Introdução à Microeconomia • O que é um mercado? Um mercado é um grupo de compradores e vendedores que interagem entre si, resultando na possibilidade de trocas; Os mercados estão no centro da atividade econômica, e muitas das questões e temas mais interessantes na economia são relacionados com o modo de funcionamento dos mercados; • Mercados competitivos versus mercados não-competitivos Um mercado integralmente competitivo possui muitos compradores e vendedores, de tal modo que nenhum comprador ou vendedor tenha individualmente impacto significativo sobre os preços; • Preço de mercado Em um mercado integralmente competitivo, um único preço geralmente prevalecerá – o preço de mercado. Em mercados que não são integralmente competitivos, empresas poderão cobrar preços diferentes pelo mesmo produto. Isto poderia ocorrer em virtude de uma companhia estar tentando ganhar clientes da concorrência, ou devido ao fato de clientes serem leais a determinadas marcas, permitindo que algumas empresas cobrem preços mais altos do que a concorrência; Introdução à Microeconomia • A extensão do mercado A extensão de um mercado refere-se às suas fronteiras, tanto geográficas quanto em termos de faixa de produtos que nele são inseridos. • Preços reais versus preços nominais Frequentemente desejamos comparar o preço de uma mercadoria hoje com seu preço no passado ou com o seu provável preço no futuro. Para que tais comparações sejam coerentes, necessitamos medir os valores em relação ao nível geral de preços. É necessário fazer a correção em termos de inflação sempre que compararmos preços através do tempo. Isto significa que estaremos medindo os preços em termos reais, e não em termos nominais; O preço nominal de uma mercadoria é apenas o seu preço absoluto. Por exemplo, o preço nominal de um litro de leite em 1970 era cerca de $ 0,40, em 1980 era de aproximadamente $ 0,65. Esses são os preços que você vê no supermercado. Introdução à Microeconomia O preço real de uma mercadoria é o preço relativo a uma medida agregada dos preços. Uma medida agregada dos preços são os índices inflacionários, como por exemplo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC); Por exemplo: Após efetuada a correção referente à inflação, será que o leite estaria mais caro em 1990 do que em 1970? Para encontrarmos a resposta, devemos calcular o preço do leite em 1990 em termo de reais de 1970. O INPC era de 38,8% no ano de 1970, tendo subido para 130,2% em 1990. Portanto, em reais de 1970, o preço do leite era, preço nominal em 1990 = $0,80 Preço real do leite em 1990 = Preço real do leite em 1990 = INPC 1970 ___________ X preço nominal em 1990 INPC 1990 38,8 ___________ X $0,80 130,2 = $0,24 Vantagem absoluta x vantagem comparativa Vantagem absoluta A capacidade de um indivíduo, empresa ou país de produzir maior quantidade de um bem ou serviço do que os concorrentes, usando a mesma quantidade de recursos. Vantagem comparativa A capacidade de um indivíduo, empresa ou país de produzir um bem ou serviço a um custo de oportunidade mais baixo do que os concorrentes. Vantagem absoluta x vantagem comparativa A base do comércio é a vantagem comparativa e não a vantagem absoluta. Os indivíduos, empresas e países serão mais prósperos se especializarem-se em produzir bens e serviços nos quais possuam uma vantagem comparativa e se obtiverem os outros bens ou serviços dos quais precisam por meio do comércio. Demanda A Lei da Demanda diz que há uma correlação inversa entre preços e quantidades demandadas, ceteris paribus (expressão latina que significa tudo o mais constante, como a renda do consumidor (Y), os preços de outros bens (PY) e as preferências dos consumidores (G)). Quanto maior for o preço, menor será a quantidade demandada do bem que o consumidor estará disposto a adquirir e vice-versa. preço DX = f (PX, Y, PY, G) Os gostos das pessoas se baseiam em forças históricas ou psicológicas que estão fora do campo de estudo da economia. quantidade Variações na curva de demanda Variação na Quantidade Demandada – Movimento ao Longo da Curva de Demanda – Causada por uma variação no preço do produto Preço Pão de queijo Qtid Dem Preço 70 0 63 1 56 2 49 3 7 9 0 10 $10 70 Quant pão de queijo Preço Preço Variações na curva de demanda Variação demanda Quant Variação quantidade demandada Quant - Renda do consumidor (Y) - Preço do produto ou - Preferências (G) serviço (PX) - Preço dos bens relacionados – substitutos ou complementares (PY) DX = f (PX, Y, PY, G) - População Teoria da Demanda • Expectativas: suas expectativas em relação ao futuro podem afetar hoje a sua demanda por um bem ou serviço. Por exemplo, se você espera um aumento em sua renda a partir do mês que vem, você pode estar disposto a gastar parte de sua poupança na compra de sorvetes. Outro exemplo, se você espera uma queda no preço do sorvete amanhã, você pode estar menos disposto a comprar hoje um picolé; Curva de Demanda • Vimos que muitas variáveis afetam a demanda. Por enquanto, imagine que todas essas variáveis, exceto o preço, permaneçam constantes. Vejamos como o preço afeta a quantidade demandada; Preço da Casquinha de sorvete $3,00 A linha inclinada para baixo, que relaciona o preço e quantidade demanda, é denominada curva de demanda $2,50 $2,00 $1,50 $1,00 $0,50 0 2 4 6 8 10 12 Quantidade de casquinhas de sorvete Curva de Demanda • A demanda de mercado é o somatório de todas as demandas individuais por um dado bem ou serviço. Uma vez que a demanda de mercado deriva das demandas individuais, a quantidade demandada no mercado depende dos fatores que determinam a quantidade demandada por compradores individuais; • A quantidade demandada pelo mercado não depende apenas do preço do bem, mas das demais variáveis que afetam a demanda. Como estamos interessados em analisar o funcionamento dos mercados, trabalharemos, em geral, com a curva de demanda de mercado. Ela nos mostra como a quantidade total demandada de um bem varia quando o preço do bem varia; Oferta Oferta é dependente de uma série de variáveis, tais como: - preço do bem (PX), - preço dos insumos (PINS), - tecnologia (T), - preço dos demais bens (PY). OX = f (PX, PINS., T, PY) preço Quantidade ofertada: a quantidade ofertada de um bem ou serviço é a quantidade que o produtor planeja vender em determinado período a um determinado preço. Quanto maior for o preço, maior será a quantidade ofertada em determinado período de tempo, ceteris paribus. quantidade Variações na curva de oferta Oferta Semanal de Pães de Queijo O que está por trás da curva de oferta? os custos Fatores Fixos: quantidade não pode ser alterada no curto prazo – Custos Fixos Fatores Variáveis: quantidade pode ser ajustada no curto prazo – Custos Variáveis P Qtid Ofert Preço 0 0 7 1 14 2 21 3 63 9 70 10 $6 Custo Total: Custo Fixo + Custo Variável – Custo Médio – Custo Marginal 42 Q Preço Preço Variações na curva de oferta Variação oferta Variação quantidade ofertada Quant Quant Preços dos Insumos (PINS) - Preço do produto ou serviço - Tecnologia empregada (T), - Preço bens relacionados (PY): - - Preço do bem (PX) substitutos e complementares - Número de ofertantes OX = f (PX, PINS., T, PY) Determinantes da Oferta Ex • Preço do bem: o preço do sorvete é um dos determinantes da quantidade oferecida. Quando o preço do sorvete é alto, a venda de sorvete é lucrativa e, portanto, a quantidade oferecida é grande. Uma vez que a quantidade oferecida aumenta à medida que o preço aumenta e cai quando o preço se reduz, dizemos que a quantidade oferecida se relaciona positivamente com o preço do bem. A relação entre o preço e a quantidade oferecida é chamada lei da oferta: tudo o mais mantido constante, quando o preço de um bem aumenta, a quantidade oferecida do bem também aumenta; • Preços dos insumos: para produzir um determinado bem são utilizados diversos insumos. Quando o preço de um ou mais desses insumos aumenta, a produção se torna menos lucrativa e a empresa oferecerá menos. Se o preço dos insumos subir demais, pode ser preferível fechar a fábrica e não oferecer nenhum bem. Portanto, a quantidade oferecida se relaciona negativamente com o preço dos insumos usados na sua fabricação; Ponto de Equilíbrio De forma inversa, quando ocorre um excesso de demanda frente a uma mesma oferta existe a tendência de que os preços negociados dos produtos subam. É o que chamaríamos de escassez de bens. Preço A interação entre a demanda e a oferta por bens e serviços determina o preço e a quantidade de equilíbrio no mercado. As negociações entre consumidores e produtores funcionam da seguinte maneira: quando ocorre um excesso de oferta de bens frente à demanda, existe uma tendência natural a que ocorra uma sobra de produtos no mercado. Esta sobra tende a puxar os preços dos produtos para baixo. Excesso oferta Ponto de Equilíbrio Excesso demanda Quant Oferta e Demanda em conjunto Preço da Casquinha de sorvete $3,00 Oferta Excesso $2,50 $2,00 $1,50 $1,00 Demanda $0,50 0 2 4 Quantidade demandada • 6 8 10 12 Quantidade de casquinhas de sorvete Quantidade ofertada Há um excesso de bem: os fornecedores não conseguem vender tudo o que desejam ao preço corrente. Esta situação é denominada excesso de oferta. Quando há excesso de oferta no mercado de sorvetes, por exemplo, os vendedores vêem seus congeladores abarrotados. Eles respondem ao excesso de oferta reduzindo os preços. Os preços continuam a cair até que haja equilíbrio. Oferta e Demanda em conjunto Preço da Casquinha de sorvete $3,00 Oferta $2,50 $2,00 $1,50 $1,00 Escassez Demanda $0,50 0 • 2 4 6 Quantidade oferecida 8 10 Quantidade demandada 12 Quantidade de casquinhas de sorvete Há escassez de bem: os compradores, ao preço vigente, não conseguem comprar tudo o que desejam. Esta situação é denominada escassez. Quando ocorre escassez no mercado de sorvete, por exemplo, os compradores fazem filas para comprar o produto. Em vista dos muitos compradores atrás de poucos bens, os vendedores respondem à escassez aumentando os preços sem prejuízo das vendas. Enquanto os preços sobem, o mercado se move ao equilíbrio; Alterações do Equilíbrio Exemplo: Uma mudança na demanda – suponha que em um determinado verão faça muito calor. Como isto aferraria o mercado de sorvetes? Para responder sigamos as três etapas: 1. O calor afeta a curva alterando o desejo Isto é, o clima altera a quantidade de desejam consumir a qualquer preço. permanece inalterada porque o clima as empresas que vendem sorvete; por sorvete das pessoas. sorvete que as pessoas A curva de oferta não afeta diretamente 2. Como o calor aumenta o consumo de sorvete, a curva de demanda se desloca para a direita. Ocorre o deslocamento da curva de demanda de D1 para D2. Este deslocamento indica que a quantidade de sorvete consumido é maior qualquer que seja o preço; 3. O aumento na demanda aumenta o preço de equilíbrio de $2 para $2,5 e a quantidade de equilíbrio de 7 para 10 casquinhas. Em outras palavras, o clima quente aumenta o preço de sorvete e a quantidade de sorvete vendido; Alterações do Equilíbrio 1. O calor aumenta a demanda por sorvete... Preço da Casquinha de sorvete $3,00 2. provocando um aumento dos preços... Oferta Novo equilíbrio $2,50 $2,00 Equilíbrio inicial $1,50 D2 $1,00 D1 $0,50 0 7 3. ...e um aumento na quantidade vendida. 10 Quantidade de casquinhas de sorvete Alterações do Equilíbrio Exemplo: Uma mudança na oferta– suponha que, num outro verão, um terremoto destrói várias fábricas de sorvete. Como este acontecimento afetará o mercado de sorvetes? Mais uma vez, para responder à pergunta, seguiremos os três passos: 1. O terremoto afeta a curva de oferta. Ao reduzir o número de vendedores, o terremoto altera a quantidade de sorvete que as empresas produzem e vendem a um preço dado qualquer. A curva de demanda permanece inalterada porque o terremoto não muda diretamente a quantidade de sorvete que as pessoas desejam comprar; 2. A curva de oferta se desloca para a esquerda porque, a qualquer preço, a quantidade total de sorvete que as empresas desejam e podem vender é menor. Esta redução na oferta é um deslocamento da curva de oferta de S1 para S2; 3. O deslocamento da curva de oferta provoca um aumento do preço de equilíbrio de $2 para $2,5 e reduz a quantidade de equilíbrio de 7 para 4 casquinhas de sorvete. Em consequência do terremoto, o preço do sorvete aumenta e a quantidade vendida diminui; Alterações do Equilíbrio 1. Um terremoto reduz a oferta de sorvete... S2 Preço da Casquinha de sorvete $3,00 2. provocando um aumento dos preços... S1 Novo equilíbrio $2,50 $2,00 Equilíbrio inicial $1,50 $1,00 Demanda $0,50 0 4 Quantidade de casquinhas de sorvete 7 3. ...e uma redução na quantidade vendida. Alterações do Equilíbrio Exemplo: Uma alteração simultânea na oferta e demanda – agora imaginemos que a onda de calor e o terremoto ocorram simultaneamente. Para analisar esta combinação de circunstâncias seguiremos, mais uma vez, os três passos: 1. Verificamos que ambas as curvas se deslocam. A onda de calor afeta a curva de demanda porque altera a quantidade de sorvete que as pessoas desejam adquirir, a qualquer preço. Ao mesmo tempo, o terremoto altera a curva de oferta porque muda a quantidade de sorvete que as empresas desejam vender, a qualquer preço; 2. As curvas se deslocam na mesma direção em que se movimentaram nas análises anteriores: a curva de demanda se desloca para a direita e a curva de oferta, para a esquerda; 3. Há dois resultados possíveis, dependendo da extensão relativa dos deslocamentos da demanda e a oferta. No painel (a) a demanda aumenta significativamente, enquanto a redução da oferta é bastante pequena e a quantidade de equilíbrio também aumenta. No painel (b) ocorre o oposto, a oferta se reduz substancialmente enquanto a demanda aumenta ligeiramente e a quantidade de equilíbrio diminui. Portanto, estes fatos certamente aumentam o preço do sorvete, mas seu impacto sobre a quantidade de sorvete vendido é ambíguo; Alterações do Equilíbrio Painel A Grande aumento na demanda Preço da Casquinha de sorvete Pequena redução na oferta S2 S1 Novo equilíbrio P2 P1 Equilíbrio inicial D2 D1 0 Q1 Q2 Quantidade de casquinhas de sorvete Alterações do Equilíbrio Painel B Pequeno aumento na demanda Preço da Casquinha de sorvete S2 Novo equilíbrio S1 P2 Equilíbrio inicial P1 D2 D1 0 Q2 Q1 Quantidade de casquinhas de sorvete Alterações do Equilíbrio – Oferta e Demanda • Quadro resumo: NENHUMA MUDANÇA NA UM AUMENTO NA OFERTA OFERTA NENHUMA MUDANÇA NA DEMANDA UM AUMENTO DA DEMANDA UMA REDUÇÃO DA DEMANDA • UMA REDUÇÃO DA OFERTA P igual P cai P aumenta Q igual Q aumenta Q cai P aumenta P ambíguo P aumenta Q aumenta Q aumenta Q ambígua P cai P cai P ambígua Q cai Q ambígua Q cai Nas economias de mercado, os preços são sinais que orientam as decisões econômicas e assim alocam os recursos escassos. Para cada um dos bens da economia, o preço assegura que oferta e demanda se igualem. O preço de equilíbrio determina o quanto os compradores compram e o quanto os produtores vendem; Elasticidade - preço da demanda Elasticidade : resposta, medida em termos de variação percentual, de uma determinada variável a mudança, também medida em valores percentuais, em algum de seus determinantes. Elasticidade-preço da demanda : Relação entre a resposta percentual da quantidade demandada a variações percentuais no preço do bem. ED = variação % na quantidade demandada = Δ Q / Q variação % no preço ΔP/P Relevante: apenas a magnitude, e não o sinal. É um número puro Elasticidade Demanda por copos de refrigerante, o aumento de 10% no preço (de R$ 1,00 para R$ 1,10) provoca uma redução na quantidade demandada de 5% (de 1.000 copos para 950 copos) 950 – 1000 -50 ED = 1000 = 1000 1,1 – 1,0 0,1 1,0 1,0 Elasticidade-preço da demanda é 0,5: = -0,05 = 0,5 0,1 Classificação Elasticidade-Preço Demanda Classificação dos bens pela elasticidade-preço da demanda. Valor da Elasticidade-Preço Demanda Impacto da Variação no Preço sobre Quantidade Demandada Demanda Menor que 1 Proporcionalmente menor É Inelástica em relação ao preço Igual a 1 Proporcionalmente igual Tem Elasticidade Unitária em relação ao preço Maior que 1 Proporcionalmente maior É Elástica em relação ao preço Preço Classificação Elasticidade demanda elástica: variações positivas nos preços, o consumo por tal bem tende a ser amplamente diminuído - Dem elástica Dem inelástica Quant demanda inelástica: variações nos preços tendem a ser mais bem aceitas pelos consumidores, ou seja, eles aceitam arcar com a maior parte do ônus da tributação, possibilitando, por conseqüência, maior margem ao produtor de poder transferir ao consumidor o máximo de imposto possível (ex. sal) - Determinantes Elasticidade-Preço Demanda Disponibilidade de substitutos Proporção da renda gasta com o bem ou serviço analisado Bens essenciais x bens de luxo – supérfluos. Definição de mercado Horizonte de tempo Elasticidade–renda / cruzada demanda Elasticidade-renda da demanda : Relação entre a variação percentual na demanda como resposta a variações no nível de renda dos consumidores EY = variação % na quantidade demandada = Δ Q / Q variação % da renda do consumidor ΔY/Y Elasticidade-cruzada da demanda : Relação entre a resposta percentual da demanda a variações percentuais no preço de um bem relacionado, que pode ser tanto um substituto como um complementar. EPr = variação % na quantidade demandada = Δ Q / Q var % no preço de um bem relacionado Δ Pr / Pr Fim Cap5 Elasticidade-preço da oferta Elasticidade-preço da oferta : Relação entre a resposta percentual da quantidade ofertada a variações percentuais no preço do bem. EO = variação % na quantidade ofertada = variação % no preço Δ Qo / Qo ΔP/P Determinantes elasticidade da oferta Capacidade de reação dos produtores: é + fácil promover variações na quant. ofertada em setores/ empresas em que existe muita capacid. ociosa do que naqueles em que se está trabalhando no limite dos recursos produtivos. Natureza do processo produtivo: setores com + restrições produtivas, por ex. , o cafeeiro ou o siderúrgico terão elasticidade-preço da oferta inferior a setores com menos restrições produtivas, como o de vestuário ou calçados Prazo: no LP a capacid. de reação dos agentes econ. é maior o que se reflete em uma oferta + elástica comparativamente ao curto prazo. Elasticidades e suas aplicações • O preço do produto se ajusta para equilibrar as quantidades oferecidas e demandas. Para aplicar esta análise básica à compreensão do impacto de uma pesquisa, por exemplo, precisamos de mais uma ferramenta: o conceito de elasticidade. A elasticidade mede a resposta dos compradores e vendedores às alterações nas condições do mercado, permitindo-nos analisar a oferta e a demanda com maior precisão. Elasticidade da demanda • Observamos que os compradores em geral demandam maiores quantidades de um bem quando seu preço é baixo, quando suas rendas são maiores ou quando os preços dos bens complementares são menores. Nossa análise da demanda foi qualitativa, não quantitativa. Isto é, observamos a direção do movimento da quantidade demandada mas não a dimensão da variação. Para medir a resposta da demanda às alterações em seus determinantes, os economistas usam o conceito de elasticidade. Elasticidade-preço da demanda • A lei da demanda afirma que uma queda no preço de um bem aumenta a quantidade demandada. A elasticidade-preço da demanda mede o quanto a quantidade demandada responde a variações no preço. Diz-se que a demanda de um bem é elástica se a quantidade demandada responde substancialmente a variações no preço. Diz-se que a demanda é inelástica se a quantidade demandada responde ligeiramente a variações no preço; O que determina se a demanda por um bem é elástica ou inelástica? • Como a demanda por qualquer bem depende das preferências do consumidor, a elasticidade-preço da demanda depende de um grande número de forças econômicas, sociais e psicológicas que moldam os desejos individuais. Elasticidade-preço da demanda •Necessidades versus supérfluos: os bens necessários tendem a ter demandas inelásticas. Quando o preço da consulta médica sobe, as pessoas não alteram drasticamente a frequência das visitas ao consultório, embora possam espaçá-las um pouco. Obviamente, a classificação de um bem como necessário ou supérfluo não depende das propriedades intrínsecas do bem mas das preferências do comprador; •Disponibilidade de substitutos próximos: bens que dispõem de substitutos próximos tendem a ter uma demanda mais elástica porque é mais fácil para os consumidores trocar um bem por outro. Por exemplo, manteiga e margarina são substitutos próximos; •Definição de mercado: a elasticidade da demanda em qualquer mercado depende de como são traçados os limites do mercado. Mercados definidos de forma restrita tendem a ter uma demanda mais elástica do que mercados definidos de forma mais ampla, uma vez que é mais fácil encontrar substitutos próximos para bens definidos de forma restrita. Elasticidade-preço da demanda e seus determinantes • Por exemplo, suponha que um aumento de 10% no preço da casquinha de sorvete provoque uma queda de 20% nas suas compras de sorvete. Calculamos sua elasticidade-preço da demanda como: Elasticidade-preço da demanda = 20 por cento _________________ = 2 10 por cento • No exemplo, a elasticidade é igual a 2, implicando que a variação na quantidade demandada é duas vezes maior do que a variação do preço; • Como a quantidade demandada de um bem se relaciona negativamente com seu preço, a variação percentual da quantidade terá sempre o sinal oposto ao da variação percentual do preço. • No exemplo a variação percentual do preço é de (refletindo um aumento) e a variação percentual da 20% negativos (refletindo uma redução). Portanto, preço da demanda são às vezes representadas negativos. 10% positivos quantidade é de as elasticidadescomo números Elasticidade-preço da demanda • Adotaremos a prática bastante comum de ignorar o sinal de menos e representar todas as elasticidades como números positivos (valores absolutos). Com esta convenção, uma alta elasticidade-preço implica uma grande resposta da quantidade às variações no preço; Situações distintas de elasticidade • Demanda elástica: uma variação % no preço provoca uma variação % maior na quantidade demandada; Os bens que apresentam este tipo de elasticidade são denominados supérfluos Situações distintas de elasticidade • Demanda com elasticidade unitária: uma variação % no preço resulta em uma variação % igual na quantidade demandada; Os bens que apresentam este tipo de elasticidade são denominados bens normais Situações distintas de elasticidade • Demanda inelástica: uma variação % no preço resulta em uma variação % menor na quantidade demandada; Os bens que apresentam este tipo de elasticidade são denominados bens de subsistência ou necessários Necessidade e bens econômicos • Necessidades – sensação da falta de alguma coisa unida ao desejo de satisfazê-la, e estas necessidades humanas são ilimitadas. • Bens – é tudo aquilo que permite satisfazer uma ou várias necessidades humanas. • Podem ser classificados quanto à raridade: • Bens livres – existem em quantidade ilimitada e podem ser obtidos com pouco ou nenhum esforço humano. Ex. a luz solar, o ar, o mar, que são bens porque satisfazem necessidades, mas cuja utilização não implica em relações de ordem econômica. A principal característica dos bens livres é a de que não possuem um preço ( têm preço zero). • Bens econômicos – são escassos e supõem a ocorrência de esforço humano na sua obtenção. Apresentam como característica básica o fato de terem um preço. Necessidade e bens econômicos Quanto à natureza, os bens econômicos são classificados em: • Bens materiais – são tangíveis, podem ser atribuídas características como peso, altura, forma etc. Alimentos, roupas, livros e outros. • Bens Imateriais ou serviços – são intangíveis, não podem ser apalpados, ex. serviços de um advogado, médico, educação, transporte, marcas, patentes e registros que acabam no mesmo momento de sua produção, onde a prestação de serviços e sua utilização são praticamente instantâneas, outra característica é que estes bens não podem ser estocados. Necessidade e bens econômicos Quanto ao destino, os bens materiais são classificados em: • Bens de Consumo – são aqueles diretamente utilizados para a satisfação das necessidades humanas, podem ser de uso não durável, ou seja, desaparecem com sua utilização (alimentos, cigarros, combustíveis, bebidas etc), ou de uso durável, que têm como característica o fato de que podem ser usados por muito tempo (móveis, eletrodomésticos etc.). • Bens de Capital ou Bens de Produção são aqueles que permitem produzir outros bens, ex. as máquinas agrícolas, computadores, equipamentos, instalações, edifícios etc.Tanto os bens de consumo quanto os bens de capital são classificados como Bens Finais, uma vez que já passaram por todos os processos de transformação possíveis, significando que estão acabados. Necessidade e bens econômicos • Existem ainda os bens intermediários que ainda precisam ser transformados para atingir sua forma definitiva, são produtos utilizados no processo de produção de outros produtos. Ex. fertilizantes, cimento, aço, vidro, borracha, celulose, algodão, madeira etc. • Os bens, podem ainda ser classificados em Bens Privados e Bens Públicos. Os Bens Privados são os produzidos e possuídos privadamente ou individualmente. Ex. automóveis, eletrodomésticos etc. Os Bens Públicos ou coletivos são aqueles cujo o consumo é feito por várias pessoas. Como exemplo podemos citar um parque público, escolas, bibliotecas, hospitais, igrejas, museus etc. Equipamentos coletivos é toda a infra-estrutura que um governo coloca à disposição da comunidade. • O Bens suntuários ou supérfluos – são todos aqueles bens que não atendem uma necessidade imediata (básica). Ex. jóias, perfumes etc. Variedades das Curvas de Demanda Demanda perfeitamente inelástica: elasticidade igual a 0 Preço Demanda $3,00 1. Um aumento no preço... $2,50 $2,00 $1,50 $1,00 $0,50 0 100 2. Deixa a quantidade demanda inalterada Quantidade Variedades das Curvas de Demanda Demanda perfeitamente elástica: elasticidade infinita Preço 2. A qualquer preço superior a $2,00, a quantidade demandada é zero $3,00 $2,50 $2,00 Demanda $1,50 3. A um preço inferior a $2,00, a quantidade demandada é infinita 2. A um preço exatamente de $2,00, os consumidores compram qualquer quantidade $1,00 $0,50 0 Quantidade Elasticidades e Receita Total • Receita Total: é a quantidade de dinheiro paga por compradores e recebidas por vendedores após a venda de um bem; • É calculada como o preço do bem multiplicado pela quantidade vendida daquele bem: Preço Demanda $3,00 $2,50 $2,00 $1,50 $1,00 P X Q = 150 $0,50 0 100 Quantidade Elasticidades e Receita Total Como varia a receita total à medida que nos deslocamos ao longo da curva de demanda? • Depende da elasticidade-preço da demanda: • Demanda inelástica: quando a elasticidade-preço da demanda é menor do que 1, um aumento de preços aumenta a receita total e uma queda nos preços a reduz; um aumento no preço provoca um crescimento na receita total; • Demanda elástica: quando a elasticidade-preço da demanda é maior do que 1, um aumento de preços reduz a receita total e uma queda nos preços eleva a receita total; um aumento no preço provoca uma redução na receita total; • Elasticidade unitária: no caso especial da demanda com elasticidade unitária, uma variação no preço não afeta a receita total; 0 100 Elasticidades e Receita Total Em pontos em que o preço é baixo e a quantidade grande, a curva de demanda é inelástica. Em pontos onde o preço é alto e a quantidade pequena, a curva é elástica; Teoria da Demanda • Uma renda menor significa que que você tem menos dinheiro para seus gastos totais, de modo que você teria que gastar menos com alguns – e provavelmente com todos os – bens. Se a demanda por um bem cai, quando a renda cai, chamamos esse bem de normal; Bem normal: um bem para o qual, tudo o mais mantido constante, um aumento na renda provoca um aumento na quantidade • Se a demanda por um bem aumenta quando a renda cai, diz-se que o bem é inferior. Um exemplo de bem inferior são as viagens de ônibus. Se sua renda cair, é mais difícil que você compre um carro ou ande de táxi, e é mais provável que você ande de ônibus; Bem inferior: aquele cuja quantidade demandada diminui, tudo o mais mantido constante, quando a renda aumenta Elasticidade-Renda da Demanda • Mede o quanto a quantidade demandada de um bem varia dada uma alteração na renda dos indivíduos; • É calculada pela divisão da variação percentual na quantidade demandada pela variação percentual da renda; Elasticidade-renda da demanda = Variação percentual da quantidade demandada ______________________________________ Variação percentual da renda Bens normais: aumento na renda gera aumento na quantidade demandada deste tipo de bem; Bens inferiores: aumento na renda gera diminuição na quantidade demandada deste tipo de bem; Teoria da Demanda • Preços de produtos relacionados: quando a queda de um preço de um bem reduz a demanda por outro bem, dizemos que se trata de bens substitutos. Exemplo: iogurte congelado e sorvete Bens substitutos: dois bens para os quais, tudo o mais mantido constante, um aumento no preço de um deles aumenta a demanda pelo outro; • Quando a queda no preço de um bem aumenta a demanda por outro bem, os bens são chamados de complementares. Outros pares de bens complementares são gasolina e automóveis, computadores e softwares. Bens complementares: bens para os quais o aumento no preço de um dos bens leva a uma redução na demanda pelo outro bem; Elasticidade-Cruzada da Demanda • Mede o quanto varia a quantidade demandada de um bem quando o preço de um outro bem varia; • É calculada como variação percentual da quantidade demandada do bem 1 dividida pela variação percentual no preço do bem 2; Elasticidade-cruzada da demanda = Variação percentual da quantidade demandada do bem 1 ______________________________________ Variação percentual no preço do bem 2 Bens substitutos: a elasticidade-cruzada é positiva; a quantidade demandada do bem 1 e o preço do bem 2 se movem na mesma direção Bens complementares: a elasticidade-cruzada é negativa; aumento no preço do bem 1 reduz a quantidade demandada do bem 2 Elasticidade–renda / cruzada demanda Elasticidade-renda da demanda : Relação entre a variação percentual na demanda como resposta a variações no nível de renda dos consumidores EY = variação % na quantidade demandada = Δ Q / Q variação % da renda do consumidor ΔY/Y Elasticidade-cruzada da demanda : Relação entre a resposta percentual da demanda a variações percentuais no preço de um bem relacionado, que pode ser tanto um substituto como um complementar. EPr = variação % na quantidade demandada = Δ Q / Q var % no preço de um bem relacionado Δ Pr / Pr Elasticidade e suas aplicações • Exemplo: Porque a OPEP não conseguiu manter os preços do petróleo altos? • Na década de 1970 os países membros da OPEP decidiram aumentar o preço mundial do petróleo para aumentar a renda de seus países. Para atingir tal objetivo reduziram conjuntamente a quantidade oferecida de petróleo; • De 1973 a 1974, o preço do petróleo aumentou mais de 50% (já descontada a inflação do período). Alguns anos depois, a OPEP fez o mesmo outra vez. O preço do petróleo aumentou 14% em 1979, 34% em 1980 e mais 34% em 1981; • A OPEP encontrou dificuldades para manter a elevação dos preços. De 1982 a 1985 os preços do petróleo registraram um declínio constante de cerca de 10% ao ano. Seguiu-se um período de insatisfação e desorganização entre os países da OPEP. Em 1986 a cooperação entre os países da OPEP estava destruída e os preços do petróleo caíram 45%. Em 1990 os preços do petróleo tinham voltados aos níveis de 1970 e assim permaneceu na maior parte da década; Elasticidade e suas aplicações • O episódio mostra como a oferta e a demanda podem ter comportamentos distintos no curto e longo prazo; No curto prazo, tanto a oferta quanto a demanda de petróleo são bastante inelásticas; • A oferta é inelástica porque a quantidade conhecida de reservas petrolíferas e a capacidade de extração não podem ser alteradas rapidamente; a demanda é inelástica porque os hábitos de compra não respondem imediatamente às variações de preço; muitos proprietários de carros antigos, bebedores de gasolina, por exemplo, continuaram a pagar preços mais altos; Elasticidade e suas aplicações • No longo prazo a situação é diferente; num período mais países que não fazem parte da OPEP respondem aos preços mais altos aumentando a prospecção de petróleo e construindo nova capacidade de extração; os consumidores procuram conservar mais o combustível, substituindo, por exemplo, os velhos carros ineficientes por novos automóveis mais eficientes; no longo prazo as curvas de oferta e demanda são mais elásticas, causando um aumento menor no preço; • Esta análise demonstra porque a OPEP só conseguiu mantes altos os preços no curto prazo; em consequência, a redução coordenada na oferta dos países da OPEP se mostrou menos lucrativa no longo prazo.