Terapias alvo em câncer

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Nº38
Drogas Direcionadas contra os
Alvos Moleculares: “Armas
Inteligentes” utilizadas no
combate ao câncer.
As terapias alvo são drogas ou outras
substâncias que são capazes de
bloquear o crescimento e a
disseminação do câncer por
interferirem nas moléculas
envolvidas na evolução das células
neoplásicas, que são as células
cancerosas. Como o foco recai sobre
as mudanças moleculares e
celulares que são específicas do
processo de transformação maligna
(processo de transformação através
do qual uma célula normal se
transforma em uma célula tumoral)
as Terapias Alvo têm o potencial de
serem mais efetivas que outros
tratamentos convencionais como a
quimioterapia e a radioterapia ao
mesmo tempo em que são menos
ameaçadoras para as células
normais, o que se traduz em uma
menor chance de efeitos colaterais.
pela divisão e disseminação das
células neoplásicas. Muitas destas
drogas atuam sobre proteínas
envolvidas nas complexas vias de
sinalização intracelular que,
normalmente, respondem a
estímulos específicos para
promoverem a divisão da célula, a
migração celular, a produção local de
vasos sanguíneos e até mesmo a
morte celular programada. Estas vias
encontram-se deturpadas nas
células cancerosas o que torna este
tipo de célula “imortalizada” e
independente dos estímulos normais
e regulatórios. Como conseqüência a
célula neoplásica tende a se
disseminar desenfreadamente e a se
espalhar pelo organismo. Portanto
estas drogas tentam interromper as
vias de sinalização celular com
funcionamento anormal ou, em
alguns casos, induzir a morte celular
através do mecanismo de apoptose,
que se constitui no processo de
morte celular programada. Para um
melhor entendimento, ao final desta
publicação estão listados alguns
exemplos.
Trata-se de pequenas moléculas que
podem penetrar facilmente nas
células onde encontram seus alvos
por afinidade química ou mesmo uma
classe de anticorpos especiais,
produzidos em laboratório, e
denominados como anticorpos
humanizados.
Estas pequenas moléculas podem
ter sua afinidade química melhorada
em laboratório enquanto os
anticorpos humanizados são
sintetizados a partir da junção de
uma parte da molécula de anticorpo
de origem humana com outra parte
de origem animal, geralmente
murina. Os anticorpos em questão
são constituídos basicamente de
uma porção variável, que é
responsável pela ligação ao antígeno
(no nosso caso, o alvo molecular) e é
esta porção que tem origem animal, e
de uma porção constante, que é
responsável pela mediação dos
Muitas delas já estão aprovadas para
o uso contra tipos específicos de
câncer enquanto outras ainda se
encontram na fase de estudos
clínicos para comprovarem sua
segurança biológica e sua
efetividade como terapia. Estas
drogas estão sendo testadas
sozinhas ou então em conjunto com
outras modalidades terapêuticas,
como a quimioterapia.
Qual o mecanismo de ação destas
substâncias?
Devido a especificidade dos alvos
cada medicação elas interferem de
maneiras diferentes nos
mecanismos celulares responsáveis
Trastuzumab: o anticorpo
humanizado “coordena” o
ataque do sistema
imunológico do próprio
paciente à célula de câncer
de mama.
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mecanismos imunológicos (no nosso caso, a destruição da
célula tumoral mediada imunologicamente) que tem origem
humana. Estes anticorpos, portanto, se ligam com alta
especificidade a seus alvos e determinam o ataque imune às
células comprometidas utilizando e potencializando os
mecanismos de defesa naturais do próprio paciente.
Pequenas Moléculas e Anticorpos Humanizados:
Exemplos
Uma medicação denominada Imatinibe (Gleevec®) funciona
como um inibidor de uma proteína com ação de tirosinaquinase que esta anormalmente estimulada no interior das
células sanguíneas anormais dos pacientes com Leucemia
Mielóide Crônica (a LMC).
Imatinibe: por afinidade química da droga é capaz de inibir a ligação da
proteína Bcr-Abl anormal ao seu substrato.
Por sua ação nesta via, o Imatinibe consegue reduzir a carga de células leucêmicas a níveis indetectáveis, por um longo
período de tempo, na grande maioria destes pacientes. Este efeito associado ao fato de tratar-se de uma medicação
que o paciente toma em casa, por via oral, uma vez ao dia, como se fosse qualquer outra medicação de uso contínuo,
tornaram esta medicação a primeira opção terapêutica nestes casos.
Outro exemplo pertinente, que representa uma ótima opção terapêutica para alguns tipos o câncer de mama (um dos
mais prevalentes e com taxa de mortalidade considerável), trata-se do Trastuzumab.
O Trastuzumab (Herceptin®) é um anticorpo humanizado contra um receptor que esta anormalmente expresso em
alguns cânceres de mama, o Receptor 2 do Fator de Crescimento Epidérmico Humano, também reconhecido pela sigla
HER-2. O Trastuzumab bloqueia esta via que é uma das responsáveis pela proliferação das células de câncer de mama
Her-2 positivas, sem os efeitos colaterais típicos da quimioterapia e da radioterapia.
Testes Moleculares: Ferramentais Imprescindíveis no Uso Racional desta Modalidade de Terapia
Como se tratam de terapias muito específicas, estas são manuseadas ou indicadas com maior precisão quando o
médico dispõe dos testes moleculares para identificar se a tumor a ser tratado apresenta um alvo específico ou se esta
respondendo adequadamente a terapia adotada.
No caso da LMC os níveis de Bcr-Abl, a tirosina-quinase anormal, podem ser
monitorados por meio do PCR durante o tratamento com o Imatinibe, da mesma forma
que a carga viral dos pacientes com Hepatite C crônica ou HIV podem ser avaliados
periodicamente durante o tratamento antiviral, servindo de parâmetro para avaliar o
grau de resposta terapêutica.
Te s t e M o l e c u l a r p a r a H e r - 2 :
identificação da hiper-expressão
gênica da molécula alvo nos casos em
que a Imunohistoquímica é duvidosa.
O Trastuzumab só pode ser utilizado nos cânceres de mama que expressam
anormalmente o Her-2. O teste molecular para Her-2 ajuda a identificar uma parcela
destes cânceres de mama juntamente com a Imunohistoquímica.
A utilização dos testes moleculares auxilia na correta indicação e uso destas terapias
que podem ser muito custosas aos pacientes e sistemas de saúde, identificando qual
deles realmente se beneficia destas abordagens.
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Autor: Dr. Luis Gustavo - Editoração: Natasha Vilhena - Produção: Aldeia Brasil
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