Núcleo de Aquariofilia Visita aos Bastidores do Oceanário de

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Clube Millennium bcp – Núcleo de Aquariofilia
Visita aos Bastidores do Oceanário de Lisboa
Visita aos Bastidores do Oceanário de Lisboa
No passado dia 27 de setembro, o Núcleo de Aquariofilia do Clube Millennium bcp levou 100 associados a conhecer
zonas normalmente interditas ao público através de uma visita guiada aos Bastidores do Oceanário de Lisboa.
Um dos maiores aquários públicos do
Mundo contém cerca de 7.500.000 litros
de água divididos por mais de 30 aquários
e 8.000 organismos (entre animais e
plantas) de 500 espécies diferentes.
O Edifício dos Oceanos foi projetado por
uma equipa da Cambridge Seven Associates, liderada pelo arquiteto americano Peter Chermayeff, e construído pela
Engil, em colaboração com várias empresas especializadas em diversas áreas.
O Edifício do Mar, recentemente inaugurado (abril de 2011), desenvolvido pelo consórcio Coutant Aquariums – da
autoria do arquiteto Pedro Campos Costa, veio alargar a oferta do Oceanário de Lisboa com um novo conjunto de
serviços que reforçam o papel do equipamento na promoção do conhecimento dos oceanos. Revestido por uma fachada
de "escamas" materializada por peças de cerâmica em três tons de branco, conferindo-lhe um aspeto orgânico e inovador.
O grupo começou por ser dividido por forma a poder circular em segurança nas zonas mais estreitas dos bastidores.
Enquanto um grupo iniciou a visita à exposição temporária “Tartarugas
marinhas. A viagem", espaço expositivo que convida os visitantes a
conhecerem a história única de vida das tartarugas marinhas. Aliando as
características destes répteis marinhos à conceção de uma experiência de
viagem inédita para o público, a exposição inova com um aquário de design
raro. A visita ao longo de 45 janelas estrategicamente posicionadas, estimula a
descoberta dos ecossistemas dos quais as tartarugas dependem, proporciona
uma experiência única e inesquecível.
Curiosidades sobre a exposição:
• Até ao momento já recebeu 2.000.000 de visitantes entre os quais 340.000 crianças;
• Desde a sua abertura, a exposição acolheu sete tartarugas marinhas, da espécie
Caretta caretta, oriundas de três centros de reabilitação;
• A “Crioula”, uma das tartarugas estrela, foi resgatada quando estava a ser vendida no
aeroporto de Cabo Verde;
• Três das tartarugas originais reuniram as condições físicas necessárias à sua
sobrevivência no habitat natural e foram reintroduzidas no oceano;
• Neste momento “Aurélia”, “Crioula”, “Quico” e “Lolita”, são as “estrelas” que, no
fim da exposição, serão igualmente reintroduzidas no oceano.
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Outro grupo iniciou a visita guiada pela exposição permanente numa verdadeira exaltação dos sentidos.
O aquário central representa o Oceano Global, vivem mais de 100 espécies, encontra-se dividido nos 4 oceanos:
Atlântico Norte, Antártico, Pacífico Temperado e Índico Tropical.
Após passagem pelo Antártico, “terra” dos pinguins chegamos ao pacífico temperado onde o casal de lontras marinhas,
"Eusébio" e a "Amália" provenientes do Alasca, foram apresentados ao público durante a Expo '98, progenitores de
várias crias, contribuíram desta forma para a conservação e continuidade da sua espécie. Amália foi vista por mais de 17
milhões de pessoas e foi “embaixadora da sua espécie e da conservação dos oceanos”.
Duas das crias do casal, as fêmeas Maré (a primogénita) e Micas, com 15 e 12
anos, respetivamente, continuam no Oceanário, aonde regressaram em 2010,
depois de uma temporada no Jardim Zoológico de Roterdão, na Holanda, no
âmbito de um programa de conservação chamado breeding loan. Este
programa visa garantir a existência de uma população geneticamente saudável
da espécie em cativeiro.
A lontra-marinha (Enhydra lutris). Mamífero marinho, o único observado no oceanário. Para se manter seca e protegida
do frio, o seu pelo contêm duas camadas densas de bolhas de ar entre as fibras oleosas (sendo o ar um dos melhores
isoladores térmicos, é quase impossível a lontra-marinha ter frio). Outra das razões pela qual este ser consegue manter a
sua temperatura interna é o facto de comer todos os dias, o equivalente a 30% do seu peso. As lontras são políginas – um
macho dispõe de várias fêmeas – apesar de existir relações de casais durante alguns dias quando a fêmea está no estado
de estro (sexualmente recetiva). O período de gestação destes seres pode variar entre os 4 e os 12 meses.
Como curiosidade: A lontra-marinha é considerada um dos mamíferos aquáticos mais inteligentes, pois recorre ao uso de
ferramentas, como pedras, para se alimentar.
Como exemplo da sua inteligência, uma das lontras, ao verificar que o pessoal da limpeza efetuava diariamente vários
movimentos no vidro, começou a pegar nas pedras do fundo do aquário e a esfregar no vidro, resultado o vidro do tanque
está bastante riscado.
No tanque central, pode-se observar um peixe á superfície da
água: o peixe-lua (Mola mola). Têm o corpo mais alto do que
comprido, sem barbatana caudal e com as barbatanas dorsal e
anal muito desenvolvidas. É o maior peixe ósseo, podendo
chegar a pesar 1500 kg. As fêmeas produzem até 300 milhões
de ovos de cada vez (ser ovíparo), que são libertados para a
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água e fecundados pelo macho, logo a fecundação é externa. As larvas passam por três estágios de desenvolvimento em
que o peixe perde a barbatana caudal e ganha uma série de espinhos notáveis. Devido à sua natureza delicada e aos
movimentos lentos, estes peixes são facilmente capturados por redes à deriva e por outros métodos de pesca. Como
consequência as populações poderão estar em declínio, apesar de algumas partes do seu corpo poderem ser tóxicas.
O tubarão-touro (Carcharias taurus) é um ser peculiar, pois já antes
de nascer tem de lutar pela vida, pois estão sujeitos à seleção
natural. O embrião mais forte e rápido de cada um dos dois úteros
da fêmea alimenta-se dos seus irmãos, durante nove meses. Após
esse período, nasce duas crias já com 1 metro de comprimento.
Estes seres são ovovivíparos, pois para além de estarem dentro da
fêmea, estão também dentro de um ovo.
A manta (Manta birostris), dentro dos peixes cartilagíneos. Pode atingir os 8 metros e frequenta águas temperadas e
tropicais de todos os oceanos e pode descer até aos 30 metros.
No mar do Atlântico, o Bacalhau é o nome comum para as espécies do género Gadus, pertencente à família Gadidae. O
bacalhau observado no Oceanário é o bacalhau-do-Atlântico, de nome científico Gadus morhua. Na natureza chega a
atingir cerca de 2 metros de comprimento. É ovíparo e vive em águas fundas, por volta dos 200 metros, organizados em
enormes cardumes. Estes espalham-se ao nascer e ao pôr-do-sol para se alimentarem. Na época de acasalamento, os
machos exibem as suas barbatanas e roncam, de modo a seduzir a fêmea, para poder fertilizar os seus ovos.
No Oceano Indico, os peixes-palhaço e as suas anémonas vivem em harmonia. Para o peixe, os tentáculos urticantes da
anémona tornaram-se inofensivos. Os tentáculos das anémonas são uma barreira segura,
onde o peixe-palhaço se esconde dos predadores. Diante
de um potencial predador, curiosamente, o peixepalhaço sai da anémona e enfrenta-os! Deste modo tenta
atrair o predador e incentiva a sua a perseguição em
direção aos tentáculos da anémona.
Outro ser também muito peculiar é o dragão-marinho-comum (Phycodurus taeniolatus),
que mede entre 11 a 25 centímetros. Existe, somente, nos mares do sul da Austrália. Nada
de forma ondulante em águas superficiais, junto a algas, pois o seu corpo assemelha-se a
uma, com numerosos e ramificados apêndices em forma de folhas. É um mestre de
camuflagem, característica que lhe permite preparar uma emboscada: permanece quieto até
que uma presa se aproxime e, de súbito, com um movimento rápido de cabeça, suga-a.
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Por fim, a visita mais aguardada foi a dos bastidores do Oceanário (área normalmente vedada ao público). Saber para que
serve o permutador de calor, a torre de ozono ou as biobolas. Conhecer o dia-a-dia de um aquarista e entrar nas rotinas de
um grande aquário. Permitiu aos mais pequenos obter as respostas a questões como: O que é que acontece por detrás dos
aquários?; De onde vem toda a água salgada do Oceanário?; Por onde é que os mergulhadores têm acesso às profundezas
do tanque central?; Como é que aquaristas e biólogos mantêm saudáveis os
mais de 8 mil organismos marinhos que habitam o Oceanário?
Após entrar num elevador descemos
ao piso térreo e visitamos a sala que
fica por baixo dos tanques, local onde
são feitas as filtragens, a bombagem e
a adição de sal na água pois a água deste oceanário é toda fabricada artificialmente
com sal importado do mar vermelho, em sacos de 1000 kg.
Depois subimos ao topo do tanque central onde é feita
alimentação de todos os peixes. Cada espécie é alimentada
individualmente com uma dieta específica de modo a que não
tenham vontade de se comerem uns aos outros.
Se a manta come 3,5 kg de camarinha todos os dias e as
garoupas, barracudas e xaréus 30 kg de peixes, crustáceos e
moluscos três vezes por semana - os tubarões, ao contrário do que se possa pensar, comem pouco: 7,5kg de peixe, duas
vezes por semana, é suficiente para os manter alimentados, os peixes do Índico não comem mais que um bocadinho de
peixe. E convém que esteja bem cortado.
Por fim os mais pequenos ficaram a visitar exposição “A Casa do Vasco”.
Localizada na 4ª galeria multimédia do edifício permanente, esta exposição foi
criada para o público infantil e famílias. O seu conteúdo remete para uma casa
simples mas exemplar na utilização dos recursos ambientais: produção e
consumo de alimento, água, utilização do território e energia. Esta exposição
concretiza a missão do Oceanário, promovendo a alteração de comportamentos
junto dos seus públicos-alvo.
Na conceção e desenvolvimento desta exposição foram incluídos componentes interativos, numa abordagem pioneira no
contexto do Oceanário de Lisboa.
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É uma visita que seduz. A cada janela, a cada habitat a cada tanque apetece sempre ver mais e mais.
É uma visita que relaxa. Apetece descansar frente àquele mundo silencioso e misterioso e mergulhar naquelas águas
recheadas de vida marinha.
É uma autêntica viagem ao fundo dos oceanos, com peixes maravilhosos, imagens radiosas.
OS NÚMEROS DO OCEANÁRIO:
 Mais de 8 000 animais e plantas;
 Cerca de 500 espécies diferentes;
 550 kg de comida/semana;
 7, 5 milhões de litros de água salgada, divididos por mais de 30 aquários;
 5 Milhões de litros de água só no aquário central;
 360 000 litros de água salgada produzida/mês, utilizando 20 toneladas de sal;
 Mais de 200 análises à qualidade da água/dia;
 Capacidade para receber 1 500 visitantes/hora;
 3 000 Visitantes/dia (média);
 1 000 000 Visitantes/ano (média);
 70% são turistas;
 Mais de 18 milhões pessoas visitaram o Oceanário desde a inauguração, em 1998;
 29 Biólogos e aquaristas responsáveis pelos animais e plantas;
 15 Técnicos e engenheiros responsáveis pelos equipamentos e sistemas;
 Até 100 prestadores de serviços (depende das épocas), entre monitores, limpeza, segurança ou
assistentes, indispensáveis para a operação diária do oceanário.
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