Ano 6 • Março/Abril 2017 FEBRE AMARELA O país inteiro em alerta REVISTA A Revista Galanti é de propriedade e distribuição da Drogaria Galanti Ltda. Periodicidade: bimestral Tiragem: 10 mil exemplares Edição: Março/Abril 2017 Produzida por Grupo Letra Comunicação E-mail: [email protected] Arte e diagramação: Marcus Quito Jornalista responsável: Sônia Lara - MTb 16619 Coordenação editorial: Grupo Letra Comunicação Capa e fotos internas: 123rf.com Impressão: Grupo Smart Printer Central de Atendimento: (21) 2668-4401 Acesse www.drogariagalanti.com.br Fale conosco: [email protected] Os entrevistados desta edição não possuem qualquer vínculo profissional com a Drogaria Galanti. CALENDÁRIO DE SAÚDE Março *Não cobramos taxa de entrega 08 21 21 Dia Internacional da Mulher 22 24 Dia Mundial da Água 31 Dia Mundial da Infância Dia Nacional da Síndrome de Down (Lei estadual 168/2011) Dia Mundial de Combate à Tuberculose (Port. 2181/2001) Dia Nacional da Nutrição 4 Infecção Urinária 6 Check-up 7 Clareamento Dental 8 Febre Amarela 10 Cera de Ouvido 11 HPV 12 Obesidade Infantil 14 Terçol 15 Dor de Coluna Abril 04 07 07 12 14 26 30 Dia Nacional do Parkinsoniano Dia Mundial da Saúde Dia do Médico Legista Dia do Obstetra Dia do Técnico em Serviços de Saúde Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial (Lei 10439/2002) Dia Nacional da Mulher (Lei 6791/1980) INFECÇÃO URINÁRIA EM CRIANÇAS De olho nos sintomas... Nem sempre é fácil para os pais identificarem que os filhos estão com algum problema. Existem quadros em crianças que são de difícil avaliação, tratamento e acompanhamento. A situação piora quando os sintomas são listados (febre + choro + falta de apetite + sono ruim + irritabilidade + diarreia + vômitos + crianças) e, em vez de buscar ajuda médica, a procura acaba sendo por conta própria, na Internet. O resultado certamente será uma lista imensa de diagnósticos (amigdalite, otite, infecção urinária, anemia, gripe, virose, dentre outros) e, provavelmente, um tratamento errado. “O tempo perdido nesse caminho pode fazer toda a diferença na evolução do quadro”, afirma o pediatra e homeopata Moises Chen4 Revista Galanti • Março | Abril 2017 cinski. Antes de tudo, é fundamental que toda criança tenha acesso a atendimento com seu especialista (pediatra) sempre que houver necessidade. Muitas doenças podem se manifestar através de poucos sintomas ou de sintomas inespecíficos ou que variam de acordo com a idade da criança. O Departamento Científico de Nefrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria emitiu um documento científico abordando a infecção do trato urinário (ITU) apontando que seja, provavelmente, a infecção bacteriana mais prevalente no lactente e que seu diagnóstico precoce previne a formação e a progressão de cicatriz renal, principalmente no neonato e lactente, que pode levar, como c­ onsequência numa fase mais tardia, à hipertensão e/ou insuficiência renal crônica. Dr. Moisés Chencinski Pediatra e homeopata CRM-SP 36.349 Saiba mais... Moises Chencinski explica que “a urina e o trato urinário são normalmente estéreis, mas a região do períneo, da uretra de neonatos e lactentes, além do prepúcio de meninos não circuncidados, está colonizada por bactérias que, se ultrapassarem as defesas locais dessa região do corpo das crianças podem causar a ITU”. A questão é que os sintomas da ITU podem variar de acordo com a idade, sendo que em crianças menores eles são mais inespecíficos. “A febre é o sintoma mais frequente no lactente, mas irritabilidade, recusa alimentar, icterícia, distensão abdominal e baixo ganho de peso devem ser levados em conta”, diz o pediatra. Somente após os dois anos de idade é que costumam ser mais frequentes os sintomas mais relacionados ao trato urinário inferior como disúria (dor ao urinar), polaciúria (urinar muitas vezes em pequena quantidade), enurese (em crianças que já apresentavam controle esfincteriano prévio) e tenesmo (espasmo e dor na hora de urinar que atrapalha). “O diagnóstico é feito através de exames de urina, mas o exame de urina simples não substitui a urocultura, apesar de apresentar alterações que permitem iniciar precocemente o tratamento, já que resultados da cultura podem demorar entre 24 e 72 horas para serem obtidos”, diz o médico. E acrescenta: “Uma ITU não tratada a tempo, de forma adequada, sem que se faça uma avaliação de suas possíveis causas, desde a primeira infecção, tanto em meninas, quanto em meninos, pode evoluir de forma silenciosa para complicações muito graves (insuficiência renal). “Assim, é importante reforçar que o tratamento de uma ITU bacteriana é SEMPRE por meio de antibióticos adequados, receitados de acordo com o tipo de bactéria, a faixa etária e o estado geral da criança, por tempo adequado, com o acompanhamento apropriado e exames de controle colhidos (exames de urina e possível pesquisa por imagens) a partir de uma semana depois de terminado o tratamento”, destaca Chencinski. Revista Galanti • Março | Abril 2017 5 Neste início de ano, mais de 9 mil pessoas já morreram por causa de problemas cardíacos, segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, mas um simples checkup cardiológico poderia reduzir esse número. Os cardiologistas André Langoviski (CRM 16870/ PR) e Dr. Silvio Henrique Barberato (CRM 17167/ PR) responderam sobre o assunto. Você faz check-up cardiológico? Os números assustam. A partir de que idade deve ser feito o check-up? AL - Em 2016, mais de 349 mil pessoas morreram em decorrência de problemas cardiovasculares. Para ajudar no combate a essas doenças, consultas periódicas ao cardiologista e um check-up completo devem ser realizados a partir dos 18 anos. Qual a importância desse acompanhamento periódico? AL - Os exames ajudam no diagnóstico de doenças silenciosas, como a hipertensão e o diabetes, que não demonstram 6 sinais evidentes e podem levar à morte. Como ocorre esse check-up? AL - Para fazer o check-up, além da consulta detalhada que inclui uma conversa sobre os hábitos dos pacientes, é necessária a realização de alguns exames. Caso seja observada, por exemplo, uma pressão arterial com elevações intermitentes, o cardiologista pode solicitar um monitoramento de pressão de 24h. Entre os mais exames mais pedidos estão o eletrocardiograma, teste de esforço, radiografia de tórax ou ecocardiografia. Só fazer o check-up é suficiente? Revista Galanti • Março | Abril 2017 SB - Pouco adianta fazer o check-up se o paciente não adotar hábitos saudáveis em seu dia a dia. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, estima-se que ¾ da mortalidade cardiovascular pode ser diminuída com alterações no estilo de vida da população, portanto, essas modificações são fundamentais. O que engloba essa mudança de vida? SB - Fazer exercícios físicos, não fumar e ter uma alimentação balanceada ajudam a ter uma vida mais saudável e evitam problemas cardíacos, ortopédicos e depressão. Ter os dentes branquinhos é o sonho de muita gente. E uma legião corre atrás desse desejo, buscando realizá-lo nos consultórios dentários ou com tratamentos em casa. Mas, o clareamento dental é um modismo ou uma questão de saúde? CLAREAMENTO DENTAL: saúde ou estética? Segundo o odontólogo Marcelo Eduardo Moraes dos Santos, ele é importante para a saúde em casos onde a estética do sorriso fica comprometida por um derrame sanguíneo causado por trauma ou tratamento de canal mal feito. O odontólogo lembra, porém, que todo dente permanente é amarelado e que a única dentição que tem a cor branca é a dentição decídua ou os dentes de leite. “Temos que ter cuidado com as propagandas que induzem para a cultura do dente branco. Um percentual muito alto de pessoas tem a cor do dente compatível com a cor da pele. Dentes permanentes, quanto à cor, variam em tonalidade, ou seja, de amarelo claro até o amarelo escuro e, até mesmo, acinzentado. Existem exceções, entretanto, cabe ressaltar, que a cor do dente nada tem haver com o dente limpo. Com o passar da idade ocorre maior deposição de dentina e isso pode acelerar o processo de escurecimento”, explica. Tipos de clareamento Existe o clareamento caseiro que é feito através de moldeiras, em que o gel é aplicado, no período mínimo de 4 horas diárias. Já o clareamento de consultório é feito de duas maneiras: a primeira com um laser sobre os dentes, obtendo o resultado imediato. O outro tipo é o realizado com gel com alta porcentagem, que é ativado sobre os dentes por meio da luz led. Segundo Marcelo Eduardo, o clareamento indiscriminado ou com produtos de origem não comprovada pode, sim, trazer risco à saúde. “Ainda não existem estudos longitudinais que comprovem o uso seguro do peróxido de carbamida. Além disso, o paciente pode aplicar o gel em demasia, causando queimaduras. Outro inconveniente pode ser a aplicação sobre raízes expostas ou dentes com cárie, gerando uma pulpite. Também uma exposição (tempo) excessiva pode causar reabsorção e enfraquecimento do dente. Somente o dentista está habilitado para aplicar, orientar e supervisionar o clareamento”, recomenda. Dr. Marcelo Eduardo Moraes dos Santos Odontólogo CRO/RJ 17842 Revista Galanti • Março | Abril 2017 7 Uma história que se repete: febre amarela A febre amarela é destaque nos noti­ ciários locais e nacionais. Seu registro em três estados do Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo) traz temor aos fluminenses. Ainda assim, a orientação dos órgãos de saúde é de que apenas quem vai viajar para as áreas de risco deve se vacinar. O Estado do Rio, de forma preventiva, organizou um bloqueio em alguns dos municípios que fazem fronteira com os mineiros. Mas a doença é parte da história, principalmente no Rio de Janeiro, quando capital do País. Durante 1903 e 1907, médico Oswaldo Cruz concentrou-se na erradicação da peste, da varíola e da febre amarela. Para esta última, preparou medidas estratégicas de ação: o extermínio sistemático do Aedes aegypti, conseguindo em quatro anos (de 1903 a 1907) debelar a doença que assolava a capital brasileira havia mais de 50 anos e já tinha sacrificado cerca de 60 mil vidas. Hoje o mosquito também transmite a dengue, a chikungunya e a zika, mas acabar com seus criatórios continua sendo prioridade. Apesar de ser uma doença “antiga”, ainda falta muita informação sobre a febre amarela. O Ministério da Saúde publicou uma série de perguntas e respostas para orientar a população: Qual é a diferença entre a febre amarela silvestre (FAS) e febre amarela urbana (FAU)? A diferença entre elas é o vetor: na cidade a doença é transmitida pelo Aedes aegypti, o mesmo mosquito que transmite a dengue. Na mata, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus. Apesar disso, o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença resultante da infecção. Desde 1942, o Brasil não registra casos de febre amarela urbana. 8 Revista Galanti • Março | Abril 2017 O que é a febre amarela silvestre (FAS)? É uma doença infecciosa febril aguda, causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes), que pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente. A doença é comum em macacos, que são os principais hospedeiros do vírus. Como a doença é transmitida? A febre amarela silvestre é transmitida através da picada de mosquitos que vivem em matas e vegetações à beira dos rios. Quando o mosquito pica um macaco doente, torna-se capaz de transmitir o vírus a outros macacos e ao homem. Como a doença pode ser evitada? A única forma de evitar FAS é através da vacinação. A vacina está disponível durante todo o ano nas unidades de cuidados de saúde de forma gratuita e deve ser administrada pelo menos 10 dias antes do deslocamento para áreas de risco. A vacina pode ser administrada após seis meses de idade e é válida por dez anos. Que época do ano a doença é mais comumente registrada? Estudos têm demonstrado que a doença ocorre com maior frequência nos meses de dezembro a maio. Esta é a estação das chuvas, quando há um aumento podem morrer. das populações de mosquitos, favorecendo a circulação do vírus. Qualquer pessoa está em risco de contrair febre amarela silvestre? Sim. Qualquer pessoa, independentemente da idade ou sexo, que vive nas áreas endêmicas ou que visita áreas endêmicas sem ter sido vacinada, pode ter a doença. Quanto tempo leva para que a doença se torne aparente? De três a seis dias após ter sido infectada, a pessoa apresenta os sintomas iniciais. Quais os sintomas da doença? Os sintomas iniciais da febre amarela incluem o início súbito de febre, calafrios, dor de cabeça intensa, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. A maioria das pessoas melhora após estes sintomas iniciais. No entanto, cerca de 15% apresentam um breve período de horas a um dia sem sintomas e, então, desenvolvem uma forma mais grave da doença. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia (especialmente a partir do trato gastrointestinal) e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20-50% das pessoas que desenvolvem doença grave O que você deve fazer se apresentar os sintomas? Depois de identificar alguns desses sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas, e se você observou mortandade de macacos próximo aos lugares que você visitou. Informe, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela e a data. Como a febre amarela silvestre é tratada? Não há nenhum tratamento específico contra a doença. O médico deve tratar os sintomas, como dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos. Salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico. Importante: Somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença. A febre amarela silvestre é contagiosa? A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa, nem entre animais e pessoas. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela. Revista Galanti • Março | Abril 2017 9 Você acabou de sair daquele banho deliciosamente relaxante e decide completar sua higiene com uma boa limpeza nas orelhas. Pega a caixinha de hastes flexíveis e não para de cutucar o ouvido até que o algodão saia limpinho, certo? Errado. Cera no ouvido não é sujeira, é proteção De acordo com o otorrinolaringologista Alfredo Lara, a cera é uma secreção natural que protege o ouvido contra a sujeira e bactérias, evitando infecções. Por isso, é preciso muito cuidado com o uso de hastes flexíveis, que também podem danificar o canal auditivo, causando sérios problemas. “A cera de ouvido é composta por células da pele (também conhecidas como epitélio), poeira e uma secreção oleosa liberada pelas glândulas sebáceas no canal auditivo, podendo ter pequenas variações em sua constituição de acordo com a dieta, idade e ambiente em que o indivíduo vive. Logo, limpezas regulares são mesmo necessárias, até para manter a saúde do ouvido: o problema está em como isso é feito”, explica o médico. Dr. Alfredo Lara ressalta que a intensidade de produção de cera 10 varia de indivíduo para indivíduo e que as hastes flexíveis e a própria toalha de banho podem ser usadas para limpar e secar a parte externa da orelha, também conhecida como pavilhão auditivo externo. Mas que limpezas profundas exigem cuidados profissionais. “A limpeza do canal auditivo deve ser obrigatoriamente realizada pelo otorrino, devido ao risco de lesão. O tímpano fica, em média 1,5 a 2 cm da entrada do canal auditivo – é uma área muito sensível e frágil, extremamente vulnerável ao trauma. A introdução muito intensa de hastes flexíveis pode lesar essa estrutura e mascarar outras patologias que necessitem de tratamento específico”, esclarece. As consequências para quem acaba tirando mais cera do ouvido do que deveria variam desde uma pequena lesão do con- Revista Galanti • Março | Abril 2017 duto auditivo até a perfuração acidental do tímpano. Quem sente muita coceira ou acredita que produz cera excessivamente deve procurar o otorrinolaringologista, imediatamente. Somente o médico especializado saberá avaliar o quadro e definir se a cera precisará ser removida mecanicamente (ou seja, por meio de aparelhos específicos), por curetagem, aspiração ou lavagem. “Os pacientes jamais devem tentar realizar limpezas profundas com métodos caseiros, sejam estes passados por parentes mais velhos ou encontrados na internet. Apenas o otorrino pode garantir uma limpeza segura e saudável para o ouvido, sem deixar sequelas,” completa o Dr. Alfredo Lara. Dr. Alfredo Lara Otorrinolaringologista CRM 126481-SP Bate-papo com o Doutor HPV e o homem: como prevenir? Sem dúvida o papiloma vírus humano (HPV) é um velho conhecido dos ginecologistas, mas também dos urologistas. Qualquer homem com vida sexual ativa pode albergar essas partículas virais em seu organismo. Um risco para a saúde masculina já que em casos avançados e dependendo do tipo do vírus, evoluem para câncer na região genital ou ânus. A relação entre o HPV e os homens é o tema das respostas do urologista Guilherme Leme (CRM 112920/SP). Há uma periodicidade para uma investigação sobre a presença do HPV no organismo masculino? Evitar a presença do HPV no homem é uma ferramenta de proteção à saúde de sua parceira. Dessa forma, é obrigatório incluir na rotina de investigação clínica de todos os homens o exame físico detalhado que busca sinais desse problema. Como ocorre o contágio? O contágio por se dá, basicamente, pelo contato cutâneo com uma pessoa portadora do vírus. Na grande maioria das vezes, esse contato ocorre durante o ato sexual. No entanto, diferentemente de muitas outras doenças sexualmente transmissíveis (DSTs), não é necessário penetração ou contato de secreções corporais (como sêmen ou secreção vaginal) com mucosas. Pessoas portadoras de verrugas genitais têm muito mais chance de serem contaminantes. O contato com verrugas visíveis leva a contágio do parceiro em até 65% das ocasiões. Ou seja, o contato com as verrugas deve ser fortemente evitado. Então não é preciso, necessariamente, haver contato sexual? Como a contaminação é extremamente fácil, é perfeitamente possível a transmissão sem que necessariamente tenha havido contato sexual. Ter isso em mente é muito importante, uma vez que, em até 5% das ocorrências, a contaminação se dá pelo simples contato com toalhas, roupas ou em banheiros e vestiários. Como ocorre o diagnóstico? O diagnóstico preciso do HPV envolve identificação de fragmentos do vírus a partir de técnicas moleculares, como, por exemplo, a Captura Híbrida. Esse exame é simples e indolor e deverá ser realizado nas situações em que haja lesões suspeitas como as verrugas, ou lesões subclínicas, que são identificadas durante o exame físico combinado com a peniscopia. Biópsias das lesões, também, podem concluir o diagnóstico com precisão. Porém são ferramentas um pouco mais invasivas e demandam uso de anestesia local e uso subsequente de curativos. Recente campanha do Governo Federal vacinou meninas adolescentes contra o HPV. E os meninos? A inclusão da vacina nos meninos na adolescência é mais uma aliada para o controle do vírus. É muito importante que ambas as doses sejam utilizadas, para se atingir a eficácia protetora completa. Dessa forma, os jovens estarão protegidos dos tipos mais perigosos de HPV, além de se reduzir o potencial de circulação do vírus. Revista Galanti • Março | Abril 2017 11 Obesidade infantil: os riscos aumentam na Páscoa? O açúcar é o maior vilão? Como entra o chocolate nessa história? Não há dados de literatura que permitam responsabilizar um nutriente específico pela epidemia mundial de sobrepeso e obesidade. O grande problema é a quantidade que se consome. Alimentos contendo grandes quantidades de açúcar e gordura estão cada vez mais acessíveis, sendo ofertados em porções cada vez maiores. O chocolate é um alimento rico em calorias, porém o consumo moderado, especialmente do amargo ou meio amargo (que possuem maior teor de sementes de cacau) pode ser até benéfico para a saúde. O problema é a mudança no padrão de consumo que ocorreu nas últimas décadas. Antes as crianças aguardavam ansiosas pela Páscoa para se deliciar com as guloseimas que ganhariam nessa época. Hoje em dia a situação é bem diferente, e chega ao ponto de ficar difícil limitar seu consumo (muitas vezes diário), diante da tamanha oferta de chocolates e doces em geral. 12 Revista Galanti • Março | Abril 2017 A Páscoa está chegando e com ela a doçura do chocolate. Mas o alimento que faz a alegria de muita gente, pode também trazer resultados amargos, principalmente quando se fala em obesidade infantil. Segundo a Dra. Daniele Tokars Zaninelli, no Brasil, mais de um terço das crianças está acima do peso. Então, o que fazer? Qual a orientação para lidar com as crianças, em dieta ou não, durante o período? Não costumamos falar em dieta quando se trata de crianças que precisam perder peso. O foco deve ser a melhora na qualidade dos alimentos, mais do que a restrição calórica. Isso previne, inclusive, o desenvolvimento de distúrbios alimentares na adolescência. A perda de peso acaba sendo uma consequência natural dessa mudança de hábitos, que leva à redução do consumo de alimentos industrializados (ricos em açúcar, gorduras e sódio, e pobres em nutrientes). Portanto, pessoalmente, acho que a restrição excessiva do consumo de chocolates na Páscoa seria um castigo muito grande para qualquer criança, e não seria a solução para o problema. A orientação geral Dra. Daniele Tokars Zaninelli Endocrinologista CRM-PR 16.876 seria para evitar os exageros na hora de presentear, já que as crianças não têm maturidade suficiente para controlar o consumo de alimentos tão tentadores. As substituições por chocolates diet são viáveis? O chocolate diet costuma ser indicado para os portadores de diabetes, já que não contém açúcar, porém é rico em gorduras, o que pode torná-lo até mais calórico do que a versão tradicional. Seu uso não deve ser indicado para a perda de peso. Que tipo de comorbidades a obesidade infantil pode trazer? A obesidade é um fator de risco importante para o desenvolvimento de distúrbios metabólicos em qualquer idade. Crianças obesas podem apresentar aumento dos níveis de colesterol, resistência à insulina, diabetes, gordura no fígado e aumento da pressão arterial, problemas crônicos que aumentam o risco de doenças cardiovasculares, como infarto e derrame, e até de câncer em idade precoce. Além do maior risco de doenças na vida adulta, as crianças obesas estão mais propensas a apresentar apneia do sono, asma, puberdade precoce e depressão, além de problemas ortopédicos. O convívio social, tanto pelas limitações impostas pela doença, como pelo estigma que carregam, costuma ficar bastante prejudicado. Ela traz risco de morte? Sim. Devemos lembrar que as doenças crônicas não transmissíveis são responsáveis por mais de 70% das mortes no Brasil. Entre elas estão o diabetes, o câncer e as doenças cardiovasculares, que, em grande parte dos casos, resultam da obesidade. Quanto mais precoce a instalação do excesso de peso, mais cedo essas doenças aparecem. Quais são os sinais aos quais os pais devem ficar atentos para identificar a propensão a engordar? Quando é hora de buscar ajuda profissional? A melhor forma de identificar o problema precocemente é através das consultas de rotina com o pediatra. Antes dos 5 anos de idade os gráficos (curvas) de peso e altura são nossos maiores aliados. Após os 5 anos, podemos fazer uso de uma calculadora planejada para diagnosticar como está o peso da criança com relação a sua estatura e idade. O link para acesso a essa ferramenta é: http://www.abeso.org.br/atitude­ -saudavel/curva-obesidade A obesidade é uma doença crônica, progressiva e de difícil tratamento, portanto a prevenção é a melhor estratégia para combatê-la. A verdadeira prevenção começa com o planejamento familiar e mudança de hábitos antes mesmo da gestação. A obesidade materna ou mesmo o ganho excessivo de peso durante a gestação já colocam a criança em maior risco de se tornar obesa. Revista Galanti • Março | Abril 2017 13 “Esfrega a aliança na palma da mão e bota sobre o terçol que cura!” Essa e muitas outras simpatias são populares, mas não resolvem o problema, uma infecção bacteriana bastante comum e que se manifesta como um pequeno nódulo doloroso, que geralmente aparece na base da pálpebra. Terçol: dói, incomoda, mas tem cura Embora não seja um problema grave, dependendo da forma e local em que se manifesta, o terçol pode agravar e ser necessário um procedimento cirúrgico para removê-lo. de obstrução, ocorre um encapsulamento, formando o que se chama de calázio. Dependendo da evolução, é necessário um procedimento cirúrgico para retirá-lo”, alerta o médico. Segundo o médico oftalmologista Arthur Schaefer, sintomas como ardência, coceira, inchaço, dor, vermelhidão e sensibilidade ocular são indicativos da doença, que é cientificamente chamada pelo nome hordéolo. Trata-se de uma inflamação que se manifesta de duas formas: interna e externa. Diagnóstico adequado Normalmente o terçol desaparece por conta própria e por isso, algumas pessoas dão pouca importância para o tratamento. Mas embora aparente algo simples, o terçol pode virar um problema sério, por isso é necessário procurar orientação médica assim que aparecer este processo inflamatório, para um diagnóstico adequado. Compressas de água morna, aplicadas 4 vezes ao dia, é algo que ajuda a lidar com o inchaço e processo doloroso. O médico pode indicar o uso de colírios e pomadas para acelerar o processo de cura. Nos casos mais “O hordéolo externo é o que estamos mais acostumados a presenciar e pode durar cerca de 7 a 10 dias, sem grandes complicações. Já o interno tem como causa a infecção das glândulas sebáceas, de Zeiss e Meibomius presentes na parte interna das pálpebras e, no caso 14 Revista Galanti • Março | Abril 2017 graves é possível adotar o uso de antibióticos via oral. Um cuidado importante é evitar espremer o terçol, não usar maquiagens ou lentes de contato durante o período que a inflamação estiver ocorrendo, fazer limpezas diárias com soro fisiológico e manter a higiene das mãos. O terçol também pode ser confundido com outras doenças, como conjuntivite e canaliculite. “E em casos recorrentes, pode ser causado por doenças da pele, como rosácea ou blefarite e, nesse caso, é indicado a consulta com um dermatologista para que possa controlar a condição já existente e evitar a formação de terçol nos olhos”, explica Schaefer. Dr. Arthur Schaefer Oftalmologista CRM 22.204 Coluna: quando quem sente dor é criança No início das aulas é comum vermos crianças e adolescentes carregando mochilas imensas. Como isso afeta a postura? trias, como um ombro mais alto do que outro e escolioses na coluna e também às queixas de dor, habitualmente, nos ombros e região lombar. Excesso de carga (peso) pode afetar a estrutura de ossos, músculos e articulações, principalmente em se tratando de pessoas que ainda estão em fase de crescimento e formação dessas estruturas, como é o caso de crianças e adolescentes. A RPG é um caminho viável para solucioná-los? Qual seria a forma ideal de prevenir problemas nesse sentido? Estudos mostram que não apenas o peso das mochilas acima do recomendado, mas também a utilização da alça em um ombro pode causar alterações posturais, como escoliose e hiperlordose, e também dor de curto a longo prazos. Por isso, orientamos que as mochilas sejam sempre carregadas nas costas, com uma alça em cada ombro e que o peso não ultrapasse 10% do peso corporal do aluno. Portanto, se uma criança pesa 40 kg, a mochila deve ter no máximo 4 kg. A quais sintomas os pais devem ficar atentos? Os pais devem ficar atentos à presença de possíveis assime- A RPG (Reeducação Postural Global) é um excelente método fisioterapêutico para solucionar problemas relacionados a alterações posturais. Crescimento, celulares, mochilas pesadas, muitos são os motivos que podem afetar a coluna das crianças, causando dores e anormalidades que precisam de atenção dos pais e profissional. A fisioterapeuta Ana Gil (Crefito-2: 59310-F) esclarece dúvidas e dá orientações para evitar problemas posturais mais graves. A RPG também é preventiva. É recomendado para crianças e adolescentes? Infelizmente os brasileiros em geral não têm comportamento preventivo e muito menos de buscar tratamento imediato. Mas, diversos estudos apontam que as alterações posturais, quanto antes tratadas, melhor. Logo, crianças e adolescentes deveriam buscar avaliação detalhada e tratamento, se for o caso, o quanto antes. A RPG é um excelente método tanto de prevenção quanto de tratamento. A partir de que idade é recomendada uma avaliação? Não existe regra, mas é interessante a partir de 6 anos de idade ou ao sinal de qualquer alteração ou dor. Revista Galanti • Março | Abril 2017 15 PETRÓPOLIS CENTRO Rua do Imperador, 9 (esquina com Rua Dr. Porciúncula) Tel.: (24) 2243-7252 / 2245-0721 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 21:00h e sábados das 08:00h às 21:00h, domingos das 08:00h às 17:00h. CENTRO Praça Visconde do Rio Branco, 16 Tel.: (24) 2237-6009 / 2237-8499 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 21:00h e sábados das 08:00h às 20:00h, domingos das 08:00h às 17:00h. CENTRO Rua Dezesseis de Março, 175 Tel.: (24) 2242-9362 / 2242-7162 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 20:00h. CENTRO Rua do Imperador, 728 Tel.: (24) 2231-1320 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 21:00h e sábados das 08:00h às 21:00h, domingos das 08:00h às 17:00h. DUQUE DE CAXIAS CENTRO Rua José de Alvarenga, 405 Tel.: (21) 2771-0003 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 19:00h, domingos das 08:00h às 14:00h. CENTRO Av. Pres. Vargas, 59 Tel.: (21) 2671-2481 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 19:00h. BELFORD ROXO CENTRO Rua João Fernandes Neto, nº 1305 e 1307 Tel.: (21) 3771-1482 / 3663-2498 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 18:00h, domingos das 08:00h às 14:00h. VOLTA REDONDA VILA SANTA CECÍLIA Rua Dezesseis, 79 Tel.: (24) 3342-6284 / 3348-1216 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 21:00h e sábados das 08:00h às 18:00h, domingos das 08:00h às 17:00h. SÃO GONÇALO CENTRO Praça Dr. Luiz Palmier, 50 Tel.: (21) 2606-3578 / 2606-3156 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 19:00h, domingos das 08:00h às 14:00h. NOVA IGUAÇU CENTRO Trav. Almerinda Lucas de Azeredo, 70 Tel.: (21) 2882-4750 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:30h e sábados das 08:00h às 18:00h. CENTRO Av. Gov. Amaral Peixoto, 142 Tel.: (21) 2668-3073 / 2668-4092 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 18:00h. CENTRO Av. Gov. Amaral Peixoto, 324 Tel.: (21) 2667-4810 / 2667-3868 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 21:00h e sábados das 08:00h às 18:00h, domingos das 08:00h às 14:00h. CENTRO Rua Getúlio Vargas, 90 Tel.: (21) 2768-7599 / 2768-8585 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 16:00h, domingos das 8:00h às 14:00h. CENTRO Av. Dr. Luiz Guimarães, 153 Tel.: (21) 2768-4880 / 2768-4377 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 21:00h e sábados das 08:00h às 18:00h, domingos das 08:00h às 14:00h. CENTRO Av. Dr. Luiz Guimarães, 93 Tel.: (21) 2768-1387 / 2667-8065 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 21:00h e sábados das 08:00h às 18:00h. CENTRO Rua Cel. Francisco Soares, 134 Tel.: (21) 2765-3362 / 2765-3424 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 21:00h e sábados das 08:00h às 18:00h, domingos das 08:00h às 14:00h. QUEIMADOS CENTRO Av. Irmãos Guinle, 1037 Tel.: (21) 2665-5831 / 2665-5847 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 21:00h e sábados das 08:00h às 18:00h, domingos das 08:00h às 14:00h. SÃO JOÃO DE MERITI CENTRO Rua Gessyr Gonçalves Fontes, 115 Tel.: (21) 2755-7665 / 2755-7666 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 18:00h, domingos das 08:00h às 14:00h. NITERÓI CENTRO Rua José Clemente, 42 – Loja Tel.: (21) 2620-1200 / 2620-1054 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 15:00h. RIO DE JANEIRO MADUREIRA Av. Min. Edgar Romero, 72 Tel.: (21) 3390-5010 / 3390-0396 De segunda a sexta-feira das 07:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 18:00h. MADUREIRA Rua Dagmar da Fonseca, 19 Tel.: (21) 2450-1684 / 2489-4184 De segunda a sexta-feira das 07:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 18:00h. CAMPO GRANDE Rua Coronel Agostinho, 153 Tel.: (21) 2415-2968 / 3394-2565 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 18:00h. COPACABANA Av. N. Sra. de Copacabana, 656 Tel.: (21) 2255-0529 / 2255-1770 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 21:00h e sábados das 08:00h às 20:00h, domingos das 09:00h às 15:00h. COPACABANA Rua Barata Ribeiro, 157 Tel.: (21) 2541-8845 / 2244-0180 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e sàbados das 08:00h às 18:00h. BANGU Rua Silva Cardoso, 229 A Tel.: (21) 2401-8152 / 2401-8266 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 18:00h. CENTRO Rua da Ajuda, 35 lojas B e C Tel.: 2533-2715 / 2533-2717 De segunda a sexta-feira das 07:00h às 20:00h e sábados das 08:00h às 14:00h.. NILÓPOLIS CENTRO Av. Getúlio Vargas, 1476 Tel.: (21) 3760-2811 / 3762-3582 De segunda a sexta-feira das 07:00h às 21:00h e sábados das 08:00h às 19:00h, domingos das 08:00h às 14:00h. CENTRO Avenida Mirandela, 35 Tel.: (21) 3760-0745 / 3761-7171 De segunda a sexta-feira das 08:00h às 21:00h e sábados das 08:00h às 19:00h, domingos das 08:00h às 14:00h. GALANTI EM CASA: 0800-0213768 (Volta Redonda e Petrópolis) 4002-3768 (Rio e Grande Rio)