Revisão de Sociologia Profº Leandro de Araújo Crestani Ciências Sociais – para que? Sociedade Estado Economia Valores (cultura) Sociologia – produz conhecimento amplamente disseminado: mídia e empresas (índices, características demográficas, avaliações e formulação de projetos, pesquisas de opinião e de políticas públicas, etc). 2 Heranças • Humanismo clássico: por que vivemos em sociedade, por que e como construímos pactos sociais, quem – ou o que -conduz a história, para onde vamos? Livre arbítrio Estruturas – constrangimentos e incentivos Indivíduo x sociedade • Revolução Industrial e Francesa – ideal de emancipação e secularização (ciência x religião) • No século XIX estas questões adquirem caráter científico (metodologia + corpo teórico) 3 Século XIX • Industrialização - concentração da riqueza • Explosão demográfica • Urbanização Pobreza Revoltas Instituições mediadoras de conflitos? 4 Temas e perguntas • Evolução, progresso e ação humana • Conflito e mudança social • Qual é o papel da Sociologia? 5 Augusto Comte (1798-1857) • Cabe à Ciência Positiva identificar as leis naturais da sociedade para resolver problemas concretos • Como? Conhecendo o passado para deduzir a linha evolutiva que conduz ao futuro. • A história - progresso do espírito humano. Tal evolução está especialmente baseada no desenvolvimento da ciência. – Objetivos da Sociologia: reformar a sociedade e estabelecer a síntese do conhecimento científico (qual é a ordem que reina no mundo?) Resolução de problema concretos 6 Positivismo • Cabe ao legislador acelerar a expressão das qualidades humanas na melhor convivência social, desde que tenha conhecimento necessário. • Conflitos entre trabalhadores e empresários são imperfeições a serem solucionadas na sociedade industrial. • O homem é livre na medida em que compreende e consegue colocar as leis naturais a seu serviço e a mudança social processa-se, sem saltos, dentro da ordem - Sem ordem não há progresso. • A doutrina se transforma em dogma. O positivismo passa a atrair seguidores apaixonados em diferentes regimes republicanos do século XIX, inclusive no Brasil. 7 Karl Marx (1818-1883) • A idéia de evolução -- da qual toda noção de progresso é signatária -- também está presente e Marx: • Seu objetivo - demonstrar cientificamente a evolução inevitável do capitalismo e as contradições da sociedade moderna. • Principal característica da sociedade moderna: conflito capital x trabalho. O capitalismo, por ser eminentemente antagônico, caminhará em direção à sua auto-destruição. Cabe aos homens (proletários) acelerar o cumprimento desse destino histórico. – Mais do que o Positivismo, o Marxismo teve grande influência na história da humanidade, no século XX. 8 Emile Durkheim (1858-1917) • Sociologia - ciência positiva, ocupa-se do reino social e visa revelar as leis que o regem. Estuda os “fatos sociais” e tem método próprio. • Noção de conflito - o problema social não é de ordem econômica e sim de consenso (sentimentos partilhados). Na sociedade moderna tem-se uma integração insuficiente indivíduo-coletividade. • Sociologia pode contribuir para melhorar a sociedade por estudar cientificamente os fenômenos e identificar patologias sociais. Se um fenômeno é normal em uma coletividade, não cabe eliminá-lo. • Cabe, porém, difundir o conhecimento científico, ampliando o racionalismo e a autonomia individual. Noção clara de progresso 9 Max Weber (1864 -1920) • Objetivo da Sociologia - compreender a ação social, ou seja, captar o sentido que o ator dá a sua conduta. • Traço característico do mundo contemporâneo: o processo de racionalização crescente, típico da empresa econômica e da gestão burocrática do Estado. àDesencantamento do mundo x noção de progresso. • A ciência é um aspecto do processo de racionalização das sociedades modernas. Ela não é capaz de ensinar os homens a viver melhor, a organizarem-se ou predizer o futuro, porque sempre existirão dimensões da sociedade onde a ação social não racional prevalece e a ciência pode expressar-se, apenas, em termos de probabilidades. Progresso? 10 Resumo - Progresso • Durkheim: crescente divisão do trabalho, e integração social através da solidariedade orgânica (aperfeiçoamento moral). • Marx: utopia da sociedade comunista seria alcançada no decorrer de uma série de revoluções sociais. • Weber: tendência generalizada para a racionalização da vida e da organização social não significa necessariamente progresso. 11 AS CIÊNCIAS SOCIAIS NO BRASIL • 1930- fundação da Universidade de São Paulo e o conseqüente incremento da produção científica • Busca do Brasil verdadeiro (em oposição ao Brasil colonizado e estudado sob a visão etnocêntrica da Europa) • Nacionalismo • Gilberto Freyre: compreensão da formação da sociedade brasileira, discussão sobre miscigenação, regionalismo. • 1931 – Ministro Milton Campos introduz a disciplina de Sociologia no ensino médio 12 • Caio Prado Junior • Sergio Buarque de Holanda • Fernando de Azevedo 13 Gilberto Freyre: • Compreensão da formação da sociedade brasileira, • discussão sobre miscigenação, • regionalismo Obras: • Sobrados e Mocambos 14 Gilberto Freyre: “Entendia o nacionalismo como a fusão de raças, regiões, culturas e grupos sociais possibilitada pelas características do colonialismo no Brasil. Destacava, em especial, o papel do negro e do mestiço na adaptação da cultura européia aos trópicos e na formação da identidade cultural brasileira. Freyre acreditava ainda que a sociologia e a antropologia podiam auxiliar a administração do país, possibilitando a articulação sociocultural.”p. 306. 15 Sergio Buarque de Holanda • Raízes do Brasil Celso Furtado • Economista • Fundador da Cepal ( Comissão Econômica para América Latina) • “propõe uma interpretação histórica a realidade econômica e, em especial, do subdesenvolvimento, entendidos como fruto de relações internacionais.”p. 312 • Subdesenvolvivmento não como etapa, mas como condição mantida pelo capital externo ao Brasil. 16 Florestan Fernandes • sociólogo militante • Influencia do pensamento marxista • Sociedade brasileira dentro de padrões e estruturas • Estudo das relações sociais e da estrutura de classes da sociedade brasileira • Capitalismo dependente e o papel do intelectual 17 QUESTÃO DO TRABALHO E DO MEIO AMBIENTE Karl Marx e a crítica da sociedade capitalista A interpretação dialética • Analisa a história como um movimento • Movimento conseqüente das próprias ações dos homens • Reflexão crítica sobre a realidade • Somente a dialética consegue apreender os movimentos do real • Papel central do pensamento na apreensão do real • O pensamento está inserido no próprio real 18 “O Capital” Karl Marx. Teoria do valor de trabalho. • “Segundo a qual as mercadorias, produtos vendidos no mercado são trocados em proporção ao tempo de trabalho socialmente necessário para a sua produção”. Valor de uso • O produto do trabalho deve, antes de tudo responder a algumas necessidades humanas”. Valor de uso • Camisa • Água • Ar O tempo que determina o preço do produto. Mais-valia • “Consideremos que em um dia de trabalho de 8 horas, o trabalho de 4 horas basta para compor o valor total do salário a ser pago pelo patrão pelas 8 horas. As demais 4 horas são embolsadas pelo patrão. Mais-valia é o lucro do patrão. “o trabalho é alienado do trabalhador por que o produtor não detém, não possuir nem domina os meios de produção”. A alienação objetiva do homem do produto e do processo de seu trabalho é uma conseqüência da organização legal do capitalismo e desta divisão social. Duas formas de extração da maisvalia. •Absoluta: trabalho. Aumento da jornada de •Relativa: Aumento da intensidade do trabalho. Que pode se dar pelo incremento de tecnologia na produção, aumentando a produtividade da produção 29 Movimentos sociais: • • • • MST GLS Careca do ABC Entre Outros 30 A indústria cultural e a sociedade O domínio da razão humana que se deu através do Iluminismo deixou os valores humanos em segundo plano em troca do interesse econômico. THEODOR ADORNO (19031969) • Consiste na produção cultural como mercadoria, de acordo com os mesmos princípios de acumulação capitalista que regem a produção geral das mercadorias, tais como a exploração do trabalho intelectual e sua subordinação aos objetivos da acumulação; • O uso intensivo do trabalho mediante novas tecnologias; • A subordinação do trabalhador ao ritmo da máquina e o parcelamento das funções. • Nesse contexto a cultura é produzida em série como produto “cultural” padronizado a ser comprado, vendido e consumido como qualquer bem perecível. 33