4º ano

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“Descobrindo” um
novo mundo
Até o século XV, os europeus não
conheciam todos os continentes
e oceanos. Investindo em viagens
marítimas, eles “descobriram” um
continente que foi chamado de
América. Ficou conhecido também
como Novo Mundo. Os europeus
decidiram ocupar essas terras,
onde já havia muitos milhões de
habitantes.
Ilustrações: Al Stefano/ID/BR
Fotografia: Nasa/ID/BR
UNIDADE
Observe a imagem.
ƒ
ƒ Quais desses continentes eram conhecidos até o século XV?
AMÉRICA
ƒ
ƒ E qual foi o continente “descoberto”?
ƒ
ƒ Quais continentes permaneceram desconhecidos?
OCEANO
ATLÂNTICO
ƒ
ƒ Descreva o percurso traçado.
ƒ
ƒ Por que teriam chamado o continente
“descoberto” de “Novo Mundo”?
ƒ
ƒ Os portugueses decidiram
ocupar as terras, onde já viviam milhões de pessoas.
Como será que os portugueses viam os
habitantes do Novo Mundo? Converse
com os colegas e o professor e depois
anote suas conclusões.
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EUROPA
ÁSIA
ÁFRICA
OCEANO
ÍNDICO
OCEANIA
ANTÁRTIDA
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Buscando novos caminhos
Os portugueses foram pioneiros nas viagens pelo oceano Atlântico, navegando por águas desconhecidas.
Muito tempo depois, o poeta Fernando Pessoa (1888-1935) escreveu um
poema sobre essa aventura. Leia alguns versos.
Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Robson Araujo/ID/BR
Mar português
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.
[...]
Fernando Pessoa. Obra poética.
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1981. p. 16.
1Procure no dicionário o significado das palavras que não conhece. Depois, releia o trecho do poema e converse com seus colegas.
a)Por que mães, filhos e noivas ficavam tristes e preocupados?
b)Naquela época, quais eram os motivos das “lágrimas de Portugal”?
c)Na sua opinião, por que os marinheiros enfrentavam o mar desconhecido
mesmo sabendo ser arriscado?
d)Pense na chegada dos portugueses ao Novo Mundo. Que resposta você
acha que dariam à pergunta “Valeu a pena?”?
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Nos séculos XV e XVI, os europeus fizeram diversas viagens marítimas,
chegando a lugares que antes desconheciam. Por isso esse período é conhecido como o das Grandes Navegações.
Nessa época, os oceanos eram pouco conhecidos e várias lendas assustavam os marinheiros. Uma delas dizia que as águas do Atlântico eram povoadas
por monstros. Outra, que esse oceano terminava em um abismo.
Se tinham tantos temores, por que os europeus se aventuraram pelos oceanos? O que será que eles buscavam?
Alguns produtos eram raros e caros na Europa,
Especiarias: produtos como
canela, cravo, pimenta,
como especiarias, porcelana e tecidos de seda. Esgengibre e noz-moscada,
ses produtos eram encontrados na Índia e levados por
que eram usados no preparo
comerciantes árabes até Constantinopla. Lá eles eram
e na conservação dos
alimentos.
comprados por comerciantes europeus e distribuídos
por toda a Europa. Vendidos e revendidos, os artigos
alcançavam preços muito altos.
Interessados em participar desse lucrativo comércio, os portugueses começaram a buscar um novo caminho para a Índia, que não utilizasse o mar
Mediterrâneo. Na época,
as rotas de comércio no Rota portuguesa das especiarias – séculos XV e XVI
EUROPA
mar Mediterrâneo eram
controladas por duas cidaPORTUGAL
Constantinopla
Lisboa
des da atual Itália: Gênova
ÁSIA
e Veneza.
Península
Arábica
Também a curiosidaÍNDIA
Calicute
de, a paixão pelo mar, a
ÁFRICA
vontade de conhecer outros lugares fascinavam
os marinheiros.
AMÉRICA
OCEANO
0°
60°L
ID/BR
As grandes viagens marítimas
Mar
Mediterrâneo
30°N
Equador
0°
OCEANO
ATLÂNTICO
Meridiano de Greenwich
Fonte: Atlas histórico escolar.
Rio de Janeiro: MEC, 1991.
ÍNDICO
30°S
0
Cabo da Boa
Esperança
1 170
2 340 km
1 cm – 1 170 km
1Observe a rota indicada no mapa acima. Ela começava em Portugal, passava pelo cabo da Boa Esperança e chegava à Índia.
a)Por quais oceanos essa rota passava?
b)Qual era o continente e qual a cidade de origem dessa rota? E de destino?
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A arte da navegação
Caravela. Embarcação com casco estreito e fundo
e velas triangulares. Resistente e ligeira, a caravela
foi ideal para a navegação oceânica naquele
momento. Aquarela de Rafael Monleon (1843-1900) retratando caravelas do século XVI.
Tomsich/Photo Researchers/Latinstock
Erich Lessing/Album/Latinstock
Bússola.
Importante
instrumento
de orientação;
tem uma
agulha
magnética que
aponta sempre
para o norte.
De origem
chinesa, foi
aperfeiçoada
na época.
Fotografia de
bússola do
século XV.
Album/Oronoz/Latinstock
Album/Oronoz/Latinstock
Nesse período, as rotas de navegação eram feitas pelo mar Mediterrâneo,
no litoral da Europa, da África e da Ásia, mas não no oceano, que estava mais
distante da costa. Os marinheiros orientavam-se pelas estrelas. As navegações
oceânicas, em alto-mar, exigiam embarcações diferentes e instrumentos de
navegação complexos.
Na época das Grandes Navegações, os portugueses eram os que mais tinham conhecimentos náuticos. E, para as grandes viagens, eles aperfeiçoaram
alguns instrumentos e inventaram outros.
Astrolábio.
Instrumento
que permitia
calcular a
localização
dos barcos
em alto-mar.
Fotografia
de astrolábio Quadrante. Também era um instrumento de
do século
orientação em alto-mar. Fotografia de quadrante
XIV.
do século XVI.
2O que diferenciava a navegação no Mediterrâneo da atlântica?
3Quando não existiam os instrumentos de orientação, como os navegantes faziam? Converse com os colegas e respondam.
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Vivendo em alto-mar
Na época das Grandes Navegações, não se sabia ao certo quanto tempo
levaria para chegar a terra firme. Muitas vezes, os tripulantes passavam longos
períodos em alto-mar. Como era essa viagem?
Leia o texto.
Mar e céu
Depois que a caravela deixava o porto, a única paisagem que se podia avistar eram mar
e céu. Mas eram poucos os que estavam preparados para essas longas viagens. A maioria
não sabia nem mesmo nadar. Às vezes, o navio afundava a uma pequena distância da costa
e muitos morriam afogados. No mar, todos tinham de enfrentar os mesmos riscos.
Academia de Ciências, Lisboa
Alfredo Boulos Júnior. A viagem de Cabral. São Paulo: FTD, 1999. p. 13.
Gravura anônima
do século XVI.
1Você já fez alguma viagem que durou muitos dias? Se fez, anote no caderno as informações a seguir. Depois, conte para a classe:
a)qual era o meio de transporte.
b)quantos dias durou.
c)para onde foi.
d)como foi a viagem (onde comia, tomava banho, etc.).
2Se não fez nenhuma viagem longa, use sua imaginação e crie uma. Identifique o lugar para onde foi, o percurso, o meio de transporte. Conte, por
exemplo, onde dormia, como fazia para comer e tomar banho.
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A tripulação dos navios
Timoneiro: pessoa que
controla a roda do leme de
uma embarcação.
Leme: peça que controla a
direção de uma embarcação.
Ilustrações: Robson Araujo/ID/BR
Cada navio tinha seu capitão ou
comandante, mas era o piloto que
conduzia a embarcação. Os timoneiros trabalhavam no leme, sob as
ordens do piloto.
O mestre comandava os outros
membros da tripulação, distribuindo
tarefas e verificando seu cumprimento. Os marinheiros faziam a maior
parte do trabalho na embarcação.
Carpinteiros e ferreiros faziam reparos no navio. O despenseiro cuidava
dos alimentos e distribuía a cota diária a cada um. O médico barbeiro
tratava dos doentes, fazia a barba e
cortava o cabelo de todos. Os grumetes eram garotos aprendizes de
marinheiro, que realizavam tarefas
pesadas e perigosas e estavam sujeitos a castigos físicos. Havia ainda
os cozinheiros.
Sempre se encontravam a bordo: um padre; um escrivão, para registrar todos os acontecimentos da
viagem; bombardeiros, encarregados
dos canhões; e soldados.
Soldado
Marinheiro
Escrivão
O cotidiano a bordo
O espaço no barco era muito pequeno, sendo difícil até se deslocar a bordo. Ratos e pulgas eram comuns. Não havia banheiros, e a maior parte do navio
era reservada a cargas. Grumetes e marinheiros não tinham cabine e dormiam
em qualquer lugar.
Naufrágio: acidente
As viagens eram perigosas e nem sempre os barcos
que leva a embarcação
voltavam. Tripulantes morriam por causa de doenças. Eram
a afundar.
comuns os naufrágios e os ataques de piratas.
O dia a dia era cansativo e quase não havia momentos de folga.
O alimento básico era um biscoito salgado, duro e seco. Também havia carne de porco salgada e bacalhau. No mar era possível pescar e então comer peixe
fresco. Frutas e legumes eram muito raros, pois estragavam com facilidade.
Cada tripulante recebia uma cota diária de água, comida e vinho.
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As mulheres nas Grandes Navegações
Pingado/ID/BR
Quase nunca se fala da participação das mulheres nas Grandes Navegações. Afinal, eram os homens que partiam nas caravelas para atravessar o
oceano.
E as mulheres, o que faziam?
Enquanto os homens estavam no mar, eram as mulheres que trabalhavam
em terra: cultivavam os campos, tratavam dos animais, cuidavam das crianças
e dos idosos. A vida continuava normalmente em Portugal, enquanto tantos
homens navegavam.
As mulheres também colaboravam ativamente para as navegações. Eram
elas que fabricavam as velas dos navios e preparavam muitos dos alimentos
para as viagens. Faziam marmelada e biscoitos, preparavam carne salgada.
Houve ainda mulheres que participaram das viagens junto com os homens.
Algumas foram acompanhando o marido ou o pai, outras trabalhavam nos barcos, como padeiras e enfermeiras, por exemplo.
E foram muitas as que saíram de Portugal para viver nas terras que os portugueses ocuparam.
Um exemplo é dona Brites de Albuquerque, que em 1534 chegou a Pernambuco com o marido, Duarte Coelho. Ele voltou a Portugal e dona Brites
ficou, tornando-se a maior autoridade de Pernambuco.
3Enquanto os homens estavam no mar, era necessário manter a vida cotidiana em Portugal. Escreva um texto ou faça um desenho sobre o trabalho das mulheres que ficavam em terra.
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1No texto a seguir, a autora imagina Pedro Álvares Cabral quando criança.
Leia-o e responda às questões abaixo.
De olhos bem abertos, ele sonhava com
o dia em que seria navegador nos sete mares.
Nas noites em que o sono demorava a chegar,
as ondas que iam e vinham em seu pensamento
o levavam para além-mar.
Lá onde o mar termina.
Lá onde ele queria chegar!
E os olhos do menino
fechavam-se sobre esse sonho,
encontrando finalmente o sono
perdido na noite fria e longa.
Um dia, um convite.
Convite feito pelo Rei.
O sonho tinha virado realidade.
Pedro não era mais um menino.
Era, agora, Pedro Álvares Cabral,
o homem que seria Capitão-Mor
de uma importante expedição
que ia cruzar o Atlântico.
Everett Collection/Keystone
Pedro, menino navegador
Robson Araújo/ID/BR
Lúcia Fidalgo. Pedro, menino
navegador. Rio de Janeiro:
Manati, 2000. p. 5-6.
a)O texto se refere a qual expedição?
b)Cabral era o capitão-mor da expedição, mas precisava de outras pessoas
para realizar a viagem. Você se lembra das pessoas que faziam parte das
tripulações? Quais eram?
c)Se você fosse dar outro título ao texto, qual seria?
d)Imagine que você é um grumete da expedição de Cabral. Conte aos colegas como foi a viagem.
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2No texto da página ao lado, as ondas levavam o menino Pedro para “onde
o mar termina”. Essa imagem se refere a quê?
3 Observe a gravura e responda às questões.
a)O que essa imagem representa? Descreva-a.
b)De acordo com o que você estudou, essa gravura está relacionada a que
acontecimentos e a qual época?
Theodore de Bry/The Bridgeman Art Library/Getty Images
c)Agora, escreva uma legenda para a gravura usando as informações dos
itens anteriores e relacionando-a ao poema da página 16.
Gravura de Theodore de Bry, século XVI.
4 Os grumetes eram aprendizes de marinheiro.
a)Quais eram as tarefas destinadas a eles? A que estavam sujeitos?
b)E hoje, existem crianças e jovens na condição de aprendizes? Como são
tratados?
ƒƒ Converse com os colegas e o professor sobre essas questões. Depois,
registre no caderno as conclusões a que chegaram.
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