0 A SUSTENTABILIDADE COMO ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO DIGITAL NA IMAGEM INSTITUCIONAL: análise comparativa de três instituições financeiras Orientando: Mariana Souza da Rocha Orientador: Cristóvão Domingos de Almeida 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA Mariana Souza da Rocha A SUSTENTABILIDADE COMO ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO DIGITAL NA IMAGEM INSTITUCIONAL: análise comparativa de três instituições financeiras São Borja/RS 2015 2 MARIANA SOUZA DA ROCHA A SUSTENTABILIDADE COMO ESTRATÉGIA DE COMUNICAÇÃO DIGITAL NA IMAGEM INSTITUCIONAL: análise comparativa de três instituições financeiras Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Curso de Relações Públicas da Universidade Federal do Pampa, como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em comunicação. Orientador: Almeida Cristóvão Domingos de 3 MARIANA SOUZA DA ROCHA Trabalho de Conclusão de Curso defendido e aprovado em: 16/01/ 2014 Banca examinadora: ______________________________________________________ Prof. Dr. Cristóvão Domingos de Almeida Orientador UNIPAMPA ______________________________________________________ Prof. Dr.Carmen de Abreu UNIPAMPA ______________________________________________________ Prof. Dr. Wesley Grijó UNIPAMPA 4 5 AGRADECIMENTOS Meus sinceros agradecimentos a todos os professores que estiveram presentes na minha formação acadêmica, contribuindo significativamente para o meu crescimento pessoal e profissional. Em especial, deixo meu Obrigado ao professor Orientador, Cristóvão Almeida, que por inúmeras vezes além de orientar teve o papel de amigo e conselheiro neste processo acadêmico, acreditando no meu potencial e encorajando-me a seguir em frente. Meus agradecimentos a minha família que orgulhosamente realizou o papel fundamental de apoio durante toda a minha trajetória acadêmica, esforçando-se para entender as práticas da minha futura profissão e mostrando interesse nas minhas atividades. Em especial, agradeço ao meu pai, Jefferson Marçal da Rocha que pacientemente apoiou todas as minhas escolhas e esteve presente ativamente em todas as etapas da minha vida. Para finalizar agradeço aos meus queridos e inseparáveis amigos que com base na parceria e irmandade fizeram destes anos inesquecíveis. OBRIGADO! 6 RESUMO A partir dos últimos anos do século XX a imagem institucional das organizações passaram, necessariamente, a estar ligada a políticas de sustentabilidade, isto porque a demanda por políticas sustentáveis passou a ser uma exigência da sociedade. Nisto, as instituições financeiras também tiveram que adotar medidas de divulgação de práticas sustentáveis, entre elas o Banco Itaú, o Banco do Brasil e Sicredi, instituições escolhidas como objeto deste trabalho, pois se considera que são instituições que valorizam sua imagem institucional. Este trabalho faz uma análise das postagens na rede social Facebook de temas relacionados a sustentabilidade destas três instituições financeiras, pois acredita-se que estas instituições valorizam sua imagem na web 2.0. O objetivo é verificar se as instituições possuem uma prática de divulgação de suas ações de responsabilidade socioambiental, e se seus clientes valorizam esta temática na rede social Facebook. A metodologia é qualitativa, e tratou-se de uma verificação realizada nas postagens das páginas do Facebook destas instituições de julho a dezembro de 2014. Os resultados indicam que há poucas postagens sobre as temáticas sustentabilidade e responsabilidade socioambiental nas instituições avaliadas. Percebeu-se também, pelos comentários e curtidas nas publicações, que o público de interesse não interage com o tema de forma significativa. Isso demonstra que para o mercado financeiro a sustentabilidade parece ser apenas um tema marginal do negócio. Palavras-Chave: imagem institucional, facebook, sustentabilidade, instituições financeiras, responsabilidade socioambiental. 7 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 8 2 SUSTENTABILIDADE NA IMAGEM INSTITUCIONAL : MARKETING VERDE COMO ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO .......................................................... 10 2.1 Imagem institucional como estratégia da comunicação organizacional 10 2.2 Reputação empresarial e conquista dos Públicos ................................. 12 2.3 Comunicação Digital, uma inovação necessária ................................... 14 2.4 Responsabilidade Socioambiental nas organizações .......................... 17 2.5 Marketing ambiental como estratégia de valoração das organizações 19 2.6 A importância mercadológica das redes sociais ................................... 23 3 INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO ...................................................... 25 4 ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO ..... 28 4.1 Banco Sicredi ........................................................................................ 28 4.2 Banco do Brasil .................................................................................... 30 4.3 Banco Itaú ............................................................................................ 32 4.4 Análise comparativa das publicações das instituições pesquisadas .... 33 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................ 35 6 REFERÊNCIAS ........................................................................................... 38 Anexos ............................................................................................................ 40 8 1 INTRODUÇÃO A partir do desenvolvimento tecnológico e social do mundo atual muitos conceitos e práticas da vida humana se modificaram, bem como, tantas outras surgiram. Deste modo, o trabalho aqui apresentado tem como foco interligar duas funções entendidas como parte significativa deste processo de desenvolvimento, são elas: o marketing verde (sustentabilidade) e a comunicação via web. O marketing verde é um conceito que acompanhou a dinâmica capitalista de consumo onde tudo pode/deve ser vendido, neste caso, o marketing segue sua proposta de desenvolver estratégias de mercado que possam ser lucrativas considerando a preservação do meio ambiente. Isto é, a natureza, o mercado verde, acompanha o processo de capitalização podendo se tornar uma nova ferramenta de mercado (NASCIMENTO, 2008 e ROCHA, 2011). Considera-se que uma organização não precisaria diminuir seus lucros e ou competividade ao adotar práticas sustentáveis, pelo contrário, estratégias de economia de energia, de diminuição de resíduos entre outras, podem estar aliadas a melhoria da gestão organizacional e consequentemente dos lucros. Na mesma perspectiva de mudanças de comportamento, a internet esta disposta como ferramenta que modificou a comunicação em todos os processos relacionais, tanto interpessoais como em meios de comunicação. Tendo em vista esta mudança, as formas de consumo também mudaram, o consumidor modificou seus valores, anseios e necessidades (FÜHR, S/D). A lógica de mercado entende que o consumo só tem evolução se o indivíduo, como consumidor, também se adequar a essas modificações. Assim, entender como as organizações se modificaram e qual a importância destas alterações para o consumidor é também o direcionamento deste trabalho, que visa analisar as publicações referentes a sustentabilidade e gestão ambiental nas páginas de relacionamento (Facebook) de três instituições financeiras: Banco Itaú, Sicredi e Banco do Brasil, uma privada nacional, uma regional e uma instituição pública. Considera-se que a imagem empresarial, reflete-se na divulgação das preocupações organizacionais em todos os meios de comunicação, as práticas e 9 estratégias gerenciais devem estar dispostas para todos, tanto clientes como público em geral, isto faz parte da manutenção de sua imagem. Entende-se por imagem institucional a visão do público sobre a organização, isto é, o que a empresa divulga, e o que transparece ao consumidor. Assim, qualquer empresa que tem preocupações com o meio ambiente, e que percebe que estas podem alavancar os seus negócios, devem divulgar estas práticas na construção da imagem institucional. Salientando a todos os seus públicos que a visão da organização está relacionada à responsabilidade socioambiental. Nesta lógica, este trabalho tem como foco entender como o processo de divulgação da responsabilidade socioambiental interfere na imagem institucional das empresas pesquisadas. Os questionamentos teóricos consistem em compreender, via análise da página web de relacionamento Facebook, se as empresas utilizam o marketing verde para melhoramento da imagem institucional, e se a sustentabilidade é um fator de reconhecimento da marca perante o seu público (ARGENTI, 2006; CARVALHO, 2011). O trabalho está dividido em cinco tópicos, além desta introdução, são eles: sustentabilidade na imagem institucional, metodologia e instrumentos de pesquisa, análise dos resultados, considerações finais e o referencial teórico. No tópico dois constam as bases teóricas que sustentam as análises em que se basearam as investigações, neste, serão apresentados conceitos e discussões que nortearam este trabalho, como: imagem institucional, reputação empresarial, comunicação digital, responsabilidade socioambiental, marketing ambiental e a importância mercadológica das redes sociais. Os tópicos tem como foco as estratégias de imagem institucional como um dos principais bens intangíveis das organizações que fundamentam a abordagem teórica considerada nas análises realizadas na investigação; no item 3, aborda-se a metodologia e os instrumentos de investigação adotados na pesquisa, dando base cientifica para a aplicação da pesquisa; no item 4 consta a análise dos resultados da investigação, onde são exploradas as discussões e expostas as observações obtidas; o item 5 esta direcionado para as considerações finais, tornando visível os resultados e conceituando-os através de teorias e percepções do pesquisador da área de Relações Públicas, no 6 e último, contém a lista das referências bibliográficas utilizadas em todo o trabalho que deram base para a realização desta pesquisa. 10 2 SUSTENTABILIDADE NA IMAGEM INSTITUCIONAL : MARKETING VERDE COMO ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO Neste tópico será abordado alguns temas considerados importantes para a análise realizada. Considera-se que a construção do marketing verde nas organizações incluem estes temas como principais elementos do negócio. 2.1 Imagem institucional como estratégia da comunicação organizacional As estratégias organizacionais são pautadas a partir dos setores administrativos, econômicos e comunicacionais. Deste modo, toda e qualquer decisão tomada pelas gerencias da organização devem acompanhar as dinâmicas e conceitos dos subsetores empresariais. Pode-se considerar que as estratégias de comunicação estão adjuntas ao plano administrativo da empresa de modo que sua importância e necessidade devem ser reconhecidas para o desenvolvimento geral da organização. A manutenção e construção da imagem institucional é uma estratégia de comunicação que abrange o setor de administração e economia da instituição, uma vez em que a construção e manutenção da imagem institucional é uma importante ferramenta capaz de interferir diretamente no aumento de vendas e/ou conquista de públicos, e conseqüentemente interferir no lucro empresarial. Imagem institucional pode ser dividida em identidade e reputação. Identidade refere-se a logo, uniformização, visão, missão e valores transmitidos pela organização e reputação refere-se a opinião do público sobre aquilo que é divulgado pela empresa. (CARVALHO, 2011). Manter uma boa imagem institucional pode ser o mesmo que manter uma boa relação com seu público de interesse, uma vez que a conquista desses públicos depende daquilo que é divulgado e desempenhado pela empresa (CARVALHO, 2011). O objetivo da manutenção da imagem institucional é atrair e/ou manter os laços entre empresa e público, a importância dessa relação pode ser relacionada a preferência da marca, o que podemos chamar de fidelização, 11 capaz de aumentar a divulgação boca a boca e consequentemente o número de clientes e o número de vendas. Na busca da aproximação daquilo que somos(empresa) e daquilo que queremos representar aos olhos dos outros (na relação "organizaçãopúblicos" ), está o desafio,na criação/manutenção/preservação de uma imagem. Ou seja, a imagem é consequência daquilo que somos ou deixamos de ser. (MACHADO,2007.p.36) Após a consolidação da imagem a organização consegue se inserir nos espaços e nos públicos que deseja com mais facilidade, uma vez que já tem credibilidade perante a sociedade. Credibilidade significa que o público tem confiança e fidelidade na empresa, isto é, a empresa tem potencial e referência para transmitir suas opiniões, facilitando a inserção de projetos e ações com boa visibilidade perante o público (CRUZ,2007). Uma boa credibilidade significa uma relação de confiança com o público específico, de modo que o público tem a convicção de que a empresa realiza um trabalho de qualidade, assim, pode demonstrar que suas ações tem fundamento real com a sociedade. Do mesmo modo, uma boa imagem institucional consiste em competência, planejamento e divulgação, pilares fundamentais para a construção de uma boa reputação. Competência significa oferecer serviços de qualidade e que satisfaçam o público específico, isto é, não adianta tentar alavancar a imagem institucional com programas e produtos sem os atributos para satisfação do cliente. Por sua vez o planejamento, refere-se a estabelecer prioridades e distinguir objetivos específicos para a imagem geral que se quer abranger, isto é, estabelecer um plano onde delimita-se as necessidades e obrigações da empresa perante o público. Após um bom planejamento e uma oferta qualificada de serviços prestados, é necessário que estas informações cheguem da maneira certa para cada público específico, aqui nos referimos a divulgação dos produtos, atividades e/ou ações empresariais que devem servir para auxiliar na dinâmica de disseminação dos valores, missão e visão da empresa. Nesta divulgação devem ser especificados como,em qual ferramentas, e para qual público serão divulgadas tais ações. (CORRÊA, 2005). 12 Fazer um planejamento comunicacional de ações e executá-lo a partir das realidades e expectativas empresariais de forma eficaz, bem como, encontrar as ferramentas certas para divulgar as ações desenvolvidas, de fato é uma maneira eficaz de conquista de espaços e públicos e um importante auxilio na imagem institucional. Steffen no livro "Relações Públicas quem sabe faz e explica,considera: " A comunicação institucional serve como mecanismo-meio para estabelecer e instituir formas sociais, de acordo com o meio ambiente em que as organizações estão inseridas, garantindo, assim, a sua permanência na sociedade." (STEFFEN,2007.p.31) As estratégias de comunicação são baseadas a partir do entendimento de que estas práticas devem aproximar o público da instituição de modo que este procedimento seja feito com perspectivas alinhadas ao objetivo principal da organização. Isto é, a comunicação deve servir como auxilio em todo o processo administrativo, considerando esta esfera como fundamental para a inserção da organização no dia-a-dia dos seus públicos. 2.2 Reputação empresarial e conquista dos Públicos A opinião pública depende não somente da reciprocidade dessas informações no individual, isto é, o público tem diferentes estigmas para a construção de uma opinião (CRUZ,2007). A opinião pública passa por diferentes processos até a opinião individual, isto é, a opinião pública depende de fatores como a cultura, localidade, grupo social, faixa etária e gostos pessoais para a sua consolidação (IASBECK, 2007). Na medida em que no mundo atual o indivíduo não processa nenhuma informação sozinho, este considera como parte importante de seu julgamento, a opinião de toda a sua composição relacional, o que pode dificultar ou facilitar o processo de construção da imagem para a organização. A absorção de informações é dada por mais de um indivíduo, podendo tanto convencer diversas pessoas de que a empresa é qualificada e tem credibilidade, bem como é capaz de destruir uma imagem organizacional. 13 Diante deste paradigma, é necessário que o foco empresarial seja em disseminar os verdadeiros valores da instituição, isto é, convencer o público do real preceito de trabalho da empresa, trabalhar e realizar suas atividades e ações de modo que a boa imagem acompanhe o bom trabalho desenvolvido. A construção da imagem institucional depende de como a divulgação do objetivo da empresa esta sendo repassada, de modo que se construa uma dinâmica onde o trabalho desenvolvido seja repassado de forma positiva para os clientes, construindo uma boa imagem institucional para conquistar espaços e credibilidade perante o público, tendo em vista que estes procedimentos trarão lucratividade na medida em que a fidelidade se torna o princípio do lucro empresarial (IESBECK, 2007). A busca pela reputação empresarial, que é o reflexo do olhar do público pela empresa baseia-se em conquistar credibilidade, confiança e espaço para que se possa construir uma relação direta e de afinidade entre empresa-público. Mais do que a necessidade de conquistar espaço como organização, a empresa deve basear suas ações para aumentar os laços de parceria e compromisso com o seu público, provocando nesses, um sentimento de pertencimento e empatia com os ideais da empresa. Enfatizando a importância de considerar que a construção de uma reputação depende das ações que a empresa realiza, na medida em que não se pode manter uma reputação a partir de divulgações falsas, práticas não exercidas ou ideais não concretizadas, é necessário que a empresa realize suas ações de acordo com a reputação que quer alcançar. A reputação refere-se diretamente a opinião pública, que tem influência do meio, do ambiente cultural, social, econômico além das mídias, que são fatores que influenciam na construção da opinião pública e consequentemente influenciam na reputação empresarial. [...]É possível perceber que a formação da opinião pública está diretamente relacionada a um fenômeno social, sendo influenciada pelo sistema social de um país, da comunidade, da imprensa (veículos de comunicação), considerando a cultura. Portanto, não é estática, mas sim dinâmica (CRUZ, 2007, p. 13). 14 Deste modo, é necessário entender que a reputação é um importante fator para o desenvolvimento e sucesso empresarial, uma vez em que o lucro da organização depende não apenas do produto que oferece, mas também da relação que tem com o seu público (CRUZ, 2007). Podemos dizer que após uma boa reputação uma empresa consegue vender seus produtos de maneira mais fácil, uma vez que o cliente confia no trabalho realizado, isto é, os produtos têm venda a partir da imagem da organização. Iremos discutir no presente trabalho o envolvimento que o conceito de sustentabilidade trouxe na relação empresa-público e quais as mudanças que este paradigma trouxe para construção e manutenção da imagem institucional. Isto é, de que modo o marketing verde esta sendo inserido nas organizações para esta dinâmica de conquistar credibilidade e soberania perante seus públicos. Segundo Ottman (1994) o marketing verde tem dois objetivos: desenvolver produtos que equilibrem necessidades dos consumidores, tenham um preço viável e exerçam o mínimo de impacto sobre o meio ambiente; e que projetem uma imagem da empresa que inclua sensibilidade ambiental e atributos do produto e na sua trajetória, que envolvam o respeito ambiental. (IN:CORREA e RIBEIRO, 2012, p.3) O marketing verde pode ser explicado a partir da inserção de práticas ambientais nas organizações com o intuito de fazer a publicidade da marca através das preocupações com o meio ambiente. A proposta do marketing verde é acompanhar o processo de consumo considerando as problemáticas ambientais, isto é, satisfazer o cliente com o menor impacto ambiental possível. 2.3 Comunicação Digital, uma inovação necessária O relacionamento com o público se dá a partir da influência direta que este tem com as propostas empresariais, assim, a partir das novas convergências comunicacionais e do processo de desenvolvimento tecnológico e crescimento econômico, a influência do público com a organização ficou muito mais ativa, uma vez que a internet facilita e aproxima esta relação entre empresa/público. As novas práticas de comunicação facilitam o retorno da opinião do público para a empresa, 15 por exemplo, quando não tínhamos a rede web, para medir a satisfação do público era necessária uma pesquisa de campo específica e demorada. Atualmente, pode ser feito a partir das reclamações e/ou elogios via web instantaneamente (CORRÊA,2005). Devem-se considerar as tecnologias da informação como práticas necessárias para estruturação de um plano comunicacional, uma vez que pode trazer resultados positivos ou negativos para a organização. As estratégias de comunicação digital devem estar interligadas ao projeto de comunicação que pretende ter eficácia no relacionamento mútuo com o público, este relacionamento vem da convicção onde empresa e público devem se comunicar de forma direta e estrutural para manter uma relação simétrica com os públicos. Assim, é possível estreitar com maior facilidade as relações com o público que deve ser pautada pela parceria e equilíbrio de interesses. Para Rego, 2010: Nos ambientes das tecnologias da informação, do comércio eletrônico e outras formas de interação pela internet, vários sistemas de reputação são desenvolvidos como forma de pontuar a credibilidade e a confiabilidade dos mesmos, e, a confiança dos usuários e participantes. Na maioria deles, o tripé reputação, confiança e reciprocidade acontece como base neste trabalho. (RÊGO,2010,p.4). A busca em compreender as necessidades e os desejos dos públicos faz com que as empresas tenham que aprimorar e diferenciar suas estratégias organizacionais para conquistar reconhecimento da sociedade, assim, na medida em que o público esta inserido na rede é imprescindível que as empresas também estejam, de modo que a internet tem importante influência na opinião pública (RÊGO, 2010). É fato que a internet transformou aspectos econômicos e culturais e modificou a forma de se relacionar, tanto nos relacionamentos interpessoais como nos processos de estratégias organizacionais. A internet trás consigo a necessidade e direito da informação. A partir das redes, o consumidor permanece disposto a conhecer e identificar as empresas de acordo com suas preferências e ideais, além de dar oportunidade para o cliente opinar e interagir nas práticas e produtos da empresa. Podemos dizer então, que a rede web faz com que as empresas 16 empenhem-se em exercer uma comunicação bilateral, isto é, onde empresa e público se comunicam de forma direta em uma relação de troca de interesses. Na medida em que os públicos estão interagindo, opinando e participando das decisões empresarias, é fato que as empresas ficam mais expostas a críticas e elogios, sendo necessário que o setor de comunicação da organização esteja devidamente preparado para interagir com essa nova prática comunicacional capaz de transformar imagens e alavancar reputações. A comunicação digital deve estar incluída no plano estratégico da empresa, com objetivos específicos, resultados esperados e estratégias de relacionamento. Para que se tenha eficácia nesta plataforma, as estratégias realizadas na rede web devem acompanhar o plano administrativo da empresa. Uma vez em que, [...]O planejamento constitui um processo complexo e abrangente. Possui dimensões e características próprias, implica uma filosofia e políticas definidas e é direcionado por princípios gerais e específicos. Não é algo solto e isolado de contextos. (...) o planejamento não se restringe ao que fazer, de que modo e com que recursos (...) exige conhecimentos, criatividade, análises conjunturais e ambientais, além de aplicativos instrumentais técnicos. (KUNSCH,2003, p. 89) A partir de análises feitas pelo pesquisador, as empresas escolhidas neste trabalho acompanham este processo de transformação da internet, tendo redes sociais ativas que interagem com o público, bem como divulgam as práticas organizacionais via rede web. Esta interação na rede social pode significar que as empresas Banco Itaú, Sicredi e Banco do Brasil realizam estratégias de comunicação digital para aproximação do seu público. Portanto, analisar quais as ações de sustentabilidade e como o marketing verde esta sendo divulgado nesta ferramenta nos dá a possibilidade de avaliar se as práticas comunicacionais exercidas pelas empresas pesquisadas, são ou não consideradas importantes para a imagem da empresa. 17 2.4 Responsabilidade Socioambiental nas organizações As problemáticas ambientais foram popularizadas, a partir da Conferência de Estocolmo, realizada em 5 de junho de 1972, antes disso, a preocupação era apenas de ambientalistas e cientistas da área. A Conferência reuniu representantes de 113 Estados com o intuito de analisar e discutir práticas de preservação ambiental nos avanços do desenvolvimento mundial. Na Conferência foram estipulados 26 princípios que norteariam as ações de desenvolvimento com a preservação do meio ambiente, os objetivos principais destes princípios seriam: proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futuras, preservar os recursos naturais, manter a capacidade de reprodução dos recursos renováveis, e a fauna e a flora devem ser preservadas por ser patrimônio da humanidade. Foi a partir daí, que o reconhecimento das problemáticas ambientais foi difundido, podendo-se perceber que a conscientização a cerca dos problemas ambientais foi conquistada, aumentando significativamente a preocupação social com a preservação do meio ambiente. "O reconhecimento da fragilidade do planeta terra aliado à interdependência entre os problemas sociais e os recursos naturais, contribuiu para privilegiar um enfoque mundial dos problemas relativos ao meio ambiente." (ROCHA, 2011, p.61). Le prestre, (2000, p.35) ressalta: “admite-se que aumentaram, após a conferência de Estocolmo, a cooperação e a conscientização ambiental tanto nos países do Norte, como nos países periféricos.” Isto significa que a sociedade mundial tanto dos países ricos como dos países pobres passou, a partir das ultimas décadas do século XX, a legitimar os problemas ambientais ocasionados nos processos produtivos das organizações. Em outras palavras, uma organização mesmo localizada em um país periférico só conseguirá mercado para os seus produtos se tiver a sua imagem relacionada a responsabilidade social e ambiental, uma vez em que as preocupações ambientais tornaram-se popularizadas. O marco do desenvolvimento econômico no século XX foi caracterizado pelo processo de produção e consumo em massa onde a necessidade de consumir acompanhava o aumento generalizado de produção das fabricas. Na medida em que o desenvolvimento era desenfreado e necessário para os homens desta 18 década, foi iniciado práticas do conceito de ecoeficiência, onde a produção se conjuntaria com a preservação do meio. Um sistema ecoeficiente caracteriza-se por produzir mais e melhor, com menores recursos e menos resíduos. Segundo Souza, 2000: Um dos principais fatores que provocou a notória preocupação com as questões ambientais a partir da segunda metade deste século foi o advento da chamada sociedade “fordista” e dos padrões massificados de produção e de consumo que essa proporcionava. Por fordismo entende-se o processo de produção e de consumo em massa que se desenvolveu durante o século XX no mundo [...]. (SOUZA, 2000, p.48). Em suma, o conceito de ecoeficiência surge na medida em que se entende que a produção em massa não pode ser interrompida, o processo tecnológico e de desenvolvimento mundial não será detido por problemas sociais ou ambientais, pois os valores mantidos pela globalização são ligados diretamente ao lucro empresarial, “os interesses da preservação ambiental são deixados em segundo plano, quando as decisões requerem investimentos e/ou perdas financeiras” (ROCHA, 2011, p. 56). A partir dos novos paradigmas de desenvolvimento, estabelecidos mundialmente, toda a empresa deve continuar produzindo, porém, de maneira sustentável. O que seria utilizar dos recursos necessários da maneira menos degradável possível. Para as empresas se adequarem as novas mudanças, é necessário repensar sua forma de gestão, e introduzir a variável "meio ambiente" em seu planejamento. Quando bem aplicada pode reduzir custos diretos, por exemplo, pela diminuição do desperdício de matérias primas e de recursos como água e energia e reduzir custos indiretos, por exemplo, relacionados a sanções e indenizações provenientes de danos ao meio ambiente e a saúde de funcionários e da comunidade que esteja no entorno da empresa (ALVES, et al., 2013, p. 19). Assim, os aspectos ambientais passaram a servir de interesses comerciais, as empresas nortearam as suas atividades de responsabilidade ambiental para o âmbito de lucratividade organizacional, isto é, relacionaram suas preocupações entre responsabilidade e lucro, na medida em que entenderam que a divulgação das suas 19 práticas de preservação ambiental estão intimamente ligadas com a reputação empresarial, portanto interligadas a rentabilidade da organização. [...] A atual preocupação do meio empresarial com os problemas ambientais não é fruto de uma repentina consciência ambiental, que, de repente, acometeu os homens de negócio. Não, os objetivos das empresas continuam e continuarão sendo os mesmos de sempre: resultados, lucros, liderança, sobrevivência alongo prazo, ampliação de mercado, dentre outros. (SOUZA, 2000, p.423) Contudo, não podemos negar que as questões referentes ao meio ambiente, nos últimos anos, passaram também a estar ligadas a reprodução econômica (lucratividade) das organizações, pois empresas que não tem responsabilidade socioambiental, certamente terão mais dificuldades em manter suas margens de lucro. 2.5 Marketing ambiental como estratégia de valoração das organizações As organizações além de serem responsáveis pelos bens e serviços que oferecem aos públicos têm importante influência no meio em que estão inseridas, este conceito pode ser traduzido como responsabilidade social, quando a empresa tem preocupações em todos os aspectos internos e externos da organização, considerando os problemas sociais e ambientais derivados de seu potencial de trabalho, bem como se preocupa em realizar ações com base nas problemáticas da sociedade e de preservação do meio ambiente. O processo de desenvolvimento em que vivemos é responsável pela mudança nos conceitos sociais, tecnológicos e ambientais. Diante disso, todos os setores empresariais e públicos se adéquam de acordo com o paradigma de desenvolvimento mundial, na medida em que se entende que o desenvolvimento depende de ações coletivas e individuais da sociedade. Atualmente, a questão ambiental nas organizações, por exemplo, vão além das questões burocráticas de licenciamento ambiental previstos nas políticas ambientais, pois além das obrigações legais as organizações dependem da aprovação e conquista de seu 20 público alvo para garantir uma boa reputação e consequentemente fidelizar clientes e aumentar sua credibilidade diante da sociedade. A credibilidade que uma empresa adquire através da aplicação continuada de um excelente padrão de comportamento determinará sua imagem nas mentes dos públicos de modo muito mais profundo do que uma campanha de anúncios [...] (ARGENTI, 2006, p.96). Deste modo, inserir a preocupação ambiental como estratégia de valorização a marca empresarial pode ser de fato uma importante ferramenta para conquistar públicos, uma vez que as problemáticas ambientais estão cada vez mais populares e significativamente influenciadoras no processo de compra na sociedade contemporânea. Neste sentido, podemos ponderar conceitos e estratégias ligadas ao marketing verde, o professor Heinrich Füher, quando conceitua marketing verde como: Trata-se de uma ferramenta capaz de projetar e sustentar a imagem da empresa, difundindo-a com uma nova visão de mercado, destacando a sua diferenciação ecologicamente correta junto à sociedade, fornecedores, funcionários e ao mercado. (FÜHR, s/d, 2013 p.5) É importante ressaltar que a dinâmica de responsabilidade ambiental deve ir além da filantropia, isto é, uma empresa que divulga suas ações e delimita suas atividades considerando de fato as problemáticas sociais e ambientais, deve em sua produção utilizar menos recursos naturais e oferecer oportunidades na sociedade. Uma empresa com responsabilidade social, deve entender suas práticas como fundamentais no processo de produção e execução de seu trabalho, conceitos de responsabilidade socioambiental devem estar inseridos nos valores éticos e na missão empresarial, deste modo, a empresa poderá ser considerada uma empresa sustentável, o que pode melhorar sua imagem institucional e alavancar sua credibilidade junto aos stakeholders. Podemos entender responsabilidade social segundo Severo et al., (2013) : A responsabilidade Social Empresarial é a forma de gestão que se define pela relação ética e transparente da empresa com todos os públicos com os quais ela se relaciona e pelo estabelecimento de metas empresariais que impulsionam o 21 desenvolvimento sustentável da sociedade, preservando recursos ambientais e culturais para as gerações futuras, respeitando a diversidade e promovendo a redução das desigualdades sociais. (SEVERO et al.,2013, p.46 ) No mesmo sentido, entendemos por sustentabilidade neste trabalho, o processo que envolve os problemas societários de uma maneira geral, onde todas as problemáticas são analisadas e discutidas de maneira a encontrar soluções que amenizem as precariedades sociais, econômicas, ambientais e culturais. Rocha, 2011 (p. 67) ressalta: “a proteção do meio ambiente torna-se condição de permanência de um sistema econômico considerado como único que tenha a flexibilidade suficiente para responder ao mesmo tempo aos desafios sociais e ambientais”. As problemáticas ambientais mudaram diversos paradigmas culturais, econômicos e sociais e consequentemente mudaram as práticas mercadológicas do mundo atual. Neste sentido, as organizações que pretendem continuar inseridas na sociedade, devem estar adaptadas com o novo processo de mercado, considerando esta adaptação em todos os segmentos da empresa, inseridos no planejamento estratégico administrativo, econômico e comunicacional. Do mesmo modo em que a preocupação com o meio ambiente trouxe novos paradigmas e necessidades ao setor empresarial, de acordo com as novas práticas de comunicação é imprescindível que uma organização tenha como estratégia a utilização dos meios de comunicação digitais para manter uma relação simétrica com os públicos de interesse. Relação pautada pela parceria e equilíbrio de interesses. As organizações têm de se valer de serviços integrados nessa área, pautando-se por políticas e privilegiem o estabelecimento de canais de comunicação com os públicos vinculados. A abertura de fontes e transparência das ações serão fundamentais para que as organizações possam se relacionar com a sociedade e contribuir para a construção da cidadania na perspectiva da responsabilidade social. (KUNSCH, 2003, p.90) A importância do relacionamento com o público para a empresa se dá a partir da influência direta que este tem com as propostas empresariais. A partir das novas convergências comunicacionais, processo de desenvolvimento tecnológico e crescimento econômico, a influência do público com a organização ficou muito mais ativa, uma vez que a internet facilita e aproxima a relação entre empresa/público. 22 Podemos considerar a internet um importante meio de comunicação com os públicos, uma vez que pode trazer resultados positivos ou negativos para a organização. Nos ambientes das tecnologias da informação, do comércio eletrônico e outras formas de interação pela internet, vários sistemas de reputação são desenvolvidos como forma de pontuar a credibilidade e a confiabilidade dos mesmos, e, a confiança dos usuários e participantes. Na maioria deles, o tripé reputação, confiança e reciprocidade acontece como base neste trabalho. (RÊGO, 2010, p.4). Na medida em que os processos relacionais entre empresa e público estreitam-se entre confiança e credibilidade, a reputação empresarial depende de ações e princípios que fundamentem esta relação. Ressaltamos aqui as mudanças de conscientização que as problemáticas ambientais geraram na sociedade e, portanto nos consumidores, deste modo, entende-se que no mercado atual, a partir das novas práticas de negócio e de gerenciamento de imagem, é necessário que se tenha uma responsabilidade socioambiental corporativa para conquistar e fidelizar clientes. Responsabilidade socioambiental corporativa, segundo Nascimento, et al(2008, p.183): [...] Todas as ações que visem a promover a melhoria da qualidade de vida e da qualidade ambiental de forma conjunta e integrada às necessidades e expectativas humanas, como proteção ao meio ambiente, proteção social, saúde, educação, lazer, organização do trabalho, são ações que se caracterizam como transformadoras, e por isso, socialmente responsáveis. (NASCIMENTO et al., 2008.p.183) A partir das novas convergências de economia e desenvolvimento, a relação entre empresa, meio ambiente e sociedade inclui os valores éticos da organização e não apenas o setor econômico empresarial. Em síntese, não se pode mais considerar que as ações organizacionais de responsabilidade social e ambiental são apenas de valor econômico, pois a noção de responsabilidade social deve estar direcionada ao valor ético interno da organização. Ética entendida aqui como fator que impulsiona as diretrizes realizadas pela empresa, contemplando seu valor moral, 23 e de responsabilidade com a sociedade. Diante disso, as organizações que efetivamente entendem a responsabilidade socioambiental corporativa como fator fundamental para o crescimento empresarial e manutenção na imagem institucional, terão lucros diretos e indiretos com essas práticas em longo prazo. A prática de ações com base na responsabilidade socioambiental corporativa é considerada pelo mercado como uma forma inovadora de diferenciar-se das demais organizações ou de criar vantagens competitivas em mercados saturados e de concorrência sem fronteiras. (NASCIMENTO, et al,2008,p.186) Deste modo, o marketing verde e a comunicação digital são práticas que ajudaram na evolução do processo estratégico das organizações, uma vez que com suas particularidades e objetividades trouxeram novos conceitos e ações necessárias para o relacionamento com o público. A comunicação digital torna evidente a importância da relação direta entre empresa-público, enquanto o marketing verde apresenta a necessidade do pensamento, a visão e as preocupações organizacionais para serem interligadas nas mesmas conjunturas da sociedade. 2.6 A importância mercadológica das redes sociais A realidade social em que vivemos faz com que estejamos inseridos em redes de relacionamento digital. Charlene Li (2009) divide os consumidores virtuais em: criadores, críticos, colecionadores, participantes, espectadores e inativos. Podemos considerar então, que a partir dos novos modelos de convivência nenhum indivíduo é “offline”, mesmo que inativo, a pessoa pode estar inserida nas redes. Isto é, a convivência em sociedade faz com que os indivíduos estejam, de algum modo,conectados em alguma esfera digital ou midiática. Uma pessoa que não tem cadastro na rede social não pode garantir que estará ausente da rede, pois, mesmo ausente, ela pode ser citada ou veiculada a sua imagem no meio virtual. A sociedade contemporânea é uma sociedade globalizada, centrada no uso e na aplicação de informação e conhecimento. Onde a base material esta sendo alterada aceleradamente por uma revolução tecnológica, concentrada na tecnologia 24 da informação e em meio a profundas mudanças nas relações sociais, nos sistemas políticos e nos sistemas de valores. (CASTELLS, 1999, p.112) A internet modificou os aspectos socioeconômicos em que vivemos e estas mudanças não estão em condições de avaliação e/ou reprovação, de modo que suas consequências não são tangíveis. Considerando as teorias, análises e pensamentos de alguns pesquisadores a internet é uma tecnologia de ruptura que veio para ficar por pelo menos 50 a 60 anos. Deste modo, os atuais habitantes da esfera global deverão estar incluídos nesse novo preceito social para estabelecer uma vida socialmente ativa. Considerando que as empresas e as organizações dependem de relacionamentos com os públicos, entendendo que esses ocorrem a partir de necessidades de informações. As práticas comunicacionais e estratégicas de uma empresa devem necessariamente acompanhar todas as mudanças e evoluções de seus clientes assim, as instituições devem se pautar de estratégias que consideremos aspectos e condições de integração com o seu público de forma a aprimorar consecutivamente a sua aproximação com os clientes nas composições relacionais. Já que as propagandas nos meios de comunicação convencionais podem não atender os públicos de modo eficiente, uma vez que os consumidores não estão centrados em um mesmo ponto de contato. Deve-se considerar as tecnologias da informação como práticas necessárias para estruturação de um plano comunicacional, atentando para que a comunicação digital seja interligada ao projeto de comunicação que visa o relacionamento mútuo com o público. De acordo com as mudanças tecnológicas e sociais, os consumidores não buscam apenas o produto em si, buscam um relacionamento com a marca/empresa, a comunicação e o marketing atual devem moldar as suas estratégias não apenas para a realização da venda e sim para a fidelização do cliente. Nessa perspectiva, considera-se que empresa e público de interesse devemse comunicar de forma direta e estrutural para que a imagem da organização seja vista de modo atrativo pelos seus clientes. 25 Podemos considerar que na realidade atual as esferas digitais podem ser vistas como uma maneira de avaliar a satisfação do cliente com a marca/produto, na medida em que seus clientes estão utilizando estes meios para ter voz, isto é, para reclamar e/ou elogiar certo aspecto empresarial. De acordo com as mudanças do consumidor, as empresas que desejam se estabelecer no mercado de trabalho, devem planejar suas estratégias de comunicação para interagir com o cliente, considerando que as redes digitais são uma das formas eficazes para cativar os clientes em potencial. No final de 2014, dados divulgados no Jornal Zero Hora do dia 28 de dezembro de 2014, consta que o Brasil é um dos países que possui o maior número de internautas do planeta, sendo que mais de 60% dos internautas ficam conectados as redes sociais por 24 horas. Neste contexto, a análise das publicações no facebook torna-se um importante instrumento de estratégias de marketing de qualquer organização. 3 INSTRUMENTOS DE INVESTIGAÇÃO A metodologia aplicada neste estudo, refere-se a maneira como iremos analisar as discussões propostas. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica e de cunho qualitativo, pois os critérios considerados referem-se a aspectos como: a percepção do pesquisador é instrumento fundamental para as análises deste gênero, o caráter descritivo das observações assume papel importante, e principalmente o enfoque indutivo e o significado que os aspectos avaliados possuem para a área em estudo, que no caso deste trabalho, trata-se da imagem institucional de organizações financeiras, aspecto importantíssimo para os profissionais de Relações Públicas (NEVES,1996). Também foi utilizada a metodologia estudo de caso, uma vez em que cada postagem foi analisada separadamente. O estudo de caso se caracteriza pela atenção a casos específicos de um estudo em âmbito geral. Isto é, estudos delimitados e específicos de um ambiente maior/ geral. Deste modo, a pesquisa aqui apresentada é caracterizada nesta metodologia se considerarmos que o estudo maior é a análise dos bancos e o estudo específico são as postagens analisadas. O 26 estudo de caso tem alguns segmentos que norteiam a investigação, podemos considerar neste trabalho que o estudo de caso utilizado foi o coletivo, uma vez em que esta particularidade é entendida “quando estende o estudo a outros casos instrumentais conexos com o objetivo de ampliar a compreensão ou a teorização sobre um conjunto ainda maior de casos.” (VENTURA,2007) Assim, a análise individual das postagens especificas pretende compreender em um contexto geral a participação do público com a questão ambiental, bem como, a importância das problemáticas ambientais nas estratégias de comunicação organizacional, isto é, um estudo de caso especifico (postagens) para analisar características com uma dimensão de maior amplitude (importância da sustentabilidade nas organizações). Procura-se compreender como a imagem institucional das publicações na rede social Facebook das instituições financeiras: Banco Itaú, Banco do Brasil e Sicredi são direcionadas a assuntos ambientais e como o público alvo considera estas publicações. O referencial bibliográfico subsidiou o construto teórico, levando em conta as análises qualitativas das páginas analisadas. Foram escolhidos três empresas do ramo financeiro, uma governamental nacional, uma privada nacional e uma cooperativa de crédito regional, são elas respectivamente: Banco do Brasil, Banco Itaú e Sicredie. Essas empresas foram escolhidas de forma a analisar qual a influência da comunicação web para cada tipo de empresa do mesmo ramo, mas com público alvo diferente. A coleta das informações foi feita via rede social de cada organização, tendo como base suas publicações dos últimos 06 meses, na página do Facebook de cada empresa.Foram observadas o total das postagens, e analisadas aos que se referiam a questões de sustentabilidade,meio ambiente, marketing verde entre outras. Das postagens referentes a questão ambiental, dividiu-se as relacionadas as ações efetivas da organização, das que eram notícias ou curiosidades. Aqui, baseando no referencial teórico, tem-se a concepção de que o facebook é atualmente uma das melhores ferramentas de divulgação das ações das organizações, uma vez em que com ela o público tem participação ativa nas 27 publicações, auxiliando para uma comunicação bilateral onde a empresa e o público se comunicam mutuamente (SILVA e SILVA,2013 ) . A análise observará esta ferramenta como principal meio de divulgação das instituições escolhidas, pois considera-se que estas instituições possuem um direcionamento da comunicação para o ambiente virtual, pois, supostamente, são empresas que acompanharam o processo de desenvolvimento da internet. A análise qualitativa foi feita da seguinte maneira: foram separadas as publicações mensais juntamente com o conteúdo de cada publicação, estas foram divididas em ações e noticias e/ou curiosidades. Nas relacionadas as ações as análises foram da quantidade de "curtidas", "compartilhamentos" e "comentários", as curtidas darão base a importância que o público dá para essas postagens, os compartilhamentos darão credibilidade da postagem e os comentários permitirão uma discussão se o contexto da noticia foi bem interpretado pelo público alvo,ou se houve uma dispersão para assuntos sem o contexto adequado da publicação. A partir das postagens públicas do facebook, analisou-se a importância que o público dá as divulgações relacionadas as estratégias de responsabilidade socioambiental das organizações pesquisadas. 28 4 ANÁLISE E DISCUSSÕES DOS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO Neste tópico, em um primeiro momento, serão analisadas individualmente as publicações das páginas das instituições escolhidas. Após, se fará um tópico final que procurará relacionar as postagens de cada instituição, fazendo uma análise comparativa entre elas. As páginas foram analisadas no período de 6 meses, de julho de 2014 ao dia 27 de dezembro do mesmo ano. No anexo constam os “Print” das ações relacionadas ao tema (sustentabilidade) que constam nas páginas das organizações pesquisadas. Os bancos escolhidos para esta análise foram apontados pela concepção do pesquisador que identificou nestas organizações, direcionamento de suas estratégias para a imagem institucional, a partir das propagandas divulgadas nos meios de comunicação convencionais (televisão, rádio, jornais, etc.). Segundo essas percepções os bancos analisados, supostamente, tem um plano de comunicação voltado para a construção da reputação empresarial, ainda referente a este diagnóstico os bancos exercem uma politica de relacionamento virtual com o público inseridos nas redes sociais, em especial, o Facebook. A proposta é analisar qual o direcionamento das estratégias comunicacionais no ambiente digital, tendo como foco de pesquisa a construção da imagem institucional e a manutenção da reputação empresarial, considerando que as preocupações de responsabilidade socioambiental estão cada vez mais presentes no dia-a-dia da sociedade. Foram analisadas as postagens referentes ao tema sustentabilidade/responsabilidade socioambiental, com o intuito de identificar se esta questão é base nas estratégias de imagem destas organizações ou se não passa de um tema pouco significativo. 4.1 Banco Sicredi Sicredi é uma cooperativa de crédito que existe desde 1902, esta instituição é referência internacional pela atuação em sistema. O sistema cooperativo trabalha em conjunto de acionistas, confederação, fundação , banco cooperativo e empresas controladas, estas entidades desenvolvem o trabalho em conjuto e formam a 29 cooperativa Sicredi. A instituição tem mais de 2,9 milhões de associados e em média 100 cooperativas de crédito filiadas. O slogan da empresa diz: “feito por pessoas e para pessoas”, assim o Sicredi valoriza a participação dos associados, que podem votar e decidir sobre os rumos da sua cooperativa de crédito. A página do Facebook da Sicredi existe deste 10 de julho de 2010 , na sua página de fundação constam informações que variam entre assuntos referentes a dados relativos da instituição como: pontos de atendimento, informações sobre contatos, linhas de crédito, captação de recursos, eventos, especificação dos serviços oferecidos pela organização, entre outros. No período da análise constatouse que a página tinha em torno de 140 mil curtidas. A Sicredi, a partir do ano de 2014 adotou uma política que permite aos clientes participarem das publicações e ações desenvolvidas pela empresa, isto é, a Sicredi oportuniza aos clientes que escolham quais os assuntos de interesse para suas publicações, esta plataforma denominada "Touch Play" tem um ícone exclusivo para o assunto sustentabilidade. Assim, as notícias publicadas no Facebook referentes à sustentabilidade e ou responsabilidade socioambiental, supostamente estão interligadas com as escolhas dos clientes através do portal Touch. Da análise realizada constatou-se que de junho a dezembro de 2014, a página teve 66 postagens, sendo que 6 relacionavam-se a questão ambiental, isto equivale a 9% das postagens. Destas postagens, 4 eram notícias e informativos referentes ao tema meio ambiente e apenas 2 referiam-se a ações socioambientais desenvolvidas pela empresa. Nas notícias observou-se que não existia um vínculo direto com as atividades da organização, tratava-se de informativos ou curiosidades ecológicas. Das postagens relativas às ações, verificou-se que no dia 20 de novembro a postagem tratava de apresentar as iniciativas de ecoeficiência da organização, enfatizando a coleta seletiva de lixo. Esta publicação teve 61 curtidas e não possui nenhum comentário sobre o referente tema ( Anexo 1 ). Já no dia 17 de novembro a postagem referia-se as ações do Centro Administrativo da Sicredi (CAS) de Porto Alegre, mostrando a preocupação com seus principais pontos de impactos ambientais do CAS. Nesta postagem os temas referiam-se a: coleta seletiva de lixo, compostagem de resíduos orgânicos, iluminação LED e reaproveitamento da água 30 da chuva. Nesta havia 137 curtidas e 15 compartilhamentos e nenhum comentário (Anexo 2). Da análise das notícias divulgadas na página do Facebook da Sicredi, constatou-se: a) a notícia vinculada no dia 11 de julho, teve 30 curtidas e 2 compartilhamentos e referia-se a transformação de garrafas pet em novos objetos, relatando uma campanha da empresa Coca-Cola no Vietnã. A campanha denominada "2nd Lives" distribuiu 40 mil tampas criadas neste país, tendo como objetivo a redução do impacto ambiental do lixo plástico (Anexo 3 ); b) a notícia vinculada no dia 19 de agosto referia-se aos "parklets" que são espaços verdes temporários nas zonas urbanas. Esses parques são feitos de madeira, e a ideia nasceu em São Francisco na Califórnia e tem como objetivo tornar aprazível lugares movimentados das grandes cidades. Em São Paulo está sendo desenvolvido pela ONG Mobilidade Verde. Esta notícia teve 41 curtidas, 1 compartilhamento e 1 comentário, este tratava-se de uma reclamação sem contexto nenhum com a noticia vinculada (reclamação de um ex-funcionário) (Anexo 4); c ) A notícia do dia 26 de agosto referia-se ao projeto desenvolvido pelo governo da Índia que plantou 2 bilhões de árvores e gerou 300 mil empregos para jovens, este projeto arborizou 100km em rodovias nacionais em 2010. Esta postagem teve 91 curtidas, 3 compartilhamentos e 1 comentário idêntico ao do dia 19 de agosto (Anexo 5 ); d) Na notícia vinculada no dia 2 de outubro o relato referia-se ao portal colaborativo que iria catalogar as espécies da Floresta Amazônica, a partir da participação de pessoas que são convidadas a coletar dados e monitorarem as condições de uma única planta ou árvore na Amazônia por um determinado período (Anexo 6 ). Considerando relativamente ao número de seguidores que curtem a página da organização, as publicações referentes ao tema sustentabilidade não tiveram repercussão significativa para os clientes. 4.2 Banco do Brasil O Banco do Brasil é o banco pioneiro a operar no País e atualmente é a maior instituição financeira brasileira. É uma empresa que tem a marca consolidada na sociedade pois participou ativamente da história e da cultura brasileira com mais 31 de 200 anos de existência. O banco tem em média 109 mil funcionários, 18 mil pontos de atendimento e 39786369 clientes. A página no Facebook do Banco do Brasil foi criada em 2010, segundo especificações da página. Esta foi fundada com o objetivo de criar um espaço para fortalecer o relacionamento da instituição com seus públicos. A página tem aproximadamente um milhão e oitocentos mil curtidas de julho a dezembro de 2014, neste período a página teve 56 postagens, destas apenas uma se tratava do tema sustentabilidade/responsabilidades socioambiental. Esta publicação é do dia 5 de dezembro de 2014, onde o Banco do Brasil instiga seus clientes a participarem no dia internacional do voluntário, através de um gesto simples como compartilhar um card no seu Facebook. Com esta ação, o Banco do Brasil se propõe a plantar uma árvore por card compartilhado. Segundo informações do site, esta ação gerou o plantio de 10 mil mudas. No Facebook a postagem teve aproximadamente 5000 curtidas, 1169 compartilhamentos e diversos comentários (os administradores da página divulgam apenas os principais), destes, muitos não se referiam à ação (Anexo 7) Na medida em que a ação repercutiu em média de 10 mil pessoas, pode-se considerar que foi uma ação socioambiental significativa do Banco do Brasil, porém, não há maiores divulgações desta proposta na página do Facebook, isto é, os interessados em saber dos resultados devem acessar a outra plataforma da empresa na web, o site (www.bb.com.br) para maiores informações. Na página do Facebook há apenas um convite para participar da atividade. Pode-se concluir que mesmo realizando uma atividade expressiva de preocupação com o meio ambiente , a empresa não enfatizou isso na rede social analisada, podendo-se concluir que esta prática não é uma estratégia exclusiva para a imagem institucional na web 2.0, ou que a organização não possuí um mecanismo de avaliação da divulgação das suas ações relacionadas a imagem institucional digital. 32 4.3 Banco Itaú O banco Itaú foi fundado em São Paulo em 1945. Tem como slogan: “feito para você”, com 4,1 mil agências e aproximadamente 12,5 milhões de clientes é reconhecido como maior banco da América Latina e do hemisfério Sul. A página do Banco Itaú no Facebook existe desde 2011 e possui aproximadamente 7 milhões e 500 mil curtidas. O Banco Itáu tem como proposta desta página ouvir o seu cliente a partir de um canal de comunicação bilateral. De julho a dezembro de 2014 a página teve 42 publicações, sendo que destas apenas duas eram relacionadas a questões socioambientais. As duas se relacionam sobre a mesma ação desenvolvida pela empresa que fazem parte da campanha "#isso muda o mundo"1, basicamente nestas publicações a proposta é utilizar a bicicleta como meio de transporte para a preservação do meio ambiente. As duas publicações tiveram número significativo de curtidas, a do dia 26 de dezembro com aproximadamente 29 mil curtidas, 186 comentários e 310 compartilhamentos. (Anexo 8 ). Nesta, os comentários variam de assunto, porém a maioria não tem relação com a publicação. Já na publicação do dia 16 de setembro a organização divulgou um "álbum", relatando as experiências de usuários na campanha das denominadas "Laranjinhas" (bicicletas que o Banco Itaú disponibiliza para uso público nas principais cidades do Brasil ). Este álbum teve aproximadamente 16mil curtidas, 244 comentários e 362 compartilhamentos (Anexo 9 ) . Destes comentários a maioria estava relacionada com a causa, isto é, os comentários acompanhavam o mesmo assunto da postagem. A partir dos dados coletados, considerou-se que o Banco Itaú não tem muitas publicações sobre o tema abordado, porém as poucas publicações tem número expressivo de repercussão. Mesmo que a empresa desenvolva outras práticas socioambientais, o foco para divulgação é direcionado para o projeto de incentivo das bicicletas públicas nas grandes cidades, que auxiliam no para a preservação 1 Esta campanha refere-se a proposta geral de marketing do Banco Itaú, onde divulga ações de cidadania, que se propõe a estimular atitudes da sociedade com propostas referente a cultura, meio ambiente e voluntariado. 33 ambiental e incentivam práticas saudáveis (responsabilidade socioambiental e ecodesenvolvimento). É possível perceber que a empresa já tem reconhecimento do público por esta atividade. Isto é, o banco Itaú direcionou sua estratégia de imagem sustentável para uma ação específica, focando nesta proposta para divulgar a marca e ao mesmo tempo divulgar sua preocupação com o meio ambiente. 4.4 Análise comparativa das publicações das instituições pesquisadas Neste tópico procura-se fazer uma análise comparativa das postagens das três instituições financeiras escolhidas, considerando que cada uma delas possuí uma estratégia diferente de valorização da imagem institucional. O Banco Itaú, por exemplo, passou nos últimos anos e divulgar uma imagem ligada a preservação ambiental, aliada a responsabilidade socioambiental, através da campanha #isso muda o mundo, que já é reconhecida nacionalmente. O Banco do Brasil, apesar de uma organização estatal, procura cativar seus clientes, ligando a sua imagem com uma imagem com iniciativas sustentáveis. A Sicredi, como uma instituição que atua regionalmente, aparentemente, não possui uma campanha de divulgação nacional, daí talvez a pouca repercussão de suas ações, comparativamente as outras instituições analisadas. Verificou-se que a Sicredi possui uma ação denominada "Álbum", nesta a empresa mostra ações relacionadas basicamente com coleta seletiva, uso racional de energia e acondicionamento de resíduos. Isto se caracteriza como ações de educação ambiental, podemos dizer que mesmo realizando estas atividades a organização não dá ênfase na divulgação destas ações, pois há poucas curtidas e não há nenhum comentário. Supõe-se que isso se deve também as poucas publicações sobre as ações na página. Mesmo que a empresa estimule seus clientes a sugerirem assuntos para sua página no Facebook através do portal "Touch", notou-se poucas noticiais e ou divulgações de ações relacionadas ao tema sustentabilidade. Isto é, há uma 34 demanda sobre assuntos do meio ambiente, porém são poucos os clientes que participam das postagens no Facebook. O Banco do Brasil postou apenas uma ação no período analisado, porém, das três instituições analisadas foi a que objetivamente divulgou uma ação realizada, com proposta de plantio de árvores, que segundo divulgado se efetivou na prática. Já o Banco Itaú se ateve a divulgar a ação por meio da participação dos clientes na campanha " # isso muda o mundo." Esta ação, de todas as analisadas foi a que mais repercutiu, tanto pelo número de curtidas, como pelos comentários pertinentes ao projeto. Tendo em vista que o projeto " isto muda o mundo" faz parte da divulgação geral da empresa, onde é divulgado em todas as esferas midiáticas utilizadas pelo banco, considera-se que é uma ação não especifica de meio ambiente mas que pode ser relacionada ao tema. Isto é, a ação faz parte de um plano geral da organização e não apenas de uma estratégia de divulgação digital. Na análise do número de postagens verificou-se que a Sicredi teve 66 postagens sendo que destas 6 relacionavam-se a causa ambiental, o Banco do Brasil das 56 postagens apenas uma referia-se a causa ambiental e o Banco Itaú das 42 postagens , 2 referiam-se ao meio ambiente. Considera-se que nenhuma organização analisada tem foco na responsabilidade socioambiental para divulgação da imagem institucional na rede web, pode-se afirmar, ainda que este assunto não tem repercussão significativa para a imagem das organizações analisadas. Em relação à análise da participação dos internautas nas publicações analisadas, pode-se perceber que o tema sustentabilidade ainda é de pouco interesse pelo público. Apenas no projeto "#isso muda o mundo" do Banco Itaú, pode-se perceber uma maior participação por parte dos clientes. A partir da quantidade de curtidas e comentários pode-se afirmar que a postagem dos Bancos Nacionais repercutem mais, uma vez em que a participação e número de clientes é maior já que abrange todas as regiões do país, o número de curtidas esta ligado ao número de clientes participativos na rede. Pode-se perceber, pelas postagens no Facebook, que as organizações analisadas não se utilizam das redes sociais para divulgar ações relacionadas à 35 valorização e preservação ambiental, ou porque percebem que não é um assunto de interesse do público, ou simplesmente porque não desenvolvem ações neste tema. 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS Visamos, ao longo deste estudo, compreender como a sustentabilidade ambiental, enquanto promotora do processo de construção e manutenção da imagem institucional das instituições financeiras possuem ou não relevância, tendo como referência a página do Facebook do Banco Itaú, Sicredi e Banco do Brasil. Os resultados da investigação demonstram que as estratégias de divulgação relacionadas à responsabilidade socioambiental das empresas pesquisadas no ambiente digital Facebook, ainda possuem pouca repercussão. Mesmo 36 considerando que as redes sociais são hoje um dos principais mecanismos de relacionamento entre as organizações e seu público alvo, estas instituições financeiras optam por divulgar outros assuntos nas suas páginas de relacionamento, isto é, a sustentabilidade não é um foco para divulgação da imagem institucional. A maioria das publicações referiam-se especificamente ao negócio da organização, como serviços e ofertas de seus produtos. Deste modo, as ações socioambientais continuam sendo apenas aspectos de interesse pouco significativo tanto para empresas como para o público. Acredita-se que o século XXI será a era do desenvolvimento sustentável e que o mundo digital estará cada vez mais presente nas relações entre consumidor e organizações, portanto é necessário que todas as empresas dos mais diferentes setores passem a utilizar as redes sociais como mecanismo efetivo de divulgação de seus produtos e serviços e, especialmente, suas ações socioambientais. Não se pode mais desvincular os negócios de uma organização com a sua responsabilidade socioambiental, nisto as redes sociais serão aliadas importantes nas estratégias de relacionamento. É fato que o marketing verde tem influência na construção das estratégias comunicacionais, na medida em que as três empresas analisadas apresentam alguma ação ou atividade relacionada ao meio ambiente, porém o foco para a divulgação da imagem institucional não é direcionado para este tema. Consideramos que as estratégias comunicacionais nas redes digitais estão relacionadas a diferentes assuntos e segmentos. Isso significa que mesmo que as empresas exerçam ações socioambientais, estas dinâmicas não são vistas como estratégia principal para a construção da reputação. Conclui-se que algumas ações são divulgadas para conhecimento geral e principalmente para saciar as exigências de alguns clientes que já tem preocupações particulares no assunto. Em um aspecto geral, pôde-se concluir que o público não é influenciado de forma expressiva pelos assuntos referentes as questões ambientais uma vez em que as poucas postagens não tem repercussão, bem como as empresas não valorizam suas ações socioambientais a ponto de considerar esta prática uma estratégia para a divulgação da imagem organizacional. 37 38 6 REFERÊNCIAS ALVES, R; SENNA, A.J.; MARTINS, C.;ALVES, E.B.B.M. Responsabilidade Social e Ambiental de Pessoas, Empresas e Governos. In.: ALVES, R.R.; SENNA, A.J.; CERQUEIRA-ADÃO, S.A.R. Abordagens organizacionais contemporâneas. Jundia-SP: paco editorial, 2013; p. 09-41. ARGENTI, Paul A. 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Revista SoCERJ, v. 20, n. 5, p. 383-386, 2007. 40 Anexos Anexo 1 Sicredi : print script da postagem do dia 20 de novembro de 2014 41 ANEXO 2 Sicredi : print script da postagem do dia 17 de novembro de 2014. 42 ANEXO 3 Sicredi : print script da postagem do dia 11 de julho de 2014. ANEXO 4 Sicredi : print script da postagem do dia 19 de agosto de 2014. 43 ANEXO 5 Sicredi : print script da postagem do dia 25 de agosto de 2014. 44 ANEXO 6 Sicredi : print script da postagem do dia 2 de outubro de 2014. 45 ANEXO 7 Banco do Brasil: print script da postagem do dia 5 de dezembro de 2014. 46 ANEXO 8 Banco Itaú : print script da postagem do dia 26 de dezembro de 2014 47 ANEXO 9 Itaú : print script da postagem do dia 16 de setembro de 2014.