Replicação e patogênese viral, resposta do hospedeiro às infecções virais Universidade Federal Fluminense Disciplina: Microbiologia I Profª Larissa dos Santos Replicação viral Vírus são organismos simples Sem atividade metabólica necessitam da célula para replicar Adquirem atividade biológica dentro de células vivas Como a progênie viral é gerada? Fissão? Brotamento? Conjugação? ... REPLICAÇÃO!! Vírus são replicados na célula hospedeira!! Interação vírus x célula Interação entre vírus e célula receptores Vírus não envelopados Vírus envelopados Permissividade e susceptibilidade Permissividade: condições intracitoplasmáticas que favorecem a replicação Susceptibilidade: receptores Replicação viral Etapas são as mesmas para todos os vírus 1- Adsorção Interação vírus x célula via receptores Receptores celulares podem ser: proteínas, lipídios ou carboidratos Adsorção - envelopado Adsorção – não envelopado 1- Adsorção (susceptibilidade) Receptor determina hospedeiro afetado, tropismo viral e a patogenia da infecção 2- Penetração A – Direta: vírus sem envelope 2- Penetração B- Fusão com a membrana celular - Fusão do envelope viral com membrana plasmática (vírus envelopados 2- Penetração C- Endocitose mediada por receptor - Vírus não envelopado 2- Penetração C- Endocitose mediada por receptor - Vírus envelopados Tipos de penetração viral 3- Desnudamento Separação entre capsídeo e genoma viral Genoma liberado no citoplasma da célula ou no núcleo 4- Expressão gênica e replicação Síntese de cópias do material genético, enzimas, proteínas estruturais, glicoproteínas do envelope Vírus de DNA núcleo Vírus de RNA citoplasma 4- Expressão gênica e replicação Genoma viral transcrição de genes precoces (ptns não estruturais, como reguladores de expressão , enzimas de replicação) replicação do genoma transcrição e tradução de proteínas estruturais (genes tardios) Genoma Ptns não estruturais Replicação do genoma Ptns estruturais 4- Expressão gênica e replicação 4- Expressão gênica e replicação Vírus DNA df DNA df Núcleo RNAm e início da replicação 4- Expressão gênica e replicação Vírus DNA sf DNA sf DNA df (reconhecido pela DNA pol) Início da replicação 4- Expressão gênica e replicação Vírus RNA df RNA df RNAm e início da replicação 4- Expressão gênica e replicação Vírus RNA sf + e - RNA – (transcriptase viral) RNA + = RNAm (síntese de RNA pol RNA dependente) Início da replicação 4- Expressão gênica e replicação Vírus RNA sf com TR RNA sf (+) DNA complementar Inserção no genoma celular (provírus) RNAm Estratégias de replicação 5- Montagem Formação do capsídeo através da associação das proteínas estruturais Capsídeo + genoma Citoplasma ou núcleo d 6- Liberação Vírus não envelopados: lise celular Vírus envelopados: Brotamento Exocitose 6- Liberação Liberação por lise celular (vírus sem envelope) 6- Liberação Liberação por brotamento (vírus envelopado) Envelope adquirido da membrana citoplasmática 6- Liberação Liberação por exocitose (vírus envelopado) Aquisição de envelope das membranas internas (núcleo, organelas) Patogênese das infecções virais Patogênese das infecções virais Transmissão dos vírus na natureza Horizontal De um indivíduo para outro da mesma espécie Vertical Patogênese das infecções virais Exigências para infecção viral Inóculo viral suficiente Sítio de entrada (acessibilidade física das céls, susceptibilidade e permissividade) Defesa local do hospedeiro Patogênese das infecções virais Portas de entrada Trato respiratório, TGI, trato urogenital, conjuntiva Pele Patogênese das infecções virais Disseminação Liberação direcionada de partículas virais Local, através da superfície do epitélio B) Nervos periféricos Sítio primário terminações nervosas locais C) Linfática D) Sangue (viremia) Viremia ativa: replicação viral fazcom que vírus atinja corrente sanguínea Viremia passiva: partículas virais introduzidas no vaso E) Outros tecidos A) Patogênese das infecções virais Padrões de infecção Agudas Produção rápida de vírus seguida de resolução e eliminação da infecção. Persistentes (prod viral contínua ou intermitente) a) Crônica: vírus continuamente replicado e excretado b) Lenta: longo período entre infec primária e sintomas, prod c) contínua de vírus Latente: vírus em forma não infecciosa com períodos de reativação Abortivas Vírus infecta hospedeiro, mas replicação não se completa Patogênese das infecções virais Períodos da infecção Incubação: início da infec até aparecimento dos primeiros sintomas Prodrômico: período dos sintomas clínicos generalizados e inespecíficos, antecede o período dos específicos Doença: sintomas característicos da doença Convalescença: recuperação Patogênese das infecções virais Excreção do vírus no organismo (necessária para manutenção da infecção) Secreções respiratórias (muco e saliva) Fezes (vírus que infectam trato entérico) Pele (contato direto) Trato genitourinário (transmissão por via sexual, urina) Leite materno (CMV, HBV, HIV, HTLV) Sangue (artrópodes, para feto, transfusão, agulhas e seringas) Resposta do hospedeiro às infecções virais INTRODUÇÃO Infecção viral Caract. virais Ambiente epid. Hospedeiro Manifestação clínica Sistema imunológico: participação direta na infecção INTRODUÇÃO Compreensão da resposta do hospedeiro Patogênese Prevenção e controle Diagnóstico Mecanismos de resposta inespecífica Barreiras anatômicas e secreções de superfície Sistema imunológico Barreiras físicas e químicas Mecanismos de resposta inespecífica Barreiras anatômicas e secreções de superfície • Trato respiratório – Muco, epitélio ciliado e temperatura – Vírus envelopados (RSV...) • Trato gastrointestinal – pH ácido, proteases, sais de bile, muco – Vírus não envelopado • Trato genital feminino – pH ácido, bactérias produtoras de H2O2, muco, barreira epitelial, hormônios sexuais Mecanismos de resposta inespecífica Outros fatores que influenciam a infecção viral • Idade • Constituição genética • Estado nutricional • Estado imunológico Resposta imunológica a infecções virais Imunidade inata Imunidade adquirida atua imediatamente após o contato com o agente mais lenta não discrimina diferentes tipos de antígenos atua com intensidade relativamente constante não possui memória reconhecimento de diversos antígenos memória imunológica Eventos imunológicos durante infecção Flores, EF 1ª edição Resposta imunológica a infecções virais Imunidade inata • Barreiras físico - químicas • Principais componentes – Interferon-I – Sistema complemento – Células natural killer – Células dendríticas – Macrófagos Imunidade inata Interferon – I (IFN-I) • Citocina • IFN-α e IFN-β Flores, EF 1ª edição Imunidade inata Células NK • Reconhecem a baixa expressão de MHC-I (células infectadas) • Indução de apoptose (granzimas e perforinas) Imunidade inata Macrófagos e células dendríticas • Macrófagos – liberação de citocinas (inflamatórias, reguladoras de LT e quimiocinas): Interleucinas (IL-1, IL-6 e IL-8); Fator de Necrose Tumoral (TNF-α) – podem apresentar antígenos para linfócitos T • Células dendríticas – Mielóides (mDC) e plasmocitóides (pDC) – pDC: IFN-I, IL-6 e quimiocinas – Ambas apresentam antígeno para linfócitos T Imunidade adquirida • Desencadeada após a estimulação direta ou indireta dos linfócitos T e B pelos antígenos virais • Humoral: anticorpos • Celular: linfócitos T e B Imunidade Adquirida Linfócitos B e anticorpos • Ativação de linfócito B por Ig de superfície IgM • Interação de linfócito T CD4+ e linfócito B mudança de classe da IgG • Anticorpos: – Neutralização – Opsonização – Ativação do complemento (cél, vírus envelopado) • Fagocitose Classes e subclasses de Igs IgG A mais abundante 4 subclasses (variação qt à realização de algumas funções efetoras) IgG2: + importante para bacts encapsuladas IgG 1 e 3: principais ativadoras da via clássica do complemento Receptores celulares para IgG: recrutamento e ativação de PMN, fagócitos mononucleares e NK IgG1 IgG2 IgG3 IgG4 Proporção do total de IgG 65 20 10 5 Ativação do complemento ++ + + - Transferência placentária ++ ++ ++ ++ FcγRI ++ - ++ + FcγRII ++ - ++ - FcγRIII ++ - ++ - Ligação a Classes e subclasses de Igs IgA 2ª Ig mais abundante Podem ocorrer como dímeros Secretada em superfícies externas Proteção de superfícies IgA secretória: saliva, fluidos pulmonares, secreções GI, lágrimas, leite materno e secreções vaginais Classes e subclasses de Igs IgM Pentâmero 1ª Ig secretada em uma resposta mediada por Acs IgD A menos bem caracterizada Concentrações séricas baixas improvável função efetora na forma solúvel Dinâmica de IgM e IgG Imunidade Adquirida Linfócitos T • Linfócito T CD4+: – Th1: IL-2, IFN-γ, TNF e IL-12. Induz citotoxicidade (LT CD8+), ativação de macrófagos e resposta inflamatória – Th2: IL-4, IL-5, IL-6 e IL-10. Importante na formação de anticorpos – T helper induz secreção de Igs, quimiotaxia de N0, ativação de macrófagos e proliferação de LB Lima & Lima, 2011 Respostas primária e secundária/memória imunológica 1º contato Proliferação e diferenciação de linfócitos, eliminação de células infectadas e produção de anticorpos 2º contato Resposta mais rápida e mais intensa, células de memória Evasão imunológica Infecção latente Variações antigênicas Indução de tolerância Infecção de sítios imunologicamente privilegiados Interferência em funções do sistema imunológico