universidade federal do pará instituto de estudos costeiros

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ
INSTITUTO DE ESTUDOS COSTEIROS
FACULDADE DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
LILIAN CHRISTIAN SANTANA DA SILVA
EFEITO DO SOMBREAMENTO NA QUALIDADE DE MUDAS DE
ESPÉCIES ARBÓREAS DE MANGUE EM VIVEIRO
Bragança
2014
LILIAN CHRISTIAN SANTANA DA SILVA
EFEITO DO SOMBREAMENTO NA QUALIDADE DE MUDAS DE
ESPÉCIES ARBÓREAS DE MANGUE EM VIVEIRO
Trabalho
de
Conclusão
de
Curso
apresentado ao Colegiado do Curso de
Licenciatura Plena em Ciências Biológicas,
da Universidade Federal do Pará, Campus
de Bragança, como requisito parcial para a
obtenção do Grau de Licenciado em
Ciências Biológicas.
Orientadora: Profª. Drª. Erneida Coelho de
Araújo
Bragança
2014
i
Dedicatória
Dedico este trabalho à minha avó Lidia
Barbosa (in memorian), por todo o amor
que me ofereceu e por ser a pessoa que
mais marcou a minha existência. Saudade
eterna.
ii
Agradecimentos
A Deus por ter me concedido a vida e coragem nos momentos em que pensei
em desistir.
A minha mãe Maria Rosa, a pessoa mais lutadora e forte que eu já conheci.
Obrigada por tudo minha mãe.
Ao meu pai João e meus irmãos Lilyane e Lincoln, pelo apoio, carinho e amor
incondicional.
Aos meus familiares por todos os esforços empregados para que eu pudesse
chegar aqui, em especial minha tia Antonia, tio natalino e meus primos
Edenysa, Geovanny e Leandro.
A minha orientadora Profª Drª Erneida Araújo pela paciência e orientação para
a realização deste trabalho.
A Universidade Federal do Pará (UFPA) pela oportunidade e ao Instituto de
Estudos Costeiros (IECOS) por todo o espaço cedido.
A Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (FADESP), pela
concessão de bolsa e recursos para a realização da pesquisa.
Ao Laboratório de Ecologia de Manguezal (LAMA), em especial ao Profº Drº
Marcus Fernandes por ceder o espaço e recursos para a pesquisa bem como
sua valiosa ajuda com as correções do trabalho.
Ao Profº Drº César Braga pela valiosa ajuda com as análises estatísticas.
Ao Moizés, Valmir, João, Adelino e ao Srº Mizael (in memorian) pela ajuda nas
coletas de campo.
A Alice, Jackson, Ellen e a pequena Gabriele pela acolhida em Bragança.
Aos meus queridos “LuziBragantinos” Milene, Fagno, Wanessa e Thays pelos
momentos tão especiais vividos juntos, principalmente por serem causadores
de muitas das minhas crises de risos.
A minhas “Realezas” Elayne e Adriene pela bela amizade que ficará
eternizada, pelo companheirismo, paciência e cuidados.
Aos meus queridos Fernanda, Jessica e Ezequiel, e a toda a turma de Biologia
2011 pelos momentos maravilhosos vividos na Universidade.
As minhas colegas de orientação Lidiane, Adriana, Elma, Louise e Tálita pela
troca de conhecimento que rendeu boas amizades.
Ao meu amado Will Rodrigues, pela sua infinita paciência, cuidados, apoio e
carinho mesmo nos momentos mais delicados.
A todos serei sempre muito grata.
iii
Lista de Figuras
Figura 01: Mapa da Área de estudo. Vila do Tamatateua, Bragança – PA.......11
Figura 02: Viveiro para a produção das mudas em Tamatateua, Bragança – PA.
Área sombreada (A) e a área a pleno sol (B)....................................................12
Figura 03: Mudas das espécies arbóreas de mangue no viveiro em
Tamatateua, Bragança-PA: Parcela de Rhizophora mangle aos 120 após a
semeadura em ambiente sombreado (A), parcelas em viveiro também em área
sombreada (B)...................................................................................................13
Figura 04: Variação nas taxas de precipitação ao longo do período de estudo.
Fonte: INMET (2014).........................................................................................14
Figura 05: Parcela de Rhizophora mangle limpa e pronta para ser
seccionada.........................................................................................................15
Figura 06: Análise Não-Métrica de Escalonamento Multidimensional (MDS)
utilizando a variável Altura da Parte Aérea das mudas de Rhizophora mangle,
Avicennia germinans e Laguncularia racemosa em viveiro, Tamateua,
Bragança – PA...................................................................................................17
Figura 07: Análise Não-Métrica de Escalonamento Multidimensional (MDS)
utilizando a variável Diâmetro do Coleto das mudas de Rhizophora mangle,
Avicennia germinans e Laguncularia racemosa em viveiro, Tamateua,
Bragança – PA...................................................................................................19
Figura 08: Análise Não-Métrica de Escalonamento Multidimensional (MDS)
utilizando a variável Massa seca das folhas das mudas de Rhizophora mangle,
Avicennia germinans e Laguncularia racemosa em viveiro, Tamateua,
Bragança – PA...................................................................................................20
Figura 09: Análise Não-Métrica de Escalonamento Multidimensional (MDS)
utilizando a variável Massa seca dos caules das mudas de Rhizophora mangle,
Avicennia germinans e Laguncularia racemosa em viveiro, Tamateua,
Bragança – PA...................................................................................................22
Figura 10: Análise Não-Métrica de Escalonamento Multidimensional (MDS)
utilizando a variável Massa seca das raízes das mudas de Rhizophora mangle,
Avicennia germinans e Laguncularia racemosa em viveiro, Tamateua,
Bragança – PA...................................................................................................23
Figura 11: Análise Não-Métrica de Escalonamento Multidimensional (MDS)
utilizando a variável Massa seca total das mudas de Rhizophora mangle,
Avicennia germinans e Laguncularia racemosa em viveiro, Tamateua,
Bragança – PA...................................................................................................25
iv
Lista de Tabelas
Tabela 01: Média e Desvio Padrão da Altura da Parte Aérea (HPA) de acordo
com o nível de sombreamento das mudas das três espécies de mangue
cultivadas em viveiro, Tamatateua – PA............................................................18
Tabela 02: Média e Desvio Padrão da Diâmetro do coleto (DC) de acordo com
o nível de sombreamento das mudas das três espécies de mangue cultivadas
em viveiro, Tamatateua – PA.............................................................................19
Tabela 03: Média e Desvio Padrão da Massa seca das folhas (MSF) de acordo
com o nível de sombreamento das mudas das três espécies de mangue
cultivadas em viveiro, Tamatateua – PA............................................................21
Tabela 04: Média e Desvio Padrão da Massa seca do caule (MSC) de acordo
com o nível de sombreamento das mudas das três espécies de mangue
cultivadas em viveiro, Tamatateua – PA............................................................22
Tabela 05: Média e Desvio Padrão da Massa seca da raiz (MSR) de acordo
com o nível de sombreamento das mudas das três espécies de mangue
cultivadas em viveiro, Tamatateua – PA............................................................24
Tabela 06: Média e Desvio Padrão da Massa seca total (MST) de acordo com o
nível de sombreamento das mudas das três espécies de mangue cultivadas em
viveiro, Tamatateua – PA...................................................................................25
Tabela 07: Análise de Correlação de Pearson utilizando os Índices
Morfológicos. H/DC = Altura da Parte aérea/Diâmetro do coleto; H/MSF = Altura
da parte área/Massa seca da folha; MSF/MSR = Massa seca da Folha/Massa
seca da raiz........................................................................................................26
Tabela 08: Valores do Índice de Qualidade de Dickson (IQD) para as três
espécies.............................................................................................................28
Sumário
1.
Introdução.................................................................................................1
1.1.
O ecossistema manguezal .......................................................................1
1.2.
Os manguezais bragantinos ....................................................................3
1.3.
A vegetação do Mangue ..........................................................................4
1.4.
Ações antrópicas sobre o manguezal ......................................................6
1.5.
Sombreamento na Qualidade de Mudas .................................................7
1.6.
Qualidade de Mudas de espécies florestais ............................................8
2.
Objetivo geral .........................................................................................10
2.1.
Objetivos específicos .............................................................................10
3.
Materiais e Métodos ...............................................................................10
3.1.
O viveiro .................................................................................................10
3.2.
Coleta de propágulos .............................................................................12
3.3.
Semeadura ............................................................................................12
3.4.
Avaliação ...............................................................................................13
3.5.
Meses de avaliação ...............................................................................14
3.6.
Análises dos dados ................................................................................15
3.6.1. Avaliação dos Parâmetros Morfológicos ................................................15
3.6.2. Avaliação dos Índices Morfológicos .......................................................16
3.6.3. Índice de Qualidade de Dickson (IQD)...................................................16
4.
Resultados e Discussão .......................................................................17
4.1.
Parâmetros Morfológicos ......................................................................17
4.1.1. Altura da Parte Aérea ...........................................................................17
4.1.2. Diâmetro do Coleto ...............................................................................18
4.1.3. Massa Seca da Folha ...........................................................................20
4.1.4. Massa Seca do Caule ...........................................................................21
4.1.5. Massa Seca da Raiz .............................................................................23
4.1.6. Massa Seca Total .................................................................................24
4.2.
Índices Morfológicos .............................................................................26
4.3.
Índice de Qualidade de Dickson (IQD) .................................................28
5.
Conclusão .............................................................................................29
6.
Referências Bibliográficas ....................................................................29
Resumo
Resumo
O fato de existir uma grande demanda de espécies florestais em programas
com
base
no
reflorestamento
tem
aumentado
a
busca
por
novos
conhecimentos sobre a produção de mudas e a determinação de parâmetros
que influenciem no seu melhor desenvolvimento. Assim, objetivou-se verificar a
influência do sombreamento nos parâmetros e índices morfológicos de mudas
de Rhizophora
mangle, Avicennia
germinans e Laguncularia
racemosa em
viveiro. O experimento foi realizado na Vila de Tamatateua, em Bragança,
Pará. Os propágulos das espécies foram semeados em viveiro sob duas
condições: a 0 % (pleno sol) e a 70% de sombra (obtidos por meio de telas de
polietileno). Em laboratório, as mudas foram avaliadas bimestralmente no
período de um ano. Os parâmetros morfológicos avaliados foram altura total
(H), diâmetro do coleto (DC), massa seca da folha (MSF), massa seca do caule
(MSC), massa seca da raiz (MSR) e massa seca total (MST).). Os dados foram
analisados pelo pacote estatístico Primer® 6, para avaliar se houve diferenças
significativas entre os meses de avaliação, os valores de médias e desvio
padrão foram realizados pelo programa Excel. Para analisar os índices
morfológicos foram feitas correlações e se usou a fórmula do Índice de
Qualidade de Dickson (IQD). Concluiu-se que A. germinans apresentou
melhores resultados no tratamento sombreado a 70%. A espécie Rhizophora
mangle foi a que melhor apresentou capacidade de aclimatação para os dois
níveis de sombreamento testados, apresentado bom desenvolvimento em
tratamento a pleno sol e sombreado. O Diâmetro do coleto foi a variável que
evidenciou o efeito da influência positiva no sombreamento nas espécies. O
Índice de Qualidade de Dickson (IQD) foi o índice que melhor descreveu o
efeito significativo do sombreamento no desenvolvimento das mudas das
espécies de R. mangue
Palavras chave.
Abstract
1
1. Introdução
1.1 O ecossistema manguezal
O manguezal é um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes
terrestre e aquático, inundado por um regime diário de marés. Possui solo lamoso e
pouco oxigenado, com grandes variações de salinidade, sendo a sua fauna e flora
adaptadas à essas condições (SCHAEFFER-NOVELLI, 1995; TOMLINSON, 1986;
VANNUCCI, 1999; VANNUCCI, 2001 e CORREA e SOVIERZOSKI, 2005).
Os manguezais estão presentes em toda a linha de costa do Brasil
(SCHAEFFER-NOVELLI, 2000). É uma extensão desde o Oiapoque, no Amapá, até
a Praia do Sonho, em Santa Catarina, os manguezais estão mais presentes na costa
norte entre os Estados do Maranhão e Pará, o que representa 1.800 km de mangue
ao longo do litoral amazônico (LACERDA, 2000).
Esse ecossistema está geralmente associado às margens de baías,
enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras, no
encontro das águas de rios com as do mar, ou mesmo quando exposto à linha
costeira (SCHAEFFER-NOVELLI, 2000).
O manguezal é um ecossistema diferenciado de todos os demais ambientes
costeiros, sendo alvo de diversos estudos. VANNUCCI (2001), por exemplo, afirma
que este ambiente é único por possuir espécies de plantas que chegam a suportar
altas taxas de salinidade, temperatura, acidez e radiação solar. Já LACERDA et al.
(1995), descreve que o manguezal é, por excelência, um sistema reciclador por
possuir grande quantidade de matéria orgânica associada aos solos das espécies
arbóreas Avicennia germinans (L.) L. e Rhizophora mangle L.
Além destes autores, SANTOS (1993) cita ainda que este ecossistema está
sempre apto a colonizar novas áreas devido à acumulação de sedimentos que vai
sendo depositado com a dinâmica costeira, o que fornece à fauna e à flora
presentes um local ideal para o seu desenvolvimento.
Segundo CORREA e SOVIERZOSKI (2005), a composição do substrato dos
manguezais envolve lama e, sendo resultado do depósito de silte e argila com
presença de areia. Afirmam ainda que essa diferente composição está relacionada
às diferentes origens, uma vez que este sofre a influência de rios e estuários, além
2
do que, conta-se também com a contribuição de folhas, galhos e animais em
diferentes estágios de decomposição, o que acarreta baixo teor de oxigenação do
solo.
Em estudos sobre este ecossistema tem-se ressaltado bastante que os
manguezais são de grande importância tanto econômica quanto ecológica. Estão
entre os principais ambientes costeiros tropicais e são considerados importantes
transformadores de matéria orgânica pelo processo de ciclagem de nutrientes
(CORREA e SORVEZOSKI, 2005). De tão grande importância chegam a ser
caracterizados
como
verdadeiros
“berçários”
naturais
por
apresentarem
características propícias para a reprodução de muitas espécies de peixes, as quais
visitam este ambiente pelo menos uma fase de seu ciclo de vida (SCHAEFFERNOVELLI, 2000).
JUNIOR et al. (2004) ressaltam que, além do valor ecológico, o manguezal
possui um alto valor econômico, pois apresenta grande produtividade quando se fala
em espécies de peixes, moluscos e crustáceos. E para SOUZA e SAMPAIO (2001),
as áreas de manguezal também podem ser consideradas zonas de alta
produtividade biológica por serem uma fonte relevante de recursos pesqueiros.
De fato, os moradores das zonas costeira utilizam os recursos dos
manguezais para diversos fins pois de acordo com (CARNEIRO et al., 2010), através
do inventário da vegetação útil para a Vila dos Pescadores, em Bragança, esses
autores concluíram que espécies de mangue são muito citadas pela comunidade
para uso medicinal, construção, tecnologia e combustível, sendo R. mangle a
espécie arbórea mais utilizada para tingimento de tecidos e produção de lenha entre
outras finalidades.
VANNUCCI (1999) caracteriza o manguezal como uma barreira natural do
ambiente costeiro, oferecendo proteção contra alguns fenômenos naturais incluindo
ciclones, furacões, erosão e a força das ondas.
Apesar de toda a sua importância, as florestas de mangue estão ameaçadas
pela poluição e exploração crescente. Por isso a necessidade de se desenvolver
práticas de gestão e de conhecimento dos processos físicos e biológicos sobre este
ecossistema, no intuito de promover a conscientização dos seus usuários e,
consequentemente, a sua conservação (BALL, 1988).
3
1.2 Os manguezais bragantinos
A Planície Costeira Bragantina, local de realização do presente estudo,
localiza-se no Nordeste paraense apresentando cerca de 40 km de linha de costa,
que vai desde a ponta do Maiaú até a Foz do rio Caeté (MARTINS e SOUZA-FILHO,
2001). Essa região apresenta sazonalidade bem definida, com a maioria das chuvas
ocorrendo nos meses de janeiro a julho (SOUSA et al., 2008), sendo que o efeito
climático da zona costeira do Pará está diretamente refletido na variação de teor de
sais das águas estuarinas, que pode ser observada nos períodos seco e chuvoso,
de acordo com BERRÊDO et al., (2008).
O clima da região pode ser enquadrado como tropical e úmido, segundo
CRITCHFIELD (1968). Possui uma estação bem definida com o período chuvoso
iniciando em janeiro e findando em junho, sendo a estação seca o restante do ano, o
regime de marés inclui macromarés (de 4 a 5 m) e é classificado como sendo
semidiurno, com enchente e vazante duas vezes ao dia em um período de
aproximadamente 6 horas (SCHWENDENMANN, 1998).
A vegetação está enquadrada no contexto das florestas secundárias sobre o
planalto costeiro e das formações pioneiras representadas pela vegetação de
mangue, campos herbáceos e campos arbustivos sobre a planície costeira (SOUZA
FILHO e EL-ROBRINI, 1996).
A região apresenta um mosaico vegetacional no qual o manguezal aparece
como uma das mais relevantes unidades de vegetação (FARIAS et al., 2006).
Segundo MATNI et al. (2006), os maiores bosques são dominados por R. mangle e
a área apresenta bosques bem diversificados, sendo encontrados manguezais com
alta salinidade e baixa inundação até os manguezais de estuário sob a alta
influência do rio Caeté.
1.3 A vegetação do mangue
Quando MORAES & COSTA (2000) se referem aos manguezais, esses autores
afirmam que as florestas de mangue estão presentes em mais de 100.000 km² das
costas tropicais no mundo, abrigando as mais diferentes espécies de animais e
microrganismos que, por sinal, estão adaptados às condições ambientais presentes
neste ecossistema.
4
Estudos tem sido voltados para a vegetação característica do manguezal, sendo
na maioria das vezes referente às características morfológicas e fisiológicas.
VANNUCCI (1999) por exemplo, afirma que estas características incluem o sistema
radicular acima da superfície; raízes aéreas que brotam dos galhos e se dirigem em
direção ao solo; raízes escoras de diferentes aspectos e formas que servem para
ancorar o tronco ao lodaçal mole, além de pneumatóforos que emergem das raízes
subterrâneas para auxiliar na troca gasosa. Além disso TOMLINSON (1986); NANNI &
NANNI (2005) citam ainda adaptações como: raízes aéreas e de sustentação e
glândulas que excretam o excesso de sal pelos estômatos das folhas.
De acordo com VANNUCCI (1999); VANNUCCI (2001) e CORREA e
SOVIERZOSKI (2005), as plantas de mangue são halófitas, ou seja, são tolerantes à
salinidade, essa tolerância é obtida por mecanismos da vegetação, sejam eles
morfológicos ou fisiológicos. Ainda segundo VANNUCCI (1999), por serem plantas
halófitas exibem exclusão competitiva em direção àquelas plantas que não conseguem
tolerar ambientes salinos, vindo daí a especificidade das espécies dominantes do
manguezal.
Segundo ALMEIDA (1996), nas áreas onde há maior influência marinha, a flora
arbórea dos manguezais é formada somente por plantas exclusivas deste ecossistema.
No entanto, nas áreas mais altas do estuário pode ocorrer espécies associadas como,
por exemplo, aquelas características de ambientes de várzea e igapó. Dessa forma, a
flora dos manguezais é mais densa e rica em espécies do que aquela pertencente aos
manguezais localizados na linha de costa, dominada apenas pela influência marinha
(ALMEIDA, 1996).
SCHAEFFER-NOVELLI & CITRÓN (1986) afirmam que as angiospermas típicas
de mangue, no Brasil, são pertencentes a três gêneros: Rhizophora, Avicennia e
Laguncularia.
Gênero Rhizophora (L.)
É conhecido popularmente por mangue vermelho, ocorrem preferencialmente
em regiões de canais, sob maior frequência de inundação, devido à topografia
TOMLINSON, 1986). As espécies deste gênero são: Rhizophora mangle, R. racemosa
(G.F.W. Mayer) e R. harrisonii (Leechman) (TOMLINSON, 1986). Esse gênero é
caracterizado por apresentar raízes-escora que auxiliam na sua sustentação (CORREA
e SORVIEZOSKI, 2005).
5
Gênero Avicennia (L.):
Chamado popularmente de siriúba, esse gênero possui pneumatóforos para
auxiliar na respiração (CORREA e SOVIERZOSKI, 2005). Está presente em terreno de
zona entremarés, margens de rios ou exposto em linhas da costa. É o gênero que mais
tolera altos níveis de salinidade. As espécies deste gênero são: Avicennia germinans e
A. schaueriana Stapf & Leechm. ex Moldenke (TOMLINSON, 1986)
.
Gênero Laguncularia (Gaertn):
Conhecido popularmente como mangue branco ou tinteira, este gênero está
presente em áreas de encostas, com águas salobras ou praias arenosas de costas
com baixa energia, não costumam estar em áreas de grande flutuação de água do mar
por possuir estruturas de respiração (pneumatóforos) pouco numerosas, sendo
encontradas em áreas de terra mais consolidada, este gênero possui apenas uma
espécie: Laguncularia racemosa (L.) Gaertn (TOMLINSON,1986). São árvores de
pequeno porte entre 3 a 6 metros, com raízes adventícias e frequente presença de
pneumatóforos, caules e pecíolos avermelhados (LOIOLA, 2009). Este gênero possui
como característica principal ter no pecíolo glândulas que expelem o excesso de sal
absorvido, o que o diferencia do restante dos grupos (STEVELY e RABINOWITZ, 1982;
OLMOS e SILVA E SILVA, 2003).
Em um padrão de zonação estudado por NASCIMENTO-FILHO (2007), as
espécies associadas às áreas de terreno mais consolidado seriam A. germinans e L.
racemosa, implicando em uma maior tolerância à salinidade por estar em áreas com
menos lavagem do sedimento pelas marés. Por outro lado, R. mangle estaria menos
adaptada à salinidade por estar em áreas com maior frequência de inundação e
canais-de-marés mais abertos (NASCIMENTO-FILHO, 2007)
O fato de serem plantas vivíparas também é um fator determinante no bom
funcionamento deste ecossistema, pois os propágulos podem germinar ainda presos
à planta-mãe (TOMLINSON, 1986). VANNUCI (1999) afirma também que a
viviparidade é um dos fatores que tornam as espécies arbóreas de mangue
diferenciadas das demais, pois em um local sujeito a inundações diárias, essa forma
de dispersão de sementes torna-se bem eficaz.
6
1.4 Ações antrópicas sobre o manguezal
De uma forma geral são grandes os impactos no manguezais sofridos pela
ação humana, para ALONGI (2002) por exemplo grandes áreas de manguezais já
foram perdidas por ações antrópicas como superexploração de recursos,
aquicultura, turismo, poluição entre outras.
Segundo MARTINS e SOUZA-FILHO (2001), os principais problemas
relacionados a planície costeira bragantina estão relacionados à erosão costeira
junto com a ocupação desordenada em áreas de preservação permanente, sem que
haja nenhum estudo prévio dos impactos ambientais decorrentes dessa ocupação.
Alguns autores afirmam que o desmatamento também é uma das grandes
causas de destruição deste ecossistema, trazendo efeitos diretos às florestas de
mangue. RIBEIRO et al. (2010) exemplificam que em decorrência da abertura de
clareiras através da prática do desmatamento há grande incidência de radiação solar
no solo desta área, que pode vir a trazer redução nas taxas de evapotranspiração e
impedir a regeneração das espécies de mangue, principalmente por influenciar
diretamente na germinação das sementes.
De acordo com MORAES e COSTA (2000), todas as vezes que o manguezal
é convertido em áreas degradadas, todo o ecossistema sofre influência do clima e
isso altera a cadeia alimentar existente. Além do mais, mudanças bruscas de
temperatura, decorrentes destes fatores, faz com que as funções do manguezal
fiquem comprometidas (MORAES e COSTA, 2000).
Outro impacto bastante citado na literatura é a construção da rodovia estadual
PA-458, que liga a cidade de Bragança à vila de Ajuruteua (MARTINS E SOUZAFILHO, 2001). Avaliação da dinâmica natural e dos impactos antrópicos no uso de
áreas costeiras da planície bragantina explicam que com a construção da estrada
áreas inteiras de vegetação de mangue foram completamente retiradas, deixando o
solo lamoso exposto e transformando-o em um solo ressecado, o que trouxe
modificações físico-químicas, acarretando mudanças na produção biológica local
(MARTINS E SOUZA-FILHO, 2001). KRAUSER (2010) também afirma que a estrada
reduziu o fluxo de água no local, causando a morte de grande parte da vegetação
original, em consequência disso o ambiente é comparado a uma paisagem desértica
com altos níveis de salinidade e áreas expostas pelas árvores mortas no decorrer
deste processo.
7
Não somente tensores antrópicos oferecem estresse ao ecossistema, mas os
tensores naturais, como os períodos de seca prolongados, também tem sua
influência, pois de acordo com NASCIMENTO-FILHO (2007), a baixa penetração
das águas das marés em áreas mais altas causa o déficit hídrico e, como
consequência, há a formação de ambiente hipersalino denominado apicuns
(NASCIMENTO-FILHO, 2007).
1.5 Sombreamento na produção de mudas
O fato de ter uma grande demanda de espécies florestais usadas em programas
de plantio em áreas de reflorestamento tem aumentado a busca por novos
conhecimentos sobre produção de mudas e determinação de seus padrões de
qualidade, e para essa produção são relevantes os estudos sobre os fatores que
podem influenciar no crescimento dessas mudas afirma VARELA e SANTOS (1992).
De acordo com os mesmos autores, um desses fatores é a luz solar, já que em alguns
estudos com efeito do sombreamento, as mudas tem apresentado os mais diversos
resultados (VARELA & SANTOS, 1992). De fato, a luz é considerada um grande fator
de influência na produção de mudas em decorrência do processo de fotossíntese,
embora isso seja um parâmetro determinante, a qualidade de mudas também tem a
qualidade influenciada pela disponibilidade de nutrientes, pela temperatura e água
(FERREIRA et al.,1997).
A importância de se produzir mudas em viveiro vem principalmente da
necessidade de se cultivar plantas de qualidade. UCHIDA e CAMPOS (2000), por
exemplo, afirmam que as mudas cultivadas em viveiro podem receber condições
ótimas para seu desenvolvimento em campo e, consequentemente, a formação de
plantios sadios e produtivos.
1.6 Qualidade de mudas de espécies florestais
GOMES (2001) afirma que para a um melhor manejo e produção de mudas
estas devem apresentar algumas características, dentre as características citadas pelo
autor está o bom desenvolvimento da sua parte aérea, ou seja, sem deficiência de
minerais e estiolamentos; a altura deve ser compatível com as exigências do clima e
com as técnicas utilizadas no plantio; a parte aérea deve ter uma boa relação com o
8
sistema radicular e, principalmente, resistirem às adversidades do campo para melhor
crescimento e desenvolvimento.
De acordo com BINOTTO (2007), existem problemas ainda encontrados por
produtores de mudas de espécies florestais. Um desses problemas é a dificuldade de
determinar ainda na fase de viveiro quais as características da planta que indicarão o
seu melhor porte. No entanto, tais características são dadas de maneira intuitiva, sem
nenhuma comprovação específica que responda a essas exigências com relação ao
crescimento e sobrevivência da muda. Daí a importância de se estudar e entender o
comportamento e a interação entre os parâmetros morfológicos da muda de espécie
florestal.
BINOTTO (2007) também refere-se ao fato de que o processo de produção de
mudas requer uma habilidade especial. Por exemplo, o especialista deve saber o
momento exato de se retirar a muda do viveiro para levá-la ao local do reflorestamento.
Acredita-se que este processo antecipado pode vir a trazer danos às mudas, como a
perda da área foliar, o atrofiamento do sistema radicular ou até a perda da mesma.
Estes fatores negativos são cruciais para que não haja um bom desenvolvimento das
mudas e, consequentemente, da espécie em questão (BINOTO, 2007).
Segundo GOMES (2001), produzir mudas de espécies florestais em viveiros é
importante, pois em sua fase de desenvolvimento inicial necessita de proteção e isto
pode ser obtido através de manejos especiais, por ser esta uma fase onde há uma
maior uniformização do crescimento registrado na altura e nas raízes, sofrendo uma
espécie de endurecimento que possibilite maior resistência para serem então plantadas
em seu ambiente.
No caso da produção de mudas de manguezal, o principal objetivo da produção
em viveiro, segundo TSUJI e FERNANDES (2008), é a criação de um ambiente
artificial que simule as condições pelas quais a muda enfrentará, uma vez escolhido o
local do reflorestamento. Esses autores explicam que esse procedimento evita o
ataque de pragas ou doenças ou que as mudas sofram inundações.
Segundo GOMES (2001), os parâmetros morfológicos são os mais utilizados
para verificar a qualidade de mudas, podendo os mesmos serem utilizado sozinhos ou
em conjunto, além disso, o uso dos parâmetros morfológicos envolve práticas simples
de medição, obtendo-se valores simples e resultados mais fáceis de serem
compreendidos pelos viveiristas. Entretanto, esta prática ainda precisa de uma
definição mais acertada para atender às exigências, quando se trata de sobrevivência e
9
crescimento de mudas (GOMES, 2001). Os parâmetros morfológicos mais utilizados na
determinação do padrão de qualidade das mudas são: Altura da Parte Aérea (HPA), o
Diâmetro do Coleto (DC), a Massa seca do Sistema Radicular (MSR) e a Massa seca
da parte aérea (MSPA). (GOMES, 2001; BINOTO, 2007).
De acordo com GOMES (2001), os índices mais utilizados nestes processos
são: razão entre a altura da parte aérea e o diâmetro do coleto (HPA/DC); razão entre a
altura da parte aérea e a massa seca das raízes (HPA/PMSR); razão entre a altura da
parte aérea e a massa seca da Folha (HPA/MSF) e, por último, o Índice de Qualidade
de Dickson (IQD).
Estes parâmetros parecem ser suficientes para a determinação de qualidade de
mudas. De fato, ROSA et al. (2009) indicaram o uso do Índice de Qualidade de Dickson
juntamente com parâmetros morfológicos como eficientes para determinar o padrão de
qualidade de mudas da planta de terra firme, conhecida como paricá (Schizolobium
amazonicum Huber ex. Ducke).
Há disponível na literatura brasileira diversos trabalhos relacionados à produção
de mudas de espécies arbóreas de terra firme. Estes geralmente testando o nível de
sombreamento, substrato ou, até mesmo, os recipientes para testar a qualidade das
mudas. Dentre os principais trabalhos destacam-se os de ALMEIDA et al. (2005) com
Jacaranda purebula (Cham.); CAMPOS e UCHIDA (2002) com Jacaranda copaia (Albl.)
D. Don.), Hymenaea courbaril (L.) e Ochroma lagopus (Cav. Ex. Lam; FONSECA et al.
(2002) com Trema micranta (L). Blume; PEDROSO e VARELA (1995) com Ceiba
pentandra ((L.) Gaertn); QUEIROZ e FIRMINO (2014) com Dipteryx alata (Vog.); ROSA
et al. (2009) com Schizolobium amazonicum e UCHIDA e CAMPOS (2000) com
Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. Fabaceae).
Trabalhos relacionados à produção de mudas de espécies arbóreas de mangue
no Brasil são escassos. Apenas foram encontrados, até o momento, os de AGUIAR
(2010), COSTA (2012) e LOPES et al. (2010), todos analisando o efeito do
sombreamento no crescimento e qualidade de mudas das três espécies também
utilizadas no presente estudo, os quais foram úteis para efeito de comparação, e o de
TSUJI (2010) analisando o crescimento e sobrevivência de plântulas de espécies
arbóreas de mangue em áreas degradadas.
10
2. Objetivo geral
O objetivo principal do presente estudo foi testar a influência do sombreamento
na qualidade de mudas das espécies R. mangle, A. germinans e L. racemosa
produzidas em viveiro.
2.1 Objetivos específicos
Os objetivos específicos do presente estudo foram:
- Verificar o efeito de diferentes níveis de sombreamento sobre a qualidade de mudas
de espécies arbóreas de mangue em viveiro;
- Testar o efeito do sombreamento na qualidade de mudas utilizando como base os
parâmetros morfológicos: HPA, DC, MSR e MSPA, os Índices morfológicos: HPA/DC,
HPA/PMSR e HPA/MSPA e o Índice de Qualidade de Dickson (IQD).
3. Materiais e Métodos
3.1 O Viveiro
O experimento foi conduzido na vila de Tamatateua, localizada a 15 km da sede
do município de Bragança (Fig. 01). A instalação do viveiro foi feita no dia 4 de maio de
2012. A primeira avaliação foi realizada no dia 4 de agosto de 2012. As espécies
utilizadas no experimento foram Rhizophora mangle, Avicennia germinans e
Laguncularia racemosa.
11
Figura 01: Mapa da Área de estudo. Vila do Tamatateua, Bragança – PA.
O viveiro ocupou uma área de 10 x 20 metros, onde somente uma parte do
viveiro foi usada para o experimento. A característica principal do mesmo é a conexão
com o canal-de-maré promovida por uma trincheira escavada no solo do manguezal,
por onde as águas salobras das marés o inundam, imprimindo a dinâmica natural do
sistema de inundação do manguezal local (Figura 02).
O viveiro foi dividido em parcelas com alternância de espécies: Parcela 1 – R.
mangle; Parcela 2 – A. germinans; Parcela 3 – L. racemosa e assim sucessivamente.
Cada parcela teve capacidade para 40 mudas (Figura 02).
12
Figura 02: Viveiro para a produção das mudas em
Tamatateua, Bragança-PA. Área sombreada (A) e área a
pleno sol (B).
3.2 Coleta dos propágulos
Os propágulos das três espécies (R. mangle, A. germinans e L. racemosa) foram
coletados próximo à área experimental, não havia um número de propágulos definido
por espécie, e como condição de coleta, usou-se a facilidade de soltura dos galhos, e a
coloração indicava que os propágulos estavam maduros e principalmente em bom
estado fitossanitário (Tsuji e Fernandes, 2008).
3.3 Semeadura
Para a semeadura não foram feitos pré-tratamentos especiais para a espécie R.
mangle. Por outro lado, para A. germinans foi necessário que os propágulos fossem
imersos em água por no mínimo 24 horas para o desprendimento do tegumento. Para
L. racemosa essa imersão durou sete dias com a finalidade de a emissão da radícula.
(Tsuji e Fernandes, 2008). Após esse procedimento os propágulos puderam ser
semeadas e de polietileno com o número de duas a três propágulos por embalagem (R.
mangle e A. germinans), e 5 propágulos de L. racemosa.
As embalagens para a produção das mudas mediam 17 x 27 cm, e foram
preenchidas com substrato latossolo amarelo, retirado das áreas das redondezas do
13
viveiro. Após 30 dias foi realizado o desbaste, ou seja, retirou-se o excesso de plantas,
deixando somente uma por embalagem.
Foram testados dois tratamentos: a pleno sol e a 70% de sombreamento, sendo
este último obtido por meio de telas de polietileno, onde as mudas foram cultivadas
(Fig. 03 A-B). Neste nível de sombreamento e a pleno sol. Foram utilizadas quatro
repetições para cada espécie, sendo que em cada parcela havia sete mudas. Assim,
foram dispostas 84 mudas a pleno sol e 84 mudas conduzidas na sombra, totalizando
168 mudas por avaliação, incluindo as três espécies.
O delineamento experimental foi totalmente casualizado utilizando-se o fatorial
(3 x 2) x 4, sendo três espécies e dois níveis de sombreamento, totalizando 1.008
mudas durante os seis meses de avaliação do experimento.
A
B
Figura 03: Mudas das espécies arbóreas de mangue no viveiro em Tamatatuea, Bragança-PA:
(A) parcela de Rhizophora mangle aos 120 dias após a semeadura em ambiente sombreado (B),
parcelas em viveiro também em área sombreada.
3.4 Avaliação
Para a avaliação do experimento foram realizadas contagens bimestrais, no
período de 360 dias. A primeira avaliação foi realizada aos 60 dias após a semeadura,
em seguida 120, 180, 240, 300 e aos 360 dias. As avaliações foram realizadas nos
meses de agosto, outubro e dezembro (2012) e fevereiro, abril e junho (2013).
Para acompanhamento do período seco e chuvoso durante os meses de
avaliação utilizou-se o gráfico de Precipitação Total (Figura 04).
14
2012
Junho
Maio
Abril
Março
Fevereiro
Janeiro
Dezembro
Novembro
Outubro
Setembro
400
350
300
250
200
150
100
50
0
Agosto
Precipitação Total
Precipitação
2013
Meses
Figura 04: Variação nas taxas de precipitação ao longo do período de
estudo. Fonte: INMET (2014).
Verificou-se nos seis primeiros meses do experimento que as 3 primeiras
avaliações (Agosto, Outubro e Dezembro/2012) foram realizadas em meses
considerados secos com cerca de 100 mm de precipitação total. Entretanto na segunda
parte do experimento (Fevereiro, Abril e Junho/2013), registram-se meses chuvosos
chegando até a 350 mm de precipitação total (INMET, 2014).
3.5 Meses de avaliação
Para a avaliação dos efeitos dos tratamentos sobre a formação das mudas aos
60, 120, 180, 240, 300 e aos 360 dias após a semeadura as plantas foram retiradas do
viveiro e transportadas para o laboratório onde 7 mudas foram retiradas de cada
parcela, limpas e seccionadas (Fig.04) analisando as seguintes características:
Altura da Parte Aérea (H): distância entre o colo da planta e a gema apical. Foi
mensurada com o auxílio de uma régua milimétrica.
Diâmetro do coleto (DC): com o auxílio de um paquímetro digital (marca Stainless
Haedened) foi mensurado na planta o diâmetro do caule na região do colo, a 5 cm do
nível do solo.
Massa Seca da Folha (MSF), Massa Seca do Caule (MFC) e Massa Seca da Raiz:
as mudas foram retiradas do viveiro, seccionadas na região do colo da planta,
15
separando a parte aérea da parte radicular. Em seguida foram pesadas em balança de
precisão com três casas decimais e logo após acondicionadas em embalagens de
papel. Após esse procedimento foram colocadas em embalagens de papel
devidamente etiquetados e este material foi desidratado em estufa ventilada regulada a
75º C (Ethik Technology, Modelo 400 – 4 ND; Nº certificado: 2107/12 – CQ.OK) até
atingir peso constante. Depois deste período foram novamente pesadas em balança de
precisão para a verificar a acumulação de biomassa.
Figura 05: Parcela de Rhizophora mangle limpa e
pronta para ser seccionada.
3.6 Análise dos dados
3.6.1 Avaliação dos parâmetros morfológicos
Os dados brutos foram testados no pacote estatístico Primer v 0.6 (CLARKE e
GORLEY, 2006). Foram elaboradas matrizes de similaridade a partir da matriz
biológica original utilizando-se o coeficiente de Bray-Curtis.
As análises de similaridade (ANOSIM) foram realizadas utilizando-se essa matriz
para comparar a estrutura das espécies quanto aos dois tratamentos testados. Nesta
análise utiliza-se o valor de R para indicar a similaridade entre as amostras dos
tratamentos (a pleno sol e a sombra 70%). O valor de R>0,150 é o valor mínimo para
se considerar significativa a formação de grupos entre as amostras.
Para a visualização dos valores de ANOSIM que foram significantes tem-se a
formação estrutural de gráficos gerados pela Análise Não-Métrica de Escalonamento
16
Multidimensional (MDS), cujo objetivo é verificar o grau de separação entre os
tratamentos testados para as espécies-alvo do presente estudo.
3.6.2 Avaliação dos índices morfológicos
Para a avaliação dos índices morfológicos foram realizadas correlações de
Pearson através do programa BioEstat 5.0 (AYRES et al., 2007). Este tipo de
correlação mostra a relação de dependência entre o crescimento de duas variáveis, no
experimento em questão. As correlações foram realizadas de forma que se utilizasse
como análise os níveis de correlação, onde: p< 0,70 representa uma forte correlação,
p< 0,70 e > 0,30 representa correlação moderada, e p< 0,3 >0 é uma correlação fraca.
As tabelas com os valores de médias e desvio padrão para as espécies nos
tratamentos testados foram geradas a partir da estatística descritiva, com o uso do
programa BioEstat 5.0 (AYRES et al., 2007).
3.6.3 Avaliação do índice de Qualidade de Dickson (IQD)
O índice de qualidade de Dickson (IQD) foi determinado em função da altura da
planta (H), do diâmetro do coleto (DC), do peso da massa seca da parte aérea (MSPA)
do peso da massa seca da raiz (MSR), e da massa seca total (MST).
Para isso, utiliza-se a fórmula:
IDQ = MST / [(H/DC) + (MSPA/MSR)]
Em que MST, MSPA e MSR são expressos em gramas, H e DC em milímetros
(DICKSON et al., 1960.
4. Resultados e Discussão
4.1 Parâmetros morfológicos
4.1.1 Altura da parte aérea
Foram encontrados valores estatisticamente diferentes entre os dois
tratamentos empregados (ANOSIM, R= 0,553; p= 0,001). A figura 06 obtida pela
análise de escalonamento multidimensional mostra que há a formação de grupos
17
entre os dois tratamentos empregados (sombra e pleno sol). Nota-se que os grupos
mostram a agregação maior para o tratamento sombreado, enquanto no tratamento
a pleno sol, o crescimento não foi tão homogêneo, apresentando mudas de
diferentes tamanhos.
Figura 06: Análise Não-Métrica de Escalonamento
Multidimensional (MDS) utilizando a variável altura
da parte aérea das mudas de Rhizophora mangle,
Avicennia germinans e Laguncularia racemosa em
viveiro, Tamateua, Bragança – PA.
A Tabela de médias (Tab. 01) mostra que para a variável altura da parte
aérea (HPA), todas as espécies se desenvolveram melhor na sombra. Entretanto, A.
germinans foi a espécie que melhor se desenvolveu neste tratamento. Para o
tratamento a pleno sol, observa-se o maior valor de média para a espécie
Laguncularia racemosa. O mesmo resultado foi obtido por LOPES et al., (2013) na
avaliação do crescimento das mesmas espécies sob diferentes níveis de
sombreamento. DEMUNER et al., (2004) também observaram a mesma tendência
em mudas de espécies que não são de mangue, como Galesia integrifolia (Spreng)
Harms onde, na avaliação do seu crescimento inicial, mostraram que essas plantas
se desenvolveram melhor no tratamento sombreado.
18
Tabela 01: Média e Desvio Padrão da altura da parte aérea (HPA) de acordo com
o nível de sombreamento das mudas das três espécies de mangue cultivadas em
viveiro, Tamatateua – PA.
Espécie
Rhizophora mangle
Avicennia germinans
Laguncularia racemosa
Nível de Sombreamento
(%)
0
70
0
70
0
70
Média e Desvio Padrão
8,35 ± 4,76
14,76 ± 9,64
6,43 ±3,31
39,05 ± 19,06
9,52 ± 5,53
13,52 ± 10,52
Isto pode ser considerado uma forma de adaptação à nova condição
luminosa, afirma QUEIROZ e FIRMINO (2014), cujo aumento dos valores de altura
em maior sombreamento é resultado de um investimento por parte do vegetal
alocando assimilados para a parte aérea. Esse tipo de adaptação deixa exposta a
área fotossintetizante, resultando em maior competição com as outras plantas para
aproveitar a baixa intensidade luminosa, por outro lado, apesar de haver uma
tendência de crescimento em altura de acordo com o aumento do sombreamento
nestas espécies florestais tropicais (principalmente na fase juvenil), deve-se atentar
para o fato de que a resposta pode variar conforme a capacidade de adaptação da
espécie em questão (ROSA et al., 2009).
4.1.2 Diâmetro do coleto
Observaram-se diferenças significativas ao se avaliar este parâmetro entre os
dois tratamentos empregados (ANOSIM, R= 0,559; p= 0,001). A figura 07 obtida
pela análise de escalonamento multidimensional mostra que há a formação de
grupos entre os dois tratamentos empregados (plantas sombreadas e a pleno sol). A
análise de MDS mostrou que os individuos expostos ao tratamento a pleno sol
apresentaram valores mais dispersos, mostrando menos homogeneidade em
relaçao ao tratamento sombreado (Figura 07).
19
Figura
07: Análise
Não-Métrica
de
Escalonamento
Multidimensional (MDS) utilizando a variável diâmetro do coleto
das mudas de Rhizophora mangle, Avicennia germinans e
Laguncularia racemosa em viveiro, Tamatateua, Bragança –
PA.
A Tabela (Tab. 02) mostra que a variável diâmetro do coleto (DC) de A.
germinans e L. racemosa apresentaram melhor desenvolvimento no tratamento
sombreado. Já R. mangle apresentou maior desenvolvimento de diâmetro a pleno
sol.
Tabela 02: Média e Desvio Padrão do Diâmetro do Coleto de acordo com o nível
de sombreamento das mudas das três espécies cultivadas em viveiro,
Tamatateua, Bragança – PA.
Espécie
Rhizophora mangle
Avicennia germinans
Laguncularia racemosa
Nível de Sombreamento
(%)
0
70
0
70
0
70
Média e Desvio Padrão
5,13 ± 1,24
4,14 ± 1,50
1,85 ± 0,37
7,29 ± 2,84
2,37 ± 1,12
3,13 ± 1,92
Analisando quatro espécies nativas de floresta de Terra firme ENGEL e
POGGIANI (1990) também verificaram que destas, duas espécies apresentaram
melhor desenvolvimento no tratamento sombreado. Para Lopes et al. (2013),
desenvolvendo experimentos com espécies de mangue, os resultados são
semelhantes porém as espécies se desenvolveram melhor em tratamento
sombreado (30%). Pode-se afirmar então que neste caso o sombreamento auxiliou a
20
produção de mudas de maior qualidade pois ALMEIDA et al. (2005) afirmam que
mudas com maior crescimento do diâmetro possuem mais chances de sobrevivência
em campo após o plantio.
4.1.3 Massa seca das folhas
Houve diferença significativa ao se avaliar a massa seca das folhas nos
tratamentos a pleno sol e sombreado (ANOSIM, R= 0,559; p= 0,001). A figura 08
obtida pela análise de escalonamento multidimensional mostra que há a formação
de grupos entre os dois tratamentos empregados (sombra e pleno sol).
Figura 08:
Análise Não-Métrica de Escalonamento
Multidimensional (MDS) utilizando a variável Massa Seca das
Folhas das mudas de Rhizophora mangle, Avicennia germinans
e Laguncularia racemosa em viveiro, Tamatateua, Bragança –
PA.
Os valores médios (Tab. 03) mostram que as três espécies envolvidas no
experimento se desenvolveram melhor no tratamento sombreado. E para o
tratamento a pleno sol o maior valor de média foi para a espécie R. mangle LOPES
et al. (2013), testando a influência do sombreamento na qualidade de mudas de
espécies de mangue a três níveis de sombreamento, também observaram que a
biomassa seca das folhas foram favorecidas pelo tratamento sombreado para as
mudas de A. germinans e R. mangle. O mesmo que ocorre com PEDROSO e
VARELA (1995), avaliando o crescimento de mudas de terra firme (Sumaúma), onde
21
as que obtiveram crescimento significativo foram as mudas submetidas ao
tratamento sombreado (50 e 70%).
Tabela 03: Médias e Desvio Padrão da Massa Seca da Folha de acordo com o nível
de sombreamento das mudas das três espécies de mangue cultivadas em viveiro,
Tamatateua, Bragança – PA.
Espécies
Nível de sombreamento
(%)
Média e Desvio Padrão
Rhizophora mangle
0
70
0
70
0
70
1,300 ± 0,944
2,753 ± 1,840
0,166 ± 0,050
2,423 ± 2,006
0,162 ± 0,112
0,498 ± 0,113
Avicennia germinans
Laguncularia racemosa
PEDROSO e VARELA (1995) explicam que o aumento da área foliar em
decorrência do sombreamento acontece porque a planta tende a aumentar a sua
área fotossintetizante para aproveitar ao máximo a intensidade luminosa disponível.
Bem como como, na sombra com relação a temperatura foliar, provavelmente haja
maior alocação de carbono para ganho de massa foliar, aumentando a superfície da
folha para compensar a eficiência fotossintética. (GONÇALVES et al., 2012).
Além de todos esses fatores as espécies do gênero Rhizophora de uma forma
morfofisiológica geral, possuem características adaptativas para ambientes com alta
luminosidade como cutícula espessa, hipostomia, presença de hipoderme
armazenadora de água e mesófilo espesso com mais de uma camada de tecido
paliçádico (LIMA et al., 2003).
4.1.4 Massa seca do caule
A análise de similaridade foi realizada para os diferentes tratamentos e
observou-se que houve diferença significativa entre os mesmos (ANOSIM R= 0,559;
p= 0,001). A figura 09 obtida pela análise de escalonamento multidimensional mostra
que há a formação de grupos entre os dois tratamentos empregados (sombra e
pleno sol).
22
Figura 09: Análise Não-Métrica de Escalonamento Multidimensional
(MDS) utilizando a variável Massa Seca do Caule das mudas de
Rhizophora mangle, Avicennia germinans e Laguncularia racemosa
em viveiro, Tamatateua, Bragança – PA.
Os valores da tabela de média (Tab. 04) mostram que todas as espécies
tiveram um melhor desenvolvimento para a variável massa seca do caule (MSC) no
tratamento sombreado. Avaliando o desenvolvimento das mesmas espécies LOPES
(2013) obteve resultados semelhantes, sendo que R. mangle foi a espécie que
apresentou valor mais elevado de massa seca do caule nos dois tratamentos,
enquanto A. germinans apresentou valores superiores de médias apenas no
tratamento sombreado. As mudas da espécie L. racemosa apresentou baixos
valores nos dois tratamentos.
Tabela 04: Média e Desvio Padrão da Massa Seca do Caule de acordo com os
níveis de sombreamento das mudas das três espécies de mangue cultivadas em
viveiro, Tamatateua, Bragança – PA.
Espécies
Nível de sombreamento
(%)
Média e Desvio Padrão
Rhizophora mangle
0
70
0
70
0
70
0,485 ± 0,400
1,036 ± 0,974
0,235 ± 0,222
3,580 ± 1,359
0,204 ± 0,166
0,650 ± 0,107
Avicennia germinans
Laguncularia racemosa
23
LIMA-JUNIOR et al. (2005), verificando trocas gasosas e crescimento de
plantas jovens que não pertencem ao ecossistema manguezal Cupania vernalis em
diferentes níveis de sombreamento, perceberam que as plantas submetidas ao
sombreamento 70% deram origem a mudas com maiores alocações de biomassa de
caule, semelhante ao que acontece neste experimento.
4.1.5 Massa seca da raiz
Ao se comparar os tratamentos pela análise de similaridade (Anosim), se
observou diferença significativa entre ambos (ANOSIM R= 0,484; p= 0,001).
A figura 10 obtida pela análise de escalonamento multidimensional mostra
que há a formação de grupos entre os dois tratamentos empregados (Sombra e
pleno sol).
Figura 10: Análise Não-Métrica de Escalonamento Multidimensional
(MDS) utilizando a variável Massa Seca da Raiz das mudas de
Rhizophora mangle, Avicennia germinans e Laguncularia racemosa
em viveiro, Tamatateua, Bragança – PA.
A Tabela de médias (Tab. 05) apresentam as médias e o desvio padrão, onde
se observa que os maiores valores de acúmulo de biomassa ocorreram no
tratamento sombreado, para todas as espécies em questão (Tab. 05).
COSTA
(2012), verificando o desenvolvimento e sobrevivência das mesmas espécies em
24
três níveis de sombreamento, também observou que A. germinans e R. mangle
obtiveram as maiores médias de massa seca da raiz para o tratamento sombreado.
Tabela 05: Média e desvio padrão da massa seca da raiz de acordo com o nível de
sombreamento das mudas das três espécies cultivadas em viveiro, Tamatateua,
Bragança – PA.
Espécies
Rhizophora mangle
Avicennia germinans
Laguncularia racemosa
Nível de sombreamento
(%)
0
70
0
70
0
70
Média e Desvio Padrão
1,537 ± 1,480
2,536 ± 2,533
0,133 ± 0,023
2,780 ± 1,250
0,126 ± 0,009
0,480 ± 0,192
Positivamente são grandes as chances de sobrevivência das mudas em
campo, pois uma maior massa radicial pode trazer melhor desempenho da muda em
campo (CAMPOS e UCHIDA, 2002), sobretudo em áreas degradadas onde haverá
maior probabilidade de sobrevivência uma vez que facilita sustentação e aumenta a
área para absorção de nutrientes (ALMEIDA et al., 2005), pois, quanto maior for a
área de captação de nutrientes melhor será seu desenvolvimento (BINOTO, 2007).
4.1.6 Massa seca total
Verificou-se diferenças estatísticas entre os dois tratamentos empregados
(ANOSIM R = 0,517; p= 0,001). A figura 11 obtida pela análise de escalonamento
multidimensional (MDS) mostra que há a formação de grupos entre os dois
tratamentos empregados (sombra e pleno sol).
25
Figura 11: Análise Não-Métrica de Escalonamento Multidimensional
(MDS) utilizando a variável Massa seca total das mudas de Rhizophora
mangle, Avicennia germinans e Laguncularia racemosa em viveiro,
Tamatateua, Bragança – PA.
A tabela de valores médios (Tab. 06) de massa seca total mostra que
novamente todas as espécies tiveram melhor desenvolvimento no tratamento
sombreado. E as duas espécies que mais se desenvolveram de forma geral foram A.
germinans e R. mangle. O mesmo acontece com COSTA (2012) para a espécie A.
germinans que obteve melhor desenvolvimento no tratamento sombreado, tanto
para o parâmetro massa seca da raiz quanto massa seca total.
Tabela 06: Médias e Desvio Padrão para Massa Seca Total de acordo com o nível de
sombreamento das mudas das três espécies de mangue cultivadas em viveiro,
Tamatateua, Bragança – PA.
Espécies
Rhizophora mangle
Avicennia germinans
Laguncularia racemosa
Nível de sombreamento
(%)
0
70
0
70
0
70
Média e Desvio Padrão
3,334 ± 2,601
6,319 ± 4,822
0,530 ± 0,298
9,327 ± 5,042
0,504 ± 0,218
1,426 ± 0,105
26
Quanto a esse alto acumulo de biomassa total em decorrência do
sombreamento pode ser explicado por (CARVALHO e FONSECA, 2004) que
afirmam que a vegetação de mangue pode funcionar como um grande depósito de
carbono da atmosfera, ou seja, em alta luminosidade e disponibilidade de nutrientes
as espécies aumentam sua capacidade de assimilação de C nas folhas e galhos,
crescendo bastante em altura, em folha e em galhos.
4.2 Índices morfológicos
Os valores dos índices morfológicos estão apresentados na Tabela 07. Esses
valores mostram que não houve correlação fraca entre os parâmetros analisados,
sendo os maiores valores de correlação observados para a espécie A. germinans
em tratamento sombreado. (Tab. 07).
Tabela 07: Análise de Correlação de Pearson (r) utilizando os índices morfológicos. H/DC=
Altura da Parte Aérea/Diâmetro do coleto. H/MSF= Altura da Parte Aérea/Massa Seca da
Folha. MSF/MSR= Massa Seca da Folha/Massa Seca da Raiz.
Espécie
Índice Morfológico
Pearson
(r)
Nível de Correlação
H/DC (Pleno sol)
H/DC (Sombra)
H/MSF (Pleno Sol)
H/MSF (Sombra)
MSF/MSR (Pleno sol)
MSF/MSR (Sombra)
0,3465
0,5678
0,6244
0,7197
0,7327
0,7206
Moderada
Moderada
Moderada
Forte
Forte
Forte
H/DC (Pleno sol)
H/DC (Sombra)
H/MSF (Pleno sol)
H/MSF (Sombra)
MSF/MSR (Pleno sol)
MSF/MSR (Sombra)
0,6246
0,8038
0,6536
0,7197
0,7327
0,9048
Moderada
Forte
Moderada
Forte
Forte
Forte
H/DC (Pleno sol)
H/DC (Sombra)
H/MSF (Pleno sol)
H/MSF (Sombra)
MSF/MSR (Pleno sol)
MSF/MSR (Sombra)
0,7272
0,7396
0,8045
0,8223
0,6911
0,8785
Forte
Forte
Forte
Forte
Moderada
Forte
Rhizophora mangle
Avicennia germinans
Laguncularia racemosa
Os parâmetros altura da parte aérea (H) e diâmetro do coleto (DC) (Tab. 07)
mostraram valores maiores de correlação no tratamento sombreado, principalmente
para a espécie A. germinans, enquanto que para as espécies L. racemosa e R.
mangle essa diferença entre os tratamentos foi menor. O sombreamento também
27
favoreceu o crescimento em altura em detrimento do diâmetro para a espécie A.
germinans no estudo de LOPES et al. (2013), que avaliou o efeito do sombreamento
para o crescimento das mesmas espécies de mangue.
De acordo com GOMES e PAIVA (2004), o diâmetro é um ótimo indicador da
qualidade de mudas de espécies florestais e isso pode ser melhor observado
quando os outros parâmetros possuem forte correlação com este.
Para o índice altura/massa seca da folha (H/MSF), A. germinans apresentou
um bom desenvolvimento da razão entre estes dois parâmetros quando em
tratamento sombreado (Tab. 07). Já as espécies R. mangle e L. racemosa
apresentaram
uma
boa
relação
em
crescimento,
onde
os
dois
fatores
correlacionados crescem de maneira equilibrada, mostrando que ao mesmo tempo
que a planta cresceu em altura houve acumulação de biomassa nas folhas, ainda
que tenham apresentado melhores valores de correlação no tratamento sombreado,
mostrando que esta é a melhor alternativa para as três espécies quando cultivadas
em viveiro.
Testando o efeito do sombreamento na qualidade de mudas de três espécies
amazônicas de terra firme, CAMPOS e UCHIDA (2002) também obtiveram maiores
valores de correlação quando as mudas de terra firme Jacaranda copaia foram
cultivadas em tratamento sombreado (50 e 70%). Da mesma forma, AGUIAR (2010)
também verificou que os maiores valores deste índice foram encontrados para o
tratamento sombreado (60%).
Os maiores valores resultantes da razão entre as variáveis Massa Seca da
Folha e Massa Seca da Raiz (MSF/MSR) foram observados no tratamento
sombreado para todas as espécies testadas, sendo a espécie A. germinas a que
obteve maior diferença entre os dois tratamentos e maior valor de correlação no
tratamento sombreado (Tab. 07). Mudas de Caesalpinia ferrea (Mart. ex Tul.), planta
de terra firme, estudadas por LIMA et al. (2008), também apresentaram maiores
valores desta relação para os tratamentos com 50 e 70% de sombra. Resultado
semelhante foi observado para COSTA (2012) avaliando o sombreamento no
desenvolvimento das três espécies de mangue, sendo que os valores para R.
mangle
e
A.
germinans
aumentavam
conforme
aumentava
o
nível
de
sombreamento. Os altos valores de correlação relacionados à Massa Seca da raiz
sugerem um melhor crescimento dos indivíduos após plantio definitivo, segundo
BINOTO (2007).
28
Percebe-se que a espécie Laguncularia racemosa obteve em todos os
parâmetros correlações fortes isso tanto em tratamento sombreado quanto a pleno
sol. De fato MCKEE (1993) afirma que L. racemosa é uma espécie que se beneficia
de luminosidade, e entretanto em luz solar muito intensa e em condições
desfavoráveis de poucos nutrientes é a que apresenta menor taxa de
desenvolvimento entre as três espécies.
4.3 Índice de Qualidade de Dickson
O Índice de Qualidade de Dickson é considerado um bom indicador da
qualidade de mudas pois demonstra nos resultados de seus cálculos a distribuição
equilibrada de fitomassa e a robustez da muda já que utiliza vários parâmetros
importantes para isto (FONSECA, 2000). O índice foi calculado de forma que fosse
obtido um valor para cada espécie em cada tratamento. A tabela (Tab. 08) mostra os
valores obtidos.
Tabela 08: Valores de Índice de Qualidade de Dickson (IQD) para es três espécies.
Espécies
Rhizophora mangle
Avicennia germinans
Laguncularia racemosa
Nível de Sombreamento
(%)
0
70
0
70
0
70
Índice de Qualidade de
Dickson (IQD)
1,05
1,45
0,08
1,30
0,07
0,16
Os valores mostram que a espécie R. mangle apresentou o valor superior de
IQD em ambiente sombreado. As mudas das espécies A. germinans apresentaram o
mesmo comportamento, embora com valores inferiores de IQD. As mudas de L.
racemosa obtiveram valores mais baixos de IQD.
Resultados semelhantes foram observados por COSTA (2012) avaliando o
desenvolvimento de espécies de mangue em três tratamentos, onde R. mangle foi
superior as outras espécies neste parâmetro. Este tipo de avaliação parece ser
promissora uma vez que espécie R. mangle apresentou melhor desenvolvimento em
campo quando comparada as demais.
FONSECA et al. (2002), realizando experimentos com a espécie de terra
firme Trema micranta, descreveram este método de avaliação como bom indicador
29
do padrão de qualidade de muda, sua afirmação é fundamentada no pressuposto de
que o equilíbrio, robustez e distribuição de biomassa da planta é devidamente
considerado através do cálculo, mostrando também a importância de se utilizar
todos os parâmetros para este tipo de avaliação.
5. CONCLUSÃO
Avicennia germinans apresentou melhor desempenho quando as mudas
foram sombreadas a 70%.
A espécie Rhizophora mangle foi a que melhor apresentou capacidade de
aclimatação para os dois níveis de sombreamento testados, as mudas apresentaram
bom desenvolvimento em tratamento a pleno sol e sombreado;
O diâmetro do coleto foi a variável que evidenciou o efeito da influência
positiva no sombreamento nas espécies;
O Índice de Qualidade de Dickson (IQD) foi o índice que melhor descreveu o
efeito significativo do sombreamento no desenvolvimento das mudas das espécies
de Rhizophora mangue.
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