Nome comum

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1. Ficus macrophylla Desf. ex. Pers. ssp. macrophylla; 2. Magnolia grandiflora L.;
3. Arbutus unedo L.; 4. Ginkgo biloba L.; 5. Cedrus deodara (Roxb. ex. D. Don) G. Don;
6. Dracaena draco L.; 7. Cycas revoluta Thunb.; 8. Sequoia sempervirens (D.Don.) Endl.;
9. Taxus baccata L. ; 10. Chrysophyllum imperiale (Linden ex. Koch & Fintelm.) Benth. & Hook. f.;
11. Araucaria heterophylla (Salisb.) Franco; 12. Phyllostachys bambusoides Siebold. & Zucc. ;
13. Chamareops humilis L. ; 14. Taxodium distichum (L.) Rich.; 15. Ceiba crispiflora (Kunth) Ravenna
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1. Ficus macrophylla Desf. ex. Pers. ssp. macrophylla
Família: Moraceae
Nome comum: Figueira da Austrália; Figueira-estranguladora
Distribuição: Endémica do E da Austrália
Habitat: Florestas Tropicais
Altura: 12 a 60m
Esta espécie vive em florestas tropicais onde existe uma elevada competição por espaço e
luz. Apresenta raízes aéreas que, ao chegarem ao solo, formam troncos secundários que
servem de suporte à árvore.
Como estratégia competitiva esta espécie pode funcionar como epífita, germinando sobre
outra árvore e estrangulando-a, à medida que as suas raízes aéreas crescem e atingem o
solo, obtendo assim o espaço de que necessita.
Esta espécie é monóica, produzindo flores femininas e masculinas em inflorescências
especiais, conhecidas como figo ou sicónio. Os agentes polinizadores são vespas que
beneficiam da proteção do figo para a sua reprodução.
Ciclo de vida de uma Figueira
As flores das figueiras não têm contacto direto com o ambiente externo, desenvolvem-se
encerradas num sicónio, a que vulgarmente chamamos figo. Todas as figueiras desenvolvem
uma relação de mutualismo com vespas: estas polinizam as suas flores e beneficiam do figo para
a reprodução e alimentação da sua prole.
Na Ficus macrophylla o polinizador é a espécie Pleistodontes frogatti May. que deposita os ovos
dentro do figo e morre. Eclodem as larvas que se alimentam das sementes de figo. As vespas
macho adultas têm uma vida muito curta, cuja única função é fecundar as fêmeas, sempre no
interior do figo. As fêmeas deixam o figo (através do ostíolo) levando consigo o pólen presente
nas flores masculinas, agora maduras. Todo o ciclo se repete, quando a fêmea volta a entrar
noutro figo.
Algumas espécies de figueiras só produzem figos com flores masculinas ou femininas. Quando
produzem figos masculinos, as flores femininas são estéreis e não desenvolvem
semente mas servem para alimentar as larvas, garantindo todo o ciclo
reprodutor acima descrito.
2. Magnolia grandiflora L.
Família: Magnoliaceae
Nome comum: Magnólia do Sul
Distribuição: Nativa do sudoeste dos E.U.A
Habitat: solos húmidos e ricos nas margens dos rios
Altura: 30m
As flores apresentam características primitivas: são grande (25cm) e têm muitas peças
florais (estames e carpelos). Produzem elevadas quantidades de pólen e são muito
aromáticas, para garantir a polinização. A polinização é feita principalmente por
escaravelhos que comem as estruturas florais e ficam cobertos de pólen.
O fruto (infrutescência) assemelha-se a uma pinha de onde pendem por finas fibras as
sementes vermelhas. Para se tornarem viáveis e germinarem precisam de passar pelo
tubo digestivo de uma ave (ou mamífero).
Alguns dos mais antigos fósseis de angiospérmicas apresentam flores similares às desta
magnólia, justificando as características primitivas das estruturas reprodutivas e
anatómicas da família Magnoliaceae.
As folhas são coriáceas e revestidas com ceras o que lhes confere um aspeto brilhante,
características que lhes permite evitar a perda de água e facilitar uma maior reflexão da
luz solar.
3. Arbutus unedo L.
Família: Ericaceae
Nome comum: Medronheiro
Distribuição: Região Mediterrânea, SW de França e Irlanda
Habitat: Florestas mediterrânicas
Altura: 5m.
O medronheiro está distribuído por todo o território Português, sendo mais frequente a sul.
É uma espécie mediterrânea perfeitamente adaptada aos fogos, frequentes nesta região. Na
base do tronco encontram-se substâncias de reserva que lhe permite sobreviver e rebentar
por toiça.
Floresce no final do Verão/Outono e os frutos amadurecem no Outono seguinte, produzindo
assim flor e fruto em simultâneo.
O fruto é uma drupa globosa com cerca de 2 cm de diâmetro, de coloração amarela
avermelhada, consoante a sua maturação.
É comestível (com elevada percentagem de álcool) e usado para produzir
aguardente.
4. Ginkgo biloba L.
Família: Ginkgoaceae
Nome comum: Ginkgo
Distribuição: Sudeste da China
Habitat: Desconhecido
Altura: 40m
Esta espécie é considerada um fóssil vivo, sendo o único representante de um género que teve uma
distribuição global durante o Mesozóico, e são conhecidos fósseis com cerca de 270 milhões de anos. É,
no Japão, um símbolo de paz e esperança. 6 exemplares de Ginkgo resistiram e sobreviveram ao impacto
da bomba atómica lançada sobre Hiroshima.
É uma espécie dióica (sexos separados em diferentes indivíduos). A árvore feminina produz óvulos que
após polinização anemófila vão maturar e produzir uma semente “primitiva”.
No outono as sementes desprendem-se e caem. Exalam um odor desagradável, a manteiga rançosa,
atraindo assim pequenos mamíferos que promovem a sua dispersão (adaptação aos agentes de
dispersão).
Espécie utilizada na medicina popular chinesa, há milhares de anos, no tratamento de
doenças degenerativas cerebrais (p.e. perdas de memória), devido à sua capacidade
vasodilatadora (aumento da oxigenação cerebral).
5. Cedrus deodara (Roxb. ex D. Don) G. Don
Família: Pinaceae
Nome comum: Cedro-do-Himalaia
Distribuição: Ásia (Afeganistão e NW do Himalaia)
Altura: 60m
O cedro é uma árvore majestosa, cujo tronco pode atingir 3m de diâmetro, de madeira
aromática, muito utilizada em construção. O nome “deodara” tem origem no sânscrito e
significa “madeira dos deuses”.
É uma espécie de crescimento rápido, resistente a mudanças de temperatura. As pinhas têm
escamas caducas, que facilitam a dispersão anemófila das sementes.
Fonte de produtos medicinais, o cedro-do-Himalaia tem sido utilizado como antiinflamatório e analgésico. O óleo tem propriedades inseticidas, e é atualmente também
usado em sabões, ceras de polir e em microscopia.
6. Dracaena draco L.
Família: Dracaenaceae
Nome comum: Dragoeiro
Distribuição: endémica da Região Macaronésica
(Arquipélagos dos Açores, Madeira, Canárias e Cabo
Verde)
Habitat: Terras áridas ou costeiras
Altura :18 m
O dragoeiro é uma planta monocotiledónea, de porte arbóreo. Armazena substâncias de reserva no
‘tronco’, uma adaptação ao clima macaronésico, e apresenta raízes aéreas para sustentação. Possui
ramificação dicotómica e a idade das plantas pode ser estimada pelo número das bifurcações dos
ramos, que coincidem com as florações.
O nome dragoeiro deriva da sua seiva que, depois de oxidada por exposição ao ar, se torna de cor
vermelho-sangue. Este produto foi comercializado na Europa com o nome do “sangue-de-dragão”
ou “drago”, utilizada em tinturaria e como tópico de golpes e traumatismos. A madeira era também
utilizada para a construção de barcos e utensílios domésticos.
Atualmente a espécie é considerada “Vulnerável” na lista vermelha da IUCN
devido à exploração intensiva para obtenção do “sangue-de-dragão” e à destruição do
seu habitat, e encontra-se protegida por lei.
7. Cycas revoluta Thunb.
Família: Cycadaceae
Nome comum: Cicas
Distribuição: Nativa do Japão. Cultivada, como ornamental, em
vários países e regiões.
Habitat: Em zonas de falésia, no litoral
Altura: 3 m
As cicas pertencem a um grupo de plantas, com larga distribuição no Mesozóico, que
conservaram as suas características primitivas, e são por isso consideradas como ‘fósseis vivos’.
Parecem pequenas palmeiras, mas pertencem ao grupo das gimnospérmicas (plantas sem flor,
com cones ou estróbilos).
São plantas lenhosas, dióicas (sexos separados em indivíduos diferentes). O estróbilo feminino é
constituído por folhas carpelares que protegem os óvulos de predadores e dos fatores
abióticos. O estróbilo masculino tem o aspeto de uma pinha, mas mais alongada. As folhas
possuem uma cutícula espessa e acúleos terminais como forma de proteção contra herbívoros.
Nas raízes encontram-se nódulos de cianobactérias do género Nostoc, fixadoras
de azoto atmosférico.
8. Sequoia sempervirens (D. Don.) Endl.
Família: Taxodiaceae
Nome comum: Sequóia-sempre-verde
Distribuição: Endémica da costa oeste Americana
Habitat: zonas húmidas de clima ameno
Altura: 100m
Sequoia sempervirens é uma conífera (grupo das Gimnospérmica) com exemplares de grande porte e
longevidade considerável. Conhecem-se árvores com mais de 2000 anos, que podem ultrapassar os 100
m de altura e o tronco mais de 6 m de diâmetro. A casca, com espessura considerável (até 30 cm), bem
como a ausência de resina e a sua grande capacidade de renovação a partir do sistema radicular,
protegem a árvore contra os fogos florestais, frequentes na sua área de distribuição.
O fogo tem uma importante função ecológica nas florestas de sequóias: é necessário para aumentar a
libertação de sementes pelas pinhas e para que possam germinar no solo liberto de outras plantas e
exposto à luz. A presença de taninos no tronco também protegem a planta contra o fogo, herbivoria e
doenças.
As raízes crescem horizontalmente, como forma de adaptação à seca. A densa copa
permite a captação de “precipitações ocultas”, frequentes no seu habitat. A madeira é
valiosa e foi muito utilizada na construção civil. A espécie está hoje está classificada
como “Vulnerável”, de acordo com a IUCN, e é legalmente protegida
9. Taxus baccata L.
Família: Taxaceae
Nome comum: Teixo
Distribuição: Nativa de quase toda a Europa, Ásia ocidental e
Norte de África
Habitat: Bosques mistos de montanha. A espécie tolera a
sombra mas também cresce em lugares expostos à luz. Tem
preferência pelos solos calcários.
Altura: 15m
Planta gimnospérmica, dióica, de crescimento muito lento, podendo atingir os 1500 anos.
Toda a planta é tóxica, incluindo as sementes; excetua-se o arilo que as envolve, que tem sabor doce e
é muito viscoso, permitindo a sua dispersão pelas aves.
Em Portugal conhecem-se alguns exemplares em estado natural no Parque Natural da Serra da Estrela
e no Parque Nacional da Peneda-Gerês. A planta encontra-se em vias de extinção devido à destruição
do seu habitat. É protegida por lei, sendo proibido o seu comércio.
Fornece madeira de muito boa qualidade, duradoura e flexível, utilizada para os
mais diversos fins. O taxol, um princípio ativo recentemente obtido a partir do
freixo, tem propriedades antitumorais, sendo utilizado no combate às doenças
oncológicas.
10. Chrysophyllum imperiale (Linden ex K. Koch & Fintelm.) Benth. & Hook. f.
Família: Sapotaceae
Nome comum: Guapeba; guapeba-preta; marmeleiro-do-mato;
árvore-do-imperador
Distribuição: Nativa do Brasil
Habitat: Costa atlântica (mata atlântica )
Altura: 20m
No seu habitat natural, a espécie é considerada na categoria em perigo de extinção pela lista
vermelha da IUCN, devido à desflorestação. Existem alguns exemplares plantados em parques
e jardins botânicos, mas já poucos existem na natureza.
Possui folhas grandes e coriáceas, uma adaptação a ambientes onde a luz é escassa (subcanópia), podendo no entanto atingir 20 m de altura. As flores são pequenas e claras e os
frutos muito saborosos. A madeira, muito dura, foi muito usada na construção naval.
O exemplar existente no Jardim Botânico terá sido oferecida por D. Pedro II do Brasil, a
pedido do Conde de Ficalho, como árvore representativa do Brasil.
11. Araucaria heterophylla (Salisb.) Franco
Família: Araucariaceae
Nome comum: Araucaria de Norfolque
Distribuição: Ilha de Norfolk, Austrália
Habitat: florestas tropicais
Altura: 60m
Araucaria heterophylla é uma conífera dióica, de porte piramidal, que pode atingir 50 m de
altura. Tem folhas escamiformes e cones femininos (pinhas) de 10-12 cm de diâmetro, com
pinhões comestíveis. Típico desta espécie é o desprendimento de raminhos inteiros, muito
flexíveis, que relembram cobras. A madeira é utilizada na construção naval, particularmente
para mastros.
O nome “heterophylla” significa diferentes folhas, e deriva da forma das folhas em
exemplares jovens e adultos.
12. Phyllostachys bambusoides Siebold. & Zucc.
Família: Poaceae
Nome comum: Bambu-japonês
Distribuição: China, mas frequentemente associada ao Japão
Habitat: húmidos e quentes
Altura: 25m
O bambu é uma gramínea de crescimento rápido, pode crescer cerca de 1 metro por dia, de grande
importância económica e cultural em muitas regiões asiáticas. Os rebentos são comestíveis e os
colmos, bastante resistentes, com uma vida média de cerca de 20 anos, muito utilizados em
construção.
Esta espécie tem o mais longo intervalo de floração conhecido, pode atingir cerca de 130 anos e,
normalmente, depois ocorre a morte do indivíduo. Mas também tem a capacidade de se reproduzir
assexuadamente a partir de rizomas, de forma a rapidamente conquistar grandes áreas.
O Panda-gigante (em perigo de extinção pela perda de habitat) alimenta-se desta
espécie e sabe que tem de procurar novo local de alimentação quando o bambu
floresce. A elevada taxa de desflorestação aliada à morte dos bambus após floração
são fatores que aumentam o risco de extinção de ambas as espécies.
13. Chamaerops humilis L.
Família: Arecaceae
Nome comum: Palmito; palmeira-das-vassouras;
palmeira-anã
Distribuição: Região mediterrânica ocidental até à costa
ocidental da península italiana e N África
Habitat: Solos arenosos ou pedregosos em colinas
costeiras até aos 600m de altura
Altura: 4m
Com uma área de distribuição abrangendo o Mediterrâneo ocidental, a palmeira das vassouras é a
única palmeira espontânea em Portugal, e encontra-se na zona do Algarve, estando também
referenciada para a Serra da Arrábida.
O nome “humilis” indica que é uma palmeira de pequeno porte, formando geralmente tufos baixos. É
uma planta dióica, de caules encimados pelas folhas em forma de leque e flores unissexuais dispostas
em cachos protegidos por uma bráctea. Para garantir a polinização, estabelece uma relação de
simbiose com o gorgulho Derelomus chamaeropsis F.
Tradicionalmente as folhas secas são usadas para fazer vassouras, cestos e tapetes. Os
rebentos jovens são comestíveis e consumidos em saladas.
14. Taxodium distichum (L.) Rich.
Família: Cupressaceae
Nome comum: Cipreste-dos-pântanos
Distribuição: Endémica dos E.U.A.
Habitat: zonas pantanosas, águas paradas e pouco
oxigenadas; clima temperado quente
Altura :45m
O cipreste-dos-pântanos é uma gimnospérmica caducifólia, monoica, que vive em zonas pantanosas
ou em solos regularmente encharcados. Nestas zonas, o sistema radicular da árvore está fortemente
desenvolvido permitindo uma boa ancoragem da planta.
Este tipo de plantas denominam-se helófitas e possuem características intermédias entre as hidrófitas
e as xerófitas: estruturas de suporte e transporte bem desenvolvidas e, além disso, outras estruturas
que lhes permitem um arejamento rápido das partes submersas. No caso do cipreste-dos-pântanos as
raízes desenvolvem sistemas de captação de oxigénio da atmosfera, os pneumatóforos, que não são
mais que extensões das raízes que emergem para o efeito. É uma adaptação ao encharcamento.
A madeira é utilizada para construções em locais húmidos por ser imune às térmitas e
resistente ao apodrecimento.
15. Ceiba crispiflora (Kunth) Ravenna
Família: Malvaceae
Nome comum: Paineira-barriguda
Distribuição: Nativa da América Central e do Sul
Habitat: Característica de florestas do tipo “caatinga”
brasileira.
Altura: 20 m
É uma espécie caducifólia, com flores grandes, rosadas, que aparecem antes das folhas. Os frutos
são grandes com sementes dotadas de fios lanosos e sedosos (paina/sumaúma), uma característica
que facilita a sua dispersão pelo vento. A sumaúma é utilizada no enchimento de almofadas ou
como isolador térmico.
O tronco está coberto por acúleos para impedir o acesso de animais à copa e tem a capacidade de
retenção de água na parte inferior, uma estratégia que permite à planta tolerar períodos de seca. Daí
deriva o nome vulgar “barriguda”. Outra adaptação à secura é o facto dos troncos jovens serem
verdes, capazes de realizar fotossíntese no período em que a planta perde as folhas
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