UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS COORDENAÇÃO DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Conhecimento etnofarmacobotânico de plantas medicinais utilizadas por comunidades tradicionais do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé, Mato Grosso, Brasil ISANETE GERALDINI COSTA BIESKI Cuiabá - MT 2010 i Livros Grátis http://www.livrosgratis.com.br Milhares de livros grátis para download. UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS COORDENAÇÃO DE PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO EM MEDICINA MESTRADO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE Conhecimento etnofarmacobotânico de plantas medicinais utilizadas por comunidades tradicionais do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé, Mato Grosso, Brasil ISANETE GERALDINI COSTA BIESKI Dissertação apresentada à Coordenação do Programas de Pós-Graduação em Medicina, da Faculdade de Ciências Médicas, da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito parcial para a obtenção do Título de Mestre em Ciências da Saúde, Área de Farmacologia Orientador: Prof. Dr. Domingos Tabajara de Oliveira Martins Co-orientador: Prof. Dr. Mariano Martinez Espinosa Cuiabá - MT 2010 ii Ilustração da Etnocultura, Etnoconhecimento, Etnobotância e Etnofarmacologia, Fonte: acervo da pesquisadora. iii Esta dissertação de mestrado, com o título “Conhecimento etnofarmacobotânico de plantas medicinais utilizadas por comunidades tradicionais do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé, Mato Grosso, Brasil”, foi submetida como parte integrante dos requisitos necessários à obtenção do Grau de Mestre em Ciências da Saúde, Área de Concentração Farmacologia de Produtos Naturais Sub-Área Etnofarmacologia outorgado pela Universidade Federal de Mato Grosso e encontra-se a disposição dos interessados na Biblioteca Central. A citação de qualquer trecho desta Dissertação é permitida, desde que seja feita de conformidade com as normas éticas. _________________________________________ Isanete Geraldini Costa Bieski Mestre em Farmacologia de Produtos Naturais Dissertação Aprovada em: 05/07/2010 ___________________________________________ Prof. Dr. Domingos Tabajara de Oliveira Martins DSBS/FCM/UFMT Orientador ___________________________________________ Prof. Dr. Mariano Martinez Espinosa Departamento de Estatística ICET/UFMT Co-orientador iv MEMBROS DA BANCA EXAMINADORA DA DEFESA ___________________________________________ Prof. Dr. Marcos Roberto Furlan Univeridade de Taubaté - UNITAÚ-SP Examinador Externo ___________________________________________ Prof. Dr. Lousã Lopes DSBS/FCM/UFMT Examinador Interno ___________________________________________ Prof. Dr. Germano Guarim Neto IB/UFMT Examinador Interno ___________________________________________ Profª Drª Miramy Macedo UNIC/IB/UFMT Examinadora Interna v “O Senhor é bom e seu amor dura para sempre sua fidelidade dura de geração em geração” (Salmo 100:5) “... As plantas são jóias que poucos olhos vêem e poucas mentes entendem...” Linneu "Os filhos são presentes de Deus, com eles partilhamos o pão, o tempo, a vida." .... "A maternidade é um grande dom de cura interior, principalmente quando os filhos vem em momentos inoportunos Somos curados pelo amor que os doamos e pelo amor que deles recebemos." Lair Durigon - Livro Clamor pela Vida vi “À DEUS e a NOSSA SENHORA APARECIDA, Tudo o que eles representam na minha vida além de proporcionar os Dons do Espírito Santo ...” “Ao meu orientador Domingos Tabajara de Oliveira Martins, pela Amizade e grandes oportunidades e ensinamentos proporcionados...” Por todos os informantes desta pesquisa em especial aos Raizeiras Maria Teodora e Maria Evódia, que não pouparam em fornecer informações de forma carinhosa e prestativas. vii DEDICATÓRIA “Ao meu querido Esposo, Silvio Carlos Bieski, Companheiro e dádiva do meu bom Deus, por ser compreensivo em minhas várias horas de ausência familiar dedicadas aos estudos...” “Aos meus filhos Leonam Geraldini Costa Oliveira que cresceu me vendo conquistar meus sonhos na busca do conhecimento é carinhoso e preocupado comigo; Joana Maria Geraldini Costa Bieski minha companheira diária dos afazeres domésticos às pesquisas, sempre se espelhou em mim com sua forma meiga e carinhosa se expressando com desenhos de plantas medicinais para me agradar e João Pedro Geraldini Costa Bieski uma grande dádiva que veio para realizar uma grande cura interior e bênçãos de Deus para mim e minha família...” Aos meus Pais, Ideval Silva Costa e Maria Aparecida Costa, que me ensinaram o valor da Família e me formaram com, Amor, Sabedoria e Fé. As minhas Irmãs, Cunhados e Sobrinhas, Isânia Geraldini Costa Andrade, Márcio de Andrade e Lavínia, pela amizade e carinho de irmã em minha vida, com meus filhos. Idevânia, Gustavo Julia e minha querida e abençoada afilhada Helena pela sinceridade. Martha Melissa Mendes Cabral, que me apoiaram sempre Família. Meus Padrinhos e compadres amados Alvantino Geraldino e Manoelita Geraldino Oliveira e meus primos Diego e Diogo, que tanto os amo. Ao Pedro de Oliveira, por ser amigo e pai presente na educação do nosso filho Leonam. Aos meus queridos amigos Domingos Tabajara de Oliveira Martins e Ana Maria Martins pela amizade construída durante estes anos. Minha sogra querida Joana Bieski, um exemplo de mulher vencedora e amável; A todas as minhas cunhadas e cunhados que gosto muito em especial a Iria, Zélia e Cesar, que estão mais próximos de mim. viii AGRADECIMENTOS A realização deste trabalho em muito se deve à colaboração e apoio de diversas pessoas, às quais transmito os mais sinceros agradecimentos... Ao querido amigo Prof. Dr. Domingos Tabajara de Oliveira Martins, pela oportunidade concedida e em aceitar orientar-me na subárea de Etnofarmacologia, e pelas ricas experiências profissionais, cientifica e pessoal vivenciadas neste período, fruto de uma sabedoria providencial e divina, além dos profundos ensinamentos, discussões, críticas e incentivo. E tudo isso de forma dura quando precisou e carinha quando eu mereci e sempre muito dedicado às orientações em todos os momentos deste percurso Ao Prof. Dr. Mariano Martinez Espinosa, meu co-orientador, pela sua colaboração imprescindível nos dados estatísticos, por toda dedicação, carinho e amizade; Ao meu Amigo Marcos Furlan que muito me ensinou sobre as plantas medicinais e etnobotânica em especial nessa dissertação com suas ricas contribuições, sempre me socorreu Amigo Leal e de todas as horas; A professora Delma P. Oliveira de Souza, pelas ricas contribuições e amizade; A professora Maria Thereza Lemos de Arruda Camargo Centro de Estudos da Religião Universidade de São Paulo /Pontifícia Universidade Católica de São Paulo pela simplidade e sabedoria; À Universidade Federal de Mato Grosso e ao Programa de PósGraduação em Ciências da Saúde pela formação acadêmica e oportunidade, em especial aos professores do programa; ix Ao Prof. Dr. Cor Jesus, ex-coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Ciências Médicas da UFMT, pelo auxílio e apoio na realização do mestrado; Ao Prof. Dr. Amilcar Sabino Damazo, coordenador do Programa de PósGraduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Ciências Médicas da UFMT; Ao meu esposo Silvio Carlos Bieski, pelo carinho, compreensão e amor durante estes anos de parceria familiar; A todos da Minha família, pela compreensão e pelo apoio, muitas vezes silencioso e mesmo assim tão forte; Ao amigo Filadelfo dos Reis Dias, pela oportunidade impar que me proporcionou no mundo das plantas medicinais; À Amiga Especial, Rita de Cássia Feguri, muito obrigada por tudo, minha amiga querida, pelo carinho, companheirismo, uma amizade iniciada durante este trabalho e que durará para sempre; Ao amigo Nicandro Figueiredo, obrigada pelo carinho e confiança; A amiga, Elisângela Saturnino, um amiga especial, meiga e carinhosa uma irmanzona que gosto muito; A amiga, Solange F. M. Lopes sempre pronta pra ajudar e realizar as terapias mentais como foi preciso; A amiga, Aurea Damaceno Alves, pela confiança confidencialidades e companheirismo; A amiga, Larissa Lemos, a intelectual amiga pra todas as horas; As amigas (os) Anísio Onório, Clarisse A. Mahon, Clara Mendes pelo carinho e amizada; x Ao Amigo, Libério Amorim Neto, que nunca mediu esforços para auxiliar nos trabalhos de campo, sempre descontraído e alegre; À amiga, Miramy Macedo, que mesmo me conhececendo tão pouco em 2005 me oportunizou, compartilhando co-orientações de suas alunas da biologia na área de plantas medicinais, e me mostrou a importância da pesquisa cientifica na produção do meu primeiro artigo e resumos, obrigada pelo carinho e amizade; O professor e amigo Germano Guarim Neto, pelos ricos ensinamentos publicados e que me fizeram apaixonar pelas etnobotânica; A professora Vera Guarim, que mesmo de longe sempre muito carinhosa; A Rosilene Rodrigues Silva, Pesquisadora do Herbário UFMT pelo excelente trabalho na identificação das exsicatas; A toda equipe do laboratório sempre muito, prestativas, Danielle Ary que chegou recentemente mais já ganhou minha amizade, carinho, admiração e respeito; Maria Cristina e Phamella, sempre prontas a contribuir, muito queridas e eficientes; Às Acadêmicas de Enfermagem da UFMT: Angélica, Elyane, Gisele, Isabela e Fernanda, pela competência no grande auxílio durante pesquisa; Aos Acadêmicos de Medicina da UFMT: Anélise, Elvira, Haritana, Fernanda Breder, Mariana, Rafael e Valter, pela dedicação e competência durante toda pesquisa; A Amiga Rosilene da comunidade Chumbo que abraçou esta pesquisa não medindo esforços para o que precisei, muito obrigada mesmo tenha a certeza que você também colhererá muitos frutos; Aos 16 agentes de saúde Antônia Flávia, Berenice, Clara Sandra, Creoci Márcia, Lenelice, Etelfranci, Elza, Maria Lúcia, Marta, Maria Candelaria, xi Maria Aparecida, Maria dos Santos, Maurício, Rosileni, Zita e Zilair, pelo carinho e disponibilidade, obrigada pela amizada, pois nunca esquecerei-os; Ao Enfermeiro e Amigo Admilson, que estava sempre pronto pra ajudar quando eu precisava; Ao Amigo e Médico Karipuna que sempre muito simpático e prestativo também acreditou neste trabalho; A todos os colegas da equipe do PSF Chumbo que sempre estavam alegres e prestativos; A Secretária Municipal de Saúde de Poconé Ilma Regina de Figueiredo, pelo carinho e confiança depositada; Pela minha prima Daianny Franco e seus familiares pelo carinho e companheirismo em vários momentos desta pesquisa; A Amiga Drª Lydia Bocayva, pessoa especial que sempre me incentivou nos trabalhos de plantas medicinais; A Amiga Clara Brandão, Médica, Nutróloga e Mãe da Multimistura e conhece muito de comunidades Tradicionais e Etnoconhecimento das plantas medicinais e que amo de paixão; A amiga e médica homeopática e fitoterapeuta Henriqueta Teresa Sacramento que sempre me ajudou durante minhas angústias e de meus filhos; A amiga paulistana do Ceará, Marta Braggio, uma pessoa muito especial e que mora no meu coração; A amiga Andrea Nascimento Mendonça que é como irmã, mesmo longe sempre esta muito perto de mim, um presente de Deus em minha vida; A amiga Lair Márcia Durigon que é minha intercessora espiritual e irmã, menina de Ouro e Anjo de Deus, na minha vida; xii Ao amigo Dr. Jerolino Lopes Aquino, que me oportunizou com o primeiro emprego e sempre me motivou a ser empreendedora e lutadora e que eu nunca deixasse de estudar e me aperfeiçoar; As amigas de todas as horas Márcia Rutilli Konageski Fonseca, Mônica Igreja Leite da Fonseca e que de uma forma ou de outra contribuíram para que eu pudesse concretizar este meu desejo de nunca parar de estudar; As amigas Marilú Malheiros, Ana Hein, Helena Belai, Marina Capilé, Marcia Prado; A amiga Otilia amiga sempre preocupada com o bem estar e a saúde e prontamente a ajudar; Schirlei Jorge, amiga pesquisadora e mãezonha; Ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP/UHJM), pela análise e aprovação de meu projeto; A todos da administração da Faculdade de Ciências Médicas da UFMT, Luciana Ivanete Kapelinski, Gracielly Alves Gama e Eva Elizabeth Pedroso da Silva Morais, pelo convívio e atenção; À secretária do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Faculdade de Ciências Médicas da UFMT, Eliana Maria da Silva, pelas orientações administrativas, convívio e atenção; Novamente a minha amada e Querida Mãe pela grande ajuda durante este mestrado e pelo exemplo de mulher e pelo dom da Vida. Aos Demais amigos espalhados por este país (e fora dele); xiii Enfim, a todos que de forma direta ou indireta, colaboraram para a execução desse trabalho; A TODOS, O MEU “MUITO OBRIGADA” SUMÁRIO Lista de siglas e abreviaturas....................................................................................... XVI Lista de figuras............................................................................................................. XVII Lista de tabelas............................................................................................................. XVIII Lista de anexos............................................................................................................. XX RESUMO ................................................................................................................ XXI ABSTRACT.................................................................................................................. XXII I INTRODUÇÃO.......................................................................................................... 23 1.1 PLANTAS MEDICINAIS...................................................................................... 23 1.1.1 O mercado das plantas medicinais no mundo............................................ 27 1.1.2 O Pantanal como ferramenta para a Aliança do Saber............................ 28 II JUSTIFICATIVA..................................................................................................... 33 III OBJETIVOS............................................................................................................ 35 3.1 Gerais................................................................................................................. 35 3.2 Específicos ......................................................................................................... 35 IV MATERIAL E MÉTODOS.................................................................................... 36 4.1. Métodos e técnicas de abordagem............................................................... 36 4.1.1 Delineamento do estudo........................................................................ 36 4.1.2 Caracterização do Local de Estudo......................................................... 36 4.1.3 População de estudo............................................................................... 39 4.1.4 Planejamento amostral............................................................................ 39 4.2. Execução da pesquisa de campo..................................................................... 41 4.2.1 Coleta de dados....................................................................................... 41 4.2.2 Variáveis do estudo.................................................................................. 42 xiv 4.3 Treinamento dos entrevistados....................................................................... 46 4.4 Critérios de inclusão e exlusão dos informantes............................................... 46 4.5 Processamento e análises dos dados............................................................... 46 4.6 Identificação botânica...................................................................................... 47 4.7 Aspectos éticos................................................................................................ 48 4.8 Autorização do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético CGEN e retorno dos resultados à comunidade................................................... 51 V RESULTADOS......................................................................................................... 50 5.1 Descrição da população de estudo....................................................................... 50 5.2 Características sócio-demográficas...................................................................... 51 5.3Uso e Conhecimento sobre Plantas Medicinais: Análises Estatísticas .............. 53 VI DISCUSSÃO............................................................................................................ 150 6.1Caracterização das Comunidades do DNSAC...................................................... 150 6.2 Impacto do Conhecimento Tradicional................................................................ 152 6.3 Etnoconhecimento das plantas medicinais no DNSAC....................................... 155 6.4 Origem geográfica das plantas medicinais no DNSAC....................................... 166 6.5 Abordagens Etnobotânicas: Associações estatísticas das plantas medicinais.... 169 6.6 Etnofarmacologia: concordância dascitações de uso e força Medicinal............ 175 6.6.1 Plantas usadas no aparelho digestório............................................................... 176 6.6.2 Plantas com atividade hemotocatártica............................................................. 182 6.6.3 Plantas usadas no aparelho geniturinário.......................................................... 183 6.6.4 Plantas usadas em doenças infecciosas e parasitárias....................................... 187 6.6.5 Plantas usadas em lesões cutâneas e causas externas........................................ 190 6.7 Contribuições da etnofarmacologia...................................................................... 195 6.8 Distribuição das Famílias botânicas..................................................................... 193 6.9 Etnotoxicologia: promoção, uso seguro e racional das plantas medicinais......... 197 VII CONCLUSÃO........................................................................................................ 203 REFERÊNCIAS............................................................................................................ 206 xv ANEXOS........................................................................................................................ 255 LISTA DE SIGLAS ABIFISA Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde ANVISA Agência Nacional de Vigilância Sanitária C.L.E. Consulta a Literaturas Especializadas CDB Convenção sobre Diversidade Biológica CEME Programa de Plantas Medicinais da Central de Medicamentos CGEN Conselho de Gestão do Patrimônio Genético CID Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde CNPq Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico CUP Concordância de uso popular CUPc Valor da concordância quanto ao uso principal DNSAC Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária FC Fator de Correção FM Taxa da Força Medicinal ICEMC número de informantes que citaram a espécie ICUE nº de informantes que citaram qualquer uso da espécie ICUP número de informantes que citaram o uso principal MMA Ministério de Meio Ambiente MP Medida provisória MT Estado de Mato Grosso NP Espécie nativa do Pantanal NB Espécie nativa do Brasil ONU Organização das Nações Unidas PNPICS Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares no SUS PNPMF Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos xvi SIAB Sistema de Informação de Atenção Básica em Saúde TCLE Termo de Consentimento Livre Esclarecido UNESCO United Nations Educational, Scientific and Cultural Organization UTM Sistema Universal Transverso de Mercator LISTA DE FIGURAS Figura 1. Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense Patrimônio Mundial da UNESCO, Mato Grosso (2006)................................................ Figura 2. Praça da cidade de Poconé-MT. (Fonte: Poconet, 2010)................. 29 37 Figura 3. Comunidade Chumbo, Sede do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé - MT. (Acervo da pesquisadora, 2010)…….. 37 Figura 4 Figura 5 Figura 6. Localização do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo em Poconé – MT, saindo do Brasil (a), mostrando Poconé (b) e chegando nas 37 comunidades do DNSAC (c)………………………………………….......................………… Croqui de localização das 37 comunidades do Distrito nossa Senhora Aparecida do Chumbo em Poconé-MT............................ Comparação das idades dos 262 informantes do DNSAC. Teste t de Student não pareado, bicaudal, *p = 0,022................................ 38 39 Figura 7. Frequência do uso de plantas pelos 262 informantes no DNSAC.. 53 53 Figura 8. Frequência da finalidade de uso das plantas, por 259 informantes no DNSAC...................................................................................... 59 Famílias botânicas mais citadas, segundo compilação de listas de espécies medicinais, por 259 informantes do DNSAC................... 105 Frequência de distribuição das plantas citadas nas 37 comunidades do DNSAC..................................................................................... 144 Frequência de relatos de toxicidade das plantas, por 259 informantes no DNSAC................................................................... 146 Figura 9. Figura10. Figura 11. xvii LISTA DE TABELAS Tabela 1. Tabela 2. Tabela 3. Tabela 4. Tabela 5. Tabela 6. Tabela 7. Tabela 8. Tabela 9. Tabela 10. Tabela 11. Tabela 12. Tabela 13. Tabela 14. Tabela 15. Tabela 16. Distribuição, das 37 comunidades do Distrito Nossa Senhora do Chumbo, por micro-área, com o total de pessoas e famílias em cada micro-área, bem como fração amostral e tamanho da amostra, Poconé-MT, 2009................................................................................. Distribuição das comunidades, por micro-áreas e total de citações de plantas no Distrito Nossa Senhora do Chumbo (DNSAC), PoconéMT........................................................................................................ Características sócio-demográficas dos 262 informantes do Distrito Nossa Senhora do Chumbo, Poconé-MT............................................. 51 Frequência entre sexo e citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC............................................................................................ 54 Relação entre sexo e idade quanto às citações de plantas, pelos 259 informantes............................................................................................ 54 Frequência entre idade e citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC............................................................................................ 54 Relação entre sexo e tempo de moradia quanto às citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC....................................................... 55 Frequência entre tempo de moradia e citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC........................................................................ 55 Relação entre sexo e etnia quanto às citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC....................................................................... 55 Frequência entre etnia e citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC............................................................................................ 56 Relação entre renda salarial e escolaridade quanto às citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC......................................... 56 Frequência entre escolaridade e citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC........................................................................ 57 Frequência entre renda e citações de plantas pelos 259 informantes do DNSAC............................................................................................ 57 Relação entre sexo e grupo religioso quanto às citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC.................................................... 57 Relação entre grupo religioso e citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC...................................................................... 58 Relação entre sexo e nupcialidade quanto às citações de plantas citadas pelos 259 informantes do DNSAC....................................... xviii 41 50 58 Tabela 17. Tabela 18. Tabela 19. Tabela 20. Tabela 21. Tabela 22. Tabela 23. Tabela 24. Tabela 25. Tabela 26. Tabela 27. Tabela 28. Tabela 29. Tabela 30. Tabela 31. Tabela 32. Frequência entre escolaridade e citações de plantas pelos 259 informantes do DNSAC......................................................................... 58 Relação entre sexo e fonte do conhecimento das plantas citadas, por 259 informantes no DNSAC.................................................................. 59 Relação de uso medicinal das Famílias e Espécies citadas pelos 259 informantes do DNSAC......................................................................... 62 Caracterização das espécies medicinais, citadas pelos 259 informantes do DNSAC.............................................................................................. 109 Relação entre o sexo e a origem geográfica das plantas citadas, por 259 informantes no DNSAC............................................................... 140 Relação entre o sexo e hábito das plantas citadas, por 259 informantes no DNSAC........................................................................................... 141 Relação entre sexo e habitat das plantas medicinais citadas, por 259 informantes no DNSAC......................................................................... 141 Relação entre sexo e estado da planta citadas, por 259 informantes do DNSAC............................................................................................... 141 Relação entre sexo e horário de coleta das plantas citadas, por 259 informantes do DNSAC...................................................................... 142 Relação entre sexo e a idade da planta citadas, por 259 informantes do DNSAC................................................................................................ 142 Relação do sexo e parte da planta citada, por 259 informantes no DNSAC............................................................................................... 143 Relação entre sexo e forma de preparo, quanto as citações de plantas, por 259 informantes no DNSAC........................................................ 143 Relação entre sexo e motivo de uso das plantas medicinais citadas, por 259 informantes no DNSAC......................................................... 144 Associação entre o sexo e a categoria de doenças em relação às citações de plantas, por 259 informantes no DNSAC........................... 145 Informações sobre toxicidade de plantas, por 259 informantes no DNSAC................................................................................................... 147 Coordenadas em UTM das Comunidades Rurais do Distrito Nossa Senhora do Chumbo. Poconé / MT........................................................ 271 xix LISTA DE ANEXOS Anexo 1. Ofício 159/FCM/08. Ref.: Solicitação de autorização da pesquisa...... 256 Anexo 2. Termo de consentimento livre e esclarecido....................................... 257 Anexo 3. Ficha A. Utilizada pelas Acs, para cadastro e atualizações mensais das famílias pertencentes as respectivas micro-área de abrangência - 258 verso...................................................................................................... Anexo 4. Questionário Utilizado na Pesquisa no DNSAC............................... 259 Anexo 5. Manual do Aplicador: Orientação para aplicação do Questionário...... 260 Anexo 6. Oficio 202/31/03/2008/SMS - Autorização da pesquisa pela Secretaria Municipal de Saúde de Poconé ........................................... 261 Anexo 7 Termo de compromisso de divulgação e publicação de resultados...... 262 Anexo 8. Termo de Aprovação Ética de Projeto de Pesquisa Protocolo n. 561/CEP/HUJM.................................................................................. Anexo 9. 263 Ofício 036/2009/DPG/SBP/MMA – Acusação de recebimento da solicitação de autorização e encaminhamentos ao CGEN, protocolo 264 n. 02000.000289/2009-39 (26/02/2009).............................................. Anexo 10. Oficio 276/2009DPG/SBP/MMA – Comunicado de autorização para o acesso ao conhecimento tradicional referente ao Projeto de 265 Pesquisa n. 02000.000289/2009-39................................................. Anexo 11 Autorização publicada em Diário Oficial da União Seção D.O.U. 1 nº.203 23/10/2009 .............................................................................. Anexo 12 267 Documento de Autorização de Acesso ao Conhecimento Tradicional Associado para fins de Pesquisa Cientifica encaminhado pelo MMA 270 sob o Numero 45/2008........................................................................ Anexo 13 Listagem das coordenadas em UTM das comunidades rurais do DNSAC.............................................................................................. xx 271 RESUMO Conhecimento etnofarmacobotânico de plantas medicinais utilizadas por comunidades tradicionais do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé, Mato Grosso, Brasil. Bieski, I. G. C. Dissertação submetida à Coordenação De Programas de Pós-Graduação em Medicina da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre em Ciências da Saúde. Orientador: Domingos Tabajara de Oliveira Martins. Co-Orientador: Mariano Martinez Espinosa. O conhecimento e o uso de plantas medicinais vêm se perpetuando ao longo da história e renasce fortemente no final do século XX, amparados nos avanços da medicina e da química modernas e no rápido desenvolvimento da biotecnologia e da biologia molecular, propiciando o lançamento de novos bioprodutos fitoterápicos e/ou fitofármacos. O mosaico do Pantanal não só se caracteriza pela sua rica biodiversidade, como também pela exuberante etnocultura que durante séculos vivem em harmonia com a diversidade geográfica constituído por um grande complexo vegetacional medicinal. O objetivo dessa pesquisa foi realizar levantamento das espécies vegetais utilizadas como medicinais pelas comunidades do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo (DNSAC), em Poconé - MT. Tratouse de um estudo etnofarmacobotânico, de corte transversal, envolvendo 262 informantes de 37 comunidades tradicionais do DNSAC, com idade ≥ 40 anos e que residiam no Distrito há pelo menos 5 anos. Utilizou-se questionário semi-estruturado que propiciou a descrição e as análises de dados sócio-demográficos, etnobotânicos e farmacológicos, aplicado aos moradores (um por domicílio), sorteados aleatoriamente, no período de novembro de 2009 a fevereiro de 2010. Observou-se maior representatividade do sexo feminino (69%), com predominância na faixa etária de 40-59 anos, 99,0% afirmaram utilizar plantas medicinais no autocuidado à saúde, 68% eram naturais de Poconé, 18% nascidos no DNSAC, com tempo de habitação ≥ 20 anos (62%), possuindo de 0-4 anos de escolaridade (89%), renda de 1-5 salários-mínimo (59%), trabalhadoras do lar (45%), mestiços (45%), casados (77%), com 1 a 5 filhos (58%) e católicos (89%). As mulheres citaram mais plantas que os homens resultando em uma listagem de 409 diferentes espécies pertencentes a 285 gêneros e 102 famílias, (24,0%) das espécies identificadas, com maior representatividade para Fabaceae (10,2%), Asteraceae (7,8%) e Lamiaceae (4,89%). 61,85% das espécies foram nativas e 38,5% exóticas, com predominância de hábitos herbáceos (47,66%). A folha a parte mais usada (49,7%), no estado fresco (43,2%) e na forma de chás (71,6%), obtidas principalmente nos quintais (50%), nos estágios adulto/jovem (49,3%) e adulto (43,9%). As espécies foram usadas no tratamento de 18 categorias de doenças da CID-10, com destaques para I, XI, XVIII, XIV, XIX, distribuídas entre 11 espécies com maiores forças medicinais (CUPc > 40%) abrangendo 15 categorias de doenças do CID-10, em 5 categorias principais, com 3 espécies utilizadas nas doenças do aparelho digestório - Plectranthus barbatus, Vernonia condensata e Lafoensia pacari; 1 na atividade hematocatártica (depurativa do sangue) - Macrosiphonia longiflora; 3 do aparelho geniturinário - Palicourea coriacea, Stryphnodendrom adstringens e Costus spicatus; 1 nas doenças infecciosas e parasitárias Chenopodium ambrosioides; 3 nas lesões cutâneas e algumas outras conseqüências de causas externas - Scoparia dulcis, Solidago microglossa e Myracrodruon urundeuva; 52 (12,5%) espécies foram referidas por 19,5% dos informantes por apresentarem 35 diferentes efeitos maléficos à saúde, com maiores freqüências para sonolência (17,07%), náuseas e problemas no estômago (9,75%) e tonturas (7,31%). Os resultados indicam expressiva relevância da biodiversidade vegetal medicinal e etnocultural existente no DNSAC, servindo como banco de dados para futuros estudos da cadeia de xxi desenvolvimento sustentável de plantas medicinais, com potencial uso no eixo principal de desenvolvimento de bioprodutos de interesse farmacêutico. Palavras-chave: Plantas medicinais, Pantanal mato-grossense, etnofarmacobotânico, comunidades tradicionais, Poconé. ABSTRACT Ethnopharmacobotanical knowledge of medicinal plants used by traditional communities the Distrito of Nossa Senhora Aparecida Leadmbo, Pocone, Mato Grosso, Brazil. Bieski, I. G. C. Dissertation submitted to coordination of the course of Post-Graduation in Sciences of the Health, the Department of Basic Sciences in Health of the College of Medical Sciences of the Federal University of Mato Grosso, as partial requisite for obtaining of the degree Master in Sciences of the Health. Advisor: Domingos Tabajara de Oliveira Martins. Co-advisor: Mariano Martinez Espinosa. The knowledge and use of medicinal plants have been perpetuating itself throughout history and strongly revived in the late twentieth century, bolstered by advances in medicine and modern chemistry and the rapid development of biotechnology and molecular biology, allowing the release of new bioproducts herbal and phytochemicals. The mosaic of the Pantanal is characterized not only for its rich biodiversity, but also by the exuberant ethnocultural who for centuries lived in harmony with the geographical diversity consisting of a large medical complex vegetation. The objective of this research was to perform surveys of medicinal plant species used as the communities of District Our Lady of Aparecida Lead (DNSAC) in Poconé - MT. It was a study etnofarmacobotânico, cross sectional study involving 262 informants from 37 communities traditional DNSAC, aged ≥ 40 years and residing in the District for at least five years. We used semi-structured questionnaire that provided a description and analysis of socio-demographic data, ethnobotanical and pharmacological, as applied to residents (one per household) randomly selected during the period November 2009 to February 2010. There was greater representation of females (69%), predominantly aged 40-59 years, 99.0% reported the use of medicinal plants in self-care to health, 68% were natural Poconé, 18% born in DNSAC, with time dwelling ≥ 20 years (62%) having 0-4 years of schooling (89%), income of 1-5 minimum wages (59%), working from home (45%), mestizos (45% ), married (% 77), with 1-5 kids (58%) and Catholics (89%). Women were more plants than men resulting in a list of 409 different species belonging to 285 genera and 102 families (24.0%) of the identified species, with greater representation for Fabaceae (10.2%), Asteraceae (7, 8%) and Lamiaceae (4.89%). 61.85% of species were 38.5% native and exotic, with a predominance of herbaceous habit (47.66%). The sheet the most used (49.7%), fresh (43.2%) and in the form of teas (71.6%), obtained mainly quintals (50%), in stages adult / young (the 49th 3%) and adult (43.9%). The species were used in the treatment of 18 categories of diseases CID-10, with highlights for I, XI, XVIII, XIV, XIX, distributed among 11 species with medicinal greatest strengths (CUPc > 40%) covering 15 categories of diseases of the CID -10 in five main categories, with three species used in diseases of the digestive tract - Plectranthus barbatus, and Vernonia condensata, Lafoensia pacari; an activity hematocatártica (purifying the blood) Macrosiphonia longiflora, 3 of the genitourinary system - Palicourea coriacea, Stryphnodendron adstringens and Costus spicatus; 1 in infectious and parasitic diseases - Chenopodium ambrosioides; 3 in skin lesions and certain other consequences of external causes - Scoparia dulcis, and Solidago microglossa, Myracrodruon urundeuva; 52 (12.5%) species were reported by 19.5% informants because they had 35 different harmful effects on health, with higher frequencies to sleepiness (17.07%), nausea and stomach problems (9.75%) and dizziness (7.31%). The results indicate significant relevance of medicinal plant biodiversity and the existing ethnocultural DNSAC, serving as a database for future studies of the chain of sustainable development of medicinal plants with potential use in the main axis of development of bioproducts for pharmaceutical interest. xxii Keywords: Medicinal communities, Poconé. plants, Pantanal mato-grossense, xxiii Ethnopharmacobotany, traditional 23 I INTRODUÇÃO 1.1. PLANTAS MEDICINAIS Desde os primórdios dos tempos, o ser humano tem estabelecido íntima relação com os reinos vegetal e animal, com vistas, dentre outros aspectos, ao tratamento de suas enfermidades (MACHADO, 1945; MATOS, 1985). O conhecimento sobre plantas medicinais vem se perpetuando na história e são confirmados por vários estudos arqueológicos, antropológicos, documentários, expedições, escritos e manuscritos gravados no tempo que marcam antes da existência da terra sem o homem, seguindo no tempo da pré-história, idades antiga, média, moderna e idade contemporânea (QUEIROZ, 1986). Ao final da década de 1970, a OMS criou o Programa de Medicina Tradicional que recomendou aos estados membros o desenvolvimento de políticas públicas para facilitar a integração da medicina tradicional e da medicina complementar alternativa nos sistemas nacionais de atenção à saúde, assim como promover o uso racional dessa integração (OMS, 2000). Neste sentido, desde a Declaração de Alma-Ata de 1978, realizada no Cazaquistão (antiga URSS), a OMS, em sua 40ª Assembléia Mundial de Saúde (1987), reitera sua posição a respeito da necessidade de valorizar a utilização de plantas medicinais no âmbito sanitário, tendo em conta que 80% da população mundial utilizam estas plantas ou preparações destas para cuidados primários de saúde. Ao lado disso, destaca-se a participação dos países em desenvolvimento nesse processo, já que possuem 67% das espécies vegetais do mundo (Brasil, 1990). No Brasil, embora anterior à discussão atual e ao crescente interesse pelos produtos fitoterápicos, a ação da Central de Medicamentos, por intermédio do Programa de Pesquisa de Plantas Medicinais possui importância histórica no esforço governamental em pesquisa e desenvolvimento voltado à obtenção e geração de fitomedicamento para consumo da população (BRASIL, 1981). Em sua estratégia global sobre medicina tradicional, complementar e alternativa para o período de 2002-2005, a OMS reforçou o compromisso em estimular o desenvolvimento de políticas públicas com o objetivo de ser inserido no sistema oficial de saúde dos 191 estados membros (BRASIL, 1981). 25 Após desativação da CEME em 1997, renasce oficialmente em 2006 duas grandes Políticas Nacionais: a de Práticas Integrativas e Complementares no Sistema Único de Saúde (PNPICS) sob a Portaria nº. 971/07 e a de Plantas Medicinais e Fitoterápicos no SUS (PNPMF), validada pelo Decreto Presidencial nº. 5.813/07 e aprova o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos criando o Comitê Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos com a portaria Interministerial nº 2.960, de 9 de dezembro de 2008, das responsabilidades oficiais do Ministério da Saúde (BRASIL, 2006; BRASIL, 2008). Para fortalecer as políticas acima descritas e no intuito de unir ciência e tradição, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), regulamentou com a aprovação da Resolução de Diretoria Colegiada (RDC) nº 10, publicada em 10/03/2010, a popularização desse conhecimento, visando contribuir para a construção do marco regulatório para produção, distribuição e uso de plantas medicinais, particularmente sob a forma de drogas vegetais, a partir da experiência da sociedade civil nas suas diferentes formas de organização, de modo a garantir e promover a segurança, a eficácia e a qualidade no acesso as plantas medicinais que totalizaram 66 espécies (ANVISA, 2010). Considerando a necessidade de ampliação da ofertas de fitoterápicos e de plantas medicinais que atendam às demandas e às necessidades locais, respeitando a legislação pertinente às necessidades do SUS é que o Ministério da Saúde institui oficialmente no SUS a Farmácia Viva, que existe na história do Brasil desde 1.888, sob tradição hereditária do Prof. Dr. Francisco de Abreu Matos (in memória) e agora sob gestão estadual, municipal ou do Distrito Federal (Portaria nº 886 de 20 de abril de 2010), que no contexto da Política Nacional de Assistência Farmacêutica, deverá realizar todas as etapas, desde o cultivo, a coleta, o processamento, o armazenamento de plantas medicinais, a manipulação e a dispensação de preparações magistrais e oficinais de plantas medicinais e fitoterápicos (BRASIL, 2010). A PNPICS objetiva incorporar e implementar no SUS, com ênfase na atenção básica, sistemas médicos complexos e recursos terapêuticos, denominados pela OMS de medicina tradicional e complementar/alternativas (WHO, 2002), envolvendo: Medicina Tradicional Chinesa - Acupuntura, Homeopatia, Termalismo Social e Crenoterapia, Medicina Antroposófica e Plantas Medicinais e Fitoterapia (Brasil, 2006). A PNPMF objetiva garantir à população brasileira o acesso seguro e o uso racional de plantas medicinais e fitoterápicos, promovendo o uso sustentável da biodiversidade, o desenvolvimento da cadeia produtiva e da indústria nacional (BRASIL, 2006). O rápido desenvolvimento da biotecnologia e biologia molecular a partir da década de 70 parecia tornar absoleto o método tradicional de pesquisa de novos medicamentos através 26 do screening de extrato de plantas. A compreensão dos mecanismos causadores das enfermidades em níveis moleculares e a capacidade de desenhar proteínas com auxilio de novas ferramentas computacionais que também se desenvolvem rapidamente abriram a perspectiva de sintetizar novas drogas com muito maior eficácia, partindo apenas do saber cientifico acumulado. Assim sendo, diversas empresas farmacêuticas redirecionaram seus esforços de pesquisas, conferindo um papel secundário ao screening. É reconhecida a importância dos produtos naturais, incluindo aqueles derivados de plantas. As empresas internacionais não esperam “descobrir” novos compostos de uso terapêutico a partir de plantas medicinais, ainda que isso tenha uma pequena chance de ocorrer. Elas procuram, na verdade modelos na natureza (template) que lhes permitam utilizar como ponto de partida para o desenho de drogas. Trata-se por tanto, de uma combinação de técnicas novas com o screening, e não sua substituição. O enfoque dessas grandes empresas farmacêuticas está na identificação de princípios ativos, e não na utilização direta de plantas medicinais. Estas podem eventualmente ser a matéria-prima para extração das substâncias puras (fitofármacos), embora as empresas naturalmente busquem desenvolver métodos de síntese. Mas o que deve ser sublinhado aqui é a importância renovada das plantas medicinais na descoberta desses novos princípios ativos, seja por utilização direta, semi-síntese ou síntese (Ferreira, 1998; BRASIL, 2007). Estima-se que aproximadamente 40% dos medicamentos atualmente disponíveis foram desenvolvidos direta ou indiretamente a partir de fontes naturais, sendo 25% de plantas, 12% de microorganismos e 3% de animais (CALIXTO, 2000). Das 252 drogas consideradas básicas e essenciais pela OMS, 11% são originárias de plantas e um número significativo são drogas sintéticas obtidas de precursores naturais (RATES, 2001; ABIFISA, 2008). O uso de fitoterápicos intensificou-se na década de 90 e seu mercado mundial obteve um faturamento de US$ 12,4 bilhões em 1997. Na Europa, foram gastos US$ 5 bilhões em 2003, com destaques para a Alemanha, com gastos na ordem de US$ 283 milhões e França, com gastos de US$ 91 milhões no ano de 2002 (LIU e WANG, 2008). De acordo com a Associação Brasileira das Empresas do Setor Fitoterápico, Suplemento Alimentar e de Promoção da Saúde (ABIFISA), os fitoterápicos movimentariam, anualmente, no Brasil, cerca de US$ 400 milhões e representariam cerca de 6,7% das vendas do setor de medicamentos. É de se esperar que em 2010, esses medicamentos cheguem a alcançar 15% da fatia do mercado, com US$ 2 bilhões de vendas ao ano (ABIFISA, 2008). Os Estados Unidos e a Alemanha estão entre os maiores consumidores dos produtos naturais brasileiros. Entre 1994 e 1998, importaram, respectivamente, 1.521 e 1.466 toneladas 27 de plantas que seguem para esses países sob o rótulo genérico de “material vegetal do Brasil”, de acordo com IBAMA (REUTERS, 2002). Embora esse país possua a maior diversidade vegetal do mundo, com cerca de 60.000 espécies vegetais superiores catalogadas (PRANCE, 1977), apenas 8% foram estudadas para pesquisas de compostos bioativos e 1.100 espécies foram avaliadas em suas propriedades medicinais (GUERRA et al., 2001). O Brasil é o país da megadiversidade, possuindo 35% das florestas tropicais existentes na Terra, com cerca de 60 mil espécies de plantas superiores. Até o presente, foram identificadas em torno de 3.000 espécies vegetais nativas, com potencial para 10 mil, sendo muitas de interesse econômico, como medicinais, oleaginosas, alimentícias, pesticidas naturais e fertilizantes (FERREIRA, 1998). Este país é signatário da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), acordo estabelecido no âmbito da Organização das Nações Unidas (ONU) e integrado por 188 países cujos objetivos são: a conservação da diversidade biológica, a utilização sustentável de seus componentes e a repartição justa e eqüitativa dos benefícios derivados da utilização dos recursos genéticos (FERREIRA, 1998). A Convenção ressalta a importância dos conhecimentos tradicionais de povos indígenas e de comunidades locais para o alcance destes objetivos, delegando aos seus signatários o dever de garantir a esses povos e comunidades o direito de decidir sobre os usos de saberes e de também perceber os benefícios decorrentes de seu uso (BRASIL, 2006). Essa mesma fonte afirma que o amplo patrimônio genético e sua diversidade etnocultural brasileiral têm em mãos a oportunidade para estabelecer um modelo de desenvolvimento próprio e soberano na área de saúde e uso de plantas medicinais e fitoterápicas, que prime pelo uso sustentável dos componentes da biodiversidade e respeite os princípios éticos e compromissos internacionais assumidos, notadamente a CDB, e assim, promover a geração de riquezas com inclusão social. Informa ainda que que a convergência e a sintonia entre as políticas setoriais são fatores que devem ser considerados nas elaborações de políticas públicas na área de plantas medicinais e fitoterápicos como a Política Nacional de Saúde, a Política Nacional de Biodiversidade, a Política Industrial Tecnológica e de Comércio Exterior e a Política Nacional de Desenvolvimento Regional, que contemplam biotecnologia e fármacos em suas ações estratégicas, nas denominadas “áreas portadoras de futuro”. Outro fator de grande relevância para o desenvolvimento do setor é que o Brasil possui 4,8 milhões de estabelecimentos agropecuários e, desse total, mais de 4,1 milhões (85,1%) são de agricultores familiares, que respondem pela maior parte dos empregos no meio rural e por 28 grande parte dos alimentos produzidos diariamente. A agricultura familiar representa mais de dois terços dos postos de trabalho no campo. De um total de 17,3 milhões de trabalhadores ocupados na agricultura, mais de 13 milhões trabalham em regime familiar (Brasil, 2006). A participação da agricultura familiar nas cadeias e nos arranjos produtivos de plantas medicinais e fitoterápicos é estratégia fundamental para garantir insumos e produtos, para a ampliação dos mercados e melhor distribuição da riqueza gerada nas cadeias e nos arranjos produtivos (BRASIL, 2009). O desenvolvimento dos setores de plantas medicinais e fitoterápicos podem se configurar como importante estratégia para o enfrentamento das desigualdades regionais existentes em nosso país, podendo prover a necessária oportunidade de inserção socioeconômica das populações de territórios caracterizados pelo baixo dinamismo econômico e indicadores sociais precários (BRASIL, 2007). A diversidade dos solos e climas brasileiros favorece a grande variedade de tipos de vegetação e espécies da flora, distribuídas em diversos ecossistemas e biomas brasileiros, suplantando as encontradas na África, Ásia e restante da região neotropical com alto índice de espécies endêmicas (BRASIL, 2000). Por ser detentor de uma rica diversidade étnico-cultural, formada por índios e não índios (africanos, europeus e asiáticos), o Brasil apresenta vantagens importantes no processo de desenvolvimento de programas e projetos de pesquisa de plantas medicinais e substâncias naturais extraídas de plantas úteis para a humanidade (Mittermeier et al., 1992). 1.1.1 O mercado das plantas medicinais no mundo O mercado de plantas medicinais, preparações fitofarmacêuticas e os produtos naturais isolados representam uma movimentação de bilhões de dólares, elevando assim o faturamento tanto em países industrializados como em desenvolvimento (SKELLY, 1996). O faturamento da indústria farmacêutica brasileira, registrado em 1996 alcançou 25% dos US$ 8 bilhões advindos de medicamentos derivados de plantas, com crescente nas vendas de 10% ao ano, nesse setor, há com estimativa de terem alcançado a cifra de US$ 550 milhões no ano de 2001 (KNAPP, 2001). Cerca de 50% dos medicamentos utilizados são de origem sintética e cerca de 30% são de origem vegetal, isolados ou produzidos por semi-síntese (CALIXTO, 2005). Apesar do grande desenvolvimento da síntese orgânica e dos processos biotecnológicos, cerca de 25% dos medicamentos prescritos nos países industrializados são originários de plantas, oriundos 29 de nada mais do que 90 espécies, na utilização na terapia moderna. No entanto, durante os últimos 20 anos, os fármacos de origem natural que apareceram no mercado são quase que na totalidade, oriundos das pesquisas científicas de países como China, Coréia e Japão, sendo que a contribuição dos outros países é bem menor (REZENDE et al. 1995). As plantas medicinais estão envolvidas no desenvolvimento de 38% das novas drogas (HOSTETTMANN, 2003). Assim sendo, as plantas medicinais, consideradas medicamentos de segunda categoria, voltaram à voga com a comprovação de ações farmacológicas relevantes e de uma excelente relação de custo-benefício. Calcula-se que no ano de 2000 os produtos a base de plantas medicinais movimentaram cerca de 30 bilhões de dólares, o mercado foi motivado pela combinação de folclore, pesquisas científicas e a mídia, onde os consumidores eram idosos da classe média, procurando pela medicina natural e a manutenção da saúde. As vendas de fitoterápicos alcançaram cifras da ordem de bilhões de dólares na Europa, Ásia e Estados Unidos, num total de 12 a 15% das vendas no mercado mundial (ENGELKE, 2003). O uso potencial desses recursos da flora impressiona. Nos Estados Unidos 25% de todos os produtos farmacêuticos comercializados provêm de plantas; as substâncias naturais foram à fonte para o preparo de todos os medicamentos utilizados até a metade do século passado; cerca de 1.100 espécies de plantas, dentre as 250.000 catalogadas até hoje, foram pesquisadas com fins medicinais (CUGHLIN, 1993). Estima-se que menos de 0,0001% dos lucros do setor farmacêutico retornam para os usuários de plantas medicinais que assistiram à indústria farmacêutica nas descobertas; 74% de drogas derivadas de plantas medicinais são ainda hoje utilizadas da mesma forma como eram empregadas por comunidades tradicionais (RUBIN e FISH, 1994). 1.1.2 O pantanal como ferramenta e aliança do Saber Em 09 de novembro de 2000, o Pantanal foi declarado pela UNESCO, reserva da Biosfera e em 28 de novembro do mesmo ano foi declarado Sitio do Patrimonio Mundial Natural, representando um reforço significativo pela preservaçao de sua biodiversidade. A região é uma planície pluvial influenciada por rios que drenam a bacia do Alto Paraguai, onde se desenvolvem fauna e flora de raras belezas e abundâncias, influenciadas por quatro grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Chaco e Mata Atlântica (BRASIL, 2006). 30 O Pantanal localizado no centro da América do Norte, Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, Patrimônio da UNESCO (Figura 1) na bacia hidrográfica do Alto Paraguai. Figura 1. Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense Patrimônio Mundial da UNESCO, Mato Grosso (2006). Para a identificação desta biodiversidade Embrapa, que atualmente contém cerca de 23.000 exsicatas. Neste levantamento foram catalogadas 1.863 espécies de plantas fanerógamas, 1.000 espécies de plantas campestres, 142 aquáticas, e em torno de 550, a vegetação do Pantanal é muito variada, principalmente em função da inundação e do solo, geralmente são distribuídas em mosaico (POTT e POTT, 1994). Estes autores registram assim estes Ambientes: Baías: lagoas temporárias ou permanentes de tamanho variado, podendo apresentar muitas espécies de plantas aquáticas emergentes, submersas, ou flutuantes. Nas águas permanentes são comuns os camalotes (Eichhornia, Pontederia) e o baceiro ou batume, vegetação flutuante, formada principalmente por ciperáceas e diversas plantas aquáticas. As plantas aquáticas são importantes ambientes para a fauna aquática. Cordilheira: pequenas faixas de terreno não inundável, com 1 a 3 metros acima do relevo adjacente, com vegetação de cerrado, cerradão ou mata. Cambarazal: mata inundável de cambará (Vochysia divergens), árvore amazônica. 31 Campos: áreas inundáveis, com predominância de gramíneas. É a formação vegetal mais importante do Pantanal. Eventualmente são confundidos como um resultado do desmatamento. Capão: mancha de vegetação arbórea, de cerrado, cerradão ou mata, formando verdadeiras ilhas nos campos. Carandazal: campos inundáveis e capões com dominância de carandá (Copernicia alba), uma palmeira do Chaco, com folhas em forma de leque, parente da carnaúba do Nordeste, e com madeira utilizada para cercas e construções. Corixo: curso d´água de fluxo estacional, com calha definida (leito abandonado de rio), geralmente com mata ciliar. Paratudal: campo com árvores de paratudo (Tabebuia aurea), que é um dos ipêsamarelos. Salinas: distintas, são lagoas de água salobra, sem cobertura de plantas aquáticas, mas com grande densidade de algas, o que confere cor verde à água. Vazante: curso d´água temporário, amplo, sem calha definida; no período seco geralmente é coberta por gramíneas como o mimosinho (Reimarochloa), preferido pelo gado e por herbívoros silvestres. A flora pantaneira com grande vegetação campestre é vista por suas características vegetacionais extremamente diversificada e adaptada às condições especiais da região, onde se alternam alta umidade e acentuada secura, conforme a época do ano e o tipo de solo favorável à identificação de vários grupos vegetais e assim catalogar várias espécies utilizadas como medicinal no vasto sistema da cadeia de desenvolvimento dos produtos naturais (POTT e POTT, 1994; POTT e POTT, 2000). As comunidades tradicionais que habitam o Pantanal, constituída por quilombolas, ribeirinhos, pescadores, garimpeiros, peões de gado, fazendeiros, coureiros e machadeiros desenvolvem diferentes estratégias adaptativas para cada paisagem. Embora utilizando métodos diferentes, pode-se dizer que os Pantaneiros é, ao mesmo tempo, um botânico, um zoólogo, um astrônomo, um geógrafo e um educador ambiental, acostumado à leitura semiótica da natureza com a qual aprendeu a conviver, no dia-a-dia (Guarim Neto, 2006). A tão valiosa flora do Pantanal com potencial medicinal vem sofrendo com a atividade extrativista da população local, e com isso, comprometendo a diversidade genética desta vegetação (VIEIRA et al., 2002). Em vista disso que os pesquisadores dos estados de MT e 32 MS vêm realizando várias pesquisas nas áreas de etnobotânica, química, farmacologia, agronomia, para viabilização de espécies vegetais do Pantanal (MACEDO et al., 1999). Muitas espécies já tiveram seus princípios ativos identificados como o falso-ginseng (Pfaffia glomerata) e o nó-de-cachorro (Heteropterys aphrodisiaca), necessitando, no momento, de pesquisas sobre as melhores técnicas de propagação e cultivo, bem como de domesticação. Enquanto que outras ainda necessitam de estudos sobre a fitoquímica, como o a Machaerium hirtum (barreiro, barreirinho) cujas indicações populares são contra o câncer, além do tradicional uso como anti-diarriéico (POTT et al.,1994). Os mesmos autores apontam para as várias espécies desse bioma estão em estudos de identificação e isolamento de princípios químicos e farmacológicos, além de necessitar estudos de prospecção para determinação de suas áreas de ocorrência do Pantanal, uma vez que tem sido correntemente utilizadas no âmbito das Farmácias Vivas do país. Acredita-se que muitas espécies deste bioma poderiam ser priorizadas pelo alto potencial medicinal, destacando-se espécies popularmente conhecidas como sucupira-preta, faveira, barbatimão, mama-cadela, landim e algodãozinho-do-campo. Muitas dessas espécies tenham sido estudadas farmacológicas, químicas e agronômicamente, pois são espécies de importância industrial e que são obtidas somente por extrativismo para atender o mercado interno e externo, resultando grande risco de extinção e entre as várias espécies podemos citar Croton urucurana Baill., Copaifera langsdorffii Desf Leg., Calophyllum brasiliense Cambess., Bowdichia virgilioides Kunth, Dimorphandra mollis Benth., e Dimorphandra gardneriana Tul., Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville, Simaba ferruginea A. St. Hil., Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart., dentre várias outras (MARTINS, 2006). Mato Grosso ocupa lugar de destaque no cenário nacional e internacional, por apresentar três dos principais ecossistemas brasileiros (Pantanal, Cerrado e Floresta Amazônica). Além disso, conta com diversas comunidades tradicionais, distribuídas em todo o território, formadas principalmente por índios, quilombolas e brancos de origem portuguesa, cujos conhecimentos sobre plantas medicinais foram herdados de seus ancestrais, porém encontra-se em risco de extinção (MATO GROSSO, 2005). O potencial dos recursos naturais desse bioma é vasto, destacando-se a flora que é composta por espécies pertencentes aos biomas Amazônia, Cerrado, Chaco e Mata Atlântica, estando catalogadas 1.700 espécies de plantas superiores (POTT e POTT, 1994). Há também enorme variedade de modos de vida e culturas diferenciadas consideradas tradicionais, e por estarem relativamente isoladas, estas comunidades desenvolvem modos de 33 vida particulares que envolvem grande dependência dos ciclos naturais, conhecimento profundo dos ciclos biológicos e dos recursos naturais e tecnologias patrimoniais de origem indígena e negra (REIS e GUARIM NETO, 2000; DIEGUES, 2000; BRASIL, 2001; SILVA e MACEDO, 2007). O presente estudo será desenvolvido no Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo área rural do município de Poconé (MT), constituído por 37 comunidades, segundo o Sistema de Informação da Atenção Básica/SIAB, Brasil (2007). Está localizado no Pantanal de Poconé, com muitas espécies vegetais medicinais, diversidade etnocultural de saber tradicional, que necessitam da realização de pesquisas etnobotânicas e etnofarmacológicas, podendo contribuir para a proteção do conhecimento e preservação do ecossistema local, em virtude de seu valor econômico. 33 II. JUSTIFICATIVA A etnofarmacologia busca informações a partir do conhecimento de diferentes povos e etnias, e estuda a interação de comunidades humanas com o mundo vegetal, em suas dimensões antropológica, ecológica e botânica do passado e do presente (LÉVI-STRAUSS, 1987, ELISABETSKY, 1987, ALBUQUERQUE, 2004). Esses estudos são de grande importância para a ciência que visa contribuir com a manutenção etnocultural, além de combinar conhecimentos tradicionais e modernos na formação da aliança do saber tecnológico e científico que permite uma melhor investigação da flora desconhecida que poderá contribuir com a conservação e manejo do desenvolvimento sustentável. Esta ciência pode ter várias aplicações, tais como: valorização da diversidade cultural; resgate e valorização do conhecimento tradicional; entendimento sobre as dinâmicas do conhecimento tradicional; conservação da biodiversidade e finalmente, o desenvolvimento tecnológico (sobretudo o de medicamentos). Os estudos etnofarmacológicos compreendem a exploração científica interdisciplinar dos agentes biologicamente ativos, tradicionalmente empregados ou observados pelo homem no alívio de seus sintomas (ELISABETSKY, 1987). Permite ainda formular hipóteses quanto à (s) atividade (s) farmacológica (s) e à (s) substância (s) ativa (s) responsáveis pelas ações terapêuticas relatadas em várias comunidades (ELISABETSKY e SETZER, 1985). Nesta mesma óptica de contribuir no aperfeiçoamento quanto aos usos populares corretos no desenvolvimento de preparados terapêutico, de baixo custo, acessíveis ao SUS, implicando em substituição da necessidade de importação de matéria prima para a elaboração de medicamentos (WHO, 2002). A potencialidade do desenvolvimento tecnológico recente, especialmente com relação às novas biotecnologias, que vêm abrindo inúmeras oportunidades para investimento no aproveitamento sustentável dos recursos genéticos e na diversidade biológica em áreas de interesse botânicos, químico, farmacêutico, agrícola e industrial. As comunidades tradicionais que habitam o Pantanal são constituídas por ribeirinhos, pescadores, garimpeiros, peões de gado, fazendeiros, coureiros e machadeiros onde desenvolvem diferentes estratégias adaptativas para cada paisagem, embora utilizem métodos diferentes, pode-se dizer que os pantaneiros são, ao mesmo tempo, um botânico, um zoólogo, 35 um astrônomo, um geógrafo e um educador ambiental, acostumados à leitura semiótica da natureza com a qual aprenderam a conviver, no dia-a-dia (GUARIM, 2002; POCONÉ, 2008). A flora do Pantanal com potencial medicinal vem sofrendo com a atividade extrativista da população local, e com isto, comprometendo a diversidade genética desta vegetação (VIEIRA et al., 2002). Como objeto de estudo desta pesquisa foi escolhido o Distrito Nossa Senhora do Chumbo, localizado no município de Poconé - MT, por ser uma região grande potencial etnocultural e pela ausência de estudos. Além disso, a presença da flora pantaneira com grande vegetação campestre é vista por suas características vegetacionais extremamente diversificada e adaptada às condições da região, onde se alternam alta umidade e acentuada secura, conforme a época do ano e o tipo de solo favorável à identificação de vários grupos vegetais e várias espécies utilizadas como medicinal no vasto sistema da cadeia de desenvolvimento dos produtos naturais (POTT e POTT, 2000). 36 III. OBJETIVOS 3.1 GERAL Realizar levantamento das espécies vegetais utilizadas como medicinais pelas 37 comunidades do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo (DNSAC) Poconé - MT. 3.2. ESPECÍFICOS Descrever o perfil sócio-demográfico das comunidades do Distrito de Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé – MT; Determinar as proporções de indivíduos adultos com idade igual ou superior a 40 anos, que fazem uso de espécies vegetais com finalidades medicinais nas comunidades pertencentes ao Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo; Analisar as espécies vegetais utilizadas como medicinais pelas 37 comunidades do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, verificando o local de coleta, a identificação, a parte utilizada, o hábito, o habitat, a ocorrência, as formas de preparo, a indicação terapêutica e os efeitos adversos das plantas. Analisar a associação do uso de espécies vegetais utilizadas como medicinais em relação às variáveis sócio-demográficas e etnobotânicas; Analisar a associação do uso de espécies vegetais utilizadas com as medicinais e as categorias de doenças em capítulos proposta pela Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID-10), 10ª Revisão; e Relacionar os dados etnobotânicos quanto ao Nível de Fidelidade, a categoria de doenças e a Força Medicinal. 37 IV. MATERIAL E MÉTODOS 4.1. MÉTODOS E TÉCNICAS DE ABORDAGEM 4.1.1 Delineamento do Estudo Trata-se de um estudo seccional ou de corte transversal, de base populacional, com famílias do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo em Poconé no Estado de Mato Grosso (MT). Este tipo de estudo epidemiológico é caracterizado pela observação direta de indivíduos ou de unidades de observação, em uma única oportunidade (MEDRONHO et al., 2006; ROUQUAYROL, 2003). 4.1.2 Caracterização do Local de Estudo Para a escolha da área do estudo, realizou-se primeiramente um levantamento etnobotânico bibliográfico para identificar uma região pantaneira de Mato Grosso, com presença de comunidades tradicionais em que não houvesse estudos e pesquisas realizadas e/ou publicadas sobre etnobotânica. Este levantamento identificou a região pantaneira de Nossa Senhora Aparecida do Chumbo no município de Poconé - MT. Esta comunidade localiza-se no município de Poconé (Figura 2) originou-se em 1.777, com a descoberta de ouro. O primeiro nome do lugar foi Beripoconé, em referência à tribo indígena que habitava a região. Em 21 de janeiro de 1781, o mestre de campo Antonio José Pinto de Figueiredo, a mando do governador da Capitania, Capitão-General Luiz de Albuquerque de Mello Pereira e Cáceres, lavrou a Ata de fundação do Arraial de São Pedro d‟El Rey, "e não Arraial de Beripoconé, por ser este nome gentílico e bárbaro, e derivar-se do gentio. Está localizado na região metropolitana do Vale do Rio Cuiabá, distante da Capital 100 km, cuja coordenada em (UTM) é E 540143 e N 202734, município histórico com 229 anos (2010), que apresenta 17.260,86 Áreas/Km2 de extensão territorial, conta com uma população de 31.118 habitantes, destes 16.270 são homens e 14.748 são mulheres, sendo que 22.272 habitantes encontram-se em área urbana e 8.846 em área rural, onde 56% são homens e 44% mulheres. O Município conta com 14 bairros, 05 vilas, 02 distritos de Cangas e N. 38 Senhora Aparecida do Chumbo (DNSAC), 72 comunidades (Zona Rural) e 11 Assentamentos (MATO GROSSO, 2007). Figura 2. Praça da cidade de Poconé-MT, FONTE: POCONET (2010). O Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo (Figura 3) encontra-se a 30 km da sede da cidade de Poconé- MT e a 94,8 km de Cuiabá cujas coordenadas são entre as Br. 070, Br. 060, estrada Velha de Cáceres e MT- 451 (POCONÉ, 2007). Figura 3. Comunidade Chumbo, Sede do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé-MT. Acervo da pesquisadora, 2010). 39 Este distrito é constituído por 37 comunidades, agrupadas em 16 micro-áreas (Figura 4, 5 e Tabela 1). (a) (b) (c) Figura 4. Localização do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo em Poconé – MT, saindo do Brasil (a), mostrando Poconé (b) e chegando nas 37 comunidades do DNSAC (c) (TECNOMAPAS, 2009). 40 Figura 5. Localização das 37 comunidades do Distrito nossa Senhora Aparecida do Chumbo em Poconé - MT (TECNOMAPAS, 2009). 4.1.3. População do Estudo O gênero das famílias com indivíduos de idade igual ou superior a 40 anos e que residiam a mais de 5 anos no DNSAC (Tabela 01). 4.1.4 Planejamento amostral O procedimento utilizado para obter-se a amostra foi o método de amostragem aleatória simples, método este onde todas as unidades têm iguais possibilidades de serem incluídas na amostra e todas as amostras têm iguais probabilidades de serem selecionadas (SCHEAFFER et al., 1987). Assim, considerando este método de amostragem e as variáveis categóricas da pesquisa que utilizou-se na grande maioria testes estatisticos de associações 2 (qui-quadrado) e teste (z) de duas proporções. Conforme objetivo da pesquisa e segundo dados do Sistema de Informação de Atenção Básica em Saúde – SIAB, Brasil (2007). Então, para determinação do tamanho da amostra 41 (número de familias) no distrito considerado, utilizou-se a expressão abaixo (BOLFARINE e BUSSAB, 2005): n= Np(1 p) , (N - 1 )(d / z / 2 ) 2 + p(1 p) (1) Onde: n = tamanho aproximado da amostra; N = número de indivíduos na população do distrito; p = proporção populacional considerada no distrito; d = limite para o erro de estimação; z / 2 = obtido da tabela da distribuição normal padronizada, o qual representa o coeficiente confiança a ser considerado na pesquisa. Neste estudo, foi considerado um tamanho da população de 1.179 famílias (N=1.179), um coeficiente de confiança de 95% (z /2 = 1,96), um erro amostral de 0,05 (d = 0,05) e uma proporção de 0,5 (p = 0,5). Cabe observar que, o valor de p = 0,5, foi atribuído devido a não existir informação anterior sobre este valor, conforme é usual na prática, para obter um tamanho de amostra conservador e representativo. Assim, utilizando-se a expressão (1), chegou-se a um tamanho da amostra de 290 famílias (n=290) nas 37 comunidades. Portanto, com uma amostra de no mínimo 290 indivíduos, espera-se que 95% dos intervalos de confiança estimados, com semi-amplitude de 0,05 contenham as verdadeiras freqüências das porcentagens determinadas. Na determinação do tamanho de amostra foi considerado um erro de 5%. Considerou-se uma perda amostral de 10%. Para determinar o tamanho da amostra, em cada micro-área, foi multiplicado o tamanho de amostra (290) pela fração amostral de cada micro-área, dividindo-se o total de famílias das mesmas pelo total de famílias em todas as micro-áreas (1.179), encontrando-se assim o tamanho da amostra em cada micro-área, conforme apresentado na Tabela 1. 42 Tabela 1. Distribuição, das 37 comunidades do Distrito Nossa Senhora do Chumbo, por micro-área, com o total de pessoas e famílias em cada micro-área, bem como fração amostral e tamanho da amostra, Poconé-MT, 2009. ID 1 2 3 4 5 Tamanho da amostra COMUNIDADE MA Total de Total de Fração Pessoas famílias amostral Chumbo 32 31 49 311 397 238 71 78 67 0,0602 0,0662 0,0568 17 19 16 179 52 0,0441 15 165 59 0,05 15 279 81 0,0687 20 188 67 0,0568 16 23 Canto do Agostinho, Santa Helena Os Cagados, Várzea bonita Furnas II, Salobra, Zé Alves 41 72 Campina II, Furnas I, Mundo 36 Novo, Rodeio 33 Campina de Pedra, Imbé 6 Barreirinho, Coetinho, Figueira 34 253 95 0,0806 7 Bahia de Campo 76 257 74 0,0628 8 Agrovila, São Benedito 9 Agroana 10 67 46 61 37 Bandeira, Minadouro Carretão, Deus Ajuda, Sangradouro Pesqueiro, Varzearia 39 Chafariz, Ramos, Sete Porcos, 71 Urubamba Céu Azul, Capão Verde, Morro Cortado 38 Passagem de Carro, Varal N 184 186 186 248 66 81 97 82 0,056 0,0687 0,0823 0,0696 16 20 24 20 216 77 0,0653 19 208 67 0,0568 16 157 65 0,0551 16 3.652 1.179 1,000 290 11 12 13 ID = identificação da micro-área 18 MA= Micro-área 4.2. Execução da Pesquisa de Campo 4.2.1. Coleta de Dados Os dados foram obtidos através de entrevistas semi-estruturada, por aplicação de um questionário, utilizando diários de campo, gravações, fotografias, filmagens, mapeamento comunitário (croqui) e fontes secundárias como relatórios, resumos, monografias, artigos, dissertações, teses de periódicos e bibliotecas locais. 43 4.2.2. Variáveis de Estudo Neste estudo foram considerados 3 grupos de variáveis, com suas respectivas categorias: Variáveis sócio-demográficas: sexo, idade, naturalidade, tempo de moradia, grau de escolaridade, nível sócio-econômico, profissão/ocupação, etnia, estado civil, número de filhos e grupo religioso: sexo: feminino e masculino; idade: ≥ 40 anos, a faixa etária foi agrupada de 40 – 59 anos, 60 – 79 anos e ≥ 80 anos; naturalidade: comunidades do DNSAC, Poconé-MT (Menos o DNSAC), interior de MT (menos Poconé), Centro Oeste (menos MT), Sul, Sudeste, Nordeste; tempo de moradia no DNSAC: 5-10 anos, 11-20 anos, > 20 anos. Não sendo incluídos em hipótese alguma informantes que moraram no DNSAC < 5 anos; grau de escolaridade: < 1 ano (não alfabetizado), 1-9 anos (ensino fundamental incompleto, ensino fundamental completo) e > 9 anos (ensino médio incompleto, ensino médio completo, ensino superior incompleto, ensino superior completo, pós-graduação); nível sócio-econômico: < 1 salário mínimo, 1-5 salários mínimo, 6-10 salários mínimo, > 10 salários mínimo. O valor do salário mínimo R$ 465,00, Brasil/março/2009; profissão/ocupação: do lar, agricultor (a), aposentado (a), professor (a), raizeiro (a), benzedeiro (a) e outras; etnia: negro (a), índio (a), mestiço (a), branca, amarela, não informou; estado civil: casado e não casado; número de filhos: 1-5 filhos, 6-10 filhos, > 10 filhos, sem filhos, Não informou (NI); grupo religioso: católico, não católico. Variáveis etnobotânicas das plantas medicinais: fonte do conhecimento, motivo de uso, locais de obtenção, partes das plantas, idade das plantas, horário de coleta, porte das plantas, origem geográfica, hábito e habitat, etnobotânica quantitativa: 44 fonte do conhecimento: família, vizinhos, raizeiro, outros (livro, curso, índio); finalidade de uso: curativa, preventivo, paleativo e não curativa; motivo de uso: Não fazem mal à saúde, tradição, baixo custo, outros (Melhor que remédio de farmácia, não tem farmácia/posto de saúde, sintético não resolve); origem geográfica: foram consideradas três categorias: nativa (N): para espécies presentes no pantanal mais também em outras regiões do Brasil; exótica (E): para as espécies introduzidas no Brasil de outros continentes (exterior); hábito: herbáceo, arbóreo, subarbusto, arbusto, trepadeira, palmeira; habitat: pantanal, cerrado, mata ciliar, floresta, quintais e/ou hibrido; horário de coleta: qualquer horário, manhã, tarde, outros (à noite, lua crescente, meio dia, quando chove); locais de obtenção: terreno próximo, quintal, campo distante outros/raizeiros; estágio de desenvolvimento da planta: ambas (adulta/jovem), adulta, jovem; partes das plantas: folha, casca, raiz, planta inteira, fruto, rizoma/batata, outros (flor, semente, látex/seiva, resina); forma de preparo: infusão, maceração, xarope, decocção, tintura, garrafada; estado das plantas: fresca, seca, ambas (fresco-seca); número de identificação das espécies: as espécies férteis que foram identificadas e depositadas no Herbário UFMT receberam um número de registro; Etnobotânica quantitativa : concordância de uso popular - foi calculada para as plantas medicinais citadas por um ou mais informantes por meio das seguintes etapas, utilizada a metodologia proposta por Friedman et al. (1986) e modificada por Amorozo e Gély (1988): Concordância de uso popular (CUP): utilizou-se o cálculo de porcentagem de Concordância quanto aos Usos Principais - CUP - (mais citados) para a espécie, usando-se o número de informantes que citaram o uso principal x 100, dividido pelo número de informantes que citaram a espécie, sendo: CUP = (ICUE / ICUP) x 100, onde, ICUP é o número de informantes que citaram o uso principal, e ICUE - nº de informantes que 45 citaram qualquer uso da espécie; Fator de Correção (FC): FC = ICUP/ICEMC, onde, ICUP é o número de informantes que citaram o uso principal, é o número de informantes que citaram a espécie e ICEMC = 62 - número de informantes que citaram a espécie que mais citaram o uso principal. Julgou-se necessário agrupar o número de citação do uso principal por CID-10, devido ao número de doenças parecidas citadas pelos informantes; Concordância de uso popular corrigida (CUPc): CUPc = CUP x FC, onde: CUPc é o valor da concordância quanto ao uso principal corrigido; CUP é o valor da concordância quanto ao uso principal e FC é o fator de correção; Força medicinal (FM): O taxa da Força Medicinal (FM) foi calculado em relação a 409 espécies vegetais referidas pelos informantes, essa taxa foi obtido pelo cálculo da CUPc (porcentagem de concordância quanto aos usos principal corrigida). Nesta pesquisa Os valores de CUPc < 10%, corresponderam a espécies pouco utilizadas na comunidade e receberam um índice simbólico fraco (♣), representando a força medicinal da planta. Valores de CUPc > 10% < 40 % corresponderam a espécies de uso intermediário na comunidade e receberam um índice simbólico, moderado (♣♣), representando a força medicinal da planta. Por fim Os valores de CUPc > 40% corresponderam espécies muito utilizadas na comunidade e receberam um índice simbólico forte (♣♣♣). Variáveis etnofarmacológicas: nome vernacular, nome científico, indicação terapêutica, forma de preparo, toxicidades, conforme se segue: nome vernacular: nome popular da planta a nível local; nome científico: nome do gênero e espécie em itálico e autor; forma de preparo: infusão, maceração, xarope, decocção, tintura, garrafada; finalidade de uso: curativa, preventivo, paleativo e não curativa; táxons/famílias botânicas: número de citações na família; identificação botânica da espécie: nome científico e nome vernacular local; categoria de doença: distribuição das categorias de doenças em capítulos proposta pela Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas 46 Relacionados à Saúde (CID), 10ª Revisão (Brasil, 2008), não foi citada nenhuma enfermidade que se enquadrasse na classificação dos Capítulos XVI e XX: Capítulo I - Algumas doenças infecciosas e parasitárias; Capítulo II - Neoplasias (tumores); Capítulo III - Doenças do sangue e dos órgãos hematopoiéticos e alguns transtornos imunitários; Capítulo IV - Doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas; Capítulo V - Transtornos mentais e comportamentais; Capítulo VI - Doenças do sistema nervoso; Capítulo VII - Doenças do olho e anexos; Capítulo VIII - Doenças do ouvido e da apófise mastóide; Capítulo IX - Doenças do aparelho circulatório; Capítulo X - Doenças do aparelho respiratório; Capítulo XI - Doenças do aparelho digestivo; Capítulo XII - Doenças da pele e do tecido subcutâneo; Capítulo XIII - Doenças do sistema osteomuscular e do tecido conjuntivo; Capítulo XIV - Doenças do aparelho geniturinário; Capítulo XV - Gravidez, parto e puerpério; Capítulo XVI - Algumas afecções originadas no período perinatal; Capítulo XVII - Malformações congênitas, deformidades e anomalias cromossômicas; Capítulo XVIII - Sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte; Capítulo XIX - Lesões, envenenamento e algumas conseqüências de causas externas; Capítulo XX - Causas externas de morbidade e de mortalidade. outras 47 4.3. Treinamento dos Entrevistadores Para auxiliar na coleta de dados, a mestranda contou com auxílio de 12 acadêmicos de graduação dos Cursos de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso, devidamente treinados com o auxílio de um “Manual do Entrevistador” (Anexo V), recebendo orientações sobre o processo da entrevista e esclarecimentos quanto à maneira correta de abordagem do entrevistado e o uso adequado da linguagem para obtenção dos dados corretos. Os estudantes treinados tiveram acompanhamento integral do pesquisador e supervisionados pelo coordenador da pesquisa periodicamente. Aspectos éticos também foram abordados quanto à necessidade de se proteger a confidencialidade dos dados e a importância de se manter um ambiente agradável e natural no momento da entrevista. 4.4. Critérios de exclusão dos informantes não pertencer ao DNSAC; idade inferior a 40 anos; e residir menos de 5 (cinco) anos comunidade do estudo. 4.5. Processamento e análises dos dados Para realização do processamento dados foram utilizados os seguintes programas para Windows: o Microsoft Office Access 2003; o Pacote estatístico para ciências sociais (Statistical Package for Social Science – SPSS, versão 15.0: SPSS Inc., Chicago, USA, 1995) e o Programa GraphPad Prism (GraphPad Softwer, San Diego, CA). Inicialmente os dados do questionário foram duplamente digitados em bancos elaborados no Programa Microsoft Office Access 2003. Os dois bancos foram comparados utilizando o procedimento de Freqüência do SPSS, como forma de permitir a correção de possíveis inconsistências, sendo esta etapa realizada pela autora principal do estudo. Após da verificação da consistência e análise dos dados realizou-se uma classificação dos dados devido à complexidade do mundo das plantas medicinais, para que fosse possível efetuar uma ampla análise a partir dos dados e posterior aplicabilidade das técnicas estatísticas, de forma a tornar perceptível e relevante as análises. 48 Para conhecer o comportamento das variáveis estudadas (sócio-demográficas e etnobotânicas) primeiro fez-se análise descritiva (freqüências absolutas e relativas). Na 2 seqüência, foram realizadas as análises bivariadas utilizando o Teste do (qui-quadrado) para as variáveis qualitativas e considerando um nível de significância (p) menor que 5%. Após a aplicação do teste de 2 (qui-quadrado) e havendo associação entre as variáveis consideradas, optou-se pelo uso do Teste (z) de duas proporções, baseado na distribuição normal e o teste exato de Fisher, para identificar diferenças significativas entre as categorias das variáveis, dependendo do número de freqüências esperado, caso este número fosse igual ou maior que 5 utilizou-se a distribuição normal padrão (distribuição z), em caso contrário o teste exato de Fisher. A existência de associação entre as variáveis, após o Teste do 2 (qui-quadrado) e existência estatisticamente significante entre as categorias do estudo foram consideradas para um nível mínimo de significância de p < 0,05. Para a comparação das variáveis quantitativas idade e número de citações de plantas por sexo do informante foram utilizados os testes t de Student e para comparações entre duas medianas aplicou-se o teste de Mann-Whitney, utilizando como desvio o 1º e 3º Quartil, considerando em ambos os casos um nível mínimo de significância de p < 0,05. 4.6. Identificação Científica As espécies vegetais foram identificadas no local da pesquisa segundo métodos usuais de taxonomia, com base em caracteres morfológicos florais, bibliografia especializada (GUARIM NETO, 1984; POTT e POTT, 1994; JORGE et al., 1998; AMOROZO, 2002; LORENZI e MATOS 2002; GUARIM NETO e MORAES, 2003; MACEDO e FERREIRA, 2004; DE LA CRUZ, 2008), chaves analíticas e utilizando-se, quando possível, exemplares para comparação. O material botânico que se encontrava em período fértil foi coletado e herborizado no Laboratório de Farmacologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e encaminhado ao Herbário da UFMT, com ficha de identificação compelta para identificação pela curadora Profª Drª Miramy Macedo e pela pesquisadora Drª Rosilene Rodrigues Silva. O sistema de classificação botânica adotado foi o de Cronquist (1988) com excessão das Pteridophyta e Gymnospermae. 49 A determinação da origem geográfica foi realizada pela pesquisadora utilizando obras de Mendonça et al. (1998), Lorenzi e Matos (2002), Souza e Lorenzi (2005), Pott e Pott (1994), IBAMA (2007). Para correções de nomes cientificos e famílias utilizou-se o site oficial do Missouri Botanical Garden (TRÓPICOS, 2010). 4.7. Aspectos Éticos A autorização da pesquisa foi concedida pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Julio Mulher em setembro de 2008 sob o nº protocolo 561/CEPHUJM/08. Após as devidas autorizações, foram realizados o teste piloto no Distrito vizinho de nome “Cangas”, viabilizando assim o treinamento dos aplicadores, compreensão e ajustes do questionário e adequação da logística do trabalho de campo, proporcionando uma melhor qualidade na realização da pesquisa (NUNES DA CUNHA, 1998). Para auxiliar a pesquisa de campo contou com auxílio de 12 acadêmicos dos Cursos de Medicina e Enfermagem da Universidade Federal de Mato Grosso, onde receberam treinamento. Foram apresentando a cada indivíduo, entrevistado a autorização concedida pela Secretária Municipal de Saúde de Poconé - MT, para realização da pesquisa (Anexo VI), bem como o TCLE (Termo de consentimento Livre Esclarecido). 4.8. Autorização do Conselho de Gestão do Patrimônio Genético – CGEN e retorno dos resultados à comunidade No Brasil a Medida Provisória 2.186-16 regulamentada pelo Decreto nº 3.945 de 2001, estabelece normas para regular o acesso ao conhecimento tradicional associado aos recursos genéticos, além da repartição de benefícios, estando o Conselho de Gestão do Patrimônio Genético – CGEN, órgão de caráter deliberativo e normativo do Ministério do Meio Ambiente, responsável por emitir autorizações referentes a estas normas, até dezembro de 2009, posteriormente a esta data, passou ser o CNPq, órgão a expedir de tais autorizações referentes a acesso ao conhecimento tradicional associado aos recursos genéticos para fins de pesquisa cientifica (BRASIL, 2010). A presente pesquisa por abordar o conhecimento tradicional associado aos recursos genéticos da flora brasileira e comunidades tradicionais, tem potencial de se enquadrar nas normas estabelecidas pela medida provisória destacada no parágrafo anterior, foi 50 encaminhada consulta ao CGEN para solicitação de autorização, bem como Termo de Anuência Prévio (TAP) assinado pelos representantes das 37 comunidades do DNSAC e após Deliberação nº 247 do Conselho Nacional de Patrimônio Genético do Ministério de Meio Ambiente CGEN/MMA publicado em Diário Oficial da UNIÃO em 23/10/2009, a pesquisa foi realizada no período de novembro de 2009 a fevereiro de 2010 (Anexo XI). Além disso, os procedimentos preconizados na MP 2.186-16 relacionados com a abordagem do pesquisador junto aos entrevistados, aos devidos esclarecimentos ao entrevistado sobre a pesquisa, sobre a possibilidade irrestrita de negarem-se a fornecer qualquer tipo de informação quando lhe fosse conveniente e que em qualquer momento poderia desistir de participar da pesquisa, foram seguidos. As formas de retorno dos resultados obtidos nesta pesquisa, assim como a contrapartida dos pesquisadores à comunidade até o presente momento foram parcialmente executadas, com previsão de conclusão no segundo semestre de 2013. Dentre estas ações estão previstas a realização de cursos de plantas medicinais, palestra com informações coletadas na pesquisa, oficinas participativas para divulgação e discussão de ações de interesse dos moradores do DNSAC relacionadas com a conservação e uso das espécies vegetais utilizadas como medicinais, nativos e cultivadas, implantação de uma farmácia viva junto à unidade de saúde do PFS do distrito bem como a distribuição de mudas de plantas medicinais. 51 V. RESULTADOS 5.1. Descrição da População de Estudo As 16 micro-áreas são constituídas por 37 comunidades, pertencentes ao DNSAC. A amostra inicial constituiu-se de 290 informantes com idade entre 40 - 94 anos, sendo efetivamente realizadas 262 entrevistas de 1.179 moradores do DNSAC nesta faixa etária (22,22%), correspondendo a uma perda de 9,7 %. Das 3.344 citações houve um destaque para as comunidades Chumbo com 882 citações de espécies, seguida de 461 em Bahia do Campo e 349 na Agroana conforme visto na Tabela 2. TABELA 2. Distribuição das comunidades, por micro-áreas e total de citações de plantas no Distrito Nossa Senhora do Chumbo (DNSAC), Poconé-MT. ID COMUNIDADES MA n Citações de plantas 1 Chumbo 32, 31, 49 50 882 2 Canto do Agostinho, Santa Helena, Os Cagados, Várzea Bonita 41 9 131 3 Furnas II, Salobra, Zé Alves 72 10 99 4 Campina II, Furnas I, Mundo Novo, Rodeio 36 11 179 5 6 Campina de Pedra, Imbé Barreirinho, Coetinho, Figueira 33 34 12 23 173 213 7 Bahia de Campo 76 13 461 8 9 Agrovila, São Benedito Agroana 67 46, 61 14 38 141 349 10 Bandeira, Minadouro 37 20 171 11 Carretão, Deus Ajuda, Sangradouro, Pesqueiro, Varzearia 39 23 180 12 Chafariz, Ramos, Sete Porcos, Urubamba 71 16 200 13 Céu Azul, Capão Verde, Morro Cortado, Passagem de Carro, 38 Varal 17 165 262 3344 N ID= identificação MA - micro-área n=informantes entrevistados 52 5.2. Características Sócio-Demográficas Dos 262 informantes que responderam ao questionário, a maior representação foi do sexo feminino (69%), com predominância da faixa etária de 40-59 anos (60%). Houve maior proporção de respondentes naturais de Poconé (68%), com 18% nascidos no DNSAC, habitando no DNSAC a mais de 20 anos (62%), possuindo de 0-4 anos de escolaridade (89%), com renda de 1-5 salários-mínimo (59%), trabalhadoras do lar (45%), mestiços (45%), casados (77%), com 1 a 5 filhos (58%) e católicos (89%), como mostrado na Tabela 3. Tabela 3. Características sócio-demográficas dos 262 informantes do Distrito Nossa Senhora do Chumbo, Poconé-MT. CARACTERÍSTICAS CATEGORIAS FA FR (%) SEXO Feminino 182 69,0 Masculino 80 31,0 40-59 anos 157 60,0 60-79 anos 101 39,0 4 2,0 Comunidades do DNSAC 48 18,0 Poconé-MT (Menos o DNSAC) 130 50,0 Interior de MT (Menos Poconé) 43 16,0 Centro Oeste (Menos MT) 13 5,0 Outras regiões do Brasil (Sul, Sudeste, Nordeste) 28 11,0 5-10 anos 71 27,0 11-20 anos 29 11,0 > 20 anos 162 62,0 não alfabetizado 64 24,43 ensino fundamental incompleto 135 51,53 ensino fundamental completo 34 12,98 ensino médio incompleto 6 2,29 ensino médio completo 16 6,11 ensino superior incompleto 3 1,15 ensino superior completo 3 1,15 pós-graduação 1 0,38 < 1 salário mínimo 94 35,88 1-5 salários mínimo 155 59,16 ≥ 6 salários mínimo 03 1,15 NI 10 3,82 FAIXA ETÁRIA (ANOS) ≥80 anos NATURALIDADE TEMPO DE MORADIA NO DNSAC ESCOLARIDADE (ANOS DE ESTUDO) NÍVEL SÓCIO-ECONÔMICOa 53 Continuação Tabela 3... CARACTERÍSTICAS CATEGORIAS FA FR(%) PROFISSÃO/OCUPAÇÃO Do lar 123 45,0 Agricultor (a) 93 34,0 Professor (a) 10 4,0 Raizeiro (a) 5 2,0 Benzedeiro (a) Outros 3 42 1,0 15,0 Negro 85 32,0 Índio (a) 13 5,0 Mestiço (a) 117 45,0 Branca 28 11,0 Amarela 7 3,0 Não informou 12 5,0 Católico 233 89 Não católico 29 11 0-5 filhos 165 64 6-10 filhos 82 31 > 10 filhos 15 6 Casados 201 77 Não casados 61 23 ETNIA GRUPO RELIGIOSO NÚMERO DE FILHOS NUPCIALIDADE NI - não informou; a Valor do salário mínimo de R$ 465,00, Brasil/março/2009; DNSAC – Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo . Neste levantamento, os informantes do sexo masculino apresentaram idade significantemente maior (58,7 ± 1,3 anos, p=0,022) do que as mulheres (55,2 ± 0,8 anos), conforme visto na Figura 06. Também nesta Figura se observa que o informante com maior idade foi do sexo masculino (94 anos). 54 Figura 6. Comparação das idades dos 262 informantes do DNSAC. Teste t de Student não pareado, bicaudal, *p = 0,022. 5.3. Uso e Conhecimento sobre Plantas Medicinais: Análises Estatísticas Dos 262 entrevistados, 99,0% afirmaram utilizar plantas medicinais no autocuidado à saúde (Figura 7), com um mínimo de 1 citação e o máximo de 250 plantas para as mulheres e um mínimo de 2 citações e máximo de 54 para os homens, num total de 3.344 citações, sendo citadas 409 espécies vegetais diferentes (Tabela 5). Figura 07. Frequência do uso de plantas pelos 262 informantes no DNSAC. 55 Na Tabela 4, verifica-se que as mulheres citaram significativamente mais plantas que os homens, com medianas de 9 (6, 13) e 8 (5, 10) plantas, respectivamente. Tabela 4. Freqüência entre sexo e citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC. Sexo n Mediana (Q1 – Q3) U Feminino 185 9,0 (6 - 13) 25206,5 Masculino 74 8,0 (5 - 10) Total 259 Teste de Mann-Whitney (U) considerando um nível de significância menor que 0,05. p 0,034 Na Tabela 5, observa-se que existe associação (p = 0,003) entre sexo e idade dos informantes do DNSAC em relação às plantas citadas. As mulheres na faixa etária de 40 – 59 anos conhecem mais plantas (60,23%, p = 0,001) do que os homens nesta mesma faixa etária (53,17%), enquanto que os homens com idade > 60 anos (46,83%, p = 0,001) conhecem mais que as mulheres (39,77%), desta mesma categoria. Tabela 5. Relação entre sexo e idade quanto às citações de plantas, pelos 259 informantes. Idade F % M % p N % 40 - 59 anos > 60 anos 1545 1020 60,23 39,77 386 340 53,17 46,83 0,001 0,001 1931 1360 58,68 41,32 Total 2565 100 726 100 3291 100 Sexo Teste do Qui-quadrado. 2 = 11,65 (p = 0.003), seguido do teste de (z) 2 proporções. Sexo versus idade. Na Tabela 6, verifica-se que não houve diferença significativa (p> 0,05) entre idade e citações de plantas, com valores de medianas de 9 (6 - 12), para ambas as categorias. Tabela 6. Freqüência entre idade e citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC. Idade n Mediana ( Q1 – Q3) U p 40-59 anos ≥ 60 anos Total 155 104 259 9,0 (6 - 12) 9,0 (6 - 13) 8810,0 0,1727 Teste de Mann-Whitney (U) considerando um nível de significância menor que 0,05. Com relação ao sexo e tempo de moradia (Tabela 7), foi encontrada associação (p=0,0001), constatando que as mulheres com tempo de moradia entre 11-20 anos citaram mais plantas (9,89%, p=0,0001) que os homens com o mesmo tempo de moradia (5,38%). 56 Tabela 7. Relação entre sexo e tempo de moradia quanto às citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC. Tempo moradia F % M % p N % Sexo 5 - 10 anos 432 17,22 167 19,98 0,081 599 17,91 11-20 anos > 20 anos 248 1828 9,89 72,89 45 624 5,38 74,64 0,0001 0,315 293 2452 8,76 73,33 2508 100,00 836 100,00 3344 100,0 TOTAL Teste do Qui-quadrado. moradia. 2 = 48,68 (p = 0.0001), seguido do teste de (z) 2 proporções. Sexo versus tempo de Na Tabela 8, verifica-se que os informantes do DNSAC com tempo de moradia > 10 anos citaram significativametne mais plantas 9,0 (6, 13), p = 0,049, do que aqueles com menos tempo de moradia 8,0 (5, 11). Tabela 8. Freqüência entre tempo de moradia e citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC. Tempo de moradia n Mediana (Q1-Q3) U p 5 - 10 anos 63 8,0 (5 - 11) > 10 anos 195 9,0 (6 - 13) Total 259 7601,0 0,0497 Teste de Mann-Whitney (U), considerando um nível de significância menor que 0,05. Com relação ao sexo e etnia (Tabela 9), foi encontrada associação (p=0,001), constatando uso significativamente maior de plantas (13,72, p = 0,0001), pelos índios do que pela índia (5,40%). Enquanto que às mulheres nas categorias mestiça e amarela (44,89% e 2,10%; p= 0,0001, respectivamente), citaram mais plantas que os homens destas categorias (35,29% e 2,10%, respectivamente). Tabela 9. Relação entre sexo e etnia quanto às citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC. Etnia F % M % p N % Sexo Negro (a) 918 37,81 326 40,65 0,218 1244 38,51 Índio (a) Branco (a) Mestiço (a) 131 238 1090 5,40 9,80 44,89 110 81 283 13,72 10,10 35,29 0,0001 0,866 0,0001 241 319 1373 7,46 9,88 42,51 Amarelo (a) 51 2,10 2 0,25 0,0001 53 1,64 TOTAL 2428 100,00 802 100,00 3230 100,00 Teste do Qui-quadrado. 2 = 82,92 (p = 0.0001), seguido do teste de (z) 2 proporções. Sexo versus etnia. 57 Com relação à etnia e citações de plantas pelos informantes, verifica-se na Tabela 10 que não houve diferença significativa (p = 0,6083), entre as diferentes categorias, tendo a categoria negra, citado no mínimo 1 planta e máximo 250 plantas com mediana 9 (9,10), enquanto a categoria amarela citarou no mínimo 2 plantas e no máximo 14 plantas com mediana 9 (9, 13). Tabela 10. Freqüência entre etnia e citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC. Etnia n Mediana (Q1 – Q3) Negro (a) 84 9 (9 - 10) Índio (a) Branco (a) Mestiço (a) Amarelo (a) Total 13 28 127 7 9 (8 - 11) 8 (9 - 17) 9 (9 - 13) 9 (9 - 13) K p 2.693 0.6105 259 Teste de Kruskal-Wallis (K), considerando um nível de significância menor que 0,05. Quanto à renda salarial e o tempo de escolaridade (Tabela 11), verificou-se associação entre essas variáveis (p = 0,0001). Os informantes que ganham < 1 salário-mínimo e que estudaram menos de 1 ano no DNSAC, citaram significativamente (34,44%, p = 0,0001) mais plantas do que aqueles que ganham > 1 salário-mínimo (27,16%). Por outro lado os informantes que ganham > 1 salário-mínimo e que estudam > 9 anos (12,52%, p= 0,0001), citaram significativamente mais plantas do que os que ganham < 1 salário mínimo (6,57%). Tabela 11. Relação entre renda salarial e escolaridade quanto às citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC. Escolaridade Renda < 1 salário % > 1 salário % p N % < 1 ano 1-9 anos 519 889 34,44 58,99 499 1108 27,16 60,32 0,0001 0,437 1018 1997 30,44 59,72 > 9 anos 99 6,57 230 12,52 0,0001 329 9,84 1507 100,00 1837 100,00 3344 100,00 Total 2 Teste do Qui-quadrado. = 44,44 (p = 0,0001), seguido do teste de (z) 2 proporções. Renda salarial versus escolaridade. Na Tabela 12, verificou-se que não houve significância (p = 0,3992) entre o tempo de escolaridade e citações de plantas no DNSAC, com mediana 9 (7, 14) 9 (7, 11) e 9 (6, 12) 58 Tabela 12. Frequência entre escolaridade e citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC. Escolaridade n Mediana (Q1 – Q3) < 1 ano 1-9 anos 63 9 (7 - 14) 9 (7 - 11) > 9 anos 27 Total 259 169 9 (6 - 12) k p 1.836 0.3992 Teste de Kruskal-Wallis (K), considerando um nível de significância menor que 0,05. Na Tabela 13, verificou-se que não houve significância (p= 0,4120) entre a renda salarial e citações de plantas no DNSAC, com mediana 8,5 (6, 12) e 9 (6, 13). Tabela 13. Freqüência entre renda e citações de plantas pelos 259 informantes do DNSAC. Renda n Mediana (Q1 – Q3) U p < 1 salário > 1 salário 98 161 8,5 (6 - 12) 9,0 (6 - 13) 8369,0 0,4120 Total 259 Teste de Mann-Whitney (U), considerando um nível de significância menor que 0,05. Na Tabela 14, observou-se associação (p = 0,0001) entre o sexo e o grupo religioso, em relação ao número de plantas citadas. As mulheres católicas conhecem mais plantas (94,3%, p = 0,0001) do que os homens (88,86%). Por outro lado, os homens não católicos (11,14%, p = 0,0001), conhecem mais plantas do que as mulheres (5,7%), desta mesma categoria. Tabela 14. Relação entre sexo e grupo religioso quanto às citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC. Grupo Religioso Sexo F % M % p N % Católicos 2366 94,30 742 88,86 0,0001 3108 92,94 Não católicos 143 5,70 93 11,14 0,0001 236 7,06 2509 100,00 835 100,00 3344 100,00 Total Teste do Qui-quadrado. religioso 2 = = 28,25 (p = 0,0001), seguido do teste de (z) 2 proporções. Sexo versus grupo Na Tabela 15, verificou-se que não houve diferença significativa (p = 0,7603) entre grupo religioso e citações de plantas, com valores de mediana 9 (6, 12) para católicos e 9 (5, 14) para não católicos. 59 Tabela 15. Relação entre grupo religioso e citações de plantas, pelos 259 informantes do DNSAC. Grupo religioso Católicos n 230 Mediana (Q1 – Q3) 9,0 (6 - 12) Não católicos 29 9,0 (5 - 14) Total 259 U p 3451.5 0,7603 Teste de Mann-Whitney (U), considerando um nível de significância menor que 0,05. Na Tabela 16, observa-se que existe associação (p = 0,0001) entre sexo e a nupcialidade dos informantes do DNSAC, em relação as citações de plantas. As mulheres casadas (86,23%; p = 0,0001) conhecem mais plantas do que os homens (25,51%), enquanto que homens não casados (25,51%; p= 0,0001), conhecem mais plantas do que as mulheres desta categoria (13,77%). Tabela 16. Relação entre sexo e nupcialidade quanto às citações de plantas citadas pelos 259 informantes do DNSAC Nupcialidade F % M % p N % Casados 1958 78,16 735 87,60 0,0001 2693 80,53 Não casados 547 21,84 104 12,40 0,0001 651 19,47 Total 2505 100,00 839 100,00 3344 100,00 Sexo Teste do Qui-quadrado. 2 = 48,68 (p = 0.0001), seguido do teste de (z) 2 proporções. Sexo versus nupcialidade Na Tabela 17, verifica-se que não houve significância entre a nupcialiade e (6, 12) citações de plantas no DNSAC. Os informantes casados obtiveram a médina de 9 (6, 14) plantas, com uma média de 13,3 (± 1,84), plantas tendo citado no mínimo de 1 e máximo 250 plantas. Para os informantes não casados a mediana foi de 9 plantas com média de 11,5 (± 1,2) plantas e tendo citado o mínimo de 1 e máximo de 70 plantas. Tabela 17. Frequência entre nucpcialidade e citações de plantas pelos 259 informantes do DNSAC. Nupcialidade n Casados Não casados 198 61 Total 259 Mediana (Q1 – Q3) 9 9 (6 – 12) (6 – 14) U p 6320,0 0,5834 Teste de Mann-Whitney (U) considerando um nível de significância menor que 0,05. Em relação às variáveis sexo e fonte de conhecimento, verificou-se que não existe associação (p = 0,088) entre homens e mulheres, nas diferentes categorias (Tabela 18). 60 Tabela 18. Relação entre sexo e fonte do conhecimento das plantas citadas, por 259 informantes no DNSAC. Fonte do conhecimento Sexo F % M % N % Família 147 80,77 57 67,06 204 76,40 Vizinhos Raizeiro Outros (livro, curso, índio) 12 10 13 6,59 5,49 7,14 11 6 11 12,94 7,06 12,94 23 16 24 8,61 5,99 8,99 182 100,00 85 100,00 267 100,00 Total Teste do Qui-quadrado. 2 = 6,54 (p = 0,09) A Figura 8 mostra a opnião dos informantes do DNSAC sobre a finalidade principal de uso das plantas, com 76% afirmarem usar plantas para fins curativo, 15% para fins preventivo, 7% para fins paleativo e 2% não curativo. Figura 8. Freqüência da finalidade de uso das plantas, por 259 informantes no DNSAC. Na Tabela 19, encontram-se apresentados os dados etnobotânicos do levantamento feito junto aos 259 informantes do DNSAC. Foram citadas pelos informantes, 409 espécies vegetais distintas, pertencentes a 285 gêneros e 102 famílias. Do total das espécies citadas, 98 (24,0%) foram identificadas pelo Herbário UFMT, 278 (67,97%) através de consulta à literatura especializada e 33 (8,06%) encontram-se em fase de identificação. As plantas citadas apresentaram usos medicinais que englobaram todas as categorias de doenças do CID-10, com excessão das categorias XVII e XX. Treze (13) espécies vegetais apresentam alta frequência de citações (acima de 40), Plectranthus barbatus Andrews (boldobrasileiro), Scoparia dulcis L. (vassorinha), Chenopodium ambrosioides L. (erva-de-santamaria), Strychnos pseudoquina A. St.-Hil. (quina), Macrosiphonia longiflora (Desf.) Müll. Arg. (velame-do-campo), Solidago microglossa DC. (arnica-brasileira), Palicourea coriacea 61 Schum. (douradinha), Myracrodruon urundeuva (Allemão) Engl. (aroeira), Jacaranda decurrens Cham (carobinha), Tabebuia caraiba (Mart.) Bureau (para - tudo), Lafoensia pacari A. St. Hil. (mangava-braba), Aloe barbadensis Mill. (babosa), Stachytarpheta aff. cayennensis (Rich.) Vahl (gervão), sendo citadas 62, 55, 54, 53, 50, 49, 48, 48, 45,42, 42, 41,40 vezes e tendo como usos principais doenças do estômago, fraturas ósseas, verminoses, anemia, depurativo do sangue, cicatrizante, rins, fraturas ósseas, depurativo do sangue, úlcera, cicatrizante e tosse, respectivamente (Tabela 19). As plantas que apresentaram as maiores forças medicinais, CUPc entre 45,16 a 93,55, foram Plectranthus barbatus, Macrosiphonia longiflora, Palicourea coriacea Schum, Chenopodium ambrosioides, Scoparia dulcis, Myracrodruon urundeuva, Stryphnodendrom adstringens, Solidago microglossa, Lafoensia pacari, Vernonia condensata e Costus spicatus com CUPc de 93,55; 69,35; 64,52; 61,29; 58,06; 53,23 e 51,61, 48,39; 48,39; 46,77; 45,16, respectivamente (Tabela 19). Com relação à força medicinal das 409 espécies vegetais referidas pelos informantes, 329 (80,44%) apresentaram taxa de citação por menos de 10% dos informantes (♣), 69 (16,87%) por 10,1% a 40% dos informantes (♣♣) e 11 (2,69%) por > 40% (♣♣♣), conforme Tabela 19 e Figura 9 (PIERONI, 2003; DE LA CRUZ, 2008, PIERONI e GIUSTI (2009). Figura 9. Onze espécies de maior Força Medicinal do DNSAC 62 Tabela 19. Relação de uso medicinal das Famílias e Espécies citadas pelos 259 informantes do DNSAC. Família/Espécies Nome Vernacular NIB Aplicação CID1O FA FR ICUE ICUP CUP FC CUP c FM Anador L.E. Dor Febre XVIII XVIII 20 1 0,598 0,030 26 21 80,77 0,4194 33,87 ♣♣ Relaxante muscular XIII 5 0,150 Febre XVIII 3 0,090 9 6 66,67 0,1452 9,68 ♣ Sarampo I 6 0,179 XVIII 11 0,329 28 11 39,29 0,4516 17,74 ♣♣ XI 3 0,090 Reumatismo XIII 5 0,150 Rins XIV 9 0,269 1.ACANTHACEAE 1.1. Justicia pectoralis Jacq. 2. ADOXACEAE 2.1. Sambucus australis Cham. & Schltdl. Sabugueiro L.E. 3. ALISMATACEAE 3.1. Echinodorus macrophyllus (Kuntze.) Micheli 4. AMARYLLIDACEAE 4.1. Allium cepa L. Chapéu-de- couro L.E. Depurativo sangue Estômago do Cebola L.E. Cicatrizante XIX 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 4.2. Allium fistulosum L. Cebolinha L.E. Gripe X 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 4.3. Allium sativum L. Alho L.E. Hipertensão IX 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ Terramicina L.E. Cicatrizante XIX 7 0,209 27 11 40,74 0,4355 17,74 ♣♣ Coceira XII 4 0,120 Diabetes IV 1 0,030 Dor XVIII 5 0,150 Fraturas ósseas XIX 4 0,120 Garganta XVIII 1 0,030 Gripe X 1 0,030 Inflamação uterina Relaxante muscular XIV 3 0,090 XIII 1 0,030 5. AMARANTHACEAE 5.1. Alternanthera brasiliana (L.) Kuntze 63 5.2. Alternanthera dentata Moench) Stuchlik ex R.E. Fr. Ampicilina 5.3.Alternanthera ficoide (L.) P. Beauv. Doril 5.4. Amaranthus aff. viridis L. Caruru-de-porco 5.5.Beta vulgaris L. Beterraba 5.6. Celosia argentea L. Crista-de-galo 5.7.Chenopodium ambrosioides L. Erva-de-santa-maria 5.8. Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen L.E. L.E. 38.689 L.E. 34.111 L.E. Cicatrizante XII 3 0,090 5 3 60,00 0,0806 4,83 ♣ Rins XIV 1 0,030 Relaxante muscular Cicatrizante XIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ XII Dor XVIII 1 0,030 3 1 33,34 0,0483 1,61 ♣ 1 0,030 Rins XIV 1 0,030 Anemia III 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Rins XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Cicatrizante XIX 1 0,030 54 38 70,37 0,8710 61,29 ♣♣♣ Coração IX 2 0,060 Diabetes IV 2 0,060 Fraturas ósseas XIX 6 0,179 Gripe X 3 0,090 Rins XIV 1 0,030 Tosse XVIII 1 0,030 Verminose I 38 1,136 Ginseng-brasileiro L.E. Obesidade IV 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ Cajuzinho-do-campo L.E. Diabetes IV 1 0,030 3 1 33,33 0,0484 1,61 ♣ Disenteria I 1 0,030 Hepatite XI 1 0,030 Abortivo XV 2 0,060 18 5 27,78 0,2903 8,06 ♣ Cicatrizante XIX 3 0,090 Colesterol IV 1 0,030 Dente XI 2 0,060 XVIII 1 0,030 IV 1 0,030 I 3 0,090 6. ANACARDIACEAE 6.1. Anacardium humile A. St. -Hil. 6.2. Anacardium occidentale L. Cajueiro L.E. Depurativo sangue Diabetes Diarréia do 64 6.3. Astronium fraxinifolium Schott ex Spreng 6.4.Mangifera indica L. 6.5. Myracrodruon urundeuva (Allemão) Engl. Gonçaleiro Mangueira Aroeira L.E. L.E. L.E. Disenteria I 1 0,030 Dor XVIII 4 0,120 Gripe X 1 0,030 Hemorróidas IX 1 0,030 Tosse XVIII 5 0,150 Bronquite X 1 0,030 Gripe X 2 0,060 Tosse XVIII 4 0,120 Anemia III 1 0,030 Bexiga XIV 1 0,030 Bronquite X 1 0,030 Câncer II 1 0,030 Cicatrizante XIX 4 0,120 Depurativo do sangue Fraturas ósseas XVIII 1 0,030 XIX 29 0,867 Hérnia XIV 1 0,030 Inflamação uterina Relaxante muscular Tosse XIV 5 0,150 XIII 2 0,060 XVIII 2 0,060 7 5 71,43 0,1129 8,06 ♣ 7 4 57,14 0,1129 6,45 ♣ 48 33 68,75 0,7742 53,23 ♣♣♣ 6.6. Spondias dulcis Parkinson Caja-manga L.E. Sarna I 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 6.7. Spondias purpurea L. Seriguela L.E. Cicatrizante XIX 1 0,030 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ Hepatite XI 1 0,030 Diabetes IV 2 0,060 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Fraturas ósseas XIX 1 0,030 7. ANNONACEAE 7.1. Annona cordifolia Poepp. ex Maas & Westra Araticum-abelha L.E. 7.2. Annona crassiflora Mart. Graviola L.E. Diabetes IV 4 0,120 4 4 100,00 0,0645 6,45 ♣ 7.3. Duguetia furfuracea (A. St.-Hil.) Saff. Beladona-do-cerrado L.E. Dor XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Coentro L.E. Gripe X 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 8. APIACEAE 8.1 Coriandrum sativum L. 65 8.2 Eryngium aff. pristis Cham. & Schltdl. Língua-de-tucano 34.785 Dente XI 1 0,030 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ XIII 1 0,030 X 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 8 6 75,00 0,1290 9,68 ♣ 4 4 100,00 0,0645 6,45 ♣ 8.3 Petroselinum crispum ((Mill) Fuss Salsinha L.E. Relaxante muscular Gripe 8.4. Pimpinella anisum L. Erva-doce L.E. Calmante V 1 0,030 Dor XVIII 1 0,030 Prisão de ventre XVIII 5 0,150 Rins XIV 1 0,030 Estômago XI 1 0,030 Laxante XI 2 0,060 9.APOCYNACEAE 9.1. Aspidosperma polyneuron (Müll.) Arg. Péroba L.E. 9.2. Aspidosperma tomentosum Mart. Guatambu L.E. Gastrite XI 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 9.3. Catharanthus roseus (L.) G. Don Boa-noite L.E. Caxumbá I 2 0,060 5 2 40,00 0,0806 3,23 ♣ Febre XVIII 2 0,060 Rins XIV 1 0,030 Diabetes IV 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Dor XVIII 2 0,060 Coceira XII 1 0,030 7 5 71,43 0,1129 8,06 ♣ Diarréia I 5 0,150 Estômago XI 1 0,030 Anemia III 1 0,030 29 10 34,48 0,4677 16,13 ♣♣ Cicatrizante XIX 2 0,060 Colesterol IV 1 0,030 XVIII 8 0,239 XVIII 2 0,060 IX 1 0,030 9.4. Geissospermum laeve (Vell.) Miers Pau-tenente 9.5. Hancornia speciosa var.gardneri (A.DC.) Müll. Arg. Mangava-mansa 9.6. Himatanthus obovatus (Müll. Arg.) Woodson Angélica L.E. 19.400 29.067 Depurativo sangue Dor do Hemorragia nariz Hipertensão do IX 1 0,030 Inflamação uterina Labirintite XIV 3 0,090 VIII 5 0,150 Pneumonia X 1 0,030 66 9.7 Macrosiphonia longiflora (Desf.) Müll. Arg. Velame-do-campo L.E. Relaxante muscular Verminose XIII 2 0,060 I 1 0,030 Vitiligo XII 1 0,030 IX 1 0,030 XVIII 40 1,196 VI 2 0,060 Diurético XIV 1 0,030 Dor XVIII 2 0,060 Garganta XVIII 1 0,030 Relaxante muscular Vitiligo XIII 2 0,060 XII 1 0,030 Coração Depurativo sangue Derrame 9.8. Macrosiphonia velame (A. St.-Hil.) Müll. Arg. do 50 43 86,00 0,8065 69,35 ♣♣♣ Velame-branco L.E. Gripe X 3 0,090 3 1 33,33 0,0484 1,61 ♣ Comigo-ninguémpode Jararaquinha L.E. Dor XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 1.619 Picada de cobra XIX 1 0,030 6 5 83,33 0,0968 8,06 ♣ Bocaiuveira L.E. Coração IX 2 0,060 2 2 100,00 0,0322 3,22 ♣ Hepatite XI 3 0,090 Hipertensão IX 7 0,209 Rins XIV 1 0,030 10. ARACEAE 10.1 Dieffenbachia picta Schott 10.2. Dracontium sp. 11. ARECACEAE 11.1. Acrocomia aculeata Lodd. ex. Mart. 11.2. Cocos nucifera L. Cocô-da-bahia L.E. Rins XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 11.3. Orbignya phalerata Mart. Babaçu L.E. Inflamação XIII 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 11.4. Syagrus oleracea (Mart.) Becc. Guariroba L.E. Rins XIV 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ Cipó-de-mil-homem L.E. Dengue I 1 0,030 8 3 50,00 0,0968 4,84 ♣ XVIII 1 0,030 XI 1 0,030 XIV 3 0,090 12. ARISTOLOCHIACEAE 12.1. Aristolochia cymbifera Mart & Zucc. Depurativo sangue Estômago Rins do 67 12.2. Aristolochia esperanzae Kuntze Papo-de-peru L.E. Digestivo XI 2 0,060 Cicatrizante XIX 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Cólica XIV 1 0,030 11 10 90,91 0,1774 16,13 ♣♣ Rins XIV 9 0,269 Tosse XVIII 1 0,030 Corrimento XIV 1 0,030 5 3 60,00 0,0806 4,84 ♣ Gonorréia I 3 0,090 Rins XIV 1 0,030 Dor XVIII 6 0,179 12 7 58,33 0,1935 11,29 ♣♣ Febre XVIII 1 0,030 Gripe X 2 0,060 Relaxante muscular Diarréia XIII 3 0,090 I 1 0,030 14 10 71,43 0,2258 16,13 ♣♣ Dor XVIII 3 0,090 Estômago XI 5 0,150 Gastrite XI 1 0,030 Gripe X 1 0,030 Hipertensão IX 3 0,090 Dor XVIII 1 0,030 12 6 50,00 0,1935 9,68 ♣ Dor de parto XV 2 0,060 Estômago XI 1 0,030 Inchaço de mulher grávida Reumatismo XV 4 0,120 XIII 3 0,090 Tosse XVIII 1 0,030 13. ASTERACEAE 13.1. Acanthospermum australe (Loefl.). Kuntze 13.2. Acanthospermum hispidum DC. 13.3. Achillea millefolium L. 13.4. Achyrocline satureioides (Lam.) DC. 13.5. Ageratum conyzoides L. Carrapicho, beijo-deboi Chifre-de-garrotinho Dipirona, Novalgina, Macela-do-campo Mentrasto 29.763 L.E. L.E. L.E. L.E. 13.6. Artemisia vulgaris L. Artemísia L.E. Insônia V 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 13.7. Artemisia absinthium L. Losna, nor-vômica L.E. Dor XVIII 1 0,030 27 24 88,89 0,4355 38,71 ♣♣ Estômago XI 23 0,688 Fígado XI 1 0,030 68 13.8. Baccharis trimera (Less.) DC. 13.9. Bidens pilosa L. 13.10. Brickellia brasiliensis (Spreng.) B.L. Rob. Carqueja Picão-preto Arnica-do-campo 13.11. Calendula officinalis L. Calêndula 13.12. Centratherum aff. punctatum Cass. Perpétua-roxa 13.13. Chamomilla recutita (L.) Rauschert. Camomila Hérnia XIV 1 0,030 Relaxante muscular Câncer XIII 1 0,030 II 1 0,030 Colesterol IV 1 0,030 Diabetes IV 3 0,090 Diurético XIV 1 0,030 Estômago XI 1 0,030 Gripe X 2 0,060 Obesidade IV 4 0,120 Hepatite XI 5 0,150 Icterícia XVI 2 0,060 Rins XIV 3 0,090 Cicatrizante XIX 8 0,239 Inflamação uterina Rins XIV 1 0,030 XIV 1 0,030 L.E. Ansiedade V 2 33.697 Relaxante muscular Coração XIII L.E. Calmante L.E. L.E. L.E. 13 8 61,54 0,2097 12,90 ♣♣ 10 5 50,00 0,1613 8,06 ♣ 10 8 80,00 0,1613 12,90 ♣♣ 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ IX 2 0,060 V 18 0,538 39 16 41,03 0,6290 25,81 ♣♣ Cólica XIV 1 0,030 Dor XVIII 15 0,449 Estômago XI 3 0,090 Febre XVIII 1 0,030 Gripe X 1 0,030 13.14. Chaptalia integerrima (Vell.) Burkart Língua-de-vaca L.E. Verminose I 2 0,060 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 13.15. Chromolaena odorata (L.)R.M. King & H. Rob Cruzeirinho L.E. Cólica XIV 1 0,030 5 2 40,00 0,0806 3,23 ♣ Dor XVIII 2 0,060 Fraturas ósseas XIX 1 0,030 Rins XIV 1 0,030 69 13.16. Conyza bonariensis (L.) Cronquist Voadeira 34.782 Câncer II 1 0,030 Coceira XII 2 0,060 XVIII 2 0,060 II 1 0,030 I 3 0,090 XVIII 1 0,030 Depurativo sangue Leucemia do Verminose 13.17. Elephantopus mollis Kunth Sussuaiá 13.18. Emilia fosbergii Nicolson Serralha 13.19. Eremanthus exsuccus (DC.) Baker Bácimo-do-campo 13.20. Eupatorium odoratum L. Arnicão L.E. Depurativo sangue Dor do 9 3 33,33 0,1452 4,84 ♣ 5 4 80,00 0,0806 6,45 ♣ XVIII 3 0,090 XIV 1 0,030 34.116 Inflamação uterina Conjuntivite VII 2 0,060 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ L.E. Cicatrizante XIX 4 0,120 8 6 75,00 0,1290 9,68 ♣ Estômago XI 1 0,030 Fraturas ósseas XIX 2 0,060 Pele XII 1 0,030 Cicatrizante XIX 1 0,030 8 6 75,00 0,1290 9,68 ♣ Relaxante muscular Rins XIII 1 0,030 XIV 6 0,179 Bronquite X 6 0,179 7 6 85,71 0,1129 9,68 ♣ L.E. 13.21. Mikania glomerata Spreng. Guaco L.E. Tosse XVIII 1 0,030 13.22. Mikania hirsutissima DC. Cipó-cabeludo L.E. Diabetes IV 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 13.23. Pectis jangadensis S. Moore Erva-do-carregador L.E. Depurativo sangue Diabetes XVIII 1 0,030 4 3 75,00 0,0645 4,84 ♣ 13.24. Porophyllum ruderale (Jacq.) Cass. Picão-branco 10 7 70,00 0,1613 11,29 ♣♣ 49 30 61,22 0,7903 48,39 ♣♣♣ 13.25. Solidago microglossa DC. Arnica-brasileira 32.793 L.E. do IV 3 0,090 Hepatite XI 7 0,209 Rins XIV 3 0,090 Cicatrizante XIX 29 0,867 XVIII 5 0,150 XVIII 1 0,030 Fraturas ósseas XIX 1 0,030 Hipertensão IX 1 0,030 Depurativo sangue Dor do 70 Inflamação uterina Relaxante muscular Rins XIV 2 0,060 XIII 6 0,179 XIV 3 0,090 Verminose I 1 0,030 Dor XVIII 3 0,090 Estômago XI 1 0,030 Hipertensão IX 1 0,030 Pneumonia X 1 0,030 Prisão de ventre XVIII 2 0,060 XIII 4 0,120 XI 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ 13.26. Spilanthes acmella (L.) Murray Jambú L.E. Relaxante muscular Fígado 13.27. Tagetes minuta L. Cravo-de-defunto L.E. Dengue I 1 0,030 Gripe X 1 0,030 XVIII 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ XI 3 0,090 7 6 85,71 0,1129 9,68 ♣ Estômago XI 3 0,090 Prisão de ventre XVIII 1 0,030 Câncer II 1 0,030 30 29 96,67 0,4839 46,77 ♣♣♣ Estômago XI 21 0,628 Fígado XI 8 0,239 Bronquite X 3 0,090 25 15 60,00 0,4032 24,19 ♣♣ XVIII 1 0,030 XVIII 1 0,030 Gripe X 6 0,179 Pneumonia X 5 0,150 Resfriado X 1 0,030 Tosse XVIII 8 0,239 Dor XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 13.28. Taraxacum officinale L. Dente-de-leão L.E. 13.29.Tithonia diversifolia (Hemsl.) A. Gray Flor-da-amazônia L.E. 13.30.Vernonia condensata Baker 13.31. Vernonia scabra Pers. Figatil-caferana Assa-peixe L.E. L.E. Depurativo sangue Alcoolismo Depurativo sangue Febre 13.32. Zinnia elegans Jacq. 14. BERBERIDACEAE Jacinta 34.789 do do 71 14.1. Berberis laurina Billb. Raiz-de-são-joão L.E. Depurativo sangue Diarréia do XVIII 1 0,030 I 3 0,090 Ansiedade V 2 0,060 Calmante V 3 0,090 Rins XIV 5 0,150 XII 4 0,120 XVIII 2 0,060 XVIII 3 0,090 Gripe X 2 0,060 Relaxante muscular Verminose XIII 1 0,030 I 1 0,030 4 3 75,00 0,0645 4,84 ♣ 10 5 50,00 0,1613 8,06 ♣ 6 4 66,67 0,0968 6,45 ♣ 7 3 42,86 0,1129 4,84 ♣ 15. BIGNONIACEAE 15.1. Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld & J.F. Souza 15.2. Arrabidaea chica (Humb. & Bonpl.) B. Verl. 15.3. Cybistax antisyphilitica (Mart.) Mart. Verga-teso, Alecrimdo-campo, Catuaba Crajirú Pé-de-anta L.E. L.E. Cicatrizante 34.408 Depurativo sangue Febre do 15.4. Jacaranda caroba (Vell.) A. DC. Caroba L.E. Cicatrizante XIX 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 15.5. Jacaranda decurrens Cham. Carobinha L.E. Alergia X 3 0,090 45 22 48,89 0,7258 35,48 ♣♣ Câncer II 1 0,030 Cicatrizante XIX 7 0,209 XVIII 22 0,658 IV 6 0,179 I 2 0,060 IX 1 0,030 XIV 1 0,030 XIV 2 0,060 Depurativo sangue Diabetes do Hanseníase Hemorragia nariz Inflamação uterina Rins 15.6. Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f. ex S. Moore 15.7. Tabebuia caraiba (Mart.) Bureau do Ipê-amarelo L.E. Verminose I 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Para-tudo L.E. Câncer de próstata II 1 0,030 42 22 52,38 0,6774 35,48 ♣♣ Anemia III 5 0,150 Bronquite X 1 0,030 II 1 0,030 XVIII 1 0,030 Câncer Depurativo sangue do 72 15.8. Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. Ipê-roxo L.E. Diarréia I 2 0,060 Dor XVIII 4 0,120 Estômago XI 3 0,090 Tosse XVIII 4 0,120 Verminose I 20 0,598 Câncer de próstata II 4 0,120 Tosse XVIII 1 0,030 5 4 80,00 0,0806 6,45 ♣ 15.9. Tabebuia serratifolia Nicholson Piúva L.E. Câncer de próstata II 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 15.10. Zeyhera digitalis (Vell.) Hochn. Bolsa-de-pastor L.E. Estômago XI 5 0,150 6 5 83,33 0,0968 8,06 ♣ Urucum L.E. Colesterol IV 2 0,060 5 2 40,00 0,0806 3,23 ♣ Derrame VI 1 0,030 Fraturas ósseas XIX 1 0,030 Sarampo I 1 0,030 XVIII 15 0,449 33 15 45,45 0,5322 24,19 ♣♣ 8 4 50,00 0,1290 6,45 ♣ 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 16. BIXACEAE 16.1. Bixa orellana L. 16.2. Cochlospermum regium (Schrank) Pilg. Algodãozinho-docampo L.E. Depurativo sangue Estômago do XI 2 0,030 Fraturas ósseas XIX 1 0,030 Inflamação uterina Sífilis XIV 3 0,090 I 3 0,090 Vitiligo XII 4 0,120 Estômago XI 1 0,030 Gonorréia I 2 0,060 Micose I 2 0,060 Pneumonia X 3 0,090 Tosse XVIII 3 0,090 Tuberculose I 1 0,030 Câncer de próstata II 1 0,030 17. BOMBACACEAE 17.1. Pseudobombax longiflorum (Mart. Et Zucc.) Rob. 17.2. Eriotheca candolleana (K. Schum.) 18. BORAGINACEAE Embiriçu-do-cerrado Catuaba L.E. L.E. 73 18.1. Cordia insignis Cham. Calção-de-velho 18.2. Heliotropium filiforme Lehm. Sete-sangria L.E. Tosse XVIII 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 22.091 Dente XI 1 0,030 32 18 56,25 0,5161 29,03 ♣♣ XVIII 18 0,538 6 2 33,33 0,0968 3,23 ♣ Depurativo sangue Hipertensão 18.3. Symphytum asperrimum Donn ex Sims Confrei L.E. do IX 12 0,359 Tuberculose I 1 0,030 Cicatrizante XIX 2 0,060 Coração IX 1 0,030 Dente XI 1 0,030 Obesidade IV 1 0,030 19. BRASSICACEAE 19.1. Nasturtium officinale R. Br. Agrião L.E. Bronquite X 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Abacaxi L.E. Diurético XIV 3 0,090 4 3 75,00 0,0645 4,84 ♣ Tosse XVIII 1 0,030 L.E. Tosse XVIII 1 0,030 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ L.E. Bronquite X 1 0,030 L.E. Menstruação XIV 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Reumatismo XIII 2 0,060 XVIII 1 0,030 15 5 33,33 0,2419 8,06 ♣ VI 1 0,030 Dor XVIII 4 0,120 Relaxante muscular Reumatismo XIII 1 0,030 XIII 4 0,120 Tosse XVIII 4 0,120 L.E. Cólica XIV 1 0,030 4 3 75,00 0,0645 4,84 ♣ XV 3 0,090 L.E. Resguardo parto Coluna XIII 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 20. BROMELIACEAE 20.1. Ananas comosus (L.) Merr. 20.2. Bromelia balansae Mez Gravatá 21. BURSERACEAE 21.1. Commiphora myrrha (T. Nees) Engl. 21.2. Protium heptaphyllum (Aubl.) Marchand Mirra Almésica 12.533 . Depurativo sangue Derrame do 22. CACTACEAE 22.1. Cactus alatus Sw. 22.2. Opuntia sp. Cacto Palma de 74 22.3. Pereskia aculeata Mill. Oro-pro-nobis L.E. Anemia III 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 23. CAPPARACEAE 23.1. Crataeva tapia L. Cabaça 27.800 Tosse XVIII 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 23.2. Cleome sp. Mussambé 24.506 Diarréia I 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Mamoeiro L.E. Verminose I 4 0,120 16 5 31,25 0,2580 8,32 ♣ Dente XI 2 0,060 Estômago XI 1 0,030 Hepatite XI 2 0,060 Relaxante muscular Tosse XIII 1 0,030 XVIII 2 0,060 Diabetes IV 1 0,030 7 3 42,86 0,1129 4,84 ♣ Hipertensão IX 3 0,090 Labirintite VIII 1 0,030 Obesidade IV 2 0,060 Ácido úrico XIV 2 0,060 17 6 35,29 0,2742 9,68 ♣ Bronquite X 3 0,090 Diarréia I 1 0,030 Estômago XI 1 0,030 Gastrite XI 3 0,090 Gripe X 1 0,030 Tosse XVIII 6 0,179 Colesterol IV 1 0,030 20 9 45,00 0,3226 14,52 ♣♣ XVIII 1 0,030 IV 1 0,030 XVIII 1 0,030 24. CARICACEAE 24.1. Carica papaya L. 25. CARYOCARACEAE 25.1. Caryocar brasiliense A. St.-Hil. Pequizeiro L.E. 26. CELASTRACEAE 26.1. Maytenus ilicifolia Mart.ex Reissek Espinheira-santa L.E. 27. CECROPIACEAE 27.1. Cecropia pachystachya Trécul Embaúba L.E. Depurativo sangue Diabetes Dor do 75 Hipertensão IX 5 0,150 Leucemia II 1 0,030 Pneumonia X 1 0,030 Rins XIV 2 0,060 Tosse XVIII 7 0,209 28. CLUSIACEAE 28.1 Kielmeyera aff. grandiflora (Wawra) Saddi Pau-santo 18.758 Anemia III 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Pau-de-bicho 27.628 Coceira XII 1 0,030 4 2 50,00 0,0645 3,23 ♣ Diabetes IV 1 0,030 Tosse XVIII 2 0,060 29. COMBRETACEAE 29.1. Terminalia argentea Mart. 29.2. Terminalia catappa L. Sete-copa L.E. Conjuntivite VII 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 30.1. Commelina benghalensis L. Capoeraba L.E. Hemorróidas IX 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 30.2. Commelina nudiflora L. Erva-de-santa-luzia L.E. Cicatrizante XIX 2 0,060 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Conjuntivite VII 1 0,030 30.3. Dichorisandra hexandra (Aubl.) Standl. Cana-de-macaco L.E. Gripe X 1 0,030 4 2 50,00 0,0645 3,23 ♣ Hipertensão IX 1 0,030 Rins XIV 2 0,060 30. COMMELINACEAE 31. CONVOLVULACEAE 31.1. Cuscuta racemosa Mart. Cipó-de-chumbo L.E. Dor XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 31.2. Ipomoea batatas (L.) Lam. Batata-doce L.E. Coração IX 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 31.3. Ipomoea (Desr.) Roem. & asarifolia Schult Batatinha-do-brejo L.E. Estômago XI 2 0,060 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Verminose I 1 0,030 Bexiga XIV 1 0,030 29 28 96,55 0,4677 45,16 ♣♣♣ Diurético XIV 1 0,030 Inflamação uterina Relaxante muscular XIV 1 0,030 XIII 1 0,030 32. COSTACEAE 32.1. Costus spicatus (Jacq.) Sw. Caninha-do-brejo L.E. 76 Rins XIV 25 0,748 Alergia X 3 0,090 X 1 0,030 XVIII 1 0,030 X 1 0,030 XVIII 3 0,090 XVIII 6 0,179 Hepatite XI 1 0,030 Bexiga XIV 1 0,030 33. CRASSULACEAE 33.1. Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers. Folha-da-fortuna L.E. Bronquite Depurativo sangue Gripe do Depurativo sangue Dor do 6 4 66,67 0,0968 6,45 ♣ 10 9 90,00 0,1613 14,52 ♣♣ 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ 34. CUCURBITACEAE 34.1. Cayaponia tayuya (Cell.) Cogn. Raiz-de-bugre L.E. 34.2. Citrullus vulgaris Schrad. Melância L.E. Cólica XIV 1 0,030 34.3. Cucumis anguria L. Máxixe L.E. Anemia III 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 34.4. Cucumis sativus L. Pepino L.E. Hipertensão IX 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 34.5. Cucurbita maxima Duchesne ex Lam. Abóbora L.E. Dor XVIII 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Verminose I 2 0,060 34.6. Luffa sp Bucha L.E. Anemia III 2 0,060 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Rins XIV 1 0,030 Bronquite X 1 0,030 28 12 42,86 0,4516 19,35 ♣♣ Dengue I 8 0,239 Estômago XI 1 0,030 Febre XVIII 3 0,090 Gripe X 5 0,150 Hepatite XI 3 0,090 Inchaço de mulher grávida Malária XV 1 0,030 I 3 0,090 Relaxante muscular XIII 1 0,030 34.7. Momordica charantia L. Melão-de-são-caetano L.E. 77 34.8. Siolmatra brasiliensis (Cogn.) Baill. Verminose I 2 0,060 Taiuá L.E. Úlcera XI 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ Barba-de-bode L.E. Diurético XIV 2 0,060 10 7 70,00 0,1613 11,29 ♣♣ Estômago XI 1 0,030 Rins XIV 5 0,150 Verminose I 2 0,060 Dor XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Cicatrizante XIX 2 0,060 16 10 62,50 0,2581 16,13 ♣♣ Cólica XIV 1 0,030 Diarréia I 1 0,030 Gripe X 2 0,060 Rins XIV 9 0,269 Tosse XVIII 1 0,030 35. CYPERACEAE 35.1. Bulbostylis capillaris (L.) C.B. Clarke 35.2. Cyperus rotundus L. Tiririca 22.630 Lixeira L.E. 36. DILLENIACEAE 36.1. Curatella americana L. 36.2. Davilla elliptica A. St.-Hil. Lixeira-de-cipó L.E. Rins XIV 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 36.3. Davilla nitida (Vahl.) Kubitzki Lixeirinha L.E. Ajuda no parto XV 1 0,030 6 3 50,00 0,0968 4,84 ♣ Fígado XI 2 0,060 Hérnia XIV 2 0,060 Rins XIV 1 0,030 37.573 Furúnculo XII 5 0,150 5 5 100,00 0,0806 8,06 ♣ L.E. Depurativo sangue XVIII 5 0,150 5 5 100,00 0,0806 8,06 ♣ Dor XVIII 1 0,030 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ Hanseníase I 1 0,030 Gastrite XI 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Rins XIV 2 0,060 37. DIOSCOREACEAE 37.1. Dioscorea sp. Cará-do-cerrado 37.2. Dioscorea trifida L Cará do 38. EBENACEAE 38.1. Diospyros híspida A. DC. Olho-de-boi 19.438 39. EQUISETACAE 39.1. Equisetum arvense L. Cavalinha L.E. 78 40. ERYTHROXYLACEAE 40.1 Erythroxylum aff. Daphnites Mart. Vasoura-de-bruxa 31.245 Sífilis I 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ L.E. Hipertensão IX 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ XIV 2 0,060 L.E. Inflamação uterina Inflamação uterina Câncer XIV 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ II 2 0,060 23 6 26,08 0,3710 9,67 ♣ Câncer de próstata II 1 0,030 Cicatrizante XIX 6 0,179 Diabetes IV 2 0,060 Estômago XI 3 0,090 Gastrite XI 2 0,060 Inflamação uterina Rins XIV 2 0,060 XIV 3 0,090 Úlcera XI 2 0,060 41. EUPHORBIACEAE 41.1. Croton antisyphiliticus Mart. Curraleira 41.2. Croton sp. Curraleira-branca 41.3. Croton urucurana Baill. Sangra d‟água 27.119 41.4. Euphorbia aff. Thymifolia L. Trinca-pedra 22.102 Rins XIV 8 0,239 8 8 100,00 0,129 12,90 ♣♣ 41.5. Euphorbia prostrata Aiton Fura-pedra 11.955 Rins XIV 5 0,150 5 5 100,00 0,0806 8,06 ♣ 41.6. Euphorbia tirucalli L Aveloz L.E. Câncer II 2 0,060 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ XIV 1 0,030 L.E. Inflamação uterina Diabetes 41.7. Jatropha sp. Capa-rosa IV 5 0,150 5 5 100,00 0,0806 8,06 ♣ 41.8. Jatropha elliptica (Poh) Oken Purga-de-lagarto 28.534 Alergia X 1 0,030 22 7 31,82 0,3548 11,29 ♣♣ 41.9. Jatropha aff. Gossypiifolia L. Pinhão-roxo 30.893 Cicatrizante XIX 6 0,179 6 6 100,00 0,0968 9,68 ♣ Câncer de próstata II 1 0,030 Cicatrizante XIX 1 0,030 Coceira XII 1 0,030 XVIII 5 0,150 Depurativo sangue Derrame do VI 1 0,030 Picada de cobra XIX 4 0,120 Sífilis I 3 0,090 79 Verminose I 4 0,120 Vitiligo XII 1 0,030 L.E. Diabetes IV 6 0,179 6 6 100,00 0,0968 9,68 ♣ 41.10. Jatropha urens L. Cansansão 41.11. Manihot esculenta Crantz Mandioca-braba 32.011 Coceira XII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 41.12. Manihot utilissima Pohl. Mandioca L.E. Coceira XII 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 41.13. Ricinus communis L. Mamona L.E. Cicatrizante XIX 2 0,060 5 3 60,00 0,0806 4,84 ♣ XVIII 3 0,090 10.828 Depurativo sangue Gastrite XI 10 0,269 13 10 76,92 0,2096 16,13 ♣♣ Câncer de próstata II 1 0,030 Estômago XI 1 0,030 Pneumonia X 1 0,030 Coluna XIII 3 0,090 9 5 55,56 0,1452 8,06 ♣ XVIII 3 0,090 XVIII 2 0,060 XIV 1 0,030 XIX 1 0,030 8 3 37,50 0,1290 4,84 ♣ XVIII 1 0,030 XVIII 1 0,030 Fígado XI 1 0,030 Inflamação uterina Recaída de parto XIV 2 0,060 XV 1 0,030 Rins XIV 1 0,030 41.14. Synadenium grantii Hook. f. Cancerosa do 42. FABACEAE 42.1. Acosmium dasycarpum (Volgel) Yakovlev Cinco-folha L.E. Depurativo sangue Dor do Rins 42.2. Acosmium subelegans (Mohlenbr.) Yakovlev Quina-gensiana L.E. Cicatrizante Depurativo sangue Dor do 42.3. Albizia niopoides (Spr. ex Benth.) Burkart. Angico-branco L.E. Bronquite X 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 42.4. Amburana cearensis (Allemão) A.C. Sm. Imburana L.E. Tosse XVIII 8 0,239 8 8 100,00 0,1290 12,90 ♣♣ 42.5. Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Angico L.E. Asma X 2 0,060 9 4 44,44 0,1452 6,45 ♣ Cicatrizante XIX 2 0,060 Expectorante X 1 0,030 80 Inflamação uterina Pneumonia XIV 2 0,060 X 1 0,030 Tosse XVIII 1 0,030 42.6. Andira anthelminthica Benth. Angelim L.E. Diabetes IV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 42.7. Bauhinia variegata L. Unha-de-boi L.E. Rins XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 42.8. Bauhinia ungulata L. Pata-de-vaca L.E. Diabetes IV 7 0,209 7 7 100,00 0,1129 11,29 ♣♣ 42.9. Bauhinia glabra Jacq. Cipó-tripa-de-galinha 33.512 Diarréia I 1 0,030 5 2 40,00 0,0806 3,23 ♣ Disenteria I 2 0,060 Dor XVIII 2 0,060 42.10. Bauhinia rubiginosa Bong. Tripa-de-galinha L.E. Rins XIV 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 42.11. Bauhinia rufa (Bong.) Steud. Pata-de-boi L.E. Diabetes IV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 42.12. Bowdichia virgilioides Kunth Sucupira L.E. Depurativo sangue Dor XVIII 2 0,060 10 5 50,00 0,1613 8,06 ♣ XVIII 3 0,090 XI 1 0,030 IX 1 0,030 XVIII 1 0,030 Verminose I 2 0,060 Cicatrizante XIX 3 0,090 7 4 57,14 0,1129 6,45 ♣ Estômago XI 1 0,030 Fraturas ósseas XIX 1 0,030 Inflamação uterina Diarréia XIV 2 0,060 I 1 0,030 6 3 50,00 0,0968 4,84 ♣ Estômago XI 3 0,090 Verminose I 2 0,060 Constipação XI 1 0,030 8 5 62,50 0,1290 8,06 ♣ Dor XVIII 4 0,120 Febre XVIII 1 0,030 do Estômago Hemorragia nariz Tosse 42.13. Caesalpinia ferrea Mart. 42.14. Cajanus bicolor DC. 42.15. Cassia desvauxii Collad. Jucá Feijão-andu Sene L.E. L.E. L.E. do 81 42.16. Chamaecrista desvauxii (Collad.) Killip Sene-do-campo 3.032 Inflamação uterina Labirintite XIV 1 0,030 VIII 1 0,030 Constipação XI 3 0,090 XVIII 1 0,030 XVIII 2 0,060 Febre XVIII 1 0,030 Cicatrizante XIX 1 0,030 Rins XIV 2 0,060 Úlcera XI 2 0,060 Bronquite X 2 0,060 Câncer de próstata II 2 0,060 Derrame VI 1 0,030 Dor XVIII 1 0,030 Garganta XVIII 1 0,030 Tuberculose I 1 0,030 Depurativo sangue Dor 42.17. Copaifera sp. 42.18. Copaifera langsdorffii var. glabra(Vogel) Benth. Pau-d‟óleo Copaiba L.E. L.E. do 7 4 57,14 0,1129 6,45 ♣ 5 2 40,00 0,0806 3,23 ♣ 8 2 25,00 0,1290 3,23 ♣ 42.19. Copaifera marginata Benth. Guaranazinho 33.447 Úlcera XI 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 42.20. Desmodium incanum DC. Carrapicho 29.093 Bexiga XIV 1 0,030 13 5 41,67 0,1935 8,06 ♣ Coceira XII 1 0,030 Diarréia I 3 0,090 Dor XVIII 1 0,030 Hepatite XI 2 0,060 Rins XIV 3 0,090 Bronquite X 1 0,030 14 4 28,57 0,2258 6,45 ♣ Cicatrizante XII 1 0,030 Dor XVIII 1 0,030 Gripe X 1 0,030 Hipertensão IX 2 0,060 42.21. Dimorphandra mollis Benth. Fava-de-santo-inácio L.E. 82 Pneumonia X 1 0,030 Reumatismo XIII 1 0,030 Tosse XVIII 2 0,060 Verminose I 4 0,120 42.22. Dioclea latifolia Benth. Fruta-olho-de-boi L.E. Derrame VI 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 42.23. Dioclea violacea Mart. Zucc. Coronha-de-boi L.E. Osteoporose XIII 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Derrame VI 2 0,060 Bronquite X 1 0,030 30 13 43,33 0,4839 20,97 ♣♣ Cicatrizante XIX 8 0,239 Diarréia I 2 0,060 Disenteria I 2 0,060 Dor XVIII 5 0,150 Garganta XVIII 5 0,150 Gripe X 3 0,090 Picada de cobra XIX 1 0,030 Tosse XVIII 3 0,090 Coluna XIII 1 0,030 5 2 40,00 0,0806 3,23 ♣ Dor XVIII 1 0,030 Fraturas ósseas XIX 2 0,060 Rins XIV 1 0,030 Bexiga XIV 1 0,030 23 14 60,87 0,3710 22,58 ♣♣ Bronquite X 4 0,120 Gripe X 2 0,060 Pneumonia X 2 0,060 Tosse XVIII 14 0,419 Bronquite X 5 0,150 16 7 43,75 0,2581 11,29 ♣♣ Câncer de próstata II 1 0,030 Dor XVIII 1 0,030 Fertilizante XIV 1 0,030 Gripe X 2 0,060 42.24. Dipteryx alata Vogel 42.25. Galactia glaucescens Kunth 42.26. Hymenaea courbaril L. 42.27. Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne Cumbarú Três-folhas Jatobá-mirim Jatoba-do-cerrado 8.521 L.E. L.E. 11.954 83 Tosse XVIII 6 0,179 42.28. Indigofera suffruticosa Mill. Anil 12.120 Úlcera XI 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 42.29. Inga vera Willd. Ingá 9.323 Laxante XI 1 0,030 5 4 80,00 0,0806 6,45 ♣ 42.30. Machaerium hirtum (Vell.) Stellfeld Espinheira-santanativa Trevo-cheiroso L.E. Rins Úlcera XIV XI 4 2 0,120 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ L.E. Fraturas ósseas XIX 2 0,060 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Tireóide IV 1 0,030 33.296 Calmante V 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 42.31. Melilotus officinalis (L) Pall. 42.32. Mimosa debilis var. vestita (Benth.) Barneby Dorme-dorme 42.33. Mucuna pruriens (L.) DC. Macuna L.E. Derrame VI 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 42.34. Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Cana-fistula L.E. Gastrite XI 5 0,150 5 5 100,00 0,0806 8,06 ♣ 42.35. Platycyamus regnellii Benth. Pau-porrete L.E. Anemia III 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 42.36. Pterodon pubescens (Benth.) Benth. Sucupira-branca Verminose I 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Dor XVIII 1 0,030 Estômago XI 1 0,030 Garganta XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,16 ♣ Verminose I 3 0,090 Vitiligo XII 2 0,060 XVIII 1 0,030 21 15 71,43 0,3387 24,19 ♣♣ XVIII 2 0,060 Gripe X 2 0,060 Tosse XVIII 1 0,030 Verminose I 15 0,449 Cicatrizante XIX 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Bexiga XIV 1 0,030 38 32 84,21 0,6129 51,61 ♣♣♣ Bronquite X 1 0,030 Cicatrizante XIX 3 0,090 Cólica XIV 1 0,030 Estômago XI 1 0,030 Fraturas ósseas XIX 1 0,030 Inflamação XIV 27 0,807 42.37. Senna alata (L.) Roxb. 42.38. Senna occidentalis (L.) Link Mata-pasto Fedegoso 17.093 34.112 2.835 42.39. Stryphnodendron obovatum Benth. Barbatimão 1 3.023 42.40. Stryphnodendron adstringens (Mart.) Coville Barbatimão 2 L.E Depurativo sangue Dor do 84 uterina 42.41. Tamarindus indica L. Tamarindo L.E. Relaxante muscular Úlcera XIII 1 0,030 XI 2 0,060 Ansiedade V 2 0,060 Dente XI 1 0,030 Dor XVIII 3 0,090 Laxante XI 2 0,060 Osteoporose XIII 1 0,030 Sífilis I 2 0,060 Verminose I 1 0,030 Epilepsia VI 1 0,030 Rins XIV 1 0,030 12 3 25,00 0,1935 4,84 ♣ 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ 43. FLACOURTIACEAE 43.1. Casearia silvestris Sw. Guaçatonga L.E. 44. GINKGOACEAE 44.1. Ginkgo biloba L. Ginco-biloba L.E. Cérebro VI 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Salsaparilha L.E. Coluna XIII 2 0,060 9 8 88,89 0,1452 12,90 ♣♣ XVIII 5 0,150 XIII 1 0,030 XIV 1 0,030 45. HERRERIACEAE 45.1. Herreria salsaparilha Mart. Depurativo sangue Relaxante muscular Rins do 46. HIPPOCRATEACEAE 46.1. Salacia aff. elliptica (Mart. ex Schult.) G. Don Saputa-do-brejo 19.290 Dor XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ L.E. Dor XVIII 1 0,030 10 6 60,00 0,1613 9,68 ♣ Hemorróidas IX 4 0,120 Tosse XVIII 3 0,090 XVIII 2 0,060 47. IRIDACEAE 47.1. Eleutherine bulbosa (Mill.) Urb. Palmeirinha Depurativo sangue 48. LAMIACEAE do 85 48.1. Hyptis cf. hirsuta Kunth Hortelã-do-campo 32.838 Diabetes IV 1 0,030 Estômago XI 1 0,030 Gripe X 2 0,060 Tosse XVIII 1 0,030 Verminose I 9 0,269 L.E. Resfriado X 1 Diabetes IV Tosse Dor 48.2. Hyptis paludosa St. -Hil.ex Benht. Alevante 48.3. Hyptis sp. Hortelã-bravo 34.775 48.4. Hyptis suaveolens (L.) Poit. Tapera-velha 26.480 48.5. Leonotis nepetifolia (L.) R. Br. Cordão-de-sãofrancisco L.E. 14 9 64,29 0,2258 14,52 ♣♣ 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 1 0,030 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ XVIII 1 0,030 XVIII 6 0,179 24 12 50,00 0,3871 19,35 ♣♣ Estômago XI 12 0,359 Gripe X 2 0,060 Prisão de ventre XVIII 1 0,030 Rins XIV 2 0,060 Verminose I 1 0,030 Coluna XIII 4 0,120 28 10 35,71 0,4516 16,13 ♣♣ IX 6 0,179 XVIII 1 0,030 XI 2 0,060 Febre XVIII 1 0,030 Gastrite XI 5 0,150 Gripe X 1 0,030 Hipertensão IX 2 0,060 Labirintite VIII 1 0,030 Relaxante muscular Rins XIII 2 0,060 XIV 3 0,090 Gripe X 6 0,179 11 6 54,55 0,1774 9,68 ♣ Hipertensão IX 1 0,030 Tosse XVIII 4 0,120 Calmante V 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Coração Depurativo sangue Estômago 48.6. Marsypianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze 48.7. Melissa officinalis L Alfavaca/ Hortelã-domato Melissa L.E. L.E. do 86 48.8. Mentha crispa L. 48.9. Mentha pulegium L. 48.10. Mentha spicata L. 48.11. Mentha x piperita L. 48.12. Mentha x villosa Huds. Hortelã-folha-míuda Poejo Hortelã-vicki Hortelã-pimenta Hortelã-rasteira L.E. L.E. L.E. L.E. L.E. Anemia III 1 0,030 Fígado XI 1 0,030 Tosse XVIII 3 0,090 Verminose I 4 0,120 Bronquite X 2 0,060 Calmante V 2 0,060 Febre XVIII 4 0,120 Gripe X 15 0,449 Resfriado X 4 0,120 Tosse XVIII 5 0,150 Bronquite X 4 0,120 Gripe X 11 0,329 Cicatrizante XIX 2 0,060 Estômago XI 2 0,060 Verminose I 8 0,239 Bronquite X 1 0,030 Gripe X 2 0,060 Tosse XVIII 1 0,030 Verminose I 1 0,030 Estômago XI 3 0,090 Gripe X 9 0,269 Resfriado X 1 0,030 Verminose I 11 0,329 9 4 57,14 0,1129 6,45 ♣ 32 21 65,63 0,5161 33,87 ♣♣ 27 15 55,56 0,4355 24,19 ♣♣ 5 3 60,00 0,0806 4,84 ♣ 24 10 41,67 0,3871 16,13 ♣♣ 48.13. Ocimum kilimandscharicum Baker ex Gürke Alfavacaquinha L.E. Gripe X 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 48.14. Ocimum minimum L. Manjericão L.E. Rins XIV 1 0,030 4 2 50,00 0,0645 3,23 ♣ Sinusite X 2 0,060 Verminose I 1 0,030 48.15. Origanum majorana L. Manjerona L.E. Coração IX 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 48.16. Origanum vulgare L. Orégano L.E. Tosse XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 48.17. Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. Hortelã-da-folha-gorda L.E. Bronquite X 4 0,120 7 5 71,43 0,1129 8,06 ♣ 87 48.18. Plectranthus barbatus Andrews Boldo-brasileiro L.E. Gripe X 1 0,030 Inflamação uterina Tosse XIV 1 0,030 XVIII 1 0,030 Dor XVIII 1 0,030 Estômago XI 58 1,734 Fígado XI 2 0,060 Mal estar XI 1 0,030 62 58 93,55 1,0000 93,55 ♣♣♣ 48.19. Plectranthus neochilus Schltr. Boldinho L.E. Estômago XI 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 48.20. Rosmarinus officinalis L. Alecrim L.E. Ansiedade V 1 0,030 21 12 57,14 0,3387 19,35 ♣♣ Calmante V 3 0,090 Coração IX 3 0,090 Dor XVIII 1 0,030 Hipertensão IX 8 0,239 Insônia V 1 0,030 Labirintite VIII 1 0,030 Lerdeza memória VI 1 0,030 Taquicardia IX 1 0,030 Vitiligo XII 1 0,030 Dor XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Afrodísiaco V 1 0,030 8 4 50,00 0,1290 6,45 ♣ Fortificante V 2 0,060 Obesidade IV 1 0,030 Tosse XVIII 4 0,120 Diurético XIV 15 0,449 23 18 78,26 0,3710 29,03 ♣♣ Hipertensão IX 5 0,150 Rins XIV 3 0,090 Bexiga XIV 1 0,030 28 14 50,00 0,4516 22,58 ♣♣ Cicatrizante XIX 2 0,060 49. LAURACEAE 49.1. Cinnamomum camphora (L.) Nees & Eberm. Cânfora 49.2. Cinnamomum zeylanicum Breyne Canela-da-índia 49.3. Persea americana Mill. Abacateiro L.E. 34.784 L.E. 50. LECYTHIDACEAE 51.1. Cariniana rubra Gardner ex Miers Jequitibá L.E. 88 Cólica XIV 1 0,030 Dor XVIII 6 0,179 Inflamação uterina Reumatismo XIV 12 0,359 XIII 1 0,030 Tosse XVIII 4 0,120 Úlcera XI 1 0,030 Anemia III 17 0,508 Cicatrizante XIX 3 0,090 Colesterol IV 1 0,030 XVIII 6 0,179 XVIII 7 0,209 Estômago XI 3 0,090 Fraturas ósseas XIX 1 0,030 Gripe X 2 0,060 Inflamação uterina Pneumonia XIV 1 0,030 X 1 0,030 Relaxante muscular Tosse XIII 1 0,030 XVIII 1 0,030 Úlcera XI 1 0,030 Verminose I 8 0,239 Derrame VI 2 0,060 Dor XVIII 2 0,060 Gripe X 1 0,030 Pneumonia X 3 0,090 Rins XIV 3 Cicatrizante XIX 3 51. LOGANIACEAE 51.1. Strychnos pseudoquina A. St.-Hil. Quina 38.621 Depurativo sangue Dor do 53 17 32,08 0,8548 27,42 ♣♣ 8 4 50,00 0,1290 6,45 ♣ 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 0,090 42 30 71,43 0,6774 48,39 ♣♣♣ 52. LORANTHACEAE 52.1. Psittacanthus calyculatus (D.C.) G. Don Erva-de-passarinho L.E. 53. LYTHRACEAE 53.1. Adenaria floribunda Kunth Veludo-vermelho 53.2. Lafoensia pacari A.St.-Hil. Mangava-braba 31.974 L.E. 89 Diarréia I 1 0,030 Dor XVIII 2 0,060 Estômago XI 2 0,060 Gastrite XI 4 0,120 Rins XIV 1 0,030 Úlcera XI 29 0,867 54. MALPIGHIACEAE 54.1. Byrsonima orbignyana A. Juss. Angiquinho L.E. Cicatrizante XIX 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 54.2. Byrsonima sp. Semaneira 19.291 Dor XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 54.3. Byrsonima verbascifolia (L.) DC. Murici-do-cerrado 17.830 Coluna XIII 1 0,030 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ XIV 1 0,030 L.E. Inflamação uterina Cicatrizante XIX 6 0,179 6 6 100,00 0,0968 9,68 ♣ 37.576 Cicatrizante XIX 1 0,030 4 1 25,00 0,0645 1,61 ♣ Coceira XII 1 0,030 Dente XI 1 0,030 Fraturas ósseas XIX 1 0,030 Cérebro VI 1 0,030 14 5 35,71 0,2258 8,06 ♣ Cicatrizante XIX 1 0,030 Depurativo do sangue Impotência sexual XVIII 5 0,150 V 5 0,150 Relaxante muscular Reumatismo XIII 1 0,030 54.4. Camarea ericoides A. St.-Hil. Arniquinha 54.5. Galphimia brasiliensis (L.) A. Juss. Mercúrio-do-campo 54.6. Heteropterys aphrodisiaca O.Mach. Nó-de-cachorro L.E. XIII 1 0,030 54.7. Malpighia emarginata DC. Cereja L.E. Cicatrizante XIX 5 0,150 5 5 100,00 0,0806 8,06 ♣ 54.8. Malpighia glabra L. Aceroleira L.E. Bronquite X 1 0,030 13 10 76,92 0,2097 16,13 ♣♣ Dengue I 1 0,030 Estômago XI 1 0,030 Febre XVIII 1 0,030 Gripe X 9 0,269 55. MALVACEAE 90 55.1. Brosimum gaudichaudii Trécul Mama-cadela 30.084 Estômago 55.2. Gossypium barbadense L. Algodão-de-quintal 31.755 Depurativo sangue Estômago 55.3. Guazuma ulmifolia var. tomentosa (Kunth) K. Schum. 55.4. Hibiscus pernambucensis Bertol. Chico-magro Algodão-do-brejo 55.5. Hibiscus rosa-sinensis L. Primavera 55.6. Hibiscus sabdariffa L. Quiabo-de-angola, Hibísco 33.489 L.E. 29.102 L.E. XI 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ XVIII 3 0,090 13 3 23,07 0,2096 4,83 ♣ XI 2 0,060 Vitiligo XII 2 0,060 Inflamação XVI 4 0,120 Gonorréia I 2 0,060 Diarréia I 1 0,030 6 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Rins XIV 1 0,030 Bronquite X 3 0,090 Cicatrizante XIX 1 0,030 Cicatrizante XIX 4 0,120 26 20 76,92 0,4194 32,26 ♣♣ Cólica XIV 1 0,030 Gripe X 1 0,030 Inflamação uterina XIV 19 0,568 Dor XVIII 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ Ansiedade V 1 0,030 18 6 33,33 0,2903 9,68 ♣ Coração IX 1 0,030 Gripe X 1 0,030 Taquicardia IX 1 0,030 Rins XIV 1 0,030 Cólica XIV 3 0,090 Corrimento XIV 1 0,030 Diarréia I 1 0,030 Dor XVIII 1 0,030 Inflamação uterina Labirintite XIV 1 0,030 VIII 3 0,090 Picada de cobra XIX 1 0,030 do 91 55.7 . Helicteres sacarolha A. St.-Hil. 55.8. Malva sylvestris L. Semente-de-macaco Malva-branca 10.849 L.E. Pneumonia X 2 0,060 Hipertensão IX 1 0,030 Úlcera XI 1 0,030 Cicatrizante XIX 2 0,060 Conjuntivite VII 6 0,179 Corrimento XIV 2 0,060 XVIII 1 0,030 XIV 1 0,030 Furúnculo XII 1 0,030 Inflamação uterina Reumatismo XIV 2 0,060 XIII 4 0,120 Amigdalite X 3 0,090 Cicatrizante XIX 2 0,060 Dor XVIII 3 0,090 XIV 1 0,030 IV 3 Depurativo sangue Diurético 55.9. Malvastrum corchorifolium (Desr.) Britton ex Small Malva L.E. do 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 19 6 31,58 0,3065 9,68 ♣ 9 3 33,33 0,1452 4,84 ♣ 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ Guaxuma L.E. Inflamação uterina Obesidade 56.1. Leandra purpurascens (DC.) Cogn. Pixirica L.E. Reumatismo XIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 56.2. Tibouchina clavata (Pers.) Wurdack Cibalena L.E. Dor XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 56.3. Tibouchina urvilleana (DC.) Cogn. Buscopam-de-casa L.E. Estômago XI 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 57.1. Azadirachta indica A. Juss. Neem L.E. Diabetes IV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 57.2. Cedrela odorata L. Cedro L.E. Cicatrizante XIX 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Coluna XIII 1 0,030 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ Rins XIV 1 0,030 Diurético XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 55.10. Sida rhombifolia L. 56. MELASTOMATACEAE 57. MELIACEAE 58. MENISPERMACEAE 58.1. Cissampelos sp. Orelha-de-onça 13.464 59. MORACEAE 59.1. Artocarpus integrifolia L.f.. Jaca L.E. 92 59.2. Chlorophora tinctoria (L.) Gaudich. ex Benth. 59.3. Dorstenia sp. Taiúva Carapiá L.E. Osteoporose XIII 3 0,090 XIII 1 0,030 23.241 Relaxante muscular Cicatrizante XIX 1 0,030 Cólica XIV 1 0,030 Dente XI 1 0,030 XVIII 3 0,090 Depurativo sangue Disenteria do I 1 0,030 Dor XVIII 4 0,120 Gripe X 2 0,060 Laxante XI 1 0,030 Menstruação XIV 1 0,030 Pneumonia X 1 0,030 Recaída de parto XV 9 0,269 Rins XIV 1 0,030 4 3 75,00 0,0645 4,84 ♣ 26 9 34,62 0,4194 14,52 ♣♣ 59.4. Ficus brasiliensis Link. Figo L.E. Gastrite XI 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 59.5. Ficus pertusa L.f. Figueirinha L.E. Estômago XI 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Bananeira-de-umbigo L.E. Bronquite X 2 0,060 5 2 40,00 0,0806 3,23 ♣ Anemia III 1 0,030 Dor XVIII 2 0,060 Bronquite X 2 0,060 12 6 50,00 0,1935 9,68 ♣ Diabetes IV 1 0,030 Febre XVIII 2 0,060 Gripe X 3 0,090 Sinusite X 1 0,030 Tosse XVIII 3 0,090 Dor XVIII 1 0,030 7 3 42,86 0,1129 4,84 ♣ Garganta XVIII 2 0,060 60. MUSACEAE 60.1. Musa x paradisiaca L. 61. MYRTACEAE 61.1. Eucalyptus citriodora Hook. 61.2. Eugenia pitanga (O. Berg) Kiaersk. Eucálipto Pitanga L.E. L.E. 93 Gripe X 3 0,090 Rins XIV 1 0,030 61.3. Psidium guajava L. Goiabeira 10.018 Diarréia I 14 0,419 14 14 100,00 0,2258 22,58 ♣♣ 61.4. Psidium guineense Sw. Goiaba-áraça 21.080 Dor XVIII 3 0,090 7 3 42,86 0,1129 4,84 ♣ Diarréia I 3 0,090 Hipertensão IX 1 0,030 Garganta XVIII 1 0,030 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 61.5. Syzygium aromaticum (L.) Merr. & L.M. Perry Cravo-da-índia L.E. Tosse XVIII 2 0,060 61.6. Syzygium jambolanum (Lam.) DC. Azeitona-preta L.E. Colesterol IV 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ Amarra-pinto L.E. Bexiga XIV 1 0,030 11 8 72,73 0,1774 12,90 ♣♣ Icterícia XVI 3 0,090 Inflamação uterina Rins XIV 1 0,030 XIV 6 0,179 Coração IX 1 0,030 6 3 50,00 0,0968 4,84 ♣ Dor XVIII 3 0,090 Hipertensão IX 2 0,060 Afta XI 1 0,030 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ Diurético XIV 1 0,030 27.815 Inflamação uterina XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 62. NYCTAGINACEAE 62.1. Boerhavia coccinea L. 62.2. Mirabilis jalapa L. Maravilha L.E. 63. OLACACEAE 63.1. Ximenia americana L. Limão-bravo L.E. 64. OPILIACEAE 64.1. Agonandra brasiliensis Miers ex Benth. & Hook f. Pau-marfim 65. ORCHIDACEAE 65.1. Vanilla palmarum (Salzm. ex Lindl.) Lindl. Baunilha L.E. Hipertensão IX 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 65.2. Oncidium cebolleta (Jacq.) Sw. Orquídea L.E. Dor XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Hipertensão IX 6 0,179 6 6 100,00 0,0968 9,68 ♣ Obesidade IV 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 66. OXALIDACEAE 66.1. Averrhoa carambola L. Carambola L.E. 66.2. Oxalis aff. hirsutissima Mart. ex Zucc. Azedinha 18.892 67. PAPAVERACEAE 94 67.1. Argemone mexicana L. Cardo-santo L.E. Hipertensão IX 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 68.1. Passiflora alata Curtis Maracujá L.E. Calmante V 3 0,090 2 3 150,00 0,0323 4,84 ♣ 68.2. Passiflora cincinnata Mast. Maracujá-do-mato 32.803 Calmante V 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Hipertensão IX 2 0,060 Estômago XI 1 0,030 8 4 50,00 0,1290 6,45 ♣ Fígado XI 4 0,120 Gastrite XI 1 0,030 Úlcera XI 1 0,030 Verminose I 1 0,030 Rins XIV 20 0,598 20 20 100,00 0,1290 12,90 ♣♣ Reumatismo XIII 4 0,120 4 4 100,00 0,0645 6,45 ♣ 68. PASSIFLORACEAE 69. PEDALIACEAE 69.1 Sesamum indicum L. Gergelim L.E. 70. PHYLLANTHACEAE 70.1. Phyllanthus niruri L. Quebra-pedra L.E. 71. PHYTOLACCACEAE 71.1. Petiveria alliacea L. Guiné 34.108 72. PIPERACEAE 72.1. Piper callosum Ruiz & Pav Ventre-livre/elixir paregórico L.E. Rins XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 72.2. Piper cuyabanum C. DC. Jaborandi 2.826 Dor XVIII 1 0,030 5 2 40,00 0,0806 3,23 ♣ Estômago XI 2 0,060 Queda de cabelo XII 2 0,060 Depurativo sangue Estômago XVIII 1 0,030 6 4 66,67 0,0968 6,45 ♣ 8 6 75,00 0,1290 9,68 ♣ 72.3. Pothomorphe umbellata (L.) Miq. Pariparoba L.E. do XI 2 0,060 Fígado XI 2 0,060 Pneumonia X 1 0,030 Coração IX 1 0,030 Dor XVIII 6 0,179 Laxante XI 1 0,030 73. PLANTAGINACEAE 73.1. Plantago major L. Tanchagem L.E. 95 74. POACEAE 74.1. Andropogon bicornis L. Capim-rabo-de-lobo L.E. 74.2. Coix lacryma-jobi L.. Lácrimas-de-nossasenhora Capim-cidreira 74.3. Cymbopogon citratus (DC.) Stapfc XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ L.E. Inflamação uterina Rins XIV 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ L.E. Calmante V 9 0,269 31 9 29,03 0,5 14,51 ♣♣ XVIII 1 0,030 7 6 85,71 0,1129 9,68 ♣ 8 4 50,00 0,1290 6,45 ♣ 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ 6 2 33,33 0,0968 3,23 ♣ 19 9 47,37 0,3065 14,52 ♣♣ Depurativo sangue Dor 74.4. Cymbopogon nardus (L.) Rendle. 74.5. Digitaria insularis (L.) Mez ex Ekman 74.6. Eleusine indica (L.) Gaertn. 74.7. Imperata brasiliensis Trin. 74.8. Melinis minutiflora P.Beauv. Capim-citronela Capim-amargoso Capim-pé-de-galinha Capim-sapé Capim-gordura do XVIII 5 0,150 Estômago XI 1 0,030 Expectorante X 1 0,030 Febre XVIII 1 0,030 Gripe X 6 0,179 Hipertensão IX 1 0,030 Relaxante muscular Rins XIII 1 0,030 XIV 2 0,060 Taquicardia IX 1 0,030 Tosse XVIII 2 0,060 Gripe X 6 0,179 Tosse XVIII 1 0,030 Cicatrizante XIX 4 0,120 Estômago XI 1 0,030 Fraturas ósseas XIX 2 0,060 Reumatismo XIII 1 0,030 L.E. Hipertensão IX 2 0,060 XV 1 0,030 L.E. Infecção urinária em gestante Diabetes IV 1 0,030 Dor XVIII 1 0,030 Hepatite XI 2 0,060 Rins XIV 1 0,030 Vitiligo XII 1 0,030 Dengue I 1 0,030 L.E. 32.822 L.E. 96 Depurativo sangue Derrame do XVIII 1 0,030 VI 1 0,030 Gripe X 2 0,060 Rins XIV 9 0,269 Sinusite X 3 0,090 Tosse XVIII 1 0,030 Tumores II 1 0,030 74.9. Oryza sativa L. Arroz L.E. Bexiga XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 74.10. Saccharum officinarum L. Cana-de-açúcar L.E. Rins XIV 1 0,030 3 1 33,33 0,0484 1,61 ♣ Anemia III 1 0,030 Hipertensão IX 1 0,030 Bexiga XIV 2 0,060 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ Rins XIV 1 0,030 74.11. Zea mays L. Milho L.E. 75. POLYGALACEAE 75.1. Polygala paniculata L. Bengué L.E. Reumatismo XIII 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 76.1. Coccoloba cujabensis Wedd. Uveira L.E. Diurético XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 76.2. Polygonum cf. punctatum Elliott Erva-de-bicho Cicatrizante XIX 2 0,060 25 11 44,00 0,4032 17,74 ♣♣ Dengue I 6 0,179 Estômago XI 1 0,030 Febre XVIII 1 0,030 Gripe X 11 0,329 Hemorróidas IX 4 0,120 XVIII 1 0,030 4 1 25,00 0,0645 1,61 ♣ I 1 0,030 Dor XVIII 1 0,030 Picada de cobra XIX 1 0,030 Diabetes IV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 76. POLYGONACEAE 76.3. Rheum palmatum L. 76.4. Triplaris brasiliana Cham. 77. POLYPODIACEAE Ruibarbo Novatero 12.904 L.E. L.E. Depurativo sangue Disenteria do 97 77.1. Phlebodium decumanum (Willd.) J. Sm. 77.2. Pteridium aquilinum (L.) Kuhn Rabo-de-macaco Samambaia L.E. L.E. Diurético XIV 1 0,030 Hepatite XI 2 0,060 Rins XIV 3 0,090 XIV 3 0,090 XVIII 1 0,030 XIII 2 0,060 Cólica Depurativo sangue Reumatismo 77.3. Pteridium sp. do 6 4 66,67 0,0968 6,45 ♣ 6 3 50,00 0,0968 4,84 ♣ Samambaia-de-cipo L.E. Reumatismo XIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Aguapé L.E. Úlcera XI 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ Onze-horas L.E. Hipertensão IX 3 0,090 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Carne-de-vaca L.E. Relaxante muscular XIII 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ Romã L.E. Cólica XIV 1 0,030 24 17 70,83 0,3871 27,42 ♣♣ Diarréia I 1 0,030 Dor XVIII 9 0,269 Garganta XVIII 8 0,239 Inflamação uterina Rins XIV 3 0,090 XIV 2 0,060 Anemia III 2 0,060 23 13 56,52 0,3710 20,97 ♣♣ Diarréia I 4 0,120 Diurético XIV 2 0,060 Dor XVIII 13 0,389 Estômago XI 1 0,030 Verminose I 1 0,030 Cicatrizante XIX 1 0,030 4 2 50,00 0,0645 3,23 ♣ 78. PONTEDERIACEAE 78.1. Eichhornia azurea (Sw.) Kunth 79. PORTULACACEAE 79.1. Portulaca oleracea L. 80. PROTEACEAE 80.1. Roupala montana Aubl. 81. PUNICACEAE 81.1. Punica granatum L. 82. RHAMNACEAE 82.1. Rhamnidium elaeocarpum Reissek Cabriteiro 33.461 83. ROSACEAE 83.1. Rosa alba L. Rosa-branca L.E. 98 Dor XVIII 1 0,030 XIV 2 0,060 XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 22 10 45,45 0,3548 16,13 ♣♣ 6 2 33,33 0,0968 3,23 ♣ 83.2. Rosa graciliflora Rehder & E.H. Wilson Rosa-amarela L.E. Inflamação uterina Dor 83.3. Rubus brasiliensis Mart. Amoreira L.E. Colesterol IV 2 0,060 Hipertensão IX 2 0,060 Labirintite VIII 3 0,090 Menopausa XIV 10 0,299 Obesidade IV 1 0,030 Osteoporose XIII 1 0,030 Rins XIV 3 0,090 Dor XVIII 2 0,060 Gripe X 2 0,060 Reumatismo XIII 2 0,060 84. RUBIACEAE 84.1. Chiococca alba (L.) Hitchc. Cainca 32.800 84.2. Cordiera edulis (Rich.) Kuntze Marmelada 32.837 Verminose I 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 84.3. Cordiera macrophylla (K. Schum.) Kuntze Marmelada-espinho 18.205 Verminose I 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 84.4. Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze Marmelada-bola 33.458 Gripe X 1 0,030 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ Verminose I 1 0,030 84.5. Coutarea hexandra (Jacq. ) K. Schum. Murtinha L.E. Diarréia I 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 84.6. Genipa americana L. Jenipapo L.E. Apendicite XI 1 0,030 7 3 42,86 0,1129 4,84 ♣ Bronquite X 3 0,090 Diabetes IV 1 0,030 Rins XIV 2 0,060 XVIII 1 0,030 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ XI 1 0,030 Câncer de próstata II 1 0,030 48 40 83,33 0,7742 64,52 ♣♣♣ Coração IX 1 0,030 XVIII 1 0,030 XIV 1 0,030 84.7. Guettarda viburnoides Cham. & Schltdl. 84.8. Palicourea coriacea (Cham.) K. Schum. Veludo-branco Douradinha-do-campo 19.165 L.E. Depurativo sangue Úlcera Depurativo sangue Diurético do do 99 84.9. Palicourea rigida Kunth 84.10. Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. Doradão Erva-molar 15.902 19.387 Gripe X 1 0,030 Hipertensão IX 1 0,030 Insônia V 1 0,030 Relaxante muscular Rins XIII 2 0,060 XIV 39 1,166 Rins XIV 3 0,090 Tosse XVIII 2 0,060 Coluna XIII 1 0,030 Dente XI 1 0,030 XVIII 3 0,090 Depurativo sangue Disenteria 84.11. Tocoyena formosa (Cham. & Schltdl.) K. Schum. Jenipapo-bravo 84.12. Uncaria tomentosa (Willd. ex Roem. & Schult.) DC. Unha-de-gato 27.801 L.E. do 5 3 60,00 0,0806 4,84 ♣ 30 24 76,67 0,4839 37,10 ♣♣ I 1 0,030 Reumatismo XIII 1 0,030 Rins XIV 24 0,688 Rins XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Intoxicação XIX 1 0,030 5 3 60,00 0,0806 4,84 ♣ Reumatismo XIII 3 0,090 Rins XIV 1 0,030 Calmante V 5 0,150 7 5 71,43 0,1129 8,06 ♣ Coração IX 1 0,030 Hipertensão IX 1 0,030 Cólica XIV 1 0,030 11 3 27,27 0,1774 4,84 ♣ Diabetes IV 1 0,030 Dor XVIII 1 0,030 Fígado XI 1 0,030 Gripe X 4 0,120 Hipertensão IX 1 0,030 Tosse XVIII 2 0,060 85. RUTACEAE 85.1. Citrus aurantiifolia (Christm.) Swingle 85.2. Citrus limon (L.) Osbeck Lima Limão L.E. L.E. 100 85.3. Citrus sinensis (L.) Osbeck 85.4. Ruta graveolens L. Laranja Arruda 85.5. Spiranthera odoratissima A.St.-Hil. Manacá 85.6. Zanthoxylum cf. rhoifolium Lam. Mamica-de-porca L.E. L.E. L.E. 32.006 Calmante V 1 0,030 18 8 44,44 0,2903 12,90 ♣♣ Cicatrizante XIX 1 0,030 Febre XVIII 7 0,209 Gripe X 4 0,120 Pneumonia X 4 0,120 Tétano XVIII 1 0,030 Cólica XIV 14 0,419 31 14 45,16 0,5000 22,58 ♣♣ Conjuntivite VII 1 0,030 Dor XVIII 7 0,209 Estômago XI 1 0,030 Febre XVIII 2 0,060 Gastrite XI 1 0,030 Náusea XI 1 0,030 Relaxante muscular Reumatismo XIII 4 0,120 XIII 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ Diabetes IV Diarréia I 1 0,030 8 3 37,50 0,1290 4,84 ♣ 3 0,090 Hemorróidas IX 3 0,090 Relaxante muscular XIII 1 0,030 XVIII 2 0,060 5 5 100,00 0,0806 8,06 ♣ 4 3 75,00 0,0645 4,84 ♣ 5 3 60,00 0,0806 4,84 ♣ 86. SALICACEAE 86.1. Casearia silvestris Sw. Chá-de-frade L.E. Depurativo sangue Dor do XVIII 1 0,030 Febre XVIII 2 0,060 Fraturas ósseas XIX 1 0,030 Inflamação uterina Cicatrizante XIV 3 0,090 XIX 2 0,060 Dor XVIII 2 0,060 Tosse XVIII 1 0,030 87. SAPINDACEAE 87.1. Dilodendron bipinnatum Radlk. 87.2. Magonia pubescens A. St.- Hil. Mulher-pobre Timbó L.E. 32.713 101 87.3. Serjania erecta Radk. 87.4. Talisia esculenta (A. St.-Hil.) Radlk. Cinco-pontas Pitomba L.E. Coluna XIII 1 0,030 Relaxante muscular Rins XIII 2 0,060 XIV 3 0,090 Coluna XIII 3 0,090 Dor XVIII 1 0,030 Reumatismo XIII 1 0,030 L.E. Febre XVIII 1 17.721 Úlcera XI 1 Rins XIV 3 0,090 Rins XIV 1 Bexiga XIV 1 Cicatrizante XIX 4 0,120 Coração IX 1 0,030 XVIII 1 0,030 IV 1 0,030 Dor XVIII 1 0,030 Fraturas ósseas XIX 32 0,957 Inchaço de mulher grávida Pneumonia XV 4 0,120 X 1 0,030 Rins XIV 1 0,030 Sífilis I 3 0,090 Tosse XVIII 5 0,150 Anemia III 1 0,030 Cicatrizante XIX 2 0,060 Diabetes IV 1 0,030 Digestivo XI 1 0,030 L.E. 6 3 50,00 0,0968 4,84 ♣ 5 4 80,00 0,0806 6,45 ♣ 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 0,030 4 3 75,00 0,0645 4,84 ♣ 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 0,030 55 36 65,45 0,8871 58,06 ♣♣♣ 20 10 50,00 0,3226 16,13 ♣♣ 88. SAPOTACEAE 88.1. Pouteria glomerata (Miq.) Radlk. Laranjinha-do-mato 88.2. Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Fruta-de-viado 89. SCROPHULARIACEAE 89.1. Bacopa sp. Vicki-de-batata 89.2. Scoparia dulcis L. Vassorinha L.E. 16.871 Depurativo sangue Diabetes do 90. SIMAROUBACEAE 90.1. Simaba ferruginea A. St. -Hil. Calunga L.E. 102 90.2. Simarouba versicolor A. St.-Hil. Pé-de-perdiz Dor XVIII 1 0,030 Estômago XI 4 0,120 Obesidade IV 2 0,060 Úlcera XI 5 0,150 Verminose I 3 0,090 Cicatrizante XIX 1 0,030 Inflamação uterina XIV 2 0,060 Dor XVIII 1 0,030 Febre XVIII 1 0,030 Gripe X 8 0,239 Coluna XIII 4 0,120 Reumatismo XIII 1 0,030 Dor XVIII 8 0,239 Hemorróidas IX 1 0,030 L.E. Tétano I 1 29.094 Hepatite XI L.E. 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ 10 8 80,00 0,1613 12,90 ♣♣ 5 5 100,00 0,0806 8,06 ♣ 9 8 88,89 0,1452 12,90 ♣♣ 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 91. SIPARUNACEAE 91.1. Siparuna guianensis Aubl. Negramina L.E. 92. SMILACACEAE 92.1. Smilax aff. brasiliensis Spreng. Japecanga 33.545 93. SOLANACEAE 93.1. Capsicum sp. Pimenta 29.097 93.2. Nicotiana tabacum L. Fumo 93.3. Physalis sp. Tomate-de-capote 93.4. Solanum americanum Mill. Maria-pretinha L.E. Verminose I 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 93.5. Solanum lycocarpum A. St.-Hil. Fruta-de-lobo L.E. Gastrite XI 2 0,060 4 4 100,00 0,0645 6,45 ♣ Úlcera XI 2 0,060 Coluna XIII 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Estômago XI 1 0,030 Fígado XI 1 0,030 16.851 Furúnculo XII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 93.6. Solanum sp. Jurubeba 34.777 93.7. Solanum sp. Urtiga 93.8 Solanum melongena L Berinjela L.E. Colesterol IV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 93.9. Solanum tuberosum L. Batata-inglesa L.E. Dor XVIII 4 0,120 8 4 50,00 0,1290 6,45 ♣ Gastrite XI 4 0,120 Hemorróidas IX 5 0,150 5 5 100,00 0,0806 8,06 ♣ 93.10. Solanum viarum Dunal. Joá-manso L.E. 103 94. TILIACEAE 94.1. Apeiba tibourbou Aubl. Jangadeira 94.2. Luehea divaricata Mart. Açoita-cavalo 33.407 L.E. Fígado XI 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Ácido úrico XIV 5 0,150 32 10 31,25 0,5161 16,13 ♣♣ XIII 1 0,030 XVIII 1 0,030 XVIII 1 0,030 Gripe X 1 0,030 Hemorróidas IX 4 0,120 Intestino XI 1 0,030 Pneumonia I 1 0,030 X 4 0,120 Relaxante muscular Rins XIII 2 0,060 XIV 2 0,060 Tosse XVIII 8 0,239 Tumores II 1 0,030 Cicatrizante XIX 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ XI 1 0,030 6 4 66,67 0,0968 6,45 ♣ XVIII 1 0,030 XIV 2 0,060 Coluna Depurativo sangue Garganta do 95. ULMACEAE 95.1. Trema micrantha (L.) Blume Piriquiteira 27.231 96. VERBENACEAE 96.1. Casselia mansoi Schau Saúde-da-mulher L.E. Dente Depurativo sangue Inflamação uterina Menstruação do XIV 2 0,060 96.2. Duranta repens L. Pingo-de-ouro L.E. Diabetes IV 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ 96.3. Lantana camara L. Cambará L.E. Resfriado X 6 0,179 9 6 66,67 0,1452 9,68 ♣ Tosse XVIII 3 0,090 96.4. Lippia alba (Mill.) N.E.Br.ex Britton & P. Wilson Erva-cidreira L.E. Calmante V 14 0,419 38 17 44,74 0,6129 27,42 ♣♣ Coração IX 1 0,030 Dente XI 1 0,030 104 Depurativo sangue Dor 96.5. Phyla sp. Chá-mineiro 22.106 XVIII 1 0,030 XVIII 2 0,060 Gripe X 2 0,060 Hipertensão IX 15 0,449 Taquicardia IX 1 0,030 Tosse XVIII 1 0,030 Conjuntivite VII 1 0,030 XVIII 2 0,060 XVIII 1 0,030 Febre XVIII 1 0,030 Relaxante muscular Reumatismo XIII 1 0,030 XIII 1 0,030 Rins XIV 9 0,269 Estômago XI 2 0,060 Sinusite X 1 0,030 Bronquite X 1 0,030 XVIII 2 0,060 XI 9 0,269 Fígado XI 3 0,090 Fraturas ósseas XIX 3 0,090 Gastrite XI 1 0,030 Gripe X 1 0,030 Prisão de ventre XVIII 1 0,030 Relaxante muscular Tosse XIII 1 0,030 XVIII 17 0,508 Verminose I 1 0,030 Relaxante muscular XIII 2 0,060 Depurativo sangue Dor 96.6. Priva lappulacea (L.) Pers. 96.7. Stachytarpheta aff. cayennensis (Rich.) Vahl Pega-pega Gervão 34.118 9.986 Depurativo sangue Estômago 96.8. Stachytarpheta sp. Rabo-de-pavão 32.833 do do do 16 9 56,25 0,2581 14,52 ♣♣ 3 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 40 20 50,00 0,6452 32,26 ♣♣ 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ 105 96.9. Vitex cymosa Bert.ex Spregn. Tarumeiro L.E. Depurativo sangue Diarréia do XVIII 2 0,060 I 1 0,030 Dor XVIII 1 0,030 Estômago XI 1 0,030 Coluna XIII 1 0,030 XVIII 1 0,030 XVIII 1 0,030 Intoxicação XIX 2 0,060 Vitiligo XII 2 0,060 5 3 60,00 0,0806 4,84 ♣ 7 3 42,86 0,1129 4,84 ♣ 97. VIOLACEAE 97.1. Anchietea salutaris A. St.-Hil. Cipó-suma L.E. Depurativo sangue Febre 97.2. Hybanthus calceolaria (L.) Schulze-Menz. do Poaia-branca L.E. Tosse XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 98.1. Cissus cissyoides L. Insulina-de-ramo L.E. Diabetes IV 4 0,120 4 4 100,00 0,0645 6,45 ♣ 98.2. Cissus gongylodes Burch. ex Baker Cipó-de-arráia 22.726 XIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 98.3. Cissus sp. Rabo-de-arráia 32.849 Relaxante muscular Hipertensão IX 1 0,030 2 1 50,00 0,0323 1,61 ♣ Inflamação uterina Inflamação uterina Relaxante muscular Rins XIV 1 0,030 XIV 2 0,060 5 4 80,00 0,0806 6,45 ♣ XIII 1 0,030 XIV 2 0,060 Hepatite XI 8 0,239 9 8 88,89 0,1452 12,90 ♣♣ Icterícia XVI 1 0,030 Diarréia I 1 0,030 5 4 80,00 0,0806 6,45 ♣ Dor XVIII 4 0,120 31.282 Diarréia I 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ L.E. Diarréia I 8 0,239 11 8 72,73 0,1774 12,90 ♣♣ Diurético XIV 1 0,030 Hemorróidas IX 1 0,030 98. VITACEAE 98.4. Cissus sp. Sofre-do-rim-quemquer L.E. 99. VOCHYSIACEAE 99.1. Callisthene fasciculata Mart. 99.2. Qualea grandiflora Mart. Carvão-branco Pau-terra 99.3. Qualea parviflora Mart. Pau-terrinha 99.4. Salvertia convallariodora A. St.-Hil. Capotão L.E. 17.534 106 99.5. Vochysia cinnamomea Pohl Quina-doce L.E. 99.6. Vochysia rufa Mart. Pau-doce L.E. Relaxante muscular Gripe XIII 1 0,030 X 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ XVIII 2 0,060 13 6 46,15 0,2097 9,68 ♣ IV 3 0,090 Diarréia I 1 0,030 Laxante XI 1 0,030 Obesidade IV 3 0,090 Rins XIV 1 0,030 Tosse XVIII 1 0,030 Verminose I 1 0,030 Câncer II 6 0,179 41 22 53,66 0,6613 35,48 ♣♣ Câncer de próstata II 2 0,060 Cicatrizante XIX 20 0,598 Diabetes IV 2 0,060 Estômago XI 4 0,120 Fraturas ósseas XIX 2 0,060 Gastrite XI 1 0,030 Hepatite XI 1 0,030 Laxante XI 2 0,060 Reumatismo XIII 1 0,030 Depurativo sangue Diabetes do 100. XANTHORRHOEACEAE/LILIACEAE 100.1. Aloe barbadensis Mill. Babosa L.E. 101. ZAMIACEAE 101.1. Zamia boliviana (Brongn.) A. DC. Maquiné 17.270 Estômago XI 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ Colônia L.E. Calmante V 4 0,120 27 20 74,07 0,4355 32,26 ♣♣ Coração IX 1 0,030 Febre XVIII 1 0,030 Gripe X 1 0,030 Hipertensão IX 20 0,598 102. ZINGIBERACEAE 102.1. Alpinia speciosa (J.C. Wendl.) K. Schum. 107 102.2. Curcuma longa L. 102.3. Zingiber officinale Roscoe Açafrão Coluna XIII 1 0,030 6 2 33,33 0,0968 3,23 ♣ Diurético XIV 1 0,030 Dor XVIII 2 0,060 Estômago XI 1 0,030 Hepatite XI 1 0,030 Dor XVIII 2 0,060 12 7 58,33 0,1935 11,29 ♣♣ Gripe X 6 0,179 Sinusite X 1 0,030 Tosse XVIII 3 0,090 L.E. Cicatrizante XII 2 0,060 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ XVIII 1 0,030 Atrativa L.E. Depurativo sangue Pneumonia X 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ Barba-de-bicho L.E. Gripe X 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Belém L.E. Bem-me-quer L.E. Depurativo sangue Hepatite XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ XI 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Castanha-talaia L.E. Reumatismo XIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Cavalinha-do-pantanal L.E. Rins XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Chá-de-mina L.E. XVIII 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ Cipó-de-açougue L.E. Depurativo sangue Coceira XII 3 0,090 3 3 100,00 0,0484 4,84 ♣ Cipó-de-samambaia L.E. Gripe X 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Cravo-da-chapada L.E. Gripe X 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ Espinha-aguia L.E. Dente XI 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Espinha-de-uriço L.E. Dor XVIII 1 0,030 3 1 33,33 0,0484 1,61 ♣ Recaída de parto XV 1 0,030 Gengibre L.E. L.E. Em fase de identificação Arriadeira do do do Úlcera XI 1 0,030 Folha-de-comer-leite L.E. Úlcera XI 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Folha-fidida L.E. Gripe X 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Gordurinha L.E. Fígado XI 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ 108 Justiça L.E. Reumatismo XIII 4 0,120 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Largatinha L.E. Picada de cobra XIX 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Lava-prato L.E. Rins XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Língua-cachorro L.E. Diarréia I 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Mão-de-deus L.E. Estômago XI 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Número 3 L.E. Dente XI 1 0,030 3 2 66,67 0,0484 3,23 ♣ Febre XVIII 2 0,060 Gripe X 1 0,030 7 5 71,43 0,1129 8,06 ♣ Tosse XVIII 5 0,150 Tuberculose I 1 0,030 Pau-de-urubu L.E. Pau-poconé L.E. Dor XVIII 2 0,060 2 2 100,00 0,0323 3,23 ♣ Pincen L.E. Estômago XI 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Quecede L.E. Rins XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Raiz-de-tigre L.E. Tosse XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Raiz-de-ursa L.E. XVIII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Sasaiá L.E. Depurativo sangue Menstruação XIV 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Taburu L.E. Furúnculo XII 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Taiwan L.E. Laxante XI 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Ponta-livre L.E. Diarréia I 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ Telão-da-vagem L.E. Verminose I 1 0,030 1 1 100,00 0,0161 1,61 ♣ do LEGENDA: CID-10 - Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados à Saúde (CID), 10ª Revisão; NIB – Número de Identificação Botânica; L.E. – Literatura especializada; FA - Frequência absoluta; FR - Frequência relativa; ICUE - nº de informantes que citaram qualquer uso da espécie; ICUP - nº de informantes que citaram o uso principal; ICEMC = (62) - número de informantes que citaram a espécie mais citada; CUP - Concordância quanto aos usos principais; FC - fator de correção; CUPc - Concordância corrigida quanto aos usos principais para cada uma das spécies; FM – Força Medicinal representada pela taxa de citação da espécie pelos informantes: ♣ (0-10%), ♣♣ (>10 <40%), ♣♣♣ (>40%), (Amorozo e Gely, 1988; Pieroni, et al., 2003, La Cruz, 2008; Pieroni e Giusti, 2009). 105 As famílias mais bem representadas foram Fabaceae com 42 (10,2 %), Asteraceae com 32 (7,82%), Lamaceae com 20 (4,89%) espécies (Figura 9). Figura 9. Famílias botânicas mais citadas, segundo compilação de listas de espécies medicinais, por 259 informantes do DNSAC. Quanto à origem geográfica (Tabela 20 e 21) 253 (61,85%) foram nativas e 156 (38,5%) foram exóticas. As maiorias das plantas foram de hábito, herbáceas correspondendo a 104 (47,66%) espécies, arbóreas 126 (29,22%) espécies, arbustos/subarbustivos 80 (23,11%) (Tabelas 20). Conforme visto nas Tabelas 20 e 28, as principais formas de preparo das plantas citadas nesta pesquisa foram infusão e maceração, com freqüências de 2.535 (71,6%) e 411 (11,6%), citações respectivamente. 110 TABELA 20. Caracterização das espécies medicinais, citadas pelos 259 informantes do DNSAC. Espécies Medicinais Nome Vernacular Hábito Persea americana Mill. Abacateiro AR Ananas comosus (L.) Merr Cucurbita Duchesne maxima Curcuma longa L. Malpighia glabra L. Luehea divaricata Mart. Abacaxi Abóbora Açafrão Aceroleira Açoita-cavalo HB HB HB AB AR Or. Geo. E E E N E N Habitat Forma Preparo Uso medicinal principal FA Q INF Diurético 15 0,449 DEC, INF Hipertensão 5 0,150 DEC, INF Rins 3 0,090 SUM, INF Diurético 3 0,090 SUM Tosse 2 0,060 MAC Dor de ouvido 2 INF, SUM Verminose 2 0,060 INF Congestão 1 0,030 INF Diurético 1 0,030 TIN Dor na coluna 2 0,060 INF Garganta 2 0,060 XAR Bronquite 1 0,030 INF Dengue 2 0,060 INF Estômago 1 0,030 INF Febre 1 0,030 Gripe 8 Ácido úrico 4 0,120 INF Depurativo do sangue 1 0,030 MAC Dores na coluna 1 0,030 INF Dor no corpo 2 0,060 INF Gripe 1 0,030 INF, MAC Hemorróidas 4 0,120 INF Infecção intestinal 1 0,030 INF Rins 2 0,060 INF, TIN Inflamação na garganta 1 0,030 INF, XAR, MAC INF, XAR, MAC, XAR INF Pneumonia 6 Tosse 8 Tumores 1 Q Q Q Q C INF, SUM INF DEC, FR 0,060 0,239 0,179 0,239 0,030 Nasturtium officinale R. Br. Eichhornia azurea Kunth Agrião HB E Q INF Bronquite 3 Aguapé HB N P INF Úlcera 2 0,060 Rosmarinus officinalis L. Alecrim HB E Q INF Ansiedade 5 0,150 INF Calmante 2 0,060 INF Coração 3 0,090 INF Dor de cabeça 1 0,030 INF Hipertensão 8 0,239 INF Insônia 1 0,030 INF Labirintite 1 0,030 INF Lerdeza memória 1 0,030 DEC Manchas na Pele 1 0,030 MAC Taquicardia 1 0,030 0,090 111 Hyptis paludosa A. St.-Hil. ex Benth Marsypianthes chamaedrys (Vahl) Kuntze Ocimum kilimandscharicum Gürke Hibiscus pernambucensis Bertol. Gossypium barbadense L. Cochlospermum regium (Mart et Schl.) Pilg. Alevante HB E Q XAR Resfriado 1 Alfavaca/ Hortelã-domato Alfavaquinha HB E Q XAR Resfriado 11 HB E Q INF Gripe 1 Algodão-dobrejo SA N CP INF Gonorréia 5 INF, TIN Estômago 1 INF Cicatrizante 3 Algodão-dequintal Algodãozinhodo-campo 0,030 0,329 SA E Q 0,030 0,150 0,030 0,090 SA N C INF Cólica menstrual 1 0,030 INF Gripe 1 0,030 INF, DEC, MAC, SUM DEC Útero 20 Úlcera 1 INF, GAR, MAC DEC, TIN Depurativo do sangue 15 Estômago 1 INF, TIN INF Útero 3 Fraturas ósseas 1 0,030 INF, MAC Manchas na Pele 4 0,120 INF, TIN Sífilis 3 0,090 0,060 GAR, 0,598 0,030 0,449 0,030 0,090 Allium sativum L. Alho HB E Q MAC Hipertensão 2 Protium March. Almésica AR N CMCF INF Depurativo do sangue 1 INF Derrame 1 0,030 MAC Dor de cabeça 2 0,060 INF Dor muscular 2 0,060 INF Dor no corpo 1 0,030 INF Reumatismo 4 0,120 INF, XAR Tosse 4 0,120 DEC, INF Rins 6 0,179 INF Icterícia 3 0,090 INF Inflamação na bexiga 1 0,030 INF Útero 1 0,030 INF, MAC Colesterol 2 0,060 INF Hipertensão 2 0,060 INF Labirintite 3 0,090 INF Menopausa 10 0,299 INF Obesidade 1 0,030 TIN Osteoporose 1 0,030 INF Rins 3 0,090 INF Infecção da Pele 2 INF Útero 3 0,090 INF Dor de cabeça 21 0,628 INF Dor no corpo 5 0,150 INF Anemia 1 INF Cicatrizante 2 heptaphyllum Boerhavia coccinea L. Rubus brasiliensis Mart. Amarra-pinto Amoreira HB AR N E Q Q Alternanthera dentata (Moench.) Scheygr. Ampicilina HB E Q Justicia pectoralis Jacq. Anador HB E Q Himatanthus obovatus (Müll. Arg.) Woodson Angélica AB N C 0,030 0,060 0,030 0,060 112 Andira anthelminthica Benth. Albizia niopoides (Spr. Ex Benth.) Burkart. Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan Byrsonima orbignyana A. Juss. Indigofera suffruticosa Mill. Annona cf. cordifolia (Szyszyl.) Solidago microglossa DC. Brickellia brasiliensis B.L. Rob. Eupatorium odoratum L. Camarea ericoides A. St.Hil. DEC Colesterol 1 0,030 DEC, INF Depurativo do sangue 8 0,239 INF Dor de barriga 1 0,030 INF Dor de cabeça 1 0,030 DEC, INF Dor no corpo 2 0,060 XAR Hemorragia do nariz 1 0,030 INF Hipertensão 1 0,030 DEC, INF Útero 3 0,090 INF Labirintite 5 0,150 DEC, INF Pneumonia 1 0,030 DEC, INF Verminose 1 0,030 INF Vitiligo 1 0,030 Angelim AR N C INF Diabetes 1 Angico-branco AR N C XAR Bronquite 1 Angico AR N C INF, XAR Asma 1 MAC, COM Cicatrizante 3 0,090 INF Expectorante 1 0,030 MAC Útero 2 0,060 INF Pneumonia 1 0,030 INF Tosse 1 0,030 0,030 0,030 0,030 Angiquinho AR N C XAR Cicatrizante 2 Anil AB N Q XAR Úlcera 2 Araticumabelha AB N CP INF Diabetes 2 XAR Fraturas ósseas 4 INF, MAC Cicatrizante 7 INF, MAC Depurativo do sangue 5 0,150 TIN Dor muscular 1 0,030 INF Dor no corpo 2 0,060 MAC Dor no peito 4 0,120 INF Hipertensão 1 0,030 INF Útero 2 0,060 DEC, INF, MAC, TIN INF, MAC Fraturas ósseas 23 Rins 3 0,090 MAC Verminose 1 0,030 MAC Útero 1 DEC, INF Fraturas ósseas 2 0,060 INF, TIN Pancadas 6 0,179 INF Rins 1 0,030 INF Dor no corpo 1 0,030 INF Rins 6 0,179 INF Fraturas ósseas 1 0,030 INF Fraturas ósseas 6 Arnicabrasileira Arnica-docampo Arnicão Arniquinha HB HB SA HB N N N N Q C Q C 0,060 0,060 0,060 0,120 0,209 0,688 0,030 0,179 113 Myracrodruon urundeuva (Fr. All.) Engl. Em fase de identificação Aroeira Arriadeira AR AB N N CF CP INF Anemia 1 XAR Bronquite 1 0,030 MAC Câncer 1 0,030 DEC, INF, OUT, MAC, XAR INF, XAR Cicatrizante 5 Depurativo do sangue 1 0,030 INF Dor no corpo 1 0,030 INF Dor no peito 1 0,030 DEC, INF, XAR, OUT MAC Fraturas ósseas 8 Inflamação (Hérnia) 2 INF, MAC, XAR DEC, INF, XAR, TIN INF, XAR Útero 5 Fraturas ósseas 20 Tosse 2 0,060 INF Afecções da Pele 2 0,060 INF Depurativo do sangue 1 0,030 0,030 0,150 0,239 0,060 0,150 0,598 Oryza sativa L. Arroz HB E Q INF Dor de bexiga 3 0,090 Ruta graveolens L. Arruda HB E Q INF, XAR Cólica menstrual 14 0,419 MAC Conjuntivite 1 0,030 Dor de cabeça 5 Dor de dente 1 0,030 INF Dorno peito 4 0,120 INF, SUM Estômago 1 0,030 INF Febre 1 0,030 1 0,030 INF, TIN DEC MAC, INF, MAC 0,150 INF Gastrite 1 0,030 DEC Náusea 1 0,030 INF Pele 1 0,030 0,030 Artemisia vulgaris L. Artemísia HB E Q INF Insônia 1 Vernonia scabra Pers. (V. brasiliensis) Assa-peixe AB N CMC INF, XAR Bronquite 3 TIN Depurativo do sangue 1 0,030 INF Febre 1 0,030 INF, MAC, XAR INF, MAC Gripe 15 Pneumonia 5 0,150 0,090 0,449 Em fase de identificação Atrativa NI N NI INF Pneumonia 2 0,060 Euphorbia tirucalli L Aveloz AR E Q MAC, OUT Câncer 2 0,060 Útero 1 Obesidade 3 Oxalis aff. hirsutissima Mart. Ex Zucc. Syzygium jambolanum (Lam.) DC Orbignya phalerata Mart. Azedinha HB N C DEC, TIN INF INF, Azeitona-preta AR E Q DEC, INF Colesterol 2 Babaçu AB N C XAR Inflamação 3 0,090 Aloe barbadensis DC Babosa HB E Q INF, XAR Afecções da Pele 2 0,060 INF, GAR, SUM, XAR DEC, INF, MAC, TIN, OUT Câncer 6 Cicatrizante 17 0,030 0,090 0,060 0,179 0,508 114 MAC Diabetes 2 INF, MAC, SUM, XAR OUT Estômago 4 Gastrite 1 0,030 INF Hepatite 1 0,030 Laxante 2 INF, GAR INF Eremanthus cf. exsuccus Bak. Musa x paradisiaca L. Bácimo-docampo Bananeira-deumbigo AR AR N E C Q MAC, 0,060 0,120 0,060 Próstata 2 0,060 INF, XAR Queimadura 3 0,090 INF Reumatismo 1 0,030 DEC, INF Cicatrizante 4 INF Estômago 1 0,030 INF Fraturas ósseas 2 0,060 INF Problemas circulatórios 1 0,030 XAR Bronquite 2 DEC Anemia 1 0,030 INF Dor de dente 2 0,060 0,030 0,120 0,060 Em fase de identificação Barba-de-bicho HB N C INF Reumatismo 1 Bulbostylis capillaris (L.) C.B. Clarke Barba-de-bode HB N C INF Diurético 5 INF Estômago 3 0,090 0,060 Stryphnodendron obovatum Benth. Stryphnodendrom adstringens (Mart.) Coville 0,150 INF Rins 2 Barbatimão 1 AR N C DEC Cicatrizante 1 Barbatimão 2 AR N C INF, MAC Úlcera 2 INF Bronquite 1 Cicatrizante 1 Cólica menstrual 1 0,030 INF Dor no corpo 1 0,030 INF Estômago 1 0,030 INF, MAC Cicatrizante 2 0,060 INF Cicatrizante no útero 1 0,030 INF Infecção urinária 1 0,030 INF, GAR, MAC, TIN MAC Útero 26 Fraturas ósseas 1 0,030 INF, XAR DEC TIN, 0,030 0,060 0,030 0,030 0,778 Ipomoea batatas (L.) Lam. Batata-doce HB E Q INF Pressão 1 0,030 Solanum tuberosum L. Batata-inglesa HB E Q INF, MAC Dor de barriga 4 0,120 MAC, OUT Gastrite 4 0,120 INF, MAC Estômago 2 MAC Verminose 1 0,030 0,030 Ipomoea asarifolia (Desr.) Roem. & Schult. Batatinha-dobrejo HB N CMC 0,060 Vanilla palmarum Lindl. Baunilha HB N CMC INF Hipertensão 1 Duguetia furfuracea (A. St.-Hil.) Saff. Não identificada Beladona-docerrado Belém SA N C INF Dor de cabeça 1 NI N NI INF Depurativo do sangue 1 0,030 Não identificada Bem-me-quer NI N NI INF Hepatite 1 0,030 Polygala paniculata L. Bengué HB N Q DEC Reumatismo 2 0,060 Solanun melongena L Berinjela AR E Q MAC Colesterol 1 0,030 0,030 115 Beta vulgaris L. Catharanthus roseus Don. G. Acrocomia aculeata (Jacq.) Lodd. ex Mart. Plectranthus neochilus Schltr. Plectranthus Andrews barbatus Zeyhera digitalis (Vell.) Hochn. Luffa sp Beterraba HB E Q GAR Anemia 1 Boa-noite HB E Q INF Caxumbá 2 INF Febre 2 0,060 INF Inflamação do testículo 1 0,030 0,030 0,060 Bocaiuveira AB N CP INF Coração 2 Boldinho HB E Q INF Estômago 1 MAC Indigestão 1 INF Dor de barriga 1 MAC Dor de estômago 4 0,120 INF, MAC Dores no estômago 1 0,030 DEC, INF, MAC, SUM INF, MAC Estômago 53 Fígado 2 0,060 MAC Mal estar 1 0,030 Boldo-brasileiro SA N Q 0,060 0,030 0,030 0,030 1,585 Bolsa-de-pastor AB N C MAC Estômago 6 Bucha HB E Q INF Anemia 2 0,060 INF Rins 1 0,030 0,179 Tibouchina urvilleana (DC.) Cogn. Crataeva tapia L. Buscopam-decasa Cabaça HB E Q MAC Estômago 2 AR N PMC INF, XAR Tosse 2 Rhamnidium elaeocarpum Reissek Cabriteiro AR N C INF Anemia 2 DEC, INF Diarréia 3 0,090 INF Diarréia de bebê 1 0,030 INF Diurético 2 0,060 INF Dor de barriga 7 0,209 INF Dor de cabeça 6 0,179 INF Estômago 1 0,030 INF Verminose 1 0,030 INF Cólica menstrual 1 0,030 DEC, INF Resguardo de parto 3 0,090 INF Dor de cabeça 2 INF Gripe 2 0,060 INF Reumatismo 2 0,060 Cactus sp. Chiococca Hitchc. Cacto alba (L.) Cainca AB SA E N Q C 0,060 0,060 0,060 0,060 Spondias dulcis G. Forst - Caja-manga AR E QMC INF Sarna 1 0,030 Anacardium occidentale L. Cajueiro AB N C INF Abortivo 2 0,060 INF, MAC Cicatrizante 4 0,120 INF Colesterol 1 0,030 INF Depurativo do sangue 1 0,030 INF Diabetes 1 0,030 INF, MAC Diarréia 3 0,090 INF Disenteria 1 0,030 DEC, MAC Dor de barriga 2 0,060 DEC, MAC Dor de dente 1 0,030 DEC, INF Inflamação de garganta 2 0,060 116 Anacardium humile A. St. Hil. Cajuzinho-docampo SA N C INF Diabetes 1 INF Disenteria 1 0,030 INF, OUT Hepatite 1 0,030 0,030 Cordia insignis Cham. Calção-de-velho AB N C DEC, INF Tosse 3 0,090 Calendula officinalis L. Calêndula HB E Q INF Ansiedade 2 0,060 Simaba ferruginea A. St. Hil. Calunga SA N C MAC Anemia 1 INF Cicatrizante 2 0,060 MAC Diabetes 1 0,030 MAC Digestivo 1 0,030 MAC Dor de cabeça 1 0,030 INF Dor de estômago 1 0,030 INF, MAC Estômago 3 0,090 INF, MAC Obesidade 2 0,060 INF Úlcera 5 0,150 INF, MAC Verminose 3 0,090 INF, XAR Resfriado 6 0,179 INF Tosse 3 0,090 DEC, INF Calmante 18 DEC Cólica menstrual 1 Dor de barriga 13 Dor de cabeça 1 0,030 INF Dor de estômago 1 0,030 INF Estômago 2 0,060 INF Febre 1 0,030 INF Gases 1 0,030 INF Gripe 1 0,030 GAR Anemia 2 0,060 INF Hipertensão 1 0,030 MAC Gripe 2 INF Hipertensão 2 Lantana camara L. Chamomilla recutita (L.) Rauschert. Cambará Camomila AR HB N E C Q DEC, MAC INF Saccharum officinarum L. Dichorisandra Standley hexandra Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. Cinnamomum zeylanicum Breyne Cinnamomum camphora T. Nees e C.H.Eberm Jatropha urens L. Cana-de-açúcar Cana-demacaco SA SA E E Q Q INF, 0,030 0,538 0,030 0,389 0,060 0,060 Cana-fistula SA N MC INF Gastrite 5 Canela-da-índia AR E Q DEC Afrodisíaco 1 GAR, INF Fortificante 2 0,060 INF Obesidade 1 0,030 INF, XAR Tosse 4 0,120 Dor de cabeça 1 Rins 24 Diurético 1 0,030 INF Dor no corpo 1 0,030 INF Infecção urinária 1 0,030 INF Útero 1 0,030 INF Pedra nos rins 1 0,030 Cânfora HB N C INF Caninha-dobrejo HB N Q DEC, MAC INF INF, 0,150 0,030 0,030 0,718 117 Não identificada Cansansão SA N C Não identificada Capa-rosa NI N NI Capimamargoso HB N Q Digitaria insularis Mez ex Ekman. (L.) Cymbopogon citratus Stapf. Cymbopogon nardus (L.) Rendle. Melinis P.Beauv. Eleusine Gaertn. minutiflora indica (L.) Andropogon bicornis L. Imperata brasiliensis Trin. Commelina benghalensis L. Salvertia convallariodora A. St.-Hil. INF, TIN INF MAC, Diabetes 6 Diabetes 5 Cicatrizante 4 Estômago 1 0,030 INF, SUM Fraturas ósseas 2 0,060 0,030 DEC, SUM SUM INF, 0,179 0,150 0,120 INF Reumatismo 1 Capim-cidreira HB E Q DEC, INF Calmante 9 Capim-citronela HB E Q DEC, INF Gripe 6 XAR Tosse 1 INF, TIN Dengue 1 INF Depurativo do sangue 1 0,030 INF Derrame 1 0,030 INF Gripe 2 0,060 INF Rins 9 0,269 INF Sinusite 3 0,090 INF Tosse 1 0,030 INF Tumores 1 0,030 INF Hipertensão 2 INF Capim-gordura Capim-pé-degalinha Capim-rabo-delobo Capim-sapé HB HB E N Q Q urinária em 1 0,269 0,179 0,030 0,030 0,060 HB N C INF Infecção gestante Útero HB N Q INF Diabetes 1 0,030 DEC, INF Hepatite 2 0,060 INF Malina 1 0,030 INF Manchas na Pele 2 0,060 1 0,030 0,030 Capoeraba HB E Q INF Hemorróidas 1 Capotão SA N C INF Diarréia 8 INF Diurético 1 0,030 INF Dor no corpo 1 0,030 MAC Hemorróidas 1 0,030 0,030 0,239 Dioscorea sp Cará-do-cerrado HB N C INF Furúnculo 5 0,150 Dioscorea trifida L Cará HB E Q DEC Depurativo do sangue 5 0,150 Averrhoa carambola L. Carambola AB E Q INF, SUM Hipertensão 6 0,179 Argemone mexicana L. Cardo-santo HB E Q INF Hipertensão 2 0,060 Roupala montana Aubl.. Carne-de-vaca AR N C INF Dor no corpo 2 0,060 Jacaranda caroba (Vell.) DC. Caroba AR N C INF Cicatrizante 2 MAC Jacaranda Cham decurrens Carobinha SA N C 1 0,060 0,030 INF Alergia 2 INF Câncer 1 DEC, INF, XAR INF, MAC, TIN, SUM INF Cicatrizante 6 Depurativo do sangue 22 Diabetes 5 0,150 INF Cicatrizante 2 0,060 0,060 0,030 0,179 0,658 118 Baccharis trimera DC. Dorstenia Gardner. asaroides Desmodium incanum DC. Acanthospermum australe (Loefl.) Kuntze. Callisthene Mart. fasciculata Carqueja Carapiá Carrapicho-decarneiro Carrapicho, beijo-de-boi Carvão-branco HB HB AB HB AR E N N N N Q C Q Q CP INF Hanseníase 2 0,060 XAR Hemorragia do nariz 1 0,030 INF, TIN Rins 3 0,090 TIN Útero 1 0,030 INF Câncer 1 0,030 INF Colesterol 1 0,030 INF Diabetes 3 0,090 INF Diurético 1 0,030 INF Estômago 1 0,030 INF Gripe 2 0,060 INF, MAC Obesidade 4 0,120 INF Cólica menstrual 1 INF Depurativo do sangue 3 0,090 INF Disenteria 1 0,030 DEC, INF Dor de barriga 2 0,060 INF Dor de cabeça 2 0,060 INF Dor de dente 1 0,030 INF Cicatrizante 1 0,030 INF, TIN Gripe 2 0,060 INF Intestino preso 1 0,030 XAR Menstruação 1 0,030 DEC INF Pneumonia 1 0,030 DEC, INF, XAR INF, MAC Recaída de parto 9 Rins 1 INF Rins 10 INF Tosse 1 INF Coceira 2 INF Diarréia 3 0,090 INF Dor de barriga 1 0,030 DEC Dorna urina 1 0,030 INF Hepatite 2 0,060 INF Rins 4 0,120 INF Hepatite 8 DEC INF Icterícia 1 0,030 0,030 0,030 0,269 0,030 0,299 0,030 0,060 0,239 Em fase de identificação Castanha-talaia HB N NI INF Reumatismo 1 Eriotheca candolleana (K. Schum.) Em fase de identificação Catuaba AR N C MAC Próstata 1 Cavalinha-dopantanal Cavalinha HB N P INF Rins 1 HB E P INF Gastrite 1 0,030 INF Rins 2 0,060 Equisetum arvense L. 0,030 0,030 Allium cepa L. Cebola HB E Q INF Cicatrizante de diabetes 1 0,030 Allium fistulosum L. Cebolinha HB E Q SAL Gripe 1 0,030 Cedrela odorata L. Cedro AR N MCF MAC Cicatrizante 1 0,030 Malpighia emarginata DC. Cereja AB E Q INF Cicatrizante 5 0,150 119 Casearia silvestris Eichler Chá-de-frade SA N C INF XAR Depurativo do sangue 2 0,060 INF Dor de cabeça 1 0,030 INF Febre 2 0,060 Em fase de identificação Chá-de-mina HB N CP MAC Depurativo do sangue 3 0,090 Phyla sp. Chá-mineiro HB N C INF Depurativo do sangue 2 0,060 INF Dor de cabeça 1 0,030 INF Dor no corpo 1 0,030 INF Febre 1 0,030 INF Infecção dos olhos 1 0,030 INF Rins 1 0,030 INF Reumatismo 1 0,030 INF, MAC Rins 8 0,239 INF Depurativo do sangue 11 INF Rins 1 0,030 INF Estômago 3 0,090 INF Reumatismo 5 0,150 Rins 8 Bronquite 3 Echinodorus macrophyllus (Kuntze.) Micheli Guazuma ulmifolia var. tomentosa (Kunth) K. Schum. Chapéu-decouro Chico-magro HB AR N N P C DEC, XAR INF Tibouchina cf. clavata (Pers.) Wurd. Acosmium dasycarpum (Volgel) Yakovlev Serjania erecta Radk. 0,239 0,090 MAC Acanthospermum hispidum DC. INF, 0,329 Chifre-degarrotinho HB N Q Cicatrizante 1 0,030 Diarréia 1 0,030 Rins 1 0,030 Bronquite 3 0,090 Cicatrizante 1 0,030 INF Corrimento 1 INF Gonorréia 3 0,090 INF Problemas de urina 1 0,030 0,030 Cibalena HB E Q INF Dor de cabeça 1 Cinco-folha HB N C INF Depurativo do sangue 3 INF Dor de cabeça 2 0,060 INF Dores na coluna 3 0,090 DEC Rins 1 0,030 INF Dores na coluna 1 0,030 INF Dor no corpo 2 0,060 INF Rins 3 0,090 0,060 Cinco-pontas HB N C 0,030 0,090 Mikania hirsutissima DC. Cipó-cabeludo HB N C INF Diabetes 2 Em fase de identificação Cipó-deaçougue Cipó-de-arráia HB N C INF Coceira 3 HB N P INF Dor no corpo 1 Cipó-dechumbo Cipó-de-milhomem HB N CP INF Dor de barriga 1 HB N C INF Dengue 1 INF Depurativo do sangue 1 0,030 INF Digestivo 2 0,060 INF Estômago 1 0,030 Cissus gongylodes Burch. Ex Baker Cuscuta racemosa Mart. Et Humb. Aristolochia cymbifera Mart e Zucc 0,090 0,030 0,030 0,030 120 Em fase de identificação Anchietea salutaris A. St.Hil. Bauhinia glabra Jacq. Cipó-desamambaia Cipó-suma Cipó-tripa-degalinha INF Rins 3 HB N MC INF Gripe 1 SA N MC INF Depurativo do sangue 1 INF Dores na coluna 1 0,030 INF Febre 1 0,030 INF Intoxicação 2 0,060 INF Manchas na Pele 2 0,060 MAC Diarréia 1 INF, MAC Disenteria 2 0,060 INF, MAC Dor de barriga 2 0,060 HB N C 0,090 0,030 0,030 0,030 Cocos nucifera L. Coco-da-bahia AB E Q INF Rins 1 0,030 Coriandrum sativum L. Coentro HB E Q Salada Gripe 1 0,030 Colônia HB E Q INF, MAC Calmante 5 XAR Febre 1 0,030 INF Gripe 1 0,030 INF, MAC Hipertensão 19 0,568 INF Taquicardia 1 0,030 Alpinia Schum. speciosa K. Dieffenbachia picta Schott Symphytum Donn. asperrimum Copaifera langsdorffii var. glabra (Vogel) Benth. Comigoninguém-pode Confrei Copaiba HB E Q INF Dor de cabeça 1 HB E Q INF Cicatrizante 2 INF Coração 1 0,030 MAC Dor de dente 1 0,030 INF Dor no útero 1 0,030 INF Obesidade 1 0,030 INF Bronquite 2 INF Câncer de próstata 1 0,030 1 0,030 AR N CFMC MAC Leonotis nepetifolia (L.) R. Br. Cordão-de-sãofrancisco 0,150 HB E Q 0,030 0,060 0,060 MAC Derrame 1 0,030 INF Garganta 1 0,030 INF inflamação de garganta 1 0,030 INF Tuberculose 1 0,030 DEC INF Coração 6 INF Depurativo do sangue 1 0,030 INF Dores na coluna 4 0,120 INF Dor no corpo 2 0,060 INF Estômago 2 0,060 INF Febre 1 0,030 INF Gastrite 5 0,150 DEC Gripe 1 0,030 INF Hipertensão 2 0,060 INF Labirintite 1 0,030 INF Rins 3 0,090 0,179 121 Dioclea violacea Mart. Amaranthus aff. viridis L. Arrabidaea chica (Bonpl.) B. Verl. Em fase de identificação Syzygium aromaticum (L.) Merr. e L.M. Perry Tagetes minuta L. Chromolaena odorata (L.) King e H. Rob. Dipteryx alata Vogel Croton sp. antisyphiliticus Taraxacum officinale Weber Achillea millefolium L. Palicourea rigida Kunth Palicourea Caruru-deporco Crajirú Cravo-dachapada Cravo-da-índia Cravo-dedefunto Celosia argentea L.. Croton Mart. Coronha-de-boi coriacea Crista-de-galo Cruzeirinho Cumbarú Curraleirabranca Curraleira AR HB AR N E E MC Q Q INF Derrame 2 0,060 INF Osteoporose 1 0,030 INF Afecções da Pele 1 MAC Infecção no ouvido 1 0,030 INF Rins 1 0,030 INF Afecções da Pele 4 INF Depurativo do sangue 2 0,030 0,120 0,060 HB N C INF Gripe 2 AR E Q INF Garganta 1 INF XAR Tosse 2 XAR Dengue 1 XAR Gripe 1 0,030 INF XAR Estômago 2 0,060 INF Sinusite 1 0,030 INF Cólica menstrual 1 INF Dor de cabeça 2 0,060 INF Infecção de mulher 1 0,030 INF Fraturas ósseas 1 0,030 MAC Bronquite 2 0,060 MAC Cicatrizante 1 0,030 INF, MAC Diarréia 2 0,060 INF, MAC Disenteria 2 0,060 INF Dor de barriga 1 0,030 INF, MAC, OUT INF, MAC Garganta 5 Cicatrizante 5 0,150 INF, MAC Gripe 3 0,090 INF Inflamação de garganta 1 0,030 INF 1 INF inflamação do útero e ovário Picada de cobra 1 0,030 MAC Rouquidão 3 0,090 INF Tosse 3 0,090 HB HB HB AR E N N N Q C C CP AR N C INF Útero 2 AR N C INF Hipertensão 2 INF 1 0,060 0,030 0,060 0,030 0,030 0,150 0,030 0,060 0,060 Dente-de-leão HB E Q INF Inflamação do útero ovário Úlcera Depurativo do sangue Dipirona HB E Q DEC, INF Dor de cabeça 2 0,060 INF Dor no corpo 7 0,209 INF Febre 3 0,090 INF Rins 3 0,090 DEC, INF Tosse 2 0,060 INF Depurativo do sangue 1 0,030 Doradão Douradinha-do- SA SA N N C C 3 0,030 0,090 122 Schum. campo Alternanthera ficoidea R. Br. Mimosa debilis var. vestita (Benth.) Barneby Cecropia pachystachya Trécul Pseudobombax longiflorum (Mart. Zucc.) Rob. Et Lippia alba (Mill.) N.E.Br.ex Britton & P. Wilson Polygonum cf. punctatum Elliott INF Diurético 1 0,030 INF Dor no corpo 2 0,060 INF Rins 2 0,060 INF Gripe 1 0,030 INF Hipertensão 1 0,030 INF Rins 2 0,060 INF Insônia 1 0,030 INF Pedra nos rins 2 0,060 INF Pressão baixa 1 0,030 INF Próstata 1 0,030 Rins 33 Dor no corpo 1 Doril HB E Q DEC, XAR INF Dorme-dorme HB N C INF Calmante 2 Embaúba AR N C INF Colesterol 1 INF Depurativo do sangue 1 0,030 INF Diabetes 1 0,030 INF Dor de cabeça 1 0,030 INF XAR Hipertensão 4 0,120 INF Leucemia 1 0,030 INF Pneumonia 3 0,090 INF Rins 2 0,060 INF XAR Tosse 6 0,179 INF Pneumonia 3 Embiriçu-docerrado Erva-cidreira AR N C INF, 0,987 0,030 0,060 0,030 0,090 HB N C INF XAR Tosse 3 0,090 INF Tuberculose 1 0,030 INF Calmante 13 0,389 Erva-de-bicho HB N P INF Depurativo do sangue 1 0,030 MAC Dor de dente 1 0,030 INF Gases 1 0,030 INF Gripe 2 0,060 INF Hipertensão 15 0,449 INF Pressão baixa 2 0,060 INF Rouquidão 1 0,030 INF Taquicardia 1 0,030 DEC Tosse 1 0,030 Dengue 6 Estômago 1 0,030 DEC Febre 1 0,030 INF Cicatrizante 2 0,060 DEC, XAR INF INF, 0,179 123 Psittacanthus calyculatus (D.C.) G. Don. Commelina nudiflora L. Chenopodium ambrosioides L. Erva-depassarinho Erva-de-santaluzia Erva-de-santamaria AR HB HB N N E CP Q Q INF Gripe 11 0,329 INF XAR Hemorróidas 4 0,120 INF XAR Derrame 2 INF Dor de barriga 2 0,060 INF Gripe 1 0,030 INF Pneumonia 3 0,090 INF Cicatrizante 2 INF Infecção dos olhos 1 MAC Cicatrizante 1 INF Coração 2 0,060 INF Diabetes 2 0,060 DEC Gripe 3 0,090 Fraturas ósseas 6 INF, MAC, TIN INF GAR, SUM, aff. jangadensis Pimpinella anisum L. Rudgea viburnoides (Cham.) Benth. Erva-docarregador Erva-doce Erva-molar HB HB AR N E N CP Q C 0,060 0,030 0,030 0,179 Rins 1 0,030 Tosse 1 0,030 Verminose 38 Depurativo do sangue 1 INF Diabetes 3 0,090 INF Calmante 1 0,030 INF Dor de cabeça 1 0,030 INF Prisão de ventre 5 0,150 INF Rins 1 0,030 INF Depurativo do sangue 3 INF Disenteria 1 0,030 INF Dor de dente 1 0,030 INF Dores na coluna 1 0,030 INF Reumatismo 1 0,030 DEC, INF Rins 23 0,688 0,030 INF XAR Pectis Moore 0,060 DEC, SUM INF INF, 1,136 0,030 0,090 Em fase de indentificação Espinha-aguia NI N NI DEC Inflamação de dente 1 Em fase de indentificação Espinha-deuriço NI N NI GAR Dor de gravidez 1 GAR Recaída de parto 1 0,030 GAR Úlcera 1 0,030 Machaerium hirtum (Vell.) Stelf. Maytenus ilicifolia Mart.ex Reissek. Espinheirasanta-nativa Espinheirasanta 0,030 AR N CP INF Úlcera 2 AR N C INF Ácido úrico 2 INF Diarréia 1 0,030 MAC Dor de estômago 1 0,030 INF Dor no peito 3 0,090 INF Gastrite 3 0,090 DEC XAR Gripe 1 0,030 INF, XAR Tosse 6 0,179 0,060 0,060 124 Eucalyptus Hook. citriodora Dimorphandra Benth. Senna Link mollis occidentalis (L.) Cajanus bicolor DC. Vernonia Backer. condensata Eucálipto Fava-de-santoinácio Fedegoso Feijão-andu Figatil-caferana AR AR HB HB SA E N E E E Q C Q Q Q INF Bronquite 2 INF Diabetes 1 0,030 INF Febre 2 0,060 DEC, INF Gripe 3 0,090 INF Sinusite 1 0,030 INF, XAR Tosse 3 0,090 INF XAR Bronquite 1 INF Garganta 1 0,030 INF Gripe 1 0,030 INF Hipertensão 2 0,060 MAC Manchas na Pele 1 0,030 INF Pneumonia 1 0,030 INF TIN Reumatismo 1 0,030 INF, MAC Tosse 2 0,060 INF XAR Verminose 4 0,120 INF Depurativo do sangue 1 INF, MAC Dor de barriga 2 0,060 INF XAR Gripe 2 0,060 INF Tosse 1 0,030 Verminose 15 Diarréia 1 0,030 INF Estômago 3 0,090 INF Verminose 2 0,060 INF Câncer 1 INF, MAC Dor de estômago 3 DEC, INF, MAC INF, MAC Estômago 18 Fígado 8 0,239 DEC, MAC INF INF, 0,060 0,030 0,030 0,449 0,030 0,090 0,538 Ficus brasiliensis Link. Figo AR E Q INF Gastrite 2 0,060 Ficus pertusa L.f. Figueirinha AR N MC MAC Estômago 1 0,030 INF Micose 2 0,060 INF, MAC Estômago 3 MAC Gases 1 INF INF Sistema (Alcoolatra) Alergia DEC Bronquite 1 0,030 MAC Depurativo do sangue 1 0,030 INF XAR Gripe 1 0,030 Tithonia diversifolia (Hemsl.) A. Gray Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers. Em fase de indentificação Em fase de indentificação Solanum lycocarpum A. St.-Hil. Flor-daamazônia Folha-dafortuna SA HB E E Q Q nervoso 3 3 Folha-decomer-leite Folha-fidida NI N NI INF Úlcera 1 HB N C INF Gripe 1 Fruta-de-lobo AR N C MAC Gastrite 2 INF Úlcera 2 0,090 0,030 0,090 0,090 0,030 0,030 0,060 0,060 125 Pouteria ramiflora (Mart.) Radlk. Dioclea violacea Mart Fruta-de-viado AR N C INF Úlcera 4 AR N CP INF Derrame 1 Nicotiana tabacum L. Fruta-olho-deboi Fumo AR E Q INF Tétano 1 0,030 Euphorbia prostrata Aiton Fura-pedra HB E Q INF Rins 1 0,030 DEC, INF Rins 4 0,120 Gripe 6 Inflamação na garganta 2 0,060 TIN Sinusite 1 0,030 INF Tosse 3 0,090 MAC Estômago 1 0,030 INF, MAC Fígado 4 0,120 MAC Gastrite 1 0,030 MAC Úlcera 1 0,030 MAC Verminose 1 0,030 INF Depurativo do sangue 2 INF Dor de estômago 1 0,030 INF Dor no corpo 1 0,030 INF Dor no estômago 1 0,030 DEC Dor no peito 1 0,030 INF Estômago 5 0,150 DEC, INF Fígado 2 0,060 MAC Gastrite 1 0,030 INF Gripe 1 0,030 DEC, INF Fraturas ósseas 3 0,090 INF Prisão de ventre 1 0,030 DEC, INF, MAC INF XAR Tosse 20 Verminose 1 0,030 0,030 Zingiber officinale Roscoe Sesamum indicum L. Stachytarpheta aff. Cayennensis (Rich.) Vahl Gengibre Gergelim Gervão HB SA HB E E E Q Q C DEC, MAC INF INF, 0,120 0,030 0,179 0,060 0,598 Ginkgo biloba L. Ginco-biloba AR E Q INF Cérebro 1 Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen. Psidium guineense Sw. Ginsengbrasileiro Goiaba-áraça SA N P GAR Obesidade 2 AR N C INF Diarréia 3 0,090 INF Dor de barriga 2 0,060 INF Dor de cabeça 2 0,060 0,419 0,060 Psidium guajava L. Goiabeira AR E Q DEC, INF Diarréia 14 Astronium Schott. Gonçaleiro AR N C DEC XAR Gripe 1 DEC Hemorróidas 1 Tosse 5 Fígado 1 0,030 fraxinifolium INF, 0,030 0,030 Em fase de indentificação Gordurinha NI N NI DEC, XAR OUT Bromelia balansae Mez. Gravatá HB N CP MAC Bronquite 1 0,030 XAR Tosse 1 0,030 0,150 Annona crassiflora Mart. Graviola AR E Q INF Diabetes 4 0,120 Casearia silvestris Eichler Guaçatonga AR N C INF Epilepsia 1 0,030 126 Mikania glomerata Spreng. Guaco HB N C INF Rins 1 0,030 INF Bronquite 6 0,179 XAR Tosse 1 0,030 Copaifera marginata Benth. Syagrus oleracea (Mart.) Becc. Aspidosperma tomentosum Mart. Sida thombifolia L. Guaranazinho SA N CP INF Úlcera 2 Guariroba AR N F INF Rins 2 Guatambu AR N FC INF Gastrite 2 Guaxuma HB E Q INF Obesidade 3 0,090 Petiveria alliacea L. Guiné HB E CP INF, TIN Reumatismo 4 0,120 Hyptis sp. Hortelã-bravo HB N CP INF, SAL Diabetes 2 0,060 Plectranthus amboinicus (Lour.) Spreng. Hortelã-dafolha-gorda HB E Q INF, XAR Bronquite 4 XAR Gripe 1 0,030 INF Inflamação no útero 1 0,030 INF Tosse 1 0,030 INF Diabetes 1 INF Estômago 1 0,030 INF Gripe 2 0,060 INF Tosse 1 0,030 INF Verminose 9 0,269 DEC Anemia 1 MAC Fígado 1 0,030 INF Tosse 1 0,030 INF Verminose 6 0,179 XAR Bronquite 1 INF, XAR Gripe 2 0,060 INF Tosse 1 0,030 INF Verminose 1 0,030 INF Bronquite 3 0,090 INF, XAR Gripe 10 0,299 XAR Bronquite 1 0,030 INF Estômago 2 0,060 DEC, INF Gripe 1 0,030 XAR Queimadura 2 0,060 INF Verminose 8 0,239 INF Dor de estômago 2 0,060 INF Estômago 1 0,030 INF, MAC, XAR INF, XAR Gripe 9 Resfriado 1 0,030 INF, XAR Verminose 11 0,329 Hyptis cf. hirsuta Kunth Mentha crispa L. Mentha x piperita var. citrata (Ehrh.) Briq. Mentha spicata L. Mentha x villosa Huds. Amburana cearensis (Allemão) A. C. Smith. Inga vera Willd. Hortelã-docampo Hortelã-folhamíuda Hortelã-pimenta Hortelã-vicki Hortelã-rasteira HB HB HB HB HB N E E E E C Q Q Q Q 0,060 0,060 0,060 0,120 0,030 0,030 0,030 0,269 Imburana AR N F DEC, INF Tosse 8 Ingá AR E MC INF Rins 4 0,120 INF Instetino preso 1 0,030 0,239 127 Cissus cissyoides L. Tabebuia aurea (Silva Manso) Benth. & Hook. f. ex S. Moore Tabebuia impetiginosa (Mart. Ex DC.) Standl. Piper cuyabanum C. DC. Insulina-deramo Ipê-amarelo HB E Q INF Diabetes 4 AR N C INF Câncer de próstata 1 0,120 0,030 Ipê-roxo Jaborandi AR SA N N CP MCP DEC, INF Câncer de próstata 4 XAR Tosse 1 0,030 DEC Dor de cabeça 1 0,030 INF Estômago 2 0,060 INF Queda de cabelo 2 0,060 0,120 Artocarpus integrifolia L.f. Jaca AR E Q INF Diurético 1 0,030 Zinnia elegans Jacq. Jacinta HB E Q INF Dor no corpo 1 0,030 Spilanthes acmella Murr Jambú AR E Q INF, MAC Fígado 2 0,060 Apeiba tibourbou Aubl. Jangadeira AR N C INF Fígado 1 0,030 Smilax aff. Spreng. Japecanga HB N C INF Dores na coluna 4 INF Reumatismo 1 brasiliensis Dracontium longipoes Engl. Hymenaea stigonocarpa Mart. ex Hayne Hymenaea courbaril L. Tocoyena formosa (Cham. e Schltdl.) K. Schum. Genipa americana L. Cariniana rubra Gardner ex Miers Solanum viarum Dunal. 0,120 0,030 Jararaquinha HB N C DEC Picada de cobra 1 Jatoba-docerrado AR N C INF, XAR Bronquite 4 INF Dor no peito 1 0,030 GAR Fertilizante 1 0,030 INF, TIN Gripe 2 0,060 INF Inflamação da próstata 1 0,030 INF, XAR Tosse 7 0,209 DEC, INF Bronquite 4 0,120 INF, XAR MAC Gripe 3 Infecção urinária 1 0,030 INF, XAR Pneumonia 2 0,060 Tosse 13 Rins 1 Jatobá-mirim AR N FMC MAC, 0,030 0,120 0,090 Jenipapo-bravo AB N C DEC, INF, MAC, XAR INF Jenipapo AR N C MAC Apendicite 1 0,030 INF Bronquite 3 0,090 SUM Diabetes 1 0,030 INF Rins 2 0,060 DEC Cólica menstrual 1 INF XAR Dores reumáticas 1 0,030 MAC Dor no nervo 1 0,030 DEC, INF Cicatrizante 2 0,060 INF Infecção na bexiga 1 0,030 DEC, INF Inflamação de garganta 3 0,090 DEC, INF, MAC, XAR INF, TIN inflamação do útero e ovário Tosse 14 4 0,120 INF Úlcera 1 0,030 DEC, INF Hemorróidas 5 0,150 Jequitibá Joá-manso AR AB N N F C 0,389 0,030 0,030 0,419 128 Caesalpinia ferrea Mart. Solanum sp. Jucá Jurubeba AR SA N E F Q MAC Cicatrizante 3 0,090 MAC Estômago 1 0,030 INF Útero 2 0,060 TIN Fraturas ósseas 1 0,030 INF Dores na coluna 1 0,030 INF Estômago 1 0,030 INF Fígado 1 0,030 0,030 Em fase de identificação Justiça NI N NI TIN Reumatismo 1 Coix lacrima-jobi L. Lácrimas-denossa-senhora Laranjeira HB E Q INF Rins 2 AR E Q INF Calmante 1 0,030 INF Cicatrizante 1 0,030 DEC, INF, MAC INF, XAR Febre 7 Gripe 4 0,120 INF, MAC Pneumonia 3 0,090 INF Tétano 2 0,060 Citrus aurantium L. 0,060 0,209 Pouteria glomerata (Miq.) Radlk. Em fase de identificação Laranjinha-domato Largatinha AR N MC INF Febre 1 NI N NI TIN Picada de cobra 1 0,030 Em fase de indentificação Lava-prato HB N C INF Rins 1 0,030 Synadenium grantii Hook. f. Cancerosa SA E Q MAC Câncer de próstata 1 INF Dor de estômago 1 0,030 INF Gastrite 1 0,030 MAC Pneumonia 1 0,030 INF Afta 1 0,030 INF Diurético 1 0,030 INF Calmante 5 0,150 INF Hipertensão 1 0,030 DEC Taquicardia 1 0,030 SUM Cólica menstrual 1 0,030 MAC Diabetes 1 0,030 SUM Dor de barriga 1 0,030 INF, XAR Fígado 1 0,030 INF, XAR Gripe 4 0,120 INF Hipertensão 1 0,030 INF, XAR Tosse 2 0,060 Citrus limon (L.) Burm. Citrus limmeta Risso Limeira Citrus aurantifolia Swingle Em fase de identificação Eryngium aff. Cham. & Schltdl. Limão-bravo pristis Limoeiro Línguacachorro Língua-detucano AR AR AR E E E Q Q Q 0,030 0,030 HB N C MAC Diarréia 1 HB N C INF Dor no corpo 1 INF Inflamação de dente 1 0,030 0,030 0,030 Emilia fosbergii Nicolson Língua-de-vaca HB E Q SAL Verminose 3 0,090 Davilla elliptica A. St.-Hil. Lixeira-de-cipó HB N C INF Rins 3 0,090 Curatella americana L. Lixeira AR N C DEC, INF Cicatrizante 2 0,060 MAC Cólica intestinal 1 0,030 129 Davilla nitida Kubitzki (Vahl.) Artemisia absinthium L. Achyrocline (Lam.) DC. satureioides Lixeirinha Losna, vômica AR nor- Macela-docampo HB HB N E N C Q CP INF Diarréia 1 0,030 INF, XAR Gripe 2 0,060 INF Rins 3 0,090 INF, MAC Rins 6 0,179 INF Tosse 1 0,030 INF Acelera trabalho de parto 1 INF Fígado 2 0,060 INF Rins 1 0,030 DEC, INF Inflamação (Hérnia) 2 0,060 INF Dor de barriga 1 MAC Dor no corpo 1 DEC, INF, MAC, SUM INF Estômago 23 Fígado 1 0,030 INF Inflamação (Hérnia) 1 0,030 INF Diarréia 1 INF Dor de cabeça 3 0,090 INF Estômago 5 0,150 INF Gastrite 1 0,030 INF Gripe 1 0,030 DEC, INF Hipertensão 3 0,090 0,030 0,030 0,030 0,688 0,030 Mucuna pruriens DC. Macuna HB E Q MAC Derrame 1 0,030 Malva sylvestris L. Malva-branca HB N Q DEC, INF Cicatrizante 2 0,060 INF Conjuntivite 1 0,030 INF, TIN Corrimento 2 0,060 INF Depurativo do sangue 1 0,030 INF Diurético 1 0,030 INF Furúnculo 1 0,030 INF Infecção dos olhos 1 0,030 TIN 2 INF inflamação do útero e ovário Inflamação dos olhos 4 0,120 INF Reumatismo 4 0,120 INF Amigdalite 3 INF Cicatrizante 2 0,060 INF Dor de cabeça 2 0,060 INF Dor de dente 1 0,030 INF Útero 1 0,030 INF Azia 2 INF, GAR, MAC INF, GAR Depurativo do sangue 3 Infecção na Pele 1 0,030 INF Vitiligo 1 0,030 MAC Diabetes 1 Malvastrum coramandelianum Garcke Brosimum Trécul gaudichaudii Zanthoxylum cf. rhoifolium Lam. Malva Mama-cadela Mamica-deporca SA SA AR N N N C C C 0,060 0,090 0,060 0,090 0,030 130 Carica papaya L. Mamoeiro Ricinus communis L. Spiranthera A. St.-Hil. Manihot sp. odoratissima Hancornia speciosa Gomes Lafoensia pacari A. St. Hil. Hancornia Gomes speciosa Mangifera indica L. Ocimum minimum L. Origanum majorana L. Mamona AR AB E N Q C INF Diarréia 3 0,090 INF Dorna coluna 1 0,030 INF, MAC Hemorróidas 3 0,090 INF Congestão 1 0,030 INF Dor de dente 2 0,060 INF Dor no corpo 1 0,030 INF Hepatite 2 0,060 INF Tosse 2 0,060 INF, OUT Verminose 4 0,120 INF Cicatrizante 1 0,030 INF Depurativo do sangue 3 0,090 INF Cicatrizante 1 0,030 Manacá SA N C INF, TIN Reumatismo 3 Mandioca-braba SA N P INF Coceira 1 Mandioca SA E Q INF Coceira 3 Mangava-braba AR N C MAC Cicatrizante 3 MAC Diarréia 1 0,030 MAC Dor de barriga 2 0,060 MAC Estômago 1 0,030 INF, MAC Gastrite 4 0,120 MAC Estômago 1 0,030 INF Rins 1 0,030 Úlcera 29 Mangava-mansa Mangueira Manjericão Manjerona SA AR HB HB N E E E C Q Q Q DEC, XAR, MAC INF INF, GAR, 0,090 0,030 0,090 0,090 0,867 Coceira 1 INF, MAC Diarréia 5 0,150 INF Estômago 1 0,030 XAR Bronquite 1 0,030 INF, XAR Gripe 2 0,060 Tosse 4 Rins 1 0,030 INF Sinusite 2 0,060 INF Verminose 1 0,030 INF Coração 2 0,060 INF Taquicardia 1 0,030 0,030 DEC, XAR INF INF, 0,030 0,120 Em fase de indentificação Mão-de-deus NI N NI MAC Estômago 1 Zamia boliviana (Brongn.) A. DC. Passiflora cincinnata Mast. Maquiné HB N C INF Estômago 2 Maracujá-domato HB N C INF Calmante 1 INF Hipertensão 1 0,030 0,060 0,030 Passiflora alata Dryander Maracujá HB N Q INF Calmante 3 0,090 Mirabilis jalapa L. Maravilha HB E Q DEC Coração 1 0,030 131 INF, SUM Dor de ouvido 3 0,090 INF, SUM Hipertensão 2 0,060 0,090 Solanum americanum Mill. Maria-pretinha HB E Q DEC, INF Verminose 3 Cordiera sessilis (Vell.) Kuntze Marmelada-bola AR N C INF Gripe 1 INF Verminose 1 0,030 0,030 Cordiera macrophylla (K. Schum.) Kuntze Cordiera edulis (Rich.) Kuntze Senna alata (L.) Roxb. Marmeladaespinho Marmelada AB N C INF Verminose 1 AB N C INF Verminose 1 Mata-pasto AB N C INF Dores de cabeça 1 0,030 Cucumis anguria L. Máxixe HB E Q INF Anemia 1 0,030 Citrullus vulgaris Schrad Melância HB E Q INF Cólica de bebê 1 0,030 INF Dorna bexiga 1 0,030 INF Bronquite 1 Dengue 8 Dor no corpo 1 0,030 INF Estômago 1 0,030 INF Febre 3 0,090 INF, MAC Gripe 5 0,150 INF Hepatite 3 0,090 MAC INF, MAC Inchaço grávida Malária INF Momordica charantia L. Melão-de-sãocaetano HB E Q DEC, MAC INF INF, de 0,060 1 0,030 Q INF Calmante Ageratum conyzoides L. Mentrasto HB N Q INF INF Inchaço de grávida Estômago INF Zea mays L. Milho Commiphora myrrha (T. Nees) Engl. Dilodendron Radlk. Byrsonima (L.) DC. bipinnatum verbascifolia Coutarea hexandra (Jacq. ) K. Schum. Mirra Mulher-pobre Murici-docerrado Murtinha HB HB AR AR HB E E N N N C Q Q C C C 0,030 0,090 E N 0,239 2 HB HB 0,030 Verminose Melissa Mercúrio-docampo 1 0,030 3 Melissa officinalis L Galphimia brasiliensis (L.) A. Juss. mulher 0,030 mulher 4 0,120 1 0,030 Parto 2 0,060 INF Prisão de ventre 1 0,030 DEC INF Reumatismo 3 0,090 INF, XAR Tosse 1 0,030 INF Coceira 1 INF Cicatrizante 1 0,030 INF Infecção no dente 1 0,030 INF Fraturas ósseas 1 0,030 INF Dorna urina 2 0,060 INF Rins 1 0,030 XAR Menstruação 1 INF Reumatismo 2 INF Útero 3 MAC Fraturas ósseas 1 INF Dores na coluna 1 INF Útero 1 INF Diarréia 1 0,030 0,030 0,060 0,090 0,030 0,030 0,030 0,030 132 Cleome sp. Mussambé AB E Q INF Diarréia 1 0,030 Azadirachta indica A. Juss Neem AR E Q MAC Diabetes 1 0,030 Siparuna guianensis Aubl. Negramina AR E Q INF Dor de cabeça 1 0,030 INF Febre 1 0,030 DEC, INF Gripe 8 0,239 GAR Cérebro 1 INF, TIN Depurativo do sangue 5 0,150 INF Dor no corpo 1 0,030 GAR Cicatrizante 1 0,030 Impotência sexual 5 Reumatismo 1 0,030 Heteropterys aphrodisiaca Machado Nó-de-cachorro HB N C GAR, TIN TIN INF, 0,030 0,150 Triplaris brasiliana Cham. Novatero AR N MC INF Diabetes 1 0,030 Em fase de identificação Número 3 NI N NI INF Dentição 1 0,030 INF Febre 2 0,060 INF Dor de cabeça 1 0,030 INF Hanseníase 1 0,030 Diospyros híspida A. DC. Olho-de-boi AR N C Pereskia aculeate Mill. Onze-horas HB E Q INF Hipertensão 3 0,090 Origanum vulgaris l. Orégano HB E Q INF Tosse 1 0,030 Cissampelos sp. Orelha-de-onça HB N C INF Dores na coluna 1 0,030 INF Rins 1 0,030 0,060 Pereskia cf. aculeata Oro-pro-nobis AB E Q INF Anemia 2 Oncidium cebolleta (Jacq.) Sw. Opuntia sp. Orquídea HB N CP INF Dor de cabeça 1 Palma HB E CP INF Dores na coluna 2 Eleutherine bulbosa (Mill.) Urb. Palmeirinha HB E Q INF Depurativo do sangue 2 INF Dor de barriga 1 0,030 INF, XAR Tosse 3 0,090 INF Hemorróidas 4 0,120 Cicatrizante 1 Anemia 3 Bronquite 1 0,030 INF, TIN Câncer 1 0,030 GAR Depurativo do sangue 1 0,030 INF Diarréia 2 0,060 INF Dor de barriga 3 0,090 INF Dor de cabeça 1 0,030 INF, MAC Estômago 3 0,090 DEC, INF, XAR DEC, INF, XAR, MAC INF Tosse 5 Verminose 22 Depurativo do sangue 1 DEC, INF Estômago 2 0,060 DEC, MAC Fígado 2 0,060 Aristolochia esperanzae Kuntze Tabebuia caraiba (Mart.) Bureau Pothomorphe (L.) Miq. umbellata Papo-de-peru HB N C INF Para-tudo AR N C DEC, MAC GAR Pariparoba SA N MC INF, 0,030 0,060 0,060 0,030 0,090 0,150 0,658 0,030 133 Bauhinia rufa (Bong.) Steud. Bauhinia cf ungulata L.S. Lat Copaifera sp. Terminalia argentea Mart. Em fase de identificação Vochysia rufa Mart. INF Pneumonia 1 0,030 Pata-de-boi AB N C INF Diabetes 2 Pata-de-vaca AB N C INF, MAC Diabetes 7 Pau-d‟óleo AR N FC INF Dores nos rins 1 0,030 INF Cicatrizante 1 0,030 INF Rins 1 0,030 MAC Úlcera 2 0,060 DEC Coceira 1 0,030 MAC Diabetes 1 0,030 INF Tosse 2 0,060 DEC, XAR Gripe 1 0,030 DEC, XAR INF Tosse 5 Tuberculose 1 0,030 INF Depurativo do sangue 2 0,060 INF Diabetes 3 0,090 INF Diarréia 1 0,030 INF Intestino preso 1 0,030 INF Obesidade 3 0,090 INF Rins 1 0,030 INF Tosse 1 0,030 INF Verminose 1 0,030 Pau-de-bicho Pau-de-urubu Pau-doce AR AR AR N N N C MC C INF, 0,060 0,209 0,150 Agonandra brasiliensis Miers ex Benth. & Hook f. Não identificada Pau-marfim AR N C INF Infecção de mulher 1 Pau-poconé AR N P INF Dor muscular 2 Platycyamus regnellii Benth. Kielmeyera aff. grandiflora (Wawra) Saddi Geissospermum laevis Miers Pau-porrete AR N P MAC Anemia 1 Pau-santo AB N C INF Anemia 1 Pau-tenente AR N P INF Diabetes 1 INF Dor de barriga 2 0,060 INF Diarréia 1 0,030 INF Dor de barriga 4 0,120 Qualea grandiflora Mart. Pau-terra AR N C 0,030 0,060 0,030 0,030 0,030 Qualea parviflora Mart. Pau-terrinha AR N C INF Diarréia 1 0,030 Priva lappulacea (L.) Pers. Pega-pega HB N C/Q INF Estômago 2 0,060 Sinusite 1 0,030 INF Dor no corpo 1 DEC, INF Febre 3 0,090 INF Gripe 2 0,060 INF Verminose 1 0,030 INF Cicatrizante 1 GAR Infecção de mulher 1 0,030 XAR Útero 1 0,030 0,030 Cybistax antisyphylitica (Mart.) Mart. Simorouba versicolor A. St. –Hil. Pé-de-anta Pé-de-perdiz AB AR N N CP C Cucumis sativus L. Pepino HB E Q INF Hipertensão 1 Caryocar Cambess. Pequizeiro AR N C INF Diabetes 1 brasiliense 0,030 0,030 0,030 134 Aspidosperma polyneuron (Müll.) Arg. Centratherum punctatum Cass. Porophyllum (Jacq.) Cass. aff. ruderale Bidens pilosa L. Capsicum sp. Péroba Perpétua-roxa Picão-branco Picão-preto Pimenta AR HB HB HB AB N E E E E C Q Q Q Q DEC INF Hipertensão 3 0,090 DEC Labirintite 1 0,030 INF Obesidade 2 0,060 INF Estômago 1 INF Intestino preso 3 INF Dor no corpo 1 INF Coração 2 DEC, INF Hepatite 7 INF, TIN Rins 3 0,090 INF Hepatite 5 0,150 DEC INF Icterícia 2 0,060 INF Rins 3 0,090 INF Dor de cabeça 8 0,239 Hemorróidas 1 0,030 0,030 0,090 0,030 0,060 0,209 Helicteres sacarolha A. St.-Hil. Em fase de identificação Semente-demacaco Pincen AB N C INF Hipertensão 1 NI N NI MAC Estômago 1 0,030 Duranta repens aurea Pingo-de-ouro HB E Q INF Diabetes 3 0,090 Jatropha aff. gossypiifolia L. Pinhão-roxo AB E Q MAC Cicatrizante 2 INF Cicatrizante 4 Trema micrantha (L.) Blume Eugenia pitanga (O.Berg. ex Mart.) KC.L.E.srk Talisia esculenta (A. St.Hil.) Radlk. Tabebuia serratifolia Nicholson Leandra purpurascens (DC.) Cogn. Hybanthus calceolaria (L.) Schulze-Menz. Mentha pulegium L. Em fase de indentificação 0,030 0,060 0,120 Piriquiteira AR N C INF Cicatrizante 1 Pitanga AB E Q INF Dor de barriga 1 INF Garganta 2 0,060 INF Gripe 3 0,090 INF Rins 1 0,030 INF Dores na coluna 3 INF Inflamação na garganta 1 0,030 TIN Reumatismo 1 0,030 Pitomba AR E F 0,030 0,030 0,090 Piúva AR N F INF Próstata 3 Pixirica AR N C INF Reumatismo 1 Poaia-branca HB N MC INF Tosse 1 Poejo HB E Q INF, XAR Bronquite 2 0,060 INF, XAR Calmante 2 0,060 INF Febre 4 0,120 DEC, INF, MAC, SAL, XAR INF, XAR Gripe 15 Resfriado 4 0,120 INF, XAR Tosse 5 0,150 INF Diarréia 1 0,030 INF Dor de barriga 2 0,060 INF Dor de cabeça 1 0,030 DEC Dor de estômago 1 0,030 Ponta-livre HB E Q 0,090 0,030 0,030 0,449 135 INF Dor no corpo 4 0,120 INF Hipertensão 1 0,030 INF Pneumonia 1 0,030 INF Prisão de ventre 2 0,060 0,060 Hibiscus rosa-sinensis L. Primavera AB E Q INF, MAC Dor de cabeça 2 Jatropha elliptica (Poh) Oken Purga-delagarto, Amaroleite HB N C GAR Alergia 1 0,030 DEC, INF, MAC, TIN INF Depurativo do sangue 5 Derrame 1 0,030 INF Cicatrizante 1 0,030 MAC Manchas na Pele 1 0,030 Picada de cobra 4 Próstata 1 0,030 INF, TIN Sífilis 3 0,090 INF, MAC Verminose 4 0,120 DEC INF Coceira 1 0,030 Rins 28 Rins 1 Cólica menstrual 2 INF, TIN INF Phyllanthus niruri L. Quebra-pedra HB N C Em fase de indentificação Quecede NI N NI Hibiscus sabdariffa L. Alecrim-deangpla, Quiabode-angola SA E Q Vochysia cinnamomea Pohl Acosmium subelegans (Mohl.) Yakovlev Strychnos pseudoquina A. St.-Hil. MAC, DEC, MAC INF INF, DEC, XAR INF, 0,150 0,120 0,837 0,030 0,060 INF Corrimento 1 0,030 INF Diarréia 1 0,030 INF Dor de barriga 1 0,030 INF Útero 1 0,030 INF Labirintite 3 0,090 DEC Picada de cobra 1 0,030 INF, MAC Pneumonia 1 0,030 INF Ansiedade 6 0,179 INF Coração 6 0,179 INF Gripe 5 0,150 INF Taquicardia 1 0,030 Quina-doce AR N C DEC Gripe 3 Quina-gensiana AB N CP INF Cicatrizante 1 TIN Depurativo do sangue 1 0,030 INF Dor de cabeça 1 0,030 MAC Fígado 1 0,030 DEC Infecção de mulher 1 0,030 TIN, GAR 1 INF inflamação do útero e ovário Recaída de parto 1 0,030 DEC Rins 1 0,030 Anemia 17 Cicatrizante 1 Quina AR N CP INF, XAR MAC MAC, 0,090 0,030 0,030 0,508 0,030 136 MAC Colesterol 1 DEC, INF, MAC, TIN INF, MAC Depurativo do sangue 6 Dor de barriga 4 0,120 INF, MAC Dor de cabeça 4 0,120 GAR Dor no corpo 1 0,030 Estômago 3 Cicatrizante 2 0,060 INF, MAC Gripe 2 0,060 MAC, OUT Estômago 1 0,030 TIN 1 INF inflamação do útero e ovário Fraturas ósseas 1 0,030 DEC, INF Pneumonia 1 0,030 MAC Tosse 1 0,030 DEC Úlcera 1 0,030 DEC, INF, MAC, XAR INF Verminose 6 Hipertensão 1 0,030 INF Infecção de mulher 1 0,030 INF Diurético 1 INF Hepatite 2 0,060 INF Rins 3 0,090 0,060 DEC, MAC INF Cissus sp. Phlebodium J.Sm. Rabo-de-arráia decumanum Rabo-demacaco HB HB N N CP CP INF, 0,030 0,179 0,090 0,030 0,179 0,030 Stachytarpheta sp. Rabo-de-pavão HB N CP INF Dor no corpo 2 Cayaponia tayuya (Cell.) Cogn. Raiz-de-bugre SA N CP MAC Depurativo do sangue 3 INF Hepatite 1 0,030 INF Inflamação da garganta 1 0,030 INF, MAC Rouquidão 5 0,150 INF Diarréia 3 INF Depurativo do sangue 1 Berberis laurina Billb. Raiz-de-sãojoão HB N C 0,090 0,090 0,030 0,000 0,000 Punica granatum L. Romã AR E Q MAC Cólica menstrual 1 0,030 INF Diarréia 1 0,030 DEC, INF Dor de barriga 5 0,150 INF Dor de cabeça 1 0,030 INF Dor de garganta 1 0,030 DEC, INF, TIN DEC, INF Garganta 7 Inflamação da garganta 3 INF, MAC 3 INF inflamação do útero e ovário Rins 2 0,060 0,209 0,090 0,090 Rosa x grandiflora Rosa-amarela AR E Q INF Dor de cabeça 1 0,030 Rosa alba L. Rosa-branca SA E Q MAC Cicatrizante 1 0,030 INF Dor de cabeça 1 0,030 137 INF Rheum palmatum L. Ruibarbo HB E Q 2 MAC inflamação do útero e ovário Depurativo do sangue 1 0,030 MAC Disenteria 1 0,030 INF Dor de cabeça 1 0,030 INF Picada de cobra 1 0,030 0,060 Em fase de indentificação Raiz-de-tigre NI N NI DEC Tosse 1 0,030 Em fase de identificação Raiz-de-ursa NI N NI DEC Depurativo do sangue 1 0,030 Sambucus australis Cham. e Schltdl. Sabugueiro AR E Q INF Febre 3 INF Sarampo 6 Depurativo do sangue 5 Dores na coluna 2 0,060 INF Dor no corpo 1 0,030 INF Rins 1 0,030 Herreria Mart. salsaparrilha Petroselinum Hoffm. Pteridium sp. sativum Pteridium aquilinum (L.) Kuhn Salsaparilha SA N CMC DEC, MAC INF INF, Salsinha HB E Q INF Gripe 1 Samambaia-decipo Samambaia HB N MC INF Reumatismo 1 HB N MC INF Cólica de bebê 3 0,090 0,179 0,150 0,030 0,030 0,090 0,000 0,000 Croton urucurana Baill. Sangra d‟água AR N MC INF, MAC Câncer 2 0,060 MAC Câncer de próstata 1 0,030 Cicatrizante 5 INF, MAC, XAR MAC GAR, TIN, 0,150 Diabetes 2 0,060 MAC Estômago 3 0,090 MAC Cicatrizante 1 0,030 INF Cicatrizante no útero 1 0,030 MAC Gastrite 2 0,060 INF 1 INF, GAR inflamação do útero e ovário Rins 3 0,090 GAR, INF Úlcera 2 0,060 0,030 0,030 Em fase de indentificação Sasaiá NI N NI XAR Menstruação 1 Casselia mansoi Schauer Saúde-damulher AR N MC DEC Dentição 1 INF Depurativo do sangue 1 0,030 INF Útero 1 0,030 INF 1 GAR, INF inflamação do útero e ovário Menstruação 2 0,060 0,030 0,030 0,030 Byrsonima sp. Semaneira AR N C INF Inflamação na garganta 1 Chamaecrista deusvauxii (Collad.) Killip Sene-do-campo AR N C INF Constipação 3 INF Depurativo do sangue 1 0,030 DEC INF Dor de cabeça 2 0,060 INF Febre 1 0,030 0,090 138 Cassia desvauxii Collad. Spondias purpúrea L. Sene Seriguela HB AR E E Q MC INF Constipação 1 0,030 DEC INF Dor de cabeça 4 0,120 INF Febre 1 0,030 INF Inflamação vaginal 1 0,030 INF Labirintite 1 0,030 INF, MAC Cicatrizante 1 0,030 INF, OUT Hepatite 1 0,030 Em fase de indentificação Serralha NI N MC INF Infecção dos olhos 3 0,090 Terminalia catappa L. Sete-copa AR E Q INF Infecção dos olhos 2 0,060 Heliotropium Lehm. Sete-sangria HB N CP INF, MAC Depurativo do sangue 18 INF Dor de dente 1 0,030 DEC INF Hipertensão 12 0,359 INF Tuberculose 1 0,030 filiforme Salacia aff. elliptica (Mart. ex Schult.) G. Don Cissus sp. Pterodon pubescens (Benth.) Benth. Bowdichia H.B.e Kunth. virgiloides Saputa-do-brejo AR N MC INF Inflamação na garganta 1 Sofre-do-rimquem-quer HB E Q INF Dor no corpo 1 INF Útero 2 0,060 INF Rins 2 0,060 MAC Estômago 1 INF Inflamação na garganta 2 Depurativo do sangue 5 Hemorragia do nariz 1 0,030 Estômago 1 0,030 Inflamação de garganta 1 Tosse 1 0,030 INF, XAR Verminose 1 0,030 INF, XAR, GAR DEC, INF Depurativo do sangue 1 Dor pós parto 1 INF 1 INF inflamação do útero e ovário Inflamação na garganta 2 0,060 0,030 Sucupira-branca Sucupira AR AR N N C C INF, MAC XAR TIN, MAC INF, TIN INF Elephantopus mollis Kunth 0,538 Sussuaiá HB N C MAC, 0,030 0,030 0,030 0,060 0,150 0,030 0,030 0,030 0,030 Em fase de indentificação Taburu NI N NI INF Furúnculo 1 Siolmatra brasiliensis (Cogn.) Baill. Chlorophora tinctoria (L.) Gaudich. ex Benth. Taiuá AB N C INF Úlcera 2 Taiúva AR N F INF Dor no corpo 1 INF Osteoporose 3 0,090 0,060 0,030 Em fase de indentificação Taiwan AB N C INF Laxante 1 0,030 Tamarindus indica L. Tamarindo AR E Q INF, XAR Ansiedade 2 0,060 INF Dentição 1 0,030 INF, SUM Doenças venéreas 2 0,060 INF Dor de cabeça 3 0,090 INF Intestino preso 2 0,060 INF Osteoporose 1 0,030 INF Verminose 1 0,030 139 Plantago major L. Hyptis Poit. Tanchagem suaveolens Vitex cymosa Spregn. (L.) Bert.ex Tapera-velha Tarumeiro HB AB AR E N N Q CP F INF Coração 1 0,030 INF Dor de cabeça 5 0,150 INF Inflamação na garganta 1 0,030 INF Intestino preso 1 0,030 INF Dor de barriga 2 INF Dor de cabeça 3 0,090 INF Dor de estômago 3 0,090 INF, XAR Estômago 9 0,269 INF Gases 2 0,060 INF Gripe 2 0,060 INF, MAC Rins 2 0,060 INF Verminose 1 0,030 INF Depurativo do sangue 2 MAC Diarréia 1 0,030 INF Dor de barriga 1 0,030 INF Estômago 1 0,030 0,030 0,060 0,060 Em fase de indentificação Telão-da-vagem HB N C INF Verminose 1 Alternanthera (L.) Kuntze Terramicina HB E Q INF Afecções da Pele 4 DEC, INF Cicatrizante 3 0,090 INF Diabetes 1 0,030 INF Dor no corpo 1 0,030 DEC, INF Cicatrizante 4 0,120 INF Gripe 1 0,030 INF Infecção de garganta 1 0,030 INF Infecções genitais 3 0,090 INF Inflamação na garganta 5 0,150 INF Fraturas ósseas 4 0,120 INF Dor de barriga 2 INF, MAC Cicatrizante 2 0,060 INF, GAR Tosse 1 0,030 0,030 brasiliana Magonia pubescens A. St. – Hil. Timbó AR N C 0,120 0,060 Cyperus rotundus L. Tiririca HB N Q INF Dor de barriga 1 Physalis sp. Tomate-decapote Três-folhas HB E Q INF Hepatite 1 HB N Q INF Dor muscular 1 INF Dores na coluna 1 0,030 INF Fraturas ósseas 2 0,060 INF Rins 1 0,030 INF Fraturas ósseas 2 0,060 INF, MAC Tireóide 1 0,030 Galactia Kunth glaucescens Melilotus officinalis L. Bauhinia rubiginosa Bong. Euphorbia aff. thymifolia L. Trevo-cheiroso Tripa-degalinha Trinca-pedra HB E Q HB N Q INF Rins 2 HB N Q/C INF Rins 8 0,030 0,030 0,060 0,239 0,000 140 Bauhinia variegata L. Unha-de-boi AR E Q INF Rins 1 Uncaria tomentosa (Willd. Ex Roem. e Schult.) DC Unha-de-gato HB E F INF Intoxicação 1 INF Reumatismo 3 0,090 GAR Rins 1 0,030 0,030 0,030 Solanum sp. Urtiga HB E Q INF Furúnculo 1 0,030 Bixa orellana L. Urucum AR E MC INF Colesterol 2 0,060 MAC Derrame 1 0,030 OUT Fraturas ósseas 1 0,030 INF Sarampo 1 0,030 Coccoloba cujabensis Wedd. Erythroxylum aff. daphnites Mart. Scoparia dulcis L. Uveira AR E P INF Diurético 1 Vasoura-debruxa Vassorinha AB N C INF Doenças venéreas 1 HB E Q INF Cicatrizante 4 0,120 INF Depurativo do sangue 1 0,030 INF Diabetes 1 0,030 Doenças venéreas 3 Dor no peito 1 0,030 INF Inchaço de mulher 4 0,120 INF Infecção na urina 1 0,030 DEC, INF, MAC, TIN INF Fraturas ósseas 28 Pneumonia 1 0,030 DEC, INF Problemas no coração 1 0,030 INF, OUT MAC Fraturas ósseas 4 Rins 1 0,030 Tosse 4 0,120 1 0,030 INF, TIN INF MAC, MAC, DEC, INF INF, XAR Macrosiphonia longiflora (Desf.) Müll. Arg.. Macrosiphonia velame (A. St.-Hil.) Müll. Arg. Guettarda viburnoides Cham. & Schltdl. Adenaria H.B.K., Cetratherum Cass. floribunda punctatum Velame-docampo Velame-dobranco Veludo-branco Veludovermelho Ventrelivre/elixir paregórico SA SA AR N N N C CP C 0,030 0,030 0,090 0,837 0,120 DEC, INF Coração 1 DEC, INF, MAC, TIN INF Depurativo do sangue 40 Derrame 2 0,060 MAC Diurético 1 0,030 INF Dor de barriga 2 0,060 INF Dores de cabeça 1 0,030 INF Dor no corpo 2 0,060 MAC Manchas no corpo 1 0,030 INF Depurativo do sangue 2 INF Gripe 3 INF Depurativo do sangue 1 INF Úlcera 1 AB N F INF Rins 3 HB N Q INF, SUM Rins 1 0,030 1,196 0,060 0,090 0,030 0,030 0,090 0,030 141 Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld ex Souza Verga-teso, Alecrim-docampo, Catuaba HB N C INF Ansiedade 2 0,060 INF Calmante 3 0,090 GAR, TIN Rins 5 0,150 0,299 Bacopa sp. Vicki-da-batata HB N CP INF Rins 10 Conyza bonariensis (L.) Cronquist Voadeira AB N C INF Afecções da Pele 2 INF Câncer 1 0,030 INF Depurativo do sangue 2 0,060 INF Leucemia 1 0,030 INF Verminose 3 0,090 3.344 100,00 TOTAL 0,060 LEGENDA: HÁBITO: HB – herbácea, AR – arbóreo, SA – subarbusto; ORIGEM GEORGRÁFICA (Or. geo.): N – Nativa, E – Exótica; HABITAT: C – Cerrado, Pantanal, Mata Ciliar, Floresta, Quintal, CMC – Cerrado Mata Ciliar, CP – Cerrado e Pantanal, CMCF- Cerrado, Mata Ciliar e Floresta, PMC – Pantanal e Mata Ciliar, QMC – Quintal e Mata Ciliar, MCF – Mata Ciliar e Floresta; FORMA DE PREPARO: INF – Infusão, DEC – Decocção, XAR – Xarope, MAC – Maceração, SAL – Salada, TIN – Tintura, SUM – Sumo, GAR – Garrafada, OUT – Outros (compressa, banho). FREQUÊNCIAS: FA – Frequência absoluta, FR – Frequência relativa Com relação ao gênero e origem geográfica das plantas, observa-se na Tabela 21, a existência de associação entres estas variáveis (p = 0,0001). As categorias, plantas nativas foram mais citadas pelos homens (74,04%; p = 0,0001), enquanto as mulheres citaram mais espécies exóticas (37,24%; p = 0,0001) (Tabela 21). Tabela 21. Relação entre o sexo e a origem geográfica das plantas citadas, por 259 informantes no DNSAC. Origem geográfica F % M % p FA FR (%) Sexo Nativa Exótica Total Teste do Qui-quadrado. geográfica. 2 1655 62,76 982 37,24 2637 100,00 =79,4 (p = 0,0001), seguido do 522 74,04 0,0001 183 25,96 0,0001 705 100,00 teste (z) de 2 proporções. 2177 65,14 1165 34,86 3342 100,00 Sexo versus origem Quanto ao sexo e o hábito das plantas citadas (Tabela 22), verificou-se associação entre estas variáveis (p = 0,009). As mulheres citaram significativamente mais herbáceas (49,01%, p = 0,002) do que os homens (42,61%), por outro lado, os homens fizeram uso significativamente maior de plantas arbóreas (33,95%, p = 0,003) do que as mulheres (27,96%). 142 Tabela 22. Relação entre o sexo e hábito das plantas citadas, por 259 informantes no DNSAC. Hábito das Plantas F % M % p Herbáceo 1292 49,01 300 42,61 Arbóreo 737 27,96 239 33,95 Arbusto/Subarbusto 607 23,03 165 23,44 Total 2636 100,0 704 100,0 FA FR (%) 0,002 1592 47,66 0,003 976 29,22 0,819 772 23,12 3340 100,0 Sexo Teste do Qui-quadrado. 2 =11,63 (p=0,009), seguido do teste (z) de 2 proporções. Sexo versus hábito. Na Tabela 23, observa-se que não houve associação (p = 0,596) entre homens e mulheres, com relação ao habitat das plantas medicinais. Tabela 23. Relação entre sexo e habitat das plantas medicinais citadas, por 259 informantes no DNSAC. Local de obtenção F % M % FA FR (%) Terreno próximo 93 36,9 40 42,6 133 38,8 Quintal 92 36,5 29 30,9 121 35,3 Campo distante 54 21,4 22 23,4 76 22,2 Outros/Raizeiro 13 5,2 3 3,2 13 3,8 252 100 94 100,1 343 100,0 Sexo Total Teste do Qui-quadrado. 2 = 1,889 (p = 0,596). Sexo versus habitat. Analisando-se a Tabela 24, verifica-se associação (p= 0,0002), entre as variáveis sexo e estado em que a planta é usada, sendo que as mulheres usaram mais a droga seca (23,0%, p = 0,001) do que os homens (16,3%). Por outro lado, os homens fizeram uso significativamente maior (40,1%, p = 0,003), de ambas as partes da planta (fresca/seca) do que as mulheres (34,0%). Tabela 24. Relação entre sexo e estado da planta citadas, por 259 informantes do DNSAC. Estado da planta FA FR (%) 0,857 1372 43,2 16,3 0,001 681 21,5 285 40,1 0,003 1121 35,3 710 100,0 3174 100,0 F % M % p Fresca 1063 43,0 309 43,5 Seca 565 23,0 116 Ambas as partes (fresca/seca) 836 34,0 Total 2464 100,0 Sexo Teste do Qui-quadrado. planta. 2 =17,20 (p = 0,0002), seguido do teste (z) de 2 proporções. Sexo versus estado da 143 Na Tabela 25, observa-se que existe associação (p = 0,0001) entre as variáveis sexo e horário de coleta, sendo que as mulheres coletaram mais as plantas ou só no período da manhã (19,2%, p = 0,0001) ou só no período da tarde (2,7%, p=0,005), enquanto os homens coletaram mais as plantas, em ambos horários (manhã/tarde 83,6%, p=0,0001). Tabela 25. Relação entre sexo e horário de coleta das plantas citadas, por 259 informantes do DNSAC. Horário de coleta FA FR (%) 0,0001 516 17,3 1,2 0,005 72 2,4 547 83,6 0,0001 2297 77,0 2,9 29 4,4 0,085 97 3,3 100,0 654 100,0 2982 100,0 F % M % p Manhã 446 19,2 70 10,7 Tarde 64 2,7 8 75,2 Sexo Ambos (manhã/tarde) 1750 Outros (noite, lua cheia e/ou minguantes 68 ou nas chuvas) Total 2328 Teste do Qui-quadrado coleta. 2 = 34,36 (p = 0.0001), seguido do teste (z) de 2 proporções. Sexo versus horário de Para as variáveis sexo e idade da planta (Tabela 26), nota-se que há associação significativa (p = 0,0001). As plantas na idade adulta foram mais citadas pelas mulheres (46,4%, p = 0,0001), do que pelos homens (35,5%); já os homens, citaram mais as plantas, em ambas as idades (58,8%, p = 0,001), do que as mulheres (46,5%). Tabela 26. Relação entre sexo e a idade da planta citadas, por 259 informantes do DNSAC. Horário Plantas F % M % p Jovem 170 7,1 40 5,7 Adulta 1113 46,4 248 Ambos (adulta/jovem) 1116 46,5 2399 100,0 Sexo Total Teste do Qui-quadrado. versus idade da planta. 2 FA FR (%) 0,182 210 6,8 35,5 0,0001 1361 43,9 411 58,8 0,0001 1527 49,3 699 100,0 3098 100,0 = 32,72 (p = 0.0001), seguido do teste de (z) 2 proporções. Sexo Com relação ao sexo e parte da planta citada (Tabela 27), foi encontrada associação (p=0,001), constatando uso significativamente maior (24,6%, p=0,003) das cascas pelos homens e de outras partes da plantas (flor, semente, látex/seiva, resina, 5,1%, p=0,034) pelas mulheres. Houve uma tendência, porém não significativa, de mulheres usarem mais folhas 144 (49,7%, p = 0,059) e em relação aos homens e dos homens usarem mais rizoma/batatas (4,8%, p=0,063) do que as mulheres e frutos (4,0%, p=0,059), Tabela 27. Relação do sexo e parte da planta citada, por 259 informantes no DNSAC. Parte da planta F % M % p 1527 589 399 164 129 50,5 19,5 13,2 5,4 4,3 352 186 108 35 22 46,6 24,6 14,3 4,6 2,9 2,1 26 5,1 100 FA FR (%) 0,059 0,003 0,429 0,367 0,059 1879 775 507 199 151 49,7 20,5 13,4 5,3 4,0 3,4 0,063 90 2,4 26 3,4 0,034 180 4,8 755 100 3781 100 Sexo Folha Casca Raiz Planta inteira Fruto Rizoma/batata 64 Outras (flor, semente, látex/seiva, 154 resina) Total 3026 Teste do Qui-quadrado. 2 = 21,62 (p = 0,001), seguido do teste (z) de 2 proporções. Sexo versus parte da planta. Com relação às variáveis sexo e forma de preparo da planta (Tabela 28), verifica-se associação entre as mesmas (p = 0,0001). O sexo feminino fez uso significativamente maior de infusão (73,0%, p = 0,0001) e xarope (6,0%, p = 0,041) do que os homens (66,0% e 4,0%, respectivamente), enquanto que o sexo masculino fez uso significativamente maior de maceração (19,0%, p = 0,0001), do que as mulheres (10,0%). Tabela 28. Relação entre sexo e forma de preparo, quanto as citações de plantas, por 259 informantes no DNSAC. Forma de preparo F % M % p FR FA Sexo (%) Infusão 2038 73,0 498 66,0 0,0001 2536 71,6 Maceração 269 10,0 142 19,0 0,0001 411 11,6 Xarope 171 6,0 33 4,0 0,041 204 5,8 6,0 40 5,0 0,443 207 5,8 5,0 44 6,0 0,406 184 5,2 100,0 757 100,0 3542 100,0 Decocção 167 Outros (garrafada, banhos, compressa, 140 inalação Total 2785 Teste do Qui-quadrado. preparo. 2 = 51,51 (p = 0001), seguido do teste (z) de 2 proporções. Sexo versus forma de Na Tabela 29, observa-se que existe associação (p = 0,037) entre sexo e o motivo de uso das plantas medicinais, sendo que a categoria outros motivos (não tem farmácia/melhor 145 do que sintético) foi significativamente maior (p=0,008) no sexo masculino (31,3%) do que no sexo feminino (16,2%). Tabela 29. Relação entre sexo e motivo de uso das plantas medicinais citadas, por 259 informantes no DNSAC. Motivo de uso F % M % Não faz mal à saúde 70 35,4 24 28,9 Tradição 69 34,8 22 Baixo custo 27 13,6 Sexo Outros (não tem 32 farmácia/melhor que sintético) Total 198 Teste do Qui-quadrado. 2 p FA FR (%) 0,285 94 33,5 26,5 0,158 91 32,4 11 13,3 0,931 38 13,5 16,2 26 31,3 0,008 58 20,6 100 83 100 281 100 = 8,5 (p = 0,037), seguido do teste (z) de 2 proporções. Sexo versus motivo de uso. Verifica-se na Figura 11, a freqüência de distribuição das espécies vegetais citadas pelas comunidades do DNSAC, tendo as comunidades do Chumbo, Bahia do Campo e Agroana citado o maior número de espécimes vegetais com 302 (72,8%), 275 (62,3%) e 134 (32,3%) espécimes, respectivamente. FIGURA 10. Freqüência de distribuição das plantas citadas nas 37 comunidades do DNSAC. 146 Na Tabela 30, observa-se associação entre às variáveis sexo e categoria de doenças, CID-10, (p = 0,0025), em relação ao número de plantas citadas. Verifica-se que os homens citaram mais plantas na categoria XVIII e XIX (24,68% e 11,35%) do que as mulheres (21,07% e 7,84%, respectivamente). Por outro lado, as mulheres citaram um número significativamente maior na categoria X e XII (9,89% e 1,93%), do que os homens (0,009 e 0,013%, respectivamente). Tabela 30. Associação entre o sexo e a categoria de doenças em relação às citações de plantas, por 259 informantes no DNSAC. Categoria CID-10 F % M % p FA FR (%) I 249 9,44 55 7,80 0,159 304 9,09 II 24 0,91 14 1,99 0,053 38 1,14 III 27 1,02 11 1,56 0,289 38 1,14 IV 86 3,26 23 3,26 0,996 109 3,26 V 73 2,77 12 1,70 0,068 85 2,54 VI 15 0,57 2 0,28 0,551 17 0,51 VII 14 0,53 2 0,28 0,548 16 0,48 VIII 12 0,45 3 0,43 0,916 15 0,45 IX 140 5,31 40 5,67 0,705 180 5,38 X 261 9,89 49 6,95 0,009 310 9,27 XI 338 12,81 97 13,76 0,512 435 13,01 XII 51 1,93 6 0,85 0,013 57 1,70 XIII 117 4,43 34 4,82 0,666 151 4,52 XIV 436 16,52 100 14,18 0,119 536 16,03 XV 27 1,02 2 0,28 0,067 29 0,87 XVI 6 0,23 1 0,14 0,614 7 0,21 XVIII 556 21,07 174 24,68 0,046 730 21,83 XIX 207 7,84 80 11,35 0,007 287 8,58 2639 100,00 705 100,00 3344 100,00 Sexo Total Teste do Qui-quadrado. doenças. 2 = 39,40, (p = 0,0025), seguido do teste (z) de 2 proporções. Sexo versus categoria de Na Figura 11 verifica-se que 10,32% das plantas citadas na pesquisa, apresentaram algum tipo de toxicidade. 147 Figura 11. Freqüência de relatos de toxicidade das plantas, por 259 informantes no DNSAC. No Tabela 31, encontram-se detalhadas as informações de plantas com potencial toxicidade. Foram apontadas neste estudo, 52 plantas passíveis de causarem toxicidade diversa, as partes das plantas que prevaleceram foram as folhas, nas formas de preparo por infusão, com maiores freqüências para sonolência (16,98%), náusea e problemas no estômago (15,09%) e tontura (11,32%), com 9; 8 e 6 espécies citadas, respectivamente. Jatropha elliptica (purga-de-lagarto) e Magonia pubescens (timbó), 3,77% foram citadas por 1 e 2 informantes, respectivamente, como capazes de levarem ao óbito, se as raízes foram ingeridas em doses altas e na forma de decocção. Três das espécies citadas apresentaram 4 diferentes tipos de toxidades Aloe barbadensis (aumenta apetite, diarréia, salivação, problemas estomacais), Citrus aurantium (atrofia de membros, náuseas, sudorese e taquicardia), Lafoensia pacari (aborto, diarréia, emagrecimento e taquicardia). 148 Tabela 31. Informações sobre toxicidade de plantas, por 259 informantes no DNSAC. NOME CIENTÍFICO NOME VERNACULAR Dose Forma Parte da de planta Preparo R. graveolens Arruda normal Folha Xarope M. spicata Hortelã-vicki Jatoba-docerrado normal Folha normal Casca L. pacari Mangava-braba excessiva Casca C. mansoi Folha C. citratus Saúde-da-mulher normal Batatinha-donormal brejo Capim-cidreira normal Folha Infusão Decocçã 4 o Maceraç ão Infusão Decocçã o Infusão 5 A. speciosa V.condensata Colônia Figatil-caferana excessiva excessiva Folha Folha Infusão Infusão C. aurantium Laranjeira normal Folha Infusão 1 1,89 A.barbadensis Babosa excessiva Folha Infusão 1 1,89 A.barbadensis Babosa excessiva Folha Infusão 1 1,89 A. conyzoides Mentrasto excessiva Folha Infusão 1 1,89 R. elaeocarpum Cabriteiro excessiva Folha 1 1,89 Cegueira E. tirucalli Aveloz normal 1 1,89 Desinteria S. indicum Gergelim normal 1 1,89 L. pacari Mangava-braba excessiva A.barbadensis excessiva 3 5,66 TOXICIDADE Abortiva Alteração pressão H. stigonocarpa da Atrofia de membros Aumenta apetite Aumenta salivação Bronquite alérgica Cefaléia L. asarifolia Raiz Infusão Maceraç Látex ão Rizoma Infusão Maceraç Casca ão Folha Xarope Maceraç Semente ão Casca Xarope Semente Infusão Decocçã Casca o FA (nº plantas) FR (%) 7,55 9,43 Diurese Dor L. divaricata B. orellana Babosa Fava-de-santoinácio Açoita-cavalo Urucum Dor de cabeça S. pseudo-quina Quina excessiva Dor no corpo (friagem) Z. officinale Gengibre normal Rizoma Emagrece L. pacari Mangava-braba excessiva Casca C. citratus Capim-cidreira normal Folha Decocçã 1 o Infusão 2 C. argentea Crista-de-galo normal Folha Infusão 1 1,89 J. pectoralis Anador normal Folha Infusão 1 1,89 Fraqueza no corpo Gripe (efeito contrario) Mal estar Mal estar Interação com medicamento M. minutiflora. C. americana Capim-gordura Lixeira excessiva normal Folha Folha Infusão Infusão 2 1 3,77 1,89 M. spicata Hortelã-vicki normal Folha Infusão 1 1,89 A. speciosa Colônia excessiva Folha Infusão 1 1,89 J. pectoralis Anador normal Folha Infusão 1 1,89 Morte J. elliptica Purga-de-lagarto excessiva Raiz Decocçã 2 o 3,77 Diarréia D. mollis Falta de ar Faz mal se tiver com Dengue normal excessiva excessiva Infusão 1 1 1,89 1,89 1 1,89 1 1,89 1,89 3,77 149 Continuação Tabela 31 ... TOXICIDADE Não cicatrização NOME CIENTÍFICO NOME VERNACULAR Dose M. pubescens Timbó excessiva M. urundeuva Aroeira excessiva Parte FA Forma de FR (%) da (nº Preparo planta plantas) Maceraç Raiz ão Maceraç Casca 1 1,89 ão Maceraç Semente ão Folha Infusão Folha Infusão Folha Infusão 15,09 Folha Infusão 8 Folha Infusão S. occidentalis C. aurantium C. aurantifolia M. indica V. scabra Erva-de-santamaria Fedegoso Laranjeira Limoeiro Mangueira Assa-peixe D. insularis Capim-amargoso excessiva Folha Infusão C.citratus Capim-cidreira normal Folha Infusão Nervosismo P. americana Abacateiro Perda da voz P. granatum Romã excessiva P. heptaphyllum Almésica excessiva Folha Infusão P. barbatus Boldo-brasileiro excessiva Folha Infusão A. salutaris Cipó-suma excessiva Folha Infusão normal Folha Infusão C. ambrosioides Náusea normal excessiva normal normal excessiva normal normal Semente Maceraç 1 verde ão Decocçã Casca 1 o 1,89 1,89 Sonolência C. ambrosioides R. viburnoides P. heptaphyllum normal Folha excessiva Folha Infusão Infusão excessiva Folha excessiva Folha Infusão Infusão normal Folha Infusão R. viburnoides T. formosa T. caraiba S. pseudo-quina Boldo-brasileiro Cipó-suma Erva-de-santamaria Erva-molar Jenipapo-bravo Para-tudo Quina normal normal normal excessiva Folha Fruto Casca Casca Infusão Xarope Decocção Decocção P. major C. aurantium C. aurantium Tanchagem Laranjeira Laranjeira excessiva Folha normal Folha normal Folha L. pacari Mangava-braba excessiva Casca L. divaricata excessiva Folha excessiva Folha Infusão H. stigonocarpa Açoita-cavalo Doradinha-docampo Jatoba-do-cerrado Infusão Xarope Infusão Maceraçã o Xarope normal H. courbaril P. aquilinum H. suaveolens Jatobá-mirim Samambaia Tapera-velha normal Casca excessiva Folha excessiva Folha Decocção 6 Decocção Infusão Infusão P. barbatus A. salutaris Sonolência Sudorese Taquicardia C. ambrosioides P. coriacea Tontura Erva-de-santamaria Erva-molar Almésica Casca 9 16,98 2 1,89 2 3,77 11,32 150 Continuação Tabela 31 ... TOXICIDADE Tosse Problemas no estômago Uso interno Visão embaraçada Vômito NOME CIENTÍFICO NOME VERNACULAR Dose Parte FA Forma de FR (%) da (nº Preparo planta plantas) C. argentea Crista-de-galo normal A. barbadensis P. barbatus Babosa Boldo-brasileiro excessiva Folha excessiva Folha Folha S. compactum Cancerosa excessiva R. viburnoides Erva-molar excessiva S. lycocarpum Fruta-de-lobo excessiva S. indicum Gergelim normal P. niruri Quebra-pedra excessiva M. urundeuva Aroeira excessiva E. odoratum J. gossypiifolia Arnicão Pinhão-roxo normal normal S. compactum Cancerosa excessiva E. tirucalli Aveloz normal M. charantia Melão-de-sãocaetano excessiva Folha Infusão Infusão Infusão Maceraçã Látex o Folha Infusão Maceraçã Fruto o Rizoma Infusão Planta Infusão inteira Maceraçã Casca o Folha Infusão Folha Infusão Maceraçã Látex o Maceraçã Látex o Infusão 1 1,89 8 15,09 2 3,77 2 3,77 1 1,89 151 VI. DISCUSSÃO 6.1. Caracterização das Comunidades do DNSAC O presente estudo foi desenvolvido no Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo (DNSAC), localizado no Pantanal mato-grossense, caracterizado pela riqueza e abundância das águas, animais e espécies vegetais, com plantas oriundas do Chaco, Cerrado, Amazônica e Mata Atlântica (POTT e POTT, 1984). Em virtude de seus valorosos atributos naturais, culturais e humanos o Pantanal é Patrimônio Nacional da União (Constituição Brasileira, 1988) e, desde 2000, dada a sua importância como Reserva da Biosfera do Planeta, foi reconhecido pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade, apresentando bens considerados únicos, insubstituíveis e de valor excepcional para a humanidade. O levantamento etnobotânico abrangeu 16 microáreas, 37 comunidades e 262 habitantes do DNSAC, em uma população de 1.179 moradores com idade ≥ 40 anos (22,22%). As microáreas foram constituídas para melhor atenderem às comunidades, utilizando-se de uma Unidade Básica de Saúde, contanto com uma equipe de Programa de Saúde da Família, formada por 1 médico, 1 enfermeiro, 16 agentes de saúde, 2 técnicos em enfermagem e 1 recepcionista, dispondo de 1 farmácia local e itinerante, sem, no entanto, dispor de Laboratório de Análises Clínicas e Hospital, estes últimos existentes na cidade de Poconé-MT, distante 18 km da comunidade mais próxima (Chumbo) e 110 km da mais distante (Chafariz). Considerando-se que uma equipe de Saúde da Família responsabiliza-se pelo acompanhamento, em média, de 3 a 4 mil pessoas, em um território definido, pode-se afirmar que as comunidades do DNSAC estão bem assistidas do ponto de vista da Atenção Básica. Por se tratarem de comunidades tradicionais pantaneiras (BRASIL, 1999; 2009), de seu relativo isolamento pela inexistência de estradas pavimentadas, particularmente no período chuvoso (outubro a abril), e em decorrência de certa dificuldade de acesso a medicamentos, os habitantes do DNSAC representados por quilombolas, descendentes de índios, ribeirinhos, pescadores, garimpeiros, peões de gado, fazendeiros, coureiros e machadeiros, têm como principal opção no tratamento de suas enfermidades, as plantas medicinais. 152 A presença no Pantanal de populações tradicionais, que utilizam plantas medicinais e habitualmente transmitem seus conhecimentos para seus descendentes, faz da região um importante campo para estudos etnobotânicos (AMOROZO, 2002; GUARIM NETO, 2006). Nesse contexto, o Pantanal assume uma importância ímpar, uma vez que nessa região alagável, habitam populações que detêm um conhecimento sobre os recursos vegetais e suas possibilidades. Esse conhecimento se manifesta no cotidiano de suas vivências (CONCEIÇÃO e PAULA, 1986; GUARIM NETO, 1996; BORTOLOTTO, 1999; SOUZA, 1998). Aspectos biológicos, sociais e culturais devem ser observados quando da análise e do estudo da flora medicinal da planície pantaneira e do seu entorno, cujos significados evidenciam um processo tradicional da relação ser humano e ambiente (GUARIM NETO, 2006). Como relevância da pesquisa, ressalta-se que este é o primeiro estudo envolvendo levantamento etnobotânico de plantas medicinais usadas pela população do DNSAC. A presente investigação envolveu estudo de corte transversal, que apresenta limitações no que se refere às inferências causais, pois as informações sobre exposição e desfecho são coletadas simultaneamente. Merecem ainda atenção outras limitações desta dissertação, sendo que a primeira se relaciona ao problema da comparabilidade com outros estudos, já que são poucas as investigações que têm como objeto a associação entres as variáveis sóciodemograficas, etnobotânicas e etnofarmacológicos. A segunda limitação se refere aos possíveis vieses de informação, pois mesmo se garantindo o anonimato, é possível que alguns informantes não tenham revelado o uso e o conhecimento de todas as plantas, em decorrência de desconfiança ou por lapso de memória. A terceira refere-se à questão do questionário não ser validado, por não existir um padrãoouro para mensurar tais comportamentos entre os informantes. A quarta limitação refere-se ao fato das entrevistas terem sido realizadas apenas com pessoas de idade ≥ 40 anos e que residem há mais de 5 anos no DNSAC. A idade e o tempo de moradia no local podem influenciar o nível de conhecimento de uma sociedade sobre o ambiente em que vive (MING e AMARAL-JÚNIOR, 1995; AMOROZO, 1996; SCHARDONG e CERVI, 2000; RODRIGUES, 2002; BOTREL et al., 2006; LOZADA et al, 2006; MACIEL e GUARIM NETO, 2006; TEKLEHAYMANOT, 2009). Esses resultados chamam a atenção por se tratar de informantes com maiores chances de conhecimento botânico, pois o conhecimento não constitui uma unidade homogênea entre os sexos, sendo, aparentemente, determinado pelo papel social que homens e mulheres 153 desempenham ou pelas experiências pessoais adquiridas no cotidiano (PHILLIPS e GENTRY, 1993). Por último observa-se o fato de o questionário aplicado investigar o relato de uso de plantas e não o consumo em si. Outro fator a ser levado em consideração na análise dos dados foi a perda amostral de 9,7 % dos informantes, que pode ser atribuída a vários fatores como, por exemplo, o horário das entrevistas, a faixa etária adotada na pesquisa, as dificuldades de acesso ao local da pesquisa e também mudanças de habitação do informante selecionado. Contudo, em função dessas possibilidades, foi previsto, quando do delineamento da amostra, um adicional de 10% ao tamanho da amostra inicial, o que fez com que a perda verificada não interferisse na análise dos dados (SCHEAFFER et al., 1987). 6.2. Impacto do Conhecimento Tradicional Neste estudo verificou-se que a grande maioria (99%) dos informantes do DNSAC, afirmaram conhecer plantas medicinais, principalmente para tratamentos (76%) e prevenção (15%) às enfermidades. Esse percentual é superior aos referidos pela OMS, onde na África, até 80% da população faz uso das plantas medicinais para as necessidades de saúde, 75% na França, 70% no Canadá, 48% na Áustria, 42% nos EUA, 40% na China e 38% na Bélgica (OMS, 2002). No caso do Brasil, país da megadiversidade florística e etnocultural, não há relatos de levantamentos realizados em nível nacional ou estadual e assim, os dados existentes referem-se a estudos etnobotânicos isolados realizados em nível de comunidades ou cidades. Os dados desta pesquisa sobre o conhecimento das plantas medicinais no DNSAC se aproximam aos de trabalhos realizados em várias outras comunidades de Mato Grosso e Brasil, cujos valores oscilaram entre 80,95% a 100% do total de entrevistados nas pesquisas levantadas (ANNICHINO et al., 1986; MARÇAL et al., 2003; TEIXEIRA e MELO, 2006; VIGANÓ et al., 2007; MONTELES e PINHEIRO, 2007; VEIGA JR, 2008; MELO et al., 2008; SILVA, 2009 MOSCA et al., 2009; RIBEIRO et al., 2009; SANTOS et al., 2009). Por outro lado, no levantamento realizado por Macedo et al. (2007) em Marília-SP, apenas 19,34% dos informantes disseram utilizar plantas medicinais, alegando os autores que se tratavam de indivíduos de alto poder aquisitivo (renda ≥5 salários mínimo) e de área urbana. 154 Levantamentos realizados no exterior apontam variações sobre o conhecimento de plantas medicinais entre 42% a 98%, conforme região e país em estudo (EISENBERG, 1998; TADDEI-BRINGAS, 1999; BEKALO et al., 2009; UPADHYAY et al., 2010). Um dos aspectos mais relevantes desse estudo foi a citações de 409 espécies vegetais usados como medicinais pelas comunidades tradicionais do DNSAC, a partir de um total de 3.344 citações, valores considerados bastante expressivos, para trabalhos de etnobotânica, já que segundo a literatura, no Brasil, assim como em outros países, as comunidades rurais desenvolveram um acurado saber acerca das propriedades terapêuticas e medicinais dos recursos naturais. Vale ressaltar a presença expressiva de 8 (oito) informantes raizeiros/benzedeiros identificados dentre os 262 entrevistados neste estudo que foram responsáveis pelas citações de um grande número de plantas medicinais (43 a 250), além de contribuir com a transmissão do saber junto às comunidades do DNSAC. Ressalta-se que dois dos raizeiros/benzedeiros chegaram a citar 225 e 250 plantas medicinais, respectivamente. A existência do comércio de recursos biológicos medicinais em várias cidades do país evidencia que o uso tradicional da biodiversidade para fins terapêuticos, tem sido incorporado pelas comunidades urbanas. Nesta complexa medicina, além dos conhecimentos que se podem chamar de espontâneos e que caracterizam a cultura popular local, existe, paralelamente, um grande processo de aculturação a partir da influência européia, latina, africana e asiática (SAVASTANO e DI STASI, 1996; ALVES e ROSA, 2007; AMADOR et al., 2007). Em Mato Grosso, o número de citações de plantas medicinais referido na literatura variou de 15 a 254 (GONÇALVES e MARTINS, 1998; DE LA CRUZ e GUARIM NETO, 1999; JORGE, 2001; AMOROZO 2002; SILVA et al., 2004; PASA, 2004; BIESKI, 2005; BORBA e MACEDO, 2006; JESUS et al., 2007; BIESKI, 2008; CARNIELO et al., 2008; GUARIM NETO e MACIEL, 2008; FRACARO e GUARIM, 2008; SANTOS e GUARIM NETO, 2008; AMARAL e GUARIM NETO, 2008). Pott e Pott (1994), apontaram para o Pantanal brasileiro, 1.700 espécies de plantas superiores ou fanerógamas, deste total 521 espécies principais pertencentes a 98 famílias foram consideradas mais importantes por sua utilização atual ou potencial como alimento da fauna, apícola, forrageira, frutífera, madeira, medicinal ou por outro destaque, como invasoras e tóxicas ou raridade (POTT e POTT, 1994). 155 Em outros estados do Brasil, o número de citações de plantas medicinais nos levantamentos etnobotânicos foi menor do que o desse estudo, variando entre 33 a 304 plantas, conforme cidade e o tipo de informante (SIMÃO e GARAVELLO, 2001; RITTER et al., 2002; ALBUQUERQUE e ANDRADE, 2002; COUTINHO, et al., 2002; SILVA, 2002; RODRIGUES, 2002; MARTINAZZO e MARTINS, 2004; NOVAIS, et al., 2004; SILVA e ANDRADE, 2005; CHAVES et al. , 2005; PINTO et al., 2006; TEIXEIRA e MELO, 2006; PILLA et al. 2006; VENDRUSCOLO e MENTZ, 2006; SOUZA e FELFILI, 2006; LUCENA et al. 2007; RICARDO et al., 2007; GOMES, et al., 2008; KFFURI, 2008; DAMASCENO e BARBOSA 2008; ROQUE, 2009; MASSAROTTO e BRANDÃO, 2009). Em levantamentos realizados no exterior, também o número de citações de plantas medicinais foi menor do que o encontrado nesse estudo, variando de 46 a 406, conforme a área levantada e o tipo de informante (PEI SHENG-JI, 1984; GONZÁLEZ-TEJERO et al., 1995; MERZOUKI et al., 1997; RAJA et al., 1997; BONET et al., 1999; ALI-SHTAYEH et al., 2000; SINGH et al., 2002; CANO e VOLPATO, 2003; FERNANDEZ et al., 2003; PIERONI et al., 2003; RAHMAN et al., 2003; MACÍA et al., 2005; VENDRUSCOL e MENTZ, 2006; NEDELCHEVA, et al., 2007; PIERONI et al., 2008; LEE et al., 2008; GONZÁLEZ-TEJERO et al., 2008; PIERONI et al., 2008; CALÁBRIA et al., 2008; IGNACIMUTHU et al., 2008; GONZÁLEZ-TEJERO et al., 2008; PIERONI et al., 2008; LIU et al., 2009; POONAM e SINGH, 2009; SIMBO, 2010; SAMUEL et al., 2010; PETKEVICIUTE et al., 2010; BENÍTEZ et al., 2010). Nessa pesquisa realizada com as 37 comunidades do DNASC, incluindo qualquer pessoa com idade igual ou superior a 40 anos, desde que residisse a mais de 5 anos no local, o número de espécies vegetais citadas como medicinais foi superior a qualquer levantamento referido na literatura nacional e internacional, exceto ao trabalho realizado por Rodrigues (2002), onde forram citadas 304 plantas medicinais, porém os informantes, em número de 8, eram somente constituídos por “experts” ou na pesquisa realizada por González-Tejero et al., (2008) onde foram citadas 406 plantas medicinais, porém tratou-se de levantamento feito em 8 países, ambos realizados numa extensão territorial muito maior que a do DNASC. Assim sendo, pode-se considerar que o presente levantamento é altamente relevante, reforçando mais uma vez a grande biodiversidade vegetal e etnocultural existentes no DNSAC, localizado numa pequena área da região do Pantanal mato-grossense. 156 Esse largo emprego de plantas medicinais no DNSAC e no restante do país, particularmente em áreas rurais e comunidades tradicionais poderá contribuir para o uso sustentável da biodiversidade e a repartição dos benefícios decorrentes do acesso aos recursos genéticos de plantas medicinais e ao conhecimento tradicional associado. Representa um passo importante para a pesquisa etnofarmacológica de plantas medicinais do estado de Mato Grosso, podendo vir a favorecer o desenvolvimento de tecnologias inovadoras e bioprodutos nas diversas fases da cadeia de produtos naturais de plantas medicinais e fitoterápicos. Além disso, está em consonância com as Políticas de Práticas Integrativas e Complementares e Nacional de Plantas Medicinais do SUS/MS e com o Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos (BRASIL, 2006; 2008; 2009; 2010). 6.3. Etnoconhecimento das plantas medicinais no DNSAC O etnoconhecimento se mostra através de um saber tradicional, local e transgeracional, repassado/compartilhado fortemente através da oralidade (Geertz, 2000). Ao longo do tempo percebeu-se que a discussão sobre etnoconhecimento fundamentase essencialmente naquilo que provavelmente o ser humano tem de mais valoroso: um saber que é experimentado na prática cotidiana dos afazeres e na pluralidade cultural das populações humanas que habitam e se adaptam à ambientes dos mais diversificados” (GUARIM NETO e CARNIELLO, 2007). Os levantamentos etnobotânicos sobre o uso e a eficácia das plantas medicinais em todo mundo, mantém em voga a prática do consumo de plantas medicinais e fitoterápicos tornando válidas as informações terapêuticas que foram sendo acumuladas durante séculos. Essas informações são as responsáveis pela sobrevivência da fitoterapia no Brasil, devido às raízes profundas na consciência popular que reconhece sua eficácia e legitimidade (SACRAMENTO, 2001). Nesse estudo, as comunidades do DNSAC apresentaram como fonte principal do conhecimento sobre as plantas medicinais, a transmissão através da família (76,40%) e em muito menor grau pelos vizinhos (8,61%), raizeiros (5,99%) e outros (8,99%). Em nível regional, alguns trabalhos apontaram a transmissão através da família como a principal fonte de conhecimento (MACEDO e FERREIRA, 2004; PASA, 2004; BIESKI, 2005). 157 Em nível nacional e internacional os resultados são semelhantes ao desta pesquisa, quanto à origem do conhecimento de plantas medicinais (RODRIGUES, 2002; PINTO et al., 2006; SALGADO, 2007; VEIGA JR, 2008; LOZADA et al., 2006; CRUZ-SILVA et al., 2009; GIDAY et al., 2009). Entretanto há relatos ou estudos etnobotânico de que alguns informantes preferem não transmitir este conhecimento a outras pessoas, por não terem segurança quanto à sua posologia (BONTEMPO, 1985; BALBACH, 1986; ALMEIDA, 1993; SANTOS, 1995 e RODRIGUES, 2001). Segundo Paciornick (1989), a transmissão do conhecimento de plantas medicinais é adquirida ao longo do tempo, sendo classificado como de nível vertical quando é transmitido de pai-para-filho e de nível horizontal, quando transmitido de amigo-para-amigo, vizinhopara-vizinho e/ou de comadre-para-comadre, sendo este último nível o mais comum em conjuntos residenciais, vilas e associações de bairro. Pesquisa realizada em New York, por Balick e Cox (1996), sobre plantas medicinais, cultura e povo, aponta a preocupação com a perda do saberes ao longo do milênio, devido à forte influência da modernização e da tecnologia ocidental, com forte influência na vida humana, trazendo uma nova cultura para os jovens, mas, mesmo assim algumas comunidades tradicionais e muitas sociedades indígenas têm resistido, e conservado as riquezas etnobotânicas e culturais adquiridas ao logo dos milênios. Guarim Neto (2006) reafirma que esses saberes podem ser influenciados por determinadas intervenções capitalistas e assim serem destruídos e, por isto, é necessário a valorização e revalorização do conhecimento, subsidiados com informações de outros setores e da vivência cotidiana destas populações tradicionais pantaneiras. Pois não se pode esquecer que cultura e processo biológico se complementam e fornecem uma base sólida para a inserção das plantas medicinais, enquanto temática transversal da vivência cotidiana. Dos 262 informantes do DNSAC, a maior representação foi na faixa etária de 40-59 anos (60%). Muitos levantamentos etnobotânicos e/ou etnofarmacológicos de plantas medicinais não determinam a faixa etária dos informantes, mas, em sua maioria, destacam que a predominância do conhecimento se perpetua na faixa etária mais velha, enfatizando que o saber sobre as plantas medicinais pelos jovens é pouco comum na comunidade, apesar do incentivo dos pais (MING e AMARAL JUNIOR, 2001; AMOROZO, 2002; SILVA et al., 2005; AMOROZO et al., 2006; BORBA e MACEDO, 2006; SILVA et al., 2007; NANYINGI et al., 2008). Segundo Borba e Macedo (2006), os mais idosos da comunidade são, geralmente, os principais informantes. Parecer técnico sobre a situação atual das plantas medicinais nativas 158 utilizadas na medicina tradicional de Minas Gerais, com a finalidade de aquilatar se as mesmas apresentam valor histórico – cultural de interesse de proteção, foi constado que a grande maioria das pessoas conhecedoras de plantas encontra-se na faixa etária de 65 e 80 anos (BRANDÃO et al., 2004). Estudo realizado no Peru para avaliar o conhecimento de plantas úteis, utilizando informantes de várias faixas etárias, mostra que os jovens possuem pouco conhecimento sobre plantas medicinais, e concluíram que este conhecimento é limitado aos mais velhos, sendo os jovens mais vulneráveis à aculturação (PHILLIPS e GENTRY, 1996). Pesquisa feita no Nepal observou também que as pessoas mais idosas da comunidade possuem mais familiaridade com as plantas e seus usos e que o conhecimento não tem sido transmitido à geração seguinte, por isto os jovens desconhecem o assunto (POKHREL et al., 2003). Outros estudos relataram que a grande maioria das informações sobre plantas foram obtidas a partir dos idosos. Isto pode indicar que a modernização e mudança de estilo de vida, devido à educação e outros, podem aumentar o índice de perda do conhecimento da biodiversidade e interferir na interrupção da transferência de conhecimentos dos mais velhos para a nova geração, como se tem observado em muitas partes do mundo (BALICK e COX, 1996). Por outro lado, estudo realizado por Lozada et al. (2006), mostraram em comunidade rural do noroeste da Patagônia, Argentina, padrões semelhantes de utilização de plantas por jovens e idosos, independentemente do sexo. Isso pode ser compreendido não só pelas expressões culturais, mas também pelas diferentes estratégias dos modos de vida e necessidades do um uso sustentável da natureza (FREIRE, 2008). O conhecimento está desaparecendo porque muitas vezes as pessoas mais antigas, detentores do conhecimento tradicional, morrem sem transmitir seus saberes aos descendentes. No entanto, isso não deve ser interpretado como um fator negativo da vida moderna, mas que um estilo de vida equilibrado, pode permitir que os avanços da tecnologia geralmente vivenciados pelos mais jovens, possam co-existir e serem compartilhados conhecimentos transmitidos de seus antepassados (BALICK e COX, 1996). Com relação ao gênero dos informantes DNSAC, a maioria foi do sexo feminino (69%), com idade entre 40-59 anos e maior conhecimento de plantas medicinais pelas mulheres (60,23%). A predominância de mulheres neste estudo não reflete, em princípio, a distribuição real do Município de Poconé, onde os dados do Anuário Estatístico de Mato Grosso (MATO 159 GROSSO, 2007) revelam existir mais homens do que mulheres, tanto na área urbana quanto rural. As características sócio-demograficas são fundamentais para evidenciar como o conhecimento de plantas se distribui na comunidade e se podem ser influenciados por aspectos sócio-culturais dos informantes (BORBA e MACEDO, 2006). A predominância de mulheres entre os entrevistados e que demonstraram conhecer mais plantas medicinais do que os homens, também foram registrados em estudos etnobotânicos realizados em Mato Grosso, em outros estados do Brasil e no exterior (GONÇALVES e MARTINS, 1998; RIZZO, 1999; JORGE, 2001; JACOBY et al., 2002; AMOROSO, 2002; RODRIGUES, 2002; PASA, 2004; SILVA e MACEDO, 2007; JESUS et al., 2007; SOUZA, 2007; SOUSA e GUARIM Neto, 2008; RODRIGUES et. al., 2009; MASSAROTTO e BRANDÃO, 2009). Trabalhos realizados em comunidades tradicionais e indígenas também demonstram que as mulheres detêm mais conhecimento com relação às plantas medicinais que os homens (KAINER e DURYEA, 1992). Além de serem grandes detentoras do conhecimento sobre plantas medicinais, as mulheres têm importante papel no processo de transmissão deste saber. A mulher e o homem geralmente têm habilidades e conhecimentos distintos relacionados ao uso da vegetação natural, muitas vezes resultado das diferenças de responsabilidades dentro da família. Essas diferenças no conhecimento dos recursos naturais entre homem e mulher são importantes no direcionamento de pesquisas e ações futuras nos estudos etnobotânicos (RODRIGUES, 2002). Alguns estudos relatam que as mulheres possuem maior conhecimento do uso de plantas medicinais para doenças específicas do sexo feminino e/ou de crianças e também conhecem melhor os recursos vegetais relacionados a problemas domésticos, principalmente quando estes são encontrados próximos aos domicílios (AMOROZO, 1996; MACEDO e PACHECO, 2001; VIERTLER, 2002; BORBA e MACEDO, 2006). Em pesquisa sobre gênero e saberes tradicionais, Freire (2008) verificou que a diferença entre homens e mulheres diz respeito ao papel histórico-social de cada um, relacionada às expressões culturais, construídas e reconstruídas no processo cultural do cuidar e viver cotidianos. Também mostra que os conhecimentos tradicionais sobre a utilização das plantas medicinais entre homens e mulheres são saberes que afirmam e reafirmam papéis sociais. Entretanto, em um estudo estatístico etnofarmacológico e etnomedicinal na cidade de Rajasthan, no Leste da Índia, Upadhyay et al. (2010) verificaram dados diferentes, onde os informantes do sexo feminino e masculino conhecem igualmente plantas medicinais. 160 Contudo, essa diferença pode estar relacionada às diversidades sociais, econômicas, culturais, políticas e ambientais. Quanto aos motivos de uso e plantas medicinais, os informantes do DNSAC alegaram como motivos principais não fazer mal à saúde (33,5%) e tradição familiar (32,4%) e em menor extensão não terem farmácia perto e também pelas plantas serem melhores que os medicamentos sintéticos (20,6%) e de baixo custo (13,5%). A busca de um hábito de vida saudável, sem muitos danos ao organismo, foi o principal motivo do uso das plantas medicinais pela população do DNSAC, porém deve-se ressaltar que esta população é consciente de possíveis efeitos adversos e até tóxicos de algumas plantas medicinais, em caso de uso incorreto ou excessivo, pois foram citadas 52 plantas passíveis de causarem toxicidades diversas. Isso demonstra que essa população não acredita no velho ditado popular “se bem não fizer mal também não os fazem”, conforme relatam Silveira et al. (2008), os medicamentos sintéticos tem muito mais reações adversas, sendo um dos motivos pelo aumento do interesse populacional pelas terapias naturais observado nas últimas décadas. As reações adversas dos medicamentos sintéticos refletem de forma negativa na saúde da população, colocando-as em primeiro lugar nos registros de intoxicação humana e animal (29,42%), conforme notificações do Sistema Nacional de Informações Tóxico Farmacológicas – SINITOX (FIOCRUZ, 2007). Porém, mesmo sem muitos relatos de efeitos adversos e tóxicos com o uso de plantas medicinais é importante o uso seguro e racional das mesmas. Outro importante e praticamente igual motivo para o uso das plantas medicinais no DNSAC, advém do conhecimento de origem familiar, fortemente ligado no período colonial à influência religiosa portuguesa, sob responsabilidade dos padres jesuítas (Figueredo, 2007). A tradição familiar também é a responsável pelo papel histórico e desenvolvimento da etnobotânica, vindo a ser determinante no isolamento do primeiro princípio ativo, a morfina da Papaver somniferum (ópio) e base para a síntese química do primeiro medicamento, o ácido acetilsalicílico, a partir do ácido salicílico, por sua vez originado da salicina, um glicosídeo fenólico extraído primeiramente de Filipendula ulmaria e presente em espécies do gênero Salix (salgueiro) e até hoje, ambas as substâncias, utilizadas como analgésicos. Atualmente, são mais de 61% de medicamentos industrializados provenientes de produtos naturais, dos quais 25% somente de plantas medicinais, sendo que das 877 novas entidades químicas descobertas entre 1981 e 2002, apenas 39% foram classificadas como verdadeiramente de origem sintética (HOSTETTMANN et al., 2003; CRAGG e NEWMAN, 2005; CHIN et al., 2006). 161 Segundo Sacramento (2001), essa tradição enraizada na origem familiar sobre o conhecimento e uso popular das plantas medicinais foi a principal responsável pela sobrevivência da fitoterapia no Brasil, contribuindo pelo reconhecimento e legitimidade destas, tanto pelos órgãos fiscalizadores como de serviços oficiais de saúde. Resultados verificados em outras pesquisas e publicados em diversos levantamentos realizados no Brasil também apontam a tradição familiar e não fazer mal a saúde, como as principais razões para o uso de plantas medicinais (TADDEI-BRINGAS et al., 1999; JORGE, 2001; MARODIN et al., 2001; AMOROZO, 2002; MARTINAZZO e MARTINS, 2004; ARNOUS et al., 2005; SILVA et al., 2005; BORBA e MACEDO, 2006; VIGANÓ et al., 2007; BRASILEIRO et al., 2008). A rica biodiversidade ligada à tradição familiar no uso de plantas medicinais, a facilidade na obtenção das mesmas, o baixo custo destas, o difícil acesso da população à assistência médica e farmacêutica e o alto custo dos medicamentos industrializados são os principais motivadores, tanto da população do DNSAC, como do restante do Brasil, a continuarem utilizando produtos de origem natural (SIMÕES et al., 1998; ROSA et al., 1998; AMOROZO, 2002; IBGE, 2008; ALMEIDA et al., 2009). No Brasil, pesquisas apontam que o problema financeiro afeta quase 55% da população brasileira ou mais de 100 milhões de brasileiros, evidenciando que 51,7% interrompem o tratamento medicamentoso por falta de dinheiro e este tipo de gasto chega a representar, em média, 47% dos gastos mensais familiares, justamente na parcela da população com menor poder aquisitivo e que representa 74% da população brasileira (CONASS, 2004; OPAS, 2007; BRASIL, 2007; IBGE, 2008; PNUD, 2009; SNIFBRASIL, 2010). Com relação ao gênero e motivo de uso das plantas medicinais, foi constatada associação maior dos homens (31,3%) em relação às mulheres do DNSAC de utilizarem plantas medicinais no cuidado à saúde, principalmente por não terem farmácia por perto ou por acharem que as plantas medicinais são mais eficientes do que os medicamentos sintéticos. Estes dados são relevantes ao se analisar a questão de gênero nesta área de conhecimento, e podem justificar a temática relacionada ao papel dos homens e das mulheres nas atividades desenvolvidas. As informações obtidas revelam que a comunidade local apresenta um forte conservadorismo cultural, baseado em valores patriarcais, mas sugerem uma tendência à maior participação feminina, já que as mulheres citaram mais plantas que os homens. 162 As ocupações dos informantes do DNSAC distribuíram-se principalmente em atividades do lar com 48% e agricultores (34%), além de comerciantes (7%), professores (5%) e domésticas (4%). No município de Poconé, as atividades econômicas da população encontram-se distribuídas entre serviço público (28,6%), agropecuária (27,3%), prestação de serviços (18,0%), comércio (17,4%), extrativismo mineral (5,6%), indústria de transformação (2,6%) e construção civil (0,3%), não considerando atividade do lar como ocupação (SEPLAN, 2001). Comumente, as mulheres são consideradas responsáveis pelas atividades domésticas/trabalho doméstico. No universo rural brasileiro há diferenças no trabalho por sexo, bem definida e complementar, que deve ser analisada. O trabalho doméstico se define pelas tarefas propriamente do lar, realizadas dentro do espaço físico da casa, e atividades próximas a casa, como o cuidado com pequenos animais, horta, canteiros de plantas medicinais ou também desempenharem atividades domésticas em outras residências (GUERRO e SILVA, 2004). Os homens do DNSAC geralmente trabalham em fazendas de gado do Pantanal, caracterizadas pela cria e recria de animais em regime extensivo e utilização das pastagens nativas (ALMEIDA et al., 1996), sendo o manejo dos animais dependente do regime periódico de enchentes (POTT et al., 1989) ou em lavoura de cana-de-açúcar que abastece a usina de álcool existente na comunidade do Chumbo. Além disso, tanto os homens como as mulheres com ocupação trabalham no comércio local ou em escolas da região. Essa diferença no espaço de trabalho entre homens e mulheres, faz parte da realidade vivida atualmente no espaço agrário brasileiro da produção familiar, onde a produção/roça é um espaço preferencialmente masculino e consumo/casa é o espaço preferencialmente feminino, apesar de que há uma reconfiguração constante (RODRIGUES, 2002). A ocupação dos moradores do DNSAC se aproxima aos de trabalhos realizados em outras comunidades do país, com predominância de mulheres trabalhadoras do lar e homens agricultores em fazendas (JORGE, 2001; RODRIGUES, 2002; MARTINAZZO e MARTINS, 2004; PINTO et al., 2006; MACEDO et al., 2007; BADKE e BUDÓ, 2008). A grande maioria (95,04%) dos informantes desse estudo apresenta renda de 1- 5 salários-mínimo, confirmando as informações de que o Produto Interno Bruto (PIB) per capita do município de Poconé é inferior a média do PIB estadual e nacional (SEPLAN, 2000) e indicando que as comunidades do DNSAC são de baixo poder aquisitivo. A distribuição econômica encontrada no DNSAC reflete a distribuição econômica de área rural da maioria dos trabalhos de etnobotânica pesquisados, correspondendo em média a 163 um salário mínimo, portanto de baixo poder aquisitivo (JORGE, 2001; RODRIGUES, 2002; SILVA, 2002; PASA, 2004; MACIEL e GUARIM NETO, 2006; BIN et al., 2007; SIGNORINI et al., 2009; MIRANDA et al., 2009; SILVA e MACEDO, 2007; JESUS et al., 2007; MACIEL e GUARIM NETO, 2006; VIGANO et al., 2007; BORGES e ALMEIDA, 2009). Compõem os informantes do Distrito, as mais diversas etnias, com predominância de mestiços (45%) e quilombolas (32%) e, em menor número, índios (5%) e outros (18%). Os dados obtidos comprovam que o habitante poconeano, herdou habitantes primitivos de origem indígena (güato, Beripoconé e Guaicuru), atualmente em pequeno número e, cujo território foi sendo, ao longo do tempo, povoado principalmente por negros e mestiços descendentes de africanos (MATO GROSSO, 2000; 2003). Quanto à naturalidade, verificou-se que a maioria dos informantes do DNSAC nasceu em Poconé (68,0%), sendo 18% deste total nascidos nas próprias comunidades do DNASC. No entanto, 16,0% foram oriundos de outros municípios de MT e de outros municípios do país (16%). Esses dados demonstram uma predominância de pessoas nascidas no município de Poconé e que se mantiveram, conservando a natalidade poconeana nas raízes da tradição familiar. Também se evidencia um fluxo migratório intermunicipal expressivo (16%), ocorrido num passado bem distante, assim como a presença de um fluxo migratório interestadual mais recente (5% do Centro Oeste e 11% das regiões Sul, Sudeste, Nordeste), iniciado na década de 1960, por incentivo das políticas públicas voltadas à ocupação da Região Amazônica e que predominou até a década de 1990, contribuindo de forma considerável na demografia do Distrito (IBGE, 2001; SILVA e GUARIM NETO, 2004; COVEZZI, 2007). A presença de 11% de imigrantes das regiões Sul, Sudeste e Nordeste nas comunidades do DNSAC, corresponde à mesma taxa geral de migração para o estado de Mato Grosso, no período de 1970 e 80, o que significa que Poconé apresentava, na proposta do garimpo de ouro e na agropecuária, uma importante opção para migração (IBGE, 2007). Além disso, os dados do estudo revelam que 8,78% desta população migrante vieram de pequenos municípios ou de áreas rurais dos estados de Minas Gerais, Paraná, Bahia, Amazonas, Rio Grande do Sul e São Paulo, trazendo como contribuição, um vasto conhecimento popular em plantas medicinais, que veio somar aos saberes local e regional. Trabalhos de plantas medicinais realizados no estado de Mato Grosso também apontam a heterogeneidade sóciocultural das populações estudadas, composta de emigrantes de todas as partes do Brasil, 164 principalmente do Sul e Sudeste (GONÇALVES e MARTINS, 1998; GUARIM NETO e NOVAIS, 2004; SANTOS e GUARIM NETO, 2005; SILVA e GUARIM NETO, 2008; GUARIM NETO e MACIEL, 2008; FRACARO e GUARIM, 2008). Grande parte da população do estudo foi de católicos (89%), valor acima dos dados censitários do Brasil, onde 82,96% dos católicos residem na área urbana e 71,39% na área rural (IBGE, 2000). No município de Poconé, essa religiosidade é um lugar cuja cultura e significados são revelados por meio dos espaços onde as festas religiosas são realizadas desde 1.885 (RONDON, 1981). No DNSAC, a religiosidade é uma das marcas mais expressivas na cultura local, ancorada tradicionalmente no catolicismo popular que, mais que oposição ao saber religioso clerical, com ele dialoga e o transforma, mantendo em seu interior entrecruzamento de múltiplas experiências religiosas, principalmente de releituras do cristianismo. Estudos realizados em comunidades de Mato Grosso têm a religião católica como a principal (BORBA e MACEDO, 2006; SILVA e MACEDO, 2007; GUARIM NETO, 2008). Dados idênticos foram encontrados por Schardong e Cervi (2000), onde 89% dos moradores da comunidade de São Benedito, em Campo Grande, MS, Brasil, são católicos. Reforçando a maior predominância de pessoas católicas, em levantamentos realizados no país, Ming e AmaralJúnior (1995) encontraram 91,19% de católicos na comunidade da Reserva Extrativista Chico Mendes, localizada no Acre, Brasil. Essa religiosidade se manifesta de várias maneiras, tanto cotidianamente, e os altares caseiros são testemunhas, como nos festejos em homenagem aos santos familiares e comunitários. A construção da igreja de alvenaria recém finalizada na comunidade sede do DNSAC constitui-se em um importante marco da memória local e expressa um sentimento de pertencimento à comunidade. No Distrito ocorre à tradicional festa de Nossa Senhora Aparecida, no mês de outubro de cada ano, sendo considerado um evento cultural do DNSAC, que recebe o nome da santa padroeira “Nossa Senhora Aparecida”, reunindo até pessoas de outras cidades, preservando sua cultura e tradição favorecendo a troca de conhecimento entre comunidades/pessoas. Quanto ao gênero e grupo religioso verificou-se associação em relação ao número de plantas citadas, onde as mulheres católicas do DNSAC conhecem mais plantas (94,3%) do que os homens, enquanto que os homens não católicos mostraram maior conhecimento (88,86%) do que as mulheres não católicas. Estes dados podem ser reflexos da cultura brasileira, onde o uso medicinal e místico religioso das plantas medicinais é herança matriarcal, das avós, tias, comadres, benzedeiras e rezadores e xamãs, que mantêm esse 165 milenar hábito de uso das plantas na medicina não oficial, sendo que em muitas localidades é o único auxílio „médico‟ existente (GUARIM NETO, 2006). Conforme o pensamento de Max Weber, as concepções de cunho religioso e as práticas diárias caminham juntas, num processo inseparável e para Geertz (1989), os fenômenos religiosos podem explicar circunstâncias históricas, sociais, políticas e econômicas, que mobilizam os devotos a determinadas ações significado dos sinais culturais, concluindo que o sentido atribuído à cultura pantaneira pode ser explicado como uma experiência individual, interior e subjetiva da devoção, e ainda, como uma vivência social, exterior ou fora da alma. Com relação à nupcialidade dos informantes da pesquisa, o resultado encontrado foi de 69,08% de casados, dado superior ao resultado do censo do IBGE (2000), que foi de 49,4% para a população brasileira, nesta faixa etária (≥ 40 anos). A possível explicação para esse fenômeno deve-se a um crescente desprestígio da oficialização da união conjugal e a valorização da família entre os casais brasileiros, os quais estão cada vez mais suscetíveis às praticidades das uniões consensuais. Vale ressaltar que algumas alterações legais e comportamentais podem ter influenciado tal mudança de comportamento, o que não tem ocorrido com tanta ênfase no DNSAC (IBGE, 2000). Davis e Blake (1956) e Rader (1967) apud Freire et al. (2000), a partir de uma visão demográfica, argumentam que a nupcialidade está fortemente associada com a reprodução, onde a idade de ingresso ao casamento era regulador do tamanho de família. As famílias do DNSAC trazem consigo o modelo da família tradicional, pois segundo Beltrão (1973) existe dois modelos de família, a tradicional, que é extensa, numerosa e dispensa luxo, e a moderna, que é restringida, reduzida, gosta de conforto. Esses modelos interferem na dinâmica da nupcialidade atrelada às transformações de ordens sociais e econômicas, como conseqüência de uma intensa modernização da sociedade ocidental, com ascensão para as uniões consensuais, outras modalidades de famílias e menos filhos (Srinivasan, 1998 apud Freire et al., 2000). Quanto à quantidade de filhos, a maioria dos informantes (58%) afirmou ter de 1 a 5 filhos, com média de 5,18 filhos/família, valor superior aos referidos pelo IBGE, que cita 4,2 filhos, em média, por família de Poconé, 2,3 filhos para Mato Grosso e 2,0 filhos para o Brasil (IBGE, 2007). Os filhos constituem força de trabalho familiar e os rapazes aprendem o trabalho do campo com o pai, as moças aprendem os “afazeres de mulher”. O espaço casa-quintal, 166 portanto, é o centro das atividades femininas e, ao articular os espaços, a mulher articula também as relações sociais (WOORTMANN, 1992). No Brasil, verifica-se que a taxa de fecundidade vem caindo drasticamente nas últimas 3 décadas, passando de 5,8 filhos, em média, em 1997, para 2,0 filhos no ano de 2007 (IBGE, 2007). Esta transição vertiginosa experimentada pelo comportamento reprodutivo das mulheres brasileiras certamente tem relação com o padrão de formação familiar e com a dinâmica dos estados da nupcialidade (FREIRE et al., 2000). Levantamentos de plantas medicinais realizados em Mato Grosso identificaram elevado número de filhos em famílias de comunidades rurais (SCHARDONG e CERVI, 2000; JORGE, 2001; BORBA e MACEDO, 2006), assim como os observados para com as comunidades do DNASC. Fatores como a mudança de valores culturais do brasileiro e o ingresso maciço de mulheres no mercado de trabalho também influenciaram a redução da família ao núcleo conjugal com filhos. Nas décadas passadas, o número de filhos girava em torno de 10 ou mais, atualmente situa-se entre 2 a 4. Essa redução pode ser explicada por vários fatores da globalização, como o maior acesso às informações via rádio, televisão, jornais, revistas e internet, a educação, os recursos contraceptivos, o progresso tecnológico que dispensa a necessidade de tantos braços para o trabalho e também como as próprias dificuldades, atualmente, de sustentar e garantir o futuro de tantos filhos (PLEIN, 2006). Certamente, a renda familiar, aparece como determinante do tamanho das famílias, sendo o número de filhos e de pessoas inversamente proporcional à renda familiar. Em 1999, uma família com renda per capita até 1/4 do salário mínimo tinha, em média, 5 pessoas, enquanto uma família com renda per capita de mais de 5 salários mínimos tinha, em média, 2,7 pessoas (IBGE, 2007). Com relação ao grau de escolaridade dos informantes do DNSAC, a maioria (51,53%) tinha ensino fundamental incompleto (1-9 anos) e 24,43% eram de não alfabetizados (menos de 1 ano de escolaridade), com média de 4,48 anos de estudos, indicando que as comunidades do Distrito têm baixa escolaridade. Esses dados estão um pouco abaixo dos indicadores de Poconé, onde a população do município freqüentou escolas, em média, por 4,53 anos (SEPLAN, 2008). Entretanto, essas informações representaram, de certo modo, a realidade da educação brasileira, pois em Mato Grosso, a população rural adulta maior que 25 anos, não alfabetizada, corresponde a 31,7% e, no Brasil, este índice é de 35% (IBGE, 2000; Brasil, 2008). Em outros estudos de plantas medicinais, foram constatados altos índices de analfabetismo em Mato Grosso, com 36,11% em Santo Antônio do Leverger, 32,00% em 167 Dom Aquino e 45,00% em Chapada dos Guimarães (JORGE, 2001; Santana, 2002; BORBA e MACEDO, 2004), assim em outros locais, como Natividade da Serra, em São Paulo, com 47% e Senador Firmino, em Minas Gerais com 25% (SANTOS et al., 2008; KFFURI, 2008). Analisando o uso das plantas medicinais, em função da escolaridade dos entrevistados do DNSAC, verificou-se que o grau de escolaridade não influenciou na citação e uso de plantas medicinais. No entanto, outros relatos apontam que a faixa da população que mais utiliza as plantas medicinais apresenta baixo nível de escolaridade (JORGE, 2001; SANTANA, 2002; BORBA e MACEDO, 2004; ARNOUS, 2005). Essas controvérsias podem estar relacionadas aos aspectos socioculturais e educacionais, que refletem no conhecimento das espécies vegetais medicinais, além da tradição familiar, baixo custo, praticidade no tratamento e facilidade de acesso das plantas medicinais (JORGE, 2001; AMOROZO, 2002). Com relação ao gênero e escolaridade, as mulheres com menor grau de escolaridade (<1 ou 1-9 anos), mostraram conhecer mais plantas que os homens na mesma faixa de escolaridade. Com relação ao grau de escolaridade de mais de 9 anos em escolas, os homens citaram mais plantas do que as mulheres, mas é possível que esse resultado reflita mais o consumo do que o conhecimento de plantas medicinais, pois os homens do DNASAC com maior grau de escolaridade apresentaram maior poder aquisitivo. A maioria dos trabalhos relata que o grau de escolaridade está inversamente associado à opção pela medicina tradicional (EISENBERG, 1993; MACEDO et al., 2007; BASTOS e NOGUEIRA, 2007). 6.4. Diversidade Geográfica das Plantas Medicinais no DNSAC Das 409 espécies relatadas, 61,85% são nativas, observa-se a forte ligação das 37 comunidades do DNSAC, com destaque para as comunidades do Chumbo 302 (72,8%), Bahia do Campo 275 (62,3%) e Agroana 134 (32,3%), quanto ao conhecimento de expressivo de plantas medicinais, que implica, não apenas na conservação da rica biodiversidade do complexo vegetacional do Pantanal, mas também na preservação do patrimônio etnocultural destas comunidades, favorecendo a conservação destes ecossistemas no que diz respeito à adoção de uso e práticas de manejo sustentável dos recursos naturais (JORGE, 2001; DIEGUES e ARRUDA, 2001; MORAES et. al., 2002; CAMPOS FILHO, 2002; GUARIM NETO e MORAES, 2003; PASA et al., 2005; SOUZA e FELFILI, 2006; SANTILLI, 2005; BOTREL, et al., 2006; FERREIRA e GUARIM NETO, 2008; CARNEIRO, 2009). 168 A utilização das espécies nativas pelas comunidades do DNSAC e de outras regiões evidencia que a conservação etnocultural colaborou com o uso da medicina popular no sistema tradicional de saúde. A riqueza de espécies vegetais nativas, traduzida em diversidade química e de atividades terapêuticas presentes nestas plantas, constitui uma contribuição essencial nos cuidados primários de saúde. É Importante ressaltar que o grande número de espécies nativas forma um importante banco de germoplasma, o que garante a conservação da variabilidade genética de uma ou mais espécies (BRITO e COELHO, 2000). Em outros levantamentos sobre o uso da flora como medicinal também se verificou o uso predominante de plantas medicinais nativas, justificado, provavelmente, pelo fato do Brasil possuir 22% da biodiversidade vegetal do mundo, com cerca de 55.000 espécies, muitas das quais com grande potencial farmacêutico (SCHARDONG e CERVI, 2000; AMOROZO, 2002; RODRIGUES, 2002; SOBRAFITO, 2003; PASA, 2004; BRANDÃO et al., 2004; BORBA e MACEDO, 2006; SOUZA e FELFILI, 2006; SILVA e MACEDO, 2007; JESUS et al., 2007; SOUZA, 2007; RODRIGUES e CARVALHO, 2008). Foi citado pelos entrevistados do DNSAC um número expressivo de espécies exóticas (38,15%), sugerindo que a existência destas no Distrito é resultado de sua introdução por colonizadores europeus, principalmente portugueses, e escravos africanos e, mais recentemente, pelos imigrantes asiáticos, italianos e alemães, que trouxeram consigo algumas sementes e mudas de plantas e grande conhecimento sobre elas, contribuindo sobremaneira com o arsenal de plantas medicinais disponíveis no Brasil (AMOROZO, 2002). Foi verificada associação entre o gênero e a origem geográfica das espécies medicinais pelos informantes do DNSAC, sendo os homens os maiores conhecedores das espécies nativas (19,21%), enquanto as mulheres declararam conhecer mais as nativas do Brasil (49,35%), sendo que para as espécies medicinais exóticas, não se constatou diferenças entre os gêneros. Os processos de reconhecimento das espécies nativas do Pantanal utilizadas como medicinais está difundido mais entre os indivíduos do sexo masculino, em razão de mais atividades no campo, enquanto que as mulheres têm conhecimento maior sobre plantas medicinais nativas de outras partes do Brasil, devido os afazeres domésticos que as permitem 169 uma forte ligação com o cultivo destas espécies, que se desenvolvem melhor em quintais, jardins e hortas caseiras (AMARAL JÚNIOR, 2001). Com relação às justificativas sobre as atividades do homem e da mulher no Distrito, deve se levar em conta que a organização social da população rural é baseada no grupo familiar, unidade básica e onde as tarefas são diferenciadas para cada membro. As mulheres são mães, trabalhadoras do lar, da roça ou do comércio e o papel delas é de extrema importância para a manutenção do grupo doméstico, sua reprodução, produção e sobrevivência, e são responsáveis pelo preparo dos alimentos, abastecimento de lenha, cuidado com pequenos animais de criação e a criação dos filhos, atividades que forçam sua permanência nas proximidades da residência. Os homens são encarregados das atividades de pesca, derrubada e queimada da mata para o estabelecimento de roças, construção das moradias, construção e condução de canoas e barcos, e manutenção da limpeza dos quintais (ADAMS, 2000; TORAL, 2000; BORGES e PEIXOTO, 2009). Em função dessas múltiplas funções, as mulheres do DNSAC conhecem mais as plantas medicinais que ficam próximas a casa e os homens, por terem maior tempo de permanência do mato, se relacionam muito mais com as espécies do Pantanal. De acordo com Santos e Guarim Neto (2008), existe pouca diferença na percepção acerca do quintal entre os gêneros, pois tanto os homens quanto as mulheres o indicam como útil, primeiramente ao plantio, pois remetem a origem rural dos informantes que, mesmo em espaço tão restrito, procuram manter a originalidade do campo por meio do cultivo de espécies com diferentes finalidades. Entre os homens e as mulheres do Distrito, não houve diferença significativa quanto ao conhecimento das plantas medicinais exóticas introduzidas na comunidade. A presença de espécies exóticas pode estar relacionada à introdução recente de novas espécies medicinais trazidas pelos 28% dos informantes oriundos das regiões Sul, Sudeste e Nordeste que habitam o DNSAC, e pelos seus moradores nativos que ao saírem para outros municípios e/ou regiões, retornam com algumas espécies diferentes, também de uso medicinal, como, por exemplo, frutíferas, alimentares ou condimentares (SANTOS e GUARIM NETO, 2008). 170 6.5. Abordagens Etnobotânica: Associações Estatísticas Com relação ao hábito de vida das espécies vegetais referidas nesse estudo, 47,66% eram herbáceas, (29,22%) arbóreas e (23,11%) arbustivas/subarbustivas, foram verificados resultados semelhantes por De La Cruz, (1997), Jorge (2001), Stepp e Moerman (2001), Pinto et al. (2006), Botrel et al. (2006); Jesus et al. (2007) e Silva e Proença (2008). A maior utilização de espécies herbáceas pode ser justificada pelos seguintes motivos: hábito de maior ocorrência na região, facilidade de cultivo, ciclo mais rápido do plantio à colheita e facilidade de propagação. Além disso, a utilização de espécies herbáceas nos sistemas populares de cura tem maior probabilidade da presença de substâncias farmacologicamente ativas do que as de hábito arbóreas (SIMÕES et al., 1999; SIMBO, 2010). Nas áreas do Pantanal ocorrem inúmeras espécies arbóreas como pequi, marmelada, fruta-de-lobo, angico, ipê e aroeira, o que pode ser uma das justificativas do grande número de citações deste hábito e o número menor de trepadeiras é por ser o de menor ocorrência no referido ecossistema. Verificou-se correlação entre o gênero do entrevistado e o hábito das plantas medicinais, pois as mulheres citaram que usam mais espécies herbáceas 49,01%, enquanto as os homens declararam usar mais espécies arbórea (33,95%). Esse resultado pode ser justificado porque as mulheres dominam melhor o conhecimento das plantas que crescem ou são cultivadas no quintal e nas proximidades da residência, e que geralmente são herbáceas, enquanto o homem conhece mais as plantas do mato, local de maior ocorrência de árvores. No entanto, há relatos de que as mulheres conhecem os “remédios do mato” tão bem quanto seus maridos (MING, 1995). Quanto ao local de obtenção das plantas medicinais, os informantes do DNSAC citaram que as obtém principalmente em terrenos próximos (38,8%) e quintais (35,3%), além de campos distantes (23,2%). Outras pesquisas também detectaram que a obtenção das plantas medicinais se deu principalmente em terrenos próximos ou quintais (AMOROZO e GÉLY, 1988; AMOROZO, 2002; GOMES et al., 2001; JESUS et al., 2007). Os terrenos próximos às residências são definidos como espaços de localização no entorno da comunidade, locais que possuem grande diversidade de espécies espontâneas e nativas, e que propiciam uma relação entre os elementos Bióticos e abióticos para conservação da biodiversidade local e os saberes a ela associados (JORGE, 2001). 171 Os quintais são definidos como espaços situados ao redor das casas, de fácil acesso, e representaram nesse estudo uma fonte rica de informações etnobotânicas sobre o uso de plantas nativas e exóticas, com destaque para as plantas domesticáveis, particularmente aquelas de pequeno porte (AMOROZO, 2008; GUARIM NETO, 2008). As plantas concentram muitos compostos biologicamente ativos em função do seu habitat utilizando-os como estratégias de defesa (STEPP e MOERMAN, 2001) e há indicações que os fatores químicos e ecológicos orientam a seleção e o uso de plantas medicinais em várias partes do mundo (KFFURI, 2008), favorecendo assim o uso de espécies domesticadas, presentes em quintais ou terrenos próximos. Não foi observada correlação entre os gêneros do entrevistado e o local de obtenção das plantas medicinais no DNSAC, o que pode indicar que existe pouca diferença, não só na percepção acerca dos quintais entre homens e mulheres, espaços aonde há maior existência de plantas medicinais nativas do Brasil e exóticas, conforme relatam, Santos e Guarim Neto (2008), como também acerca de terrenos próximos e campos distantes, onde há maior existência e plantas do Pantanal. Os informantes do DNSAC disseram fazer a coleta das plantas medicinais em qualquer horário (77,0%), no período da manhã (17,3%), tarde (2,4%) e alguns informantes informaram coletar no período noturno, lua cheia, minguante ou na época das chuvas (3,3%). Moradores de Rosário da Limeira-MG afirmaram que a época de colheita é importante e cada espécie tem o horário ideal de coleta, apesar de que nem sempre é possível realizar a colheita naquele período do ano ou horário do dia, optando por realizar estas tarefas quando necessitam utilizar as plantas e preparar os remédios caseiros (OLIVEIRA, 2008). O horário de coleta das plantas para consumo é um aspecto que está diretamente ligado à eficácia das plantas medicinais e deve ser feita de modo que garanta uma boa quantidade dos seus princípios ativos (OLIVEIRA et al., 1991; FURLAN, 2005). De acordo com Martins (1995), algumas pessoas preferem realizar a coleta conforme a necessidade, portanto em qualquer horário, "Na hora que eu sinto qualquer coisa eu vou lá e tiro”. Verificou-se maior associação entre as mulheres coletarem as plantas só no período da manhã (19,2%) ou só no período da tarde (2,7%), enquanto os homens coletaram as plantas em ambos horários (manhã/tarde - 83,6%). Muitas pesquisas concluem que o horário de colheita afeta o teor de princípios ativos e, consequentemente, a eficácia do fitoterápico. Martins (1996), analisando os efeitos de diferentes horários de colheita sobre o conteúdo de óleo essencial de Ocimum sp, verificou 172 que o teor foi maior pela manhã e não houve alteração no teor de estragol (constituinte majoritário), entre os horários estudados. Presume-se que existam, simultaneamente, dois padrões de resposta do metabolismo secundário aos estímulos ambientais; em um deles, as alterações produtivas dependem das variações climáticas sazonais, tendo maior dimensão, mas ocorrendo mais lentamente, no outro, as plantas respondem a estímulos que determinam modificações menores e mais rápidas como, por exemplo, aquelas causadas pelas flutuações climáticas diárias (LEAL et al., 2001). A parte vegetativa mais utilizada no DNSAC no preparo dos remédios caseiros foram as folhas (49,7%) e depois as cascas (20,5%), raízes (13,4%), planta inteira (5,3%), frutos (4,0%) e rizomas/batatas (2,4%). Quanto maior a multiplicidade das partes da planta usadas utilizada, maior seu valor de uso (PASA, 2004). Pode-se observar que as plantas em que a folhas utilizadas são, em geral, herbáceas (de fácil acesso) e cultivadas, enquanto as plantas arbóreas tiveram a casca ou fruto como a parte de uso terapêutico mais utilizado, sendo estas de difícil acesso. Dados semelhantes aos encontrados no DNASC são verificados em muitas pesquisas que também concluíram que há predominância do uso das folhas nas formas de preparo das plantas medicinais (KUBO, 1997; DE LA CRUZ, 1997; GONÇALVES e MARTINS, 1998; MARTINS et al., 2000; JORGE, 2001; RODRIGUES e CARVALHO, 2001; MOREIRA et al., 2002; PARENTE e ROSA, 2001; MATOS, 2002; RODRIGUES, 2002; PASA, 2004; BORBA e MACEDO, 2006; REIS e BELLINI, 2007; SILVA e PROENÇA, 2008; VOLPATO et al., 2009). Diferentemente, no semi-árido do Rio Grande do Norte-RN, as partes das plantas mais utilizadas para fins medicinais pelos entrevistados da comunidade rural de Laginhas foram cascas e as raízes (ROQUE, 2009). A casca (com 75%) também teve uso intenso da pelos sertanejos do Município de Central Região Arqueológica da Bahia-ba (DE PAULA et al., 2002) e pelos entrevistados de Juazeiro-PE (GOMES et al., 2008). Sobre as cascas, alguns especialistas e informantes demonstraram preocupação devido a sua retirada poder provocar a morte da árvore (DE PAULA et al., 2002; GOMES et al., 2008; ROQUE, 2009). A associação existente entre o gênero e a parte da planta utilizada pela população do DNSAC mostra que os homens citaram mais as cascas (24,6%) e as mulheres mais as flores, sementes, látex/seiva e resina (5,1%), no preparo dos remédios caseiros. Os resultados podem estar relacionados com o tipo de conhecimento dos homens e das mulheres sobre a vegetação. 173 A forma de preparo mais utilizada das dragas vegetais pelos informantes do DNSAC foi a infusão (71,6%), seguida de maceração (11,6%), xarope (5,8%), decocção (5,8%) e garrafadas (5,2%). O conhecimento dos aspectos referentes às atividades biológicas do vegetal e a correta forma farmacêutica a ser utiliza são requisitos essenciais para a transformação da planta medicinal no remédio caseiro, podendo constituir-se numa forma muito útil de alternativa terapêutica, por sua eficácia dada a um baixo custo financeiro, além da facilidade para a aquisição de plantas (FURLAN, 2005). Depois de mais de 500 anos de emprego das drogas vegetais como remédios caseiros no Brasil, a ANVISA reconhece a importância dos chás medicinais e regulamenta o uso de 66 plantas medicinais onde deste total, 68% já fazem parte do uso cotidiano da população do DNSAC (ANVISA, 2010). Os resultados que indicam o largo emprego popular da grande maioria das plantas utilizadas pelas comunidades do DNSAC, bem como em outras localidades do país, podem facilitar a ampliação do Programa Farmácias Vivas no SUS e a adesão da comunidade médica na prescrição de plantas medicinais tradicionais. A infusão é preparada jogando-se água fervente sobre as partes ativas do vegetal, geralmente as folhas ou as flores, frescas ou secas. É o modo tradicional de preparar o chá, deixando as plantas dentro da água quente em repouso por 5 a 10 min e depois filtrar. A quantidade da erva varia segundo a espécie. A infusão em água quente é indicada para ervas que não liberam seus componentes ativos em baixas temperaturas, mas que não podem ser fervidas, pois, dessa forma, podem perder suas propriedades medicinais (SIMÕES et al., 2003). Na decocção, geralmente coloca-se a erva em água fria, que, em seguida, se aquece até a ebulição num recipiente fechado, deixando ferver por alguns minutos, podendo ser utilizada plantas medicinais frescas ou secas. Essa preparação, normalmente é utilizada para plantas que contém princípios ativos estáveis ao calor assim como para raízes, cascas, sementes e outras partes com maiores resistências à ação da água quente. Indicado também para as plantas que não liberam seus componentes ativos em baixas temperaturas. Não podendo ser utilizada para plantas com compostos voláteis ou com compostos que se degradam em altas temperaturas (SIMÕES et al., 2003). O macerado é um preparado que requer longa imersão. Põe-se a planta em água fria, cobre-se o recipiente e deixa-se repousar em lugar fresco durante uma noite, geralmente utilizam as casas, bulbo ou folhas aromáticas (MARTINS, 1995; FURLAN, 2005). 174 A infusão ou chá é a forma de preparo dos remédios caseira mais empregada pela população tradicional, que utiliza as partes tenras das plantas medicinais tais como folhas, botões e flores, em razão da facilidade na extração dos princípios ativos pela ação combinada da água do calor prolongado e pela facilidade de colheita dessas partes tenras. A infusão é feita apenas com a parte do vegetal e água, tornando simples, rápida e econômica a obtenção do remédio caseiro (CASTELLANI, 1999). Foram constados em levantamentos etnobotânicos de plantas medicinais que a infusão, também foi à forma de preparo principal no uso tradicional do remédio caseiro (COSTANETO e OLIVEIRA, 2000; MARTINS et al., 2000; MATOS, 2002; FRANCO e BARROS, 2006; REIS e BELLINI, 2007). E com relação ao gênero e a forma de preparo da planta verifica-se associação, onde as mulheres preparam as plantas mais na forma de infusão (73,0%) e xarope (6,0%) e os homens na forma de maceração (19,0%). É importante observar as formas de preparo com a parte da planta utilizada a ser utilizada, pois a incorreta forma de preparo pode alterar a ação do principio ativo, tornando-os prejudiciais ao organismo (SIMÕES et al., 2003). Quanto ao estado em que a planta é utilizada, os informantes do DNSAC, informaram utilizar as plantas frescas (43,2%) ou ambas fresco-secas (35,3%). As plantas medicinais para preparação do remédio caseiros podem ser utilizadas tanto frescas quanto secas, como citaram os entrevistados em Santo Antônio do Leverger (JORGE, 2001), desde que estejam bem higienizadas (SÃO PAULO, 2005). Em levantamento realizado no Alto Rio Grande-MG, a maioria das espécies é utilizada fresca (RODRIGUES e CARVALHO, 2002). Em estudo realizado no Leste da Índia, 81% dos informantes utilizavam mais as plantas frescas do que secas, e justificaram que nesta forma ocorre menor perda das propriedades medicinais (UPADHYAY et al., 2010). O consumo de plantas medicinais frescas tende a garantir uma ação mais eficaz de seus metabolitos essenciais, e quando for consumida seca exigi-se que a secagem seja bem feita (FURLAN, 2008). No entanto as plantas também podem ser consumidas secas para o preparo dos remédios caseiros (MOTOMIYA et al., 2004), desde que a secagem, bem como todo o processo de beneficiamento das plantas, seja realizado adequadamente para não perder suas propriedades medicinais. O beneficiamento das plantas medicinais engloba vários processos, benéficos seja para folhas, flor, raiz ou casca, pois estas partes das plantas frescas apresentam elevando o teor de umidade e substratos, que favorece ao aumento da ação enzimática, diminuído assim o 175 princípio ativo das plantas, favorecendo a oxidação das moléculas ativas, podendo provocar danos ao organismo. As etapas do beneficiamento devem ser realizadas com cautela para manter a boa integridade e qualidade no principio ativo das plantas. Na secagem, em virtude da evaporação de água contida nas células e nos tecidos das plantas, reduz o peso do material. Por essa razão, alguns procedimentos básicos antes de submeter às plantas a secagem, são importantes, para se conseguir um produto de boa qualidade: a) não é recomendado lavar as plantas antes da secagem, exceto no caso de determinados rizomas e raízes; b) deve-se separar as plantas de espécies diferentes; c) as plantas colhidas e transportadas ao local de secagem, não devem receber raios solares diretamente; d) antes de submeter às plantas à secagem deve-se fazer a eliminação de elementos estranhos (terra, pedras, outras plantas, etc.) e partes que estejam em condições indesejáveis (sujas descoloridas ou manchadas, danificadas); e) as plantas colhidas inteiras devem ter cada parte (folha, flor, caule, raiz, sementes, frutos) seca em separado e conservada depois em recipientes individuais; f) quando as raízes são volumosas podem ser cortadas em pedaços ou fatias para facilitar a secagem. Para secar as folhas, a melhor maneira é conservá-las com seus talos, pois isto preserva sua qualidade, previne danificações e facilita o manuseio (RODRIGUES, 2001). Verificou-se que houve associação entre o gênero e o estado em que a planta é utilizada pelas comunidades do DNSAC, sendo que as mulheres usaram mais a droga vegetal seca (23,0%) e os homens fizeram uso maior das frescas e secas (40,1%). Algumas pesquisas indicam que o estado da planta mais utilizado foi a fresca, justificada pela maior praticidade e estabilidade do principio ativo da planta (CORTEZ, et al., 1999; RODRIGUES, 2002; UPADHYAY et al., 2010). Os moradores do DNSAC relataram utilizar as plantas, tanto no estádio de desenvolvimento adulto quanto jovem (49,3%) e alguns disseram utilizar somente plantas adultas (43,9%). É importante ressaltar que a planta medicinal, ou suas partes, se torna droga vegetal após processos de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada (BRASIL, 2004). O extrativismo de plantas medicinais tem sido feito ao longo do tempo, sem nenhuma orientação a respeito do manejo e dos limites de coleta e, por isto, a idade das folhas deve ser observada no momento da coleta. Em uma pesquisa verificou-se discordância nas repostas porque um informante indicou a coleta das folhas mais novas, outro citou as folhas mais 176 maduras, mais velhas e viçosas e o último, num estágio intermediário, ou seja, “nem muito velha, nem muito nova” (RODRIGUES, 2002). Quanto à idade das plantas e o gênero, verificou-se que houve associação significativa entre estes. As mulheres usam as plantas mais na idade adulta (46,4%) e os homens, citaram usar as plantas, em ambas as idades (58,8%). Essa diferença pode estar relacionada ao fato das mulheres trabalharem mais com espécies herbáceas, de ciclo rápido e que atingem o máximo de biomassa quando adultas, enquanto os homens com espécies arbóreas e ou arbustivas, que por terem ciclo longo são colhidas em qualquer época. 6.6. Etnofarmacologia: concordância das citações de uso e força medicinal O interesse na utilização das plantas medicinais no tratamento das doenças ocorre desde o início da civilização, com crescimento substancial nos últimos anos, no mundo, inclusive no Brasil devido, entre outros fatores, ao baixo custo, facilidade de acesso e sua compatibilidade etnocultural, despertando interesse nas indústrias, pesquisas científicas e literaturas na área (NOGUEIRA et al., 1996; ALBUQUERQUE et al., 2007; PARVEEN et al., 2007; BRASIL, 2007; UPADHYAY et al., 2010). Os levantamentos etnobotânicos e etnofarmacológicos são fundamentais para facilitar as investigações dos efeitos farmacológicos e do isolamento, purificação e caracterização de princípios ativos, diminuindo as etapas para produção de um fitoterápico com eficácia e segurança para uso humano. A contribuição da população do DNSAC para pesquisas futuras, resultaram em uma lista com 409 espécies vegetais medicinais, pertencentes a 285 gêneros e 102 famílias, das quais 98 (24,0%) foram identificadas pelo Herbário UFMT, 278 (67,97%) por meio de consulta à literatura especializada e 33 (8,06%) encontram-se em fase de identificação. As 409 espécies foram utilizadas no DSNAC para tratar 103 diferentes enfermidades, distribuídas em 18 categorias da CID-10. As espécies medicinais mais utilizadas foram identificadas usando a porcentagem de concordância quanto aos usos principais (CUPc) e a força medicinal (FM). A utilização desses parâmetros serviu para apontar o uso mais difundido e aceito para cada espécie, pois evidencia um alto consenso de informações e, conseqüentemente, implica 177 em maior segurança quanto ao uso das espécies medicinais (VENDRUSCOLO e MENTZ, 2006). Nesse estudo como resultado do consenso de utilização das plantas medicinais pelas comunidades do DNSAC obteve-se 11 espécies de maiores forças medicinais (CUPc > 40%) empregadas no tratamento de 34 diferentes enfermidades, abrangendo 15 das 18 categorias da CID-10. As 11 espécies medicinais de maior consenso foram: Plectranthus barbatus (boldo; CUPc de 93,55%), Macrosiphonia longiflora (velame-branco; 69,35%), Palicourea coriacea, (douradinha; 64,52%), Chenopodium ambrosioides (erva-de-santa-maria; 61,29%), Scoparia dulcis (vasourinha; 58,06%), Myracrodruon urundeuva (aroeira; 53,23%), Stryphnodendrom adstringens (barbatimão; 51,61%), Solidago microglossa (arnica-brasileira; 48,39%), Lafoensia pacari (mangava-braba; 48,39%), Vernonia condensata (figatil-caferana; 46,77%) e Costus spicatus (caninha-do-brejo; 45,16%). Encontram-se distribuídas em 5 categorias CID-10: doenças do aparelho digestório com 3 espécies, Plectranthus barbatus, Vernonia condensata e Lafoensia pacari; atividade hematocatártica (depurativa do sangue) com 1 espécie, Macrosiphonia longiflora; doenças do aparelho geniturinário com 3 espécies, Palicourea coriacea, Stryphnodendrom adstringens e Costus spicatus; doenças infecciosas e parasitárias com 1 espécie, Chenopodium ambrosioides; lesões cutâneas e algumas outras conseqüências de causas externas com 3 espécies, Scoparia dulcis, Myracrodruon urundeuva e Solidago microglossa. 6.6.1. Plantas utilizadas no aparelho digestório Os estudos sobre doenças gastrintestinais apontam que 70% da população brasileira sofrem de algum problema estomacal (dor de estômago, azia, distensão abdominal, flatulência, náuseas e vômitos), decorrente de diversos fatores tais como, ingestão de bebidas xânticas ou alcoólicas, problemas circulatórios provocados por temperaturas excessivamente altas, esforço incomum, muito sol, alguns medicamentos, nicotina do cigarro, alguns alimentos como frutas demasiadas ácidas, refeições irregulares e rápidas, alimentos gordurosos e comida sem higiene, apimentadas ou incomuns (CHINZON et al., 2002; QUIGLEY et al., 2006; TYGAT et al., 2006). A persistência desses transtornos estomacais associadas ou não, a presença do Helicobacter pylori, pode evoluir para úlceras gastroduodenais. Os estudos epidemiológicos indicam que a prevalência de úlceras pépticas na população geral é de aproximadamente 5 a 178 10%, com variações regionais (SCHLESINGER et al., 1992; KREISS e BLUM, 1997), acometendo mais a população idosa (CURADO, 2005). As espécies utilizadas para problemas no aparelho digestório foram Plectranthus barbatus e Vernonia condensata, utilizadas para tratar transtornos gastrintestinais e Lafoensia pacari, para tratar úlceras gastroduodenais. Plectranthus barbatus foi à planta medicinal de maior consenso entre os informantes do DNSAC, para transtornos gastrintestinais. A forma de preparo mais utilizada foi a maceração de 2 a 3 folhas frescas em 1 copo de água deixando descansar por até 1 h, utilizada por 1 dia apenas. Essa planta foi também indicada para categorias de doenças CID-10, como dores (XVIII), fígado (XI) e mal-estar (XI). P. barbatus, pertence à família Lamiaceae, é uma planta subarbustiva, perene, aromática, originária nativos de regiões tropicais da África, Ásia e Austrália e da Índia e trazida para o Brasil provavelmente no período colonial (LORENZI e MATOS, 2002), sendo encontrada facilmente em quintais, jardins e terrenos. O alto índice de consenso para uso de P. barbatus, em problemas gástricos entre os informantes do DNSAC, pode estar relacionado a diversos fatores, tais como alta prevalência de doenças estomacais entre a população, tradição de uso, fácil cultivo e obtenção e por ser uma planta das mais conhecidas do país (CARRICONDE et al., 1996; HANAZAKI et al., 1996; SILVA-ALMEIDA e AMOROZO, 1998; AMOROZO e GÉLY, 1988 ALASBAHI et al., 2010; MAIOLI et al., 2010). Em todos os levantamentos etnobotânicos pesquisados, P. barbatus aparece como uma das plantas mais utilizadas para problemas estomacais (GONÇALVES e MARTINS, 1998; BENNETT e PRANCE, 2000; JORGE, 2001; MARTINAZZO e MARTINS, 2004; PASA, 2004; BIESKI e DE LA CRUZ, 2004; ALMASSY JUNIOR, 2004; ARNOUS et al., 2005; LUKHOBA et al., 2006; COSTA, 2006; MACIEL e GUARIM NETO, 2006; MAIOLI et al., 2010; ALSBAHI e MELZIG, 2010), colesterol, flatulência, sangue, triglicerídeo, abortiva (VENDRUSCOLO e MENTZ, 2006) e altas doses ou uso prolongado causam irritação gastrintestinal e elevação da pressão arterial (BIESKI, 2006). P. barbatus apresenta capacidade biosintética para produzir uma variedade de metabólitos secundários com importância químico-farmacológica, destacando-se entre estes os diterpenos extraídos de suas raízes, caule e folhas: forscolina, ciclobutatusina, barbatusina, 6-β-hidroxicarnosol, barbatusol, plectrina, cariocal, coleonona E e F, plectrinonas A e B, abietano e filocladanos, ent-cauranos (TANDON et al., 1977; RUEDI et al., 1986; BARREIRO e FRAGA, 2001; RASKIN et al., 2002; ABDEL-MOGIB et al., 2002; 179 CÂMARA et al., 2003;MARQUES et al., 2006; WELLSOW et al., 2006; MOURA et al., 2007) e também os constituintes ativos presentes no óleo essencial das partes aéreas e raízes: ácido rosmarínico, α-pineno, β-felandreno, (Z)-β-ocimeno, manol e abietatrieno (KERNTOPF et al., 2002; ALBUQUERQUE et al., 2002; RODRIGUES et al., 2008; PORFÍRIO et al., 2010). Dentre os vários compostos ativos isolados de P. barbatus, destacam-se o diterpeno forscolina, detentor de atividade broncodilatadora (BARREIRO e FRAGA, 2001) e o ácido rosmarínico, que exibe atividade antioxidante e anticolinesterásica (RODRIGUES et al., 2008; PORFÍRIO et al., 2010) e na organogênese (ALMEIDA e LEMONICA, 2000). Estudos farmacológicos pré-clínicos realizados utilizando o extrato aquoso, hidroalcoólico e metabólico das folhas, talos ou raízes de P. barbatus comprovaram efeitos benéficos nos transtornos gastrintestinais (ROUNCE, 1933; JARRETT, 1950; BAERTS e LEHMANN, 1989; JOHNS et al., 1990; FISCHMAN et al., 1991; KOKWARO, 1993; GUPTA et al., 1993; CARRICONDE et al., 1996; BENNETT e PRANCE, 2000; LORENZI e MATOS, 2002; CÂMARA et al., 2003; BRASIL, 2004; ALMASSY JUNIOR, 2004). Na literatura ainda são referidas para essa planta as atividades antiulcerogênica (FISCHMAN et al., 1991; SCHULTZ et al., 2006), antioxidante (RODRIGUES, 2008; GOMES et al., 2008; MAIOLI et al., 2010; ALASBAHI et al., 2010; PORFÍRIO et al., 2010), antiespasmódica (TANDON et al., 1977; CÂMARA et al., 2003), antiasmática (KASONIA, 1995), antitumoral, anti-hipertensiva, antiagregante plaquetário e antinociceptiva (TANDON et al., 1977; BHAT et al., 1977; KELECOM,1983; COSTA, 2006), antiinflamatória, antibacteriana, antiviral e antifúngica (MEYERHOFF, 1978; KOKWARO, 1993; RWANGABO, 1993; ALASBAHI et al., 1999; NEUWINGER, 2000; COS et al., 2002; MATU e STADEN, 2003; COSTA, 2006), antimalárica (NEUWINGER, 2000; SCHLAGE et al., 2000; STEELE et al., 2002) e fotoprotetora (ROSA et al., 2008). Os ensaios toxicológicos pré-clínicos realizados não demonstraram evidências de toxicidade para o extrato aquoso das folhas e do caule de P. barbatus (FISCHMAN et al., 1991). Porém o extrato hidroalcoólico concentrado das folhas em altas doses é abortivo (ALMEIDA e LEMONICA, 2000). Apesar de ampla utilização mundial de P. barbatus, não foram encontrados estudos clínicos em humanos e nem registro desta planta como fitoterápico. Porém, foram umas das espécies que compôs a lista de plantas da CEME, faz parte da RENISUS, além da Lista de Drogas Vegetais constantes na RDC nº 10/2010 da ANVISA, para comercialização na forma de chás e/ou fitoterápicos, considerada uma das espécies de potencial para avanços nas etapas 180 da cadeia produtiva e de geração de produtos de interesse ao SUS (BRASIL, 2006; 2009; 2010). Vernonia condensata foi à segunda planta de maior consenso medicinal utilizada para transtornos gastrintestinais no DNSAC, além de usos referidos para as categorias de doenças CID-10 como, problemas no fígado (XI) e câncer (II). A forma de preparo mais empregada para esta planta foi à infusão das folhas frescas, utilizada durante 3 a 5 dias. V. condensata, pertence à família Asteraceae, é uma arbustiva, perene, provavelmente de origem africana, provavelmente foi trazida para o Brasil pelos escravos, estando bem adaptadas às nossas condições geoclimáticas. Sua distribuição abrange todo território brasileiro, podendo ser encontrada com freqüência nos estados Mato Grosso, Goiás, Distrito Federal, São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Amazonas (GRANDI et al., 1988; BARRETO et al., 1994; MATZENBACHER e MAFIOLETI, 1994; LORENZI e MATOS, 2002). Também é cultivada em quintais, jardins e terrenos. V. condensata apresenta grande importância econômica, sendo largamente cultivada com propósitos alimentícios, medicinais e ornamentais (LEITÃO FILHO, 1972). Essa espécie é empregada na medicina popular principalmente no tratamento de desordens gastrintestinais, com ampla utilização em várias partes do Brasil (RIZZO et al., 1985; FURLAN, 1999; BOORHEM, 1999; BIESKI, 2005; MACIEL e GUARIM NETO, 2006; CAVALLAZZI, 2006; BARBASTEFANO e BRITO, 2007; SILVA et. al., 2008), além de seu uso como analgésica e antiinflamatória (BOORHEM, 1999). Os principais constituintes químicos presentes na folha da V. condensata são os glicosídeos esteroidais: vernoniósido β2, vernoniósidos D, D1, e D2 (VALVERDE, 1999) triterpenóides: lupeol e lupenol (BOHLMANN et al., 1981) e derivados dos ácidos caféico e clorogênico. Nas partes aéreas estão os constituintes químicos lactonas sesquiterpênicas: 19hidroxivernólido, vernólido, vernodalina, 11-β,13-diidrovernodalina, 11-β,13-diidro-hidróxivernólido e 11-β,13-diidro-19-hidróxi-vernólido (JAKUPOVIC et al., 1987). Os constituintes químicos de V. condensata responsáveis pela atividade antibacteriana, foram os triterpenos e lactonas sesquiterpênicas (BOHLMANN et al., 1981; JAKUPOVIC et al., 1987; ROOS et al., 1998), pela antiinflamatória e analgésica foram os glicosídeos esteroidais e vernoniósidos β2 (VALVERDE et al., 1999) e a mistura dos vernoniósidos D1 e D2 responsáveis pela atividade antitumoral e imunossupressora (DAVINO, 1989; LOPES, 1991; JISAKA et al., 1993; FREIRE, 1996). 181 Frutuoso et al. (1994), Valverde et al. (2001), Monteiro et al. (2001) e Zanon (2006) relataram que o extrato aquoso bruto das folhas de V. condensata possui atividade em transtornos gastrintestinais, bem como analgésica, antiulcerogênica, antiinflamatória e cardiotônica (FRUTUOSO et al., 1994; DAVINO, 1989; FREIRE, 1996; LOPES, 1991; BOORHEM et al., 1999; VALVERDE et al., 2001), sedativa (ZANON, 2006) e imunomoduladora (CORREA et al., 2006). E o extrato metanólico das folhas, caule e raízes foram responsáveis pela atividade antimicrobiana (BOUZADA et al., 2005). Sob o ponto de vista toxicológico pré-clínico, o extrato aquoso liofilizado das folhas de V. condensata aparentemente, é isento de toxicidade aguda, não apresentando risco de mutagenicidade ou teratogênicidade (MONTEIRO et al., 2001). Também esse extrato não apresenta genotoxicidade (GUERRA, 1994). V. condensata não compôs a lista de espécies estudadas na CEME, mas faz parte da Coletânea Científica de Plantas de Uso Medicinal da FIOCRUZ/Ministério da Saúde, da RENISUS e da Lista de Drogas Vegetais ANVISA (BRASIL, 2005; 2006; 2009; 2010). Lafoensia pacari foi à espécie de maior força medicinal para úlceras gastroduodenais no DNSAC. A forma de preparo dessa espécie se deu principalmente na forma de maceração da casca em água deixando na geladeira, com uso de 10 a 15 dias, além de ter sido referida para usos em outras categorias da CID-10 como, transtornos gastrointestinais (XI), cicatrização (XIX), diarréica (I), dor (XVIII) e problemas renais (XIV). Essa espécie pertencente à família Lythraceae, é uma árvore de fitofisionomia do cerrado sentido restrito, cerradão, mata ciliar, mata seca (MENDONÇA et al.,1998; SILVA JÚNIOR, 2005) e florestas de altitude (LORENZI, 1992). No Brasil está presente no Distrito Federal, Bahia, Goiás, Minas Gerais, Amazonas, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina, Amapá, Pará e Rio Grande do Sul (SANTOS e COELHO, 2006) e em muitos municípios de Mato Grosso (FELFILI et al., 2002; RATTER et al., 1973; TONELLO, 1997). Foram verificados em diversos registros etnobotânicos que L. pacari é utilizada popularmente tanto para desordens gastrintestinais como úlceras gastroduodenais (MIRANDA e GUARIM NETO, 1986; GONÇALVES e MARTINS, 1998; LIMA 1999; JORGE, 2001; TONELLO, 1997; SOLON, 1999; SILVA JÚNIOR, 2005; JESUS et al., 2007; 182 MAZZAROTO, 2009; CARNEIRO, 2009), sendo ainda referidos seus usos como tônica e febrífuga (REITZ, 1969; CORREIA, 1984; LORENZI, 1992), para emagrecimento, coceiras, feridas e dores estomacais (TONELLO, 1997), inflamação (TONELLO, 1997; GUARIM NETO, 1987; ROGÉRIO, 2002; SILVA JÚNIOR, 2005) e pneumonia (BUENO et al., 2005). Os estudos fitoquímicos preliminares da entrecasca de L. pacari, revelaram as presenças de esteróides livres, saponinas e taninos catéquicos (SOUZA e SOUZA Jr, 1997), taninos pirogálicos, dentre os quais o ácido elágico (tido como o composto majoritário), saponinas, esteróides, triterpenóides, fenóis simples, ácidos fixos fortes e fracos, bases quaternárias e aminoácidos (SÓLON et al., 2000; ROGÉRIO et al., 2006; 2008). O extrato bruto metanólico de L. pacari e o ácido elágico têm sido motivos de intensas e recentes investigações farmacológicas, com promissores resultados antiúlcera, antioxidante e anti-H. pylori (MURAKAMI et al., 1991; AKUBE e STOHS, 1992; RAMANATHAN e DAS, 1992; SARTORI e MARTINS, 1996; TAMASHIRO-FILHO, 1999; BESERRA et al., 2008); também foram comprovadas outras atividades para L. pacari, como antialérgica (ROGERIO et al., 2010), antitérmica (ALBUQUERQUE et al., 1997), antiinflamatória (ALBUQUERQUE et al., 1996; ALBUQUERQUE e LOPES, 1999) imunomoduladora (ALBUQUERQUE et al., 1996), anorética (TAMASHIRO-FILHO, 1999), antifúngica e antimicrobiana (SOUZA et al., 2002; NARUZAWA et al., 2005; LIMA et al., 2006; PORFÍRIO et al., 2009) e antidepressiva (GALDINO et al., 2009). Estudos da toxicidade genética da L. pacari indicaram uma possível ausência de efeitos nocivos confirmando seu largo emprego na medicina popular (PORTO et al., 2008). Das 11 espécies medicinais de maior força medicinal no DNSAC, a L. pacari revela-se como um fitoterápico em potencial, talvez aquela com maiores estudos até o momento, pois seu extrato metanólico, na forma de cápsulas, foi submetido a ensaios clínicos em 55 pacientes dispépticos, aliviando em 74% os sintomas dispépticos, porém mostrou-se inativa contra o H. pylori. Nesse mesmo estudo revelou causar mínimos efeitos colaterais (DA MOTA MENEZES et al., 2006), confirmando a aparente ausência de toxicidade referida em experimentos anteriores com roedores (TAMASHIRO-FILHO, 1999; BESERRA et al., 2008). 183 Foi encontrado um registro de patente de uma loção para tratamento capilar, tendo a infusão das folhas de L. pacari como um dos componentes ativos da formulação (PI 99035189 A2). Descrição: “Loção para tratamento capilar e respectivo processo de preparação". Loção para combate a calvície e tratamento da caspa obtida a partir de espécies vegetais da flora brasileira: pacari, pau podre, barbatimão, pau d'óleo e eucalipto. O produto e obtido através da infusão de folhas de pacari, pau podre, barbatimão e eucalipto e óleo ou seiva de pau d'óleo ou copaíba. Apesar do nível avançado de estudos químico-farmacológicos, a L. pacari, que compôs a Lista de espécies estudas pela equipe da CEME, não consta da lista da RENISUS, nem na Lista de Drogas Vegetais da RDC nº 10/2010 da ANVISA indicando que estas listas são incompletas e não contemplaram muitas das espécies relevantes do país (BRASIL, 2006; 2009; 2010) 6.6.2. Plantas com atividade hematocatártica As enfermidades hematocatártica estão relacionadas a problemas no sangue, se enquadrando na categoria XVIII como sintomas, sinais e achados anormais de exames clínicos e de laboratório, não classificados em outra parte. Nas comunidades do DNSAC uma parte expressiva das Plantas Medicinais foi indicada como depurativo do sangue. O termo depurativo do sangue é muito antigo e usado pela população para referir a atividade da planta sobre o organismo com suposta atividade de certos medicamentos que limpam as “impurezas” do sangue. Essas “impurezas” aflorariam como manifestações cutâneas (piodermites ou lesões sifilíticas), e nas articulações desaparecendo com o efeito dos depurativos, que evitariam essas manifestações por ação direta sobre o sangue, que purificam o organismo, facilitando a eliminação de produtos do metabolismo (MATOS, 2000; AGELET e VALLÉS, 2003; LORENZI e MATOS, 2008). Macrosiphonia longiflora teve o maior índice de consenso pelos informantes do DNSAC dentre as espécies usadas como depurativo do sangue. É utilizada na forma de decocção de seu xilopódio, de 2 a 3 vezes ao dia, durante 7 dias. Essa planta foi citada para o tratamento de outras categorias de doenças como derrame (VI), diurético (XIV), dor (XVIII), estômago (XI), garganta (XVIII), relaxante muscular (XIII), vitiligo (XII) e coração (IX). M. longiflora pertencente à família Apocynaceae, é um subarbusto ereto, simples ou ramificado com altura média de 12 - 30 cm. Recebe a denominação vernacular de velame ou jalapa-do-campo. Esta espécie ocorre em boa parte do Brasil, como os estados de Mato 184 Grosso, Goiás, Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Rio Grande do Sul, sendo encontrada também no Uruguai, Argentina, Paraguai e Bolívia. Seu habitat é em áreas de cerrados, campos limpos e campo cerrado (BARBAN, 1985; RIBEIRO, 2009). Os levantamentos etnobotânicos consultados referem também o uso de rizoma da M. longiflora como depurativa do sangue (GARLET e IRGANG, 2001; AMOROZO, 2002; GUARIM NETO e MORAIS, 2003; BIESKI, 2008; CARNEIRO, 2009), além dos usos para problemas nos rins, mancha no corpo, pano branco, impinge, curar ferida, queimadura, alergia, inflamação uterina, inflamação, gripe, febre, hemorragia, anti-sifilítica, anti-reumática e úlceras gástricas (GARLET e IRGANG, 2001; AMOROZO, 2002; GUARIM NETO e MORAIS, 2003; BIESKI, 2008). Trata-se de uma espécie inédita com respeito a estudos químicos ou farmacológicos. Não fez compôs as espécies de Pesquisa da CEME, e nem faz parte da RENISUS ou na Lista de Drogas Vegetais da ANVISA, particularmente pela ausência de estudos, embora seja largamente empregada no Brasil Central. 6.6.3. Plantas utilizadas no aparelho geniturinário A infecção urinária consiste na colonização microbiana da urina com a invasão tecidual de qualquer estrutura do trato urinário. Os microrganismos podem chegar ao trato urinário por três vias: ascendente, hematogênica e linfática. As infecções do trato urinário causam a uretrite, ou inflamação da uretra, e a cistite, ou inflamação na bexiga (BLACK, 2002). O fluxo urinário comprometido, mecânica ou funcionalmente, e a condição básica mais comum que predispõem os pacientes a Infecções do Trato Urinário (ITU). As infecções do trato urinário estão entre as mais comuns de todas as infecções vistas na pratica clinica No Brasil, um total de 80% das consultas clínicas deve-se a infecção do trato urinário (MOREIRA et al., 2003). As cistites representam um problema de saúde na mulher, afetando entre 10% e 20% destas durante suas vidas, sendo que 80% apresentam infecções recorrentes (PALMA e DAMBROS, 2002). Entretanto, estudos indicam que aproximadamente 50 a 70 % das mulheres apresentam pelo menos um episodio de ITU, sendo que, 20 a 30% destas apresentam episódios recorrentes (GARCIA et al., 2001). No entanto, a real incidência de ITU e, provavelmente, subestimada porque pelo menos metade de todas as infecções urinárias se resolve sem atenção médica (Poletto e Reis, 2005). Já a recorrência de ITU apos a primeira infecção acontece em 185 50% das mulheres durante o primeiro ano de seguimento, e em 75% dos casos no período de dois anos de evolução. Não ha dados comparativos para o sexo masculino (KOCH e ZUCCOLOTTO, 2003) As ITUs adquiridas na comunidade quase sempre são causadas por microrganismos da microbiota intestinal normal, sendo a Escherichia coli a bacteria mais frequentemente isolada. Outras bactérias encontradas são Proteus mirabilis, Klebsiella pneumoniae e Enterococcus faecalis. Estes agentes infecciosos alcançam a bexiga mais facilmente através da curta uretra feminina do que da uretra masculina mais longa (BLACK, 2002; MORA et al., 2008). Palicourea coriacea foi a primeira espécie de maior consenso entre os informantes do DNSAC, para uso nas afeções renais, utilizando-se as folhas e cascas na forma de decocto com duração de até 7 dias, além de sua utilização em menor consenso para as categorias de doenças da CID-10 como, câncer de próstata (II), coração (IX), depurativo do sangue (XVIII), diurético (XIV), gripe (X), hipertensão (IX), insônia (V) e relaxante muscular (XIII). P. coriacea, pertence à família Rubiaceae, é uma planta arbustiva, perene, nativa do cerrado brasileiro, região central do Brasil, como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás e Distrito Federal, conhecido popularmente como douradinho (IBGE, 1988; LORENZI e MATOS, 2008). Em levantamentos etnobotânicos verificaram uso de P. coriacea para afeções renais (PASA, 2004; GOMES e LIÃO, 2005; SOUZA e FELFILI, 2006; KATO et al., 2006), além de seu uso para combater o envelhecimento, congestão linfática e prevenção de doenças de pele e inflamações (SOUZA e FELFILI, 2006; KATO et al., 2006; LORENZI e MATOS, 2008). São referidos alguns constituintes químicos da P. coriacea, dentre os quais estão βcarbolina, ácido epi-estrictosidínico, ceto-estrictosidina, calicantrina, além do ácido ursólico, tetraidro-β-carbolina, trissacarídio e monoterpênicos indólicos e croceaína A, clicantina (GOMES e LIÃO, 2005; DO NASCIMENTO et al., 2006; SILVA et al., 2008; NARINE e MAXWELL, 2009) além da rica fonte de alantoína (SILVA et al., 2006; CONSOLARO et al., 2009). Em estudos farmacológicos com o extrato hidroalcoólico de P. coriácea, comprovam a atividade antimicrobiana (KATO et al., 2006), antiinflamatória (GOMES et al., 2005), anticonvulsivante e cicatrizante (CONSOLARO et al., 2009). Sob o ponto de vista toxicológico pré-clínico o extrato bruto das folhas de P. coriacea aparentemente demonstrou ser atóxico (PEREIRA et al., 2006). 186 Essa espécie não constou na seleção de plantas da CEME, nem consta na RENISUS e Lista de Drogas Vegetais da ANVISA. Costus spicatus, foi a segunda espécie de maior consenso entre os informantes do DNSAC, para afecções renais, sua utilizada foi na forma de chá infuso das folhas ou decocto das cascas por até 15 dias. Além de ter sido referida em outras categorias de doenças da CID10 como, relaxante muscular (XIII), depurativo do sangue (XVIII), rins (XIV) dor (XVIII), fraturas ósseas (XIX), inflamação uterina (XIV), hipertensão (IX) e verminose (I). Esta planta pertencente à família Costaceae, é uma espécie perene, encontrada em locais úmidos do Sul do México, Yucatan, Costa Rica, norte da Colômbia (SILVA et al., 1999) em florestas chuvosas, savanas, ou em afloramentos graníticos (MAAS, 1972) e no BRASIL, sendo distribuída na mata Atlântica e região Amazônica, além de seu cultivo em muitos quintais do Brasil. Os constituintes ativos presentes nessa planta foram a inulina, ácido oxálico, taninos, sistosterol, saponinas, sapogeninas, mucilagens e pectinas (GUARIM NETO, 1989; CORRÊA et al., 1998; VIEIRA E ALBUQUERQUE, 1998), responsavéis pela atividade antioxidante e antimicrobiana (IWU e ANYANWU, 1982; YAMADA et al., 1982; BANDARA et al., 1989; JITOE et al., 1992; HARAGUCHI et al., 1996), Também foram descritos a estrutura e o isolamento de dois novos di-glicosídeos flavônicos, como a tamarixetina 3-O-neo-hesperidosídeo e o canferídio 3-O-neo-hesperidosídeo. Informações etnofarmacológicas registram o uso do rizoma e folhas como diurético (GUARIM NETO, 1989, MARTINS et al., 2003, MEDEIROS et al. 2004; TRESVENZOL et al., 2006; RIBEIRO et al., 2009), tônico, emenagogo e diaforético, enquanto o suco da haste fresco diluído em água tem uso contra gonorréia, sífilis, nefrite, picadas de insetos, problemas da bexiga e diabetes (GUARIM NETO, 1989; VAN DEN BERG, 1993; CORRÊA et al.,1998; VIEIRA e ALBUQUERQUE, 1998; MORS et al., 2000). Externamente, sua decocção é empregada para aliviar irritações vaginais, leucorréia e no tratamento de úlceras (BOORHEM, 1999), enquanto que na forma de cataplasma é empregada para amadurecer tumores (MORS et al., 2000). Além destes, foram identificados outros compostos muito conhecidos como quercetina 3-O-neo-hesperidosídeo, juntos com mais seis outros flavonóides (SILVA et al., 2000; GASPARRI, 2005). Em estudos pré-clínicos objetivando avaliar o extrato aquoso e hidroalcoólico de C. spicatus sob o ponto de vista farmacológico, onde se confirmou atividades analgésica, antiedematogênica e antiespasmódica (ESPÍNDOLA et al., 2000), antioxidante, 187 antiinflamatória e antimicrobiana (IWU e ANYANWU, 1982; YAMADA et al., 1982; BANDARA et al., 1989; JITOE et al., 1992; CZARNECK e GRZYBEK, 1995; HARAGUCHI et al., 1996; SILVA et al., 2000; GASPARRI, 2005) e imunomoduladora (TOMODA et al., 1994). Essa espécie não constou na seleção de plantas da CEME, nem consta na RENISUS e nem na Lista de Drogas Vegetais da ANVISA. Stryphnodendrom adstringens apresenta-se com alto consenso entre os informantes do DNSAC para inflamação uterina, sendo utilizada na forma de banho de acento com decocção da casca por até 7 dias e infusão internamente por até 3 dias. Além de seu uso ter sido referido para outras categorias de doenças da CID-10 como, cicatrizante (XIX), úlcera (XI), bexiga (XIV), bronquite (X), cólica (XIV), estômago (XI), fraturas ósseas (XIX) e relaxante muscular (XIII). S. adstringens, pertencente à família Leguminosae, é nativa do Brasil, com ocorrência desde o cerrado do Paraná e São Paulo até Mato Grosso, é uma árvore de pequeno porte, com caule e ramos tortuosos, revestida de pouca folhagem e caracteriza-se como uma das plantas úteis do Cerrado (CORRÊA, 1926; BRASIL, 2005). Os estudos etnobotânicos apontam o uso para inflamação uterina (MIRANDA, 1996; GONÇALVES e MARTINS, 1998; DE LA CRUZ e GUARIM NETO, 1997; SANTOS e MELLO, 2003; MACIEL e GUARIM NETO, 2006; MAZZAROTO, 2009), além de seu uso para feridas, hemorragias, diarréias, inflamação da garganta, úlceras, dentre outras indicações (MIRANDA, 1996; SANTOS e MELLO, 2003, LOPES et al., 2003; MACEDO e FERREIRA, 2004; BIESKI, 2005; OLIVEIRA e FIGUEIREDO, 2007; SOUZA et al., 2007). Esta planta também se encontra na relação de plantas medicinais úteis à sobrevivência no pantanal citada como cicatrizante (POTT et al., 2004). Os componentes químicos principais de S. adstringens são as catequinas e proantocianidinas dimerizadas: catequinas e bis-catequinas são os principais constituintes do extrato hidro-acetônico da casca seca. Os monômeros incluem galocatequina, epi- galocatequina, 4‟-O-metil-galocatequina e ésteres de epi-galocatequina. Na complexa mistura de dímeros encontram-se várias formas epímeras e o 5-desoxi-análogo de galocatoquina, robinetinidol (MELLO et al., 1993, 1996, 1999). A casca é rica em taninos, com percentual variando de 10-37% (CORRÊA, 1984; ALMEIDA et al., 1998; SANTOS et al., 2002; HOLTEZ et al., 2005; VASCONCELOS et al., 2004). Vários estudos têm confirmado algumas das propriedades farmacológicas pré-clínica do extrato hidroalcoólico da casca de S. adstringens, dentre elas estão a atividade, 188 antiinflamatória (VIEL et al. 1999; LIMA et al., 1998; ANTUNES et al. 2000, SILVA e PARENTE 2004), analgésica, antiedematogênica e antiespasmódica (BRASIL, 2004), antiulcerogênica (CORRÊA, 1984; ALMEIDA et al., 1998; AUDI et al., 1999; MARTINS et al., 2002), anti-hemostática, anti-hemorrágico (CORRÊA, 1984; ALMEIDA et al., 1998); antiviral (HOLETZ et al., 2005; FELIPE et al., 2006); antimicrobiano (ISHIDA et al., 2006), anti-protozoário (BEZERRA et al., 2002; HERZOG-SOARES et al., 2002; LUIZE et al., 2005; LOPES et al., 2005; HERZOG-SOARES et al., 2006), antimicrobiano (GONÇALVES et al., 2005; ORLANDO, 2005; SOARES et al., 2008) e cicatrizante (LOPES et al., 2005). Lucena et al. (2008) desenvolveram uma formulação que incorporou o extrato bruto de S. adstringens e que foi capaz de se manter estável ao longo de pelo menos três meses. A pomada foi capaz de neutralizar os efeitos hemorrágicos e a miotoxicidade induzida pela peçonha de Bothrops pauloensis. Em estudo toxicológico pré-clínico realizado com extrato aquoso de S. adstringens, verificou-se ausência de toxicidade, mas não foram realizados estudos específicos de hepatotoxicidade (SANTOS e MELLO, 2003). Em ensaio sobre a toxicidade aguda do extrato bruto, em período de 30 dias, foi verificados indícios de toxicidade, sugerindo que S. adstringens, pode ser seguro em curto prazo, porém de segurança duvidosa em longo prazo (LIMA et al., 1998; AUDI et al., 1999; REBECCA et al., 2002; ALMEIDA et al., 2009). S. adstringens fez parte do elenco definitivo de espécies de plantas da CEME, as Monografias de Plantas Medicinais Brasileiras Aclimatadas e da RENISUS, porém não consta da Lista de Drogas Vegetais da ANVISA (GILBERT et al., 2005; BRASIL, 2005; 2009). A utilização da dose incorreta e da parte da planta indevida ou a automedicação errônea podem causar efeitos colaterais indesejáveis (TUROLLA e NASCIMENTO, 2006). Calliari-Martin et al. (2001) afirmam existir uma dose limite para cada agente químico, abaixo da qual não é observado nenhum efeito e a partir da qual este efeito aparece. Somente podem ser utilizadas como recurso terapêutico as plantas com efeitos bem conhecidos, em doses sempre moderadas e bem determinadas (MARTINS et al., 1995). 6.6.4. Plantas usadas em doenças infecciosas e parasitárias A freqüência de parasitoses intestinais em nosso país é sabidamente elevada, assim como nos demais países em desenvolvimento, sofrendo variações quanto à região de cada país, às condições de saneamento básico, ao nível sócio-econômico, ao grau de escolaridade, a idade e aos hábitos de higiene dos indivíduos (MACHADO et al., 1999; TIAGO et al., 2005). 189 As parasitoses podem ser adquiridas através da ingestão de ovos, cistos, larvas e adultos de helmintos e protozoários encontrados no solo, podendo os ovos e os cistos, serem levados pela poeira aos alimentos ou serem arrastados por correntes de água (REY, 2000). No caso da água, a contaminação ocorre através de enxurradas que atingem mananciais utilizados no abastecimento das comunidades e na irrigação de plantações, inclusive hortaliças (COELHO et al., 2001; MESQUITA et al., 1999; TAKAYANAGUI et al., 2000). Outra forma de contaminação é por meio de mãos sujas levadas diretamente à boca, tanto por adultos como por crianças e também por larvas que penetram ativamente na pele (PEDROSO e SIQUEIRA, 1997). Inicialmente as doenças parasitárias não apresentam sintomas tão aparentes, sendo assim negligenciadas pela saúde pública contribuindo para o agravamento do quadro clínico (FERREIRA et al., 2000). Chenopodium ambrosioides foi a espécie de maior consenso entre os informantes do DNSAC para combate às verminoses, sendo utilizada na forma de chá, por um período de até 3 dias. Além de seu uso como vermífugo, é também usada em outras doenças como: fraturas ósseas XIX, gripe (X), coração (IX), diabetes (IV), rins (XIV), cicatrizante (XIX). Essa espécie pertencente à família Chenopodiacae, herbácea, de forte aroma, é originária do México e América Tropical. No Brasil, essa espécie tem ampla distribuição, com ocorrência em quase todo o território brasileiro, onde recebe vários nomes populares dentre eles, mastruço, mastruz, erva-de-santa-maria, chá-do-méxico, erva-formigueira, ambrósia, erva lombrigueira e quenopódio (LORENZI e MATOS, 2008). Essa planta apresenta distribuição mundial, com uma ampla utilização etnobotânica como vermífuga (BALBACH, 1957; MIRANDA, 1996; GONÇALVES e MARTINS, 1998; JORGE, 2001; LORENZI e MATOS, 2002; MOREIRA et al., 2002; BIESKI, 2005; SILVA e ANDRADE, 2005; SANTOS e CORREIA, 2006; MONTELES e PINHEIRO, 2007; Cabral e CARNIELO, 2008; SILVA et al., 2008; MACIEL e GUARIM NETO, 2008), além de uso em outras enfermidades como: febrífuga, antiespasmódica, tônica, digestiva, problemas respiratórios, picadas de cobras e insetos, piolho, antiinflamatória, antireumática, cicatrizante, emoliente, fraturas ósseas, tuberculose, hepatite e corrimento vaginal (DI STASI et al., 1989; FRANÇA et al., 1996; RÊGO, 1995; MATOS, 2000; JAMART, 2000; LORENZI e MATOS, 2002; PEREIRA et al., 2004; MORAIS et al., 2005; TÔRRES et al., 2005). É considerada pela Organização Mundial da Saúde uma das espécies mais utilizadas entre os remédios tradicionais no mundo inteiro (JAMART, 2000; LORENZI e MATOS, 2002). 190 As análises fitoquímicas constataram nos frutos, cerca de 1 a 20% de óleo essencial, com até 90% de ascaridol. Nas sementes foram igualmente encontrados proteínas e ácidos como o palmítico, oléico e linoléico. As folhas e frutos contêm vários compostos flavônicos, alguns glicosilados (ARISAWA et al., 1971), além da presença de vitamina C, carotenóides e proteínas em teores elevados (PRAKASH et al., 1993; MATOS, 2000; MOREIRA et al., 2002; SANTOS e CORREIA, 2006). Foram comprovadas em estudos farmacológicos pré-clínicos utilizando extrato aquoso e metanólico das folhas e sementes de C. ambrosioides atividades anti-helmíntica (SOUSA et al., 1991; GIOVE, 1996; MOREIRA et al., 1998; MACDONALD et al., 2004) e também tripanossomicida (KIUCHI et al., 2002), antimalárica (POLLACK et al., 1990), leishmanicida (MONZOTE et al. 2006; PATRÍCIO et al., 2008), antigripal (MOREIRA et al., 2002; Santos e CORREIA, 2006), antiinflamatória e analgésica (IBIRONKE e AJIBOYE, 2007), imunoestimulante (ROSSI-BERGAMANN et al., 1997; NASCIMENTO et al., 2006; CRUZ et al. 2007) cicatrizante (RIZZINE e MORS, 1976; PINHEIRO Neto et al., 2005; PINHEIRO NETO et al., 2005), fungicida (VARGAS et al., 1997; DELESPAUL et al., 2000), alelopática (Osornio et al., 1996), antibacteriana (LALL e MEYER, 1999), antitumoral (NASCIMENTO et. al., 2006), moluscicida, nematicida e inseticida (HMAMOUCHI et al., 2000; INSUNZA et al., 2001). Paradoxalmente, pesquisadores da CEME, mostraram que C. ambrosioides possui atividade pró-helmíntica, podendo causar hiperverminose intestinal. C. ambrosioides foi estuda por López de Guimarães (2001) num estudo clínico controlado, idealizado para estudar a eficácia terapêutica contra ascaridíase utilizando albendazol e o suco das partes aérea da planta. Observou-se que embora C. ambrosioides teve eficácia semelhante ao de albendazol contra Ascaris lumbricóides, apresentou ser mais eficaz contra Hymenolepis nana. A ação vermífuga do mastruço contra parasitas intestinais, especialmente ascaris, oxiúrus e ancilóstomos, foi reconhecida oficialmente pela Farmacopéia Caribenha, que o recomenda para crianças na forma de chá, preparado por infusão ou decocção, em dose diária compreendida entre 0,03 e 0,1g das partes aéreas frescas por kg/de peso corporal, durante três dias consecutivos. Levando em consideração a sua ação pró-helmíntica, a Farmacopéia recomendou o uso de um purgativo salino ou oleoso três dias após a sua administração (ROBINEAU et al., 1997). Os ensaios de toxicidade pré-clínica com o extrato aquoso C. ambrosioides revelaram a presença de toxicidade, dependente da dose, e decorrente de seu princípio ativo ascaridol, 191 cujo teor no óleo nunca é inferior a 60% (SOUSA et al.,1991; PEREIRA at al., 2010), bem como a atividade genotóxica do extrato aquoso de C. ambrosioides, em ensaios in vitro (GADANO et al., 2002). Diante das observações expostas e dos cuidados necessários, a utilização de C. ambrosioides no tratamento das verminoses, esta só deverá ser indicada por médicos experientes e com conhecimento da área de plantas medicinais. C. ambrosioides constou no elenco definitivo da CEME e consta na RENISUS e na da Lista de Drogas Vegetais da ANVISA. 6.6.5. Plantas usadas em lesões cutâneas e causas externas A cicatrização de feridas é um processo fisiológico que se inicia com resposta inflamatória caracterizada pelo aumento de fluxo sangüíneo, permeabilidade capilar e migração de leucócitos para a região lesada. A permeabilidade capilar promove extravasamento de plasma e seus componentes formando o exsudado inflamatório (MODOLIN e BEVILACQUA, 1985; KUMAR et al., 2008; KUMAR et al., 2010; GADDI et al., 2004). Inicialmente, uma ferida é preenchida por coágulos, fibrinas e exsudado formando uma crosta que a isola do meio ambiente quase que imediatamente (COTRAN, 1989). Os neutrófilos e macrófagos são as primeiras células a migrarem para a região lesada em resposta do organismo à invasão bacteriana e ao fagocitarem as bactérias se degeneram formando o pus com os tecidos necróticos (GUYTON, 1991; SOSA et al., 2002). Scoparia dulcis foi a espécie de maior força medicinal no consenso dos informantes do DNSAC para fraturas ósseas. Utilizada internamente na forma de chá, 2 a 3 vezes ao dia, por um período de até 10 dias e externamente na forma de compressa ou banho, por até 30 dias, além de sua aplicabilidade em outras enfermidades, como tosse (XVIII), cicatrizante (XIX), inchaço de mulher grávida (XV), sífilis (I), coração (IX), depurativo do sangue (XVIII), diabetes (IV), dor (VIII), pneumonia (X), rins (XIV) e na categoria (XIV) para afecções na bexiga. S. dulcis é uma espécie anual, de hábito herbáceo, ereta, com caule liso, fino e muito ramificada, da família Scrophulariaceae, comumente encontrada em países tropicais e ocupa lugar de destaque entre as plantas medicinais do Brasil, cresce como erva daninha em quintais, terrenos e campos (LORENZI e MATOS, 2008). 192 S. dulcis está entre as espécies de maior citação bibliográfica em estudos etnobotânicos devido sua ampla popularidade no tratamento caseiro para fraturas ósseas, inflamações e cicatrizante (AMANN, 1969; MATOS, 1994; AÑEZ, 1999; JORGE, 2001; MOREIRA et al., 2002; GUARIM NETO e MORAIS, 2003; SILVA e ANDRADE, 2004), além de seu uso também para febre, diabetes, hipertensão, tosse, bronquite, diarréia, males estomacais, dor de dentes, bem como no tratamento de diabetes, da hipertensão arterial, retenção urinária, hemorróidas, picadas de insetos, herpes labial, contraceptiva e como abortifaciente (BRAGA et al., 1960; PERRY, 1980; AÑEZ, 1999; SOUSA et al., 1991; DE LA CRUZ, 1997; MATOS, 2002; GUARIM NETO e MORAIS, 2003; BIESKI, 2007). Em estudos fitoquímicos preliminares foram identificados nas raízes de S. dulcis os compostos bioativos como: 6-metoxi-benzoxazolinona, triterpenóides: ácido betulínico e iflaiônico (CHEN e CHEN, 1976; HAYASHI et al., 1994), na casca da raiz foram isolados hexaicosano, β-sitosterol e D-manitol (SATYANARAYANA, 1969), de sua parte aérea foram isolados uma matéria insaponificável, alcalóides, glut-5(6)-en-3β-ol e manitol (ALI e RAHMAN, 1966; SAHOO e MADHAVAN, 2009) além de ácidos escopadúlcico, escopadiol, escopadulciol, triterpenos glutinol e acacetina (TIWARI et al., 2002; MATOS, 2002; PARI e LATHA, 2004; BABINCOVÁ et al., 2008; BEH et al., 2010). Os estudos farmacológicos pré-clínicos com os extratos aquoso e hidralcoólico das folhas e raízes de S. dulcis apontam atividades analgésica e antiinflamatória e antilitíase (FREIRE et al., 1993; FREIRE et al., 1996; AHMED et al., 200; MATOS, 2002; RATNASOORIYA et al., 2003; MARICKAR et al., 2009), hipoglicemiantes (PEREIRA et al., 1949; FREIRE et al., 1993; PARI e LATHA, 2002; MATOS, 2002; PARI e LATHA, 2002; LORENZI e MATOS, 2008; BEH et al., 2010) anti-hipertensiva (CHOW et al., 1974), antiviral (HAYASHI, 1990), antibacteriana (DUARTE et al., 2002). O extrato hidroalcoólico de S. dulcis apresentou atividade hepatoprotetora, antioxidante e antiulcerogênica (NISHINO, 1993; HAYASHI., et al., 2004; MESIA-VELA, et al., 2004; BABINCOVÁ et al., 2008; SAHOO e MADHAVAN, 2009; Sen et al., 2009). Em investigações toxicológicas pré-clinicas foram evidenciadas ausencias de efeitos tóxicos do extrato de S. Dulcis em todos os parametros estudados (MATOS, 2002). S. dulcis constou no elenco definitivo da CEME, porém não consta na RENISUS e Relação de Drogas Vegetais da ANVISA. Myracrodruon urundeuva foi citada pela população do DNSAC como a planta com maior força medicinal para fraturas ósseas, onde a maioria informou utilizar externamente, a decocção da casca na forma de compressa ou banho, por um período de até 30 dias. É referida 193 também por essa mesma população para outras categorias como, inflamação uterina (XIV), cicatrizante (XIX), relaxante muscular (XIII), tosse (XVIII), anemia (III), bexiga (XIV), bronquite (X), câncer (II), depurativo do sangue (XVIII), hérnia (XIV). Segundo Lorenzi e Matos (2002; 2008), a M. urundeuva é uma espécie arbórea da família Anacardiaceae, apresenta grande distribuição geográfica na América do Sul, sendo que no Brasil ocorrem nas regiões Nordeste, Sudeste e Centro-oeste (DORNELES et al., 2005), considerada como um importante componente da vegetação arbórea da Caatinga (PRADO e GIBBS 1993), Cerrado e Pantanal, é freqüente em matas e cerradão com solo rico em cálcio (EMBRAPA, 2006). M. urundeuva é uma das principais plantas da medicina tradicional, conhecida pelo seu uso secular largamente usada na medicina popular brasileira para o tratamento de fraturas ósseas, propiciada pela atividade analgésica, antiinflamatória e cicatrizante (MATOS, 2000; JORGE, 2001; MACIEL e GUARIM Neto, 2006; LORENZI e MATOS, 2008; CARNEIRO, 2009), bem como para problemas dermatológicos, afeções cutâneas, afecções urinárias, problemas respiratórios (MATOS, 2000; JORGE, 2001; MACIEL e GUARIM NETO, 2006; LORENZI e MATOS, 2008; CARNEIRO, 2009). Diante à exploração predatória, essa espécie encontra-se na lista de espécies ameaçadas de extinção, na categoria vulnerável (IBAMA, 2008), exigindo estudos que garantam sua sobrevivência e viabilizem sua utilização em solos não incorporados ao sistema produtivo da região (MELLONE et al., 2000; POTT et al., 2004). Em estudos fitoquímicos da M. urundeuva foram encontrados diversos constituintes químicos, dentre eles estão os óleos essenciais extraído das folhas com 16 constituintes, sendo majoritários o α-pineno, γ-terpineno e o β-cariofileno (SOUSA et al., 1991; MORS et al., 2000), chalconas diméricas (VIANA et al., 1997; VIANA et al., 2003; BANDEIRA et al., 1994), compostos cicloeucalenol e cicloeucalenona (DANTAS, 2003), a lectinas isolados da casca e cerne. Em estudos farmacológicos pré-clínicos utilizando extrato aquoso e hidroalcoólico das cascas da M. urundeuva foram constatados atividade analgésica, antiinflamatória e cicatrizante (MENEZES, 1986; BANDEIRA et al., 1994; VIANA et al., 1997; VIANA et al., 1995; VIANA et al., 2003; CAVALCANTE et al., 2005; SOUZA et al., 2007; LORENZI e MATOS, 2008), antiulcerogênica, anti-histamínico e antibradicinina (MENEZES e RAO, 1986; LORENZI e MATOS, 2008), anti-cárie (MENEZES et al., 2010), antiulcerogênica, diurética, hipotensora, antiinfecciosa, expectorante, broncodilatadora (RAO et al., 1987; 194 MORAIS et al., 1999; SOUZA et al., 2007) e antioxidante (DANTAS, 2003). Também possui atividade larvicida contra o mosquito transmissor da dengue o Aedes aegypti (SÁ et al., 2009). Um estudo imunoistoquímico de M. urundeuva constatou que chalcona enriquecida, 6hidroxidopamina, isolada da casca do caule apresenta ações neuroprotetoras induzindo a morte celular neuronal de células mesencefálica em ratos, juntamente com outras terapias, poderia trazer benefícios em lesões neurodegenerativas, para doença de Parkinson (NOBREJÚNIOR et al., 2009). Outro estudo investigou o efeito de um gel de uso tópico, baseado no carvacrol e chalconas, apresentaram atividade antimicrobiana e antiinflamatória oral em doença periodontal que acometem o tecido gengival (BOTELHO et al., 2007). Os ensaios de toxicidade pré-clínica com extratos hidroalcóolicos de M. urundeuva constataram toxidez dose-dependente (ALMEIDA et al., 2009). M. urundeuva fez parte do elenco definitivo de espécies vegetais da CEME, mas não consta na RENISUS e Lista de Drogas Vegetais da ANVISA. Nesta pesquisa, Solidago microglossa foi a espécie de maior força medicinal no senso dos informantes do DNSAC, como atividade cicatrizante, utilizada tanto internamente na forma de compressa e banho por até 30 dias, como internamente na forma de chá das folhas até 20 dias. Além de relatos também, como relaxante muscular (XIII), depurativo do sangue (XVIII), rins (XIV), inflamação uterina (XIV), dor (XVIII), fraturas ósseas (XIX), hipertensão (IX) e verminose (I). S. microglossa é uma planta medicinal, subarbustiva, ereta, perene, da família Asteraceae, conhecida popularmente como arnica-do-brasil, nativa da America do Sul, incluído o Sul e Sudeste do Brasil. Pode ser chamada também de arnica-do-mato, arnicasilvestre, erva-federal, arnica vulgar, erva lanceta, rabo-de-rojão (ARANHA et. al., 1982; CORRÊA, 1984; LORENZI e MATOS, 2008). Esta planta é muito confundida com a Arnica montana L. nativa das regiões montanhosas da Europa, pela similaridade de uso medicinal, porém, não é cultivada e nem se desenvolve bem aqui no Brasil. (FURLAN, 2005; LORENZI e MATOS, 2008). S. microglossa é muito utilizada na medicina popular e foi enquadrada no segundo grupo de plantas mais conhecidas e utilizadas pelos farmacêuticos (MOREIRA et al., 2001). Seu uso de maneira crescente é feito com base na medicina tradicional, para fraturas ósseas com aplicações de compressas nos ferimentos, traumatismos e escoriações, além de ser utilizando também como cicatrizante, antiinflamatória, analgésica e adstringente, 195 antireumática, anti-hemorrágica (JORGE, 2001; BIESKI, 2005; PATZLAFF, 2007; LORENZI e MATOS, 2008). Resultados de estudos fitoquímico registraram em sua parte aérea, a presença de quercitrina, um flavonóide glicosídico (TORRES et al., 1987), além de taninos, saponinas, resinas e óleo essencial, bem como dos diterpenos inulina e rutina, ácido quínico, ramnosídeos e ácidos caféico, clorogênico e hidrocinâmico e seus derivados, nas raízes foram encontrado além de fenóis também a acetofenona, carotenóide, lactonas, helenalina e diidrohelenalina (HALL et al., 1980; TORRES, 1985; DEMARQUE et al., 1985; TORRES et al., 1989; CORRÊA et al., 1998; MATOS, 1999) e em seus rizomas a diosgenina, um precursor de hormônios esteroidais, (SILVA et al., 1999). Dentre os vários constituintes químicos analisados farmacologicamente constatou-se que as lactonas sesquiterpênicas, cuja origem biossintética deriva de unidades do isopreno, que por sua vez se origina do ácido mevalónico, foi o maior responsável pela ação antiinflamatória (LISS et al., 1997; SIMÕES et al., 1999; WAGNER et al., 2004; WAGNER & MERFORT, 2007) e os óleos essências foram responsáveis pela atividade antimicrobiana, antiviral, cicatrizante, analgésico, relaxante, expectorante e antiespasmódica (MARTINS, 2000; FACURY-NETO, 2001; SIMÕES et al., 2003; MOREL et al., 2006). Os ensaios de toxicidade pré-clínica com extrato aquoso de S. microglossa não foram constatados sinais de toxicidade (FACURY-NETO, 2001) Esta espécie não constou na Lista de Plantas da CEME e não consta na Listagem de Drogas Vegetais da ANVISA. Porém faz parte ta RENISUS. 6.7. Contribuições da etnofarmacologia Segundo Alexiades (1996), os usos de plantas medicinais mais confiáveis são aquelas de maior consenso e utilizadas por vários informantes, parentes ou conhecidos dos mesmos, avaliando assim o conhecimento real das plantas medicinais pela população estudada. O trabalho pioneiro utilizando o método comparativo para analisar o conhecimento dos informantes foi o realizado por Trotter e Logan (1986), que considerou o número de citações e usos das espécies medicinais em cada categoria de doenças. Esse método comparativo utilizando análise quantitativa possibilita não só a identificação das plantas medicinais de maior consenso entre os informantes verificando a importância etnocultural entre comunidades e categoria de doença, como também possibilita uma melhor seleção das espécies vegetais medicinais para estudos etnobotânicos, 196 etnofarmacológicos, fitoquímicos, farmacológicos, biológicos e agronômicos (FRIEDMAN et al., 1986; JOHNS et al., 1990; PHILLIPS, 1996; WEIMANN e HEINRICH, 1997; AMOROZO e GELY, 1988) A seleção das 11 espécies de maior consenso entre os informantes do DSNAC possibilitaram a realização de detalhado levantamento etnofarmacológico, com comparações etnobotânicas em outras regiões de Mato Grosso, Brasil e exterior, como também estudos farmacológicos pré-clínicos, fitoquímicos toxicológico e clínico quando possíveis, possibilitando assim o direcionamento para estudos de bioprospeção das plantas medicinais com potencial farmacêutico para descoberta de novas substâncias biodinâmicas. 6.8. Distribuição das Famílias botânicas Entre as 102 famílias botânicas, pertencentes a 285 gêneros e 409 espécies utilizadas pelas comunidades do DNSAC, destacam-se as famílias Fabaceae com 41 espécies (10,02%), Asteraceae com 32 espécies (7,8%) e Lamiaceae com 20 espécies (4,89 %), sem contar às espécies que estão em fase de identificação. Essas famílias incluem grande número de espécies medicinais cosmopolitas, pois são famílias que podem ser encontradas tanto espécies nativas provenientes de clima tropical, como também de clima temperado proveniente das espécies medicinais introduzidas. A família de maior representatividade foi a Fabaceae é uma Angiosperma que compreendendo 727 gêneros e 19.325 espécies, ocorre em quase todas as regiões do mundo, excetuando-se as árticas e antarticase em algumas ilhas. A família é considerada como a de maior riqueza de espécies arbóreas nas florestas neotropicais, além de haver grande número de táxons endêmicos nesta região. Alguns ecossistemas brasileiros são centros de diversidade para o grupo e muitas das espécies são exclusivas destes ambientes. No Brasil ocorrem cerca de 175 genêros e 1.500 espécie sendo as copaiba e barbatimão, sucupira, quina nativas da Mata Atlântica, Cerrado e Pantanal. Asteraceae, também chamada de Compositae, que é considerada a maior família de angiospermas, compreendendo 25.000 espécies pertencentes a 1.600 gêneros dispostos em 17 tribos e três subfamílias representando 10% da flora mundial (BREMER, 1994). No Brasil essa família está representada por aproximadamente 196 gêneros e cerca de 1.900 espécies 197 (BARROSO et al., 1991). Fazem parte desta família, árvores, arbustos, trepadeiras e herbáceas, mas a maioria dos gêneros é constituída por plantas de pequeno porte (RAVEN et al., 2001). No Brasil, os estudos com a família Asteraceae iniciaram com o trabalho de Baker (1873; 1876; 1882; 1884) e com levantamentos de tribos ou gêneros para determinados estados ou localidades como Mato Grosso (MALME 1932; DUBS 1998), Rio Grande do Sul (MALME, 1932), Paraná (MALME 1933), Rio de Janeiro (BARROSO 1957, 1959), Bahia (HARLEY e SIMMONS, 1986; HIND, 1995), Goiás (MUNHOZ e PROENÇA, 1998), São Paulo (MORAES, 1997; NAKAJIMA et al. 2001), Minas Gerais (LEITÃO-FILHO e SEMIR, 1987; NAKAJIMA, 2000; HIND, 2003). No entanto, ainda são necessários levantamentos intensivos e revisões taxonômicas mais acuradas e atuais (NAKAJIMA 2000). Fazem parte desta família Asteraceae as tanto espécies árvores, arbustos, quanto as plantas herbáceas, formando uma larga distribuição mundial. A grande maioria dos gêneros é constituída por plantas de pequeno porte. As folhas são variadas, inteiras ou fendidas, alternadas ou opostas (RAVEN et al., 2001). A família Lamiaceae é uma família de plantas que contém aproximadamente 7.200 espécies, contém, aproximadamente, 258 gêneros (WAGSTAFF et al., 1998). Só o Brasil é detentor de 23 dos 258 gêneros e 232 das 7193 espécies, uma biodiversidade respeitável. São cosmopolitas, podendo se apresentar sob a forma de ervas, arbustos ou árvores. Uma característica marcante desta família vegetal é o aroma que possui. Economicamente, a utilização das Lamiáceas é muito difundida e importante. O aroma que tem é um sinalizador de que possuem algo bem precioso, vantajoso financeiramente: óleos essenciais. Estes são extraídos e usados na confecção de perfumes (como no caso da alfazema, por exemplo), na culinária (como o orégano, tomilho, manjericão) ou ainda como chás (ou outros compostos) medicinais como, por o chá de hortelã. Não é por acaso que esta família é conhecida mundialmente como “Família Menta” (ou família de hortelã). Todas as suas qualidades citadas anteriormente já seriam motivo suficiente para justificar o alto cultivo que essas plantas têm, mas ainda são fáceis de plantar e colher, o que torna sua usabilidade muito mais atraente. 198 As duas famílias mais representativa desta pesquisa (Fabaceae e Asteraceae) estão entre as quatro maiores famílias do levantamento realizado por Pott e Pott (1994), no Pantanal brasileiro. Em outros levantamentos etnobotânicos, as famílias Fabaceae, Asteraceae, Lamiaceae e também foram as mais representativas, confirmando o predomínio dessas famílias no que se refere a plantas medicinais (SILVA-ALMEIDA e AMOROZO, 1998; PILLA et al., 2006). No entanto em levantamento etnobotânico realizado por Maciel e Guarim Neto (2006), as três famílias foram as mais representativas, porém com maior representatividade da Lamiaceae, seguidas das famílias Rutaceae e por ultimo a família Asteraceae. A predominância da família Asteraceae para fins medicinais se deve à ampla gama de compostos biologicamente ativos identificados em estudos fitoquímicos, farmacológicos e toxicológicos já realizados (BENNETT e PRANCE, 2000, DI STASI et al., 2002; SIMBO, 2010). 6.9. Etnotoxicologia: promoção, uso seguro e racional das plantas medicinais Assim como etnofarmacologia, a etnotoxicologia também tem seu importante papel na busca de etnoconhecimento tradicional e possíveis efeitos tóxicos das espécies vegetais utilizados como medicinais por diferentes povos e etnia, contribuindo assim com bioensaio químico-farmacêutico em prol de novos fitofármacos. O uso popular de plantas na medicina tradicional pode ser a grande fonte para descoberta de novos agentes terapêuticos, mas não é isenta de efeitos colaterais, de interações medicamentosas ou contra-indicações, pois, em geral, os vegetais apresentam em sua composição química um fitocomplexo, que, dependendo da dose, pode desencadear efeitos curativos ou tóxicos, incluindo as reações adversas. Por isso conhecimento popular deve estar associado à bioensaios para comprovar a eficácia e a toxicidade destas plantas para o uso terapêutico (SILVA JUNIOR e VIZZOTTO, 1996; BOLDI, 2004; CLARDY e WALSH, 2004; KOEHN e CARTE, 2005). São necessárias medidas de conscientização da população e educação dos profissionais de saúde para que o uso racional das plantas medicinais seja disseminado. Há grupos como 199 crianças, idosos, lactantes, gestantes e portadores de doenças graves que merecem atenção especial e não podem utilizar a fitoterapia de maneira indiscriminada, devendo levar em consideração as dosagens e contra-indicações. É importante ressaltar que há possibilidades de interação medicamentosa entre a fitoterapia e o uso de medicamentos sintéticos, tornando ainda mais necessária a conscientização da população e o cuidado com a automedicação. Justificando a automedicação com as plantas para alguns “males”, Somavilla (1998) relata que pode ser devido, por exemplo, ao aspecto econômico e aos efeitos colaterais de remédios de farmácia. O alto custo dos medicamentos industrializados, o difícil acesso da população à assistência médica, a baixa incidência de reações adversas com os remédios naturais e a tendência, nos dias atuais do uso de produtos de origem natural, são outras justificativas da opção pelos fitoterápicos (SIMÕES et al., 1998). Das 409 espécies mencionadas no DNSAC, 12,5% foram referenciadas por 19,5% dos informantes, por apresentarem 35 diferentes efeitos maléficos à saúde. Esses dados então acima dos encontrados por Marçal et al. (2003), Silva et al., (2009) e Barreto et al. (2006), que constataram por volta de 5% de efeitos maléficos, contra-indicações, toxicologia, interações ou efeitos adversos das plantas que citaram. Os efeitos maléficos de maiores prevalências referidos no DNSAC foram sonolência (17,07%), náusea e problemas no estômago (9,75%) e tontura (7,31%), além de duas diferentes espécies terem sido referendadas como capazes de levar ao óbito. Os efeitos tóxicos de maior prevalência encontrados no DNSAC, também foram observados em outros levantamentos etnobotânicos, onde Marçal et al. (2003) verificaram 4% de citações na ocorrência de tonturas, náuseas, Barreto et al. (2006), verificaram 7% sonolência e náuseas, Silva et al. (2009) encontrou 4,1% de citações nos desconforto estomacal, tonturas e sonolência e Nogueira (2010). A maioria dos efeitos maléficos das plantas medicinais observados foi referida com uso de dose excessiva (53,6%) em preparações na forma de infusão (63,6%) e utilizando as folhas (62,1%). Quando se compararam os efeitos maléficos das plantas medicinais referidas no DNSAC e as forças medicinais das mesmas, verifica-se que 25 (48,1%) das espécies tiveram força medicinal moderada (♣♣), 21 (40,4%) apresentaram força medicinal fraca (♣) e 6 (11,5%) apresentaram força medicinal forte (♣♣♣), sugerindo que o consenso dos informantes na utilização das espécies vegetais não a isenta ser a planta de menor toxicidade e sim a forma correta do preparo e a dose da planta, confirmando o que muitos pesquisadores alertam: vale a pena levar em conta um velho ditado, segundo o qual a diferença entre o 200 remédio e o veneno está na dose – uma adaptação do que teria escrito no século XVI o médico, botânico e alquimista suíço Paracelso (NOGUEIRA, 2010). Observa-se que há generalização do uso de plantas medicinais por s4e entender que tudo que é natural não é tóxico e nem faz mal a saúde. No entanto, existe uma imensa variedade de plantas medicinais que, dentre outras propriedades benéficas ao organismo humano, são providas de constituintes farmacologicamente ativos que, por serem muito tóxicos, devem ser usados apenas com recomendação de profissional habilitado (GOMES et al., 2001; VEIGA JR e PINTO, 2005; FRANÇA et al., 2008). Quanto às famílias com maior índice de toxicidades estão igualmente as famílias Euphorbiaceae, Lamiaceae e Rutaceae (7,3%), seguida das famílias Lytharaceae, Poaceae e Rubiaceae com 6,1%. Esses dados estão de acordo com o referido na literatura, onde Varejão et al. (2009), informa que a família Euphorbiaceae encerra diversas espécies vegetais as quais pertencem ao grupo das cianogênicas, plantas que pela ação de enzimas ou ação de ácidos minerais diluídos, fornecem acido cianídrico (HCN) uma das mais conhecidas substâncias tóxicas. As lamiaceáeas também apresentam em seus constituintes químicos compostos polifenólicos como ácido cinâmico e óleos essências, como ácido rosmarínico e a família Rutaceae é constituída limonóides que são, provavelmente, os maiores representantes da classe dos terpenos com atividade inseticida. São conhecidos como meliacinas, devido ao seu sabor amargo (VIEGAS JÚNIOR, 2003). A toxicidade de um óleo essencial pode ser aguda ou crônica e ainda pode haver a interação entre inúmeros componentes de um óleo com outro óleo ou com certos medicamentos. O grau da toxicidade dependerá da dose utilizada de óleo essencial, em alguns casos baixas dosagens acarretam intoxicações devido à sensibilidade individual (DE LA CRUZ, 2002). Jatropha elliptica e a Magonia pubescens, foram citadas por 1 e 2 informantes, respectivamente, como capazes de levarem ao óbito se as raízes foram ingeridas em doses altas e na forma de decocção. J. elliptica, característica dos cerrados brasileiros, é uma planta herbáceosubarbustivas da família Euphorbiaceae e conhecida popularmente como batata-de-tiu, jalapão, raiz-de-cobra, e tiu. Pesquisas etnobotânicas confirmaram o uso de J. elliptica na medicina tradicional como depurativo do sangue, no tratamento de sífilis e em envenenamentos ofídicos, entre outras utilizações (PIO CORRÊA, 1984; VAN DEN BERG e SILVA, 1988; DE LA CRUZ, 1997; SOUZA, 1998; SILVA, 1998; AÑEZ 1999; BIESKI, 2008). 201 Estudos farmacológicos identificaram um diterpeno, a jatrofona, como principal constituinte ativo da espécie. Dutra et al. (1996) comprovaram que esse princípio ativo inibe marcadamente a agregação de plaquetas em humanos e em diferentes espécies animais. Santos e Sant'Ana (1999) estudaram o efeito da jatrofona extraída do rizoma desta planta no controle do caramujo Biomphalaria glabrata, enquanto que Martini et al. (2000) descreveram os efeitos neuroquímicos deste diterpeno. O uso de extratos de plantas como antídoto para venenos de serpentes é uma antiga opção utilizada em muitas comunidades que não têm acesso à soroterapia, podendo ser substituto alternativo e/ou complementar. Acidentes com animais peçonhentos constituem um problema de saúde pública, tanto pela freqüência com que ocorrem quanto pela gravidade de muitos deles (RIBEIRO, 1990). No Brasil ocorrem entre 19 a 22 mil casos de acidentes ofídicos por ano, dos quais 90,5% são causados por serpentes do gênero Bothrops (PINHO e PEREIRA, 2001). Porém assim como é potente na cura de enfermidade também pode provocar a morte se usada indiscriminadamente. Pesquisas farmacológicas concluíram que extratos aquosos preparados à fresco e à seco da entrecasca de xilopódio de J. elliptica foram eficazes em inibir as atividades antiofídica (BIONDO et al, 2003; MATTOS et al, 2006) e antiinflamatória (MORS et al, 1991). Estudos farmacológicos pré-clinico in vivo e in vitro, para avaliar a atividade antitumoral de J. eliptica, confirmaram a potencial atividade anti-tumoral, mas também elevado grau de toxicidade dose-dependente (PESSOA et al., 1999). Magonia pubescens, também citada com potencial toxicidade no DNSAC é uma planta arbórea da família Sapindaceae, conhecida popularmente como “timbó, tingui, tinguido-cerrado, cuitê, tingui-capeta, timpopeba, tingui-de-cola, tangui, é uma espécie amplamente distribuída nos cerrados do Brasil Central. Pesquisas etnobotânicas referem-se ao uso de M. pubescens para as úlceras (sementes), feridas (casca) e nervos (raízes). A resina da casca é tida como inseticida e é usada contra piolhos (CORRÊA, 1978). A infusão libera uma toxina utilizada para tinguijar (intoxicar) e capturar os peixes usados na alimentação (LIMA, 1977). M. pubescens apresenta em sua constituição química derivados fenólicos, mais precisamente taninos catéquicos, heterosideos, e as proantocianidinas na forma trimérica que foi a fração mais promissora de M. pubescens. Os ensaios farmacológicos com extratos brutos etanólicos da M. pubescens mostraram atividade larvicida para A. aegypti e A. albopictus (SILVA et al., 2004). 202 Das 52 espécies citadas no DNSAC referidas em apresentar maiores número de efeitos maléficos (4,9%, respectivamente), destacam-se às espécies na de suas forças medicinais de maior consenso pelos informantes, Lafoensia pacari (♣♣♣), Aloe barbadensis (♣♣) e Citrus aurantium apresentou (♣). Lafoensia pacari vem sendo estudada desde 1.999 pelo grupo de pesquisa da UFMT, revelando causar mínimos efeitos colaterais em estudo clínico (DA MOTA MENEZES et al., 2006), confirmando a aparente ausência de toxicidade referida em experimentos anteriores com roedores (TAMASHIRO-FILHO, 1999; BESERRA et al.,2008). Porém as referências citadas no DNSAC de possíveis efeitos indesejados para essa planta como abortiva, diarréica, emagrecedora e taquicardizante foram induzidos pelo uso excessivo da casca na forma de maceração e decocção. Os efeitos tóxicos referidos para Aloe barbadensis foram aumento do apetite, diarréia, salivação e problemas estomacais. Seu principal constituinte tóxico está presente na mucilagem das folhas composta pelo extrato do parênquima clorofiliano que é rico em glicosídeos antraquinônicos (aloína A e B), responsável pele efeito catártico por uma forte irritação da mucosa intestinal (HAY e HAYNES, 1956; HAYNES e HENDERSON, 1960; MCCARTHY, 1970; MATOS, 2002; BERTI et al., 2007). Os efeitos tóxicos da Citrus aurantium, que pode causar atrofia de membros, náuseas, sudorese e taquicardia. É uma espécie de inúmeros constituintes químicos, porém os mais importantes são os flavonóides, vitamina C e um alcalóide natural chamado p-sinefrina (HUANG et al., 1995). Estudo toxicológico do extrato do fruto, em ratos, produziu uma redução do consumo de alimento e do ganho de peso corporal e um índice significativo de mortalidade. Este efeito foi atribuído à atividade β-adrenérgica da sinefrina (CALAPAI et al., 1999). O emprego de plantas medicinais de ação supostamente inofensiva à saúde, pode muitas vezes ser responsável por resultados desastrosos, já que, ocasionalmente, uma mesma planta pode apresentar, conforme dosagem e modo de preparo, tanto ação terapêutica quanto tóxica, e como dizem os relatos “a diferença entre o veneno e o remédio é somente a dose” (GOMES et al., 2001; VEIGA JR e PINTO, 2005). Como o conhecimento tradicional sobre as plantas medicinais é proveniente de origem familiar e as comunidades tradicionais têm sua própria maneira de se relacionar com elas, aprendendo no seu cotidiano qual a melhor forma de obtenção e utilização dos benefícios oriundos das espécies vegetais. A população tradicional não só convive com a biodiversidade, mas também nomeia e classifica as plantas segundo suas próprias categorias. Uma importante particularidade, no 203 entanto, é que essa natureza diversa não é vista pelas comunidades como selvagem em sua totalidade, pois boa parte foi domesticada e manipulada. Outra diferença é que essa diversidade não é considerada como “recurso natural”, mas sim como um conjunto de seres vivos que tem um valor de uso e um valor simbólico, integrado numa complexa cosmologia (DIEGUES et al., 1999). No DNSAC há uma riqueza de flora constituída por grande diversidade de plantas das quais muitas são utilizadas com fins terapêuticos pela comunidade, e existe a consciência de que o uso de alguns dos vegetais citados pode causar toxicidade, principalmente se forem utilizados de maneira errada, ou com identificação incorreta e doses excessivas. Vale aqui ressaltar sobre a importância da farmacovigilância voltado às plantas medicinais incluída recentemente pela OMS que considera ciência e atividades relativas à identificação, avaliação, compreensão e prevenção de efeitos adversos ou qualquer problema possível relacionado às plantas medicinais ou fármacos (OMS, 2002), já que a farmacovigilância de plantas medicinais e fitoterápicos é uma preocupação emergente e através do sistema internacional será possível identificar os efeitos indesejáveis desconhecidos, quantificar os riscos e identificar os fatores de riscos e mecanismos, padronizar termos, divulgar experiências, entre outros, permitindo seu uso seguro e eficaz (BRASIL, 2010). Essa pesquisa servirá como banco de dados para futuros estudos da cadeia de desenvolvimento sustentável de plantas medicinais e fitoterápicas, tendo como eixo principal o desenvolvimento de bioprodutos, a partir das plantas medicinais, pois o Brasil com seus 510 anos de história conseguiu avançar muito pouco no campo de desenvolvimento de fitoterápicos baseado na flora brasileira. O fato é que o país conta com apenas um único fitoterápico desenvolvido no Brasil, o antiinflamatório Acheflan® (Laboratório Ache®) desenvolvido a partir de Cordia verbenacea, uma erva da Mata Atlântica, sendo hoje uma das drogas mais prescritas no país para inflamações tópicas. Com isso o Brasil deixa de gerar cerca de US$ 5 bilhões ao ano por não conseguir transformar sua flora em remédios (CALIXTO, 2010). Espera-se que essa pesquisa possa contribuir com o desenvolvimento de bioprodutos e que o Brasil transforme sua flora vegetal em ouro verde, investindo em pesquisa e valorizando o conhecimento tradicional, fazendo com que dos 420 fitoterápicos registrados na ANVISA, provenientes de 60 plantas diferentes e destas apenas dez são nacionais, possam crescer a cada ano. 204 VII. CONCUSÃO De acordo com o levantamento etnofarmacobotânico de plantas medicinais realizados no DNSAC é possível concluir que: Os 262 informantes da pesquisa possibilitaram caracterizar o perfil sócio-demográfico nas 37 comunidades do DNSAC, onde 68% eram naturais de Poconé, sendo 18% nascidos no DNSAC, com tempo de habitação de mais de 20 anos (62%), possuindo a maioria de 0-4 anos de escolaridade (89%), renda de 1-5 salários-mínimo (59%), trabalhadoras do lar (45%), mestiços (45%), casados (77%), com 1 a 5 filhos (58%) e católicos (89%); Os indivíduos adultos do DNSAC foram predominantemente da faixa etária de 40-59 anos (60%), do sexo feminino (69%), dos quais 259 (99,0%) afirmaram utilizar plantas medicinais no autocuidado à saúde, sendo as mulheres detentoras de maior etnoconhecimento medicinal que os homens; As espécies vegetais utilizadas como medicinais somaram 409 diferentes espécies pertencentes a 285 gêneros e 102 famílias, das identificadas, com maior representatividade para Fabaceae (10,02%), Asteraceae (7,8%) e Lamiaceae (4,89%). As origens geográficas foram 61,85% nativas e 38,15% exóticas, com predominância de hábito herbáceas (47,66%) sendo a folha a parte mais usada (49,7%), no estado fresco (43,2%) e na forma de chás (71,6%), obtidas principalmente nos quintais (50%) e de plantas em estádios jovem/adulta (49,3%) ou somente adulta (43,9%); Os informantes do sexo masculino apresentaram média de idade significativamente maior do que as mulheres; Os informantes com tempo de moradia > 10 anos citaram significativametne mais plantas; As mulheres citaram significativamente mais plantas que os homens; Não houve diferenças significativas entre etnia, idade, renda salarial, grupo religioso, nupcialidade e tempo de escolaridade em relação ao número de citações de plantas; A categoria negra citado no mínimo 1 planta e máximo 250, enquanto e categoria amarela citou no mínimo 2 plantas e no máximo 14 plantas com mediana; Não houve associação entre gênero em relação a fonte de conhecimento e habitat das plantas; 205 Verificou-se associação estatística entre as variáveis categóricas: gênero e tempo de moradia: As mulheres com tempo de moradia entre 11-20 anos citaram mais plantas que os homens; gênero e etnia: os índios conhecem mais plantas que as índias. As mulheres mestiças e amarelas citaram mais plantas que os homens destas etnias; renda salarial e tempo de escolaridade: os informantes que ganham < 1 saláriomínimo e que estudaram menos de 1 ano, citaram mais plantas do que aqueles que ganham > 1 salário-mínimo. Por outro lado os informantes que ganham > 1 salário-mínimo e que estudam > 9 anos citaram mais plantas do que os que ganham < 1 salário mínimo; gênero e grupo religioso: as mulheres católicas conhecem mais plantas do que os homens; Por outro lado, os homens não católicos conhecem mais plantas do que as mulheres da mesma categoria; gênero e nupcialidade: as mulheres casadas conhecem mais plantas do que os homens, enquanto que homens não casados, conhecem mais plantas do que as mulheres desta categoria; gênero e origem geográfica das plantas: os homens conhecem mais plantas nativas do Pantanal, enquanto as mulheres mais espécies nativas do Brasil; gênero e hábito das plantas: as mulheres citaram mais herbáceas e os homens citaram mais plantas arbóreas, arbustiva e subarbustiva do que as mulheres; gênero e estado em que a planta é usada: as mulheres usaram mais a droga seca e os homens fizeram uso significativamente maior de ambas as partes da planta (fresca/seca); gênero e horário de coleta: as mulheres coletaram mais as plantas ou só no período da manhã ou só no período da tarde, enquanto os homens coletaram mais as plantas, em ambos horários; gênero e estágio de desenvolvimento da planta: estágio adulta foram mais citadas pelas mulheres, já os homens, citaram mais as plantas, em ambos os estágios; gênero e parte da planta: os homens usam mais as cascas e as mulheres usam mais flor, semente, látex/seiva, resina; 206 gênero e forma de preparo da planta: as mulheres preparam as plantas mais na forma de infusão e xarope, enquanto que os homens mais na forma de maceração; gênero e motivo de uso das plantas medicinais: não tem farmácia/melhor do que sintético foi maior no sexo masculino do que no sexo feminino; gênero e categoria de doenças CID-10: os homens citaram mais plantas na categoria XVIII e XIX e as mulheres citaram um número maior na categoria X e XII. Dentre os informantes da pesquisa, 19,5% referiram que 52 (12,5%) das espécies medicinais apresentaram 35 diferentes efeitos maléficos à saúde, com maiores freqüências para sonolência (17,07%), náuseas e problemas no estômago (9,75%) e tonturas (7,31%); J. elliptica e M. pubescens foram citadas por 1 e 2 informantes, respectivamente, como capazes de levarem ao óbito se as raízes foram ingeridas em doses altas e na forma de decocção; As 11 espécies de maiores forças medicinais (CUPc>40%) abrangeram 15 categorias de doenças do CID-10 e 6 categorias para usos nas doenças principais, sendo 3 espécies usadas nas doenças do aparelho digestório – P. barbatus, V. condensata e L. pacari; 1 como hematocatártica (depurativa do sangue) – M. longiflora; 3 para doenças do aparelho geniturinário – P. coriacea, S. adstringens e C. spicatus; 1 nas doenças infecciosas e parasitárias – C. ambrosioides; 2 nas lesões cutâneas e algumas outras conseqüências de causas externas – S. dulcis e S. microglossa; Há uma expressiva relevância na riqueza da biodiversidade vegetal medicinal e etnocultural existentes no pantanal mato-grossense, possibilitando registrar no país um dos maiores levantamentos etnobotânicos de plantas medicinais já encontrados, o qual fornecerá subsídios para futuras investigações botânicas, agronômicas, farmacológicas e fitoquímicas, visando o desenvolvimento de bioprodutos farmacêuticos e o atendimento, em parte, dos Programas e Políticas Públicas Nacionais de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. 207 REFERÊNCIAS ABDEL-MOGIB, M.; ALBAR, H. 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Secretária, Vimos por meio deste, solicitar autorização para realizar a pesquisa no Distrito de Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, com tema “Levantamento etnofarmacológico de plantas medicinais do Distrito de Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé – MT”. A finalidade da pesquisa será para o desenvolvimento da dissertação do mestrado pela Faculdade de Ciências Médicas, área de farmacologia dos produtos naturais, onde estaremos orientando a mestranda Isanete Geraldini Costa Bieski. Para auxiliar a pesquisa a mestranda contara com auxilio de 10 alunos de graduação da área da Saúde da Faculdade de Ciências Médicas/Universidade Federal de Mato Grosso e do curso de farmácia do UNIVAG/MT, com aplicabilidade de questionários a 290 moradores das 37 comunidades do distrito que tenham sido sorteados através da ficha A com idade, igual ou maior de 40 anos, na data e dia pré-estabelecida, conforme dados estatísticos de cada comunidade. Atenciosamente, DOMINGOS TABAJARA DE OLIVEIRA MARTINS Diretor da Faculdade de Ciências Médicas – FCM/UFMT À Exma.Secretária ILMA REGINA DE FIGUEIREDO Secretária Municipal de Saúde de Poconé – MT 258 ANEXO. II Quadro 2. TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Projeto: “Con h eci men t o et n ofa rmacob o t ân i co d e p lan t as med i ci n ai s u t i li za d as p or comu n i d ad es t rad i ci on ai s d o Di st ri t o Nossa S en h o ra Ap a reci d a d o Ch u mb o, Pocon é, M at o G rosso, B rasi l ” Pesquisadores: Mestranda Isanete Geraldini Costa Bieski e seu orientador Prof. Dr. Domingos Tabajara de Oliveira Martins, da Universidade Federal de Mato Grosso. Estamos fazendo uma pesquisa nesta comunidade, visitando algumas casas, para conversar com as pessoas mais velhas, que tenham de 40 anos acima. Nós estamos fazendo esta pesquisa com objetivo de saber informações sobre o conhecimento que vocês tem sobre as plantas medicinais. A única coisa que precisamos é de conversar com o senhor (a) sobre este assunto. O resultados desta pesquisa serão dados ao participante, caso este solicite, sendo que este poderá entrar em contato com a pesquisadora em caso de dúvidas sobre o estudo ou desistência como participante. Segue o contato da pesquisadora, endereço e telefones, podendo ligar a cobrar: Área de Farmacologia do Departamento de Ciências Básicas em Saúde da Faculdade de Ciências Medicas da Universidade Federal de Mato Grosso, Tele/fax, (65)-3615-8862 /3615-8854 / Celular. (65) 9633-1077 ou ainda pelo e-mail: [email protected] Av. Fernando Correa da Costa S/N. CEP.: 78.0000-000 - CCBS I Também poderás entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa, localizado no Hospital Universitário Julio Muller em Cuiabá MT- Fone/Fax: (65) 3615-7254 CONSENTIMENTO Eu, ________________________________________________, residente no endereço: _________________________________________________________________________________________ __________________________________________________ fui informado sobre a pesquisa que esta sendo feita em nossa comunidade. Estou satisfeito com a explicação que me deram. Fui informado de que apenas terei que dar informações sobre aquilo que sei sobre o uso de plantas medicinais para tratar doenças. Entendi tudo e estou ciente de que todas as informações sobre a minha pessoa e família não será divulgada. Também estou ciente de que terei o direito de recusar ou desistir da minha participação, sem que isto acarrete em punição a minha pessoa ou família. Minha participação é voluntária e por esta razão assino este documento. Qualquer duvida ou esclarecimento pode entrar em contato a cobrar nos telefones abaixo. Também poderei entrar em contato com o Comitê de Ética em Pesquisa, localizado no Hospital Universitário Julio Muller em Cuiabá MT- Fone/Fax: (65) 3615-7254 Este termo foi lido por mim em ____/___/____ (data) pelo entrevistador, abaixo assinado. Declaro também, que recebi cópia do presente termo de consentimento. Assinatura do entrevistado: _________________________ Nome do entrevistador: ___________________________ Ass.:_________________________ ______________________________________ ISANETE GERALDINI COSTA BIESKI Pesquisador Principal Poconé - MT_________ de ______________de 20_____ 259 ANEXO.III Ficha A. Utilizada pelas ACs, para cadastro e atualizações mensais das famílias pertencentes as respectivas micro-área de abrangência - verso 260 ANEXO. IV Questionário Utilizado na Pesquisa no DNSAC 261 ANEXO. V Manual do Aplicador: Orientação para aplicação do Questionário. Pesquisa: Levantamento etnofarmacológico de plantas medicinais do Distrito de Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé – MT. Manual do Aplicador: Orientação para aplicação do Questionário. Pesquisa: Levantamento etnofarmacológico de plantas medicinais do Distrito de Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé – MT. Inicialmente o aplicador deverá estar presente na comunidade a ser pesquisada dentro do horário estabelecido junto a Agente comunitário de Saúde - ACS responsável pela micro-área; Se houver algum imprevisto para a não realização da pesquisa, o aplicador deverá avisar a Coordenação com antecedência de 24 horas, 9633-1077 ou 3634-0402; Em cada comunidade selecionada para a coleta de dados o coordenador da pesquisa estar junto com os aplicadores que deverão levar ofícios de apresentação da Coordenação de Pós-graduação da UFMT e autorização da Secretaria Municipal de Saúde de Poconé; Ao chegar, procurar o ACS, especificado na ficha, para que ele informar-lhe o local correto da casa que será pesquisada. É importante manter exatamente as casas sorteadas, não se devendo aceitar sugestões de, por exemplo, “trocar a casa sorteada pela da direita ou a mais perto caso seja na vila, pois na casa tal, tem ou mora uma benzedeira, curandeiro, raizeiro”. NA CASA SORTEADA Ao chegar na casa, apresentar-se como membro da equipe que fará a aplicação do questionário da pesquisa para realização do Levantamento etnofarmacológico das comunidades do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé – MT, com a finalidade de desenvolver a dissertação do mestrado da Universidade Federal de Mato Grosso; Sempre chamar a pessoa de senhor ou senhora verificado a pessoa mais velha da casa ou que tenha igual ou maior que 40 anos e que queira participar da pesquisa, após então, explicar o objetivo da pesquisa; Deixar claro que os dados não serão fornecidos para ninguém da Secretaria e nem a ACS, servindo somente para um estudo. Alertar que só responde o questionário se quiser e poderá devolvê-lo em branco. Frisar que o sigilo das respostas será assegurado através da não identificação da pessoa entrevistada e da ausência da ACS e familiares; Avisar que a pesquisa não tomara muito tempo e que o questionário será respondido por você e somente o que a pessoa disser, mesmo no caso em que o individuo souber escrever; Esclarecer que todas as perguntas têm que ser respondidas com um X ou de forma descritiva, não há perguntas que devem será deixadas em branco, nem que comporte mais de uma resposta, salvo a complementação da resposta; Cada questionário devera ter o número de registro conforme cadastro da família mesmo da ficha sorteada que devera ser preenchida pelo entrevistador no lugar indicado na capa; Enfatizar que a intenção das perguntas sobre espécies vegetais é saber identificar corretamente as mesmas para pesquisas futuras; Após o preenchimento do questionário, guardar adequadamente cada questionário e não comentar as respostas; Agradecer aos indivíduos e se retirar da casa; Antes de ir embora, solicitar assinatura com carimbo de algum membro da direção do PSF - Chumbo no atestado de participação. Preencher também o Boletim de ocorrência do PSF; Lacrar cada envelope para impedir que se misturem questionários de comunidades diferentes; OUTRAS OBSERVAÇÕES E LEMBRETES Estar atento para, em nenhum momento do nosso contato com o morador, deixar escapar uma ou mais espécies vegetais utilizadas como medicinais que conheça; Lembrar-se sempre de que nós não estamos participando de um programa de competição, prevenção ou informação sobre as plantas medicinais e sim um projeto de levantamento de dados. Assim, informações sobre as espécies vegetais com atividades medicinais, mesmo mediante perguntas, não deverão ser dados por dois motivos: elas podem enviesar os dados; uma informação, quando não acompanhada de uma resposta mais ampla de trabalho do morador, pode ser uma faca de dois gumes - pode ajudar descobrir alguma planta promissora mais também pode dificultar e confundir com espécies que tenham vários nomes; A receptividade a este tipo de pesquisa em geral é muito boa, em todo caso, possíveis moradores agressivos ou com algum transtorno, devem ser tratados com neutralidade, para após serem eliminados da pesquisa e proceder para a casa mais próxima caso seja um sitio, chácara ou fazenda e para a casa a direita em caso de ser pertinho (vila, assentamentos), sempre ressaltando que ninguém é obrigado a participar da pesquisa, caso não queiram ou até mesmo podem solicitar seu questionário de volta caso se arrependa. 262 ANEXO. VI 263 ANEXO. VII TERMO DE COMPROMISSO DE DIVULGAÇÃO E PUBLICAÇÃO DE RESULTADOS Eu, Domingos Tabajara de Oliveira Martins, orientador e Isanete Geraldini Costa Bieski, mestranda do projeto: “Conhecimento etnofarmacobotânico de plantas medicinais utilizadas por comunidades tradicionais do Distrito Nossa Senhora Aparecida do Chumbo, Poconé, Mato Grosso, Brasil, declaramos compromisso, de divulgar e publicar quaisquer que sejam os resultados encontrados na pesquisa acima citada, resguardando, no entanto, o interesses dos sujeitos envolvidos, que terão suas individualidades preservadas e mantidas em sigilo. Cuiabá, 14 de julho de 2008. Prof. Dr. Domingos Tabajara O. Martins Orientador Prof. Dr. Mariano Martinez-Espinosa Co-orientador Isanete Geraldini Costa Bieski Mestranda 264 ANEXO - VIII 265 ANEXO IX 266 ANEXO X 267 268 ANEXO XI 269 270 271 ANEXO - XII 272 ANEXO XIII Tabela 32. COORDENADAS EM UTM DAS COMUNIDADES RURAIS DO DISTRITO NOSSA SENHORA DO CHUMBO. POCONÉ - MT ORDEM COMUNIDADE E N ORDEM COMUNIDADE E N 1 Cangas 546049 8222151 23 Mundo Novo 530841 8238378 2 Ceú Azul 534620 8253743 24 Os cágados 530863 8220286 3 Chumbo 529449 8225837 25 Passagem de Carro 527626 8250432 4 Agroana 492863 8228910 26 Pesqueiro 495530 8238393 5 Agrovila 497677 8225640 27 Ramos 502632 8240855 6 Bahia do Campo 512245 8224821 30 Sangradouro 490999 8237458 7 Bandeira 507931 8224545 31 Santa Helena 525360 8220862 8 Barreirinho 508556 8234026 32 São Benedito 497448 8227107 9 Campina de Pedra 513280 8226023 33 Sete Porcos 508198 8239930 10 Campina de Pedra II 526755 8241908 34 Urubamba 501088 8250145 11 Canto do Agostinho 531974 8220589 35 Varal 510247 8243716 12 Capão verde 525415 8249423 36 Várzea Bonita 530682 8220958 13 Carretão 492753 8233076 37 Varzearia 493631 8235097 14 Chafariz 507580 8248240 38 Zé Alves 517402 8230002 15 Coetinho 511964 8221614 39 Cidade de Poconé 540143 8202734 16 Deus Ajuda 494666 8231637 17 Figueira 512619 8225992 18 Furnas I 526120 8231937 19 Furnas II 518094 8230178 20 Imbé 513188 8226639 21 Minadouro 511341 8217783 22 Morro Cortado 532051 8252927 Livros Grátis ( http://www.livrosgratis.com.br ) Milhares de Livros para Download: Baixar livros de Administração Baixar livros de Agronomia Baixar livros de Arquitetura Baixar livros de Artes Baixar livros de Astronomia Baixar livros de Biologia Geral Baixar livros de Ciência da Computação Baixar livros de Ciência da Informação Baixar livros de Ciência Política Baixar livros de Ciências da Saúde Baixar livros de Comunicação Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE Baixar livros de Defesa civil Baixar livros de Direito Baixar livros de Direitos humanos Baixar livros de Economia Baixar livros de Economia Doméstica Baixar livros de Educação Baixar livros de Educação - Trânsito Baixar livros de Educação Física Baixar livros de Engenharia Aeroespacial Baixar livros de Farmácia Baixar livros de Filosofia Baixar livros de Física Baixar livros de Geociências Baixar livros de Geografia Baixar livros de História Baixar livros de Línguas Baixar livros de Literatura Baixar livros de Literatura de Cordel Baixar livros de Literatura Infantil Baixar livros de Matemática Baixar livros de Medicina Baixar livros de Medicina Veterinária Baixar livros de Meio Ambiente Baixar livros de Meteorologia Baixar Monografias e TCC Baixar livros Multidisciplinar Baixar livros de Música Baixar livros de Psicologia Baixar livros de Química Baixar livros de Saúde Coletiva Baixar livros de Serviço Social Baixar livros de Sociologia Baixar livros de Teologia Baixar livros de Trabalho Baixar livros de Turismo