EXERCÍCIOS SOBRE AS GRANDES NAVEGAÇÕES TESTANDO SUA ATENÇÃO À AULA Perguntas. 1. O que são especiarias orientais? Para que servem? 2. Por que as especiarias eram tão caras? 3. Cite 3 perigos imaginários que os marinheiros tiveram que enfrentar na época das Grandes Navegações. 4. Cite 3 perigos reais que os marinheiros das Grandes Navegações enfrentaram. Respostas possíveis. A. Monstros marinhos, pedras que furavam os cascos dos navios e piratas. B. Tsunamis, doenças e o abismo do fim do mundo. C. Fome, tempestades e nações hostis. D. Cravo, canela, pimenta-do-reino entre outros temperos, eram usados para tornar a carne saborosa e conservá-la por um período de tempo maior. E. O abismo do fim do mundo, monstros marinhos e águas ferventes. F. Porque são raras e encontradas apenas em algumas minas. G. Ouro, prata e pedras preciosas, eram importantes para enriquecer os países. H. Porque vinham de muito longe, atravessavam o deserto e o mar e passavam por vários comerciantes antes de chegar ao consumidor final. Perguntas 5. Quem foi o primeiro navegador a dobrar o Cabo das Tormentas? 6. Quem foi o primeiro navegador a chegar à Índia? 7. Quem foi o primeiro navegador a chegar à América? 8. Onde o navegador da questão 7 pensou que estava? 9. Quem foi o português que tomou posse do Brasil em nome do rei de Portugal? 10. Quem foi o primeiro navegador a dar uma volta ao mundo? 11. O que dizia o Tratado da Bula Inter Coetera? 12. O que dizia o Tratado de Tordesilhas? Respostas possíveis A. Pedro Álvares de Cabral. B. Japão. C. Traça-se uma linha imaginária a 370 léguas da ilha de Cabo Verde, as terras a serem descobertas a oeste desta linha pertencerão à Espanha e as leste pertencerão à Portugal. D. Duarte Pereira. E. Cristiano Ronaldo. F. Traça-se uma linha imaginária a 370 léguas da ilha de Cabo Verde, as terras a serem descobertas a leste desta linha pertencerão à Espanha e as oeste pertencerão à Portugal. G. Vasco da Gama. H. Traça-se uma linha imaginária a 100 léguas da ilha de Cabo Verde, as terras a serem descobertas a oeste desta linha pertencerão à Espanha e as leste pertencerão à Portugal. I. Sebastião Elcano. J. Cristovam Colombo. K. Dom Pedro I. L. Caribe. M. Américo Vespúcio. N. Traça-se uma linha imaginária a 100 léguas da ilha de Cabo Verde, as terras a serem descobertas a leste desta linha pertencerão à Espanha e as oeste pertencerão à Portugal. O. Ronaldo Nazário P. Bartolomeu Dias. PREPARANDO PARA O DESAFIO 1. Por que os portugueses estavam dispostos a enfrentar os perigos reais e imaginários das Grandes Navegações? A) Porque caso fossem bem-sucedidos ganhariam muito dinheiro. B) Porque sabiam da importância de fundar colônias para ajudar os povos primitivos a se desenvolverem. C) Para provar que a Terra é redonda. D) Para tentar conquistar o mundo. 2. Assinale a alternativa que indica corretamente a importância das especiarias orientais para os Europeus. A) Eram necessárias para tingir as roupas de vermelho e diferenciar assim os ricos dos pobres. B) Eram utilizadas em pesquisas para produção de medicamentos. C) Eram importantes cosméticos e estavam no auge em Paris. D) Eram usadas para conservar e temperar carne, como não havia geladeiras, isso era muito importante. 3. “Navegar é preciso. Viver não é preciso.” Este verso, muito repercutido em Portugal no século XV significa que... A) Navio é um meio de transporte seguro. B) A vida de muitos portugueses dependia do sucesso das Grandes Navegações. C) Uma pessoa que tenha uma vida comum em nada contribui para a glória do país, mas um marinheiro, mesmo que morra em trabalho, sim. D) Mais vale sobreviver tendo uma vida na pobreza do que se deixar enganar pelas promessas de ganhar muito dinheiro, arriscando a vida, como marinheiro. 4. Sobre as relações comerciais no tempo das Grandes Navegações assinale a opção incorreta. A) O comércio passou a ser mundial dando início à globalização. B) O Oceano Atlântico ficou mais importante do que o Mar Mediterrâneo. C) Portugal obrigava o Brasil a vender todas as suas riquezas para todos os países e ficava com o dinheiro. D) O Brasil só podia fazer comércio com Portugal, Portugal queria ser o único a usufruir das riquezas brasileiras. Para responder às próximas questões leia o trecho da Carta de Caminha a seguir. Senhor: Posto que o Capitão-mor desta vossa frota, e assim os outros capitães escrevam a Vossa Alteza a nova do achamento desta vossa terra nova, que ora nesta navegação se achou, não deixarei também de dar disso minha conta a Vossa Alteza, assim como eu melhor puder, ainda que — para o bem contar e falar — o saiba pior que todos fazer. (…) Viu um deles [índio] umas contas de rosário, brancas; acenou que lhas dessem, folgou muito com elas, e lançou-as ao pescoço. Depois tirou-as e enrolou-as no braço e acenava para a terra e de novo para as contas e para o colar do Capitão, como dizendo que dariam ouro por aquilo. Isto tomávamos nós assim por assim o desejarmos. Mas se ele queria dizer que levaria as contas e mais o colar, isto não o queríamos nós entender, porque não lho havíamos de dar. E depois tornou as contas a quem lhas dera. (…) Parece-me gente de tal inocência que, se homem os entendesse e eles a nós, seriam logo cristãos, porque eles, segundo parece, não têm, nem entendem em nenhuma crença. E portanto, se os degredados, que aqui hão de ficar aprenderem bem a sua fala e os entenderem, não duvido que eles, segundo a santa intenção de Vossa Alteza, se hão de fazer cristãos e crer em nossa santa fé, à qual praza a Nosso Senhor que os traga, porque, certo, esta gente é boa e de boa simplicidade. E imprimir-se-á ligeiramente neles qualquer cunho, que lhes quiserem dar. E pois Nosso Senhor, que lhes deu bons corpos e bons rostos, como a bons homens, por aqui nos trouxe, creio que não foi sem causa. Portanto Vossa Alteza, que tanto deseja acrescentar a santa fé católica, deve cuidar da sua salvação. E prazerá a Deus que com pouco trabalho seja assim. Eles não lavram, nem criam. Não há aqui boi, nem vaca, nem cabra, nem ovelha, nem galinha, nem qualquer outra alimária, que costumada seja ao viver dos homens. Nem comem senão desse inhame, que aqui há muito, e dessa semente e frutos, que a terra e as árvores de si lançam. E com isto andam tais e tão rijos e tão nédios, que o não somos nós tanto, com quanto trigo e legumes comemos. (…) e a terra por cima toda chã e muito cheia de grandes arvoredos. (…) De ponta a ponta, é toda praia parma, muito chã e muito formosa. Pelo sertão nos pareceu, vista do mar, muito grande, porque, a estender olhos, não podíamos ver senão terra com arvoredos, que nos parecia muito longa. Nela, até agora, não pudemos saber que haja ouro, nem prata, nem coisa alguma de metal ou ferro; nem lho vimos. Porém a terra em si é de muito bons ares, assim frios e temperados como os de Entre Douro e Minho, porque neste tempo de agora os achávamos como os de lá. Águas são muitas; infindas. E em tal maneira é graciosa que, querendo-a aproveitar, dar-se-á nela tudo, por bem das águas que tem. Porém o melhor fruto, que nela se pode fazer, me parece que será salvar esta gente. E esta deve ser a principal semente que Vossa Alteza em ela deve lançar. (…) Beijo as mãos de Vossa Alteza. Deste Porto Seguro, da Vossa Ilha de Vera Cruz, hoje, sexta-feira, primeiro dia de maio de 1500. Pero Vaz de Caminha (1ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2009) 5. Assinale dentre as alternativas, aquela que considerar errada. A) Na carta ao rei de Portugal Pero Vaz de Caminha descreve a terra encontrada. B) O documento descreve uma população nativa que o autor narra como generosa e gentil, e por este motivo deve ser cuidada. C) A carta indica ao rei de Portugal formas de se apossar de riquezas e de expandir o cristianismo. D) A carta indica que os índios produziam seus alimentos em roças e criavam rebanhos para seu sustento. (1ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2009) A carta de Pero Vaz de Caminha foi recuperada pela historiografia nacional principalmente durante o século XIX. Foi re-editada e tornou-se de grande interesse, considerada a “certidão de nascimento” do Brasil. 6. Assinale a alternativa errada: A) Foi considerado o primeiro documento escrito sobre o Brasil. B) Pero Vaz de Caminha foi o único a dar a boa nova do achamento do Brasil. C) Não foi por meio deste documento os portugueses declararam a posse do Brasil. D) Descreve a natureza e as gentes. 7. Assinale a alternativa que mostra uma conclusão correta da leitura. A) Para o autor, a melhor coisa que se pode fazer nestas terras é plantar. B) Para o autor, os maiores interesses do rei são metais preciosos e expandir a fé católica. C) Para o autor, as terras narradas não darão lucro algum, apenas trabalho. D) Para o autor, não importa se o rei de Portugal queria estas terras, já há pessoas morando nela e ele defende a idéia que ela pertence aos seus moradores. (3ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2011) GPS à moda antiga “Em um dos pequenos navios que faziam parte da extensa armada portuguesa de Pedro Álvares Cabral vinha o único astrônomo da expedição: Mestre João. Profundo conhecedor de astros e de toda a ciência náutica, ele foi o primeiro a estudar e a descrever o céu brasileiro, identificando a constelação do Cruzeiro do Sul. A observação dos astros naquela época era fundamental, pois ajudava na localização das embarcações. Foi esta prática que permitiu que a navegação deixasse de ser costeira para partir rumo ao mar aberto do Atlântico na passagem do século XV para o XVI. As estrelas serviam de guia aos navegantes. Davam as coordenadas da direção que deveria ser seguida, assim como o GPS (Global Position System) nos dias de hoje. A grande diferença entre os dois sistemas é, como se pode imaginar, a precisão: enquanto o primeiro utilizava ferramentas rudimentares, o segundo conta com informações via satélite. A experiência e as descobertas de Mestre João estão descritas na carta enviada por ele ao rei de Portugal e elaborada entre os dias 28 de abril e 1º de maio de 1500, alguns dias depois do descobrimento do Brasil. Este registro, ao mesmo tempo científico e informativo, foi escrito durante a semana em que a frota ficou ancorada em Porto Seguro, na atual baía de Cabrália. É um documento precioso que não se conhecia até o século XIX, quando o historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen (1816-1878) a descobriu em 1843 e a publicou pela primeira vez. (…) O texto mostra a variedade dos instrumentos da ciência náutica no início da Idade Moderna. O astrolábio, feito basicamente de bronze, verificava a distância entre o ponto de partida e o lugar onde estava localizado o navio. As tábuas da Índia, ou kamals, de formato triangular, constituídas de três réguas, destinavam-se a medir a altura das estrelas. Levada para Portugal por Vasco da Gama (14691524) no retorno de sua primeira viagem à Índia, de 1497 a 1499, a ferramenta demonstra que a troca cultural entre Ocidente e Oriente estava a pleno vapor. (…) Até chegar ao posto de astrônomo do rei, Mestre João recebeu uma formação bastante específica. Na carta, ao se apresentar, ele mostra todas as suas credenciais: “Senhor: O bacharel mestre João, físico e cirurgião de Vossa Alteza, beijo vossas reais mãos”. Naquele período, “físico” era um termo empregado na Europa para quem exercia a medicina associada à astrologia. Já a denominação de mestre era, provavelmente, um título identificador dos sábios das comunidades judaicas e árabes. Judeu e espanhol, Mestre João transferiu-se para Portugal no reinado de D. João II (1481-1495) a fim de fugir da perseguição inquisitorial em sua terra natal. Evidências indicam que se formara em Salamanca, na Espanha, e tinha sido aluno do matemático e astrólogo Abraão Zacuto, autor do Almanach perpetuum, livro básico da astronomia náutica, publicado em 1496, escrito em hebraico e depois traduzido para o latim e o espanhol. A universidade, uma das mais antigas da Europa, foi um grande centro de pesquisas no final da Idade Média e no alvorecer da Renascença, tendo contribuído muito para os estudos de náutica. Não fossem suas qualificações, Mestre João certamente não teria obtido sucesso na empreitada no Novo Mundo. Sua técnica, aliada à persistência, fez com que ele identificasse a constelação do Cruzeiro do Sul, uma referência fundamental para a navegação abaixo da linha do Equador. De tão importante, o conjunto de estrelas tornou-se simbólico e foi incorporado à bandeira do Brasil em 19 de novembro de 1889, logo após a Proclamação da República”. 8. Assinale a conclusão errada a partir da leitura do artigo sobre as navegações do século XV: A) Por conter informações científicas revolucionárias, o documento foi ocultado até meados do século XIX. B) A biografia de Mestre João demonstra as ricas experiências dos homens que se lançavam aos mares no século XV, os quais puderam conhecer as mais diversas culturas e valer-se do novo conhecimento adquirido em seus empreendimentos náuticos. C) A relação com a cultura árabe foi fundamental para que os portugueses e espanhóis pudessem alcançar novos territórios. D) O histórico de perseguições religiosas vividas pelo Mestre João sugere que a história das navegações seja considerada para além dos interesses comerciais do período. (3ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2011) 9. Ainda sobre o texto de Paulo Roberto Pereira, escolha a alternativa errada: A) A descoberta em 1843 da carta escrita por Mestre João em 1500 é importante porque ajuda a entender, através dos registros da história náutica, a cultura dos homens que se aventuraram pelos mares em busca de novas terras. B) Conhecer o céu brasileiro era fundamental para a realização de navegações vindouras, embora não contribuísse para a ocupação e dominação dos novos territórios. C) A comparação realizada pelo historiador entre o mapa das estrelas no início das navegações e o uso atual do GPS é um esforço de aproximar diferentes experiências históricas e de refletir sobre as diversas técnicas desenvolvidas pelo homem ao longo do tempo. D) A importância do Cruzeiro do Sul foi apropriada como um símbolo de patriotismo pelo discurso republicano no final do século XIX. (4ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2012) Capítulo LXIII Onde o rei Manoel, em pessoa, entregou a bandeira real ao capitão No ano de 1500, o Sereníssimo rei de Portugal chamado Dom Manoel mandou às partes da Índia uma armada sua, de naus e navios, a qual tinha Pedro Álvares Cabral, fidalgo, por capitão geral (…) Dessas 12 naus, ordenou que dez descarregassem em Calicut, e que as outras duas [fossem] à Arábia, para irem a um lugar chamado Sofala, porque queriam contratar mercadorias no dito lugar, o qual lugar de Sofala acharam estar no caminho de Calicut. (…) E aos oito do mês de março do dito milésimo ficaram prontos. (…) Aos 14 do dito mês, passou a dita armada pela ilha de Canária. Aos 22, passou pela ilha de Cabo Verde. Aos 23, desgarrou uma nau da dita armada, de modo que dela nunca mais se soube notícia até o presente, nem se pôde saber. Capitulo LXIV Como as naus correram com a tormenta Aos 24 dias do mês de abril (…) a dita armada houve vista de terra, de que houve grande prazer. E chegaram à terra para ver que terra era, a qual terra acharam muito abundante de árvores e gentes que por ali andavam, pela costa do mar. Lançaram ferro na foz de um pequeno rio. E depois de lançadas as ditas âncoras, o capitão mandou baixar um batel ao mar, pelo qual mandou ver que gentes eram aquelas. E acharam que eram gentes de cor parda, entre branco e preto, bem dispostas, com os cabelos corredios; andam nus, como nasceram, sem nenhuma vergonha. Cada um deles levava seu arco com flechas, como homens que estavam em defesa do dito rio. Na dita armada não havia ninguém que entendesse sua língua (…) E um dos nossos fiéis foi até onde esses tais homens estavam e agarraram dois deles e os levaram ao capitão para saber que gente era. E como foi dito, não se entenderam, nem por fala nem por gestos. E aquela noite o capitão os reteve consigo. No dia seguinte, mandou-os vestir com uma camisa e uma roupa e [pôr] um barrete vermelho – ficaram muito contentes com o vestuário e maravilhados com as coisas que lhes mostraram. Depois, mandou-os colocar em terra. Capítulo LXV Raíz de que fazem o pão e outros costumes Naquele mesmo dia (…) o capitão determinou ouvir missa. Mandou armar uma tenda naquele espaço, onde ordenou erguer um altar. Todos aqueles da dita armada foram ouvir missa e pregação. Ali muitos homens daqueles se juntaram, bailando e cantando com seus cornos. Logo que a missa foi dita, todos foram para as suas naus. E aqueles homens da terra entraram no mar, até [dar água] debaixo dos braços, cantando e divertindo-se. Depois de o capitão ter jantado, a gente da dita armada tornou para terra, tomando recreio e prazer com aqueles homens da terra. E começaram a negociar com os da armada: davam seus arcos e flechas por guizos, folhas de papel e pedaços de pano (…) O outro dia, o capitão-mor determinou colher água e lenha. Todos aqueles da dita armada foram à terra. E os homens daquele lugar vieram ajudar a pegar água e lenha (…) Negociaram papagaios e uma raiz chamada inhame, que é o pão deles, que comem os árabes; pelas ditas coisas, os da armada lhes davam guizos e folhas de papel. Nesse lugar ficamos cinco ou seis dias. (…) Capitulo LXVI Papagaios na terra recentemente descoberta Nessa terra não vimos ferro, faltam-lhes também outros metais. Cortam a madeira com pedra. Há muitas aves de várias espécies, especialmente papagaios de muitas cores, entre os quais alguns grandes como galinha, e outros pássaros mui bonitos. Das penas das ditas aves fazem chapéus e barretes, que usam. A terra tem abundantes árvores, muitas águas boas, inhames e algodão. Nesses lugares não vimos nenhum animal. A terra é grande e não sabemos se é ilha ou terra firme; pela sua grandeza, achamos que seja terra firme e tem muito bom ar (…) Nesses dias que ali estivemos, o capitão determinou de fazer saber o nosso Santíssimo Rei o achado desta terra e de deixar nela dois homens banidos e condenados à morte, que tínhamos na dita armada para tal fim. E logo o dito capitão despachou um navio que tinham para mantimentos, além das 12 naus sobreditas, o qual navio levou carta ao rei, na qual se continha quanto tínhamos visto e descoberto (…) Como foi dito, deixou os dois homens banidos no dito lugar, os quais começaram a chorar. E os homens daquela terra os confortavam e mostravam ter piedade deles. (…) Glossário Sofala: rica cidade comercial, perto da África Oriental, na atual região de Moçambique, onde era comerciado o ouro vindo dos antigos reinos de Zimbábue e Monomopata, trazido do interior pelos árabes, da qual Vasco da Gama, em 1498, tivera notícias, mas onde não aportara, para lá tentar negociar ouro. Relação do português anônimo, 1500 10. Escolha a alternativa errada: A) A descrição do encontro dos portugueses com os nativos da terra é marcado pelas trocas culturais conflituosas e violentas, da mesma forma que é descrita na Carta de Pero Vaz de Caminha. B) Ao mesmo tempo em que cada nova terra encontrada aumentava o território e o poder do rei, a ausência de metais preciosos ou de outros produtos comercialmente valorizados, motivava a busca por novas possessões. C) O banimento ou degredo, além de significar exílio, desterramento, pode ser entendido como um instrumento utilizado pela Coroa não só para punir os condenados, mas para povoar o território. D) O documento situa e descreve o descobrimento do Brasil no conjunto de toda viagem empreendida por Cabral, a qual tinha como objetivo principal chegar à Índia, para ali consolidar a primazia do comércio português. (4ª Olimpíadas Nacional de História do Brasil – 2012) Leia o texto do cronista português Fernão Lopes de Castanheda que relatou a partida do vice-rei Francisco de Almeida em uma grande armada portuguesa que se dirigia de Lisboa à Índia, em 1505. História do descobrimento e conquista da Índia pelos portugueses “Foi o rei à sua nau para o ver partir cuidando que fosse aquele dia sua partida (e não foi por ser o tempo contrário) para isso. E assim durou até vinte e cinco de março sem nunca segurar para se a frota poder partir. E neste tempo se perdeu a nau de Pero d’Anhaia (…) e abonançado o tempo o governador se partiu de Belém a vinte e cinco de março de mil e quinhentos e cinco [1505], e El Rei foi por mar a velo partir, e esteve até ver [partir] a frota que se desamarrou, com grandes gritas e estrondos de toda sua artilharia e assim da torre [de Belém]. E indo esta frota pelo rio abaixo, mandando aos pilotos do leme que governassem a bombordo, e estibordo, como se costuma quando saem de algum rio, embaraçavam-se os marinheiros por não serem ainda versados naqueles vocábulos, principalmente os da caravela de João Homem, e quando havia de governar a bombordo que é da mão direita, governavam a estibordo que é a esquerda: o que vendo João Homem disse ao piloto que falasse aos marinheiros por vocábulos que eles sabiam: e quando quisesse que governassem a estibordo que dissesse alhos, e quando a bombordo cebolas: e a cada banda mandou pendurar uma réstia destas coisas; e como o piloto falou por aqueles vocábulos se não embaraçaram mais os marinheiros e governaram direito” 11. Indique a alternativa errônea. A) A crônica evidencia o pouco conhecimento náutico que os marinheiros possuíam em “governar” as naus, uma vez que foi necessário substituir “bombordo e estibordo” por “alhos e cebolas”. B) A descrição dos efetivos realizadores das Grandes Navegações nesse texto contrasta com outros relatos que retratam os portugueses como heróis dotados de profundo conhecimento náutico. C) O texto relata a celebração da partida de uma frota de caravelas portuguesas rumo à Índia no contexto das Grandes Navegações, que inclui a conquista do território da América Portuguesa, cuja partida é acompanhada pelo rei, pela população e por um cortejo marcial na foz do rio Tejo. D) O conhecimento náutico e suas técnicas descritos no texto seguiam uma ampla tradição partilhada entre os capitães das caravelas e seus subordinados na Escola de Sagres.