O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 Chamou-se RENASCIMENTO o movimento cultural desenvolvido na Europa entre 1300 e 1650. Tal nome sugere um súbito reviver dos ideais greco-romanos, o que não é de todo correto pois mesmo no período medieval o interesse pela cultura clássica não desapareceu. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 Retrato de Dante Alighieri. Ilustração de Gustave Doré (século XIX). Exemplo disso é Dante Alighieri (1265-1321), poeta italiano que manifestou entusiasmo pelos clássicos. Também nas escolas das catedrais e dos mosteiros, autores latinos e filósofos gregos eram muito Dante Alighieri por Sandro Botticelli (séc XV). O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Humanismo, o espírito do renascimento: Podemos entender humanismo como a valorização do ser humano e da natureza em oposição ao divino e sobrenatural, idéias muito presentes na Idade Média. Os artistas do renascimento expressaram sempre os maiores valores da época: a racionalidade – traduzida no rigor científico, na experimentação e na observação da natureza – e a dignidade humana. Auto-retrato de Leonardo da Vinci em sangria (1512-1519) O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci Leonardo da Vinci (Anchiano, 15 de Abril de 1452 — Cloux,Amboise, 2 de Maio de 1519) foi um pintor, arquitecto, engenheiro, cientista e escultor do Renascimento italiano. Em 1468, com dezesseis anos, Leonardo mudou-se para Florença, e iniciou seu aprendizado no ateliê de Verrocchio. O artista, de grande prestígio da época, ensinou-lhe toda a base que mais tarde o levaria a se tornar um grande pintor. Leonardo também aprendeu escultura, arquitetura, óptica, perspectiva, música e até botânica. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci Ao redor do ano 1490, Leonardo da Vinci produziu um estudo das proporções humanas baseado no tratado recém-redescoberto do arquiteto romano Vitruvius. Leonardo debruçou-se sobre o que foi chamado o Homem Vitruviano, o que acabou se tornando um dos seus trabalhos mais famosos e um símbolo do espírito renascentista. O desenho reproduz a anatomia humana conduzindo eventualmente ao desígnio do primeiro robô conhecido na história que veio a se chamado de O Robô de Leonardo. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci Estudos de Embriões (1510-1513) O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci A Última Ceia (L'ultima cena ou Cenacolo, em Milão) é uma das mais conhecidas pinturas atribuídas a da Vinci, exposta no Convento de Santa Maria delle Grazie (Refectory), em Milão. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci A última ceia Feito para o refeitório do mosteiro de Santa Maria Delle Grazie, em Milão, essa pintura mural a têmpera representa a última refeição de Jesus com os doze discípulos, no momento em que ele anuncia que será traído por um deles. Da Vinci mostra por meio do rosto e dos gestos, principalmente das mãos, a reação de cada um. A impressão de movimento na cena: como se todos se interrogassem, inquietação dos apóstolos e imobilidade de Jesus. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci É nesta obra que o artista melhor concebeu a técnica do sfumato. O quadro apresenta uma mulher com uma expressão introspectiva e um pouco tímida. O seu sorriso restríto, que deixa ver ligeiramente os dentes, é muito sedutor, mesmo que um pouco tímido. Este quadro é provavelmente o retrato mais famoso na história da arte, senão, o quadro mais famoso de todo o mundo. Poucos outros trabalhos de arte são tão controversos, questionados, valiosos, elogiados, comemorados ou reproduzidos. Leonardo começou o retrato em 1503 e terminou-o três ou quatro anos mais tarde. A pintura a óleo sobre madeira de álamo. Mona Lisa (1503-1507), também conhecida como La Gioconda, La Joconde, exposta no museu do Louvre, em Paris. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci Muitos historiadores da arte acreditam que o modelo usado para a pintura pode ter sido a esposa de Francesco del Giocondo, um rico comerciante de seda de Florença e uma figura proeminente no governo fiorentino. Porém pouca coisa se sabe da sua vida e muito menos da história de sua mulher, Lisa Gherardini, nascida em 1479. Sabe-se que casaram em 1495, mas do fato não há nenhuma prova que poderia ter sido a senhora de um Medici, a mulher que Da Vinci referenciou. O título alternativo ao trabalho, La Gioconda, aparece apenas pela primeira vez num texto escrito mais tarde, em 1625, que se refere ao trabalho como um retrato de uma determinada Gioconda. Esta referência não contradiz nem suporta a hipótese de o modelo ser a mulher de Giocondo, uma vez que em italiano gioconda pode significar uma mulher alegre. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci Lillian Schwartz, cientista dos Laboratórios Bell, sugere que a Mona Lisa é na verdade um auto-retrato de Leonardo, porém, vestido de mulher. Esta teoria baseia-se no estudo da análise digital das características faciais do rosto de Leonardo e os traços do modelo. Comparando um auto retrato de Leonardo com a mulher do quadro, verifica-se que as características dos rostos alinham perfeitamente. Os críticos desta teoria sugerem que as similaridades são devidas ao fato de ambos os retratos terem sido pintados pela mesma pessoa usando o mesmo estilo. A teoria de que Mona Lisa é um auto-retrato é também citada no livro O Código Da Vinci. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci Cabeças Grotescas, estudos de desenho como caricatura. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci Paracadute Leonardo annoto' che con una tenda di lino a forma piramidale, la cui base fosse tenuta rigidamente aperta e fosse larga 12 braccia (circa 7 metri) e profonda altrettanto "ognuno si potrà gettare da qualsiasi altezza senza alcun rischio". Codice Atlantico f. 1058 ex f. 381 v. a. Disegno tratto da Il Codice Atlantico di Leonardo da Vinci nella biblioteca Ambrosiana di Milano, Editore Milano Hoepli 1894-1904. Il disegno originale di Leonardo e' conservato nella Biblioteca Ambrosiana O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci Escavatrice L'azionamento della zappa in questa macchina escavatrice avviene per effetto del rilascio istantaneo verso il basso del peso del recipiente equilibratore. La grande semiruota serve a facilitare l'operazione manuale di ricarico del peso alla massima altezza di lavoro. L'operazione si ripete più volte finché la zappa non arriva alla profondità del fossato. L'escavatrice viene successivamente trainata in avanti e l'operazione può cosi' continuare. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci Guanto palmato Fanno parte dell'attrezzatura necessaria a muoversi più facilmente in acqua. Sono guanti da legare intorno al polso, semplici da indossare, costruiti probabilmente in pelle resa rigida in cinque stecche di legno, ad imitazione degli arti dei palmipedi. Redatto tra il 1487 ed il 1490, il foglio mostra due attrezzature per nuotare: il guanto palmato e, più in basso, il salvagente, con nota esplicativa su come salvarsi in caso di una tempesta o di un naufragio. La nota riporta sotto il guanto palmato "guanto con pannicoli per nuotare in mare" fa pensare ad un unico equipaggiamento ideato per aumentare le capacità di stare a galla, soprattutto in situazioni di emergenza o di necessità. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 O humanismo Leonardo Da Vinci http://www.museoscienza.org Citta' ideale Il disegno databile tra il 1487 ed il 1490 è eseguito con penna e inchiostro seppia e con la tecnica rappresentativa del corpo trasparente che mette in evidenza la funzione e l'uso delle scale. Come riportato nella nota sottostante, l'edificio è quasi sicuramente destinato a uso militare, pertanto il suo inserimento nel plastico della città ideale è da intendersi puramente visivo e non di esatta collocazione. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Arquitetura No período românico construíam-se templos fechados.A arquitetura gótica buscou a verticalidade. Já o arquiteto do renascimento buscou espaços em que as partes do edifício parecessem proporcionais entre si. Procurou ainda, uma ordem que superasse a busca do infinito das catedrais góticas. Um dos primeiros arquitetos a expressar esses ideiais foi Filippo Brunelleschi (13771446). Exemplo de artista completo, foi pintor, escultor e arquiteto além de dominar conhecimentos de matemática e geometria. Destacou-se como construtor e teve participação decisiva na construção da catedral de Florença – igreja de Santa Maria Del Fiore. A construção dessa catedral começou em 1296; em 1369 as obras haviam terminado, mas o espaço a ser ocupado por uma cúpula continuava aberto. Em 1420, coube a Brunelleschi projetá-la. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Arquitetura O arco ogival ou em ponta é típico do estilo gótico e permitia sustentar abóbadas elevadas. O arco renascentista, ao contrário do arco gótico, tinha a forma curvilínea, de pura inspiração romana clássica. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Arquitetura A coluna gótica, constituída de feixes de pilares, devia servir de sustentáculo à estrutura da abóbada. A coluna renascentista, simples, com capitéis coríntios, foi empregada na construção de pórticos e arcadas. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Arquitetura Nas abóbadas góticas, arcos ogivais encontram-se no alto e se apoiam em colunas: é a abóbada de nervuras. A abóbada renascentista tem a forma de um semicírculo formando um teto liso ou ainda em quadros. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Arquitetura A janela gótica, alta e estreita, tem vitrais coloridos e frontões bastante pontiagudos. A janela renascentista, quadrada e mais ampla que a gótica, tem o vidro transparente e incolor, dando maior claridade. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura No fim da Idade Média e do Renascimento, predomina uma interpretação científica do mundo. Sobretudo na pintura, isso se traduz nos estudos da perspectiva segundo os princípios da matemática e geometria. O uso da perspectiva conduz a outra tendência do período: o uso do claro-escuro, que consiste em pintar algumas áreas iluminadas e outras na sombra. Essa combinação torna as pinturas mais próximas da realidade. Exemplo de efeito claro-escuro. David e Golias, Caravaggio. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Outro aspecto da arte do Renascimento, em especial da pintura é a formação de um estilo pessoal. Mais livre em relação ao rei e a Igreja, o artista é como o vemos hoje: um criador independente, que se expressa contando apenas com sua capacidade de criação. Daí haver, no Renascimento, inúmeros artistas de prestígio, com características próprias. Crucificação de São Pedro (16001601) - Capela Cerasi, Igreja de Santa Maria del Popolo, Roma O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Caravaggio Caravaggio tomava emprestada a imagem de pessoas comuns das ruas de Roma para retratar personalidades bíblicas como Maria e os apóstolos, sendo talvez um dos primeiros artistas a saber conciliar a arte com o ministério de Jesus que aconteceu exatamente entre pescadores, lavradores e prostitutas, restaurando a visão original e natural das personalidades e distanciando-se da imagem superestimada criada pela igreja. sendo assim, Caravaggio levou este princípio estético às últimas consequências, a ponto de ter sido acusado de usar o corpo de uma prostituta retirada morta do rio Tibre para pintar a Morte da Virgem. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Sandro Botticelli Alessandro di Mariano Filipepi, mais conhecido como Sandro Botticelli (Florença, 1º de março de 1445 – 17 de maio de 1510), foi um pintor italiano da Escola Florentina. Nascido em Florença, na popular rione de Ognissanti, foi aprendiz de Andrea del Verrocchio entre 1467 e 1470, mesma época que Leonardo da Vinci. Auto-retrato em uma de suas pinturas e o “Nascimento de Vênus” (1483) O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Sandro Botticelli Sandro Botticelli, “Primavera” (1477) Dimensões: 2,03m x 3,14 m., Galeria Uffizi, Florença O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Rafael (Raffaello) 1483-1520 Aos 26 anos foi chamado a Roma para decorar os aposentos do Vaticano com afrescos. Considerado o pintor renascentista que melhor desenvolveu os ideais clássicos de beleza: harmonia e regularidade de formas e cores. Auto-retrato de Rafael O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Rafael (Raffaello) A Escola de Atenas é um afresco de Rafael Sanzio, com cerca de 7,7m na base, pintado entre 1509 e 1510 na Stanza della Segnatura sob encomenda do Vaticano. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Rafael (Raffaello) Isabel, mãe de São João Batista, Maria, mãe de Jesus, as duas crianças e São José. A reunião de todas as figuras em forma de pirâmide monumental foi o esquema de composição predileto de Rafael em seu período florentino A Sagrada Família (1518) O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Michelangelo Michelangelo di Ludovico Buonarroti Simoni (Caprese, 6 de Março de 1475 — Roma, 18 de Fevereiro de 1564) foi um pintor, escultor, poeta e arquiteto renascentista italiano. Foi Michelangelo quem mais contribuiu para elevar o status da atividade do artista. Acreditando que a criatividade era uma inspiração divina, quebrou todas as normas. O Juízo Final mede 13,7 m x 12,2 m, pintado na parede do altar da Capela Sistina. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Michelangelo - Juízo Universal São Bartolomeu, mártir queimado vivo, segura sua própria pele com um autoretrato de Michelangelo O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Michelangelo – Juízo Universal O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Michelangelo – Capela Sistina Vista externa da Capela Sistina do alto da Basílica de São Pedro. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Michelangelo – Capela Sistina A superfície da abóbada foi dividida em áreas concebendo-se arquitetonicamente o trabalho de maneira que resultasse numa articulação do espaço entremeado por pilares. Nas áreas triangulares alocou as figuras de profetas e sibilas; nas retangulares, os episódios do Gênesis. Para entender estas últimas deve-se atentar para as que tocam a parede do fundo: Deus separando a Luz das Trevas; Deus criando o Sol e a Lua; Deus separando a terra das águas; A Criação de Adão; A Criação de Eva; O Pecado Original e a Expulsão do Paraíso; O Sacrifício de Noé; O Dilúvio Universal; Noé Embriagado. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Michelangelo – Capela Sistina Deus, representado por um homem de cabelos brancos e corpo vigoroso e cercado por anjos, estende a mão para tocar Adão, representado por um homem jovem, de corpo forte e harmonioso. As duas figuras expressam o ideal de beleza do Renascimento O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Pintura Michelangelo – Capela Sistina Sibilas são um grupo de personagens da mitologia grecoromana. São descritas como sendo mulheres que possuem poderes proféticos sob inspiração de Apolo. Dafne, Líbia, Sambeta, Prísca A sibila Líbica, Ciméria e Dafne ficam de um lado, separadas pelas imagens dos profetas Daniel e Isaías. No lado oposto, separadas pelo profeta Ezequiel: Eritréia e Sambeta. O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Escultura Na escultura italiana do Renascimento, destacam-se Michelangelo e Andrea del Verrocchio (1435-1488) trabalhou em ourivessaria, o que influenciou sua escultura: algumas de suas obras possuem detalhes que lembram o trabalho de um ourives – artesão que trabalha com peças de ouro. Entre elas destacam-se Davi, escultura da personagem bíblica que venceu o gigante Golias, poderoso soldado de um exército inimigo do povo de Israel David, considerada a obra-prima de Michelangelo, em uma praça florentina O Renascimento na Itália História da Arte, Graça Proença Cap. 12, pág. 78 A Escultura Michelangelo achava que dentre todas as artes, a mais próxima de Deus era a escultura. Deus havia criado a vida a partir do barro, e o escultor libertava a beleza da pedra. Segundo ele, sua técnica consistia em “libertar a figura do mármore que aprisiona”