Atuação da Equipe de Enfermagem à mulher com Câncer de Mama: Uma Revisão de Literatura ¹ANDRADE, Ariady Lucia ¹SILVA, Marineuza Gomes ¹BARÉA, Maria Luiza ¹MACHADO, Marilisa ¹EGEVARDT, Danieli ²COSTA, Andrea Monastier Introdução: Tanto no Brasil como em outras partes do mundo a incidência do câncer de mama em mulheres é de aproximadamente 50 mil casos novos ao ano, correspondente a 28% do total das neoplasias malignas femininas, o que resulta em um elevado índice de letalidade. É considerado o tipo de neoplasia mais comum entre as mulheres1. São fatores de risco para o desenvolvimento dessa doença a menarca precoce, nuliparidade, primeira gestação acima de 30 anos de idade, uso de anticoncepcionais orais, menopausa tardia, terapia de reposição hormonal e fatores genéticos, além da idade com elevada taxa de incidência e crescimento rápido até aos 50 anos2. Seu tratamento é composto por cirurgia, quimioterapia, radioterapia, hormonioterapia e imunoterapia, que podem ser indicadas isoladamente ou combinadas entre si3. Entretanto, para a mulher a experiência do câncer de mama transcende o sofrimento provocado pela doença em si. Comporta representações e significados atribuídos à enfermidade e seu tratamento que penetra nas dimensões do ser feminino, interfere nas relações interpessoais e principalmente em suas relações mais íntimas e básicas4. Nesta perspectiva, cabe a enfermagem estabelecer uma assistência adequada, humanizada e eficaz que possibilite minimizar o sofrimento da paciente e familiares. Objetivo: Conhecer a atuação da equipe de enfermagem relacionadas a assistência à mulher com câncer de mama. Metodologia: Trata-se de uma revisão de literatura nas bases de dados eletrônica Lilacs, Bdenf e Scielo. O critério de escolha dos artigos foram a abordagem sobre a temática: “Assistência de enfermagem à mulher com câncer de mama”. Resultados: Durante a busca foram encontrados (11) onze artigos de enfermagem na área de oncologia publicados no período de 2002 a 2012. Após leitura prévia (06) seis artigos foram considerados relevantes para a discussão do tema proposto, sendo selecionados. A atuação da equipe de enfermagem, especialmente do enfermeiro, perpassa todas as etapas de assistência à mulher com câncer, tendo inicio logo após o diagnóstico da doença, tratamento, momento da alta, bem como a reintegração à vida cotidiana da paciente5. Esta realidade requer da equipe conhecimentos, habilidades e responsabilidades, além da necessidade de estabelecer metas direcionadas ao ¹Discentes do 4º ano de Enfermagem – Universidade Paranaense ²Docente do Curso de Enfermagem Unipar e Unioeste - Mestre em Enfermagem - Universidade Federal do Paraná - UFPR paciente, a família e demais pessoas significativas, contemplando, desta forma os aspectos físico, emocional, social e espiritual6. Diante do diagnóstico de câncer de mama, a paciente com a possibilidade de passar pelo procedimento de mastectomia e quimioterapia tem muitas incertezas, medos, angústias e ansiedades e sua “seqüela psicológica” pode ser mais grave que a própria deformidade deixada pelo tratamento. Neste sentido, o papel do enfermeiro é fundamental nesse processo tão complexo, cujo comprometimento da auto-imagem traz traumas de ordem física, emocional e social, podendo influenciar de forma negativa a evolução do seu tratamento e recuperação7. O cuidado de enfermagem voltado à paciente com câncer de mama inclui o diálogo, o saber ouvir, a segurança, a valorização das queixas e o apoio dos familiares. Princípios e valores devem prevalecer e nortear a relação entre equipe de enfermagem e cliente: respeito pelo outro, informações claras e precisas e reconhecimento do outro como ser único e com desejos próprios8. Conclusão: A assistência de enfermagem é essencial no tratamento e reabilitação da mulher com câncer de mama, esclarecendo a paciente sobre a doença e suas opções de tratamento, promovendo o auto-cuidado, oferecendo apoio emocional, proporcionando alivio da dor, incentivando e encorajando a paciente a enfrentar a doença e suas possíveis conseqüências fazem parte de suas ações. Entretanto, essa assistência deve estar voltada, não somente nas habilidades técnicas e procedimentos terapêuticos, mas na atenção, na disponibilidade para ouvir e orientar o paciente, oferecendo assim um cuidado digno e humanizado. REFERÊNCIAS 1. OLIVEIRA, Evangelina Xavier Gouveia de et al. Acesso à assistência oncológica: mapeamento dos fluxos origem-destino das internações e dos atendimentos ambulatoriais. O caso do câncer de mama. Cad. Saúde Pública [online]. 2011, vol.27, n.2, pp. 317-326. ISSN 0102-311X. 2. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Estimativa 2010: incidência de câncer no Brasil. Rio de Janeiro: INCA; 2009. 98 p. 3. NUCCI, Nely Aparecia Guermali. Qualidade de vida e câncer: um estudo compreensivo [tese]. Ribeirão Preto: Universidade de São Paulo, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto; 2003. 4. SILVA, Lúcia Cecília da. Câncer de mama e sofrimento psicológico: aspectos relacionados ao feminino.Psicologia em Estudo, Maringá, v. 13, n. 2, p. 231-7, abr/jun 2008. Disponível em: < http://www.scielo.br/pdf/pe/v13n2/a05v13n2.pdf >. Acessado em: 31 de mai. de 2012. 5. BRASIL. Ministério da Saúde. Instituto Nacional de Câncer. Coordenação de prevenção e vigilância. Controle do câncer de mama: documento de consenso. Rio de Janeiro: CONPREV; 2004. 6. STUMM, Eniva Milades Fernandes; LEITE, Marinês Tambara; MASCHIO, Gislaine. Vivências de uma equipe de enfermagem no cuidado a pacientes com câncer. Cogitare Enfermagem. Rio Grande do Sul, 2008. 7. EWALD, Fernanda; DANIELSKI, Kellin. Cuidado de Enfermagem diante do diagnostico de câncer de mama. RIES, ISSN 2238-832X, Caçador, v.2, n.1, p. 58-78, 2013. 8. COSTA, Wagner Barreto et al. Mulheres com câncer de mama: interações e percepções sobre o cuidado do enfermeiro. Rev. Mineira de Enfermagem: Setembro/2011. Disponivel em: http://www.reme.org.br/artigo/detalhes/497. Acesso em 06/04/2014 as 23h ISSN (on-line): 2316-9389