CAM Esta estratégia pode ser considerada uma alternativa à via fotossintética C4. CAM é uma abreviação que significa Metabolismo do Ácido das Crassuláceas. Este termo é baseado no fato de que muitas plantas suculentas armazenam quantidades de ácido, especialmente malato em suas folhas ou partes aéreas. As plantas CAM são capazes de fixar CO2 durante o escuro usando parte da via C4 (enzima Fosfoenolpiruvato carboxilase ou PEP carboxilase). (Mohr & Schopfer, 1995) Este mecanismo não é restrito somente à família Crassulaceae. É encontrada também em algumas famílias de Angiospermas. As plantas CAM são especialmente adaptadas a ambientes áridos (cactos são exemplos). Este mecanismo possibilita a maximização do uso eficiente da água. Tipicamente as plantas CAM perdem de 50 a 100g de água por grama de CO2 fixado, enquanto que plantas C4 e C3 perdem 250 a 300g e 400 a 500g de água, respectivamente, por grama de CO2 fixado. Assim, em ambientes de deserto, as plantas CAM tem vantagens adaptativas. (Taiz & Zeiger, 1998) O mecanismo CAM é similar em muitos aspectos ao ciclo C4, mas existem diferenças importantes. Em plantas C4, a formação de ácidos de quatro carbonos é separada espacialmente, mas não temporalmente da descarboxilação dos ácidos de quatro carbonos e refixação do CO2 resultante pelo ciclo C3. Uma anatomia especializada é necessária para esta separação espacial. Em plantas CAM, por outro lado, a formação dos ácidos de quatro carbonos é separada temporalmente, mas não espacialmente da descarboxilação e refixação. Portanto, as plantas CAM não necessitam da anatomia típica observada em plantas C4. (Taiz & Zeiger, 1998) As plantas CAM abrem seus estômatos durante a noite e os mantém fechados durante o dia. Por esta razão conseguem manter uma alta eficiência do uso da água, abrindo os estômatos apenas com as temperaturas mais baixas da noite. Isto minimiza a perda de água, já que H2O e CO2 possuem a mesma via de difusão. (Taiz & Zeiger, 1998) As células fotossintetizantes das plantas CAM, possuem a capacidade de fixar CO2 no escuro via Fosfoenolpiruvato carboxilase. O ácido málico assim formado é armazenado no vacúolo. Durante o período seguinte de luz, o ácido málico é descarboxilado e o CO2 é transferido para a RuBP no ciclo de Calvin, no interior da mesma célula (separação apenas temporal). Desta forma, as plantas CAM são amplamente dependentes da acumulação noturna de dióxido de carbono, pois seus estômatos permanecem fechados durante o dia, evitando a perda de água. (Raven, 1996)