F - 429 [08] / 1 O DIODO SEMICONDUTOR E SUA APLICAÇÃO EM CIRCUITOS DE CORRENTE ALTERNADA 1. Conceitos e técnicas Funcionamento de um voltímetro de bobina móvel. Diodo semicondutor e sua curva I vs. V característica. Diodo como um retificador de meia onda. Circuito retificador de onda completa. 2. Modelos e previsões Um galvanômetro de bobina móvel para corrente contínua tem sua deflexão θ proporcional à corrente média que nele circula. Como a intensidade média de uma corrente alternada senoidal é nula em um período, então θ = 0. Entretanto, associando-se em série com o galvanômetro um dispositivo denominado de retificador de corrente, a corrente média não mais será nula e consequentemente θ ≠ 0. Pode-se desta forma utilizar um galvanômetro de corrente contínua para medir correntes alternadas. O desenho da Fig. 1 mostra a curva corrente vs. tensão (I vs. V) para um retificador ideal, em que a resistência é nula para uma polaridade da tensão aplicada, e infinita para a polaridade reversa. Na prática nenhum dispositivo tem exatamente este comportamento, mas é comum o uso de retificadores denominados de diodos semicondutores, nos quais a resistência elétrica é baixa para a polaridade direta, e muito alta para a polaridade reversa. Geralmente, voltímetros e amperímetros de corrente alternada tem suas escalas calibradas em valores eficazes de Figura 1 corrente e tensão. Se dispormos de um voltímetro de tensão contínua, o uso de um retificador o transformará num voltímetro para tensão alternada. Porém a sua escala deverá ser recalibrada em valores eficazes de tensão alternada. 3. Material Osciloscópio de dois canais, gerador de sinal, transformador variável e transformador 110/12 V com derivação central, voltímetro analógico de corrente contínua Yokogawa, dois diodos retificadores 1N4004 e resistor de 470 Ω. 4. Objetivos do experimento A. Monte o circuito conforme a Fig. 2, associando o diodo semicondutor em série com o voltímetro de corrente contínua de bobina móvel. Considerando os pontos A e B como os terminais de entrada do “novo” voltímetro, construa o gráfico de calibração VAB vs. Vi, sendo VAB a tensão eficaz entre A e B, obtida com o osciloscópio, e Vi a a tensão indicada pelo ponteiro na escala do voltímetro selecionada. Figura Faça todas as suas2medidas na freqüência de 60 Hz. O gráfico VAB vs. Vi deverá ter um trecho retilíneo. Determine o coeficiente angular deste trecho e compare-o com o valor esperado pela teoria. (Lembre-se que Vi é o valor médio da voltagem em um ciclo). Qual a sua conclusão sobre a voltagem do diodo no trecho retilíneo? F - 429 [08] / 2 B. De modo a estudar o efeito da freqüência na voltagem indicada Vi do voltímetro com o diodo, continue usando o circuito da Fig. 2, e varie a freqüência f de modo a construir um gráfico Vi/VAB vs. f. Explore todas as faixas de freqüência do gerador e mantenha VAB constante. Qual a razão entre os valores de Vi/VAB medidos em 1 MHz e em 60 Hz? Qual o motivo do decaimento de Vi/VAB com o aumento da freqüência? Para responder esta última pergunta, deve ser lembrado que o diodo tem uma capacitância própria, denominada de capacitância parasita, o que modifica as características do diodo em altas freqüências. A capacitância parasita pode ser considerada como uma pequena capacitância em paralelo com o diodo. C. Para observar a curva I vs. V diodo, monte o circuito conforme a Fig. 3. Como o secundário do transformador 110/12 V é isolado do primário, podemos impor um ponto de terra no circuito associado ao secundário, conforme mostra a figura. Evidentemente, este ponto é comum T1=Transformador T2=Transformador Variável Abaixador de aos terminais terra dos cabos dos Tensão dois canais do osciloscópio. Opere o Figura 3 osciloscópio no modo x-y com o sinal da corrente no canal 1 (eixo x) e obtenha a curva I vs. V na tela do osciloscópio. Reproduza quantitativamente esta curva no seu relatório, com o eixo vertical do gráfico em mA e o horizontal em volts. D. Trabalhando com a curva do diodo recém obtida, determine a resistência ôhmica do diodo no sentido direto para três ou quatro pontos. O que você pode afirmar sobre a resistência do diodo no sentido inverso? Figura 4 E. Monte agora o circuito da Fig. 4. O ponto P do circuito conecta a malha do diodo D2 à malha do diodo D1. Com a malha de D2 desconetada, obtenha no osciloscópio a onda da corrente no resitor. Reproduza-a no seu caderno e explique porque a onda tem a forma observada. Repita todo o procedimento conectando agora a malha de D2 no ponto P. Bibliografia 1. P. Tipler, Física, vol. 2, (Guanabara Dois, RJ, 1978), cap. 34, pp. 805-806. 2. J. J. Brophy, Eletrônica Básica, (Guanabara Dois, RJ, 1978), pp. 94-101. 3. D. Halliday, R. Resnick e J Merrill, Fundamentos de Física, vol. 3, (Editora LTC, RJ, 1994), caps. 29-7, 30-8 e 36-5.