Nasceu em Berlim, Alemanha Filho de um ministro evangélico Estudou nas universidades de Heidelberg, Innsbruck e Berlim Doutorou-se (1905) em Astronomia Revelou grande interesse por uma ciência “nova”- Meteorologia (1 de Novembro de 1880 — 5 de Novembro de 1930) Propôs a “Teoria da Deriva 1 Continental” Teoria da Deriva Continental Como surgiu a ideia da deriva continental: http://www.timerime.com/en/timeline/867792/Deriva+Continental/ Em 1596, Abraham Ortelius, um geógrafo flamengo (Bélgica), apontava para as semelhanças entre as costas Sul Americana e Sul Africana afirmando que anteriormente estiveram juntas Francis Bacon, em 1620, alertava para o “puzzle” entre a América do Sul e África do Sul Snider-Pellegrini em meados do século XIX, tenta explicar o paralelismo das costas do Atlântico a partir de simples observações do mapa-mundi tendo por base a semelhança de flora fóssil em camadas de carvão que afloram nos EUA e na Europa; F.B. Taylor, publicou em 1910 um modelo para demonstrar como os continentes se deslocavam, embora não correctamente como ocorre, mas demonstrava a relação entre a elevação de montanhas e 2 o deslocamento dos continentes (decaimento radioactivo); Teoria da Deriva Continental Em 1905, Alfred Wegener foi trabalhar para o laboratório Aeronáutico perto de Berlim com o objectivo de estudar a atmosfera superior Entre 1906-1908, Alfred, integra-se numa expedição, como meteorologista, onde a partir desta apresentou a sua primeira exposição sobre a deriva dos continentes 7 Teoria da Deriva Continental “A primeira ideia de translações continentais veio-me ao espírito em 1910. Ao considerar o mapa do globo, fui subitamente atingido pela concordância das costas do Atlântico, mas ao princípio não me detive, pois achava semelhantes translações inverosímeis. No Outono de 1911, tive conhecimento de conclusões paleontológicas que admitiam a existência de uma antiga ligação por terra entre o Brasil e a África. Isto levar-me-ia a fazer um exame prévio e sumário dos resultados relacionados com o problema das translações.” in WEGENER, A., A Génese dos continentes e dos oceanos. Teoria8 das Translações Continentais Teoria da Deriva Continental Em 1909 ganhou uma posição na Universidade de Marburgo como adjunto de Meteorologia. Wegener, em Janeiro de 1912, no encontro da Sociedade Geológica de Frankfurt, lança uma hipótese mais fundamentada: a Teoria da Deriva Continental- “Die Entstehung der Kontinente” - teoria esta, não apenas baseada em simples observações do mapa–mundi, mas em constatações geológicas e físicas de carácter muito mais científico. (Isostasia) 9 Teoria da Deriva Continental Neste mesmo ano (1912), realiza uma nova expedição à Gronelãndia, expedição notória por ser a travessia mais extensa feita a pé. Em 1915, Wegener publicou no seu primeiro livro – “Die Entstehung der Kontinente”- "The Origen of Continents and Oceans", uma versão ampliada do seu artigo de 1912. Em 1922 publicava a sua terceira edição – “Die Verschilbung der Kontinente” –“Continental Displacement”. Por causa dos seus abusos em relação à sua Teoria, Wegener não pôde ser professor em nenhuma Universidade da Alemanha. Felizmente, a Universidade de Graz, na Áustria, era mais tolerante e em 1924 elegeu-o como professor de Meteorologia e Geofísica Em 1929 tinha já a sua quarta edição revista, mesmo antes da sua morte 13 Teoria da Deriva Continental Segundo a sua teoria, Wegener propôs a existência de um supercontinente ao qual denominou de PANGEIA. 250 milhões de anos 14 Teoria da Deriva Continental A quebra deste originaria várias massas... 135 180 milhões milhões de anos anos 65 milhões dede anos 15 Teoria da Deriva Continental ...e levaria à formação dos continentes tais como os conhecemos hoje! 16 Segundo as massas (menos Wegener, continentais densas), flutuam sobre as massas oceânicas (mais densas) 17 Teoria da Deriva Continental Argumentos e factos: Paleontológicos Geofísicos Paleoclimáticos Geológicos (apoiado por Du Toit- 1927) Geodésicos 18 Teoria da Deriva Continental Segundo estes dados, concluo que: 24 Conclusões Teoria da Deriva Continental 1. As rochas continentais são fundamentalmente diferentes, menos densas, mais afins e menos altamente magnetizadas do que aquelas do fundo do mar. Os blocos mais leves dos continentes bóiam numa camada viscosa do manto; 2. Os continentes estavam unidos num único supercontinente, a Pangeia, que dividiu-se em placas menores que moveram-se, flutuando no manto superior. A quebra da Pangeia começou no Mesozóico, mas a América do Norte ainda ficou conectada à Europa até o Terciário ou ainda até o Quaternário; 3. A quebra do Pangeia começou num vale que gradualmente foi-se alargando num oceano. A distribuição dos maiores terremotos, regiões de vulcanismo activo e elevação está relacionada aos movimentos destas placas na crosta terrestre; 25 Teoria da Deriva Continental 4. Os blocos continentais mantêm ainda seus limites iniciais, excepto nas regiões de elevação de montanhas, de tal maneira que se fossem unidos, haveria similaridades em relação à estratigrafia, fósseis, paleoclimas, etc. Estes padrões são inconsistentes com qualquer explicação que assuma a posição fixa dos continentes e oceanos; 5. Estimativas da velocidade de movimentação dos continentes mostra que a Groenlândia separou-se da Europa há apenas 50.000 a 100.000 anos atrás; 6. O aquecimento radiactivo do manto pode ser a causa primária da movimentação gradual dos blocos, mas outras forças podem estar envolvidas. 26 Teoria da Deriva Continental A acção das marés terrestres, isto é, a atracção da lua e do sol sobre o próprio magma. Fuga dos pólos, resultante da rotação da Terra em torno do seu eixo. 27 Teoria da Deriva Continental Alfred Wegener morre durante uma expedição meteorológica à Gronelândia que ensaiava as técnicas do “eco” para medição da espessura da camada de gelo o que, mais tarde, vieram a ser úteis para a obtenção de dados confirmativos da sua teoria e que hoje é conhecida como a “Tectónica de Placas” § Morreu de hipotermia ao levar auxílio a colegas na Gronelândia 30 Teoria da Deriva Continental Críticos: •Até 1922, Wegener não conhecia nenhum Geofísico que se opusera à sua teoria. (estávamos em finais da 1ª grande guerra) •Após a sua terceira edição, numa conferência da Royal Geographycal Society, na Inglaterra em 1922, Philip Lake expressa as suas críticas à teoria de Wegener tendo em vista a rescisão desta teoria •Harold Jeffeys, Geofisico e Matemático, condena a teoria de Wegener num Tratado de Geofísica em 1926. As suas críticas foram o ponto de partida para as oposições, pois baseavam-se em 32dados geofisicos e matemáticos Teoria da Deriva Continental •Em 1926, num Simpósio em New York, organizado pela Sociedade Americana de Geólogos do Petróleo, a teoria de Wegener seria sériamente contrariada, tendo mesmo em conta os argumentos Paleontológicos e Geomorfológicos. oEm 1943, G. Simpson falava na quase total unanimidade dos Paleontólogos contra a teoria de Wegener. • Em 1943, num Simpósio em New York, dos 17 participantes, somente três eram a favor da teoria da Deriva Continental. 33 Criticas aos argumentos Teoria da Deriva Continental •Geofísicos: a isostasia apenas justificava os movimentos verticais da crusta, sendo a sua extrapolação para movimentos horizontais considerada abusiva. •Geodésicos: a fiabilidade dos métodos utilizados e os diferentes resultados obtidos não davam muita crença na sua teoria. •Geomorfológicos: o encaixe das linhas de costa não eram assim tão perfeitos quanto Wegener os fazia crer. •Geológicos: as sequências rochosas apresentavam variações diversas. Qual a razão pela qual os continentes começaram repentinamente a se moverem? •Paleontológicos: Defendiam a existência de pontes intercontinentais. Foram encontrados fósseis de Glossopteris na Sibéria 34 o que contrariava a ideia de existirem apenas na Gondwana. (b. Sept. 25, 1843, Mattoon, U.S.— d. Nov. 15, 1928, Chicago) Chamberlin, um dos opositores de Wegener, afirmava que: “…se acreditarmos na hipótese de Wegener, devemos esquecer tudo o que temos aprendido nos últimos 70 anos e começar tudo de novo outra vez.” 36 Teoria da Deriva Continental Defensores / Apoiantes: Köpper, um geofísico, em 24 de Setembro de 1912, manifesta o seu interesse por esta teoria. Emile Argand (1879-1940), um ilustre Geólogo suíço, apresentou as suas opiniões sobre a Teoria dos Mantos de Corrimento dos Alpes durante um Congresso Internacional de Geologia, realizado em 1922, nas quais defendia o “mobilísmo” em oposição ao “fixismo”. Reginald Aldworth Daly (1871-1957), apresentou as suas teorias no seu livro “Our Mobile Earth”, embora não aceitando plenamente a realidade da deriva, sugerindo uma outra alternativa. 37 Teoria da Deriva Continental Em 1929, Arthur Holmes propôs a ideia que o manto terrestre sofria convecção termal com base no aquecimento e arrefecimento dos materiais. Alexander du Toit (1878-1948), defendia a teoria de Wegener embora não falasse em Pangeia, mas sim, em dois supercontinentes, a Laurásia e a Gondwana. A . C. Seward, um Paleobotânico Britânico, era também um simpatizante da solução da Deriva, pois explicava muitos factos de uma forma precisa e eficaz. 39 Teoria da Deriva Continental Surgimento da Teoria Após o fim da II Grande Guerra, cientistas iniciaram estudos sobre o fundo oceânico, fazendo importantes descobertas sobre as cordilheiras submersas e o magnetismo das rochas do fundo oceânico, assim como as reversões magnéticas. Com isto, ressurgem as ideias da Deriva Continental de Wegener. (década 50-60) Harry Hess, em 1959, propõe o movimento dos continentes, (baseando-se nas correntes de convecção de Holmes – 1929), postulando que nas trincheiras oceânicas (zonas de subducção), a crusta oceânica estaria a ser consumida , em contra posição com a criação de crusta nas dorsais oceânicas (Geopoesia) Robert Dietz 1962_Seafloor Speanding Teory (teoria da expansão dos fundos oceânicos) Foi também descoberto que o fundo oceânico, sob sedimentos recentes, era composto de basalto, com uma origem relativamente 43 recente, datada do Jurássico (160 m.a.). Teoria da Deriva Continental Em 1963, Fredrick J. Vine, com D. Matthews e T. Wilson correlacionaram a inversão de polaridade com as anomalias do atual campo magnético permitindo medir a razão de expansão do fundo oceânico e comprovam os dados de Hess, bem como a sua teoria. B. Isacks, J. Oliver e L. Sykes demonstraram entre 1966-1968 que os sismos davam elementos confirmativos da expansão dos fundos oceânicos e tectónica de placas Com a teoria de Expansão do fundo oceânico bem fundamentada, principalmente com dados de paleomagnetismo pôde-se mostrar a idade e a origem das placas, e a teoria da Deriva Continental foi 49 considerada um facto. Teoria da Deriva Continental Algumas evidências da Deriva Continental: Cristas Mesoceânicas Paleomagnetismo, com orientação para os Pólos e paralelas; Falha de San Andrews na Califórnia; Rift Valley na Costa Africana; Mesosaurus existiu no Brasil e na África; 59 Teoria da Deriva Continental Não existe dúvida de que a maior contribuição para a biogeografia moderna foi a aplicação da teoria sobre a Tectónica de Placas. Com ela, houve a possibilidade de explicações sobre a distribuição de muitos táxons, que até então não passavam de mera especulação e de teorias que hoje parecem absurdas, como a das "Pontes Continentais". Wegener é então considerado como o “Pai da tectónica de placas” 65 Teoria da Deriva Continental A tectónica de placas tornou-se o novo paradigma na teoria revolucionária das ciências da terra e tem conseguido com êxito a explicação de fenómenos interligados. Contudo, certos cientistas continuam convencidos que os continentes não derivam! 66