UNISALESIANO Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium Curso de Enfermagem Ana Claudia Rodrigues da Cruz Silva Izabella Bizinelli da Fonseca Mariana Martins Sanches Barbosa “SE TOCA MULHER” O conhecimento de universitárias sobre o câncer de mama LINS – SP 2015 Ana Claudia Rodrigues da Cruz Silva Izabella Bizinelli da Fonseca Mariana Martins Sanches Barbosa “SE TOCA MULHER” O conhecimento de universitárias sobre o câncer de mama Trabalho de conclusão de curso apresentado à Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium. Curso de Enfermagem sob a orientação do Prof. Esp. Paulo Fernando Barcelos Borges e orientação técnica da Profª Ma. Jovira Maria Sarraceni. LINS – SP 2015 Ana Claudia Rodrigues da Cruz Silva Izabella Bizinelli da Fonseca Mariana Martins Sanches Barbosa “SE TOCA MULHER” O CONHECIMENTO DE UNIVERSITÁRIAS SOBRE O CÂNCER DE MAMA Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de Graduação em Enfermagem. Aprovada em: ____/____/____ Banca Examinadora: Prof. Orientador: Paulo Fernando Barcelos Borges. Titulação: Enfermeiro Especialista em Unidade de Terapia Intensiva pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto (FAMERP) e Mestrando em Enfermagem pela Faculdade de Medicina de Botucatu - UNESP Assinatura:_____________________________________ 1ª Prof.(a)_______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ Assinatura:_____________________________________ 2ª Prof.(a)_______________________________________________________ Titulação:_______________________________________________________ Assinatura: ____________________________________ “A mente que se abre a uma nova ideia, jamais voltará ao seu tamanho original.” Albert Einstein. Dedicamos esse trabalho aos nossos pais, com todo amor e gratidão, por sempre nos guiarem para aos melhores caminhos. Sem vocês nada disso seria possível. Ana, Iza e Mari AGRADECIMENTO Até o presente momento a caminhada não foi fácil, mas ainda bem que podemos contar com pessoas maravilhosas, que nos impulsionam e nos motivam a querer sempre mais, vocês fazem parte de mais essa conquista. A Deus Por ter me capacitado e dado forças para vencer as adversidades que encontrei no caminho, as batalhas foram grandes, mas as benção foram maiores ainda, obrigada por ter guiado meus passos e mostrar sempre a direção correta “No mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo, Eu Venci o mundo” (Jó. 16-33). Aos meus Pais (João e Creuza) Obrigada pelo apoio, carinho, confiança e por todo o incentivo que vocês sempre me ofereceram, todos esses cuidados foram fundamentais para conclusão de mais esta etapa da minha vida. Sei que sempre acreditaram e que torcem por mim. Agradeço e compartilho com vocês a mais essa vitória alcançada, pois vocês nunca desanimaram e deixaram de lutar para que meus objetivos fossem alcançados. Que Deus sempre os ilumine. Amo vocês! A alguém especial Meu amado esposo, Juninho, obrigado por estar ao meu lado nesse momento tão especial, sei que esses seis anos não foram fáceis nem para mim nem para você, me desculpe por algumas falhas e ausências, sei que alguns sonhos sofram postergado, mas tudo isso é para que tenhamos um futuro maravilhoso. Agradeço a Deus todos os dias por ter colocado alguém tão estão especial como você em minha vida. Amote incondicionalmente! Aos meus familiares Obrigada por vocês estarem sempre presentes, quando eu mais precisei, sempre me motivando e dando forcas para não desistir, amo vocês. Tia Elenita ( in memorian) Ela sempre achou linda minha profissão, e sempre me pedia para ser uma excelente profissional, infelizmente ela foi diagnosticada tardiamente pelo CA de mama, e hoje já não esta mais ente nos, saudades! Ao orientador E professor Paulo, o senhor se fez presente no momento mais importante de nossas vidas, momento em que nos vimos sem saída, e mesmo assim o senhor vestiu a camisa, nos motivou e encorajou para novas experiências, obrigada pela confiança. Aos professores que fizeram parte da minha formação Por todo ensinamento e experiência deixado por vocês, cada um com seu método particular e especial de transmitir os conhecimentos que jamais serão esquecidos. Aos professores dos cursos de exatas e humanas, pois foram super-receptivos e acolhedores no momento de nossa pesquisa. Em especial, minha professora e mãezona Vivi, que muitas vezes me apoio, me dava a sua palavra amiga e estava ali, sempre disposta a ajudar no que fosse necessário. Você é muito especial vi, vou sempre me lembrar de você. Ao Ricardo Horita, que nos recepcionou e acolheu no momento de finalizar a nossa pesquisa; A Jovira que nos acrescentou muito conhecimento nos prestou assistência sempre que solicitado, e que queria nos convencer de que a metodologia é linda (rsrs) e que em meio a tanta correria e cobrança se tornou uma grande amiga. A dona Edna que sempre esteve presente em minha vida, desde o ensino fundamental, médio e hoje me ajudando na graduação, saiba que a senhora fez parte de momentos especiais em minha vida. Enfim, agradeço a todos que, direta e indiretamente, contribuíram para a obtenção deste título. O meu muito obrigado! As Parceiras de monografia Izabellla e Mariana, e só de imaginar que por algum motivo pensamos que a nossa amizade poderia ser colocada em risco, devido a toda essa tensão que é o TCC, pelo contrario só tenho a agradecer vocês por essa parceria, que por sinal foi um sucesso, e hoje sem duvida nenhuma posso dizer que a nossa amizade só se fortaleceu nesse ultimo ano. Obrigada meninas, pelo carinho, amizade, entusiasmo, isso fez toda diferença para alcançarmos mais essa vitória. Obrigado a todas as pessoas que contribuíram para meu sucesso e para meu crescimento como pessoa e profissional. Sou o resultado da confiança e da força de cada um de vocês. ANA CLAUDIA AGRADECIMENTO Ao fim de mais uma etapa conquistada com muito esforço não poderia me esquecer das pessoas que me trouxeram até aqui e também fazem parte do meu sucesso, a elas desde já agradeço: Á Deus Pela minha vida, e por todas as bênçãos que recebi ao longo da minha trajetória. Aos meus pais (Marta e Sergio) Aos meus pais Marta e Sergio, pela pessoa que me tornei, e por estarem sempre do meu lado, e me incentivarem todas as vezes que eu pensei em desistir. Essa vitória é mais de vocês do que minha. Tenho orgulho e serei grata por toda a minha vida. Amo vocês. Ao orientador E professor de estágio, Paulo, por ter nos acolhido quando já não sabíamos mais o que fazer nos dando certeza de que tudo daria certo. Obrigada pela confiança, e por todos os ensinamentos ao longo desses anos, mais que um professor, você é um amigo. A alguém especial Meu namorado Vinícius, pela paciência de sempre, e pela ajuda, você fez do meu ano muito mais especial. Saiba que sempre pode contar comigo na sua vida. A professora de estágio Viviane Agradeço-te por tudo, por ter sido professora e amiga, pelos ensinamentos na profissão e na vida, você é muito especial, sempre vai ter lugar no meu coração. Ao professor Ricardo Horita, Pela ajuda que nos foi prestada, para finalizar nosso trabalho. As Parceiras de monografia Ana Claudia e Mariana pelo esforço, pelo tempo dedicado e pela coragem de encarar essa pesquisa, só nós sabemos como a abordagem foi difícil, a vergonha que sentimos em falar para tantas salas diferentes. Mas o desafio fez a vitória ainda mais saborosa, e nós conseguimos, vencemos! Muito obrigada pela amizade nesses 5 anos, que orgulho de vocês, evoluíram muito e se tornaram profissionais maravilhosas. Desejo que vocês sejam muito felizes em suas vidas. Aos coordenadores e professores dos cursos pesquisados Muito obrigada por nos receber tão bem e dedicarem se tempo para colaborar com nosso trabalho. IZABELLA AGRADECIMENTO Á Deus Agradeço primeiramente por que ele me guia, ilumina e me mantém firme durante essa caminhada onde me levará à realização do meu sonho. Aos meus familiares Obrigado pelo apoio, carinho e compreensão, sem vocês nada disso seria possível, por várias vezes pensei em desistir, mas graças a vocês eu não cedi. Obrigada por tudo família. Á minha tia (in memorian) Uma universitária que lutou bravamente contra um câncer de mama foi a grande motivadora em aceitar esse projeto, e tenho certeza que esse trabalho irá fazer a diferença na vida de muitas mulheres. As Parceiras de monografia Ana Cláudia e Izabella, obrigada por me aceitarem nesse trabalho, sem vocês esse sonho nunca seria possível, não foi fácil mais conseguimos! Ao meu orientador Paulo Fernando que aceitou nosso projeto, por todo seu ensinamento e paciência, que Deus ilumine sempre seus caminhos. Muito obrigada por tudo! Amigos da Unimed Meu muito obrigado pela compreensão, paciência e ensinamentos, vocês me deram força e coragem nos momentos que eu mais precisei minha segunda família. Aos coordenadores e professores dos cursos pesquisados De Administração, Ciências Contábeis, Direito, Engenharia Agronômica e Pedagogia muito obrigada por permitir que esse trabalho fosse realizado e todas as alunas que participaram da nossa pesquisa, vocês foram essenciais para a conclusão desse trabalho. A todas as pessoas que me ajudaram direta ou indiretamente, meus agradecimentos pelo incentivo, carinho e compreensão. MARIANA RESUMO Na atualidade, devido a sua grande incidência, o câncer de mama é considerado um problema de saúde pública que vem fazendo milhares de mortes por ano no Brasil. A principal causa da morte é o diagnóstico tardio, pois quando detectado em sua fase inicial a chance de cura é de mais de 90%. Após revisões bibliográficas sentiu-se a escassez de pesquisas voltadas para a população universitária. Neste sentido o objetivo deste estudo foi identificar o conhecimento de mulheres universitárias em relação ao câncer de mama; incentivar as mulheres a hábitos saudáveis de vida, para redução de fatores de risco do câncer de mama; disseminar a informação sobre câncer de mama na população acadêmica para que esta seja multiplicadora na comunidade em geral; e; analisar a eficiência da educação em saúde no processo de instrumentalização do conhecimento sobre o conceito e diagnóstico precoce do câncer de mama. A pesquisa se deu em dois momentos distintos: o primeiro idealizado na aplicação do questionário para avaliar os aspectos de compreensão sobre o câncer de mama e o segundo para comparar a eficiência do processo de educação em saúde realizado. Participaram deste estudo 273 mulheres na primeira instância e na segunda 169. A educação em saúde foi voltada para a prevenção e diagnóstico precoce dessa patologia. Após análise dos dados conseguiu-se comprovar a eficácia da educação em saúde e confirmar a hipótese deste estudo, pois houve uma mudança significativa nas práticas de prevenção e detecção precoce da doença. Palavras chave: Câncer de mama, Prevenção e Educação em saúde. ABSTRACT Nowadays, due to its high incidence, breast cancer is considered a public health problem that is causing thousands of deaths per year in Brazil. The main cause of the death is the late diagnosis because when detected in its early stages the chance of cure is over 90%. After literature reviews felt the lack of research aimed at the university population. In this sense the objective of this study was to identify the knowledge of university women in relation to breast cancer; encourage women to healthy habits of life to reduce risk factors for breast cancer; disseminating breast cancer information on the academic population for it to be multiplying in the wider community; and analyze health education efficiency in the exploitation process of knowledge on the concept and early diagnosis of breast cancer. The research took place in two different moments: the first designed in the questionnaire to assess aspects of understanding about breast cancer and the second to compare the efficiency of the health education process carried out. In the first instance the study included 273 women and the second 169. Health education was focused on the prevention and early diagnosis of this pathology. After analyzing the data we were able to prove the effectiveness of health education and confirm the hypothesis of this study because there was a significant change in the practices of prevention and early detection of disease. Key words: Breast cancer, prevention and health education. LISTA DE FIGURAS Figura1: Anatomia da mama............................................................................. 21 Figura 2: Educação em saúde...........................................................................39 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS AEM: Autoexame das mamas. CA: Câncer Ca M: Câncer de mama ECM: Exame clínico das mamas. INCA: Instituto nacional do câncer. MS- Ministério da Saúde N: Número PNAO: Política nacional de atenção oncológica. SUS: Sistema único de saúde. TCLE: Termo de Consentimento Livre e Esclarecido UBS- Unidade Básica de Saúde SUMÁRIO INTRODUÇÃO.................................................................................................. 16 CAPÍTULO I - CONHECENDO O CÂNCER DE MAMA .................................. 19 1 DEFINIÇÃO CÂNCER DE MAMA ................................................................. 19 2 ANATOMIA DA MAMA ................................................................................. 20 3 FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA................................................ 22 4 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS ...................................................................... 23 5 FATORES DE RISCO ................................................................................... 23 6 TRATAMENTO .............................................................................................. 24 6.1 Radioterapia ............................................................................................... 25 6.2 Quimioterapia.............................................................................................. 26 6.3 Cirurgia ....................................................................................................... 27 CAPÍTULO II - A INCIDÊNCIA DO CA DE MAMA E AS MEDIDAS PRECOCES DE DETECÇÃO E DIAGNÓSTICO NO CONTEXTO DA ENFERMAGEM ................................................................................................ 28 1 EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA NO BRASIL E NO MUNDO. ... 28 2 AS POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA VOLTADAS PARA A DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA. .............................................................. 29 2.1 Autoexame das mamas .............................................................................. 30 2.2 Exame clínico das mamas .......................................................................... 32 2.3 Mamografia ................................................................................................. 33 3 A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM NO PROCESSO DE PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CA DE MAMA UTILIZANDO A FERRAMENTA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE ........................................................................... 34 CAPÍTULO III - A PESQUISA .......................................................................... 37 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 37 1.1 Enquadramento metodológico do estudo ................................................... 37 1.1.1 Tipo de estudo ............................................................................................................. 37 1.1.2 Métodos e Técnicas ................................................................................................... 38 1.1.3 Local da Pesquisa ....................................................................................................... 40 1.1.4 Sujeitos da Pesquisa ................................................................................................. 40 1.2 Resultados e Discussão ............................................................................. 41 1.2 Considerações finais ................................................................................... 54 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ..................................................................... 56 CONCLUSÃO ................................................................................................... 57 REFERÊNCIAS ................................................................................................ 58 APÊNDICES ..................................................................................................... 63 ANEXOS ........................................................................................................... 73 16 INTRODUÇÃO O câncer é um importante problema de saúde pública em diversos países, sendo responsável por mais de seis milhões de óbitos a cada ano, representando cerca de 12% de todas as causas de morte no mundo. Embora as maiores taxas de incidência de câncer sejam encontradas em países desenvolvidos, dos dez milhões de casos novos anuais de câncer, cinco milhões e meio são diagnosticados nos países em desenvolvimento. (WHO, 2012). Na população feminina a grande incidência se dá ao câncer de mama, segundo o Ministério da Saúde, no Brasil, é o mais frequente e a maior causa de morte na população feminina. Entre os fatores predisponentes de risco destacam-se mulheres com histórico familiar, principalmente em parente de primeiro grau antes dos 50 anos, menarca precoce (idade da primeira menstruação menor que 12 anos), menopausa tardia (após 50 anos), primeira gravidez após os 30 anos, nuliparidade, consumo de álcool, obesidade, entre outros. (INCA 2007). A prevenção do câncer de mama seria a principal forma de combate à doença, através da detecção precoce, sendo esta amparada em duas estratégias: o diagnóstico precoce e o rastreamento. (SILVA E HORTALE, 2011). Quanto ao diagnóstico precoce deve ser feita a conscientização da população e dos profissionais para os sinais e sintomas da doença, promovendo uma consulta nos serviços de saúde para indivíduos sintomáticos. Já no rastreamento deve submeter indivíduos assintomáticos a exames de triagem para detectar o câncer. (SILVA E HORTALE, 2011). Estudos apontam que o auto-exame das mamas é fundamental para detectar alterações mamárias, inclusive o câncer. O autoexame é simples e sem custo, mas ainda é pouco utilizado, talvez por que não informam sua real eficácia no diagnóstico precoce. Em suma o autoexame das mamas continua sendo uma das etapas em prevenção e diagnóstico, apesar de todo avanço tecnológico na área de imagem. (MARINHO et al , 2002) 17 Este estudo se justifica uma vez que quando um tumor mamário é detectado em seu estágio inicial, a possibilidade de cura é de mais de 90%, desta forma é fundamental realizar exames periódicos para que seja possível esse diagnóstico precoce, sendo que o sucesso do tratamento do câncer de mama está diretamente relacionado a isso. Dados obtidos no INCA (2008), as ações educativas são importantes, pois nem sempre as mulheres terão acesso aos serviços de saúde de forma rápida e eficaz, uma vez que nosso sistema de saúde ainda está voltado para a doença instalada, tratamento e reabilitação, ficando relegada, a segundo plano as ações de promoção e prevenção a saúde. Este apontamento se reforça em dados do INCA (2008), onde se revela que o diagnóstico tardio pode estar relacionado à dificuldade de acesso da população aos serviços públicos de saúde, baixa capacitação dos profissionais envolvidos na atenção oncológica, incapacidade do sistema público na demanda ou na baixa capacidade dos gestores municipais e estaduais em definir o fluxo de casos suspeitos em diferentes níveis de atenção. Estipulou que para controlar o câncer de mama ações devem ser executadas em todos os níveis de atenção, e que a assistência deve ser prestada por uma equipe multidisciplinar, onde o enfermeiro realiza o que lhe é atribuído (CAVALCANTE, 2013). Também passou a oferecer a população acesso a procedimentos que detectam a doença em sua fase inicial, como o rastreamento mamográfico e exame clínico (SANTOS, KOCH, 2010). Com o aumento progressivo da epidemiologia do câncer de mama, temos como hipótese que as mulheres desconhecem ou possuem conhecimento superficial frente a real importância da detecção precoce das alterações cancerígenas mamárias, impossibilitando um diagnóstico precoce e discorrendo em tratamento tardio. Acredita-se também que a educação em saúde seja uma ferramenta imprescindível, influenciando positivamente no processo de conhecimento e detecção precoce do câncer de mama. Este estudo foi elaborado com os seguintes objetivos: Identificar o conhecimento de mulheres universitárias em relação ao câncer de mama; incentivar as mulheres a hábitos saudáveis de vida, para redução de fatores de risco do câncer de mama; disseminar a informação sobre câncer de 18 mama na população acadêmica para que esta seja multiplicadora na comunidade em geral e analisar a eficiência da educação em saúde no processo de instrumentalização do conhecimento sobre o conceito e diagnóstico precoce do câncer de mama; Este trabalho está dividido em três capítulos: No primeiro abordamos a definição e fisiopatologia do câncer de mama, já no segundo aprofundamos mais sobre a incidência da doença, as medidas precoces de detecção e diagnóstico no contexto da enfermagem, no terceiro apresentamos a pesquisa que foi realizada, resultados e discussão. E por fim, proposta de intervenção e conclusão. 19 CAPÍTULO I CONHECENDO O CÂNCER DE MAMA 1 DEFINIÇÃO DE CÂNCER DE MAMA O nosso corpo está em constante mudança, e a cada dia que passa milhares de células se renovam, e o câncer propriamente dito, é quando as células começam a se dividir de forma desordenada, e adquirem características anormais invadindo tecidos e órgãos (FREITAS; TERRA; MERCÊS, 2011). Apresenta-se como uma massa consistente e dura, de limites mal definidos, e o tamanho podem variar, de acordo com o tempo de evolução. Este pode se apresentar móvel ou aderido à pele. A pele das mamas pode não apresentar nenhuma alteração, ou pode apresentar ulcerações e aspecto diferenciados (FERNANDES; NARCHI, 2007). Segundo o (Instituto Nacional do Câncer) o câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais comum no mundo e o que mais vem acometendo as mulheres, representando 22% dos casos novos a cada ano. Neste tipo de câncer geralmente o prognóstico é bom, mas como muitas mulheres tem um diagnóstico tardio, o índice de mortalidade teve um aumento nos últimos anos (INCA, 2015). No país, dez mil mulheres morrem todos os anos em virtude do diagnóstico tardio, principal determinante de intratabilidade do tumor. Este fato ocorre principalmente porque, em 60% dos casos, a doença é detectada em estágio avançado (KIM et al., 2010, p.1378 ). Estudos comprovam que a precocidade no diagnóstico tem grande influência sobre a evolução e prognóstico do câncer, subentende-se que o quanto antes o indivíduo for diagnosticado, mas chance de cura este apresenta (KIM et al., 2010). “No Brasil, essa patologia vem atingindo progressivamente um número maior de mulheres, em faixas etárias cada vez mais baixas, e com taxa de mortalidade também crescente” (BIM et al., 2010, p.941). Como nos últimos anos a incidência do câncer de mama praticamente duplicou, foram criadas algumas estratégias na saúde pública com o intuito de 20 prevenir ou detectar o mais precoce possível o diagnóstico de câncer de mama, que cada vez mais vem acometendo mulheres jovens (KIM et al., 2010). Estudos apontam que existem fatores que contribuem para o aparecimento e desenvolvimento de tumores mamários, conhecendo os consegue-se aumentar a sobrevida dessas mulheres, e oferecer a elas um diagnóstico precoce e melhores propostas de cuidados (ROSA; RADÜNZ, 2012, p 1003). Além de apresentar implicações inerentes a qualquer adoecimento, o câncer de mama feminino é um dos cânceres mais temidos, por afetar não apenas o corpo anatômico, mas principalmente alguns aspectos psicossociais (ALMEIDA; GUERRA; FILGUEIRAS, 2012). Sabemos que as mamas tem um valor muito importante na vida da mulher, pois além de ser uma característica feminina, tem uma grande importância quando pensamos na questão da sexualidade (OLIVEIRA et al., 2009). “Sendo uma doença crônico-degenerativa e considerada um problema de saúde pública, os impactos do diagnóstico e do tratamento do câncer podem interferir diretamente no estilo de vida do indivíduo” (KLUTHCOVSKY; URBANETZ, 2012, p. 454). 2 ANATOMIA DA MAMA As mamas são estruturas que se localizam na parede anterior do tórax, são denominadas de glândulas mamárias, compostas por tecido conjuntivo e tecido adiposo, derivadas do tecido epidérmico, é considerado um anexo cutâneo (JALDIN; SANTANA, 2006). Segundo Ribeiro (2014), a mama de uma mulher na fase adulta é composta por glândulas que produzem leite, estas possuem de 15 a 20 lobos que são cobertos por tecido adiposo, possuem o canal galactófora, onde se acumula o leite produzido. As mamas estão situadas ventralmente aos músculos do peitoral maior, serrátil anterior e oblíquo externo, estendendo-se da segunda, terceira a sexta e sétima costelas, e do bordo lateral do esterno à linha axilar anterior. Entre as mamas, situa-se o sulco intermediário, podendo ser variado dependendo do volume mamário, abaixo das mamas apresenta-se o sulco inframamário. O 21 tamanho, forma e a firmeza das mamas variam de acordo com a raça, idade, obesidade e estado de atividade funcional. O tamanho geralmente está associado à quantidade de tecido adiposo e seu peso varia entre 200 e 400 g na fase adulta (JALDIN; SANTANA, 2006). A mama envolve nervos, vasos sanguíneos e a cadeia linfática, estas drenam a linfa para os linfonodos das cadeias axilar e mamária interna (BRASIL, 2013). A pele da mama é denominada delgada, lisa, elástica, sendo considerada mais clara que a do restante do corpo, porém na sua porção central, ela se apresenta mais espessa, enrugada, pigmentada, formando o complexo areolopapilar, este por sua vez é compreendido por duas estruturas, a aréola e a papila. A aréola é uma área circular, seu tamanho varia de 3 a 6 cm de diâmetro, pigmentada, sua superfície é irregular, e possui folículos pilosos ao seu redor, contêm glândulas sebáceas, sudoríparas e areolares, que são conhecidas com glândulas de Montgomery, estes que aumentam de volume durante a gestação, sendo sua principal função a lubrificação e a proteção da pele com efeito antibacteriano durante a amamentação (JALDIN; SANTANA, 2006). Topograficamente, as mamas são divididas em quadrantes superiores (lateral e medial), inferiores (lateral e medial) e região central. A divisão em quadrantes é importante para a localização e correlação dos achados de exame clínico e de imagem (BRASIL, 2013, p.83). Figura1: Anatomia da mama Fonte: Instituto de Oncomastologia, 2015. 22 3 FISIOPATOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA O câncer de mama, como já foi descrito, caracteriza-se pela multiplicação anormal de células de forma incontrolável. O câncer de mama, em toda sua evolução, geralmente não aparece de uma hora para outra, desde a primeira célula anormal até um tumor de um centímetro de diâmetro, que pode ser percebido na palpação, podem decorrer oito a dez anos, levando esse tumor a demorar muito para dar sinais claros de sua presença (SABBI, 2002). O processo de carcinogênese apresenta os estágios de iniciação, fase onde os genes sofrem ação de fatores cancerígenos; promoção, fase em que a célula já alterada passa pela ação dos agentes oncopromotores; e progressão, caracterizada pela multiplicação descontrolada e irreversível da célula (BRASIL, 2013). Na fase de iniciação ocorrem mutações celulares permanentes, e essas mudanças são significativas até a segunda etapa da carcinogênese (BRUNNER; SUDDARTH, 2006). A fase de progressão é aquela em que a doença já se instalou. O tumor já existente manifesta sua capacidade de invasão e metastização (PITANGA, 2015). Segundo INCA (1996), nesta fase as células se encontram, geneticamente alteradas, porém ainda não é possível detectar um tumor clinicamente. “As lesões precursoras do carcinoma mamário como a hiperplasia ductal atípica, a neoplasia lobular e carcinoma ductal in situ apresentam alterações genéticas comuns aos carcinomas.” (BRASIL, 2013, p.86). As neoplasias lobulares são lesões não invasivas, localizadas ou extensas, que comprometem a unidade lobular e podem disseminar-se para os ductos. Recentemente reconhecidas como lesões precursoras, às neoplasias lobulares constituem achados incidentais de biópsias da mama, tendem à multicentricidade e à bilateralidade. O carcinoma ductal in situ é uma proliferação epitelial neoplásica intraductal que respeita a barreira da membrana basal. São classificados de baixo e alto grau, considerando o volume nuclear, a distribuição da cromatina e as características dos nucléolos. Tal classificação representa o grau de agressividade da lesão. (BRASIL, p.86, 2013) 23 A Doença de Paget é um tumor raro e a praticamente todas as pacientes portadoras dessa patologia apresentam um carcinoma subjacente (BRASIL, 2013). Essas células malignas podem demonstrar propensão para invadir os tecidos adjacentes e gerar metástase. Segundo Mohallem & Rodrigues (2007), a metástase é um tumor que cresce separadamente do tumor secundário. Ele se origina de células do tumor primário e que foram transportadas para outros locais através dos vasos linfáticos ou sanguíneos. O tempo da carcinogênese completa é indeterminado e pode levar anos até o aparecimento do tumor, mas pode ser interrompido a qualquer momento se o organismo for capaz de deter a proliferação das células (INCA, 2015). 4 MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS O câncer de mama é geralmente assintomático, e isso é o que dificulta o diagnóstico precoce, o sinal detectado na maioria das vezes é a presença de um nódulo endurecido na mama, ou secreção espontânea saindo pelo mamilo. A dor só ocorre nos casos avançados, e na maioria das vezes, nas lesões benignas. Nas formas avançadas também pode surgir modificações no aspecto da pele, que é o conhecido por “casca de laranja”, devido ao aspecto da mama. Pode também surgir linfonodos palpáveis na axila (INCA, 2015). As metástases do câncer de mama causam complicações específicas da localização do tumor, como infecções; redução da mobilidade se ocorrer metástase ósseas; alterações respiratórias, e distúrbios do sistema nervoso central (BOUNDY, 2004). 5 FATORES DE RISCO Segundo Ribeiro (2014) os principais fatores de risco para desenvolver o câncer de mama são: a) sexo feminino, sendo só 1% nos homens. b) Idade acima dos 40 anos. c) hereditariedade 24 d) alterações nas mamas, como hiperplasia atípica e carcinoma lobular insitu, tem alto risco de desenvolver neoplasia mamária. e) a nuliparidade e mulheres que tem filhos a partir dos 30 anos. f) menopausa tardia, após os 55 anos e menarca precoce, antes dos 12 anos. g) o uso de reposição hormonal durante 5 anos ou mais. h) mulheres caucasianas. i) o tecido mamário denso, apresentam maior probabilidade. j) a ingestão de alimentos ricos em gordura animal e laticínios, obesidade após a menopausa aumentam de 33-36% o risco do CA de mama. k) o sedentarismo, a pratica de exercício físico diminui em 10-25%. l) a ingestão de bebidas alcóolicas, pois aumentam os níveis de estrógenos endógeno; e m) alteração no cromossomo 17, onde se localiza o gene HER2, e no cromossomo 13 onde se localiza o gene BRCA-1. 6 TRATAMENTO Os cânceres no geral devem ser tratados em centros específicos, com profissionais qualificados e experientes. Que tenham a capacidade de diagnosticar, determinar a extensão da neoplasia, tratar, cuidar e prestar uma assistência de qualidade. Nos últimos anos obtiveram-se avanços na área de tratamento do câncer, as cirurgias foram reformuladas e surgiram drogas mais eficazes no tratamento sistêmico. Hoje conta-se com uma equipe multidisciplinar e com isso consegue-se prestar uma assistência e cuidados individualizados aos pacientes, onde se avalia não só a gravidade da doença, mas todo o contexto do paciente (BRASIL, 2013). Quando confirmado o diagnóstico de câncer, a paciente passa por muitos tratamentos como: quimioterapia, radioterapia, cirurgia, hormonioterapia e imunoterapia, a indicação vai depender da conduta médica, onde pode se optar por apenas uma terapia ou combinar terapias entre si (COSTA et al., 2012). 25 6.1 Radioterapia É um método capaz de destruir células neoplásicas, utilizando feixes de radiações ionizantes. A dose pré-calculada de radiação é aplicada, respeitando um tempo e volume adequado para cada tipo e tamanho de tumor, o intuito é extirpar todas as células tumorais, com o menor dano possível às células normais circunjacentes, à custa das quais se fará a regeneração da área irradiada (INCA, 2015). a) segundo Nettina (2011) a radioterapia é uma terapia adjuvante que reduz as incidências de recidivas, é utilizada quando se opta por conservar as mamas. Também pode ser recomendada no pré-operatório para reduzir as medidas do tumor, para que assim possa opera-lo. b) pode ser utilizada em pacientes pós-mastectomizadas, quando o tumor é muito grande e tem grandes extensões, esse procedimento pode retardar a reconstrução das mamas. c) um procedimento conservador como a rádio só é contraindicado quando existem tumores em quadrantes separados, se já faz o uso da terapia , gravidez e margens positivas. d) se a paciente estiver grávida, recomenda-se uma radioterapia exclusiva, nos primeiros trimestres, já no final da gravidez suspende a radiação, com o intuito de preservar a mama. e) quando tem metástases de mamas, essa terapia é muito utilizada para minimizar dores ósseas. f) a radiação é uma terapia direcionada, para determinado local, no caso das mamas, para a parede torácica e nos linfonodos que restaram. g) a forma como é administrado essa radiação depende muito de cada caso, podendo variar de uma pessoa para outra. h) assim como qualquer outro tipo de tratamento pode apresentar efeitos adversos, pode ocorrer também algumas complicações que vão necessitar de cuidados após a radiação. i) existe hoje no mercado um dispositivo que aplica parcialmente a radiação através de um balão nas mamas, este dispositivo é implantado cirurgicamente e fica por um tempo, o disparo da radiação é feito duas 26 vezes no dia, cinco vezes por semana. Este procedimento deve ser realizado como parte de um ensaio prospectivo. Mas ainda esta em fase de estudos. 6.2 Quimioterapia A quimioterapia é o uso de medicamentos potentes contra o câncer, ela pode ser usada antes ou depois, para completar a cirurgia. A quimioterapia tem efeito sistêmico, em todo o corpo, visando evitar que o tumor retorne ou forme metástases (BRUNNER; SUDDARTH, 2002). A administração dos quimioterápicos pode ser feita por via oral, endovenosa, subcutânea, intramuscular, intracraneal, intratecal ou tópica (INCA, 2015). Segundo Sabbi (2002), a quimioterapia é aplicada em três situações: a) após a cirurgia: Terapia adjuvante. Nas formas iniciais do tumor podem existir metástases, ou elas podem vir a aparecer, por isso é indicada a complementação da cirurgia com a quimioterapia. Nessa fase inicial a quimioterapia traz grande benefício, uma vez que, mesmo que as metástases existam, elas demoram muito mais a se manifestar; b) antes da cirurgia: É a situação em que o tumor atingiu um tamanho em que a cirurgia não está indicada. Com o uso da quimioterapia o tumor pode reduzir seu tamanho para que seja possível realizar o procedimento, ou, em alguns casos, pode até desaparecer. É chamada terapia neoadjuvante;e c) quando já não há indicação de cirurgia: Paliativa. É indicada quando a doença já está muito avançada, com metástases, e a possibilidade de cura já não existe. Nesse caso a quimioterapia só é feita para diminuir os sintomas ou interromper a progressão da doença. Segundo o INCA (2015) o tempo de tratamento varia de acordo com o caso e o tipo de tumor, e pode causar vários efeitos colaterais, como: fraqueza, diarreia, perda de peso, aumento de peso, feridas na boca, quedas de cabelo e pelos do corpo, náuseas e vômitos. 27 6.3 Cirurgia O método cirúrgico pode ser de duas formas: conservador, onde é retirado apenas o tumor, ou a mastectomia, onde ocorre à retirada da mama e a retirada dos linfonodos, o procedimento cirúrgico tem a função prognóstica e terapêutica (INCA, 2015). Segundo Ribeiro (2013) o procedimento cirúrgico para o tratamento do câncer de mama é muito comum, e pode variar conforme a classificação do tumor: a) tumorectomia (cirurgia conservadora): apenas a retirada do tumor e algum tecido circundante; b) mastectomia poupadora de pele: é removido a glândula mamária, porém poupa a pele que a reveste, assim facilita a reconstrução mamária; c) mastectomia simples e total: é realizado a remoção de toda a mama, com preservação dos músculos peitorais; d) mastectomia radical modificada ou mastectomia de Patey: é removido toda mama e os gânglios axilares, porém é preservado os músculos peitorais; e e) mastectomia radical ou mastectomia radical de Halsted: é realizado aremoção total da mama, músculos peitorais e os gânglios axilares, estetipo de cirurgia não vem sendo utilizada atualmente, por ser muito extensa há um risco elevado de causar deformação do peito e ombro. 28 CAPÍTULO II A INCIDÊNCIA DO CA DE MAMA E AS MEDIDAS PRECOCES DE DETECÇÃO E DIAGNÓSTICO NO CONTEXTO DA ENFERMAGEM 1 EPIDEMIOLOGIA DO CÂNCER DE MAMA NO BRASIL E NO MUNDO. Segundo o INCA (2015), o câncer de mama é o que mais acomete mulheres sem contar com câncer de pele não melanoma, sendo a causa mais frequente de óbitos em mulheres, ocupando a quinta posição por câncer em geral. No Brasil as taxas de mortes são elevadas, provavelmente por ser uma doença diagnosticada em estágio avançado, podendo ter altas chances de cura se o diagnóstico for precoce (BRASIL, 2011). O câncer de mama é o tipo de câncer que mais acomete as mulheres em todo o mundo, tanto em países em desenvolvimento quanto em países desenvolvidos. Cerca de 1,67 milhões de casos novos dessa neoplasia foram esperados para o ano de 2012, em todo mundo, o que representa 25% de todos os tipos de câncer diagnosticado nas mulheres. Suas taxas de incidência variam entre as diferentes regiões do mundo, com as maiores taxas em 2012 na Europa Ocidental (96/100 mil) e as menores taxas na África Central e na Ásia Oriental (27/100 mil) (INCA, 2014). Em 2014 foram estimados 57.120 novos casos de câncer de mama no Brasil, estima-se 56 ocorrências para cada 100 mil mulheres, e para 100 casos em mulheres, apenas um homem terá a doença (INCA, 2015). Estimativas no ano de 2014 para os cânceres que mais acometem mulheres, exceto o de pele não melanoma são: câncer de mama 20,8%, câncer de cólon e reto 6,4%, câncer de colo de útero 5,7%, câncer de traqueia, brônquio e pulmão 4,0%, glândula tireoide 2,9%, estômago 2,7%, corpo do útero 2,2%, ovário 2,1%, linfoma não Hodgkin 1,8% e leucemias 1,6% (BRASIL, 2015). Na região norte do Brasil o câncer do colo de útero acomete mais as mulheres, ficando em segundo lugar o câncer de mama (INCA, 2015). 29 2 AS POLÍTICAS DE SAÚDE PÚBLICA VOLTADAS PARA A DETECÇÃO PRECOCE DO CÂNCER DE MAMA. Nos anos 80 o Brasil já sentia a necessidade de controlar o câncer de mama e começou a promover estratégias para observar a saúde da mulher de uma maneira mais ampla, com isso criou programas que ofertavam uma atenção maior à saúde da mulher (INCA, 2015). Com o passar dos anos esses programas vieram ganhando cada vez mais incentivos e melhorias, e passaram a ser moldados de acordo com o perfil epidemiológico do nosso país. Nos dias de hoje existem ações voltadas ao câncer de mama que tem por objetivo a promoção e prevenção da saúde, sendo a promoção um determinante muito importante, pois tem como principal objetivo, ampliar o conhecimento da população e incentivar práticas saudáveis. Diante de uma população bem informada estima-se uma melhoria na qualidade de vida e diminuição das doenças e agravos. Já a prevenção do Câncer de mama, está intimamente relacionada a reconhecer e detectar os fatores de risco, embora não seja possível mudar nossa genética, é muito importante nos atentarmos aos fatores que podem ser modificáveis, para que diminua as chances de desenvolver o câncer de mama (INCA, 2015). Na teoria, prevenir o câncer consiste em reduzir ao mínimo ou eliminar a exposição aos agentes carcinogênicos, além de minimizar a suscetibilidade individual aos efeitos destes agentes. Para isso, a população deve ser informada sobre os comportamentos de risco, os sinais de alerta e a frequência da prevenção (OLIVEIRA et al, 2012). O câncer de mama é a neoplasia maligna que mais tem afetado as mulheres na atualidade, com isso o Ministério da Saúde tem preconizado que algumas medidas sejam adotadas (SILVA et al, 2014). Estipulou que para controlar o câncer de mama ações devem ser executadas em todos os níveis de atenção, e que a assistência deve ser prestada por uma equipe multidisciplinar, onde o enfermeiro realiza o que lhe é atribuído (CAVALCANTE, 2013). Também passou a oferecer a população acesso a procedimentos que detectam a doença em sua fase inicial, como o rastreamento mamográfico e exame clínico (SANTOS, KOCH, 2010). 30 Segundo Grillo (2013) para que as estratégias que foram traçadas tenham sucesso e atendam as expectativas, é necessário que toda uma equipe seja mobilizada, como os profissionais da saúde e gestores, sendo de extrema importância que cada um assuma seus respectivos papéis com muita responsabilidade, visando sempre à melhoria do que foi proposto. 2.1 Autoexame das mamas Estudos apontam que a realização do AEM traz muitos benefícios, como a detecção de nódulos ainda pequenos, além de ser um método simples, de fácil execução e sem custo (BRITO et al, 2010). Em países mais desenvolvidos o AEM é uma prática pouco utilizada, pois não causa impacto sobre a mortalidade. Mas no Brasil ainda se preconiza esse procedimento, pois se subentende que a mulher consegue detectar rapidamente alguma anormalidade em seu próprio corpo (FRANÇA et al, 2012). A realização do AEM faz parte de todo um processo educacional em saúde, onde a equipe de enfermagem deve sempre orientar as mulheres sobre a real importância em detectar o câncer de mama precocemente, e aproveitar o momento da consulta para mostrar a forma correta de realizar o AEM em casa (BATISTON, 2009). O autoexame das mamas não é indicado como um método de rastreamento, pois é a própria mulher que se toca, com o objetivo de encontrar alguma alteração e conhecer mais o próprio corpo. Recomenda-se que o autoexame seja realizado mensalmente de 7 a 10 dias após o período menstrual, pois nesses dias as mamas estão indolores e menos consistentes. Já as mulheres histerectomizadas, que estão no climatério ou amamentando, quando não ocorre menstruação deve se escolher um dia e sempre realizar o autoexame no mesmo dia de cada mês. (FERNANDES, NARCHI, 2007). O autoexame das mamas não substitui o exame clínico realizado por um profissional capacitado, mas é tão importante quanto (BRASIL, 2008). Segundo orientações do Ministério da Saúde, o AEM deve ser realizado em dois tempos: inspeção em frente ao espelho e palpação digital das mamas em decúbito dorsal. (MENDES; SILVEIRA; SILVA, 2013, p.14). 31 Inspeção em frente ao espelho: a) a mulher deve se posicionar em frente ao espelho, com os braços alinhados ao longo do corpo e observar as mamas; b) elevar e lateralizar os braços e volte à posição inicial, e observe se há alguma alteração no contorno das mamas; c) é importante observar se existe presença de retrações, abaulamentos, simetria e saída espontaneamente de líquido. Palpação das mamas: a) na posição deitada, elevar uma mão sobre a cabeça, e com a outra palpar a mama oposta a mão que examina. Repetir o procedimento na outra mama; b) recomenda-se que toda a mama seja inspecionada e palpada, exerça um pouco de pressão nos dedos, para sentir o tecido que se encontra abaixo da pele, pois assim facilita na detecção de massas palpáveis; c) é muito importante descrever as características que se palpou, em relação a tamanho, mobilidade, localização e contorno. Movimentos: a) deve-se realizar movimentos circulares com as polpas digitais do 2º, 3º e 4º dedos da mão como se tivesse contornando as extremidades de uma moeda. A região da aréola e da papila (mamilo) deve ser palpada e não comprimida. No caso da mulher mastectomizada deve-se palpar a parede do tórax, a pele e a cicatriz cirúrgica; b) quadrante: a mão vai da base da mama em direção à papila e volta. c) Vertical: os dedos caminham para cima e volta para baixo cobrindo toda a mama. Expressão a) Com delicadeza, aperte o mamilo a procura de fluidos papilares. Repita o procedimento na outra mama (FERNANDES, NARCHI, 2007). Embora o AEM seja um método que pode ser realizado com facilidade, estudos tem investigado o conhecimento, a frequência e a maneira como é realizado pelas mulheres, e os índices tem mostrado que menos da metade da população realiza o AEM regularmente (BRITO, 2010). 32 2.2 Exame clínico das mamas Em abril de 2004 o instituto Nacional de câncer (INCA), passou a recomendar que o exame clínico das mamas (ECM) deve ser realizado em todas as consultas clínicas, e em todas as faixas etárias, sendo um cuidado rotineiro para a saúde da mulher (STEIN, 2009). No momento da consulta o profissional deve aproveitar e informar a paciente sobre o câncer de mama, a importância de se detectar precocemente, quais os sinais e sintomas característicos, e também ter um olhar clínico sobre os relatos de sinais e sintomas que a paciente está se queixando. Independente das queixas o ECM deve incluir inspeção estática, inspeção dinâmica, palpação das mamas, gânglios axilares e supra claviculares (BRASIL, 2013). Na inspeção estática o profissional consegue observar sinais sugestivos de câncer, nesta etapa a paciente pode estar sentada com os braços pendentes ou com os braços levantados sobre a cabeça. Na inspeção dinâmica o profissional pede que a mulher levante e abaixe os braços, que realize contração da musculatura peitoral, e realize uma compressão sobre o quadril com uma mão de cada lado. Na palpação é muito importante não examinar só as mamas, mas também as cadeias ganglionares axilares e supra claviculares, sendo a axilar com a paciente sentada. O braço deve estar homolateralizado e relaxado apoiado no antebraço do examinador, ainda sentada com a cabeça semi-fletida e com uma inclinação lateral, examina-se as supra claviculares. Em decúbito dorsal e a mão sobre a cabeça, inicia-se a palpação das mamas, utilizando as polpas digitais do 2º, 3º e 4º dedos, deve-se aplicar três tipos de pressão sobre a mama, leve, media e profunda. Importante palpar a aréola e mamilo e observar se existe a presença de alguma crosta ou secreção, no momento da palpação observa-se a coloração, temperatura e textura (BRASIL, 2013). Após o ECM, o profissional comunicará a paciente sobre as medidas que devem ser tomadas. Deve-se registrar qualquer alteração, encaminhar e comunicar o médico sobre os achados. Não perder a oportunidade de incentivar a paciente a se cuidar, a realizar o AEM. (NETTINA, 2011). 33 É importante salientar que o ECM deve ser realizado por profissionais treinados e capacitados, sendo este enfermeiro ou médico, pois é um exame que merece muita atenção e capacitação, pois existem nódulos de até 1cm que podem ser detectados através do ECM.( INCA, 2015). 2.3 Mamografia “A mamografia é um dos métodos mais efetivos para diagnóstico precoce de tumores malignos. Com esta tecnologia, pode-se detectar entre 85% e 95% de casos de câncer de mama em mulheres maiores de 50 anos” (RAMOS; DIMENSTEIN; LEDERMAN, 2010). Estudos apontam que o rastreamento mamográfico conseguiu reduzir cerca de 30% os óbitos por câncer de mama, o exame é indicado como rastreamento para mulheres assintomáticas e para as sintomáticas como um meio de confirmação do diagnóstico. A mamografia tem ajudado a reduzir a mortalidade por câncer de mama, pois essa tecnologia ajuda a antecipar cerca de dois anos, o diagnóstico. Com isso se detecta a doença em sua fase inicial e inicia precocemente o tratamento o tornando mais eficaz, diminui os danos estéticos, morbidade e melhora o prognóstico do paciente (SANTOS, CHUBACI, 2011). Segundo Novaes e Mattos (2009), diante de um consenso para controlar o câncer de mama, o Brasil preconiza que a mamografia seja realizada a cada dois anos, em mulheres de 50 a 69 anos. Para mulheres na faixa etária de 40 a 49 anos a mamografia só é recomendada caso haja alguma alteração no exame clínico das Mamas, essas mulheres não fazem parte do grupo rastreado, porque geralmente ainda possuem mamas muito densas (INCA, 2015). Em pacientes que apresentam histórico de câncer na família, a mamografia deve ser realizada anualmente, a partir dos 35 anos (SANTOS, CHUBACI, 2011). A mamografia é um exame realizado através de um mamógrafo, que emite baixas doses de raio-X, que capitam duas imagens de cada mama, sendo uma crânio podal e outra médio lateral (NETTINA, 2011). 34 Durante o exame as mamas são comprimidas para reduzir a quantidade de radiação que vai ser absorvida pelo tecido e separa o tecido suprajacente. Existem instituições que são credenciadas pelo American College of Radiology, sendo essa as indicadas para realizar a mamografia, pois elas contam com equipamentos e quadro de funcionários capacitados para realizar o procedimento. Mas embora sejam credenciadas podem ocorrer resultados falso-negativo. Se a mulher estiver grávida não há indicação para realizar o exame, e se tiver mamas muito densas, como as mais jovens também não tem indicação. Existem dois tipos de mamografia, de filme e digital, as duas utilizam raio-x para obter as imagens. O que muda é que a digital é semelhante a uma fotografia digital, existem alguns casos em que a digital apresenta mais vantagens, como idade menor que 50 anos, mamas densas e premenopausadas, pois facilita a visualização (NETTINA, 2011). É muito importante ressaltar que é um procedimento simples, mas que pode causar certo desconforto devido a compressão, leva cerca de 15 min para realização da mamografia. A paciente deve ser orientada na consulta anterior ao exame a não utilizar nenhum tipo de hidratante, desodorante, nas mamas nem nas axilas. É muito importante conversar com a paciente, esclarecer as dúvidas, explicar a importância do procedimento e explicar que os benefícios são muito grandes e que a dose de radiação chega a ser insignificante (NETTINA, 2011). 3 A IMPORTÂNCIA DA ENFERMAGEM NO PROCESSO DE PREVENÇÃO E DETECÇÃO PRECOCE DO CA DE MAMA UTILIZANDO A FERRAMENTA DA EDUCAÇÃO EM SAÚDE O câncer de mama é considerado um problema de saúde pública no Brasil, uma vez que é uma das principais causas de mortalidade feminina. Seu controle foi aprimorado a partir da construção da Política Nacional de Atenção Oncológica (PNAO) no final de 2005, por meio da portaria 2439/GM que estabeleceu as diretrizes para o controle, com foco na promoção de saúde até os cuidados paliativos com o câncer, seguindo os princípios do SUS (ABREU apud LEAO; PINTO; BRAGA, 2008). 35 Dos novos casos de neoplasias no ano, 22% corresponde ao câncer de mama, e as taxas de mortalidade continuam elevadas, provavelmente por conta do diagnóstico tardio. Entre as 10 principais causas de morte por câncer em mulheres, o de mama ocupa a primeira posição nos óbitos. (BRASIL, 2015) A detecção precoce do câncer de mama seria a melhor forma de reduzir essa mortalidade, já que a doença quando diagnosticada em seu estágio inicial têm bom prognóstico e grandes chances de cura. Aqui se destaca a importância do Autoexame das mamas, que pode ser realizado pela própria mulher em sua casa sem a necessidade de procurar o serviço de saúde, o exame clínico das mamas e a mamografia. Segundo Lourenço et al. (2013) são muito escassas as pesquisas sobre a atuação da enfermagem diante do câncer de mama, existem poucos artigos disponíveis. Sabe-se que muitas vezes essas mulheres podem não ter informação sobre a relevância desses exames, já que a mídia trata esporadicamente sobre o assunto, normalmente em tempos de campanhas voltadas a prevenção do câncer. Vale lembrar que as condições socioculturais também influenciam na percepção dessas mulheres. Diante disso a educação em saúde entra como ferramenta de propagação do conhecimento. A concepção de educação em saúde está atrelada aos conceitos de educação e de saúde. Tradicionalmente é compreendida como transmissão de informações em saúde, com o uso de tecnologias mais avançadas ou não, cujas críticas têm evidenciado sua limitação para dar conta da complexidade envolvida no processo educativo. Concepções críticas e participativas têm conquistado espaços e compreendem a educação em saúde como desenvolvida para alcançar a saúde, sendo considerada como “um conjunto de práticas pedagógicas de caráter participativo e emancipatório, que perpassa vários campos de atuação e tem como objetivo sensibilizar, conscientizar e mobilizar para o enfrentamento de situações individuais e coletivas que interferem na qualidade de vida” (SALCI et al., 2015,p.225). O enfermeiro deve atuar como multiplicador do saber, levando informações sobre a doença, sobre seu impacto na vida, tratamento e chances de cura relacionada com o rastreamento e diagnóstico precoce. “Na linha de cuidados do câncer, a atenção primária à saúde tem responsabilidade quanto às ações de promoção, prevenção, detecção precoce 36 e cuidados paliativos, ou seja, em todos os níveis de prevenção da história natural da doença” (ABREU et al., 2008, p.212). A atenção primária, que seriam as UBS, tem como função a disponibilização de informações para população, usando estratégias para atingir o publico alvo. Devem ser utilizadas maneiras diferenciadas para levar essas mulheres até o serviço de saúde, realizando busca ativa e palestras de conscientização. (CARVALHO e TONANI et al. apud LEÃO; PINTO; BRAGA, 2008). A Unidade Básica de Saúde deve estar organizada para receber e realizar o exame clínico das mamas das mulheres, solicitar exames mamográficos nas mulheres com situação de risco, receber resultados e encaminhar aquelas cujo resultado mamográfico ou cujo exame clínico indiquem necessidade de maior investigação (BRASIL, 2006). O exame clínico das mamas é realizado pelo profissional médico ou enfermeiro capacitado, ele visa detectar alterações, caso algo seja encontrado recorre-se a exames complementares para diagnóstico. Nesse momento o enfermeiro tem uma boa oportunidade de educar a população feminina, se aproximar mais desse público, ensinar sobre prevenção, fatores de risco e como realizar o autoexame das mamas (BRASIL, 2006). Portanto, observa-se que a principal assistência que cabe ao enfermeiro diante do câncer de mama é a educação em saúde, pois somente a detecção precoce é capaz de reduzir os danos e a alta taxa a mortalidade referente a essa doença. 37 CAPÍTULO III - A PESQUISA 1 INTRODUÇÃO A busca incessante de compreender as vertentes de atuação da enfermagem no contexto de prevenção e detecção precoce do câncer de mama associada à alta incidência mundial e nacional motivou o desenvolvimento desta pesquisa que teve como objetivos: Identificar o conhecimento de mulheres universitárias em relação ao câncer de mama; analisar a eficiência da educação em saúde no processo de instrumentalização do conhecimento sobre o conceito e diagnóstico precoce do câncer de mama; disseminar a informação sobre câncer de mama na população acadêmica para que esta seja multiplicadora na comunidade em geral; e; incentivar as mulheres a hábitos saudáveis de vida, para redução de fatores de risco do câncer de mama. Para tanto, este estudo seguiu os preceitos da resolução 466/12, sendo submetido para apreciação do Comitê de Ética e pesquisa, e teve parecer favorável sob o nº 1.043.095, datado pela relatoria em 25/05/2015. E todos os depoentes aceitaram participar de forma espontânea, após a explicação sobre o projeto e assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). 1.1 Enquadramento metodológico do estudo Posteriormente à escolha do conteúdo de pesquisa, evidenciou-se a necessidade de uma metodologia que abordasse o contexto estudado acerca do tema e objetivos propostos. Neste sentido, foi realizada uma revisão da literatura disponível, traçando este estudo como descritivo, exploratório com abordagem quantitativa comparativa. 1.1.1 Tipo de estudo Para Richardson et al (1999), o método quantitativo, sustenta-se pela valorização do quantitativo, possibilitando mensurar as coletas de dados, no demonstrativo numérico e tratamento destes números por técnicas estatísticas. 38 Para Gil (2008), as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a descrição das características de determinada população ou fenômeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis. Ainda segundo o autor, esse tipo de pesquisa é utilizado para estudar as características de um determinado grupo: idade, sexo, raça, origem, escolaridade, ocupação, estado de saúde entre outros (GIL, 2008). 1.1.2 Métodos e Técnicas Para alcançar os objetivos traçados, utilizou-se de um instrumento semiestruturado que foi elaborado pelos autores mediante levantamento literário que permeavam os aspectos da prevenção e detecção do câncer de mama (APÊNDICE A). Este instrumento continha 12 questões fechadas, de múltipla escolha. Para atender os critérios de inclusão desta pesquisa, os sujeitos deveriam ser maiores de 18 anos, cursando no mínimo o segundo semestre das áreas de Pedagogia, engenharia agronômica, Direito, Ciências Contábeis e Administração, pois acredita-se que as acadêmicas desses cursos não tem acesso a informação, já que em sua grade não existe disciplinas que contemplem a matéria de oncologia. Os respetivos cursos foram comunicados mediante seus coordenadores e solicitado autorização para coleta de dados. A coleta de dados discorreu em dois momentos distintos. Inicialmente as alunas foram orientadas sobre os objetivos deste estudo e a necessidade de aceitação mediante a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE (ANEXO A). As alunas que aceitaram, responderam o questionário e foram orientadas sobre o novo encontro que seria uma reaplicação do questionário. Após a aplicação do questionário foi realizada uma educação em Saúde com o tema: “SE TOCA MULHER”: o conhecimento de universitárias sobre o Câncer de Mama (figura 2) em forma de palestra que levou de 10 a 15 minutos conforme proposta deste estudo e após uma semana elas foram submetidas a uma nova avaliação mediante o mesmo questionário aplicado no primeiro momento. Após a coleta de dados, os resultados serão 39 apresentados mediante o uso da estatística descritiva, acompanhada de gráficos representativos. Figura 2: Educação em saúde Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. 40 1.1.3 Local da Pesquisa A pesquisa foi realizada no Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium de Lins, nos cursos de direito, administração, pedagogia, engenharia agronômica e ciências contábeis. 1.1.4 Sujeitos da Pesquisa Conforme apresentado, os sujeitos do estudo foram convidados a participar da nossa pesquisa mediante a assinatura do TCLE. Na primeira etapa, participaram de forma voluntária 273 universitárias, ou seja, responderam o questionário e participaram do processo de educação em saúde. A faixa etária deste grupo estudado variou de 18 a 57 anos. Abaixo, segue a divisão gráfica orientada por curso a que correspondem: GRÁFICO 1: Universitárias segundo CURSO Participação no Primeiro Questionário n= 273 26% 30% 20% ADMINISTRAÇÃO PEDAGOGIA ENGENHARIA CONTÁBEIS DIREITO 12% 12% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. No segundo momento, indicado pela reaplicação do questionário com intuito de analisar a eficiência da educação em saúde, tivemos a representatividade de universitárias conforme apresenta-se no gráfico 2: 41 GRÁFICO 2: Universitárias segundo CURSO Participação do Segundo Questionário n= 169 30% 26% 20% ADMINISTRAÇÃO PEDAGOGIA ENGENHARIA CONTÁBEIS DIREITO 12% 12% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Conforme evidenciado, temos como participantes deste estudo 273 universitárias no primeiro momento e de 169 participantes na segunda avaliação. Para tanto, os indicadores serão apresentados mediante a comparação proporcional, levando-se em conta os valores percentuais como válidos para discussão. A diferença encontrada no quantitativo de participantes nas duas fases pode ser justificada pelo período de coleta de dados ser simultâneo a semana de provas institucionais além do simpósio e recesso escolar que aconteceram também neste momento. 1.2 Resultados e Discussão Para melhor contextualização dos temas, os resultados serão apresentados mediante a representação gráfica, sendo que será utilizada a referência “A” para os resultados adquiridos no primeiro momento e a referência “B” para os dados obtidos após o processo de educação em saúde. Esta referência será seguida do número correspondente da questão abordada. O questionário foi elaborado em dois eixos, o primeiro eixo tinha como intencionalidade a obtenção de dados sócio demográficos das participantes. O eixo 02 foi idealizado mediante levantamento literário específico, direcionando e avaliando o conhecimento das universitárias sobre as medidas de detecção precoce além das condutas de prevenção da doença. 42 Neste estudo, quanto questionadas sobre o perfil sócio demográfico obteve-se: a idade das participantes variando de 18 a 57 anos, sendo a maioria delas com idade inferior a 30 anos, com cor predominantemente descrita como branca (66%) e parda (28%), seguidas de preta (4%) e amarela (2%). De acordo com a literatura, as mulheres brancas tem fator de risco elevado para o desenvolvimento do câncer de mama (REZENDE et al., 2009). Segundo o INCA 2013, a neoplasia mamária é rara em mulheres jovens, representando 5 a 7 % dos casos. Uma vez atingidas na idade jovem, apresentam um pior prognóstico, porque, na maioria das vezes a paciente é sintomática e o diagnóstico é feito em um estágio avançado da doença. Isso significa que as ações de detecção precoce do câncer de mama devem abranger todas as idades, conscientizando as mulheres da importância de realizar o autoexame, obtendo esclarecimentos para que estas possam envolver-se, ativamente, no processo de autocuidado, transformando, assim, seus hábitos de saúde, já que os melhores índices de sobrevida estão relacionados à detecção precoce deste tipo de câncer (BRASIL, 2002). Quando questionadas sobre o histórico familiar de câncer de mama, os dados apresentados demonstraram o fator de risco conforme gráfico 3: 250 GRÁFICO 3 PREVALÊNCIA DE HISTÓRICO FAMILIAR DE CA DE MAMA 208 200 150 100 50 N=273 18 5 25 0 Avó Irmã/mãe Outros Não teve Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Em relação ao histórico familiar, 2% da amostra (05 universitárias) relataram a prevalência de câncer de mama em mães ou irmãs, o que sugere fator de risco claro para desenvolvimento da doença bem como adoção de medidas de prevenção e/ou detecção precoce. 43 Na tentativa de compreender a perspectiva da participante sobre a importância do autoexame das mamas, ficou evidente a falta da prática que é descrita pela literatura como primordial na detecção precoce do câncer de mama. GRAFICO 4 QUESTÃO 1- Sobre o autoexame das mamas. A B 59% 14% 0% 0% 27% 0% A- Já realizei, acho muito importante B - Já ouvi falar, mas nunca realizei C - Já ouvi falar, mas não sei como é realizado D - Não acho importante E - Não sei dizer NR Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Em países como no Brasil onde os métodos de diagnóstico são de difícil acesso, o autoexame das mamas tem um papel importante no diagnóstico precoce da neoplasia mamária, sendo de extrema valia o acesso à informação e maneira correta de realizar o mesmo (MARINHO et al, 2003). Diante do exposto, fica claro o impacto da educação em saúde na realização do autoexame das mamas (Gráfico 4), além da amplitude para o conhecimento adquirido conforme dados dos itens B e C respectivamente. Quando questionadas sobre sua visão referente aos fatores que levam a não realização do autoexame das mamas pelas mulheres, obtiveram-se os seguintes resultados: 44 GRÁFICO 6 QUESTÃO 2 - Qual(is) fator(es) abaixo levam as mulheres a não realizar o auto exame das mamas? 9% 0% 14% 38% 23% 16% A - Medo e/ou vergonha B - Falta de tempo C - Desconhecimento/falta de informação D - Ter boa saúde E - Outros NR Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Conforme evidenciado, as mulheres designam o medo e/ou a vergonha como barreiras na prática do autoexame, acompanhada pela falta de tempo e desconhecimento da técnica adequada para execução do exame. Estudos mostram a resistência e dificuldade de inserção do autoexame das mamas, mas também apresentam que muitas mulheres tem vontade de aprender a maneira ideal de realizar o procedimento (SILVA, et al, 2009) Pensando nos fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama, as participantes trouxeram as seguintes perspectivas: 45 GRÁFICO 7 QUESTÃO 3- Em sua opinião quais dos fatores abaixo aumentam o risco de desenvolver o câncer de mama? A 0% 7% B 0% 14% 61% 18% A - Ter vários parceiros sexuais B - Histórico de câncer de mama na família C - Sentir dores nas mamas frequentemente D - Ter a presença de nódulos mamários em alguns dias do mês E - Fazer uso de anticoncepcional e não menstruar normalmente NR Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Mediante os gráficos apresentados, em um status de comparação, ficou notória a eficiência da educação em saúde (gráfico 7) como quebra de conceitos inadequados além de proporcionar conhecimento para designar os fatores de risco associados ao aparecimento da doença. Nesta questão, a alternativa que demonstraria o conhecimento adquirido nesta vertente seria a letra “b”, sendo o histórico familiar apontado como grande contribuinte na esfera fisiopatológica. “Já está bem estabelecido que a história familiar de Ca de mama coloca a mulher em um grupo de risco aumentado para o desenvolvimento da doença” (BATISTON et al, 2011, p.167). 46 GRÁFICO 9 QUESTÃO 4 - Qual o melhor período para realizar o autoexame das mamas? A B 2% 2% 2% 9% 16% 67% A - No período menstrual. C - Depois do período menstrual (7 dias após). E - Nenhum dos períodos apresentados. B - Antes do período menstrual (7 dias antes). D - Sempre que achar necessário. NR Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Quando questionadas sobre o período adequado para a realização do autoexame das mamas, no primeiro momento 67% das entrevistadas responderam a alternativa “D” - sempre que achar necessário, já quando questionadas após a educação em saúde 75% responderam corretamente assinalando a alternativa “C” – após o período menstrual (7 dias após). Como afirma Marinho et al., (2003) o autoexame é recomendado a todas as mulheres a partir da primeira menstruação, e deve ser realizado entre o 7° e o 10° dia do ciclo menstrual, quando as mamas se apresentam mais flácidas e indolores. 47 GRÁFICO 11 QUESTÃO 5- Quando deve ser realizado o auto exame das mamas? A 0% B 0% 10% 27% 20% 44% A - Semanalmente. C - Anualmente. E - Não é necessário. B - Mensalmente. D - sempre que achar necessário. NR Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Ao serem questionadas sobre quando deveria ser realizado o autoexame das mamas, no primeiro momento 44% das universitárias acreditavam que este deveria ser realizado uma vez ao ano. Já no segundo momento após a educação em saúde a diferença foi notória quando 69% assinalaram a alternativa correta que diz que o autoexame das mamas deve ser realizado mensalmente. Acredita-se que ao realizar o autoexame das mamas mensalmente, a mulher tem a capacidade de observar alguma alteração ou anormalidade que indique a presença de nódulo maligno, possibilitando assim um bom prognostico (INCA, 2015). 48 GRÁFICO 13 QUESTÃO 6- Quem pode ser acometido pelo câncer de mama? A 1% B 0% 0% 22% 0% 70% A - Homem e mulher B - Somente o homem. C - Somente Mulheres. D - Mulheres com mais de 60 anos. E - Somente mulheres jovens. NR Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Ao observarmos o gráfico 13, nota-se que a educação em saúde teve uma grande relevância nos resultados, onde no primeiro momento, poucas participantes tinham conhecimento sobre o acometimento do CA de mama em homens, apenas 22%, já no segundo momento atingiu-se o objetivo proposto, onde os resultados aumentaram significativamente, 93%. Embora seja raro, o câncer de mama também acomete os homens, totalizam apenas 1% do total de casos da doença (INCA, 2015). 49 GRÁFICO 15 QUESTÃO 7 - Qual a idade indicada para a realização da mamografia? A B 1% 24% 17% 1% 0% 59% A - 35 a 45 anos C - Somente depois dos 60 anos E - Qualquer idade B - A partir dos 40 anos D - 45 a 59 anos NR Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Mediante ao questionamento sobre a idade correta de realização da mamografia, antes da educação em saúde 59% assinalaram como resposta correta a alternativa “B”, que apresenta como idade ideal para a realização da mamografia após 40 anos de idade, e no segundo momento passando para 62%. Porém 25% das mulheres ainda acreditam que a mamografia tem deve ser realizada entre 35 e 45 anos, e assinalaram a alternativa “A”. 50 GRÁFICO 17 QUESTÃO 8 - O que a mamografia detecta? A 2% 0% B 0% 7% 0% 91% A - câncer de pele B - câncer de mama e colo de útero C - câncer de pulmão D - câncer de mama E - câncer de mama e de pele NR Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Analisando os gráficos apresentados onde foi questionado o que a mamografia detecta, no primeiro momento 91% das mulheres responderam CA de mama, 7% CA de mama e colo do útero e 2% CA de pele. Já no segundo momento 94% acreditam que a mamografia detecta o CA de mama, porém 6% continuam acreditando que o CA de colo de útero também pode ser detectado através desse exame. A mamografia é uma radiografia da mama, que detecta lesões mamárias em seu estagio inicial. Estudos mostram que a introdução da mamografia reduziu em média 30% dos óbitos de câncer (SANTOS; CHUBACI, 2011). 51 GRÁFICO 19 QUESTÃO 9- Mulheres na menopausa devem realizar autoexame das mamas? A 0% 2% B 0% 0% 21% 76% A - Só se quiserem. B - Sim, devem fazer o exame normalmente. C - Não, mulheres na menopausa não apresentam risco de desenvolver câncer de mama D - Só se for pedido pelo médico. E - Somente se estiverem sentindo dor nas mamas. NR Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Ao comparar as duas amostras A e B, fica evidenciado que embora a maioria das participantes apresentasse uma opinião formada sobre a importância do autoexame das mamas em mulheres menopausadas, no segundo momento obteve-se um aumento, passando de 76% para 95%, reafirmando a eficácia da educação continuada. É necessário ressaltar a importância de mulheres menopausadas realizar o autoexame das mamas, pois não existe limite de idade para cuidar da saúde ginecológica ( SANTOS; CHUBACI, 2011). 52 GRÁFICO 21 QUESTÃO 10 - Mulheres com histórico de câncer de mama na família (mãe e irmã) deve fazer acompanhamento a partir de que idade? A 1% B 10% 13% 0% 19% 56% A - 40 anos B - 45 anos C - 25 anos D - 30 anos E - 35 anos NR Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Mediante as amostras apresentadas sobre a idade em que a mulher que tem CA de mama na família deve começar o acompanhamento, no primeiro momento somente 13% acreditava que a idade deveria ser 35 anos, já no segundo momento esse número subiu para 33%. Porém observou-se que devido o grande numero de informações que elas receberam referente a idades, pode ter ocorrido algum erro de interpretação, pois a alternativa “C”, teve grandes índices nos dois momentos. “As mulheres pertencentes a grupos populacionais com risco elevado de desenvolver câncer de mama devem fazer exame clinico das mamas e mamografia anual a partir dos 35 anos” (INCA, 2015). 53 GRÁFICO 23 QUESTÃO 11- O exame clinico das mamas deve ser realizado a partir de que faixa etária? A B 0% 1% 0% 34% 39% 25% A - A partir dos 20 anos B - A partir dos 35 anos C - A partir dos 40 anos D - A partir dos 45 anos E - A partir dos 50 anos NR Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Após análise das amostras A e B, observa-se que no primeiro momento quando questionadas sobre a faixa etária correta 39% assinalaram a alternativa apropriada, no segundo questionamento esse número aumentou para 46%, sendo esse resultado de grande valia, pois o exame clinico das mamas é preconizado pelo MS como um método de rastreamento. 54 GRÁFICO 25 QUESTÃO 12- Mulheres com prótese de silicone podem realizar a mamografia? A 0% 3% B 1% 14% 7% 76% A - Sim, normalmente B - Não, a prótese pode estourar. C - Não, elas fazem ultrassonografia. D - Somente se quiserem, não é necessário. E - Somente se a mulher for idosa. NR Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. Embora a maioria tivesse assinalado a resposta correta no primeiro momento, nota-se que a porcentagem aumentou de 76% para 96% no segundo momento. Recomenda-se que mulheres que fazem uso de prótese de mamária, realize a mamografia com a mesma frequência que mulheres que não utilizam prótese (LOUVEIRA et al, 2003). 1.2 Considerações finais Observa-se que a estratégia de intervenção proposta foi bem sucedida, uma vez que se conseguiu desenvolver a metodologia empregada e atingir o objetivo sugerido. No primeiro momento na maioria das questões notou se a falta de conhecimento das mulheres sobre a patologia, os métodos de prevenção e detecção precoce entre outros. No segundo momento após a educação em saúde as amostras tiveram resultados satisfatórios, e após a comparação desses dados nota-se que a falta de informação muitas vezes leva a paciente a ter tratamento mais invasivo e 55 severo e consequentemente essa mulher muitas vezes não terá um bom prognóstico. Diante disso ressalta-se a necessidade de criar uma proposta de intervenção em relação à atuação do enfermeiro na educação em saúde. Sentiu-se também a necessidade de disseminar cada vez mais as informações sobre o câncer de mama. E cabe ao profissional enfermeiro atrair para si mesmo a responsabilidade de educar. A metodologia aplicada foi de grande valia para informar, esclarecer e orientar a população alvo a respeito da prevenção e da detecção precoce do câncer de mama. O fato foi comprovado após avaliação dos gráficos, que mostrou a importância da educação em saúde. 56 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Perante os resultados obtidos nessa pesquisa, fica evidente a importância da educação em saúde, pois através dos dados alcançados observa-se que os resultados foram significativos. Devido ao tema ter despertado grande interesse das entrevistadas, acredita-se na importância da continuidade deste trabalho, através de um projeto de extensão, a fim de orientar as futuras universitárias. Embora os homens não tenham respondido os questionários, a presença deles não foi descartada durante as orientações, pois se espera que eles sejam multiplicadores das informações para as mulheres do seu convívio. Anseia-se que esta pesquisa ultrapasse os muros da faculdade, levando a informação para toda a comunidade, facilitando a prevenção e possibilitando o diagnóstico precoce. 57 CONCLUSÃO Conforme evidenciado os objetivos desse trabalho foram atingidos, pois após analise estatística verificou-se a escassez de informações das acadêmicas, e que após uma breve orientação que realizamos a melhora do conhecimento das universitárias foi visível. Acredita-se que as informações serão difundidas e multiplicadas para a comunidade, uma vez que as participantes mostraram interesse e foram bem participativas durante as orientações. Neste sentido, espera-se também que a educação em saúde seja uma ferramenta imprescindível, que influenciará positivamente no processo de conhecimento e detecção precoce do câncer de mama. Aumentando assim as chances de cura, através de um diagnóstico precoce. Com isso, observa-se que o enfermeiro tem papel fundamental na educação em saúde, pois ele é quem direciona a equipe e as ações que serão tomadas a fim de detectar e prevenir o CA de mama. Sugere-se a continuidade de pesquisas voltadas para o câncer de mama com foco na educação em saúde, tendo em vista que o melhor tratamento é a prevenção. 58 REFERÊNCIAS ALMEIDA, T. R.; GUERRA, M. R.; FILGUEIRAS, M. S. T. Repercussões do câncer de mama na imagem corporal da mulher: uma revisão sistemática. Physis: Revista de Saúde Coletiva, Rio de Janeiro. 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S010373312012000300009&script=sci_arttext> Acesso em: 31/05/2015 BATISTON, A. P. 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Qual(is) fator(es) abaixo levam as mulheres a não realizar o auto exame das mamas? a) ( ) Medo e/ou vergonha. b) ( ) Falta de tempo. c) ( ) Desconhecimento/falta de informação. d) ( ) Ter boa saúde. e) ( ) Outros:_________________________________________________ 3. Em sua opinião quais dos fatores abaixo aumentam o risco de desenvolver o câncer de mama? a) ( ) Ter vários parceiros sexuais. b) ( ) Histórico de câncer de mama na família. c) ( ) Sentir dores nas mamas frequentemente. d) ( ) Ter a presença de nódulos mamários em alguns dias do mês. e) ( ) Fazer uso de anticoncepcional e não menstruar normalmente. 65 4. Qual o melhor período para realizar o autoexame das mamas? a) ( ) No período menstrual. b) ( ) Antes do período menstrual (7 dias antes). c) ( ) Depois do período menstrual (7 dias após). d) ( ) Sempre que achar necessário. e) ( ) Nenhum dos períodos apresentados. 5. Quando deve ser realizado o auto exame das mamas? a)( ) Semanalmente. b)( ) Mensalmente. c) ( ) Anualmente. d)( ) sempre que achar necessário. e)( ) Não é necessário. 6. Quem pode ser acometido pelo câncer de mama? a) ( ) Homem e mulher. b) ( ) Somente o homem. c) ( ) Somente Mulheres. d) ( ) Mulheres com mais de 60 anos. e) ( ) Somente mulheres jovens. 7. Qual a idade indicada para a realização da mamografia? a) ( ) 35 a 45 anos b) ( ) A partir dos 40 anos c) ( ) Somente depois dos 60 anos d) ( ) 45 a 59 anos e) ( ) Qualquer idade 8. O que a mamografia detecta? a) ( ) câncer de pele b) ( ) câncer de mama e colo de útero c) ( ) câncer de pulmão d) ( ) câncer de mama e) ( ) câncer de mama e de pele 66 9. Mulheres na menopausa devem realizar autoexame das mamas? a) ( ) Só se quiserem. b) ( ) Sim, devem fazer o exame normalmente. c) ( ) Não, mulheres na menopausa não apresentam risco de desenvolver câncer de mama. d) ( ) Só se for pedido pelo médico. e) ( ) Somente se estiverem sentindo dor nas mamas. 10. Mulheres com histórico de câncer de mama na família (mãe e irmã) deve fazer acompanhamento a partir de que idade? a) ( ) 40 anos b) ( ) 45 anos c) ( ) 25 anos d) ( ) 30 anos e) ( ) 35 anos 11. O exame clinico das mamas deve ser realizado a partir de que faixa etária? a) ( ) A partir dos 20 anos b) ( ) A partir dos 35 anos c) ( ) A partir dos 40 anos d) ( ) A partir dos 45 anos e) ( ) A partir dos 50 anos 12. Mulheres com prótese de silicone podem realizar a mamografia? a) ( ) Sim, normalmente. b) ( ) Não, a prótese pode estourar. c) ( ) Não, elas fazem ultrassonografia. d) ( ) Somente se quiserem, não é necessário. e) ( ) Somente se a mulher for idosa. 67 APÊNDICE B- Tabelas da pesquisa Tabela - Autoexame das mamas QUESTAO 1- A CURSOS A B PEDAGOGIA 27% 59% DIREITO 31% 50% CONTABEIS 43% 41% ENGENHARIA 26% 65% ADMINISTRAÇÃO 24% 65% TOTAL 30% 57% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. C 14% 19% 12% 9% 10% 12% QUESTÃO 1- B CURSOS A B PEDAGOGIA 29% 71% DIREITO 43% 57% CONTABEIS 48% 48% ENGENHARIA 29% 71% ADMINISTRAÇÃO 40% 58% TOTAL 40% 59% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. D 0% 0% 0% 0% 0% 0% C 0% 0% 3% 0% 0% 1% E 0% 0% 3% 0% 0% 1% D 0% 0% 0% 0% 0% 0% NR 0% 0% 0% 0% 0% 0% E 0% 0% 0% 0% 0% 0% NR 0% 0% 0% 0% 2% 1% Tabela: Fatores para não realizar o autoexame QUESTÃO 2- A CURSOS A B PEDAGOGIA 46% 19% DIREITO 44% 10% CONTABEIS 26% 31% ENGENHARIA 30% 22% ADMINISTRAÇÃO 48% 21% TOTAL 41% 21% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. C 27% 44% 47% 48% 38% 40% D E 16% 11% 13% 2% 22% 2% 17% 0% 15% 0% 16% 2% QUESTÃO 2- B CURSOS A B C D PEDAGOGIA 38% 14% 38% 19% DIREITO 48% 5% 41% 9% CONTABEIS 36% 21% 45% 9% ENGENHARIA 29% 5% 48% 19% ADMINISTRAÇÃO 26% 10% 54% 6% TOTAL 36% 11% 46% 11% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. E 0% 0% 0% 0% 4% 1% NR 0% 0% 0% 0% 0% 0% NR 0% 0% 0% 0% 0% 0% 68 Tabela: Fatores de risco para o câncer de mama QUESTÃO 3- A CURSOS A B C PEDAGOGIA 0% 92% 27% DIREITO 0% 73% 23% CONTABEIS 0% 81% 16% ENGENHARIA 0% 78% 52% ADMINISTRAÇÃO 0% 75% 21% TOTAL 0% 75% 21% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. D E 22% 11% 6% 2% 9% 2% 22% 4% 22% 3% 22% 3% NR 0% 0% 0% 0% 0% 0% QUESTÃO 3- B CURSOS A B C PEDAGOGIA 0% 95% 5% DIREITO 0% 95% 0% CONTABEIS 0% 94% 12% ENGENHARIA 0% 86% 14% ADMINISTRAÇÃO 0% 76% 18% TOTAL 0% 76% 18% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. D 0% 5% 6% 0% 6% 6% E 0% 0% 0% 0% 0% 0% NR 0% 0% 0% 0% 0% 0% Tabela: Dia para realizar autoexame das mamas QUESTÃO 4- A CURSOS A B C PEDAGOGIA 3% 16% 22% DIREITO 6% 10% 19% CONTABEIS 2% 5% 16% ENGENHARIA 4% 4% 26% ADMINISTRAÇÃO 0% 8% 11% TOTAL 2% 9% 16% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015. D 54% 60% 71% 65% 73% 67% E 5% 2% 0% 0% 2% 2% NR 0% 2% 7% 0% 1% 2% QUESTÃO 4- B CURSOS A B C PEDAGOGIA 0% 5% 95% DIREITO 2% 7% 80% CONTABEIS 0% 0% 94% ENGENHARIA 0% 10% 71% ADMINISTRAÇÃO 6% 10% 52% TOTAL 2% 7% 75% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 D 0% 11% 6% 14% 30% 15% E 0% 0% 0% 0% 0% 0% NR 0% 0% 0% 0% 2% 1% 69 Tabela: Período para realizar autoexame das mamas QUESTÃO 5- A CURSOS A B C PEDAGOGIA 8% 19% 49% DIREITO 0% 31% 40% CONTABEIS 16% 16% 36% ENGENHARIA 22% 17% 52% ADMINISTRAÇÃO 8% 18% 47% TOTAL 10% 20% 44% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 D E 24% 0% 27% 0% 33% 0% 13% 0% 29% 0% 27% 0% NR 0% 2% 0% 0% 0% 0% QUESTÃO 5- B CURSOS A B C PEDAGOGIA 0% 90% 5% DIREITO 0% 86% 9% CONTABEIS 0% 76% 12% ENGENHARIA 10% 38% 33% ADMINISTRAÇÃO 8% 52% 24% TOTAL 4% 69% 17% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 D 5% 5% 12% 19% 24% 14% NR 0% 0% 0% 0% 2% 1% E 0% 0% 0% 0% 0% 0% Tabela: Quem pode ser acometido pelo Ca mama QUESTÃO 6- A CURSOS A B C PEDAGOGIA 35% 0% 59% DIREITO 29% 0% 71% CONTABEIS 19% 0% 79% ENGENHARIA 30% 0% 70% ADMINISTRAÇÃO 14% 0% 69% TOTAL 22% 0% 70% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 D 5% 0% 0% 0% 2% 1% QUESTÃO 6- B CURSOS A B C PEDAGOGIA 100% 0% 0% DIREITO 100% 0% 0% CONTABEIS 94% 0% 6% ENGENHARIA 90% 0% 10% ADMINISTRAÇÃO 84% 0% 16% TOTAL 93% 0% 7% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 E 0% 0% 2% 0% 0% 0% D 0% 0% 0% 0% 0% 0% NR 0% 0% 0% 0% 0% 0% E 0% 0% 0% 0% 0% 0% NR 0% 0% 0% 0% 0% 0% 70 Tabela: Idade para realizar mamografia QUESTÃO 7- A CURSOS A B PEDAGOGIA 24% 68% DIREITO 19% 42% CONTABEIS 12% 55% ENGENHARIA 13% 70% ADMINISTRAÇÃO 17% 64% TOTAL 17% 59% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 C 0% 0% 0% 0% 0% 0% D 3% 2% 0% 0% 2% 1% E 5% 33% 43% 17% 17% 24% QUESTÃO 7- B CURSOS A B C D E PEDAGOGIA 52% 38% 0% 0% 10% DIREITO 20% 57% 0% 0% 23% CONTABEIS 15% 79% 0% 0% 6% ENGENHARIA 24% 62% 0% 10% 5% ADMINISTRAÇÃO 26% 64% 2% 0% 8% TOTAL 25% 62% 1% 1% 11% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 NR 0% 4% 0% 0% 0% 1% NR 0% 0% 0% 0% 0% 0% Tabela: O que a mamografia detecta QUESTÃO 8- A CURSOS A B PEDAGOGIA 0% 3% DIREITO 0% 2% CONTABEIS 0% 9% ENGENHARIA 0% 4% ADMINISTRAÇÃO 0% 8% TOTAL 0% 6% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 C 0% 0% 0% 0% 0% 0% D 92% 98% 86% 91% 91% 91% E 3% 0% 5% 4% 1% 2% NR 3% 0% 0% 0% 0% 0% QUESTÃO 8- B CURSOS A B PEDAGOGIA 0% 10% DIREITO 0% 5% CONTABEIS 0% 0% ENGENHARIA 0% 10% ADMINISTRAÇÃO 0% 8% TOTAL 0% 6% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 C 0% 0% 0% 0% 0% 0% D 90% 95% 100% 90% 92% 94% E 0% 0% 0% 0% 0% 0% NR 0% 0% 0% 0% 0% 0% 71 Tabela: Menopausadas e o AEM QUESTÃO 9-A CURSOS A B C D PEDAGOGIA 0% 95% 0% 5% DIREITO 0% 98% 0% 2% CONTABEIS 98% 0% 2% 0% ENGENHARIA 0% 100% 0% 0% ADMINISTRAÇÃO 1% 95% 0% 3% TOTAL 21% 76% 0% 2% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 QUESTÃO 9-B CURSOS A B C PEDAGOGIA 0% 95% 0% DIREITO 2% 98% 0% CONTABEIS 0% 100% 0% ENGENHARIA 0% 86% 5% ADMINISTRAÇÃO 2% 92% 0% TOTAL 1% 95% 1% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 E 0% 0% 0% 0% 1% 0% D 5% 0% 0% 10% 6% 4% NR 0% 0% 0% 0% 0% 0% E 0% 0% 0% 0% 0% 0% NR 0% 0% 0% 0% 0% 0% Tabela: Histórico da família acompanhamento QUESTÃO 10- A CURSOS A B C PEDAGOGIA 14% 0% 59% DIREITO 4% 0% 65% CONTABEIS 7% 0% 62% ENGENHARIA 13% 4% 43% ADMINISTRAÇÃO 13% 0% 51% TOTAL 10% 0% 56% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 QUESTÃO 10- B CURSOS A B PEDAGOGIA 0% 0% DIREITO 2% 0% CONTABEIS 0% 0% ENGENHARIA 5% 5% ADMINISTRAÇÃO 8% 2% TOTAL 4% 1% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 D 16% 10% 17% 26% 22% 19% E 11% 21% 14% 13% 10% 13% C 43% 59% 52% 48% 52% 52% D 5% 7% 6% 10% 20% 11% NR 0% 0% 0% 0% 2% 1% E 52% 32% 42% 33% 18% 33% NR 0% 0% 0% 0% 2% 1% 72 Tabela: Idade para ECM QUESTÃO 11- A CURSOS A PEDAGOGIA 30% DIREITO 42% CONTABEIS 52% ENGENHARIA 35% ADMINISTRAÇÃO 36% TOTAL 39% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 B 27% 35% 16% 30% 23% 25% QUESTÃO 11- B CURSOS A B PEDAGOGIA 43% 29% DIREITO 52% 14% CONTABEIS 52% 21% ENGENHARIA 43% 29% ADMINISTRAÇÃO 38% 20% TOTAL 46% 21% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 C 43% 25% 31% 30% 38% 34% D 0% 0% 0% 4% 1% 1% E 0% 0% 0% 0% 1% 0% NR 0% 0% 0% 0% 1% 0% C D E NR 14% 14% 0% 0% 30% 5% 0% 0% 27% 0% 0% 0% 19% 5% 5% 0% 38% 0% 2% 2% 28% 4% 1% 1% Tabela: Silicone x mamografia QUESTÃO 12- A CURSOS A B PEDAGOGIA 68% 11% DIREITO 85% 2% CONTABEIS 62% 9% ENGENHARIA 78% 9% ADMINISTRAÇÃO 81% 7% TOTAL 76% 7% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 QUESTÃO 12- B CURSOS A B PEDAGOGIA 100% 0% DIREITO 100% 0% CONTABEIS 100% 0% ENGENHARIA 90% 0% ADMINISTRAÇÃO 90% 2% TOTAL 96% 1% Fonte: Silva, Fonseca, Barbosa, 2015 C 16% 8% 22% 13% 10% 14% C 0% 0% 0% 10% 6% 3% D 0% 0% 0% 0% 0% 0% D 3% 4% 7% 0% 2% 3% E 0% 0% 0% 0% 0% 0% E 0% 0% 0% 0% 0% 0% NR 3% 0% 0% 0% 2% 1% NR 0% 0% 0% 0% 2% 1% 73 APÊNDICE C: Orientação em saúde apresentada as acadêmicas 74 75 ANEXOS 76 ANEXO A - Carta de aprovação Comitê de Ética 77 78 ANEXO B - Termo de consentimento livre e esclarecido 79 80 81