A pós-graduação em museologia no Brasil e os diálogos possíveis Carlos Alberto Ávila Araújo Universidade Federal de Minas Gerais 1. Algumas iniciativas • 2003, OCDE, Hedstrom e King: conceito de LAM • Grupo de trabalho LAMMS (IFLA); Europeana; CoLIS 2016 • EUA: Cultural Heritage Information Professionals; Beyond the silos of the LAMS • Inglaterra: Discovery Project; França: Políticas culturais (Accart, 2014); Suécia Upsalla, Lund; Espanha: Anabad; Nova Zelância (GLAMs); Open Knowledge Foundation • Encuentro Latinoamericano de Bibliotecarios, Archivistas y Museólogos (EBAM) desde 2009 • Brasil: Integrar (CIBACDM), SP, 2002, 2006, 2016 • Seminário Nacional de Patrimônios, Museus, Arquivos e Bibliotecas – set 2016; III Remig BH out 2016 • I Encontro de Estudantes de ABM – Rio 2016; Enemu 2016; Enearq 2016; Enebd 2016 • Mercosul de Biblio 2016 – diálogos com ABM • Acordo IBRAM, AN e FBN 2013 2. Dimensão formativa no Brasil: cenário institucional UFAM UFPA UFPb UFPE UFBA UnB UFG UFMG UFES Unesp UEL UFSC UFRGS FURG Unirio UFF 3. Diálogo ABM • Do Renascimento ao século XIX – ciências das coleções (patrimônio), das instituições e das técnicas • Século XX – atravessadas pelas correntes teóricas das CSH • a) Funcionalismo – Arquivos correntes, teoria do valor, gestão de documentos, dinamização (A), movimento pelas bibliotecas públicas, referência, leis da biblio (B), educação museal, museu imaginário, comunicação, tipologia de museus (M) • b) Crítica – critérios arquivísticos, políticas nacionais, mal estar (A), ação cultural, extensão, teoria marxista (B), museu autoritário, antimuseu, sociologia dos públicos, comunidade imaginada, museologia crítica (M) • c) Sujeitos/construtivismo – liberalização acesso, necessidades, cidadania (A), comunidade, leitura, avaliação, abordagem de processo (B), estudos de visitantes, comportamental, aprendizagem, modelo tridimensional, teoria dos filtros, modelo sociocognitivo (M) • d) Representação/semiótica – records group, teoria estruturalista, diplomática, normas (A), requisitos funcionais, classificação bibliográfica, teoria facetada, linguagens de indexação (B), documentação museológica, estudos culturais, práticas de significação (M) 3.1. Perspectivas atuais (final XX/séc XXI) • A: Arquivística integrada, arquivística pósmoderna, objeto “archivalia”, “archivalization”, accountability, história oral, arquivos pessoais • B: Nova biblioteconomia, competência informacional, biblioteca 2.0, curadoria digital • M: Nova museologia, ecomuseu, patrimônio imaterial, “museal”, museum informatics • Ideias comuns: interação/construção social, mediação, apropriação, relação cultura material/imaterial, espaços extrainstitucionais • “Por que” em vez do “como” 4. A ciência da informação • Documentação Europa final século XIX (“pós-custodial”) • Rompimento com a biblioteconomia – Ala/SLA 1908 • Os primeiros cientistas da informação – Inglaterra, URSS e EUA 1958 • Do microfilme ao computador – Bush 1945 • Teoria Matemática da Comunicação – Shannon e Weaver, 1949 4.1. Evolução conceitual K (S) + I = K (S + S) Modelo físico/sintático Comunicação científica Caracterização das fontes formais e informais de informação Avaliação dos serviços e sistemas de informação Garvey, Griffith, Ziman, Meadows Modelo cognitivo/semântico Fluxos, colégios invisíveis e gatekeepers Comunicação da informação científica Crane, Crawford, Zaltman, Beaver Sistemas orientados para usuários Vakkari, Fugmann, Ingwersen Representação da informação Sistemas de classificação e linguagem controlada Lancaster, Vickery, Foskett Usuários da informação Uso da informação Line, Paisley, Bernal, Urquhart Comportamento informacional Wilson, Dervin, Nilan, Ellis, Todd Gestão da informação Gestão de recursos informacionais Sauermann, Cook, Berry, Taylor Gestão da informação e do conhecimento Nonaka, Takeuchi, Senge, Davenport, Prusak Disseminação, extensão Guinchat, Menou, Machlup Políticas de informação Inclusão Wersig, Nevelling, Mattelart Leis bibliométricas Lotka, Bradford, Zipf Análise de citações Solla Price, Garfield, Donohue Economia política da informação Estudos métricos da informação Modelo social/pragmático Redes Dimensões políticas e culturais da ICT Escience Acesso livre Mulkay, Holton, Lievrouw Classificações facetadas Marcação social, folksonomias, ontologias Ruthven, Gnoli, Spiteri, Broughton Práticas informacionais Savolainen, McKenzie, Talja, Tuominen, Erdelez Contextos organizacionais Cultura organizacional Orientação informacional Choo, Fahey, Marchand. Kettinger, Rollins Sociedade em rede, cibercultura, capitalismo cognitivo Lojkine, Day, Braman, Allard, Qayyum, McCausland Cientometria, visualização de literaturas, redes White, McCain, Wormell, Cooper, Blair Sujeito Sujeito Instrumentos para potencializar esse processo Transferência Instrumentos para potencializar esse processo Documento Documento Informação = o “conteúdo objetivo” do documento que é transferido Transferência física ou construção de novos documentos/representantes Uso de tecnologias/técnicas de processamento Conhecimento Dado = Documento Instrumentos e sistemas voltados para duplicar o processo cognitivo de busca da informação Informação = aquilo que altera a estrutura de conhecimento Resultado do efeito do dado na mente do sujeito Ato de IN-FORMAR: produzir registros materiais do conhecimento Instituições e sistemas que atuam nesse processo Ser humano agente Desenvolve a todo momento ações pedagógicas, administrativas, jurídicas, culturais, sociais, etc Acervo social do conhecimento Ato de SE IN-FORMAR: utilizar/se apropriar dos registros materiais do conhecimento • O que é informação para a CI? • Quatro cruzamentos • Fenômeno de linguagem: sintático, semântico, pragmático • Fenômeno social: ordem, conflito, construção (três movimentos do pensamento: positivo, crítico e fenomenológico) • Fenômeno de conhecimento: objetivo, subjetivo, intersubjetivo • Interesses do conhecimento (Habermas): técnico, compreensivo e emancipatório 4.2. Perspectivas atuais para a CI • Assumiu-se enquanto ciência social, pósmoderna e interdisciplinar • Diversas outras manifestações além dos contextos originais – information studies (Canadá), sciences de l’information et de la communication (França), information sciences (países nórdicos), documentación y información (Espanha), além da América Latina • Pauta do diálogo com ABM – uma “outra” CI (superar mal entendidos) Informação, mediações e cultura • Episteme (Foucault): Renascimento, Postivismo/cientificismo, CSH/Pós-modernidade • Desafios do conhecimento (Burke): coletar, analisar, disseminar, empregar • Retornar à noção mesma de “informação” e à vida social • Berger e Luckmann – ações humanas de externalizar e internalizar – construção social da realidade, memória social (Halbwachs), imaginário (Castoriadis), representações sociais (Moscovici) – CULTURA • Objetivação (segunda ordem, sedimentação) – estabilização (Frohmann) – MEDIAÇÕES • Garfinkel, 1952: a vida humana é o que faz com que “informação” seja informação • Reconstrução do conceito de informação