GENE EXPRESSION

Propaganda
Estrutura Gênica e Definição de Termos
 Gene: toda a seqüência de ácido nucléico que é necessária
para a síntese de um polipeptídeo funcional ou molécula de
RNA.
 Promotor: a seqüência mínima necessária do DNA que é
reconhecida pela RNA polimerase para que a transcrição se
inicie corretamente. Faz parte do gene.
 Elementos Reguladores em Cis: segmentos de DNA que
antecedem a seqüência codificadora e regulam a iniciação da
transcrição. Fazem parte do gene.
 Unidade de Transcrição: segmento de DNA que codifica a
seqüência no transcrito primário.
1
Estrutura Gênica e Definição de Termos (2)
 Transcrição: processo de formação de RNA a partir de uma
fita molde de DNA.
 Splicing: Corte seletivo do transcrito primário.
 Transcrito primário: segmento de RNA com os introns e os
exons.
 Exon: segmento do DNA que é transcrito em RNA e traduzido
em proteína.
 Intron: Segmento de DNA que é transcrito para o RNA, mas é
cortado antes da tradução.
 Tradução: processo de formação de uma proteína nos
ribossomos usando o RNAm para determinar a seqüência de
aminoácidos.
2
3
EXPRESSÃO GÊNICA
A expressão gênica é o processo em que a informação
contida em um determinado gene é decodificada em
uma proteína.
Regulação da expressão gênica em qualquer uma das
etapas do processo pode levar a uma expressão gênica
diferencial.
Expressão constitutiva ocorre para genes
indispensáveis à sobrevivência, os quais expressam-se
em todas as células, o tempo todo.
4
Objetivos da regulação da expressão gênica
Bactérias:
 o controle da expressão gênica serve principalmente para
permitir que as células se ajustem às mudanças
nutricionais no ambiente, de forma que o seu crescimento e
divisão sejam otimizados.
Organismos multicelulares:
 a expressão gênica controlada regula um programa
genético fundamental para o desenvolvimento embrionário
e a diferenciação.
5
Expressão gênica em bactérias
6
Operon de E. coli
 Operon
 Séries de genes que codificam para produtos
específicos e os elementos reguladores que
controlam esses genes.
 Lac operon
 Segmento de DNA necessário para a
produção de enzimas responsáveis pelo
metabolismo da lactose.
7
Lac operon - Definição
Genes estruturais para o metabolismo da lactose
são expressos apenas quando a lactose está
presente no meio de incubação da bactéria.
Como o operon controla a expressão dos
genes?
Repressão
Ativação
8
Partes do Lac operon
 Operador (O)
 segmento do DNA no qual se liga uma
proteína inibidora que bloqueia a transcrição.
 Promoter (P)
 segmento do DNA reconhecido pela RNA
polimerase e que promove a transcrição.
 Genes estruturais (z, y, a)
 Genes que codificam para polipeptídeos
específicos.
9
Partes do Lac Operon
Seqüência que
codifica a
proteína
repressora (i) e
seu promotor (p)
p = promotor
o = operador
Lac operon
z, y, a = genes
estruturais
10
Repressão
 Quando a lactose está ausente:
Um proteína repressora liga-se ao DNA na seqüência do
operador (o) e impede a ligação da RNA polimerase ao
DNA
• Resultado: Não ocorre transcrição dos genes
que codificam para as enzimas que metabolizam
lactose (z, y, a).
 O controle da transcrição é devido ao gene regulador (i) que
codifica para a produção da proteína repressora.
 A seqüência de DNA que codifica a proteína repressora (i)
não faz parte do Lac operon.
11
Ativação
 Início da transcrição só ocorre quando a proteína
repressora é retirada.
 Quando a lactose está presente, liga-se à proteína
repressora no operador (o)
Resultado: A proteína repressora desliga-se do DNA e a
RNA polimerase pode iniciar a transcrição dos genes
estruturais (z, y, a).
 Lactose é o indutor da expressão gênica, pois sua
presença resulta na indução da expressão dos genes.
12
REPRESSÃO
Ausência de
lactose
Proteína
repressora
ATIVAÇÃO
Presença de
lactose
lactose
13
Expressão Gênica em Eucariotos
14
Expressão Gênica em Eucariotos
 Genomas são muito maiores em eucariotos do que em
procariotos.
 DNA dos eucariotos está localizado em vários
cromossomos ao invés de um único cromossomos
circular dos procariotos.
 Os eucariotos são geralmente multicelulares,
 Diferentes tipos células precisam produzir diferentes
proteínas;
 Nem todos os genes serão expressos em todas as células.
 Não são encontrados operons nos eucariotos.
15
Como uma célula eucariótica controla
quais proteínas que ela fabrica?
Controlando quando e como um determinado gene é
transcrito;
Controlando como um transcrito primário de RNA sofre
o “splicing” ou é processado;
Selecionando quais RNAm são traduzidos;
Ativando ou inativando seletivamente as proteínas
depois da sua síntese.
 Controlando a velocidade de degradação das
proteínas ativas.
16
Pontos de controle da expressão
gênica em eucariotos
17
Morfogênese: plantas vs. animais
Animais:
 Movimentos de células e tecidos são
necessários no desenvolvimento
embrionário para chegar à forma final
do organismo.
 Continuidade do desenvolvimento
nos adultos restrito à diferenciação
de células continuamente repostas
ao longo da vida.
Plantas:
 Morfogênese e crescimento ao longo
de toda a vida da planta;
 Meristemas apicais mantém-se com
características embrionária,
responsáveis pelo contínuo
crescimento das plantas.
18
Expressão gênica diferencial
 As diferenças entre células advém das
diferença na expressão gênica (genes ligados
e desligados), e não da diferença nos
genomas.
Evidências:
 Equivalência Genômica: todas as células de
um organismo tem os mesmos genes.
 Totipotência: células podem manter o
potencial zigótico para formar todas partes do
organismo maduro (células vegetais;
clonagem)
 Determinação: restrição do potencial de
desenvolvimento, resultando na limitação das
possibilidades de desenvolvimento de cada
célula à medida que o embrião se desenvolve;
alteração nos RNAm transcritos.
19
Técnicas para detectar
expressão gênica diferencial
Eletroforese
bidimensional
20
Determinação  Diferenciação
 Determinação: à medida que o embrião se
desenvolve, o destino possível de cada célula
torna-se mais limitado.
 Diferenciação: especialização das células
depende do controle da expressão gênica.
 Indução: a habilidade de um grupo de células
embrionárias em influenciar o desenvolvimento
de outro; determinantes citoplásmicos que
regulam a expressão gênica. (efeito de
vizinhança)
 Genes homeóticos: genes que controlam o
plano corporal global através do controle do
destino de desenvolvimento de grupos de
células.
21
Diferenças na iniciação da transcrição
entre eucariotos e bactérias (1)
RNA-polimerase:
 Bactérias contêm um único tipo de RNA-polimerase,
 Células eucarióticas apresentam três tipos:
• RNA-polimerase I ,
• RNA-polimerase II e
• RNA-polimerase III .
Início da transcrição:
 A RNA-polimerase bacteriana é capaz de iniciar a transcrição
sem o auxílio de proteínas adicionais.
 As RNA-polimerases eucarióticas precisam da ajuda de várias
proteínas: os fatores gerais de transcrição.
22
Diferenças na Iniciação da Transcrição
em Eucariotos e Bactérias (2)
Seqüências reguladoras:
 Em eucariotos, tais seqüências podem estar localizadas no
DNA a milhares de pares de nucleotídeos distante do promotor
de um gene;
 Em bactérias, os genes são freqüentemente controlados por
uma única seqüência regulatória, tipicamente localizada
próxima ao promotor.
 A iniciação da transcrição em eucariotos deve levar em
consideração a compactação do DNA nos nucleossomos e
as formas mais compactas da estrutura da cromatina.
23
As Três RNA-Polimerases das
Células Eucarióticas
 RNA-polimerase I - transcreve os genes para rRNA.
 RNA-polimerase II - transcreve todos os genes que
codificam proteínas, mais alguns genes que codificam
pequenos RNAs (p.ex., aqueles presentes nos
“spliceossomos”).
 RNA-polimerase III – transcreve os genes de tRNAs,
rRNA 5S e genes para pequenos RNAs estruturais.
24
Fatores Gerais de Transcrição
Os fatores gerais de transcrição são proteínas
responsáveis:
 pelo posicionamento correto da RNA-polimerase
no promotor;
 ajudam na separação das fitas de DNA, para
permitir o início da transcrição e
 liberam a RNA-polimerase do promotor quando a
transcrição se inicia.
25
Etapas na formação do
complexo de iniciação da
transcrição em eucariotos
 TFIID liga-se a região TATA,
possibilitando a ligação de TFIIB.
 A seguir ligam-se o TFIIF e RNApolimerase II.
 TFIIE, TFIIH e TFIIJ então se juntam
ao complexo.
 TFIIH usa ATP para fosforilar a
RNA-polimerase II, mudando a sua
conformação e liberando a RNApolimerase do complexo e
 Início da transcrição.
Fatores de Transcrição Seletivos
 Os promotores isolados são geralmente ineficientes. Fatores de
transcrição seletivos ligam-se à região “upstream” e a “enhancers” e
aumentam a iniciação da transcrição.
 Proteínas adicionais (mediadores, coativadores) podem ser necessárias
para estimular a transcrição.
 Proteínas que se ligam a seqüências de “enhancer” devem atuar de forma
semelhante àquelas que se ligam próximas ao promotor.
 O DNA entre o “enhancer” e o promotor forma uma alça para permitir que
as proteínas ativadoras ligadas ao “enhancer” façam contato com as
proteínas ligadas ao promotor.
 As proteínas reguladoras da expressão gênica (repressores e ativadores)
podem influenciar a iniciação da transcrição, mesmo quando estão ligadas
no DNA a milhares de pares de nucleotídeos distante do promotor.
27
Fatores de Transcrição Seletivos
Fatores de transcrição
seletivos
Fatores de
transcrição
gerais
28
Domínios Funcionais dos Fatores de
Transcrição Seletivos
São seqüências de aminoácidos no fator de transcrição:
Domínio de ligação ao DNA - liga a proteína no sítio de ligação
do DNA.
Seqüências de localização nuclear – necessárias para o
transporte da proteína para dentro do núcleo.
Domínio de ativação transcricional - realiza o contato com os
fatores gerais de transcrição.
Região de dimerização – requerido para formar homo- ou
heterodímeros com outras proteínas.
Domínio de ligação de ligante – necessário para ligação de
composto que pode funcionar como ativador do fator.
29
Motivos de ligação nos fatores de transcrição
 Homeodomínio – consiste de três -hélices adjacentes. A maior parte do
contato com as bases do DNA é feita pela hélice 3. Exemplos: proteínas
Hox e outras proteínas reguladoras do desenvolvimento.
 Dedo de zinco (Zinc finger) - Esse motivo é constituido de uma -hélice
e uma folha  pregueada unidas por um íon zinco. Exemplos:
receptores de hormônios esteróides, Sp1.
 Região básica e zíper de leucina (ou bZip) – A região básica serve para o
contato com o DNA e o zíper de leucina serve para a formação do dímero.
Exemplos: Fos, Jun (complexos Fos-Jun teriam função central na
mediação de resposta nuclear a sinais na superfície celular)
 Hélice-alça-hélice – Contém um motivo estrutural muito semelhante a bzip, exceto que uma alça não helicoidal separa as duas -hélices em
cada monômero. Exemplo: MyoD (fator regulador importante na
determinação e diferenciação de músculo).
30
Zipper de leucina
31
Genes Eucarióticos São Regulados por
Combinação de Proteínas
A maioria das proteínas reguladoras de genes atuam
como parte de um “comitê” de proteínas reguladoras,
todas essenciais para a expressão de um determinado
gene na célula correta, em reposta a uma dada condição,
no tempo certo e no nível requerido.
O termo controle combinatorial refere-se a forma como
grupos de proteínas trabalham juntas para determinar a
expressão de um único gene.
32
Ação de
fatores de
transcrição
gerais e
seletivos
33
Uma única proteína pode coordenar a
expressão de diferentes genes
 Embora o controle da expressão gênica em eucariotos seja
combinatorial, o efeito de uma única proteína reguladora pode
ser decisiva para ligar e desligar, simplesmente completando a
combinação necessária para ativar ou reprimir um gene.
 Exemplo: Em seres humanos, o receptor de glicocorticóide. Para
se ligar aos sítios no DNA, o receptor precisa formar um
complexo com uma molécula de um hormônio esteróide (p.ex.
cortisol). Em resposta aos hormônios glicocorticóides, as
células do fígado aumentam a expressão de vários genes.
34
Efeito de uma única proteína reguladora
na diferenciação celular
 Estudos com células musculares em diferenciação, em
meio de cultura, possibilitaram a identificação de
proteínas reguladoras importantes, expressadas
somente em células musculares, que coordenam a
expressão gênica.
 Quando o gene que codifica uma dessas proteínas
reguladoras, MyoD, é introduzido em fibroblastos, eles
passam a se comportar como mioblastos e fundem-se
para formar células semelhantes às musculares.
35
Um Único Gene que Codifica uma Proteína Reguladora
Pode Estimular a Formação de um Órgão Inteiro
Estudos sobre o desenvolvimento de olho em Drosophila,
camundongo e humanos mostraram que um único gene
que codifica uma proteína reguladora (Ey em moscas e
Pax6 em vertebrados) é crucial para o desenvolvimento do
olho.
Quando expressado num tipo celular apropriado, Ey pode
desencadear a formação do órgão inteiro (olho), composto
de diferentes tipos de células, todas corretamente
organizadas no espaço tridimensional.
36
Influência da Estrutura da Cromatina na
Transcrição em Eucariotos
A maior parte do DNA em uma célula eucariótica está
complexada nos nucleossomos e a estrutura espiralada
dificulta o acesso de fatores de transcrição e da RNApolimerase.
 A iniciação da transcrição depende da remoção dos
nucleossomos da região promotora do gene.
 Durante
a síntese de DNA, quando os nucleossomos são
substituídos, poderia haver competição entre as histonas e os
fatores de transcrição (p.ex. TFIID) pelos sítios promotores.
 A ligação e ruptura dos nucleossomos por ativadores.
37
Empacotamento do DNA e
a expressão gênica
 O empacotamento do DNA ao
redor das histonas pode silenciar
grandes trechos do genoma, às
vezes de maneira não reversível
em determinados tipos celulares.
38
Ruptura e Reorganização do Nucleossomo
Complexos poderiam estar envolvidos na ruptura dos
nucleossomos:
 Participação
de fator GAGA e fator de remodelamento de
nucleossomo (nucleosome-remodeling factor, NURF)
 Participação do complexo SW1/SNF
 Existe uma boa correlação entre acetilação de histona e a atividade
transcricional da cromatina.
Competição entre histonas e fatores de transcrição poderia
estar envolvida no controle da expressão gênica.
39
Desmontagem
dos
nucleossomos
 Enquanto o TATA
box está enovelado
no nucleossomo,
não se inicia a
ligação dos fatores
gerais de
transcrição.
40
Regiões Controladoras de Lócus (Locus
Control Regions, LCRs)
Regiões controladoras de lócus (LCRs) são seqüências
de DNA essenciais para o estabelecimento de uma
configuração “aberta” da cromatina.
Elas são capazes de inibir a transcrição normal de áreas
relativamente grandes contendo vários genes. Um dos
mais bem estudados é o LCR que controla a expressão
tecido-específica da família de -globin.
41
42
Expressão diferencial em função da
etapa do desenvolvimento
Vida intra-uterina
43
44
“Splicing” diferencial do transcrito primário
46
Metilação do promotor e
inatividade gênica
 Em células sangüíneas vermelhas de humanos e de galinhas, o
DNA que codifica para a síntese de globina está completamente
(ou quase completamente) não-metilado.
 O gene de ovalbumina de galinha não está metilado nas células
do oviduto, mas metilado nos outros tecidos.
 Nos somitos de camundongo, a demetilação de um “enhancer” de
MyoD antecede a transcrição do gene MyoD e é essencial para a
especificação dessas células como precursoras de músculo.
47
Um pouco de regulação da expressão gênica
nos separa dos ...
Genomas 98,5% idênticos
48
Download