Proposta para Projecto de 5º ano – 2006/2007 Epilepsia: dinâmica do cérebro filme em tempo real Perfil dos candidatos: LECT ou LEET. Opção Temática: Multimédia Orientador responsável: José Maria Fernandes ([email protected]) Co-orientador: Paulo Dias ([email protected]) Colaborador(es): João Paulo Cunha ([email protected]), Beatriz Sousa Santos ([email protected]) Palavras-chave: visualização, dinâmica, propagação, processamento de sinal. Enquadramento O estudo da actividade eléctrica e magnética tem sido essencial no diagnóstico da Epilepsia, possibilitando a localização da área/foco epileptogéneo (zona responsável pelas crises epilépticas). Através de eventos electromagnéticos (ex: pontas) e de técnicas denominadas de problema inverso é possível obter posições tridimensionais (dipólos) que podem ser mapeadas à estrutura do próprio cérebro através da sobreposição em imagens do cérebro (ressonância magnética). Por meio de outras modalidades como o SPECT / PET é também possível identificar áreas susceptíveis de serem epileptogénicas. Através de marcadores radioactivos que se fixam nas áreas do cérebro que “funcionam mal” (ex: consomem menos oxigénio e/ou mais glicose durante as crises) que normalmente estão associadas à Epilepsia. Através destas técnicas podemos obter “imagens” paradas no tempo do que se passa no cérebro. No entanto, pouca atenção tem sido dada ao estudo da dinâmica da actividade cerebral. A melhor compreensão de fenómenos temporais, como o da propagação da actividade eléctrica, pode ser essencial na correcta localização das verdadeiras fontes da actividade cerebral. Neste contexto, da conjugação da dinâmica cerebral (através da evolução dos dipólos ao longo do tempo) conjugado com a informação “estática” (resultados do SPECT/PET) pode permitir aplicações simples e relevantes no contexto do diagnóstico médico. Objectivos do trabalho Esta proposta de trabalho visa a concepção, implementação e instalação de uma aplicação computacional que permita a visualização da actividade ao longo do tempo e espaço (cérebro) e coregisto dos vários tipos de informação já disponíveis: - morfologia ( ressonância magnética ) – referência que permite relacionar posições no espaço com a estrutura do cérebro - zonas anómalas (SPECT / PET) sob forma de volume - problema inverso (dipólos) – permite associar eventos no tempo a localizações no cérebro - referências temporais – eventos relevantes no tempo que podem ser referências temporais para análise IEETA | 2006 1 Pretende-se que o aluno atinja os seguintes resultados: − estudo do estado da arte na visualização e co-registo de informação espaço temporal (“filme” da actividade no cérebro); − aplicação para visualização dos dados tridimensionais e visualização de sinal: visualização e correlação ao longo do tempo dos vários dados disponíveis; Figura 1: Exemplo de visualização temporal de dipolos − caracterização e análise de um ou mais casos reais; − visualização dos dados em ambiente de realidade virtual e aumentada. Figura 2: Visualização de dados no ambiente de realidade aumentada do IEETA. Plano de trabalho Prevê-se as seguintes actividades na execução do trabalho proposto: 1. Estudo do estado da arte na visualização e co-registo de informação espaço temporal . Pretende-se que o aluno se inteire do estado da arte, em especial no co-registo de dados de diferentes naturezas e na visualização da dinâmica de sistemas. 2. Testes exploratórios. Selecção da plataforma e implementação exploratória de aplicações para representação e co-registo de dados. 3. Desenho e implementação da aplicação. O aluno deverá desenhar e desenvolver a aplicação para visualização dos dados. Requisitos essenciais: (a) visualização tridimensional do dados, (b) IEETA | 2006 2 visualizar ao evolução ao longo do tempo. Para esse efeito, os alunos serão apoiados pelo Grupo SIAS1, no IEETA. 4. Testes de validação da aplicação dos casos de utilização e requisitos do sistema. Tendo por base o trabalho anterior, o aluno identificará e efectuará testes de validação e utilização. 5. Caracterização e análise de casos reais. Através da aplicação (1) caracterizar e identificar eventos relevantes no sinal e (2) analisar as soluções do problema inverso associadas correlacionando-as visualmente no espaço e tempo com os vários tipos de informação já existentes. 6. Elaboração do relatório final e apresentação do trabalho. Tecnologias e meios Prevê-se a utilização das seguintes tecnologias: modelação em UML, programação em Java/C++ (aplicação) e Matlab (protótipo); plataforma VTK (visualização); sistema operativo Linux/Windows. Os ficheiros de imagens e definição de problemas clínicos serão proporcionados pela equipa do Grupo SIAS. 1 http://www.ieeta.pt/sias/ IEETA | 2006 3