o estudo da estética na contemporaneidade

O ESTUDO DA ESTÉTICA NA CONTEMPORANEIDADE:
POSSIBILIDADES INTERDISCIPLINARES
Martina Viegas1
Lurdi Blauth2
Palavras-chave: Estética. Identidade. Arte. Literatura. Design.
1 INTRODUÇÃO
O projeto possui como objetivo geral, discutir e analisar o conceito de estética e o de
estetização propostos por Wolfgang Welsh (1995), apresentando a literatura como viés
condutor que perpassa as áreas de Artes e Design, propiciando a reflexão acerca dos processos
criativos presentes no design de calçados brasileiro. O momento destacado e denominado por
Welsh (1995) como o “cenário hiperestético”, diz que as sociedades industriais passam por
um período delicado que requer atenção, sendo que a estética vem sendo cada vez mais
valorizada.
Talvez por buscar a inspiração nas mesmas fontes de pesquisa, talvez por insegurança
em reafirmar as características e identidade brasileira em suas coleções (quem sabe por não
conhecê-la, de fato, ou por sentir a necessidade de manifestar-se culturalmente através da
linguagem da cópia), as empresas e os designers a frente do desenvolvimento das coleções
mostram-se tímidos quanto à liberação da criatividade e originalidade na concepção de novos
e diferenciados produtos voltados ao setor calçadista.
Através da manifestação conceitual e artística dos produtos oriundos da indústria
calçadista atual, salvo exceções, apreende-se que os calçados possuem a mesma linguagem
estética, mesmo pertencendo a marcas e públicos distintos. Não sabe-se, ainda, se este
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Autora. Mestranda em Processos e Manifestações Culturais, pela Universidade Feevale; pós-graduanda em
Design de Superfície e graduada em Design, Hab. Design Gráfico, também pela Universidade Feevale. Email:
[email protected].
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Orientadora. Possui graduação em Desenho e Plástica pela Universidade Feevale, mestrado e doutorado em
Artes Visuais pela Universidade do Rio Grande do Sul e doutorado em Artes Plásticas pela Université Paris 1
(Panthéon-Sorbonne). Email: [email protected].
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fenômeno ocorre de forma natural ou induzida (se sim, quais seriam estes fatores de indução),
consciente ou inconsciente (enquanto apelo do mercado da moda internacional e sua possível
influência em nosso território nacional), tampouco se pode ser denominado um fenômeno,
sendo que estas questões serão melhor aprofundadas no decorrer do projeto.
O estudo realiza, então, pesquisa bibliográfica acerca dos conceitos e teorias de
estética e arte de Wolfgang Welsh, amparados pelo conceito de identidade, cultura,
mundialização e sociedade de Stuart Hall e Alfredo Bosi, através do olhar interpretativo de
Clifford Geertz. O projeto busca enfatizar a contribuição do design enquanto manifestação
cultural através da bagagem teórico-conceitual de Deyan Sudjic e Patrícia Dalpra,
apresentando o panorama da história do design e o cenário criativo brasileiro atual.
A partir dos contos de fada Uma Ideia Toda Azul (Marina Colasanti), e O Rouxinol
(Hans Christian Andersen), o presente estudo visa estabelecer relações interdisciplinares entre
os textos, traçando um paralelo interpretativo capaz de abranger as áreas de artes, literatura e
design, através do fio condutor da estética e seus possíveis processos de estetização na
contemporaneidade. Tais contos possuem conteúdo interpretativo compreendido como fonte
de inspiração bastante enriquecedora aos processos criativos de desenvolvimento de produto.
A pesquisa traz os conceitos de Sylvain Aurox acerca dos temas filosofia e linguagem,
dentre outros autores que serão abarcados mais aprofundadamente durante a pesquisa, ainda
em estágio inicial.
2 CONSIDERAÇÕES
Como futuro desdobramento, deseja-se sugerir a reflexão e um novo caminho ao
desenvolvimento de produtos com design capaz de legitimar a identidade brasileira frente à
indústria calçadista, sobretudo a gaúcha, enaltecendo a importância de oferecer propostas
estéticas calcadas na inovação contextualizada na contemporaneidade.
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REFERÊNCIAS
ANDERSEN, Hans Christian; CARRASCO, Walcyr. O Rouxinol. São Paulo: Editora
Moderna, 2010.
AUROUX, Sylvain. Filosofia da Linguagem. São Paulo: Editora Parábola. 2009.
COLASANTI, Marina. Uma ideia toda azul. São Paulo: Círculo do Livro. 1979.
DALPRA, Patrícia (Org). DNA Brasil – Tendências e conceitos para as cinco regiões
brasileiras. São Paulo: Senai Cetiqt. Editora Estação das Letras e Cores, 2009.
GEERTZ, Clifford. Interpretação das Culturas. Rio de Janeiro: Editora Gen. LTC. 1989.
HALL, Stuart. A Identidade Cultural na Pós-Modernidade. Rio de Janeiro (RJ). 6. Edição
– Tradução Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. DP&A editora, 2001.
ORTIZ, Renato. Mundialização e cultura. 2. ed. São Paulo: Braziliense, 1996.
SUDJIC, Deyan. A linguagem das coisas. Rio de janeiro: Intrínseca. 2010.
WELSH, Wolfgang. Estetização e estetização profunda ou: a respeito da atualidade do
estético nos dias de hoje. Rio Grande do Sul: UFRGS, 1995.
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