DÚVIDAS MAIS FREQUENTES O Departamento Médico da FAPES selecionou as perguntas mais frequentes sobre a Vacinação contra a Gripe, visando minimizar as dúvidas dos participantes da campanha 2016. SOBRE AS VACINAS CONTRA A GRIPE: As composições anuais das vacinas contra gripe são determinadas pela OMSOrganização Mundial de Saúde e baseiam-se na coleta de amostras semanais dos Centros Nacionais de Influenza distribuídos em todo o mundo. A OMS estima que, em todo o mundo, o número de pessoas infectadas pelo vírus influenza seja superior a 1 bilhão. A campanha de vacinação contra a gripe 2016 será feita com a composição quadrivalente, conforme detalhamento a seguir: COMPOSIÇÃO DA VACINA QUADRIVALENTE • Uma cepa viral semelhante ao vírus A/California/7/2009 (H1N1) • Uma cepa viral semelhante ao vírus A/Hong Kong / 4801/2014 (H3N2) • Uma cepa viral semelhante ao vírus B/Phuket/3073/2013 • Uma cepa viral semelhante ao vírus B/Brisbane/60/2008 As vacinações anuais são chamadas vacinações contra influenza sazonal, ou seja, aquelas gripes que ocorrem regularmente a cada ano, com maior incidência no inverno, motivo das campanhas ocorrerem sempre antes dessa estação, pois a pessoa vacinada estará mais protegida durante o período mais crítico, que é o inverno, uma vez que a proteção da vacina se inicia a partir da segunda semana após a sua aplicação, com a produção pelo organismo de anticorpos específicos. A vacina contra a gripe está recomendada pelas Sociedades Brasileiras de Pediatria (SBP) e de Imunizações (SBIm) para todas as pessoas a partir de 6 meses de idade. DÚVIDAS FREQUENTES: • É importante vacinar-se contra a gripe? Sim, porque é uma doença que pode evoluir de maneira grave e até mesmo fatal, embora a maioria dos casos, felizmente, seja leve. As pessoas com maior chance de desenvolver quadros graves e complicações fazem parte dos grupos de risco que podem tomar vacina gratuitamente no sistema público, mas é importante lembrar que mesmo pessoas saudáveis podem evoluir com gravidade. Além disso, quanto maior o número de pessoas vacinadas, menor será a circulação do vírus, fazendo assim a chamada imunidade de rebanho (“herd immunity”), em que os vacinados protegem os não vacinados. A cobertura vacinal ideal de uma população é acima de 80%. Além disso, a concentração de pessoas em ambientes fechados, como creches, escolas, empresas e no transporte público, por exemplo, facilita a disseminação do vírus. A vacinação previne a ocorrência de surtos nesses ambientes e a transmissão de doenças aos familiares e na comunidade. Em todo o mundo as infecções por Influenza estão entre os principais motivos de consultas médicas em todas as faixas etárias. • Essa vacina protege mesmo contra a gripe? Sim, a vacina diminuiu muito o risco de contrair a gripe. Em pessoas saudáveis a eficácia chega a 90%, ou seja, a cada 10 pessoas vacinadas, de 7 a 9 não terão gripe. Pelo menos uma pessoa imunizada pode apresentar a infecção, mas, neste caso, os sintomas são geralmente mais brandos. A eficácia varia de 60% a 90%, dependendo da idade e situação imunológica de cada pessoa. • Como são as novas vacinas quadrivalentes? As vacinas influenza utilizadas em nosso país até o ano de 2014 eram trivalentes, contendo duas cepas A e uma cepa B (linhagem Yamagata ou Victoria). As vacinas quadrivalentes licenciadas desde o ano passado contemplam, além das três cepas da composição trivalente, uma segunda cepa B e portanto, assim, nas vacinas quadrivalentes temos as duas linhagens B: Yamagata e Victoria. • Qual a importância da vacina conter as duas linhagens de vírus B? Desde o ano 2000 vem sendo observado, em todo o mundo, a co- circulação das duas linhagens de vírus influenza B (Victória e Yamagata) num mesmo ano. Em cerca de 50% das vezes, a linhagem B contida na vacina não é coincidente com a que predomina numa temporada. Este não pareamento pode reduzir de forma considerável o perfil de efetividade da vacina numa determinada estação. Assim, a ampliação da proteção para as cepas de Influenza do tipo B justifica-se por serem cada vez mais frequentes em todo o mundo, responsáveis por surtos e pelo mismatch (erro de previsibilidade) na determinação das cepas da OMS. No Brasil o mismatch ocorreu 5 vezes ao longo das últimas 11 estações, sendo que em apenas 2 anos tivemos uma compatibilidade de 100% entre a cepa de Influenza B presente nas vacinas trivalentes e a cepa de Influenza B que efetivamente circulou no ambiente. Quando a linhagem de influenza B presente na vacina trivalente não é compatível com a linhagem circulante predominante, a carga da doença é mais alta e a efetividade da vacina pode ser bastante reduzida. • Este ano teremos vacinas tri e quadrivalentes disponíveis? Sim, por alguns anos devemos conviver com as duas vacinas. Como no passado já tivemos vacinas monovalentes e bivalentes, a tendência com o passar dos anos é só haver produção de vacinas quadrivalentes. A Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm) orienta para o uso preferencial das vacinas quadrivalentes, pelo seu maior espectro de proteção. Porém, não sendo possível o uso da quadrivalente, só disponível na rede privada, deve ser estimulada a vacinação com a formulação trivalente, pois protege contra o H1N1. • Qual a vacina que será utilizada na campanha do Ministério da Saúde? Em 2016 a vacina que será utilizada na Campanha de Vacinação contra a Gripe do Ministério da Saúde (rede pública) será a trivalente, contendo 2 cepas A e 1 cepa B, com boa cobertura contra o H1N1. • Porque a vacina contra a gripe deve ser aplicada anualmente? Porque o vírus que provoca a gripe é mutante, isto é, suas características são modificadas com frequência e por isso é importante que a pessoa receba a vacina anualmente, com a sua composição atualizada, definida pela OMS. Em 2016, a composição é diferente da de 2015, sendo mantida a ampliação da proteção para as cepas do tipo B. Apesar dos vírus sofrerem grandes mutações, existe uma vigilância mundial da gripe, que tem como objetivo detectar quais estão causando doença no mundo. A partir desta identificação, os vírus mais frequentes são distribuídos aos laboratórios para produção de vacinas. Como o período de circulação do vírus influenza é diferente no Hemisfério Sul e Norte, existe uma recomendação diferente para cada região e, portanto, vacinas adequadas e específicas para essas regiões. • Essa vacina tem efeito imediato? Não, toda vacina precisa de um tempo mínimo de duas semanas para o início da proteção específica, por isso a necessidade de vacinação ainda no período do outono, entre os meses de abril a junho. A sua proteção máxima é atingida após 4 a 6 semanas da aplicação. Como o inverno é o período de maior circulação do vírus, tomando a vacina no outono garante-se máxima proteção no período maior circulação do vírus da gripe (influenza). Algumas pessoas que ficam “gripadas” poucos dias após terem sido vacinadas poderiam estar com a doença em período de incubação, ou seja, já estavam contaminadas pelo vírus da gripe e não houve tempo suficiente para que a vacina tivesse o efeito satisfatório. Nessas situações, também pode haver uma associação equivocada do quadro respiratório ao vírus influenza, mas a doença pode ter sido apenas um resfriado, causado por outros tipos de vírus que não o da influenza. • Essa vacina pode causar a doença gripe? Não, a vacina nunca poderá provocar gripe porque na sua composição há somente fragmentos de vírus mortos (inativados), portanto, não existe o risco de contrair gripe por meio da vacina. • Gripe e resfriado são a mesma doença? Não. A gripe é uma doença grave, muito contagiosa, causada pelo vírus influenza, que se transmite de pessoa a pessoa através das vias respiratórias. Geralmente provoca febre alta (> 38ºC), dor de garganta, tosse, dores no corpo e cabeça, fraqueza intensa e queda do estado geral, proporcionalmente, com poucos sintomas respiratórios altos como congestão nasal e coriza. As crianças, gestantes, idosos e pessoas com doenças crônicas têm sérios riscos de complicações como pneumonias, sinusites e otites, que podem gerar hospitalizações. Já o resfriado é causado por outros vírus respiratórios: existem mais de 200 tipos de vírus causadores dessa doença, que são altamente contagiosos. Embora os sintomas sejam parecidos, costumam ser mais brandos e de curta duração, normalmente provocando apenas coriza, dor de garganta leve e febre baixa (<38 ºC). • Essa vacina é segura? Sim, a vacina é segura, não tendo sido observada ocorrência de eventos colaterais graves. Entre as reações mais comuns estão dor local, febre baixa e dores musculares, que se resolvem após, aproximadamente, 48 horas da aplicação. • Que medicamentos podem ser usados para controle dos efeitos colaterais? As reações adversas têm boa resposta ao uso de analgésicos comuns como a dipirona (Novalgina) ou paracetamol (Tylenol). Não há indicação de se usar qualquer medicamento antes da aplicação da vacina para prevenção desses efeitos. • Quais as contraindicações da vacina contra a gripe? As vacinas são contraindicadas apenas para os portadores de alergia grave (reação anafilática) a ovo de galinha, pois o cultivo dos vírus para as produção das vacinas é feito nos ovos e de doenças neurológicas comprovadamente diagnosticadas, tais como síndrome de Guillain-Barré. A alergia ao timerosal (pois serão usadas vacinas monodose) e intolerância alimentar a ovos e proteína de galinha não são contraindicações para a vacinação contra gripe. As doenças febris também não contraindicam a aplicação da vacina. Não existem restrições após vacinação, inclusive quanto à ingestão de álcool e outras medicações. • A vacinação contra a gripe impede a doação de sangue? Sim, de acordo com a Resolução RDC 153 da ANVISA de 14/06/2004 a vacinação contra a gripe impede temporariamente a doação de sangue (por quatro semanas), por gerar alterações temporárias em alguns exames laboratoriais realizados no doador. Se você deseja doar sangue, procure um posto de doação antes da vacinação, pois a doação não impede a vacinação. • Gestantes podem tomar a vacina? Sim. A vacinação pode ser feita em qualquer período da gestação. As gestantes fazem parte do grupo de maior risco para doença grave, hospitalização e morte por influenza, tanto pandêmica quanto a sazonal. Além da proteção da própria gestante, há transferência de anticorpos para o feto e, desse modo, o recém-nascido estará protegido nos primeiros seis meses de vida. A vacinação só está indicada para bebês após seis meses de idade, portanto, a proteção ocorrerá somente por meio da transferência dos anticorpos maternos para o feto. A grávida deve ser vacinada no outono como as demais pessoas para que, no inverno, já esteja com o seu nível máximo de anticorpos circulantes. Em caso de dúvida, é importante que a gestante consulte seu médico. • A aplicação de outras vacinas pode interferir na eficácia da vacina contra a gripe? Não. Não há interferência de outras vacinas com a da gripe e não há necessidade de intervalos mínimos entre essa vacina e outras. O mesmo ocorre com medicamentos. • Quando está indicada a 2ª dose da vacina contra a gripe? Crianças na faixa etária entre seis meses e nove anos incompletos que estão sendo vacinadas pela primeira vez na vida (primovacinação) contra a gripe sazonal precisarão de duas doses da vacina para ficar protegidas, com intervalo mínimo de 30 dias entre as doses. • Crianças que receberam duas doses da vacina trivalente em anos anteriores, este ano deverão receber duas doses da quadrivalente? Não. Como regra geral, tanto para as vacinas quadrivalentes como para as trivalentes, crianças que receberam duas doses na primovacinação, devem receber em anos posteriores, somente uma dose. Se, em anos anteriores, as crianças nessa faixa etária já tiverem tomado duas doses da vacina contra a gripe (tri ou quadrivalente), basta tomar uma dose para efetiva imunização em 2016. • Crianças que vão receber pela primeira vez a vacina influenza podem receber uma dose da trivalente e a segunda da quadrivalente (ou vice –versa)? Não há estudos de intercambialidade com as diferentes vacinas influenza, tri e quadrivalente, porém não há plausibilidade biológica para supor algum problema com este esquema. • Existe um intervalo mínimo entre as duas vacinas (tri e quadrivalente)? O intervalo ideal é de no mínimo quatro semanas entre duas vacinas influenza podendo ser utilizadas com intervalo mínimo de três semanas, reservado para situações especiais. • Quando serão vacinadas as crianças de até nove anos de idade? Como as crianças de até nove anos de idade podem necessitar de duas doses da vacina (ver resposta anterior), recomenda-se a vacinação dos menores no período de 25/04 a 29/04. A segunda dose da vacinação das crianças que estão na primovacinação ocorrerá no período de 06 a 10/06. A segunda etapa nas representações ocorrerá no dia 06 de junho. • A vacinação é indicada para pessoas imunodeprimidas? Sim, as pessoas imunodeprimidas são grupos de risco para influenza e a vacinação está enfaticamente recomendada. Além disso, a vacina não contém vírus vivos, apenas sequências da cápsula viral capazes de induzirem a produção de anticorpos, mas sem capacidade de causar a doença gripe. • Quem acredita ter tido influenza no ano passado deve ser vacinado? Sim, a influenza ou gripe não gera imunidade duradoura, sendo recomendada a vacinação anual. A proteção conferida pelas vacinas da gripe é temporária, de modo que os indivíduos vacinados em um determinado ano estarão desprotegidos quando começar a temporada da doença no ano subsequente. • Além dos beneficiários titulares e seus dependentes do PAS, quem mais pode ser inscrito na Campanha de Vacinação contra a Gripe? Qualquer pessoa que o titular queira inscrever por considerar ter contato próximo com seus familiares, como, por exemplo, babá, cuidador, outras pessoas que morem na mesma residência, sempre objetivando a redução da circulação do vírus. É importante lembrar que a aplicação de vacina em dependente não cadastrado no PAS resultará no desconto do valor de R$ 44,50 (quarenta e quatro reais e cinquenta centavos) por dose aplicada no contracheque do titular. • Fiz a minha inscrição na Campanha, mas não consegui comparecer no período de aplicação. Terei esse valor descontado no meu contracheque? Não, apenas serão descontadas as doses efetivamente aplicadas nos dependentes não cadastrados no PAS. • Não consegui tomar a vacina no período de 25 de abril a 06 de maio, poderei tomar em outra data? Sim, para aqueles que não puderem comparecer no primeiro período da Campanha, será oferecida a oportunidade de vacinar-se na segunda etapa da vacinação, de 06 a 10 de junho, quando ocorrerá a aplicação da segunda dose para as crianças com idade até nove anos na primovacinação. • Não consegui fazer a inscrição no período de 11 a 18 de abril. Ainda posso ser vacinado? Sim, quem perder o período de inscrição por meio do Portal FAPES, poderá efetivar sua inscrição no próprio ato da vacinação. Para os dependentes não habilitados no PAS, será necessária obrigatoriamente a presença do titular para que essa inscrição possa ser feita no ato da vacinação. Elaboração: Dra Ana Paula Pimentel Mendonça CRM 52.50906-7