O SR

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RPONUNCIAMENTO
DO
DEPUTADO
DANIEL
ALMEIDA, NA SESSÃO DO DIA 01 DE JUNHO DE 2011,
DE HOMENAGEM AO DIA DO GEÓGRAFO, OCORRIDO
EM 29 DE MAIO.
Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,
dia 29 de maio é a ocasião de celebrar o Dia do Geógrafo.
Regulamentada pela Lei n° 6.664, de 26 de junho de 1979, a
profissão tem, entre suas atribuições, o estudo de aspectos
físicos do planeta (atmosfera, biosfera, hidrosfera e litosfera)
e da organização espacial da sociedade, em especial quanto
ao seu modo de apropriação da natureza.
Trata-se da clássica divisão da ciência geográfica em
Geografia Física e Geografia Humana, duas vertentes que se
tocam no aspecto da análise de localizações e padrões,
embora a primeira estude a Terra sob a ótica das ciências
exatas, descrevendo condições físicas, e a segunda, sob a
ótica das ciências humanas, pesquisando as atividades do
indivíduo sobre o meio em que vive.
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Dessa divisão derivam-se outras, à medida que se vão
especializando os saberes. Temos a Biogeografia, ou o
estudo
da
distribuição
geográfica
dos
seres
e
sua
movimentação; a Geomorfologia, voltada para as formas de
relevo; a Geografia Urbana, que estuda a formação,
crescimento e funcionamento das cidades; a Geografia da
População, ou Demografia; a Geografia Política, que analisa
a ocupação política mundial, as dimensões de cada país e
suas subdivisões.
E o geógrafo transita por esses caminhos, descrevendo,
analisando, explicando “as relações que se estabelecem, ao
longo da História, entre a humanidade e o planeta e a
constituição das paisagens e espaços resultantes”, nas
palavras de Milton Santos, o maior expoente brasileiro na
área.
Baiano de Brotas de Macaúbas, Milton de Almeida
Santos graduou-se primeiramente em Direito, mas foi na
Geografia que alcançou renome mundial. Falecido em junho
de 2001, aos 75 anos de idade, permanece como referência,
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em virtude de seu brilhantismo e acurada visão de
pesquisador.
Foi responsável pela inovadora abordagem que propôs
de espaço, em que este, em decorrência das novas
tecnologias, deixa de ser simplesmente o território onde as
pessoas se encontram, conformando-se em um conjunto
indissociável de sistemas de objetos e sistemas de ações.
Na verdade, suas ideias acerca da globalização já se
faziam ouvir antes que o conceito se popularizasse. E,
erigindo uma postura crítica do modelo de padronização
cultural e concentrador de riqueza que fortemente se fazia
anunciar, Santos já alertava para um possível fim da
produção original do conhecimento. Por isso, o pesquisador
entendia que a dimensão humana pode, e deve, anular os
perversos resultados da globalização.
Como se depreende do perfil de Milton Santos, exercer
o ofício de geógrafo não se limita à simples codificação do
objeto de pesquisa por meio de indicadores, à exibição de
dados, à comprovação ou falseamento de teorias. Trata-se,
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na verdade, de repensar a realidade social em termos de
fenômenos, conflitos e reconfigurações espaciais e sociais.
Ecoando o pensamento do ilustre geógrafo, cada período
histórico é responsável por alterar e renovar o espaço, a fim
de atender os novos paradigmas do modo de produção
social.
Com essa evocação, quero exprimir o meu desejo de
que os estudantes e estudiosos de Geografia do País
encontrem em MILTON DE ALMEIDA SANTOS, não apenas
um exemplo digno de vida pessoal e profissional, mas um
modelo a ser seguido na explanação e na solução das
questões geográficas que delineiam e permeiam todo o
mundo moderno.
Quero, portanto, cumprimentar todos os geógrafos pelo
transcurso de seu dia, reconhecendo em seu mister a
importante busca pela compreensão da organização espacial
da sociedade em sua apropriação da natureza.
Muito obrigado.
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