Apresentação do PowerPoint

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TERAPÊUTICA E VIGILÂNCIA DA
OSTEOPOROSE EM MGF
Ana Catarina Duarte | Ana Cordeiro
Serviço Reumatologia – Hospital Garcia de Orta
28/29.Abril.2016
3as JORNADAS GIMGAS | GRUPO DE INTERNOS DE MEDICINA GERAL E FAMILIAR DE ALMADA SEIXAL
TERAPÊUTICA E VIGILÂNCIA DA OSTEOPOROSE EM MGF
ÍNDICE
• Definição
• Fatores de risco para Osteoporose
• Critérios para realização de densitometria óssea
(DEXA)
• Interpretação dos valores de DEXA
• Quando repetir DEXA
• Avaliação do risco de fratura
• Indicações para tratamento
• Prevenção da osteoporose
• Como tratar
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DEFINIÇÃO
A Osteoporose é uma doença osteo-metabólica
caracterizada pela diminuição da massa óssea e
deterioração da microarquitectura do osso, conduzindo
ao aumento do risco de fraturas.
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DEFINIÇÃO
As fraturas osteoporóticas afetam sobretudo mulheres
pós-menopáusicas e idosos, e resultam de um modo
geral de traumatismos de baixa energia (queda do
próprio plano).
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FATORES DE RISCO
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Idade ≥ 65 anos
# vertebral prévia
# fragilidade > 40 anos
# anca num dos progenitores
Corticoterapia sistémica > 3 meses
Menopausa < 40 anos
Hipogonadismo
Fatores de
risco Major
FATORES DE RISCO
Hiperparatiroidismo primário
Propensão para quedas aumentada
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Artrite reumatóide
Hipertiroidismo clínico
Uso crónico de antiepiléticos
Baixo aporte cálcio na dieta
Tabagismo
Consumo > 2 cafés por dia
Consumo excessivo de álcool
IMC < 19 kg/m2
Perda de peso > 10% em relação ao peso do indivíduo aos 25
Fatores de
risco minor
FATORES DE RISCO
anos
Terapêutica crónica com heparina
Imobilização prolongada
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CRITÉRIOS PARA REALIZAÇÃO DE DEXA
♀ ≥ 65
♂ ≥ 70
♀ pós-menopausa
<65 |♂ ≥ 50
+ 1 Major/2minor
♀ pré-menopáusicas
|♂<50 +
causas conhecidas de
OP2ª ou FR Major
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CAUSAS DE OSTEOPOROSE SECUNDÁRIA
Fármacos
Doenças relacionadas com a medula
Doenças GI/nutricionais
Corticoterapia e outros
imunossupressores
Amiloidose
Hepatopatia alcoólica
Hemocromatose
Doença celíaca
Antiepiléticos
Hemofilia
Gastrectomia
Agonistas e antagonistas GnRH
Leucemia/Linfoma
Doença inflamatória intestinal
Heparina
Mieloma múltiplo
Síndrome má-absorção
Quimioterapia
Anemia perniciosa
Insuficiência pancreática
Drepanocitose
Nutrição parentérica
Talassémia
Défice Ca/vit D
Sarcoidose
Outras
Doenças endócrinas
Insuficiência SR
Síndrome Cushing
Artrite reumatóide
Endometriose
HiperPTH
Doenças genéticas
Hipertiroidismo
Hipogonadismo
Doenças de armazenamento do
glicogénio
DM
Osteogenesis imperfecta
Espondilite anquilosante
Doença renal crónica
Esclerose múltipla
Porfíria congénita
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INTERPRETAÇÃO DOS VALORES DE DEXA
Locais a avaliar por DEXA: fémur proximal + coluna
lombar
DMO normal
T-Score* entre +2.5 e –1.0 inclusivé
Osteopénia
T-Score* entre –1.0 e –2.5 exclusivé
Osteoporose
T-Score*  - 2.5
Osteoporose grave
T-Score*  -2.5 + #
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QUANDO REPETIR DEXA
Doentes com DEXA normal em idade ≥ 65 anos, não necessitam de
repetir.
Mulheres perimenopáusicas com uma 1ª DEXA normal devem
apenas repetir o exame após os 65 anos.
Doentes com DEXA evidenciando osteopénia devem repetir o exame
dentro de 5 anos.
Em doentes sob terapêutica para osteoporose, repetir DEXA 1-2
anos após início terapêutica e posteriormente de 2/2 anos, podendo
o intervalo ser aumentado em caso de BMD estável.
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AVALIAÇÃO DO RISCO DE FRATURA
Probabilidade de 1ª fractura – mulheres (Malmö, Sweden)
Idade
50
80
70
40
Probabilidade
fractura
30
60
20
50
10 anos
(%)
10
0
1,0
0,5
0,0
-0,5 -1,0 -1,5 -2,0 -2,5 -3,0 -3,5 -4,0
Índice T colo femural
Kanis JA et al. Osteoporosis Int. 2001;12:989-995.
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AVALIAÇÃO DO RISCO DE FRATURA
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INDICAÇÕES PARA TRATAMENTO
T score ≤ -2,5
# de
fragilidade
(mesmo com
DEXA apenas
evidenciando
osteopénia)
DEXA com critérios
de osteopénia, mas
FRAX com risco #
major >10% e/ou #
anca >3%
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INDICAÇÕES PARA TRATAMENTO
OP induzida por corticoterapia
Doentes a fazer terapêutica de longa duração
(prednisona  5mg/dia, ≥ 3 meses)
• No caso de ♀ pré-menopáusicas, ponderar riscobenefício, sobretudo pelo potencial efeito
teratogénico.
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PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE
Intervenções não farmacológicas
Toda a
população
• Aporte adequado de cálcio e vit D;
• Evitar consumo excessivo de cafeína, álcool e
tabaco;
• Fomentar o exercício físico (de carga).
Idosos
com risco
de queda
• Atividade física adaptada, com fortalecimento
muscular, treino de postura e equilíbrio;
• Utilização de protetores das ancas;
• Redução do risco de queda com medidas
simples no domicílio.
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PREVENÇÃO DA OSTEOPOROSE
Intervenções não farmacológicas
Aporte de cálcio
Idade
Aporte adequado
4 –8 anos idade
800mg/dia
Adolescência
1300-1500mg/dia
Adultos
1000-1200mg/dia
Gravidez e lactação
1300-1500mg/dia
Risco de OP
1500mg/dia
Aporte de vit D
e 19-50
anos
400 UI/dia
e > 50
anos
800 UI/dia
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COMO TRATAR
Tratamento farmacológico
Fármacos anti-reabsortivos
Bifosfonatos
Estrogénios
Moduladores seletivos dos recetores
de estrogénio (raloxifeno)
Calcitonina
Ranelato de estrôncio
Fármaco
Agentes anabólicos
PTH de síntese (teriparatida)
Ranelato de estrôncio
#vertebrais
# não vertebrais
+
+ (inc. anca)
Teriparatida
+
+
Denosumab
+
+
Raloxifeno
+
Calcitonina
+
Ranelato de estrôncio
+
Bifosfonatos (alendronato, risedronato,
ibandronato)
+ (inc. anca)
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BIFOSFONATOS
• Análogos do pirofosfato inorgânico com potente
atividade anti-osteoclástica;
• Fraca absorção intestinal, com necessidade de
jejum;
• Necessidades especiais da toma: tomado com um
copo cheio de água; doentes devem manter-se
sentados ou em ortostatismo 30 minutos após a
toma, não devendo ingerir quaisquer alimentos
neste período.
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BIFOSFONATOS
A potência, tolerância e afinidade ao osso é
fornecida pelo tipo de cadeias laterais de cada
bifosfonato.
Potência relativa in vitro IC50
Ac. Zoledronico
103
Ibandronato
Risedronato
102
Dimethyl-APD
Alendronato
Pamidronato
Clodronato
101
100
Neridronato
Etidronato
100
101
102
103
104
105
Potência relativa in vivo (rato) ED50
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BIFOSFONATOS
Principais efeitos adversos:
BMJ 2015;351:h3783 doi: 10.1136/bmj.h3783
•
Intolerância GI: dispepsia, epigastralgias, náuseas, diarreia;
•
Sintomas sistémicos (EV): febre, mialgias;
•
Osteonecrose da mandíbula (ponderar suspender bifosfonato caso duração
terapêutica ≥4 anos e corticoterapia concomitante antes de procedimentos dentários);
•
# atípicas (risco inferior ao risco de # típica em doentes não tratados).
Contraindicados se clearance creatinina <35mL/min
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BIFOSFONATOS
Duração terapêutica
Suspensão individualizada de acordo com risco #
• De um modo geral, suspender após período mínimo 3-5 anos (3
anos no caso de zoledronato) ;
• Risco moderado FRAX, com > 10 anos menopausa: suspender
apenas após 7-10 anos de terapêutica (7 anos no caso de
zoledronato).
Reavaliação após suspensão de terapêutica
• 1 ano para risedronato (menor afinidade)
• 1-2 anos para alendronato
• 2-3 anos para zoledronato
• Reiniciar terapêutica caso redução de BMD de 6%
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FALÊNCIA TERAPÊUTICA
Falência terapêutica com necessidade
de switch terapêutico
• Redução de BMD ≥ 5% em DEXA
sequenciais;
• Ocorrência de # sob terapêutica »»
switch para teriparatida.
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PTH DE SÍNTESE
Teriparatida (Forsteo ®)
•
Fração terminal sintética 1-34 da PTH;
•
Administração SC diária, no máximo 24 meses (quando
interrompida e for possível iniciar bifosfonatos);
•
Não é considerada a terapêutica de 1ª linha;
•
Indicada nos casos de OP fraturária grave ou quando existe
intolerância/falência dos outros fármacos;
•
Efeitos adversos: cefaleias, náuseas, flushing (melhoram com uso
continuado);
•
Não utilizar em doentes com clearance creatinina < 30 mL/min.
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OUTRAS TERAPÊUTICAS
Raloxifeno (1cp/dia)
• Inibe reabsorção óssea e reduz risco de
# vertebral;
• Efeitos benéficos extra-ósseos que
podem ser considerados
individualmente (redução do carcinoma
da mama HER+);
• Sem aumento do risco cardiovascular
mas CI em doentes com antecedentes
de TVP;
• Aumento sintomas vasomotores;
• Não está indicado em doentes com
clearance creatinina < 30 mL/min.
Ranelato de estrôncio (1 saqueta/dia)
• Ação anti-reabsortiva e osteo-formadora
(redução do risco de # vertebrais e não
vertebrais);
• Jejum 2 horas antes e depois da toma;
• ♀ com mobilidade mantida, sem história de
doença cardiovascular ou trombose venosa
(incluindo tromboembolismo pulmonar);
• Efeitos adversos: diarreia, reações cutâneas
graves, eventos cardiovasculares;
descontinuar em situações de HTA não
controlada e angina;
• Não está indicado em doentes com clearance
creatinina < 30 mL/min.
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DENOSUMAB
• Anticorpo monoclonal humanizado que inibe o receptoractivador do ligando do factor NF kB (RANKL), o qual é
essencial para ativação do RANK na superfície dos
osteoclastos »» redução de osteoclastogénese;
• Administração 60mg SC, 6/6 meses;
• Já comercializado, mas não comparticipado;
• Antes da sua utilização corrigir défices de cálcio e
vitamina D;
• Pode ser usado em doentes com clearance creatinina
< 35 mL/min.
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BIBLIOGRAFIA
•
•
•
•
•
www.uptodate.com;
Norma DGS 001/2010 - Prescrição da Osteodensitometria
na Osteoporose do Adulto (30/09/2010);
Norma DGS 027/2011 - Tratamento Farmacológico da
Osteoporose Pós-menopáusica (29/09/2011);
Tavares V et al. Recomendações para diagnóstico e
tratamento da osteoporose. Acta Reumatológica
Portuguesa. 2007, 32: 49-59;
Papaioannou A et al. 2010 clinical practice guidelines for
the diagnosis and management of osteoporosis in Canada:
summary. CMAJ. 2010, 182 (17): 1864-1873.
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