Nome: ___________________________________________________ _______________________________________________ N.º ______ 1 º ano do Ensino Médio. Praia Grande, ______de março de 2015. ProfªVivian 1ºtrimestre – Arte Egípcia e Grega Arte para a eternidade O Egito desenvolveu uma das principais civilizações da Antiguidade e nos deixou uma produção cultural riquíssima. Conforme Gombrich (1988) há uma tradição que nos liga diretamente a esses começos, transmitida de mestre a discípulo, e de discípulo a copista, que liga a arte do nosso tempo, qualquer casa ou qualquer cartaz, à arte do Vale do Nilo. Veremos que os mestres gregos frequentavam a escola dos egípcios – e todos nós somos discípulos dos gregos. Assim a arte do Egito revestese de uma imensa importância para nós. O aspecto cultural mais significativo do Egito antigo era a religião. Acreditava-se em vários deuses e na vida após a morte. Porém, a felicidade e a garantia da ascensão para além túmulo dependiam dos rituais religiosos. A arte refletia essa visão religiosa, que aparece representada em túmulos, esculturas, vasos e outros objetos deixados juntos dos mortos. A arquitetura Como consequência da intensa religiosidade, a arquitetura egípcia apresenta grandiosas construções mortuárias, que abrigavam restos mortais dos faraós. De fato, as pirâmides são fruto de um processo de organização que permitiu que milhares e milhares de trabalhadores e escravos, deslocassem, cortassem e arrastassem por meio sumamente primitivos túmulos para receber reis e seus súditos. O rei considerado um ser divino, tinha seu corpo preservado por meio da embalsamação e enfaixamento em tiras de pano, como forma que preparar o corpo para o processo de ascensão da alma que continuaria vivendo no além. Por ordem dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, do Antigo Império, foram construídas três imensas pirâmides no deserto de Gizé para abrigar seus restos mortais. A maior delas, a de Quéops, tem 146 metros de altura e ocupa uma superfície de 54 300 metros quadrados. Esse monumento revela o domínio dos egípcios sobre a técnica de construção. Nas suas imensas paredes não existe nenhuma espécie de argamassa para unir os blocos de pedra. (Nas construções atuais, mistura de areia, água e cal ou cimento usada para juntar os tijolos.) As pirâmides de Gizé, erguida durante o Antigo Império (3200 a 2200 a.C) Mas não são apenas os monumentos históricos, as pirâmides, que nos contam acerca da produção artística do povo egípcio. Os egípcios sustentavam a crença de que a preservação do corpo não era bastante. Se uma fiel imagem do rei também fosse preservada, não havia dúvida alguma de que ele continuaria vivendo para sempre. Os escultores também produziam a cabeça do rei em granito para que fosse colocada sobre a tumba, aonde ninguém a visse, para prosperar a magia e ajudar a alma a se manter viva na eternidade. Uma expressão egípcia para designar o trabalho do escultor era, realmente: “Aquele que mantém vivo” . Alguns dos mais belos retratos pertencem ao Antigo Império (3200 a 2200 a.C), e estão entre as mais belas obras de arte da cultura egípcia. Existe nas esculturas um ar de formalidade na sua expressão, mas devemos reparar na simplicidade que transcorre toda a imagem, que não se “esquece” facilmente. Conforme Gombrich, 1988, “o escultor não está querendo lisonjear, por meio do exagero os traços ou as expressões, o rosto do seu modelo. Há apenas o interesse pelos aspectos essenciais.” Os pormenores secundários, são postos de lado, numa tentativa de representar apenas o principal. A observação da natureza e a proporção do todo são equilibradas de um modo tão uniforme que a escultura ao lado impressiona pelo reflexo “fiel” da vida. Busto em rocha calcária. Encontrado em um túmulo em Gizé, feito de cerca de 2700 a.C Viena, Kunsthistorisches, Museum A combinação de regularidade geométrica e aguda capacidade de observação, e captação de linhas essenciais é característica de toda a arte egípcia. Porém, podemos constatar que os artistas – pintores e escultores egípcios – tinham um modo muito diferente de representar a vida real, se comparado ao nosso, na modernidade. A tarefa do artista consistia em preservar a forma essencial. Podemos dizer também que a beleza da arte egípcia consiste, em representar a realidade por meio das formas que melhor definem uma pessoa ou cenário. Um método semelhante é usado com frequência pelas crianças: representam o mundo no seu melhor ângulo (característico) A regra da frontalidade que governa toda a arte egípcia confere a cada obra individual o efeito de equilíbrio, estabilidade e harmonia. Segundo essa regra a cabeça é mais facilmente vista de perfil. O olho é representado de frente, da forma como usualmente o vemos. A metade superior do corpo, os braços e o tronco são melhor vistos de frente, porque percebemos melhor como estão ligados ao corpo. Além disso acham difícil visualizar uma pessoa com perna e pés virados para frente, e preferiam o contorno claro, bem delineado. Cena que fazia parte da decoração de túmulo egípcio. Museu do Louvre, Paris. O grande despertar – Grécia: Século VII a.C Nos primeiros séculos de seu domínio sobre a Grécia, os cretenses - povo que reinava em Creta – produziram uma arte bastante rude, que não identificava o estilo cretense. Pelo contrário pareciam superar os egípcios em rigidez. A sua cerâmica era decorada com padrões geométricos simples, que ao formar uma cena possuía características austeras e rigorosas. A figura representa a lamentação por um homem morto. Este jaz em seu esquife, enquanto as carpideiras à direita e à esquerda elevam às mãos à cabeça no pranto ritual que é costume em quase todas as sociedade primitivas. A lamentação pelo morto. De um vaso gero no “Estilo Geométrico” feito cerca de 700 a.C.Atenas, Museu Nacional As tribos Gregas nesse período ( séculos VII a V a.C) haviam se instalado em várias cidade pequenas e portos de abrigos ao longo da costa. Havia muita rivalidade entre essas pequenas comunidades, mas nenhuma delas conseguiu dominar todas as outras. Dessas cidades-Estados gregas, Atenas, a Ática, tornou-se de longe a mais famosa e a mais importante na história da arte. Influência da arte egípcia Quando os artistas gregos começaram a fazer estátuas de pedra, partiram donde os egípcios haviam parado. Eles estudaram e imitavam modelos egípcios, como ao fazer uma figura em pé: marcavam divisões do corpo e músculos que os mantém unidos. Os egípcios tinham baseado a sua arte no conhecimento, e criam fórmulas consagradas de como recriar suas figuras. Porém, os gregos começaram a desenvolver a sua percepção visual, e passaram a representar a realidade da forma como a percebiam pela visão. Obra do período arcaico, nota-se a influência do Egito, não só como fonte inspiradora mas como na técnica. O escultor grego desse período, apreciava a simetria natural do corpo humano. Para deixar clara essa simetria, o artista esculpia figuras masculinas nuas, eretas, em rigorosa posição frontal e com o peso do corpo igualmente distribuído sobre as duas pernas. Esse tipo de estátua é chamado de Kouros, que significa “homem jovem” simetria: disposição harmoniosa de coisas ou lados iguais ou semelhantes: regularidade:proporção. Estátuas de dois jovens. Encontradas em Delfos, assinadas por Polímedes de Argos e representando provavelmente os irmãos Cleóbis e Bíton. Cerca de 580 a.C.Delfos, Museu. Por muito tempo os artistas gregos procuravam fazer as suas figuras com os mais nítidos contornos possíveis e produzir figuras humanas que não violentassem a sua aparência, como fizeram os egípcios. Ainda gostam de contornos firmes , bem definidos e do plano equilibrado. Ambas as figuras são representadas de perfil, seus olhos ainda parecem ser vistos de frente. Mas os corpos já não estão desenhados à maneira egípcia, nem os braços nem as mãos estão dispostos com a mesma clareza e rigidez. Vaso Grego no “Estilo de Figuras Negras” com Aquiles e Ajax jogando damas. Assinado por Exekias, Cerca de 540 a.C Museu do Vaticano Na fotografia ao lado (à direita), é um exemplo de como os artistas gregos passaram a observar a realidade. Os pintores nesse período fizeram a maior de todas as descobertas – a descoberta do escorço. Os artistas se atreveram pela primeira vez em toda a história a pintar um pé, tal qual é visto de frente. Ao lado um jovem guerreiro está vestindo a sua armadura para a batalha . Na cabeça do jovem ainda de perfil ainda é possível perceber alguma dificuldade em ajustar a cabeça ao corpo, que é visto de frente. Também o pé esquerdo foi agora foi escorçado: vemos agora os cinco dedos como uma fileira de cinco pequenos círculos. A despedida do guerreiro. Vaso no “estilo de Figuras Vemelhas” Assinado por Eutímides, cerca de 500 a. C. Munique. Escorço: Redução de uma figura segundo as regras de perspectiva Adquirindo cada vez mais desenvoltura e facilidade os artistas haviam adquirido a capacidade de resolver os problemas de representação. Com o passar do tempo, os artistas passaram a gozar da liberdade de representar o copo humano em qualquer movimento corporal. Conforme Sócrates, deveríamos representar a “atividade da alma”, observando minuciosamente o modo como os movimentos afetam o corpo em ação” Discobolo, Cópia romana de uma estátua de bronze por Myron. Cerca de 450 a.C.Munique, Glypothek Ainda se observamos claramente, perceberemos que a estátua de Myron tem uma relação com a tradição egípcia. Myron nos deu o tronco em vista frontal, as pernas e os braços em vista lateral: à semelhança daqueles, compôs a imagem do corpo de um homem segundo os planos visuais característicos de suas partes. Pediu ao modelo real que pousasse numa atitude semelhante e adaptou-o de tal modo que nos dá a impressão de ser a reprodução convincente de um corpo em movimento. O reino do Belo no período Helenístico – IV A.C No século IV a.C, Felipe II, rei da Macedônia, dominou a Grécia. Ao morrer, foi sucedido pelo filho, Alexandre Magno, que construiu um gigantesco império: manteve o domínio sobre a Grécia e conquistou a Pérsia e o Egito. Com sua morte, o império dividiu-se em vários reinos nos quais se desenvolveu uma cultura semelhante à grega – daí ser chamada de helenística, de Hélade, como a Grécia era conhecida. A escultura nesse período apresenta características bem diferentes da do período anterior. Uma delas é a tendência de expressar, sob forma humana, ideias, e sentimentos, como, paz, amor, liberdade, vitória, etc. Outra é o início do nu feminino, pois no período arcaico as figuras femininas eram representadas sempre vestidas. A grande novidade da escultura do período helenístico, entretanto foi a representação de grupos de pessoas, em vez de apenas uma figura. Todo o conjunto deveria dar a impressão de movimento, e permitir a observação de todos os ângulos Afrodite, a deusa do amor A Afrodite de Cápua, foi muito apreciada e copiada, com variações, durante séculos. Assim, no século II a.C aparece a Afrodite de Melos, ou Vênus de Milo na designação romana. Nessa escultura veem-se combinadas a nudez parcial de Afrodite de Cápua e o princípio de Policleto – alternância dos membros relaxados e tensos, que ele usou para esculpir Doríforo. Cópia romana da Afrodite de Cápua, de Lisipo. O original grego data do século IV a.C. Museu Arqueológico Nacional, Nápoles. Afrodite de Melos (séc.II a.C) Museu do Louvre, Paris. Copia romana de Doríforo, de Policleto. O Original grego data de creca de 440 a.C.Museu arqueológico Nacional, Nápoles. Referências Bibliográficas: Gombrich.E.H.A história da Arte. Editora Guanabara, RJ. 1988 Proença, G. Descobrindo a história da Arte.