar.
• Para as autoras, ao
administrar a organização
em nossa casa, precisamos
estabelecer prioridades
entre as tarefas diárias e a
atenção dada aos filhos,
iniciando pelo que é mais
necessário, importante no
momento. A rotina, isto é, a
prática de fazer as mesmas
coisas nos mesmos
horários, favorece essa
organização.
• Portanto, os horários para
as atividades essenciais
dormir, levantar, refeições,
assistir televisão, fazer as
tarefas escolares etc.,
devem ser respeitados.
• Além disso, informar a
criança sobre os horários
das atividades diárias auxilia
a aquisição das noções de
tempo ("agora" , "antes" ,
"depois") pela mesma.
• Aprender organizar melhor
nossa vida e atividades do diaa-dia, possibilita-nos poder
fazer maior número de
atividades gastando menos
tempo e assim realizar
também aquilo que nos dá
prazer e nos relacionarmos
melhor com nossos familiares.
• Quanto melhor nos
organizarmos nas tarefas
rotineiras, melhor lidamos com
a casa, crianças e trabalho.
• Procurar deixar no lugar:
roupas, alimentos, utensílios
domésticos, material escolar
das crianças...., torna as coisas
mais fáceis, ganhar tempo, para
fazer o que é necessário.
• Muitas vezes, deixamos de
realizar certas atividades que
consideramos importantes,
devido ao tempo escasso que
muitas vezes foi disperso em
providências decorrentes da
inabilidade em administrá-lo.
• Não é suficiente os pais serem
organizados. É preciso que a
criança também seja ensinada,
o que será importante para o
seu desenvolvimento
psicológico.
• Participando da organização
doméstica, internamente irá
organizando seus
pensamentos e idéias, pois tal
organização opera-se de fora
para dentro, nesse primeiro
momento.
• Assim ela vai encontrar
menos dificuldade no
aprendizado escolar e
na realização de outras
tarefas mentais pois
essas atividades exigem
organização,
sistematização,
elaboração mental de
sua execução.
• É necessário que, em
casa , haja lugares
determinados onde se
possa guardar
separadamente, roupas,
objetos e assim manterse relativa ordem.
• Podemos pedir, explicando rapidamente, à
criança, a importância de se guardar no
lugar certo a roupa que foi lavada e
passada ou seus brinquedos, depois da
brincadeira. Perceberá no decorrer do
tempo que mantendo as coisas nos
devidos lugares, terá mais facilidade de
encontrá-los quando precisar.
• Segundo as autoras, estudos mostram que
a organização influi até no humor, na forma
de se expressar: pessoas que vivem em
ambientes onde há ordem são mais bemhumoradas, pois ocorrem menos atritos
entre familiares. É importante que a criança
participe dessa organização, sendo na
medida de suas possibilidades,
responsável pela ordem de suas coisas.
• Para isso, dar-lhes a responsabilidade
por alguma tarefa doméstica, como:
arrumar a própria cama, suas gavetas,
cuidar do animal da casa, material
escolar, lavar seus calçados ou seu
prato após as refeições, conforme
essas atribuições a idade, de forma
regular e não ocasionalmente.
• Como toda atividade educativa, essa
prática não é fácil de ser
estabelecida. Pressuporá antes
muito diálogo, reflexões, avaliações,
comentários abertos sobre o
assunto, discutindo e estabelecendo
junto, as providências, mudanças e
implantações a serem observadas.
• Todo começo é difícil, principalmente
quando a criança não tem o hábito. Esse
hábito deve ser criado aos poucos,
fazendo junto com a criança, ensinando
com paciência demonstrando como se faz.
• No início, a criança resiste, mas com
persistência, sem desânimo, retornando
diariamente, o hábito da responsabilidade
irá se formando.
ATITUDES DOS PAIS
• O relacionamento familiar exerce grande
influência sobre o desenvolvimento da
criança. Aprender o respeito às pessoas, às
regras e às normas sociais é fundamental
para a adaptação do indivíduo nos
diferentes ambientes que freqüenta,
compartilhando atividades e obrigações.
• Esse respeito às pessoas e
normas que faz parte da
educação, é aprendido dentro de
casa, através dos exemplos dos
pais, referem Parreira e
Marturano (1999).
Para as autoras,
• "em um lar onde um acata a
opinião do outro, onde as
pessoas conversam sem gritar
umas com as outras, onde se
leva em conta aquilo que os
outros dizem, onde há regras
claras para serem seguidas,
onde um não pega objeto do
outro sem pedir, pode-se dizer
que há respeito."
Dessa maneira, a criança vai aprendendo a
respeitar as pessoas e os objetos que
pertencem aos outros, através de suas
próprias vivências junto à família.
• Ainda em um lar onde não há
regras claras, onde as
pessoas conversam
censurando, brigando,
xingando, sem consideração
entre o casal, ou onde os pais
não se empenham em dar
bons exemplos, os filhos terão
muita dificuldade para
respeitar as pessoas e as
regras sociais.
• "O comportamento da
criança fora de casa, está
muito associado ao
modo como os pais se
relacionam e tratam seu
filho dentro de casa. São
os pais que oferecem à
criança os primeiros
ensinamentos acerca do
modo como ela deverá
se comportar.
• Em um lar onde os pais
mentem, por exemplo,
onde falam mal das
pessoas, tratam a criança
de modo grosseiro, é muito
provável que fora de casa
a criança também não vá
respeitar os outros",
referem os autores citados.
Os pais funcionam como
espelho.
• Para que a criança aprenda a
respeitar, ela deve também
ser respeitada pelos adultos,
continuam os autores.
Considerar sem importância o
que ela diz, não lhe dando
atenção, quando mães
mexem em seus pertences
sem avisar, sem pedir
permissão, zomba quando ela
chora ou mostra uma emoção
negativa, como medo, raiva
são atitudes de desrespeito à
criança.
• Às vezes, os objetos da casa
são mais valorizados do que
os filhos, por exemplo quando
ao quebrar um objeto
acidentalmente a criança
apanha ou é criticada
severamente.
• Por outro lado, alguns pais
ficam indiferentes quando seu
filho trapaceia no jogo ou
mesmo pega algum objeto em
lojas ou supermercados, sem
ser vista.
• Parreira e Marturano ( 1999 ) ressaltam a
importância de os pais estabelecerem
exigências claras de conduta para que as
crianças possam se desenvolver
plenamente em um ambiente familiar
harmonioso, baseado no respeito de um
para com o outro.
• Desse modo, é
necessário que os pais
conversem com os
filhos, orientem sobre
aquilo que é certo e o
que é errado, sobre as
conseqüências de agir
dessa ou daquela
maneira, sobre a
melhor forma de se
comportar.
• Mas é mais importante ainda que os
pais forneçam exemplos daquilo que
ensinam, porque os filhos observam
os pais com muita atenção e, se os
pais agem em desacordo com aquilo
que ensinam, caem no descrédito. As
crianças sempre acabam imitando o
comportamento dos pais.
• Muitas vezes, os pais não colocam regras
claras para serem seguidas pela criança no
dia a dia e esperam que ela se comporte
bem quando recebem uma visita ou quando
saem para dar um passeio. Como
conseqüência, a criança não corresponde
às expectativas, provocando irritação e as
vezes até mesmo castigos.
Para um relacionamento
harmonioso é preciso
identificar atitudes positivas
da criança, demonstrar que
seu comportamento está
correto, que os pais estão
satisfeitos com ela.
• Desse modo, a criança é valorizada e
seu comportamento correto será
estimulado para que ocorra outras
vezes. Segundo os autores, essa forma
de interação aproxima a criança dos
pais.
• Não se pode exigir perfeição nos
tarefas que a criança realiza, desde o
início. Seu esforço deve ser encorajado
e a criança deve ser ajudada a
conseguir melhores resultados, tanto
em suas atividades quanto em seus
comportamentos e relacionamentos.
• Atitude positiva dos pais, incentivo,
encorajamento e valorização das ações
adequadas proporcionam aprendizagem
de condutas socialmente aceitas, fazendo
com que a criança se sinta mais segura e
autoconfiante (Parreira e Marturano,
1999).
A DISCIPLINA
Neste estudo vamos nos referir à
importância da disciplina no
desenvolvimento da criança.
• Parreira e Marturano (1999) definem disciplina
como "um processo educacional, no qual a
criança aprende a deixar de lado as
satisfações imediatas, ou seja, deixa de querer
tudo na hora" (p.81) . É necessário que,
através da educação , a criança tenha
liberdade e seja encorajada a se expressar, de
um lado, e receba o treino para aceitar os
limites do outro.
• Para as autoras citadas, desde cedo a
criança precisa de alguns limites para
aprender a controlar-se, seguir regras e
normas. O autocontrole é uma condição
básica para adaptação às
responsabilidades da vida adulta.
• As autoras ainda referem na "na
maioria das vezes, um 'não' é uma
forma de querer bem à criança, de
demonstrar preocupação com ela, de
mostrar proteção" (p. 82). Muitos
jovens referem que não são amados
por seus pais porque permitem que
eles façam tudo o que querem.
• Os limites vão fazer com que a criança seja
disciplinada. Ela aprende a respeitar as
pessoas, as regras sociais, além de ser
respeitada.
• A disciplina, enquanto recurso formador de
bons hábitos e atitudes, deveria começar
desde o nascimento, com medidas simples,
como, por exemplo, a regularidade nos
cuidados diários e nas rotinas do lar.
• Para que se consiga manter a disciplina
no lar, é importante que os pais
coloquem regras claras de forma clara,
para que os filhos saibam o que podem
e o que não podem fazer, bem o porque
de cada regra. Essas regras devem ser
passadas às crianças com postura firme,
nunca em forma de brincadeira.
• Os pais devem manter constância em
relação ao que é permitido e ao que não é
permitido fazer: é incoerente um dia
permitir uma coisa e no outro dia proibir
exatamente a mesma coisa.
• Essa atitude deixa a criança confusa , sem
saber como deve se comportar, pensando
muitas vezes, que não é para levar a sério
aquilo que os pais dizem.
• Afirmam ainda as autoras
que, quando somente tais
condutas não forem
suficientes, os pais terão que
tomar atitudes mais firmes,
colocando conseqüências
para o comportamento da
criança: podem repreender,
retirar privilégios, isolar a
criança ou até mesmo aplicar
um corretivo para os
comportamentos mais graves.
• Nesses casos , a medida deve ser
anunciada com antecedência, para
que a criança tenha a oportunidade
de evitá-la, não apresentando
aquele comportamento.
• A regra e o corretivo devem fazer
parte de cotidiano para que a criança
possa ter controle sobre o que vai
acontecer. A mãe deve usar como
corretivo, por exemplo, não fazer festa
de aniversário ou não permitir ir a um
passeio especial, pois a criança pode
ficar ressentida.
• Quando a criança tem alguma atitude
que precisa ser corrigida, a correção
deve ser imediata ao comportamento.
• O corretivo não deve ter longa
duração, como por exemplo privar a
criança de brincadeiras por mais de
uma semana; um ou dois dias são
suficientes.
• Antes de corrigir a criança é importante
verificar se o problema é proveniente do
comportamento ou se lhe falta competência
para o comprimento de determinada ordem.
• Exemplo: uma criança pode deixar de fazer
a tarefa porque não quer parar de brincar
ou simplesmente porque não sabe. No caso
de falta de competência, não cabe aos pais
aplicar o corretivo à criança e sim ajudá-la
na dificuldade.
• É importante citar também aqui, que a
afetividade tem um papel fundamental no
processo da disciplina.
• Estabelecer com a criança uma relação
verdadeiramente afetuosa, amorosa,
prazerosa, facilitará o seu cumprimento às
regras, pois ela vai desejar corresponder às
atitudes positivas dos pais.
• Bibliografia:
• Kardec, A. O Livro dos Espíritos, perg. 685.
• Maldonado, M. T. Comunicação entre Pais e
Filhos. São Paulo: Saraiva, 1994.
• Parreira, V. L. C e Marturano, E. M. (1999).
Como ajudar seu filho na escola. São Paulo
Editora Ave Maria.
• Agosto de 2001 a Janeiro / 2002
Contribuição: Arlete Länzlinger
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