AVALIAÇÃO DO EFEITO DA HIDROXIAPATITA NA LIBERAÇÃO DO FÁRMACO CIPROFLONAX EM NANOPARTÍCULAS MAGNÉTICAS DE Fe3O4 P. M. A. G. Araújo1a, M. G. Lima1b, E. Leal1c, S. B. F. Santos2, I. A. Santos2, A. C. F. M. Costa1c 1-Departamento de Engenharia de Materiais-Universidade Federal de Campina Grande, CEP: 58429-140, Campina Grande - PB, Brasil. 2-Departamento de Engenharia Química – Universidade Federal de Campina Grande, CEP: 58109-970 – Campina Grande- PB – Brasil * [email protected] Esse trabalho tem como objetivo avaliar a influência da proporção de hidroxiapatita nos compósitos híbridos Fe3O4@SiO2 na adsorção e liberação do fármaco ciproflonax. Inicialmente, a Fe3O4 foi sintetizada por reação de combustão e revestida com TEOS e APTS de acordo com a metodologia de Stöber após modificações. Após a obtenção dos híbridos Fe3O4@SiO2 foi adicionado hidroxiapatita nas proporções mássicas de 70:30, 50:50 e 30:70 e posteriormente adicionado 10 % do fármaco e agitado por meio da mistura física em uma placa de agitação magnética formando os compósitos híbridos HFγ1, HFγ2 e HFγ3, posteriormente estes, foram caracterizados por DRX, FTIR, MEV e liberação de fármaco. Pode-se observar em todos os difratogramas de DRX, dos sistemas híbridos a predominância de duas fases: a fase principal constituída por hidroxiapatita e segunda fase de magnetita. As bandas de FTIR observadas indicaram a presença de inúmeras bandas reativas capazes de se ligar a biomoléculas que possam ser utilizadas no tratamento de doenças a exemplo da osteomielite. Morfologicamente observou-se que os compósitos híbridos são formados de partículas na forma de placas e aglomerados hexagonais. Quanto aos resultados de liberação do fármaco observou-se que, quanto maior a proporção de hidroxiapatita nos compósitos menor a massa de fármaco liberado. Por meio dos resultados obtidos, pode-se concluir portanto, que todos os compósitos híbridos apresentam propriedades estruturais e de liberação promissoras para aplicação como carreador de fármaco no tratamento da osteomielite. Palavras chave: hidroxiapatita, magnetita, ciproflonax, fármaco. INTRODUÇÃO As nanopartículas magnéticas (NPM’s) estão sendo continuamente exploradas no campo da medicina e sido amplamente introduzidas para aplicações biomédicas, incluindo distribuição de medicamentos (carreadores de fármaco) com o objetivo de maximizar as estratégias terapêuticas atuais e minimizar os efeitos colaterais de bioativos (1). Além das NPM’s, outro grupo de materiais cerâmicos que despertam grande interesse biológico e médico, devido à ocorrência em diferentes espécies animais e no homem é representado pelas biocerâmicas de fosfato de cálcio, a exemplo da hidroxiapatita (HAp). Estes materiais são bastante usados na reconstrução do osso, devido à sua estrutura química semelhante em comparação com a composição inorgânica do osso humano, apresentando propriedades de biocopatibilidade, osteointegração e osteocondução (2-4). A literartura reporta que a hidroxiapatita quando associada com NPM’s de óxido de ferro tipo a magnetita (Fe 3O4) revestidas com aminos silanos formando híbridos Fe3O4@SiO2, core shell, por exemplo, tem levado a várias pesquisas na comunidade biomédica devido a estes compósitos híbridos não apresentarem toxicidade, serem nanoparticulados e fortemente atraídos por um imã, não tendem a aglomeração e ainda se ligarem com biomoléculas e fármacos. Diante desse contexto o trabalho tem como objetivo avaliar a influência da proporção de hidroxiapatita nos compósitos híbridos HFγ1, HFγ2 e HFγ3 na adsorção e liberação do fármaco ciproflonax (γ) em solução isotônica. MATERIAIS E MÉTODOS As nanopartículas magnéticas de Fe 3O4 utilizadas neste trabalho como adsorvente para a liberação controlada do fármaco ciproflonax foram obtidas por reação de combustão e revestidas com tetraetil orto silicato (TEOS) e 3aminopropiltrimetoxisilano (APTS), ambos precursores da sílica (SiO 2), de acordo com a metodologia proposta por Stöber et al (1968)(5) com modificações. Para obtenção dos compósitos híbridos HFγ1, HFγ2 e HFγ3 nas proporções mássicas de 70:30 50:50 e 30:70 inicialmente a HAp foi sintetizada tomando como referência a metodologia proposta por Saeri et al., (2003)(6) ; Rigo et al., (2007)(7); Barros et al., (2012) (8) ; Medvecky et al., (2013) (9) e Teixeira, (2013) (10) mediante o método de precipitação usando a relação de fósforo/cálcio = 1,67, sendo posteriormente misturada aos híbridos Fe3O4@SiO2 previamente dissolvidos em 60 mL de água deionizada, sob agitação constante durante 30 minutos usando um agitador magnético modelo IKA®RH basic KT/C a temperatura ambiente. Posteriormente, aos compósitos híbridos Fe 3O4@SiO2/hidroxiapatita foi adicionado 10 % do fármaco ciproflonax formando assim, os sistemas HFγ1, HFγ2 e HFγ3 nas proporções mássicas Fe3O4@SiO2/hidroxiapatita de 70:30, 50:50 e 30:70. A conjugação do fármaco ao compósito híbrido Fe 3O4@SiO2/hidroxiapatita deu-se de acordo com a metodologia proposta por Sadighian et al., (2014) (11) quando obtiveram um carreador de fármaco formado por NPM’s de Fe 3O4@SiO2Doxorrubicina para tratamento do câncer. Posteriormente os compósitos híbridos designados por: HFγ1, HFγ2 e HFγ3 foram caracterizados. A determinação das fases presentes foi determinada a partir dos dados de difração utilizando um difratômetro de raios-X da BRUKER (modelo D2 Phaser, radiação Cu K). Os espectros foram obtidos na região do infravermelho médio obtidos num espectrofotômetro por transformada de Fourier (FTIR), modelo 660-IR da marca VARIAN, usando o método de transmissão com porta amostra da Pike e KBr como agente dispersante. A morfologia e a estimativa do tamanho das partículas, bem como a presença de aglomerados, foram analisadas por microscópio MEV Philips FEG XL30 do (Laboratório de Caracterizações, LCE/DEMa, UFSCar). Para a cinética de liberação do fármaco ciproflonax (adsorbato) foi montado um sistema descontínuo, onde um becker de 1L foi agitado mecanicamente sob uma agitação de 300-360 rpm. Foi construída uma curva de calibração e a correlação na faixa linear da lei de Lambert-Beer, Absorbância X Concentração, foi a utilizada para quantificar a concentração do fármaco nos experimentos de liberação. Ao becker foram adicionados 100 mL de solução isotônica com 0,2 g do compósito híbrido HFγ1, HFγ2 e HFγ3 nas proporções mássicas Fe3O4@SiO2/hidroxiapatita de 70:30, 50:50 e 30:70 conjugados ao fármaco ciproflonax (γ) (adsorvente). Foram coletadas sucessivas amostras no tempo de 5 até 110 minutos. Sendo posteriormente construídas curvas cinéticas da massa com o tempo para avaliar a liberação do fármaco. Os compósitos híbridos HFγ1, HFγ2 e HFγ3 atendem à lei de Coulomb e podem ser manipuladas pelo gradiente de campo magnético externo, desta forma, suas propriedades magnéticas permitem o controle da sua posição em um determinado meio através do posicionamento de um campo magnético externo, desta forma, com o auxílio de um imã foi possível realizar a separação das partículas sólidas da solução do fármaco o que auxiliou na coleta. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 1 encontra-se ilustrados os difratogramas de raios X dos compósitos híbridos HFγ1, HFγ2 e HFγ3 nas proporções mássicas Fe3O4@SiO2/hidroxiapatita de 70:30, 50:50 e 30:70. Pode-se observar em todos os difratogramas dos sistemas híbridos a predominância de duas fases: a fase principal constituída por hidroxiapatita Ca5(PO4)3OH e segunda fase da magnetita Fe3O4, de acordo com as fichas JCPDF 09-0432 e JCPDF 88-0315, respectivamente. Não foram observados picos de segunda fase referente à hematita Fe 2O4 nos compósitos híbridos. Constatou-se em todos os difratogramas a presença de picos com alta intensidade e elevada largura basal para todas as reflexões, demonstrando a cristalinidade das amostras e sua característica nanoestrutural e que a quantidade de hidroxiapatita não alterou a estrutura das amostras. Intensidade (u.a.) (f) H H HH H H H M H HM H HHHHHH H MH H H HFY3 (e) HFY2 (d) HFY1 H JCPDF 090432 (c) - Ca5(PO4)3OH (b) JCPDF 33-0664 - Fe2O3 (a) JCPDF 88-0315 M - Fe3O4 20 30 40 50 60 70 2 (Graus) Figura 1: DRX: (a), difratograma padrão da fase Ca(PO 4)3OH, padrão da fase Fe3O4 (b) padrão da fase Fe2O3 (c), padrão da fase C11H16N3O2 (d), e experimental para os compósitos híbridos (d) HFγ1, (e) HFγ2 e (f) HFγ3. A Figura 2 ilustra o espectro de FTIR referente aos compósitos híbridos HFγ1, HFγ2, HFγ3 nas proporções mássicas de 70:30, 50:50 e 30:70. As bandas de adsorção, e os respectivos comprimentos de onda obtidos a partir do espectro encontram-se reportados na Tabela 1 HFY3 NO 2 C–H C–H CH3 de C–H de alongamento Combinaçao C–F SO2 CH2 NO 2 C-H - HFY2 O–H alongamento O–H 3- PO4 CH2 CH3 de C–H alongamento O–H - PO 2 O–H NO 2 PO 2 Transmitância (u.a.) de alongamento 3- PO4 Combinaçao SO2 NO2 C–F C-H O–H HFY1 NO 2 1000 1500 2000 CH3 de C–H C–H O–H de alongamento Combinaçao NO2 C–F SO2 - PO 2 500 alongamento O–H 3- C-H PO4 O–H 2500 CH2 3000 3500 4000 -1 Numero de onda (cm ) Figura 2: (a) Espectro de FTIR para os sistemas de compósitos híbridos: (a) HFγ1, (b) HFγ2 e (c) HFγ3. As bandas observadas referente aos compósitos híbridos HFγ1, HFγ2 e HFγ3 indicam que, foi eficaz a modificação da superfície das nanopartículas magnéticas de Fe3O4 formando assim, híbridos que quando conjugado ao fármaco apresentam inúmeras bandas reativas capazes de se ligar a biomoléculas que possam ser utilizadas no tratamento de doenças a exemplo da osteomielite. Tabela 1: Número de onda e bandas de absorção referente aos compósitos híbridos HFγ1, HFγ2 e HFγ3. Número de onda (cm-1) 451 564 695 973-988 Banda de absorção Fe-Si-O 3PO4 C-H C-X (X=F,Cl) Atribuições 1002 PO2 Alongamento -2 simétrico PO 1061-1132 C-F Alongamento C–F 1164 SO2 Alongamento Simétrico SO2 Flexão de C-H - 1256-1305 NO2 Alongamento simétrico NO2 Alongamento simétrico NO2 Alongamento simétrico NO2 Alongamento C=O 1376 NO2 1453 NO2 1609-1645-1693 C=O 1778-1863 C-H 1941 O-H 2018-2100 NH e OH Alongamento N–H e O–H 2188-2259-24322506-2598- 26262672 C-H Alongamento C–H 2577-2722 O-H Alongamento O–H 2852-2944 CH2 Alongamento assimétrico de CH2 3099-3170-3247-32973360-3459-3575-3791 OH Alongamento O–H Alongamento de C– H Alongamento O–H As Figuras 3a, 3b e 3c ilustram a morfologia referentes aos compósitos híbridos HFγ1, HFγ2 e HFγ3 nas proporções mássicas Fe3O4@SiO2/hidroxiapatita de 70:30, 50:50 e 30:70, conjugados ao fármaco ciproflonax (γ). (a) (b) (c) Figura 3: (a) MEV para os compósitos híbridos: (a) HFγ1, (b) HFγ2 e (c) HFγ3. Pode-se observar mediante a Fig. 3a que o compósito é constituído de placas finas e de aglomerados de partículas. Possivelmente essa morfologia da forma de placas é característica do fármaco, enquanto que os aglomerados são da hidroxiapatita e do híbrido Fe3O4@SiO2. A morfologia do fármaco na forma de placas também foi observada por Liu et al., (2005) (12) quando estudaram a cristalinidade do cloridrato de ciprofloxacina mono-hidrato. Na Figura 3b verifica-se que os aglomerados são constituídos por aglomerados de partículas de forma hexagonal do híbrido Fe3O4@SiO2, bem interconectadas, com presença de poucas partículas na forma de placas finas provavelmente do fármaco. Na Figura 3c observa-se a presença de aglomerados do híbrido Fe3O4@SiO2 e de poucas partículas na forma de placas. As partículas na forma de placas foram representadas por setas e os aglomerados de hidroxiapatita e do híbrido Fe3O4@SiO2 por meio de círculos. Na Figura 4 encontra-se o perfil cinético da liberação do fármaco ciproflonax com as diferentes proporções mássicas Fe3O4@SiO2/hidroxiapatita de 30:70, 50:50 e 70:30 conjugados ao fármaco ciproflonax (γ) a) HFγ1, (b) HFγ2 e (c) HFγ3. HFγ1 HFγ2 HFγ3 Figura 4: (a) perfil cinético de liberação do fármaco para os compósitos híbridos: (a) HFγ1, (b) HFγ2 e (c) HFγ3. Por meio da Figura 4, observa-se oscilações um pouco mais acentuadas nas amostras HFγ1 e HFγ2 onde as proporções de Fe3O4@SiO2/hidroxiapatita são, respectivamente, 70:30 e 50:50 quando comparadas a quantidade de massa dessorvida da amostras HFγ3. Ou seja, quanto maior a proporção de hidroxiapatita nos compósitos híbridos menor a massa de fármaco liberado. O que pode justificar esse comportamento seria uma possível adsorção e dessorção do fármaco, ou uma competição no processo de dessorção e adsorção deste com a hidroxiapatita, visto que a hidroxiapatita pode estar funcionando como adsorvente do fármaco. Segundo Kleiner et al (2014)(13) e Ginebra et al (2012)(14) a biocompatibilidade da hidroxiapatita somada com sua capacidade adsorvente possibilita a incorporação de moléculas biologicamente ativas em sua estrutura. Deste modo, os compósitos híbridos HFγ1, HFγ2 e HFγ3 são promissores como carreadores para a liberação de fármaco. CONCLUSÕES Por meio dos resultados obtidos pode-se concluir que os compósitos híbridos HFγ1, HFγ2 e HFγ3 foram obtidos com sucesso e são constituídos por duas fases, a principal constituída por hidroxiapatita Ca5(PO4)3OH e segunda fase da magnetita Fe3O4. Onde a hidroxiapatita não interferiu nas propriedades estruturais dos compósitos híbridos. Os espectros de FTIR evidenciaram a presença de bandas reativas capazes de se ligar a biomoléculas e morfologicamente concluiu-se que os compósitos híbridos são formados de partículas na forma de placas e aglomerados hexagonais. Quanto a cinética da liberação os resultados indicaram que quanto maior a proporção de hidroxiapatita nos compósitos menor a massa de fármaco liberado, gerando a hipótese de que a hidroxiapatita é um adorvente. Estas características permitem auxiliar no entendimento das propriedades dos compósito híbridos de forma que ele possa ser incorporado com eficiência em sistemas de carreadores magnéticos visando o tratamento de doenças a exemplo da osteomielite. AGRADECIMENTOS Os autores agradecem o apoio financeiro dos órgãos de fomento, CAPES, CNPq, e da parceria com a empresa JHS Biomateriais. REFERÊNCIAS [1] JAIN, K.; MEHRA, N. K.; JAIN, N. K. Potentials and emerging trends innanopharmacology. Current Opinion in Pharmacology, v. 15, p. 97–106, 2014. [2] JIANG, H.; LIU. J-K.; WANG. J-D.; LU. YI.; ZHANG. MIN.; YANG. X-H.; HONG. DAN-JING. The biotoxicity of hydroxyapatite nanoparticles to the plant growth. Journal of Hazardous Materials, v. 270, p.71–81, 2014. 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Subsequent to obtaining the Fe3O4@SiO2/hydroxyapatite hybrid was added in the mass proportions 70:30, 50:50 and 30:70 and then 10% of the drug added and stirred by means of physical mixing in a plate of magnetic stirring, forming HFγ 1, HFγ2 HFγ3 composite hybrid and thereafter these were characterized by XRD, FTIR, SEM and drug delivery. It observed can be in XRD diffractograms all, of hybrid systems predominance of two phases: a major phase consisting of hydroxyapatite and second phase magnetite. The bands observed FTIR indicated the presence of numerous reactive bands capable of binding to biomolecules that used can be in the treatment of diseases example of osteomyelitis. Morphologically it concluded was that the hybrid composite particles formed are in the shape of hexagonal plates and agglomerates. Regarding the drug release results it observed was that the higher the proportion of the hydroxyapatite composites of lower drug mass released. Through the obtained results, it concluded can be therefore that all hybrid composites exhibit structural properties and release promising for use as drug carrier in the treatment of osteomyelitis. Keywords: hydroxyapatite, magnetite, ciproflonax, drug.