Selênio: um elemento essencial ao homem e Aos animais e benéfico às plantas Letícia de Abreu Faria1 Felippe Hoffmann Silva Karp2 Introdução O Selênio no solo m 2014, pesquisadores da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos, da USP, em Pirassununga, SP, destacaram-se na mídia com a pesquisa envolvendo o selênio (Se) como um dos elementos responsáveis pela produção de carne mais saudável e, consequentemente, pela redução de doenças em humanos (PESQUISA..., 2014). Atualmente, o Se tem se destacado em estudos sobre nutrição e alimentos relacionados à boa saúde e qualidade de vida. Por muito tempo, o Se foi relatado apenas como elemento tóxico, perigoso, responsável pela toxicidade nas plantas e animais e pela inviabilidade de áreas agrícolas. Os registros sobre este elemento são muito antigos – sua classificação como um elemento químico, realizada pelo químico sueco Jöns Jacob Berzelius, é datada de 1817 –, mas sua presença na terra é rastreada desde a origem da crosta terrestre em formação geológica específica, e as informações sobre doenças e desordens metabólicas causadas pela baixa ingestão de Se, assim como as ocorrências de intoxicações em áreas seleníferas, são datadas muito antes de sua classificação química. De acordo com a Selenium-Tellurium Development Association – STDA (2007), por ser um elemento essencial à vida, 5% da demanda total de Se têm sido utilizados para fins biológicos e agrícolas pela incorporação, em quantidades-traço, nos alimentos dos animais; nos produtos veterinários para prevenção de doenças em animais em crescimento; nos fertilizantes, para correção de solos deficientes; além de sua utilização na medicina e como suplemento na dieta humana para controle de doenças. A distribuição geográfica do Se na crosta terrestre não é uniforme, variando de áreas com elevados teores, conhecidas como regiões seleníferas, até áreas com teores muito baixos, sendo essa discrepância uma consequência da formação geológica, na qual se sabe que os maiores teores são encontrados em rochas, minerais, combustíveis fósseis e resíduos vulcânicos (COMINETTI, COZZOLINO, 2009). De acordo com esses pesquisadores, a variação no teor de Se nos solos está entre 0,01 e 2,0 mg dm-3, sendo que, geralmente, as áreas litorâneas possuem solos mais ricos, e as rochas mais pobres em Se incluem aquelas que possuem quantidades elevadas de basalto e granito. Há relatos de solos com até 500 mg dm-3, no entanto, os elevados teores de Se impedem a exploração agrícola, limitam as espécies vegetais e podem causar danos aos animais silvestres ou domésticos que venham a pastejar nessas áreas denominadas seleníferas. A estreita faixa entre teores benéficos e tóxicos de Se, que podem implicar em benefícios ou danos à saúde humana, as influências na produção animal e sua heterogênea distribuição na crosta terrestre são motivos que incentivam os estudos deste elemento e sua influência em muitas áreas da ciência. Pesquisas sobre o Se no solo e na nutrição de plantas no Brasil têm aumentado recentemente em resposta à necessidade de conhecimento sobre a atuação deste elemento nas culturas e nas condições edafoclimáticas brasileiras, ou seja, os teores nos solos brasileiros, a dinâmica desse elemento nos solos predominantemente intemperizados e, principalmente, a sua influência na produtividade e qualidade das culturas comerciais. O Se é um elemento não-metal, do grupo 6A, da família dos calcogênios. Pode ser encontrado na natureza em diversos estados de oxidação, incluindo selenato (SeO42-), selenito (SeO32-), selênio elementar (Se0) e seleneto (Se2-). Em solos alcalinos bem arejados é comum o Se aparecer na forma de selenato (SeO42-), a qual é predominantemente absorvido pelas plantas. Em terras ácidas ou com pH próximo à neutralidade, o elemento frequentemente está presente como selenito, podendo estar fixado ao ferro (Fe) e formar complexos com a matéria orgânica. Dependendo do pH, grau de aeração do solo e atividade microbiana, pode estar em diversos estados de oxidação. Na maior parte dos solos, seu conteúdo é baixo, sendo os solos ricos encontrados quase exclusivamente em regiões E Em contraste às áreas seleníferas, em áreas com solos contendo baixos teores de Se se observam desde baixos índices de produtividade até incidência de doenças, como a doença do músculo branco em bovinos. Em humanos, a ausência ou baixa ingestão do mineral pode causar a doença de Keshan, como já comprovado na China, em regiões com solos contendo baixos teores de Se. O teor de Se no solo pode influenciar sua concentração nos alimentos, porém, além desse fator, deve-se considerar como de relevante importância a forma química do Se no solo e as características físico-químicas do solo, como pH, teor de argila, teor de enxofre, entre outras. Abreviações: ATSDR = Agency for Toxic Substances and Disease Registry; Fe = ferro; Hg = mercúrio; MAPA = Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; S = enxofre; Se = selênio. 1 2 Zootecnista, Doutora em Ciências, Centro de Energia Nuclear na Agricultura, CENA/USP, Piracicaba-SP; e-mail: [email protected] Discente em Engenharia Agronômica, Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz”, ESALQ/USP, Piracicaba-SP; e-mail: [email protected] INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 149 – MARÇO/2015 17 áridas, nas quais aparecem plantas acumuladoras ou seleníferas que podem acumular e tolerar altos níveis de Se (MALAVOLTA, 1980). Millar (1983) afirmou que o teor de Se é considerado baixo em solos contendo menos de 0,5 mg dm-3. No Brasil, Faria (2009b) obteve valores inferiores a 0,3 mg dm-3 em oito tipos de solos do estado de São Paulo, avaliando a superfície (0-20 cm) e a subsuperfície (20-40 cm). Conforme Gabos (2012) e Silva et al. (2012), os solos dos Estados de São Paulo e Minas Gerais apresentam faixas que variam, respectivamente, de 0,09 a 1,61 mg dm-3 e 0,05 a 2,14 mg dm-3, sendo que em ambos os levantamentos houve significativa quantidade de amostras com teores inferiores ao limite de quantificação pelo método de análise. O Selênio na planta A classificação do Se no reino vegetal ainda é muito discutida. Alguns pesquisadores, como Malavolta (2006), o classificam como micronutriente, ou seja, um elemento cuja presença é essencial para que a planta complete seu ciclo de vida. Já outros pesquisadores o classificam apenas como elemento benéfico, pois sua presença pode resultar em efeitos positivos, mas sua ausência não compromete o ciclo de vida das plantas. Embora sua essencialidade para as plantas ainda não esteja comprovada, há relatos de que ele exerce nas plantas as mesmas funções antioxidantes observadas nos animais. Cartes et al. (2005) sugeriram que, como antioxidante em gramíneas, o Se adicionado ao solo poderia melhorar a qualidade da forragem por diminuir a senescência e melhorar a persistência de pastos com deficiência em Se. Hatfield et al. (1992) demonstraram que as proteínas contendo Se, denominadas selenocisteínas tRNAs, que ocorrem nos representantes de três dos cinco reinos, Monera, Animal e Protista, e que atuam na codificação genética do códon de UGA, também ocorrem nos reinos das plantas e fungos, sugerindo que o UGA, além de ser responsável por cessar a síntese de proteínas, também codifica a selenocisteína do código genético universal. Segundo Malavolta (2006), existem três grupos de plantas acumuladoras de Se. As do grupo 1 são as acumuladoras primárias, que acumulam altas concentrações de Se, como espécies dos gêneros Aster, Astragalus, Atriplex, entre outras, conhecidas como selênioindicadoras, pois em solos com elevada concentração de Se nas formas de selenatos e compostos orgânicos podem acumular até 15.000 mg kg-1 na matéria seca. As do grupo 2 são as acumuladoras secundárias, pois acumulam Se em níveis que podem causar um quadro de selenose aguda e crônica nos animais que as consomem. Conforme White et al. (2007), essas espécies podem se desenvolver adequadamente em solos seleníferos e nãoseleníferos e acumular acima de 1.000 mg kg-1 na matéria seca, sem apresentar consequências danosas. As espécies do grupo 3 são, geralmente, aquelas cultivadas pelo homem para alimentação, e não acumulam altos níveis de Se. A maior parte das angiospermas são classificadas como não-acumuladoras de Se e não toleram concentrações acima de 10-100 mg kg-1 na matéria seca. A despeito dos efeitos benéficos do Se nas plantas, deve-se alertar para o risco de toxicidade. De acordo com Malavolta (1980), a toxidez nas plantas é comum, ocorrendo atraso no crescimento, clorose nas folhas e concentração de Se nas regiões de crescimento e nas sementes; no entanto, as espécies de plantas variam na sua capacidade de absorção – em ordem decrescente: crucíferas, gramíneas forrageiras, leguminosas cereais –, porém, não se sabe por que as plantas mostram diferenças na sua capacidade de acumular e tolerar o Se. 18 Conforme Malavolta (1980), as propriedades químicas do Se são muito parecidas com as do S. Os dois elementos competem pelos mesmos sítios de absorção, sendo que o Se é incorporado em aminoácidos análogos aos que contém S. Correia (1986) admitiu que as plantas procuram se desintoxicar ligando o Se a aminoácidos não protéicos. De acordo com White et al. (2007), as raízes absorvem o Se do solo como selenato, selenito e compostos orgânicos contendo o elemento, e embora haja competição pelos transportadores de sulfato entre SeO42- e SO42- no citoplasma da membrana da raiz, uma vez absorvido o Se é distribuído e assimilado na parte aérea pelas vias do S. Há diferenças nas formas de Se assimiladas entre espécies indicadoras e acumuladoras em relação às espécies não-acumuladoras, sendo que as primeiras convertem o elementos em formas menos tóxicas, permitindo-as tolerar e acumular os elevados teores de Se do solo. A concentração de Se nas plantas forrageiras e grãos (concentrado) é dependente da sua concentração no solo, a qual pode variar pontualmente, ou seja, dentro de uma propriedade podem existir áreas com níveis normais de Se no solo, seguido de áreas adjacentes com deficiência do elemento. Isso pode afetar a ingestão total de Se pelos animais em pastejo (STEVENS et al., 1985). Em geral, pode-se afirmar que plantas crescendo em solos com baixo pH, com altos teores de argila ou adubadas com produtos à base de sulfato, têm baixos teores de Se (SHAMBERGER, 1983; FOSTER e SUMAR, 1995; KABATA-PENDIAS, 1998). Em contrapartida, plantas com maior massa radicular e raízes mais profundas, assim como plantas de crescimento mais lento e de maior teor protéico, tendem a possuir conteúdo mais alto de Se (SHAMBERGER, 1983). Remediação de solos seleníferos Segundo a Agency for Toxic Substances and Disease Registry – ATSDR (2003), embora essencial ao homem e aos animais, deve-se tomar cuidado com a exposição regular a quantidades superiores às necessárias de Se para a boa saúde. As pessoas podem se expor a níveis de Se acima do normal em depósitos de resíduos perigosos, na ingestão de solo ou água ou mesmo respirando a poeira. Áreas com elevado teor de Se no solo são denominadas seleníferas, independentemente da causa, seja natural (origem geológica), seja por contaminação antropogênica (combustão de carvão, lodo de esgoto, cinzas, rejeito de minas, irrigação em áreas seleníferas). Segundo Zhao et al. (2005), solos com teores de Se acima de 5 mg dm-³ representam riscos potenciais à saúde de animais selvagens que consomem a vegetação local, e às áreas adjacentes, que também podem ser afetadas pelo transporte do Se superficial por meio da água ou do vento. Conforme White et al. (2007), o consumo de alimentos com 1 a 5 mg kg-1 de Se na matéria seca pode causar toxicidade em animais, conhecida como selenose, variando de crônica à aguda. As similaridades químicas entre Se e S refletem em interações antagônicas no solo; assim, Rogers et al. (1990) recomendam a aplicação de materiais contendo S, tais como sulfato de amônio ou gesso, para redução dos níveis de Se na forragem. Faria (2009a) avaliou algumas fontes de S na remedição de solos tropicais brasileiros contaminados antropogenicamente com selenato de sódio e verificou que os solos com teores entre 1,8 mg dm-3 e 4,6 mg dm-³ de Se apresentaram prejuízos no desenvolvimento e na produtividade de Brachiaria brizantha – uma das principais gramíneas utilizadas em pastos cultivados no País. Porém, o potencial fitorremediador da braquiária ocorreu somente INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 149 – MARÇO/2015 nas condições em que os tratamentos com S apresentaram potencial para reduzir a absorção excessiva de Se pela planta. O método de fitorremediação pode ser utilizado para amenizar os efeitos indesejados do excesso de Se no solo. A fitorremediação nada mais é do que o uso de plantas para extrair ou reduzir a presença de substâncias não desejadas, como metais pesados, agrodefensivos e óleos de um local, amenizando ou até eliminando o seu efeito poluente. De acordo com o pesquisador, a aplicação de S na tentativa de manter a produção de pasto sem risco aos animais exige elevadas doses de S e fontes de boa solubilidade (Figura 1). A pesquisa revelou que os elevados teores de Se no solo afetam a produção de biomassa da braquiária, assim como o acúmulo de Se na biomassa, independentemente do solo cultivado. Também mostrou que a aplicação de S em doses elevadas, por meio de fontes solúveis, como sulfato de amônio e sulfato férrico, diminuiu a absorção de Se pela gramínea, enquanto o gesso (sulfato de cálcio), fonte menos solúvel, apresentou baixa efetividade na redução da absorção de Se pelas plantas, apresentando, consequentemente, efeitos negativos na gramínea, diminuindo a produtividade. Segundo White et al. (2007), estudos têm sido feitos com o objetivo de identificar não apenas espécies acumuladoras, mas também espécies com capacidade de acumular Se com representativa quantidade de biomassa, a fim de permitir a extração da mesma e a exportação de Se por meio da colheita e remoção da área, sendo esta utilizada em diluições na dieta animal ou como adubo verde espalhado em áreas com baixo teor de Se no solo. Outros estudos se inclinam ao uso de técnicas modernas de engenharia molecular, como o desenvolvimento de espécies transgênicas com elevada tolerância e alta capacidade de acumular Se. Em vista da necessidade de reduzir os problemas com intoxicação animal, assim como o risco de contaminação antro- pogênica, e estabelecer o usufruto de áreas improdutivas, devido aos elevados teores naturais de Se no solo, são necessárias mais pesquisas para fornecer subsídios para a redução da periculosidade das áreas seleníferas. O Selênio no reino animal No reino animal, o Se foi classificado como micronutriente em 1957 pelos pesquisadores Schwarz e Foltz (Sillanpää e Jansson, 1992), e isso significa que sua presença é essencial na dieta de homens e animais. Além disso, a relação do Se com a prevenção de doenças, como o câncer, e sua atuação como antioxidante no metabolismo de animais e seres humanos tem sido alvo de muitas pesquisas. O Se é usado pelas enzimas antioxidantes que protegem os tecidos contra os danos causados pelo oxigênio e em enzimas que afetam o desenvolvimento e metabolismo, por isso o baixo nível de Se nos alimentos acarreta em problemas cardíacos e musculares. Além disso, estudos sugerem que dietas com alto teor de Se podem reduzir o risco de câncer (ATSDR, 2003). Sintomas de deficiência em animais e humanos são comumente observados quando os níveis de Se nos alimentos são baixos. Em algumas regiões da China, os níveis de Se são tão baixos que sua ausência nos alimentos tem resultado em efeitos na saúde (ATSDR, 2003). De acordo com Conrad, Redman e Smith (1984), a deficiência severa de Se causa a chamada doença do músculo branco. Surai (2006) relatou que o nível subclínico de deficiência pode causar fraqueza muscular em recém-nascidos, imunossupressão, redução no ganho de peso e de escore, e infertilidade, aborto e retenção de placenta nas mulheres. Atualmente, a deficiência ocasionada pela falta de Se se situa entre as deficiências causadoras de maior preocupação em relação Figura 1. Brachiaria brizantha cultivada em solos tropicais contaminados com selênio: Argissolo Amarelo distrófico abrúptico (1), Latossolo Vermelho distroférrico (2) e Nitossolo Vermelho eutroférrico (3) submetidos à aplicação de 600 kg ha-1 de enxofre com os tratamentos controle + nitrato de amônio (A); sulfato de amônio (B); gesso + nitrato de amônio (C); sulfato férrico + nitrato de amônio (D), aos 45 dias após o transplantio das mudas. Fonte: Faria (2009a). INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 149 – MARÇO/2015 19 à saúde humana, principalmente nos países em desenvolvimento. Uma das causas dessa preocupação ocorre por se observar maior biodisponibilidade deste nutriente em alimentos de origem animal (Moraes, 2008). No Brasil, Ferreira et al. (2002) verificaram que é importante a presença de pescados e de outros produtos de origem animal na dieta para garantir o consumo dos teores recomendados de Se, pois os teores de Se nos alimentos de origem vegetal são, de modo geral, inferiores a 5,0 µg/100 g. No Brasil, a pesquisa e a indústria de suplementos e alimentação animal têm investido no incremento e em formas de Se em seus produtos devido à necessidade e exigência deste nutriente. Esse investimento é amparado pela sua classificação como nutriente, sendo preconizado na dieta dos animais. Para bovinos, por exemplo, o National Research Council (NRC, 2001) recomenda a presença de 0,1 a 0,3 mg kg-1 de Se na matéria seca da dieta. Pesquisadores têm obtido bons resultados com a suplementação de Se na alimentação de bovinos, verificando não apenas os efeitos benéficos à saúde e nos índices de produtividade animal, mas também para o consumidor final, por meio da produção de alimentos enriquecidos em Se. Na produção animal em confinamento não há muita dificuldade em se fornecer Se no cocho, seja na forma orgânica ou inorgânica, porém Hall et al. (2009) relatou que em criação a pasto há limitação do consumo de suplementos, e os baixos níveis de Se no solo podem resultar em baixa produtividade do produto final, carne ou leite, assim como acarretar no aparecimento de doenças ou baixo desempenho do rebanho. Segundo Watkinson (1983), na Nova Zelândia, a administração de Se era permitida apenas via injetável até a década de 80, quando surgiu, com comprovada efetividade, a aplicação anual de Se junto à adubação fosfatada dos pastos. A forma mais antiga de suplementação de Se é pelo uso de formas inorgânicas, o que envolve grandes riscos de intoxicação, interações negativas, efeitos pró-oxidantes e baixa eficiência na transferência do elemento para os tecidos. Em contraste, as formas orgânicas contribuem para o sistema antioxidante, têm baixa toxicidade e alta biodisponibilidade, com a habilidade de aumentar as reservas de Se nos tecidos, comparadas às fontes inorgânicas (SURAI, 2002).Whanger e Butler (1988) encontraram diferenças significativas no teor de Se acumulado no tecido de ratos com o uso dos dois tipos de fontes, quando foram adicionados de 1,0 a 4,0 mg de Se por kg de ração, porém, com o uso de níveis mais baixos (0,2 mg kg-1 de Se) não houve diferença significativa. Nota-se que certas formas de Se, como, por exemplo, a selenometionina, possuem ação mais eficaz, evitando e reparando danos nos tecidos, quando comparadas ao selenito (SURAI, 2003). Zanetti et al. (1997) observaram maior nível sérico e maior nível em órgãos como fígado e coração em bovinos com o uso de menor dose de Se orgânico. Foi observado que a suplementação com 5 mg de Se no último mês de gestação aumentou significativamente o nível sérico do mineral em vacas e reduziu a incidência de mastites subclínicas (Zanetti et al., 1998). O fornecimento de selenito de sódio junto ao sal mineral, principalmente no Estado de São Paulo, tem sido utilizado desde a constatação da deficiência generalizada de Se em gramíneas, pelo estudo de Lucci et al. (1984). A carne produzida a pasto tem sido valorizada, principalmente pelos mercados consumidores mais exigentes, e é uma das grandes vantagens da pecuária brasileira.Assim, o incremento de Se via adubação poderia favorecer a suplementação de Se aos animais em pastejo, principalmente visando a vasta área de pasto nacional que, conforme o IBGE (SIDRA, 2006), é de mais de 160 milhões de hectares. 20 Biofortificação agronômica de plantas com selênio A biofortificação agronômica com a aplicação de Se via fertilizantes, visando o aumento de seu teor e biodisponibilidade nos alimentos, tem sido estudada como potencial forma de remediar os seus baixos teores nos solos. Segundo White et al. (2007), estima-se que 15% da população mundial apresente deficiência de Se devido ao consumo de alimentos produzidos em áreas com baixos teores de Se no solo. A exigência do Se na nutrição animal e humana e os baixos teores nos solos agrícolas estimularam países como Finlândia, Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos a avançar no desenvolvimento de tecnologias de fertilizantes. O governo Finlandês exige, desde 1984, a adubação de cereais e de forragens com formulações contendo, respectivamente, 16 e 6 g de Se por tonelada de adubo. No Brasil, estudos realizados nas regiões Sul e Sudeste indicam que, de modo geral, os solos têm baixos teores de Se. Assim, a deficiência marginal em bovinos a pasto foi verificada no Rio Grande do Sul pelos pesquisadores Valle et al. (2003), e em São Paulo e Mato Grosso do Sul as pesquisas de Lucci et al. (1984), Moraes, Tokarnia e Döbereiner (1999) e Faria (2009) também mostraram baixas concentrações em plantas forrageiras. Alguns pesquisadores, como Sillanpää e Jansson (1992), classificaram o Brasil dentre os países com baixos níveis de Se no solo, embora as pesquisas realizadas no País sejam limitadas geograficamente, devido ao pequeno número e área amostrada. Estudos realizados por Dias (2006) e Lopes (2008) com mercúrio (Hg) no Norte do País atribuem o consumo humano de alimentos ricos em Se, como peixe e castanha-do-pará, como um antídoto em áreas com elevados teores de metais pesados tóxicos. No entanto, pode-se indicar a possível presença de Se nesses solos como responsável pelos altos teores em plantas e produtos de origem animal da região, embora raros estudos tenham relacionado a presença de Se ao solo. De acordo com Moraes et al. (2009), pressupõe-se que nos estados do Amazonas e Amapá o consumo de Se pela população seja adequado, mas a avaliação nos estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste indicam que a população tem demonstrado baixo consumo e, o que é mais preocupante, em quantidades inferiores aos das classes de baixa renda. Segundo esses pesquisadores, embora haja evidências conclusivas da deficiência de Se no Brasil, este micronutriente não está incluído no programa de biofortificação HarvestPlus, o qual lidera esforços globais no combate à fome oculta causada pela falta de vitaminas e minerais na dieta da população. Embora ainda exista grande campo para a pesquisa, a produção de fertilizantes com Se já não é novidade em alguns países, principalmente na adubação de culturas destinadas à alimentação animal. No Brasil, este elemento tem sido muito estudado na área de nutrição humana e animal, mas os poucos estudos sobre Se no solo e como fertilizante são recentes. No Brasil, o Se não está presente nas formulações de adubos minerais, embora na década de 90 uma empresa nacional tenha feito a tentativa frustrada de registrar este elemento como micronutriente junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. No entanto, a aplicação de Se via fertilizante no Brasil exigiria mudanças na legislação, que atualmente não inclui este elemento (BRASIL, 1982). A correlação do Se no sistema solo-planta-animal é positiva e favorece a adubação com o elemento. Dentre as formas de Se, o INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 149 – MARÇO/2015 selenato é a mais indicada para a absorção pelas plantas. Conforme Abreu et al. (2011), o selenito (SeO32-) e o selenato (SeO42-) são as principais espécies de Se encontradas na solução do solo, mas há fatores no solo que podem influenciar o conteúdo e a forma do Se e favorecem o selenato como fertilizante. Gabos (2012) comprovou, em solos do Estado de São Paulo, que fatores como conteúdo de argilas silicatadas e óxidos de alumínio também afetam a disponibilidade desse elemento, e que a adsorção do selenito no solo é maior em solos com elevados teores de matéria orgânica e óxidos de ferro e alumínio, desfavorecendo sua absorção pelas plantas. Referências O que se busca em programas de biofortificação com Se é elevar o seu teor na planta, sem comprometer a produção agrícola. Nesse sentido, Ramos et al. (2011) observaram que a biofortificação com Se em cultivares de alface dependeu da concentração e da forma aplicada. O selenato na concentração de 10 μmol L-1 não comprometeu a produção da parte aérea e, ainda, promoveu aumento no teor de Se em todas as cultivares. Por sua vez, o selenito, independentemente da concentração e da cultivar, comprometeu a produção de massa seca da parte aérea e foi sempre inferior na biofortificação com Se. Por esse resultado, infere-se que o selenato se apresentou mais eficiente na biofortificação das cultivares de alface avaliadas, podendo ser utilizado de forma mais efetiva para aumentar a ingestão desse elemento por humanos. BOLDRIN, P. F.; FAQUIN, V.; RAMOS, S. J.; GUILHERME, L. R. G.; BASTOS, C. E. A.; CARVALHO, G. S.; COSTA, E. T. S. Selenato e selenito na produção e biofortificação agronômica com selênio em arroz. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 47, n. 6, p. 831-837, 2012. Boldrin et al. (2012), estudando a biofortificação de arroz (Oryza sativa L.) com Se, obtiveram aumento de 13% na produção dos grãos com a dose de 0,75 mg dm-³, assim como aumento de massa seca na parte aérea. Constatou-se também que a maior eficiência de aproveitamento do Se aplicado e a translocação deste na planta foram obtidas quando a adubação foi realizada com selenato, já que, diferentemente do selenito, não tem adsorção específica em relação a íons metálicos e não forma compostos orgânicos na raiz, o que facilita seu transporte pelo xilema para a parte aérea. O Se, geralmente aplicado em pastos na dose de 5 a 10 g ha-1 por ano, na forma de sais solúveis, como selenato de sódio (Na2SeO4) ou selenato de potássio (K2SeO4), pode ficar disponível imediatamente às plantas e nos anos seguintes à adubação, enquanto o selenito ou fontes com selenato menos solúveis (selenato de bário, BaSeO4) podem favorecer maior disponibilidade de Se ao longo do tempo (White et al., 2007). Pesquisas utilizando adubação com Se em plantas forrageiras mostraram aumentos significativos de ganho de peso e produção de lã em ovinos, mesmo em animais que não demonstravam deficiência de Se (Whelan et al., 1994) . Embora as respostas em produção não sejam empolgantes para o agricultor, deve-se considerar as consequências benéficas da biofortificação com Se, como ganhos em qualidade, resultando em incrementos do elemento nos alimentos, o que é refletido na saúde dos consumidores finais. Considerações finais O consumo de Se pela população mundial deve aumentar visando o bem estar e a qualidade de vida, e para isso cabe aos agentes e profissionais envolvidos na produção de alimentos a tarefa de enriquecer as culturas que contribuem para a dieta humana, assim como a dieta animal, considerando seus benefícios. Além do melhoramento genético, que vem sendo aplicado como estratégia de biofortificação, a aplicação do Se via fertilizantes, ou seja, a biofortificação agronômica, pode complementar o processo, acelerando e facilitando o acúmulo do mesmo nos alimentos. INFORMAÇÕES AGRONÔMICAS Nº 149 – MARÇO/2015 ABREU, L. B.; CARVALHO, G. S.; CURI, N.; GUILHERME, L. R. G.; MARQUES, J. J. G. S. M. 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