A Antiguidade Clássica Grécia A Grécia antiga desenvolveu-se na península balcânica. Pobreza no solo: expansão marítima. Limite agrícola e motivação comercial externa. Relevo montanhoso e muitas ilhas: favorecimento à formação das polis e à expansão externa. O povoamento da Grécia A península Balcânica foi povoada pelos indo-europeus entre 2000 a. C e 1200 a. C. O homem grego foi o resultado da miscigenação entre indo-europeus (aqueus, eólios, jônios, e dórios) e os pelasgos (ou pelágios). Aqueus fundaram a cidade de Micenas, que aos poucos estavam dominando a costa balcânica e derrotando a civilização cretense (Lenda do Minotauro). Expansão dos micênicos - Guerra de Tróia. Invasão e conquista dos guerreiros dóricos – Primeira Diáspora Grega. Os Tempos Homéricos (séc. XII a. C. ao séc. VIII a. C.) Ilíada (Guerra de Tróia) e Odisséia (aventuras de Ulisses) são obras atribuídas a Homero. Comunidades gentílicas (genos) – comunidades simples (sem propriedade, comércio ou moedas), sociedade igualitária, economia rural coletiva e poder patriarcal (paterfamilias - dotado de poder religioso e militar). Hierarquia social: pater, primogênito, filhos por ordem de nascimento e parentes mais distantes. Não havia diferenças econômicas, por isso, a sociedade era considerada igualitária. Crescimento populacional, limites agrícolas, expansão, comércio e guerras (Segunda Diáspora Grega) levaram à desintegração do sistema gentílico. Primeira Diáspora foi em direção a Ásia Menor, enquanto a Segunda Diáspora voltou-se para o Mediterrâneo ocidental (Magna Grécia). Paterfamilias – dividiu as terras e privilegiou seus parentes próximos (sociedade desigual). Genos – Fratrias – Tribos – Cidades-Estados. O Período Arcaico (séc. VIII a. C. ao séc. VI a. C.) Pólis – cidades-estados independentes politicamente e economicamente, formadas por aglomerados rurais e urbanos. Atenas e Esparta são as duas pólis mais importantes (existiam aproximadamente 110 pólis). Esparta Situada no Peloponeso, em uma raríssima planície fértil da Grécia (Lacônia). A propriedade em Esparta era estatal – a terra era dividida em lotes e doada vitaliciamente aos espartanos (origem dórica), onde inúmeros servos, chamados de hilotas (antigos aqueus de Missênia). O comércio complementava a economia da polis, sendo que os espartanos eram proibidos de atuar no comercio, esta atividade era controlada pelos periecos (aqueus que habitavam a periferia). Xenofobia – aversão ao estranho, ao estrangeiro. Economia auto-suficiente Organização social estratificada: Espartanos (detentores de terra e poder político) Periecos (aqueus livres que dominavam o comercio, mas não tinha direitos políticos e participavam do exército quando necessário) Hilotas (aqueus escravizados nas guerras messênicas). Política: Diarquia hereditária (dois reis com funções militares e executivas) Gerúsia (senado composto por 28 ou 30 senhores de mais de 60 anos com funções legislativas) Ápela (assembléia de homens espartanos com mias de 30 anos com funções consultivas) Éforos (5 magistrados eleitos anualmente com funções judiciais e de fiscalização sobre os demais órgãos). Educação que impunha os principais valores, enfatizando o aprimoramento físico (militarismo) Kripitia – eliminação sumária de hilotas (pelos espartanos) se fosse necessário para controle populacional. Atenas Atenas destacou-se como o maior centro cultural, político e econômico da Grécia Com a desintegração dos genos, os grupos sociais ficaram divididos em: eupátridas (melhores terras), georgóis (piores terras) e os thetas (não receberam terras). Política: Monarquia foi à primeira forma de governo ateniense com Basileu (rei de origem eupátrida) Areópago: conselho legislativo (eupátridas) assumiu o controle das cidades. Oligarquias: o poder político estava nas mãos de uma pequena elite rica (aristrocacia). Georgóis, thetas e os demiurgos (comerciantes) fizeram grandes pressões por mudanças na estrutura política. Drácon legislador (fim do séc. VII a.C.) que introduziu o primeiro conjunto de leis escritas, no ano de 621 a. C. Esse código tinha como objetivo reduzir o descontentamento geral. Ele permitia que as pessoas comuns apelassem para a lei escrita. Sólon foi um famoso legislador que pôs fim nos privilégios tradicionais e na prisão por dividas; reagrupou os cidadãos em quatro classes, segundo a renda de cada um. Tirania: aristocracia centraliza o poder político (a força). Psísrato foi o primeiro tirano. Clístenes: aperfeiçoou a obra de Sólon, e ficou conhecido como o criador da democracia. [Ostracismo: suspensão de direitos e exílio por 10 anos dos cidadãos considerados perigosos ao Estado] Eclésia e Boulê: assembléia legislativa, órgão político de extrema importância. Heliae: tribunais de justiça. Estrategos: militares executivos. Péricles: estadista grego. Seu nome serviu para designar o mais brilhante período da história ateniense. Foi chefe do governo de Atenas durante 15 anos, e a "época de Péricles" passou a representar tudo o que havia de mais elevado na arte e na ciência da Antiguidade. Atenas prosperou economicamente, sobretudo por suas relações comerciais nas áreas dos mares Egeu e Negro com as colônias da Ásia Menor. O Período Clássico (séc. V a. C. ao séc. IV a. C.) As Guerras Médicas foram uma série de conflitos bélicos entre as poleis gregas e os persas. O rei Dário I, dos persas invadiu a Jônia, que, mesmo com ajuda de diversas cidades, incluindo Atenas, foi conquistada. O auxílio que os atenienses deram aos jônios acabou servindo de pretexto para a continuidade do imperialismo persa. Os atenienses, chefiados por Milcíades (-550/-489), conseguiram rechaçar os persas na planície de Maratona. Xerxes (486 a. C. – 465 a. C.), filho de Dario I (522 a. C. – 486 a. C.), comandou dez anos depois (480 a. C.) uma invasão à Grécia, em grande escala. Algumas cidades gregas, lideradas por Atenas e Esparta, formaram uma coalização para enfrentar o invasor; outras, como Tebas, submeteram-se aos persas. Inicialmente, os persas venceram os gregos invadindo e saqueando Atenas. A frota ateniense, porém, comandada por Temístocles (524 a. C. – 459 a. C.), conseguiu destruir a frota persa em Salamina e mudou o rumo da guerra. Durante o século V, o poder político se polarizou entre atenienses e espartanos. Atenas agregou diversas poleis a uma poderosa aliança política e econômica conhecida por Liga (ou confederação) de Delos; os espartanos, por sua vez, organizaram a poderosa Liga (ou confederação) do Peloponeso. Os interesses dos dois grupos logo entraram em choque, pois Atenas com uso de sua esquadra pressionava seus aliados a permanecerem coligados e a continuar a pagar os tributos. Guerra do Peloponeso (431 a. C. – 404 a. C): conflito entre Liga de Delos e a Liga do Peloponeso foi vencida pelos espartanos, o que acarretou a perda de quase todo o poderio político e financeiro que Atenas havia adquirido nos anos anteriores. A supremacia de Esparta, que foi derrotada pela cidade de Tebas na batalha de Leuctras, durou até 371 a. C.. Tebas é derrotada nove anos depois por uma coligação entre Esparta e Atenas. O Período Macedônico (338 – 146 a. C) Aproveitado-se da fraqueza das cidades gregas, o rei Felipe II da Macedônia (batalha de Queronéia 338 a. C) invadiu-as com seu exército e pôs fim à autonomia das poleis gregas. Felipe II queria conquistar o Império Persa, mais foi assassinado antes em Péla, capital da Macedônia, e quem assumiu foi seu filho Alexandre III, o Grande. Alexandre foi educado por Aristóteles, por isso tinha uma mentalidade tipicamente grega. Alexandre, o Grande, derrotou as tropas de Dario III (334 a. C.), conquistou a Fenícia e o Egito também, sendo que, em 331 a. C., proclamou-se rei dos persas. Tentou expandir seu império até o Indo, mas por rebeliões internas teve que voltar e instalou sua capital na Babilônia, onde morreu aos 33 anos. Helenismo: fusão da cultura grega com a cultura oriental. A cultura grega e a cultura helenística O pensamento grego tinha por base a razão humana e, por isso, supervalorizava o homem (antropocentrismo), o que muito influenciou o racionalismo ocidental. Os artistas e pensadores que fizeram da cultura grega uma das mais importantes pertenciam, em geral, a uma elite sustentada por uma massa de escravos e pequenos camponeses. A Religião grega Politeísta antropomórfica: crença em vários deuses que, semelhantes aos homens, eram dotados das mesmas fraquezas, paixões e virtudes. O Monte Olimpo era a morada dos deuses. Principais divindades: Zeus (senhor de todos os deuses); Hera (esposa e irmã de Zeus, protetora das mulheres e do casamento); Atena (filha de Zeus, deusa da razão e da sabedoria); Apolo (deus da luz e das artes); Afrodite (deusa do amor); Hermes (mensageiro dos deuses e deus do comércio); Posêidon (deus das águas) Hades (deus dos mortos). A Filosofia Grega Filosofia: “amor à sabedoria” / busca de explicações racionais para compreender o universo, a vida, o homem. A filosofia surgiu no período arcaico, com a Escola de Mileto, que tinha como representantes Tales, Anaxímenes e Anaximandro. Segundo as concepções dessa escola, tudo o que existia na natureza se originava de um elemento básico: água, ar, fogo, terra ou matéria. Pitagóricos (seguidores de Pitágoras): acreditavam que o número era a essência de todas as coisas. Sofistas: eram professores viajantes que, por determinado preço, vendiam ensinamentos práticos de filosofia. Levando em consideração os interesses dos alunos, davam aulas de eloqüência e sagacidade mental. Ensinavam conhecimentos úteis para o sucesso dos negócios públicos e privados. As lições sofísticas tinham como objetivo o desenvolvimento do poder de argumentação, da habilidade retórica, do conhecimento de doutrinas divergentes. Eles transmitiam todo um jogo de palavras, raciocínios e concepções que seria utilizado na arte de convencer as pessoas, driblando as teses dos adversários. Segundo essas concepções, não haveria uma verdade única, absoluta. Tudo seria relativo ao homem, ao momento, a um conjunto de fatores e circunstâncias. Sócrates (469-399 a.C.), um dos maiores pensadores de todos os tempos, pretendia nada saber e dizia que todos já possuíam o conhecimento do que era correto dentro de si. Para trazer esse conhecimento à tona, ele fazia perguntas bem dirigidas e questionava sistematicamente seus interlocutores a fim de que a sabedoria aflorasse. A suprema sabedoria seria, aparentemente, o conhecimento do bem, ou pelo menos o reconhecimento honesto da própria ignorância. Platão (429-347 a.C.), admirador e discípulo de Sócrates, fundou a Academia de Atenas, famosa escola de Filosofia em que mestre e discípulos viviam em comum, debatendo constantemente os mais variados temas. Ao lado de idéias fundamentalmente teóricas, como a contraposição das aparências à realidade, a crença na existência de uma alma eterna e na vida após a morte, Platão propunha, de forma eminentemente prática, que a cidade ideal deveria ser governada por um rei-filósofo. Aristóteles (384-322 a.C.) foi o mais importante dos discípulos de Platão. Ao contrário de seu mestre, mais preocupado com questões transcendentais, Aristóteles acreditava que o conhecimento devia ser procurado no mundo material e real. Fundou, para isso, o Liceu de Atenas, escola em que ele e seus discípulos dedicaram suas vidas à discussão filosófica, estudo, ensino e pesquisas em larga escala, abrangendo praticamente todo o conhecimento da época. A Lógica, uma das mais importantes disciplinas filosóficas, foi estabelecida por Aristóteles. Filosofia Helenística Estoicismo: fundada por Zenão, os estóicos acreditavam que o homem consegue seu maior bem, que é a felicidade, seguindo a razão, libertando-se das paixões e concentrando-se apenas nas coisas que pode controlar. Epicurismo: fundada por Epicuro de Atenas, pregava a obtenção do prazer (prática da virtude), base da felicidade humana, e defendia o afastamento dos aspectos negativos da vida. Ceticismo: o primeiro dos grandes céticos gregos foi Pirro. Sua filosofia caracterizava-se por negar que o homem pudesse atingir a verdade, e por admitir que só se podiam conhecer as aparências das coisas, mas sem proclamá-las como verdadeiras. Em moral, recomendava que se procurasse atingir a felicidade através de uma atitude negativa, de uma ausência total de paixões. Os Historiadores Gregos Heródoto: Assumiu o compromisso de escrever a história do mundo até a sua época. O orador romano Cícero chamou-o de Pai da História . Heródoto deve a sua fama aos nove livros que escreveu sobre a ascensão do Império Persa, as invasões persas da Grécia em 490 e 480 a.C., a luta heróica dos gregos contra os invasores e sua vitória final. Tucídides: Foi o primeiro historiador científico do mundo. Sua História da guerra do Peloponeso abrange 21 dos 28 anos dessa guerra. Tucídides escreveu crítica e objetivamente. Ele revelou muita habilidade ao analisar as personalidades e mostrar as relações de causa e efeito dos acontecimentos históricos.