Disciplina: Geografia Professor (a): Kátia Silene MODALIDADE: EJA – Ensino Médio PERÍODO 3º Período Texto complementar Data: 10/03/2016 Nome do Aluno: Sistema socioeconômico – Socialismo O socialismo é um sistema político-econômico ou uma linha de pensamento criado no século XIX para confrontar o liberalismo e o capitalismo. A idéia foi desenvolvida a partir da realidade na qual o trabalhador era subordinado naquele momento, como baixos salários, enorme jornada de trabalho entre outras. Nesse sentido, o socialismo propõe a extinção da propriedade privada dos meios de produção e a tomada do poder por parte do proletariado e controle do Estado e divisão igualitária da renda. Os precursores dessa corrente de pensamento foram Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858), conhecidos como criadores do socialismo utópico. O socialismo utópico tinha como objetivo a criação de uma sociedade ideal, que seria alcançada de forma pacífica graças à boa vontade da burguesia. O nome socialismo utópico surgiu graças à obra "Utopia" de Thomas More, sendo que a utopia é referente a algo que não existe ou não pode ser alcançado. De acordo com os socialistas utópicos, o sistema socialista se instalaria de forma lenta e gradual. Outros pensadores importantes que se enquadram no socialismo científico, também conhecido como marxismo, são os conhecidos Karl Marx e Friedrich Engels. O socialismo científico era uma corrente oposta ao socialismo utópico E tinha como base a análise crítica e científica do capitalismo. Os socialistas científicos criticavam o socialismo utópico porque viam nesta corrente uma passividade e uma utopia, pois esperavam que os indivíduos exploradores ganhassem uma consciência social para que as reformas fossem postas em prática. O socialismo científico tinha objetivos semelhantes, mas tinha uma visão menos "romântica", pois previa melhores condições de trabalho e de vida para os trabalhadores através de uma revolução proletária e da luta armada. Apesar das idéias socialistas terem sido criadas ainda no século XIX, foram somente no século XX colocadas em vigor. O primeiro país a implantar esse regime político foi a Rússia, a partir de 1917, quando ocorreu a Revolução Russa, momento em que o governo monarquista foi retirado do poder e instaurado o socialismo real. Após a Segunda Guerra Mundial, esse regime foi introduzido em países do leste europeu, nesse mesmo momento outras nações aderiram ao socialismo em diferentes lugares do mundo, a China, Cuba, alguns países africanos e outros do sudeste asiático. Principais aspectos do socialismo que deixam claro a disparidade com o sistema capitalista. • Socialização dos meios de produção: todas as formas produtivas, como indústrias, fazendas entre outros, passam a pertencer à sociedade e são controladas pelo Estado, não concentrando a riqueza nas mãos de uma minoria. • Não existem classes, ou seja, existe somente a classe trabalhadora e todos possuem os mesmos rendimentos e oportunidades. • Economia planificada: corresponde a todo controle dos setores econômicos, dirigidos pelo Estado, determinando os preços, os estoques, salários, regulando o mercado como um todo. A noção de ordem mundial Pode-se afirmar que ordem mundial é um contexto das relações políticas estabelecidas entre Estados determinado momento histórico. Quem determina a ordem são as potências, geralmente poucas, que encaminham os procedimentos nos campos da política e da economia mundial; os demais Estados ficam restritos a se inserir nela. Uma ordem mundial é estabelecida pela segurança coletiva, pelo equilíbrio do poder entre alguns países e pela governança do sistema internacional. Em linhas gerais, observamos três tipos de ordem: Ordem multipolar – quando existem algumas potências pautando as relações internacionais. É a mais comum das ordens ao longo da história. Foi vigente durante o século XIX e a primeira metade do século XX. Os episódios que envolveram o Imperialismo , a Primeira e a Segunda Guerra Mundial se deram dentro de uma ordem multipolar. Ordem bipolar – ocorre quando o sistema internacional é pautado pela ação de duas potências hegemônicas. Foi a ordem vigente na segunda metade do século XX, marcada pelo antagonismo entre os Estados Unidos (EUA) e a União Soviética (URSS). Ordem unipolar – ordem mais rara de se sobre por. Ocorre quando uma única potência tem o domínio mundial. Neste caso, o sistema internacional torna-se hierárquico, ao contrário da regra geral que é apresentar-se anárquico e dominado por pequeno número de países. Muitos entendem que o início do século XXI se caracterizou como unipolar, pois haveria uma nítida hegemonia estadunidense, contudo não há consenso sobre esta tese. A Guerra Fria e o mundo bipolar (EUA X URSS) 1945-1989: quase meio século – um período longo o suficiente para que o mundo vivesse um dos mais tensos conflitos da história da humanidade. Uma guerra sem ter havido sequer um confronto direto entre os dois principais oponentes. Guerra Fria é a denominação dada a esse conflito tão peculiar, protagonizado por duas superpotências que dividiram o mundo em dois sistemas econômicos antagônicos (opostos). Para entender a Guerra Fria, é preciso considerar que, principalmente a partir do século XIX, o capitalismo começou a sofrer críticas, e alguns pensadores propuseram um modo de produção totalmente diferente do sistema capitalista. O novo sistema foi chamado de socialismo. União Soviética: o primeiro país socialista A Rússia, país de economia essencialmente agrária, apesar da extrema pobreza de sua população, havia conseguido construir um império entre 1721 e 1917, que ocupou enorme extensão de terras no leste da Europa e no norte da Ásia. Coube exatamente ao povo russo, depois de sofrer por muito tempo a tirania dos Czares, realizar a primeira revolução socialista da história – a Revolução Russa de 1917. Com a vitória dos revolucionários, depois de alguns anos de guerra, e apesar das desavenças entre os vitoriosos, foi criado em 1922 o primeiro país socialista do mundo, a URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas), que compreendia a princípio áreas que pertenciam ao antigo Império Russo. Desde a sua formação até a década de 1940, a URSS anexou terras ao seu território, tornando-se o país mais extenso do mundo. Após a revolução, instalou-se na União Soviética um governo autoritário, uma ditadura de partido único, autodeterminado Partido Comunista, e uma economia em que o Estado ditava as leis: a economia planificada. O socialismo real (nome que recebeu o socialismo instaurado na União Soviética e nos países satélites) teve muito pouco dos ideais teóricos do socialismo científico. O governo socialista russo exercia um rígido controle sobre a sociedade: censurava os meios de comunicação e vetava o direito de as pessoas entrarem e saírem livremente do país. Os burocratas – dirigentes do Partido Comunista (o único na legalidade) – e seus familiares tinham regalias, como carros, casas maiores do que as da população, lojas especiais para fazer compras e até mesmo casas de campo ou de praia, evidenciando a existência de uma classe privilegiada. O Estado era dono das terras, das minas de ouro, carvão, etc. e de todos os meios de produção. Não havia propriedade privada, livre concorrência de mercado e muito menos lei de oferta e procura. * A economia planificada – Como no socialismo a economia não era regida pelas leis do mercado, o Estado assumia todo o planejamento econômico. Planejamento da produção e do consumo – não havia livre aplicação de capital nem busca de lucro. Tudo era rigorosamente planejado pelos burocratas, que visavam controlar o mercado. Garantia das necessidades básicas – ao Estado cabia garantir os meios essenciais para uma sobrevivência decente – educação, saúde, aposentadoria, emprego. Essas garantias eram entendidas como uma forma de redistribuição da renda. Planos qüinqüenais – havia um órgão central de planejamento que estabelecia as principais diretrizes econômicas do país por cinco anos – o Gosplan. Sua atuação foi centralizada até 1957, quando havia um planejamento em escala nacional, em cada república e em cada região das repúblicas. A execução desses planos ficava a cargo dos ministérios. Causas da decadência do sistema Estagnação científica e tecnológica. Endividamento do Estado (arcava sozinho com os custos). Corrupção. Falta de liberdade política. Capitalismo x Socialismo A Grande Guerra de 1939-1945 mudou o destino da geopolítica no mundo, estabelecendo uma nova ordem mundial. Os impérios coloniais desmoronaram e em seu lugar surgiram duas novas superpotências: Estados Unidos e União das Repúblicas Socialistas Soviéticas. A partir do momento em que a União Soviética passou a existir como potência mundial e outras nações adotaram o socialismo, o capitalismo deixou de ser o único sistema econômico do mundo. Pela primeira vez o mundo ficou dividido entre dois sistemas econômicos opostos: o capitalismo norte-americano (Oeste) versus o socialismo soviético (Leste). Foram quase cinco décadas de disputas entre os dois blocos, cada um querendo impor seu modo de produção. Durante a guerra fria foram criados arsenais bélicos e nucleares que a qualquer momento poderiam destruir a humanidade. Para entender o mundo hoje, é importante conhecer esse período muito importante da História, marcado pelo conflito Leste-Oeste. Tudo começou com a derrota dos países do Eixo (Itália, Japão e Alemanha) e as conferências de Yalta e Potsdam, realizadas no pós-guerra (1945) pelas potências vencedoras (EUA, Reino Unido e União Soviética) para decidir o destino dos países que haviam perdido a guerra. Nessas reuniões ficou claro que as relações ente União Soviética e Estados Unidos, aliados durante a guerra, não seriam cordiais em tempos de paz. À União Soviética caberia expandir a área sob a influência socialista; e aos Estados Unidos, impedir que essa influência se expandisse. Na ocasião, o primeiro-ministro britânico Winston Churchill usou pela primeira vez a expressão Cortina de Ferro, que seria citada freqüentemente durante a guerra fria para designar a separação da Europa em duas partes, a Europa Oriental (socialista) e a Europa Ocidental (capitalista) como áreas de influência político-econômica distintas, entre o mundo socialista e o mundo capitalista, numa alusão ao regime extremamente fechado, adotado pelos soviéticos. Os dois lados trataram de garantir e formar organizações para defender o seu modo de produção e, principalmente sua ideologia. Em 1947, o presidente norte-americano Harry Truman (1884-1972) fez um discurso no Congresso, deixando claro que os “Estados Unidos deveriam apoiar os povos livres que resistiam à tentativa de servidão por minorias armadas ou pressões externas”. Essa declaração ficou conhecida como Doutrina Truman (nome dado a uma política externa implantada durante o governo Truman e direcionada ao bloco de países capitalistas no período da Guerra Fria. Tal doutrina tinha como objetivo impedir a expansão do socialismo, especialmente em nações capitalistas consideradas frágeis). Uma das primeiras medidas dos Estados Unidos, dentro do espírito dessa política, foi o plano de recuperação econômica e investimentos para os países da Europa Ocidental, destruídos pelos anos de operação de guerra em seus territórios. Essa ajuda afastaria a provável influência soviética nessa parte do continente e ficou conhecida como Plano Marshall, uma referência ao seu idealizador, o general George Marshall (1880-1959). Em 1949, foi criada a Otan ( Organização do Tratado do Atlântico Norte) – aliança militar que visava garantir a segurança mútua contra a expansão maior do socialismo na Europa. [...] Com o final do mundo bipolar, os objetivos da Otan mudaram, uma vez que não há mais o inimigo soviético para ser combatido. Hoje, a Otan é uma organização que visa à segurança dos países membros, entre as quais foram incluídas nações do antigo Leste Europeu. [...] A resposta da União Soviética à criação da Otan foi o Pacto de Varsóvia (1955) – aliança militar entre a potência soviética e os países socialistas do Leste europeu. Extinto em 1991, esse Pacto, na realidade, funcionou mais como um instrumento de manutenção do regime nos países satélites do que como defesa contra o capitalismo. Para fortalecer sua atuação em nível global, países capitalistas e socialistas europeus também procuraram se organizar em blocos econômicos. No ano de 1949, a União Soviética reuniu os países socialistas no Conselho para Assistência Econômica Mútua, o Comecon, que visava à integração e cooperação econômica entre a União Soviética e os países do Leste Europeu, incluindo mais tarde nações que adotaram o sistema em outros continentes [...]. Um exemplo do funcionamento do bloco está nas relações comerciais entre a União Soviética e Cuba. A potência comprava a altos preços o açúcar cubano e fornecia petróleo a preços baixos, auxiliando a economia do país socialista americano. O Comecon foi oficialmente extinto em 28 de junho de 1991. [...] A disputa pelo poder na Guerra Fria No mundo bipolar, o padrão de poder não era a supremacia econômica, mas a supremacia bélica, com a fabricação de armas. Daí falarmos em corrida armamentista e corrida espacial. As duas potências disputavam passo a passo quem conseguiria produzir a bomba mais potente ou ir mais longe na exploração do espaço. Para não ficar para trás, era preciso saber todos os segredos e todos os passos do inimigo. Nessa missão ficaram famosas a CIA e a KGB (os serviços secretos dos Estados Unidos e da União Soviética, respectivamente). O fim da Guerra Fria O mundo bipolar começou a ruir com a queda do Muro de Berlim, em 1989, e desmoronou totalmente com o fim da União Soviética em 1991. Com o desmantelamento dos velhos rivais, os Estados Unidos não tinham mais a quem combater. Estava desmontada uma ordem que durou quase cinqüenta anos. O mundo pós-guerra fria é uma consequência desse período: os Estados Unidos assumiram o papel de única superpotência, os conflitos étnicos e nacionais ressurgiram com força total, e o poder não é mais de quem tem armas mais poderosas, mas de quem tem economia mais forte. O século XXI trouxe sérios problemas aos Estados Unidos: o país precisa resolver uma grave crise que atingiu sua economia em 2008 e combater um novo inimigo, o terrorismo islâmico.