UNIVERSIDADE ESTADUAL DE GOIÁS CÂMPUS DE SÃO LUÍS DE MONTES BELOS CURSO DE ZOOTECNIA AVALIAÇÃO GENÉTICO-QUANTITATIVA DE CARACTERÍSTICAS DE PRODUÇÃO EM REBANHO BOVINO DA RAÇA SENEPOL Acadêmica: Taynara Raimundo Martins Orientador: Professor Doutor Rodrigo Zaiden Taveira São Luís de Montes Belos Novembro de 2015 ii TAYNARA RAIMUNDO MARTINS AVALIAÇÃO GENÉTICO-QUANTITATIVA DE CARACTERÍSTICAS DE PRODUÇÃO EM REBANHO BOVINO DA RAÇA SENEPOL Monografia apresentada ao Curso de Zootecnia do Câmpus São Luís de Montes Belos, Universidade Estadual de Goiás para obtenção do grau de Bacharel em Zootecnia. São Luís de Montes Belos Novembro de 2015 iii DEDICATÓRIA À Deus que sempre me sustentou nessa caminhada, me ajudando a vencer cada obstáculo. Toda honra e glória seja dado a Ele. Aos meus pais, Eliana Aparecida Martins de Paula e Sílio Raimundo Pinto,que foram minha inspiração para querer vencer a cada manhã, que me ensinaram a discernir entre o bem e o mal, e que sempre me incentivaram a lutar pelos meus objetivos. A minha irmã Nayara Raimundo Martins que sempre acreditou em mim e sempre me incentivou. Aos meus avós Deonice e Ailton, pelo carinho e incentivo. As minhas tias Luciana e Delaide que sempre torceram por mim. iv AGRADECIMENTOS Primeiramente a Deus por me conceder o dom da vida. Por me sustentar e guiar meus caminhos sempre para o bem. Aos meus pais e minha irmã, pelo incentivo e confiança, principalmente minha mãe que lutou sempre para me manter na Universidade, eu sei que não foi fácil mãezinha, mas, Deus está sempre conosco e nos ajudou nessa trajetória. A todos os meus familiares que me ajudaram tanto financeiramente ou com palavras motivadoras. Em especial a minha tia Luciana e Delaide que nunca mediram esforços para me ajudar . A Dona Elenita e sua família que me acolheram tão bem na quitinete no fundo de sua casa. Uma família que considero minha e que aprendi a amar. Aos meus companheiros da 22a turma do curso de Zootecnia da UEG, em especial Bruna Cristhina que foi minha parceira em todas as horas. Ao Professor Rodrigo Zaiden Taveira, pela atenção e por me orientar. Ao professor Osvaldo José da Silveira Neto que durante a vida acadêmica sempre me incentivou e me deu a oportunidade de participar do primeiro projeto de pesquisa. Aos professores Rafael Ferro e Diogo Ferro, que foram meus maiores incentivadores para continuar fazendo bombons, comprando todas às vezes. A Universidade Estadual de Goiás, a todos os professores do curso de Zootecnia da UEG, e a todos os funcionários. A todos os meus amigos da Igreja Cristã Evangélica Nova Visão. As minhas amigas Kamilla, Micherlley, Ellen e Meireles. Ao meu amigo Cairo Júnior. Ao doutor Gilberto Romeiro de Oliveira Menezes por me orientar durante o período do estágio na Embrapa Gado de Corte. Aos amigos que fiz em Campo Grande durante o estágio; José Lucas, Pollyanna, Taís, Sérgio, Patrick, Ricardo, Flávio . v SÚMARIO LISTA DE ABREVIATURAS......................................................... vi LISTA DE FIGURAS...................................................................... vii RESUMO....................................................................................... viii ABSTRACT................................................................................... ix 1 INTRODUÇÃO.............................................................................. 1 2 REVISÃO DA LITERATURA......................................................... 3 2.1 Origem da Raça Senepol.............................................................. 3 2.2 Programa de melhoramento genético de bovinos de corte............................................................................................... 4 2.2.1 Avaliação Genética........................................................................ 6 2.2.2 Seleção.......................................................................................... 7 2.2.3 Ganho Genético............................................................................ 8 2.2.4 Tendência Genética...................................................................... 9 2.2.5 Máxima Verossimelhança Livre de Derivada........................................................................................ 10 2.3 Características de Locus Quantativo............................................ 11 2.3.1 Peso ao Nascer.......................................................................... 11 2.3.2 Peso aos 120 dias......................................................................... 12 2.3.3 Peso à Desmama.......................................................................... 13 2.3.4 Peso ao Sobreano ....................................................................... 14 2.3.5 Conformação Frigorífica ao Sobreano.......................................... 14 2.3.6 Perímetro Escrotal....................................................................... 15 3 ARTIGO CIENTÍFICO................................................................... 17 3.1 Introdução...................................................................................... 19 3.2 Matérias e Métodos.................................................................... 20 3.3 Resultados e discussão................................................................ 21 3.3 Conclusões.................................................................................... 28 3.4 Referências Bibliográficas............................................................ 29 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS.......................................................... 32 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................. 33 vi LISTA DE ABREVIATURAS ABCZ – BLUP – C – CF – CFS – DEP – D 160 – D 240 – EUA – FIV – GPD – GENEPLUS – M – MTDFREML – P – PE – PES – PD – PN – PO – PS – P120 – REML 90 – SAS – TE – Associação Brasileira de Criadores de Zebuínos Best Linear Unbiased Prediction Conformação Conformação Frigorífica Conformação Frigorífica ao Sobreano Diferença Esperada na Progênie Dias para ganhar 160 kg Dias para ganhar 240 kg Estados Unidos da América Fecundação in Vitro Ganho Pós-Desmama Programa Embrapa de Melhoramento de Gado de Corte Musculosidade Multiple Trait Derivative Free Restricted Maximum Likelihood Precocidade Perímetro Escrotal Perímetro Escrotal ao Sobreano Peso à Desmama Peso ao Nascer Puro de Origem Peso ao Sobreano Peso aos 120 dias Restricted Maximum Likelihood Statistical Analysis System Transferência de Embriões vii LISTA DE FIGURAS Figura 1. Tendência genética do peso ao nascer de bezerros da raça Senepol de 2001 a 2014................................................... Figura 2. Tendência genética do peso aos 120 dias de bezerros da raça Senepol de 2001 a 2014.............................................. Figura 3. 26 Tendência genética da conformação frigorífica ao sobreano de bovinos da raça Senepol de 2001 a 2014..................... Figura 6. 25 Tendência genética do peso ao sobreano de novilhos da raça Senepol de 2001 a 2014........................................... Figura 5. 24 Tendência genética do peso à desmama de bezerros da raça Senepol de 2001 a 2014. ......................................... Figura 4. 23 27 Tendência genética de perímetro escrotal ao sobreano de bovinos da raça Senepol de 2001 a 2014............................... 28 viii RESUMO O Brasil é um dos maiores produtores de proteína animal e o maior exportador de carne do mundo. Sendo assim produtores buscam cada vez mais intensificar e melhorar sua produção, investindo em nutrição, reprodução e genética. Daí surge a necessidade de conhecer raças alternativas para criação no Brasil. A raça Senepol, a qual se desenvolveu após anos de seleção em região de clima tropical vem sendo destaque para os pecuaristas, devido seus bons índices zootécnicos. O conhecimento do desempenho fenotípico e genético de uma população tem grande importância na realização de ajustes necessários ao processo seletivo. Um dos pontos de partida para o processo de seleção é a avaliação genética, que fornece ao criador a principal ferramenta para conhecer geneticamente o rebanho que são as estimativas das Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs). É através dessas DEPs que pode ser observado se teve um melhoramento genético no rebanho. A tendência genética é uma medida que permite avaliar a mudança ocasionada por um processo de seleção para determinadas características ao longo dos anos. A estimativa da tendência genética é a melhor maneira de se observar o progresso genético. Características de crescimento, como o peso corporal, medidas na fase inicial do desenvolvimento do animal, são importantes na determinação da eficiência econômica de qualquer sistema de produção de bovinos e podem ser recomendadas como critérios de seleção. Objetivou-se com este trabalho de conclusão de curso avaliar a tendência genética das características produtivas de bovinos da raça Senepol. PALAVRAS CHAVES: melhoramento genético, taurino, tendência genética. ix ABSTRACT Brazil is a major producer of animal protein and the largest exporter in the world meat. Therefore producers increasingly seek to intensify and improve its production by investing in nutrition, breeding and genetics. Hence the need to know alternatives for creating races in Brazil. The Senepol breed, which developed after years of selection in tropical region has been highlighted by the farmers, due its good performance indexes. The knowledge of the phenotypic and genetic performance of a population is of great importance in making necessary adjustments to the selection process. One of the starting points for the selection process is the genetic evaluation, which gives the creator the main tool to meet the flock that are genetically estimates of Expected Progeny Differences (EPDs). It is through these EPDs that can be observed if it had a genetic improvement in the herd. Genetic tendency is a measure that evaluates the change brought about by a process of selection for certain characteristics over the years. The estimation of genetic trend is the best way to observe the genetic progress. Characteristics of growth as the body weight measured at the initial stage of animal development, are important in determining the economic efficiency of cattle of any production system can be recommended and as selection criteria. The objective of this course conclusion work was to evaluate the genetic tendency of the productive characteristics of Senepol breed of cattle. KEY-WORDS: breeding, genetic tendency, taurine. 1 1 INTRODUÇÃO O Brasil possui o maior rebanho comercial do mundo, com aproximadamente 208,3 milhões de bovinos, sendo o maior exportador de carne com 2,9 milhões de toneladas equivalente carcaça (ABIEC, 2014). Apesar de apresentar números expressivos, a cadeia de carne bovina compete com a cadeia de aves e suínos, em que se observa alta produção e profissionalização nos setores, fazendo com que a bovinocultura de corte no país se intensifique cada vez mais, diminuindo o tempo para a terminação e melhorando a qualidade de carcaça dos bovinos terminados. Daí surge a necessidade de conhecer raças alternativas para criação no Brasil Central relacionada a índices reprodutivos e produtivos eficientes e características de acabamento, rendimento e peso de carcaça satisfatórios (ARBOITTE et al., 2004). Nesse sentido, pode ser destacada a raça Senepol, a qual se desenvolveu após anos de seleção em região de clima tropical, originada nas ilhas Virgens no Caribe. Trata-se de uma raça pura, rústica, mocha, de pelagem zero e padronizada na cor vermelha. Animais da raça Senepol vêm se tornando expressivos, no mundo e principalmente no Brasil, por se adequar as condições da pecuária nacional e atender as exigências de pecuaristas por animais de boa precocidade e conformação (ATAIDE, 2012). Quando se tem o conhecimento do desempenho fenotípico e genético de uma população é possível fazer os ajustes necessários ao processo seletivo, isto é, na avaliação dos critérios proposto no processo de seleção, bem como nos resultados dos programas de melhoramento genético aplicados. Através dos parâmetros genéticos e das estimativas de mudança genética é possível realizar o acompanhamento e estabelecimento de diretrizes que direcionem os programas de melhoramento genético, apreciando o ganho genético ao longo do tempo para que os resultados sirvam de elementos orientadores de ações futuras (SANTOS et al., 2012). Dessa forma a tendência genética vem para direcionar os programas de melhoramento genético, pois é uma medida que permite avaliar a mudança ocasionada por um processo de seleção para determinadas características ao longo dos anos. Sua estimativa é então, a melhor maneira de se observar o 2 progresso genético, visto que propicia melhora no desempenho ponderal não significa obrigatoriamente melhoria genética (BALBÉ et al., 2007). Características de crescimento, como o peso corporal, medidas na fase inicial do desenvolvimento do animal, são importantes na determinação da eficiência econômica de qualquer sistema de produção de bovinos e podem ser recomendadas como critérios de seleção (FERRAZ FILHO et al., 2002). Face ao exposto, objetivou-se apresentar aporte teórico, via revisão da literatura, acerca das principais características de desempenho produtivo na Raça Senepol, bem como apresentar artigo científico intitulado: “Tendência genética de características de desempenho produtivo em bovinos da Raça Senepol”. 3 2 REVISÃO DA LITERATURA 2.1 Origem e Aspectos da Raça Senepol A raça Senepol teve origem em 1918, a partir do cruzamento de bovinos da raça N’Dama africano com Red Poll Inglês. O gado N’Dama foi importado do Senegal, na África, para a ilha de Saint Croix, localizada no Caribe, em 1800, por Henry C. Neltropp, o qual mantinha 250 animais N’Dama puro sangue em sua fazenda (CIANZIO,1996). Os animais N’Dama eram bastante adaptados ao calor, resistentes à doenças, insetos, parasitas e com boa habilidade de sobrevivência em regiões de pastagens pobres. Em 1889, com intuito de melhorar a habilidade materna das fêmeas N’Dama e dar caráter mocho ao rebanho, introduziu-se os bovinos da raça Red Poll. Os criadores Henry Neltropp e seu filho Bromlay Nelthropp formaram a raça Senepol pela seleção por vários anos, tendo como objetivos animais tolerantes ao calor, sem chifres, cascos pretos, de pelagem vermelha, precoces, de boa eficiência materna, dóceis e também mais resistentes ao frio do que as raças com genética Bos taurus indicus (ABCB SENEPOL, 2015). O Senepol é considerado uma raça taurina adaptada, já que foi formada a partir do cruzamento entre duas raças taurinas, além de ter sido selecionada sob condições tropicais de produção. Suas principais características são: porte médio, pelos curtos e de cor vermelha, ausência de chifres, boa habilidade materna, temperamento dócil e tolerância às condições tropicais (MENEZES et al., 2014). Segundo OLSON et al. (2003), avaliando a tolerância ao calor dos bovinos Senepol, foi verificado que o tipo de pelagem desses animais (pelos curtos, lisos e brilhantes) se expressa pela ação de um gene dominante intitulado “slick hair gene”. O tipo de pelagem contribui para maior tolerância ao calor e favorece a troca de calor do animal com o ambiente, tendo assim efeitos positivos sobre a produtividade animal. HAMMOND et al. (1996) avaliando em experimento com diferentes raças, compararam o temperamento e o índice de tolerância ao calor de bovinos taurinos britânicos (Angus e Hereford), zebuíno (Brahman), taurinos adaptados (Senepol e Romosinuano) e bovinos mestiços do cruzamento de Senepol x Hereford. Os autores concluíram que os bovinos Senepol PO e mestiços cruzados Senepol x 4 Hereford possuíam alta tolerância ao calor e foram animais de um temperamento mais dócil. Essas características, mais evidenciadas nos produtos puros de origem da raça Senepol, comprovam a docilidade natural desses animais, transmitida aos descendentes, com isso favorece o manejo, já que animais mais calmos sofrem menor estresse e resulta em melhor conversão alimentar. Os animais provenientes dos cruzamentos apresentam boa resistência ao calor e parasitas, temperamento dócil e habilidade de sobreviver em regiões com baixa disponibilidade de alimento, tornando a raça Senepol excelente opção para produção de carne a pasto nas condições predominantes do Centro-Oeste brasileiro. Por se tratar de uma raça taurina adaptada, o Senepol também é opção para programas de produção de carne de qualidade à pasto. Merece destaque a viabilidade do uso de touros Senepol em monta natural a campo, representando boa alternativa para sistemas de produção em que a adoção de inseminação artificial não é possível, ou como opção no repasse de matrizes submetidas à programas de inseminação artificial em tempo fixo (IATF) (OKAMURA, 2015). 2.2 Programa de melhoramento genético de bovinos de corte O principal objetivo em um programa de melhoramento genético é identificar os indivíduos superiores, ou seja, quais os animais que realmente irão transmitir boas características aos seus descendentes, promovendo assim o melhoramento genético do rebanho. Esses programas visam mudar a herança nas populações pelo aumento dos genes desejáveis ou aumento da frequência de genótipos desejáveis com o objetivo de aumentar a produtividade dos rebanhos (MENEZES et al., 2013). Para que se possa obter sucesso em um programa de melhoramento genético, o mesmo deve estar baseado em metas muito bem definidas, coerentes com o mercado e com o ambiente. O objetivo final deve ser melhorar uma ou uma combinação de características presentes no animal. Portanto, essa mudança deve ocorrer para que possa suprir o mercado, atendendo a demanda, pois só assim haverá retorno para tal investimento. Depois de definido o objetivo principal do programa de melhoramento, deve-se adotar um critério de seleção com base na característica a ser melhorada. Esse critério pode ser a combinação de várias 5 características, resultando, assim, num índice final de seleção (JOSAHKIAN et al., 2003). Considerando a aquisição das informações que serão avaliadas, é muito importante que todos os que encontrem envolvidos no programa, estejam comprometidos em trabalhar com seriedade para que a coleta de dados seja feita de forma correta, sempre em busca de minimizar os erros. Isso significa saber quais são as informações necessárias a serem coletadas em cada fase e fazer a coleta com responsabilidade. Por esta razão, é decisivo a clara definição do que coletar e não menos importante, o adequado treinamento de quem fará a coleta, especialmente dos funcionários que estão envolvidos nesta atividade (MENEZES et al., 2013). Mesmo utilizando alta tecnologia na produção animal, o olho humano ainda é uma ferramenta indispensável e uma das principais formas de avaliação animal. A avaliação visual empírica continua sendo utilizada em inúmeras situações como: critério de compra e descarte dos animais; concessão de registros genealógicos por técnicos de associações das mais diversas raças bovinas; em julgamentos comparativos nas pistas de exposições agropecuárias e em acasalamentos dirigidos, em que muitos profissionais analisam o exterior dos animais em complemento a dados de genealogia, desempenho fenotípico e em avaliações genéticas, quando existentes (KOURY FILHO, 2005). Existem diversas vantagens na adoção de um programa de melhoramento genético, de acordo com JOSAHKIAN et al. (2003) podem ser destacadas: melhoria da fertilidade do rebanho; identificação dos animais mais precoces; melhoria dos índices de ganho em peso; decréscimo do intervalo de gerações; venda de animais testados; produção de carne de melhor qualidade; otimização dos recursos da propriedade e consequentemente aumento da lucratividade. No entanto, a simples participação em um programa de melhoramento não significa, em si mesmo, o progresso genético do rebanho. Tudo depende de como será utilizada essas informações, ou seja, quem será eleito como reprodutores e matrizes. Para ter sucesso em um programa de melhoramento genético é necessário utilizar linhagens com desempenhos superiores e adaptados às condições ambientais. Na inexistência de material genético superior não é possível obter alta 6 produtividade e qualidade de produto. Desta forma o melhoramento tem tido papel fundamental no desenvolvimento da pecuária gerando animais com características de forte interesse econômico (ANDRÉA et al., 2006). O objetivo final de um programa de melhoramento genético deve ser traduzir os valores genéticos em expressiva melhoria dos resultados econômicofinanceiros dos rebanhos. Entretanto, a seleção somente por pesos e ganhos em pesos a determinadas idades têm se mostrado insuficiente para atingir estes objetivos. Critérios de seleção que avaliem características de carcaça devem ser incluídos no objetivo de seleção (COSTA et al., 2008). 2.2.1 Avaliação Genética Um dos pontos de partida para o processo de seleção é a avaliação genética, que fornece ao criador a principal ferramenta para conhecer geneticamente o rebanho: as estimativas das Diferenças Esperadas na Progênie (DEPs), que auxiliam o criador na tomada de decisões visando o progresso genético contínuo e aumento da produtividade (PEREIRA, 2008). Avaliar a qualidade genética de um animal nada mais é do que estimar o seu valor genético aditivo, isso é, aquela parte dos componentes genéticos cuja transmissão se consegue prever e dessa forma avaliar o impacto na composição genética das gerações futuras (SOUZA, 2012). A avaliação genética atua na identificação dos indivíduos geneticamente superiores de tal modo que, usados na reprodução, transmitam aos seus descendentes sua superioridade, alterando dessa forma a média da população. Sob esta definição o indivíduo é visto como um veículo de genes que devem se expressar na geração subsequente. O recurso disponível para a execução da avaliação genética é a observação das características economicamente importantes (PASCOA, 2011). A DEP é um número que representa uma estimativa do mérito genético médio das informações contidas nos gametas de determinado indivíduo. Pela forma como ela é estimada, encerra um atributo de comparação. Assim, dentro de uma população que foi submetida a uma avaliação genética, pode-se decidir 7 sobre a utilização de dois animais comparando-se suas DEPs (EUCLIDES FILHO, 2000). 2.2.2 Seleção É a escolha dos pais que produzirão a geração futura e a determinação do número de filhos que cada pai deixará. Para que aconteça é necessário alguns critérios, nos quais os animais são escolhidos. O critério é, então, o meio utilizado para se atingir os objetivos de seleção. Portanto, antes de se definirem os critérios é necessário que os objetivos sejam definidos. Esse objetivo é a combinação de características importantes economicamente dentro de um sistema de produção ou seja, aquilo que se deseja atingir (ALENCAR, 2010). De modo geral a seleção, tem o objetivo de melhoria e/ou fixação de alguma característica de importância. Isso quer dizer que ela tem por finalidade aumentar, na população, a frequência de alelos favoráveis. A melhoria obtida em características quantitativas vai depender da herdabilidade da característica em questão, e do diferencial de seleção. No entanto, é importante ressaltar que a seleção, apesar de possibilitar a mudança da frequência gênica da população, aumentando a frequência de alelos favoráveis, não cria novos genes (EUCLIDES FILHO, 2000). A seleção, em outras palavras, significa proporcionar diferentes taxas reprodutivas aos diferentes genótipos. A maior dificuldade em se identificar os animais desejáveis é que o mérito genético dos indivíduos, representado pelo conjunto de genes, os seus genótipos, não é visível devendo ser, desta forma, estimado. Este processo de se avaliar animais geneticamente é o que se chama de Avaliação Genética (PEREIRA, 2008). Dois tipos devem ser considerados: natural e artificial. A Natural é um processo extremamente complicado em que muitos fatores determinam a proporção de indivíduos que irão se reproduzir. Ela se processa pela sobrevivência dos indivíduos mais adaptados. Já a Artificial é o resultado da atuação do homem no sentido de aumentar a frequência de genes ou de combinações gênicas desejáveis na população por meio do acasalamento dos indivíduos com desempenho superior ou daqueles que têm habilidade para 8 produzir filhos com desempenho superior, quando acasalados com indivíduos de outras linhas ou raças (ELER, 2015). A seleção natural é o fenômeno biológico que favorece a sobrevivência de parte da população, ou seja, aqueles indivíduos que graças à variabilidade genética, herdaram combinações gênicas mais adaptativas a uma determinada condição ecológica. A expressão mais adaptada se refere à maior probabilidade que um determinado organismo apresenta de sobreviver e deixar descendentes em certo ambiente. Ao contrário da mutação, ela atua reduzindo a variabilidade gênica. Assim sendo, em face de haver seleção de apenas alguns genótipos, quanto mais intensa ela for, menor será a variabilidade gênica na população (SANTOS, 2011). Por meio da seleção artificial, o produtor mantém alelos desejáveis no seu rebanho, os quais, em sincronismo com as demais áreas (nutrição, manejo e sanidade animal), podem resultar em desempenho fenotípico satisfatório, ocorrendo com base nos métodos de melhoramento genético (URBINATI, 2014). 2.2.3 Ganho Genético O ganho genético esperado com a seleção é dependente da herdabilidade da característica, e do diferencial de seleção. Em resumo, o ganho genético esperado depende do número de animais do rebanho que serão selecionados e destinados ao acasalamento, e quanto mais animais direcionados a reprodução, menor será o ganho genético esperado, e quanto maior a herdabilidade das características de interesse, maior será a resposta à seleção (EUCLIDES FILHO, 2000). É por meio do ganho genético que é medido a resposta à seleção que, por sua vez, é uma função do diferencial de seleção e da herdabilidade da característica. Portanto, o diferencial de seleção mede a diferença entre os indivíduos selecionados para pais da próxima geração e a média de toda a população (PEREIRA, 2008). De acordo com a estratégia de seleção adotada, e o ganho proporcionado, é possível orientar de maneira mais efetiva o programa de melhoramento, bem como predizer o sucesso de diferentes esquemas a serem adotados, decidindo 9 com bases científicas, quais podem resultar em maiores ganhos genéticos do caráter de interesse (CRUZ & REGAZZI, 2001). Como o progresso genético para características de desempenho depende do ganho genético obtido através da seleção, torna-se determinante a avaliação periódica da eficiência do programa de melhoramento genético empregado, bem como efetuar ajustes, de modo eficiente, com vistas à otimização do ganho genético e, no aumento da rentabilidade da exploração (SILVA et al., 2001). Todos os ganhos genéticos alcançados nas características responsáveis pela expressão de precocidade sexual, crescimento e acabamento de carcaça devem ser mensurados por meio das estimativas de mudanças genéticas. Esse conhecimento poderá ser o direcionador dos programas nas avaliações de progresso genético ao longo dos anos com a finalidade de orientar os criadores quanto a suas ações futuras para as melhorias no rebanho (EUCLIDES FILHO et al., 2000). 2.2.4 Tendência Genética De acordo com LAUREANO et al. (2011), independente das características incluídas nos critérios de seleção, há necessidade de acompanhamento da evolução genética dos rebanhos, para verificar a efetividade do processo de seleção. Ainda destaca que o monitoramento desses resultados pode ser feita pelo estudo da tendência genética de características sob seleção direta ao longo dos anos, bem como de características correlacionadas. O conhecimento da evolução genética de uma população é importante não só para os ajustes eventualmente necessários, mas também para avaliar o resultado do programa de seleção adotado. A estimação de tendências genéticas em uma população permite visualizar a eficiência dos procedimentos de seleção e assegurar que a pressão de seleção seja direcionada para as características de importância econômica, além de auxiliar na definição dos objetivos de seleção (WEBER et al., 2009). Segundo LIMA et al. (2005) uma das maneiras de se avaliar esta eficiência é por meio da tendência genética ao longo dos tempos, pela qual se avalia a mudança proporcionada pelo processo de seleção. 10 A partir de dados de animais criados a pasto nascidos no período de 1965 a 2001 no nordeste do Brasil, provenientes do controle de desenvolvimento ponderal da raça Nelore, da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), MALHADO et al. (2008), encontraram tendências genéticas para os efeitos diretos para as características D160 e D240 foram significativas (P<0,001) e iguais a 0,14 e -0,41 dias/ano. Em termos de mudança genética anual, isto representa 0,053 e 0,055%, com ganhos genéticos nos 36 anos de estudo de 5,04 e 14,76 dias a menos para ganhar 160 e 240 kg. A tendência genética materna foi significativa (P<0,05) e igual a -0,0037 dias/ano para D160, com um ganho total nos 36 anos de 0,133 dias a menos para ganhar 160 kg, resultando numa contribuição quase nula, o que reflete a inexistência de seleção materna para esta característica. 2.2.5 Máxima Verossimelhança Livre de Derivada Conforme FARIA et al. (2008) os métodos utilizados no melhoramento animal, na estimação de componentes de (co) variância e parâmetros genéticos são imprescindíveis nas avaliações genéticas. Esses métodos têm sido cada vez mais importantes na pecuária de corte com a utilização de valores genéticos na seleção de reprodutores e matrizes. No entanto, os componentes de variância, necessários para a obtenção dos valores genéticos, precisam ser estimados de forma acurada para que as diferenças entre o valor predito e o verdadeiro sejam minimizadas. Dessa maneira, a aplicação de métodos que possibilitem maximizar a acurácia das estimativas dos componentes de variância é de extrema importância. A partir da década de 80, as avaliações genéticas começaram a ser realizadas utilizando-se a teoria dos modelos mistos HENDERSON (1973), para a obtenção do melhor preditor linear não viesado (best linear unbiased prediction – BLUP). Essa metodologia tem como principal característica a estimação dos efeitos fixos e dos efeitos aleatórios. Isso possibilitou a realização de avaliações genéticas em grande escala, considerando informações de animais em rebanhos, regiões e mesmo países diferentes (BARBOSA, 2007). 11 Porém, essa metodologia pressupõe que os componentes de variância sejam conhecidos, o que raramente ocorre na prática. Quando tais componentes são desconhecidos, utiliza-se como estratégia de análise a substituição dos valores paramétricos dos componentes de variância por estimativas de máxima verossimilhança restrita (REML), com procedimentos que permitem obter o BLUP. Essa metodologia tem como principal característica a estimação dos efeitos fixos e dos efeitos aleatórios de maneira que a função densidade de probabilidade das observações é dada pela soma das funções densidade de probabilidade de cada parte. Além disso, permite a inclusão das informações da matriz de parentesco, possibilitando a realização de avaliações genéticas em grande escala e avaliação para características múltiplas em modelos com dois ou mais fatores aleatórios (ALBUQUERQUE et al., 2011). Os resultados da estimação de componentes de variância por este método são pontuais, ou seja, o valor do parâmetro que se quer estimar é um valor fixo determinado e não permitem que outras inferências sejam realizadas. Além disso, propicia apenas intervalos de confiança, aproximados para os componentes de variância, através do uso de aproximações de tendência à normalidade (GIANOLA et al., 1990). 2.3 Características de Locus Quantativo 2.3.1 Peso ao Nascer É a informação mais precoce do indivíduo, retratando seu crescimento prénatal. É parcialmente determinado pela capacidade genética do indivíduo para o crescimento pré-natal e pelo ambiente intrauterino materno. Este peso está relacionado com o período de gestação e com a facilidade de parto. Bezerros mais pesados têm maior probabilidade de nascer de partos distócicos, especialmente se as mães são jovens. Touros com altas DEPs não são indicados para uso (NEWMAN et al., 1987). Esta medida de peso ao nascimento, conforme ATAIDE (2012) é muito utilizada em programas de seleção, tendo correlação positiva com crescimento pós-natal, principalmente em animais europeus, visando reduzir ou eliminar partos 12 distócicos. Outra utilidade do peso ao nascer seria a possibilidade de determinação de pesos limites para se evitarem partos difíceis em cada raça. Bezerros machos são aproximadamente 5 a 8% mais pesados que as fêmeas, além de estarem relacionados a gestações de duração mais longas. O acompanhamento do peso ao nascimento do bezerro é de extrema importância em programa de avaliação, pois a seleção direta para algumas características, dentre elas os pesos em diferentes idades, podem promover ganho indireto para PN, acarretando em problemas no momento do parto que inviabilizam toda a vida futura da vaca e do bezerro. MOREIRA (2011), em seu estudo com animais da raça nelore obteve uma tendência genética para peso ao nascer de 0,040kg/ano. FERNANDES et al. (2002) avaliando tendências e parâmetros genéticos para características pré-desmama em bovinos da raça charolês criados no Rio Grande do Sul, observou uma media anual para peso ao nascimento de 0,040 kg, o que representa 0,025% em relação às médias do peso ao nascer do estudo. 2.3.2 Peso aos 120 dias É a medida de peso, em kg, medido próximo aos 120 dias de idade do animal, quando ele ainda depende quase que totalmente de sua mãe. A DEP para este peso reflete o potencial de aleitamento das vacas. Avalia habilidade maternal da vaca, efeito ou DEP maternal, e de crescimento dos bezerros, efeito ou DEP direta, usado como âncora nas análises bicaracteres para minimizar os efeitos de descarte posteriores à desmama. Os touros com DEPs mais elevadas são os mais indicados (FERRAZ et al., 2001). SOUZA et al. (2011) avaliando a tendência genética de bovinos criados a pasto no Brasil, encontraram uma média para peso aos 120 dias de 0,387 kg/ano. Em termos de mudança genética anual, isto representa incrementos de 0,320%. O progresso genético aditivo direto obtido poderia ter sido mais elevado visto a variação genética existente para a característica. A característica P120 não é influenciada somente pelo mérito genético do animal, mas também pelo ambiente em que vive e em grande parte pela habilidade materna de sua mãe. É justamente nessa fase em que ocorre o pico de 13 lactação, tendo influência direta no peso do animal. Esta característica sofre pouca influencia do manejo, o que nos permite avaliar a habilidade materna da mãe de crescimento da pré-desmama do animal, sendo uma característica de grande importância para os programas de melhoramento genético (GUIMARÃES et al., 2010). 2.3.3 Peso à Desmama Esta medida é muito importante no processo de seleção, já que de acordo com BERGMANN (1993), representa a capacidade de crescimento do indivíduo, e a capacidade materna para produção de leite. O animal que desmama mais pesado consequentemente alcançará peso de abate mais cedo. Sua mensuração deve ser feita entre sete e oito meses, pois possui correlação positiva com os pesos às idades subsequentes. Pode-se afirmar, conforme esse mesmo autor, que o peso ao desmame apresenta dupla vantagem, refletindo, por um lado, a habilidade da mãe e, por outro, o princípio da manifestação do mérito próprio do animal para se desenvolver. Além das diversas vantagens, a inclusão do peso à desmama nos programas de melhoramento genético possibilita a dissociação entre efeitos genéticos diretos e maternos, permitindo a seleção de vacas para habilidade materna, sendo a capacidade do bezerro para crescer e da mãe para produzir leite, definindo quais bezerros apresentou melhor desempenho (FERRAZ et al., 1999). De acordo com SILVEIRA et al. (2004), a idade padrão utilizada para representar peso à desmama é de 205 dias. Um dos principais indicativos do potencial genético para o ganho de peso de um animal é o desempenho dos bezerros do nascimento até à desmama. Porém, fatores ambientais como o ano e mês de nascimento, o sexo do bezerro e a idade da vaca ao parto, são importantes fontes de variação sobre as características de crescimento. 14 2.3.4 Peso ao Sobreano O peso ao sobreano ou peso ao ano e meio de idade mostra a capacidade do animal em ganhar peso e ser beneficiados pelo ganho compensatório, quando criados à pasto em condições tropicais, após o estresse sofrido durante a época com menor disponibilidade de alimentos., a ponderação apresenta correlação mais alta com o peso ao abate, é uma característica mais livre do efeito materno residual, expressando assim a verdadeira qualidade do animal em crescer e ganhar peso (FERRAZ et al., 1999). Está medida é afetada por componentes genéticos aditivos diretos e maternos, visto que é composto pelo peso ao desmame mais o ganho de peso pós-desmame. Este peso deve ser ajustado para a idade de 550 dias e incluir todos os animais pesados entre 500 e 600 dias de vida (ATAIDE, 2012). WILDEUS (1993), estudando 267 touros da raça Senepol na ilha de Saint Croix obteve o peso de 326 kg aos 450 dias, os animais de 18 a 30 meses tiveram média de 495 kg e os animais de 36 a 90 meses com 757 kg de peso corporal. SANTOS et al. (2010) verificaram pesos ao sobreano de animais mestiços a pasto Senepol x Nelore nos machos de 278±7,66 kg e de 260,42±8,10 kg nas fêmeas. 2.3.5 Conformação Frigorífica ao Sobreano No Brasil, a avaliação visual da conformação frigorífica tem sido incluída em vários programas de melhoramento genético de bovinos de corte, com o objetivo de identificar animais mais equilibrados e adaptados à maioria das condições de criação em pastagens tropicais. A conformação frigorífica é constituída por três componentes principais: a estrutura, representada pelo comprimento, profundidade e arqueamento de costelas; a musculosidade, evidenciada pela quantidade e forma da massa muscular, e a precocidade de acabamento, medida pelo grau de deposição de gordura na carcaça (ROSA & ABREU, 2007). Segundo DAL-FARRA et al. (2002), os programas de melhoramento animal têm buscado um animal mais precoce e de bom acabamento e, com este intuito, 15 têm lançado mão de avaliações por escores visuais. As características que têm sido consideradas para a avaliação visual são a conformação (C), em que se procura avaliar o potencial de produção de carcaças adequadas à produção de carne, a precocidade (P), em que se busca o potencial de terminação com menor peso e idade, e a musculosidade (M), em que se avalia o desenvolvimento das massas musculares do animal. Alguns programas de melhoramento genético incorporam essas características de avaliação visual de carcaça no critério de seleção, com o propósito de identificar animais que apresentem melhor composição de carcaça e que, portanto, poderiam ser abatidos precocemente. O objetivo básico das características envolvidas na avaliação visual dos diferentes tipos morfológicos é identificar aqueles animais que, nas condições viáveis de criação e atendendo o mercado consumidor, cumpram seu objetivo eficientemente e em menos tempo (JOSAHKIAN et al., 2003). De acordo com KOURY FILHO (2005), a adoção de características avaliadas por escores visuais representa vantagens para o melhoramento genético de características relacionadas à carcaça, comparada à avaliação post mortem. O tempo para se obter os resultados diminui, e os gastos com a coleta de dados são consideravelmente menores. A avaliação da conformação frigorífica (CF), segundo SILVA (2000), é feita com notas de 1 a 6 (1 – pior; 6 – melhor) dentro de grupo de contemporâneos, de forma relativa. A conformação frigorífica leva em conta a quantidade de carne terminada produzida pelo animal, e é uma forma de avaliar a composição do ganho obtido. 2.3.6 Perímetro Escrotal Atualmente, várias características reprodutivas foram incluídas como critério de seleção em programas de melhoramento de gado de corte, como, por exemplo, o perímetro escrotal. O perímetro escrotal é característica de fácil mensuração, está associado à fertilidade e possui correlações genéticas favoráveis com outras características reprodutivas principalmente nos machos (SILVA et al., 2000). e de crescimento, 16 A característica PE apresenta herdabilidade de média a alta magnitude. Sendo assim, sua correlação genética com a idade ao primeiro parto das fêmeas, possibilita selecionar fêmeas mais precoces. Outro fator importante relacionado ao perímetro escrotal é sua relação com a precocidade reprodutiva. Está medida deve ser realizada na desmama e ao sobreano (ROSA et al., 2013). Touros que apresenta testículos mais desenvolvidos possuem maior volume e maior concentração espermática no ejaculado, provavelmente servindo à maior número de fêmeas ou produzindo maior número de doses de sêmen. Por apresentar herdabilidade média à alta com o peso corporal nos machos, esta característica permite a obtenção de boa resposta nos processos de seleção, sugerindo que a seleção para perímetro escrotal seja favorável nas características de crescimento ao ano e ao sobreano (ATAIDE, 2012). Segundo MOREIRA (2011), as estimativas de tendências genéticas permitem avaliar como o processo de seleção está mudando ao longo dos anos os valores genéticos médios. Avaliando animais da raça nelore, foi observado que a seleção aplicada nos machos para obtenção de animais com maiores perímetros escrotais medidos aos 365 e 450 dias de idade, tiveram ganhos genéticos anuais de 0,025 cm/ano e 0,034 cm/ano respectivamente. De acordo com PEREIRA (2003), selecionar machos com maior PE resulta em fêmeas mais precoces, reduzindo a idade ao primeiro parto. GRUPIONI et al. (2015), avaliando o crescimento testicular em bovinos guzerá, obtiveram uma média de 0,02 cm/ano para perímetro escrotal. 17 3. ARTIGO CIENTÍFICO Tendência genética de características de desempenho produtivo em bovinos da Raça Senepol RESUMO Objetivou-se com esse trabalho estimar as tendências genéticas das características de locus quantitativo como peso ao nascer (PN), à fase materna (P120), à desmama (PD) e ao sobreano (PS), perímetro escrotal ao sobreano (PES) e para as características de avaliação subjetiva: escore de conformação frigorífica ao sobreano (CFS), em bovinos da raça Senepol. Foram feitas 37.498 observações, entre o período de 2001 a 2014. Para a análise crítica dos dados utilizou-se o programa estatístico SAS (2002-2010), foi utilizada a Metodologia de Modelos Mistos (HENDERSON, 1953) para a análise genética, sendo adotado o Modelo Animal, considerando as características múltiplas. As estimativas dos componentes de covariâncias foram obtidas por meio do software REML90 (MISZTAL, 2012), a partir de diferentes amostras retiradas da população. As médias anuais das tendências genéticas encontradas para PN, P120, PD, PS, PES e CFS foram de 0,03kg, 0,361kg, 0,434kg, 0,984kg, 0,003 (1-6) e 0,002 cm respectivamente. As análises de tendência genética obtidas mostraram-se positiva para todas as características observadas indicando haver progresso genético dentro da raça analisada. Com o incremento de dados produtivos e reprodutivos na literatura científica de bovinos da raça Senepol criados no Brasil, poderão ser evidenciados dados demonstrativos de rusticidade e precocidade desses animais, evidenciando a raça 100% taurina adaptada com grande potencial de produção. PALAVRAS-CHAVES: bovino de corte, ganho genético, melhoramento animal. 18 ABSTRACT Genetic trend of performance traits in bovines of Senepol Breed The aim of this paper was to estimate the genetic trends of quantitative locus characteristics such as birth weight (BW), maternal phase (P120), weaning (PD) and yearling (PS), scrotal circumference measurements (PES) and for the characteristics of subjective evaluation: cold conformation score yearling (CFS), in cattle breed Senepol. 37,498 observations were made between the period 2001 to 2014. For a critical analysis of the data we used the SAS statistical program (2002-2010), we used the Mixed Model Methodology (HENDERSON, 1953) for genetic analysis, being adopted the Animal Model, considering the multiple features. The estimates of the covariance components were obtained by using software REML90 (MISZTAL, 2012) from different samples from the population. The average annual genetic trends found for PN, P120, PD, PS, PES and CFS were 0.03kg, 0,361kg, 0,434kg, 0,984kg, 0.003 (1-6) and 0.002 cm respectively. The analysis of genetic trend obtained proved to be positive for all the observed characteristics indicating that there is genetic progress within the analyzed race. With the increase of productive and reproductive data in the Senepol breed of cattle scientific literature created in Brazil, data demonstrating rusticity and precocity of these animals may be evidenced, showing 100% taurine race adapted with great production potential. KEY-WORDS: animal breeding, beef cattle, genetic improvement. 19 3.1 Introdução Embora nos últimos anos a pecuária de corte no Brasil tenha sofrido forte pressão das principais culturas agrícolas, ela ainda continua em expansão. O Brasil é um dos únicos países que ainda possui potencial de crescimento da pecuária, uma vez que tradicionais fornecedores estão com restrição em sua capacidade de produção por limitações climáticas e econômicas. Entretanto, devido às novas exigências ambientais, os produtores precisam aprender a produzir de maneira sustentável, causando o menor impacto possível ao meioambiente e garantindo ao consumidor produto de qualidade (MEZZADRI, 2014). Uma importante decisão do pecuarista moderno que pretende maximizar sua produção é selecionar seus animais visando o melhoramento genético animal. Um bom indicador da resposta à seleção ou ao progresso genético a ser alcançado no rebanho é o conhecimento das estimativas de parâmetros genéticos para características avaliadas na raça em estudo (GONÇALVES et al., 2011). Nesse sentido, a raça Senepol, considerada praticamente nova no Brasil, tem ganhado cada vez mais destaque entre os produtores, por apresentar rápido crescimento, além de ser um animal muito adaptado ao clima tropical, favorecendo a pecuária de corte fazendo com que o ciclo de engorda seja curto. São características como a elevada capacidade de transformação de pasto (proteína vegetal) em carne (proteína animal) que deixa o gado pronto para o abate rapidamente, ou seja, com maturação de peso e carcaça frigorífica em idades ainda precoce (ABCB SENEPOL, 2015). Quando o produtor conhece a evolução genética de seu rebanho há possibilidades de fazer ajustes eventualmente necessários e consequentemente avaliar o resultado do programa de seleção adotado na propriedade. Conforme WEBER et al. (2009) para observar a eficiência dos procedimentos de seleção e garantir que a pressão de seleção seja direcionada para as características de importância econômica é que se estima as tendências genéticas. O acompanhamento da evolução genética dos rebanhos é prática indispensável para verificar se o programa de seleção está sendo efetivo. Uma das formas para se realizar esse acompanhamento é por meio do cálculo da tendência genética, que fornece o acréscimo ou decréscimo ocorrido em determinada característica ao longo dos anos (BOLIGON et al., 2006). 20 O estudo da tendência genética ao longo do tempo, de acordo com EUCLIDES FILHO et al. (1997), além de permitir a avaliação do progresso genético alcançado, serve, principalmente, como elemento orientador para ações futuras. Nesse sentido, objetivou-se estimar as tendências genéticas de características de produção em rebanho bovino da raça Senepol, a fim de verificar a seleção praticada na população em estudo. 3.2 Material e Métodos Os dados utilizados neste trabalho foram provenientes do banco de dados do programa de melhoramento genético Geneplus. Foram feitas 37.498 observações, entre o período de 2001 a 2014, nos animais nascidos de 1980 a 2014 que, depois de submetidos às devidas análises de consistência, totalizaram 55.525 animais com registros válidos, relacionados às diversas características avaliadas. Foram consideradas informações provenientes de animais sadios e filhos de touros e vacas com idades conhecidas. Nesta avaliação, além do regime a pasto, tradicionalmente considerado, foram incluídos, também, os regimes de criação semi-estabulado e estabulado com as suas respectivas opções de suplementações, em função do considerável número de informações válidas verificado nestes regimes. Para a composição do conjunto de dados e para a análise crítica dos dados utilizou-se o programa estatístico SAS – Statistical Analysis System (SAS INSTITUTE, 2002-2010). Para a análise genética foi utilizada a Metodologia de Modelos Mistos HENDERSON, (1953), sendo adotado o Modelo Animal, considerando as características múltiplas. As estimativas dos componentes de covariâncias foram obtidas por meio do software REML90 MISZTAL, (2012), a partir de diferentes amostras retiradas da população. As características analisadas neste trabalho foram: pesos ao nascer (PN), à fase materna (P120), à desmama (PD), ao sobreano (PS), perímetro escrotal ao sobreano (PES), escores de conformação frigorífica ao sobreano (CFS). Os pesos (P120 e PD) foram ajustados dentro do grupo de contemporâneos, para as idades 21 padrão de 120 e 240 dias, respectivamente. As medidas ao sobreano (PS, CFS e PES) foram ajustadas em função da idade dos animais no grupo de contemporâneo. Para animais com o PD conhecido, o PS foi calculado com base no ganho pós-desmama (GPD) ajustado por grupo de contemporâneos. Os animais com o PD desconhecido, o PS foi calculado considerando a diferença média entre as taxas dos ganhos pré e pós-desmama de animais que apresentaram PD e PS válidos. Para todas estas características foram estimadas as DEPs diretas e maternas considerando-se, como base genética, a média da raça. Foi utilizado nestas análises o modelo animal completo, considerando-se a matriz de parentesco entre os animais e incluindo-se os efeitos genéticos aditivo direto, aditivo materno e de ambiente permanente e os efeitos fixos de grupo contemporâneo, de idade da vaca e da interação entre a idade da vaca e o sexo do produto. Considerou ainda como covariáveis, a idade do animal na data da medida e a consanguinidade. Na formação dos grupos contemporâneos foram considerados os efeitos de sexo, do ano e época de nascimento (1= janeiro a março; 2= abril a junho; 3= julho a setembro; 4= outubro a dezembro) da progênie, da fazenda na qual foi criada, do regime alimentar, do grupo de manejo, da data de medida, do grupo genético do produto e se o animal é produto de FIV ou TE. Para amostras dos resultados foi utilizado o modelo de regressão linear simples. Com a equação: Y= A + Bx sendo, Y= Variável dependente; A= Coeficiente linear; B= Coeficiente Angular; X= Variável Independente. 3.3 Resultados e Discussão Na tabela 1 são apresentadas as médias, desvios-padrões e coeficientes de variação das características de crescimento de bovinos da raça Senepol, sendo: pesos calculados ao nascer (PN), à fase materna (P120), à desmama (PD) 22 e ao sobreano (PS), perímetro escrotal ao sobreano (PES) e para as características de avaliação subjetiva: escore de conformação frigorífica ao sobreano (CFS). Tabela 1. Médias, e desvios-padrões e coeficientes de variação dos pesos calculados (kg), ao nascer (PN), à fase materna (P120), à desmama (PD), ao sobreano (PS), perímetro escrotal ao sobreano (PES) e escore de conformação frigorífica ao sobreano (CFS) de bovinos da raça Senepol. Geral Macho Fêmea Característica Média±DP Média±DP Média±DP PN (kg) 32,84±3,56 33,49±3,83 32,23±3,24 P120 (kg) 125,86 ± 22,43 130,29±22,82 121,47±21,15 PD (kg) 205,59 ± 35,14 216,29±35,80 198,75±32,33 PS (kg) 340,57 ± 76,38 375,82±78,01 310,74±59,70 PES (cm) 31,28 ± 4,15 31,28±4,15 - CFS (1-6) 3,78 ± 1,19 3,65±1,19 3,91±1,17 Fonte: Sumário Senepol, (2015). O PN médio registrado nesse estudo foi de 32,84±3,56 kg, apresentandose 1,46 Kg inferior aos 34,3±50 kg encontrados por THRIFT et al. (1986) em bovinos da raça Senepol criados em Kentucky e Louisiana, EUA. Por outro lado, ISEA et al. (2003) em estudos de animais Senepol na cidade de Zulia, Venezuela, relataram média de 30,28±50 kg de peso ao nascimento, estando 2,56 Kg inferior à média dessa característica observada na presente pesquisa. Resultados satisfatórios foram encontrados nessa pesquisa para o peso médio à desmama, se comparado a outros estudos. O valor registrado no presente estudo (205,59±35,14) encontra-se superior aos 123,9±3,3 kg para os machos e 119,2±3,2 kg para as fêmeas observados por ISEA et al. (2003) em bovinos da raça Senepol na ocasião da desmama. VIU et al. (2006) estudando esta mesma característica em animais da raça Nelore, categoria PO, registraram valor médio de 189,05±21,85 e 178,26±20,00, para machos e fêmeas, respectivamente, sendo estes valores inferiores aos encontrados nesse estudo. 23 A figura 1 dada abaixo apresenta a evolução dos valores genéticos observada para a característica peso ao nascer de bezerros da raça Senepol de 2001 a 2014. Peso ao Nascer 0,8 Tendência Genética 0,7 y = 0,0302x - 60,244 R² = 0,7534 0,6 0,5 0,4 Série1 0,3 Linear (Série1) 0,2 0,1 0 2000 2005 2010 2015 Anos Figura 1. Tendência genética do peso ao nascer de bezerros da raça Senepol de 2001 a 2014. A análise dessa tendência genética mostra que a população vem apresentando algumas flutuações de valores genéticos para peso ao nascimento, o que pode ser explicado, em parte, pelos efeitos ambientais distintos ao longo do período estudado. Pode ser constatado, nesse estudo, ganho genético anual de 0,03 Kg/ano, totalizando ao final do período estudado, ganho de 0,603 kg. A Figura 2 mostra o resultado dos valores genéticos aditivos para a característica peso aos 120 dias, considerada a característica que mais representa a habilidade materna em bovinos de corte. 24 Peso aos 120 dias 8 y = 0,3612x - 720,06 Tendência Genética 7 R² = 1 6 5 4 Série1 3 Linear (Série1) 2 1 0 2000 2005 2010 2015 Anos Figura 2. Tendência genética do peso aos 120 dias de bezerros da raça Senepol de 2001 a 2014. Na avaliação do gráfico que representa a tendência genética do P120, pode ser constatado que não houve flutuações de comportamento, sendo esta uma característica que apresentou ganho durante cada ano do período estudado. A tendência genética foi de 0,361 kg/ano, totalizando ganho, ao final de quatorze anos avaliados, de 7,33 kg, o que é bastante representativo nessa etapa do desenvolvimento do animal. Considera-se ainda que indivíduos mais pesados à essa idade tendem a ser os mais pesados em idades posteriores, melhorando, portanto, os índices de desempenho da raça Senepol. Esse resultado pode ser atribuído, em parte, pela maior intensidade de seleção aplicada à habilidade materna. SOUZA et al. (2011) observando as tendências genéticas do peso de bovinos criados á pasto no Brasil, obtiveram como resultado para pesos aos 120 dias, por período de 27 anos de pesquisa, ganho de 10,4 kg. SENA, (2011), avaliando animais da raça Nelore, na Amazônia Legal, encontrou ganho genético para peso aos 120 dias 0,203kg/ano, estando inferior ao observado no presente estudo (0,361 kg/ano). Entretanto, VAL (2006), avaliando animais participantes do teste de progênie de touros jovens do PMGRN-Nelore Brasil, obteve resultados 25 semelhantes ao desse estudo, com tendências genéticas para peso 120 dias de 0,313 kg/ano. A figura 3 apresenta a tendência genética do peso à desmama de 2001 à 2014. Peso à Desmama 9 y = 0,4345x - 866,55 R² = 1 Tendência Genética 8 7 6 5 Série1 4 Linear (Série1) 3 Linear (Série1) 2 1 0 2000 2005 2010 2015 Anos Figura 3. Tendência genética do peso à desmama de bezerros da raça Senepol de 2001 a 2014. Observou-se progresso genético crescente e linear, a partir de 2001 até 2014, sendo de 0,434 kg/ano, totalizando no final das observações ganho de 8,55 kg. Esse progresso deve ser levado em consideração, pois as mudanças são estáveis e cumulativas ao longo dos anos. GARCIA et al., (2003), avaliando a tendência genética de bovinos da raça nelore mocha, obtiveram resultados contrários, notando declínio no peso ao desmame, evidenciando a necessidade de se utilizar genótipos superiores nos rebanhos, devendo-se porém, estar atento à variabilidade do rebanho, buscandose continuadamente utilizar os melhores reprodutores. Foi evidenciado em bovinos da raça Senepol boa habilidade materna das fêmeas, produzindo muito leite para suas crias e assim desmamando bezerros bem pesados aos 7 e 8 meses de idade com 40 a 60% do peso corporal de sua mãe, variando entre 220 kg e 260 kg, diminuído o tempo de recria e chegando mais cedo ao abate (SENEPOL SANTA LUZIA, 2015). 26 O peso a desmama (PD) é uma característica importante em gado de corte, pois marca o fim do período em que os bezerros estão sob forte influência de suas mães. Além disso, alguns pecuaristas vendem seus animais ao desmame e outros os vendem para o abate (FRIES & FERRAZ, 2006; TORAL et al., 2007). A figura 4 exibe a tendência genética da raça Senepol, para a característica de peso ao sobreano. Peso ao Sobreano y = 0,985x - 1964,9 R² = 1 Tendência Genética 20 15 Série1 10 Linear (Série1) 5 0 2000 Linear (Série1) 2005 2010 2015 Anos Figura 4. Tendência genética do peso ao sobreano de novilhos da raça Senepol de 2001 a 2014. A análise dos dados do PS indica que houve ganho anual de 0,984 kg, e ao final do período considerado para o estudo, ganho de 18,80 kg. SOUZA et al. (2011), observando tendências genéticas do peso de bovinos criados á pasto no Brasil, obteve como resultado 25,5 kg de ganho para peso ao sobreano, entretanto, em maior tempo. LAUREANO et al. (2011), avaliando dados de animais da raça nelore do Estado de São Paulo, obtiveram tendências genéticas para peso ao sobreano de 0,219kg/ano, estando 0,765 kg/ano inferior ao ganho anual constatado nesse estudo. ANDERSON et al. (2012), avaliando a tendência genética de bovinos da raça Canchim de todo Brasil, observaram tendência genética de 0,560 kg/ano, também inferior aos presentes resultados. A Figura 5 apresenta a tendência genética da conformação frigorífica dos animais. Esta é uma característica que está cada vez mais enquadrada nos programas de melhoramento genético. 27 Conformação Frigorífica ao Sobreano 0,04 y = 0,0037x - 7,3721 R² = 1 Tendência Genética 0,03 0,02 Série1 0,01 0 2000 -0,01 -0,02 Linear (Série1) 2005 2010 2015 Anos Figura 5. Tendência genética da conformação frigorífica ao sobreano de bovinos da raça Senepol de 2001 a 2014. Observando o período estudado, nota-se que houve ganho anual de 0,0036 Kg/ano, não sendo valor muito expressivo. Ao final das observações o valor foi de 0,035. PRESTES et al. (2013) avaliando animais da raça charolês, encontraram valores estimados para a tendência genética com resultados positivos e muito próximos de zero 0,0019. Os valores estimados neste estudo indicam que a mudança genética para essa característica foi praticamente nula. No entanto, apesar dos ganhos genéticos obtidos apresentarem valores relativamente baixos, o progresso deve ser considerado, pois as mudanças genéticas são estáveis, cumulativas e permanentes ao longo dos anos. É possível que a utilização de índices de seleção para estas características proporcione ganhos genéticos de maior magnitude, visto que esses índices consideram as características em conjunto e com valores relativos à sua importância econômica. A Figura 6 expõe a tendência genética de perímetro escrotal medido ao sobreano. Nesse estudo essa característica teve ganho de 0,002 cm/ano, acumulando ganho ao final de quatorze anos de observação de 0,005 cm. 28 Perímetro Escrotal 0,01 y = 0,0025x - 5,1012 R² = 1 Tendência Genética 0,005 0 2000 -0,005 2005 2010 2015 Série1 -0,01 Linear (Série2) -0,015 -0,02 -0,025 -0,03 Anos Figura 8. Tendência genética de perímetro escrotal ao sobreano de bovinos da raça Senepol de 2001 a 2014. Os ganhos genéticos registrados nesse estudo para o PE não indicam que esteja havendo melhoramento genético para esta característica. LAUREANO et al. (2011) estudando tendências genéticas, para essa mesma característica, na raça Nelore, por 11 anos, obtiveram resultados positivos para perímetro escrotal, de 0,011 (0,03) cm/ano, representando mudança média anual de 0,04%. Foi mensurado nos bovinos da raça Senepol participantes do centro de desempenho da empresa CRV lagoa, a circunferência escrotal e o peso, em que foram avaliados animais de 10 a 11 meses de idade, obtendo uma média de peso de 378 kg e PE de 31,5 cm (ABCB SENEPOL, 2015). Esse resultado se assemelha muito com os resultados encontrados nesse trabalho em que os animais tiveram média de 31,28 cm. 3.3 Conclusões Os resultados obtidos no presente trabalho permitem inferir que houve mudança genética positiva para características de peso ao nascer (PN), à fase materna (P120), à desmama (PD) e ao sobreano (PS), perímetro escrotal ao sobreano (PES) e para a característica escore de conformação frigorífica ao 29 sobreano (CFS), o que contribuiu para estimação positiva da tendência genética observada no rebanho estudado. Mesmo sendo baixas as tendências genéticas, elas foram favoráveis, pois o ganho genético é acumulativo,indicando que os critérios de seleção adotados estão favorecendo geneticamente estas características. 3.4 Referências Bibliográficas ABCB SENEPOL – Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Senepol. Online. Disponível em: http://senepol.org.br/associacao/associados/. Acesso em: 23 set. 2015. ANDERSON, M., et al. Tendência genética e fenotípica para peso ao sobreano em bovinos Canchim. Anais da 49a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia A produção animal no mundo em transformação. Brasília – DF, 23 a 26 de Julho de 2012. BOLIGON, A. A., et al. Herdabilidades para ganho de peso da desmama ao sobreano e perímetro escrotal ao sobreano e tendências genética e fenotípica para ganho de peso da desmama ao sobreano em bovinos Nelore-Angus. Revista Brasileira de Zootecnia., v.35, n.4, p.1323-1328, 2006. EUCLIDES FILHO, K., et al. Tendências genéticas na raça Guzerá. 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As tendências genéticas para as características de produção observadas nesse estudo indicam que a seleção realizada vem promovendo progresso genético dentro da raça Senepol. A mensuração do ganho genético é de extrema importância para que se perceba se está havendo progresso genético desejável nas características sob seleção, caso não esteja acontecendo o ganho esperado, os critérios de seleção devem ser revistos. 33 5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABCB SENEPOL – Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Senepol. On-line. Disponível em: http://senepol.org.br/associacao/associados/. Acesso em: 23 set. 2015. ABIEC. Rebanho Bovino Brasileiro. On-line.Disponível em: http://www.abiec.com.br/texto.asp?id=8. Acesso em: 10 out. 2015. ALBUQUERQUE, L. G., et al. Princípios de Avaliação Genética. 2011. On- line. Diposnível em: http://www2.ufersa.edu.br/portal/view/uploads/setores/183/arquivos/PRINCIPIOS %20DE%20AVALIACAO%20GENETICA.pdf. Acesso em : 25 out. 2015. ALENCAR, M. M. 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