Eficiência de Pneus

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Sumário Executivo
Estudo de Impacto e Viabilidade do programa de etiquetagem
com foco em eficiência energética para Pneus.
O tema eficiência energética de pneus fez parte do painel “Tecnologias de Ponta da
Indústria Automotiva, Regulamentação do Setor de Energia e suas Contribuições ao
Meio Ambiente” do Evento Challenge Bibendum, promovido pela Michelin, em junho
de 2010, no Rio de Janeiro. Nesta ocasião, representantes de diferentes países (Brasil,
EUA, França, Alemanha, Japão e Coréia) e União Europeia apresentaram seus
programas, relatando que todos ainda se encontram em fase de implantação. Durante o
debate, o Inmetro se comprometeu a estudar a possibilidade em desenvolver um
programa de etiquetagem semelhante aos estrangeiros, o que foi apoiado por
representantes do Ministério do Meio Ambiente, responsáveis pela implementação da
Política Nacional sobre Mudanças Climáticas.
O principal problema que se quer resolver ou minimizar com um programa de
etiquetagem para pneus é o baixo desempenho destes quanto à resistência à rolagem
(RR) ou a baixa evolução da sua melhora, o que ocasiona desperdício no consumo de
combustível, trazendo prejuízo econômico para o consumidor e impacto negativo ao
meio ambiente, uma vez que, ao se consumir mais combustível, emite-se mais CO2.
Destaca-se ainda a possibilidade de a proposta contribuir para o cumprimento de
acordos de redução da emissão de CO2 assumidos pelo país.
Segundo a Análise de Impácto Regulatório européia, uma diminuição de 1 kg/t de
resistência à rolagem dos pneus de automóveis de passeio provocaria anualmente uma
economia de combustível de 1,5%, o que significa uma diferença no consumo total de
combustível do veículo entre os melhores e os piores desempenhos, na Europa, de até
10%. Isso é equivalente a uma redução de 15 a 20 g/km de emissões de CO2 de um
carro de porte médio, dependendo do combustível utilizado (diesel ou gasolina). Para os
pneus de caminhão, uma variação 1 kg/t em RR significa, em média, economia de
combustível de 5%.
Diversos países já implantaram os seus programas, tais como Estados Unidos, Japão,
Austrália. Em novembro de 2009, o Parlamento Europeu e o Conselho da União
Europeia adotaram a proposta de Diretiva que institui a etiquetagem de pneus a partir de
1° de novembro de 2012 e o Regulamento (CE) n° 1222/2009 de 25 de novembro de
2009. A partir dessa data, todos os pneus novos para veículos de passageiros (C1) e
veículos utilitários leves e pesados (C2 e C3), vendidos no território europeu, deverão
ser classificados e etiquetados segundo uma abordagem integrada, que garantirá o
fornecimento padronizado de informações, não somente em relação à eficiência no
consumo de combustíveis (resistência à rolagem), mas também na aderência em
pavimento úmido e ao ruído externo de rolamento.
A abordagem integrada se justifica para evitar que o aumento do desempenho
energético dos pneus seja obtido a partir da redução do desempenho em outros aspectos,
tais como a aderência em pista úmida, que podem, inclusive, comprometer a segurança
dos usuários.
As normas ISO 28580 e ISO 23671 são a base da regulamentação européia e também
são admitidas pelo regulamento norte-americano. Têm sido também a base para as
discussões de elaboração de uma norma brasileira para os ensaios de medição de
resistência à rolagem e aderência em pista úmida. No Brasil, ainda não há laboratório de
terceira parte capacitado para realização dos ensaios relativos a essas normas. Porém, há
possibilidade de se acreditar laboratórios para o programa em outros países ou
reconhecer as acreditações feitas no âmbito do acordo multilateral do International
Laboratory Accreditation Cooperation.
Para estimar os benefícios a serem alcançados com a implantação de programa de
etiquetagem para pneus no Brasil, estimamos a economia de combustível a ser obtida,
bem como a redução de emissões de CO2 correspondente a essa economia. O valor do
benefício depende do tipo de via e combustível utilizado no veículo. No caso de menor
resultado, com o uso exclusivo de gasolina e condução em estradas, a economia
esperada para consumidor seria de R$ 88,02 (R$ 35,90 por ano) ou R$ 22,00 por pneu.
No caso de maior benefício, com uso exclusivo de etanol e condução em estradas, o
consumidor teria um benefício de R$ 115,80 (R$ 38,60 por ano) ou aproximadamente
R$ 28,95 por pneu.
Os valores da economia para o mercado são bastante expressivos, devido à sua
dimensão. No menor resultado, teríamos uma economia de 3,66 bilhões de reais relativo
a um período de seis anos, enquanto que no maior seria de 4,81 bilhões. A emissão
evitada de CO2 seria também considerável, entre 778 mil e 1 milhão de toneladas. Os
custos envolvidos no programa não foram estimados, constatada a ausência de dados,
seja sobre os custos de ensaios, seja sobre o aumento de preço dos pneus. Todavia, os
valores expressivos dos benefícios, especialmente, os benefícios ambientais,
dificilmente serão superados.
Face ao acima exposto, o Inmetro decidiu-se pela implantação do programa de
etiquetagem para pneus de automóveis, contemplando inicialmente os requisitos de
resistência à rolagem e de aderência em pavimento úmido. Durante o desenvolvimento,
será estudada a inclusão de requisitos de ruído externo do pneu.
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