OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 1 de 87 ÍNDICE ESTRELAS MÚLTIPLAS E INSTÁVEIS......................................................................2 SOBRE AS CONTRADIÇÕES E ERROS ...................................................................2 SOBRE AS OBRAS ESPIRITAS.................................................................................8 SOBRE A REVELAÇÃO ...........................................................................................10 OS ESPÍRITOS PODEM TUDO REVELAR? ............................................................13 SOBRE A VIDA EM OUTROS MUNDOS..................................................................15 ..........20 .........................29 ........................31 VERSÃO ANTERIOR................................................................................................72 OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 2 de 87 ESTRELAS MÚLTIPLAS E INSTÁVEIS Pensar é ter um posicionamento crítico a respeito de cada uma das possibilidades de saber. É sair da imediatez da experiência situando-a como saber aparente que necessita ser criticado. Resumo das palestras realizadas na ADE-RJ e do programa radiofônico “Falando de Espiritismo” – com Martha Batista (Rádio Rio de Janeiro) SOBRE AS CONTRADIÇÕES E ERROS DEUS nos deu julgamento e bom senso para nos servirmos deles. Os Espíritos superiores são os primeiros a recomendar-nos sempre o procedimento judicatório, e nos dão com isso prova de sua superioridade. Longe de se formalizarem com a CRÍTICA, pedem-na incessantemente. Só os Espíritos inferiores pretendem impor autoridade e fazer aceitar tudo quanto dizem – e dizem, não raro, verdadeiras utopias – como se a qualidade de Espírito conferisse méritos que não possuem ou fosse bastante para se fazerem acreditar sob palavra. É que eles sabem muito bem que tudo têm a perder quando suas palavras são submetidas a exame. (Revue Spirite – 1860 – pág. 108) Separar o verdadeiro do falso, descobrir a embustice oculta sob um aparato de frases empoladas, desmascarar impostores, eis, sem contradita, uma das maiores dificuldades da Ciência Espírita. Para superá-la é necessário longa experiência, conhecer todas as velhacarias de que são capazes os Espíritos de baixa classe, ter muita prudência, ver as coisas com o mais imperturbável sangue frio, e resguardarse, principalmente, do entusiasmo que cega. (Revue Spirite – 1859 – pág. 177) A verdade, eis a única coisa em mira. A crítica, portanto, deve ser prazeirosamente aceita pelos Espíritos quando são superiores, pois, de duas uma: ou estão seguros do que sustentam e têm assim elementos para nos dar em discussão a evidência de que necessecitamos, ou não estão ainda bem esclarecidos sobre o ponto em estudo OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 3 de 87 e podem, discutindo, aprender conosco. A instrução pode ser recíproca. Se os homens podem instruir-se com os Espíritos, também estes podem instruir-se com os homens. O grande critérium do ensinamento dado pelos Espíritos superiores é a Lógica. Temos motivos para não aceitar levianamente todas as teorias dadas pelos Espíritos. Quando surge uma teoria nova, fechamo-nos no papel de observador; fazemos abstração de sua origem espírita, sem nos deixar ofuscar pelo brilho de nomes pomposos; examinamo-la como se emanasse de simples mortal; procuramos ver se ela é racional, se dá conta de tudo, se resolve todas as dificuldades. (Revue Spirite – 1860 – pág. 108) JULGAMOS. COMPARAMOS. TIRAMOS CONSEQÜÊNCIAS de nossas observações. Seus erros mesmo são para nós ensinamentos. Não fazemos renúncia de nosso discernimento (Revue Spirite – 1860 – pág. 176). OBSERVAR, JULGAR e COMPARAR , tal é a regra constante que tenho seguido (Obras Póstumas). Trabalho com os Espíritos como trabalho com os homens; são para mim do mais humilde ao mais graduado, instrumentos de meu aprendizado e, não reveladores predestinados. (Obras Póstumas) Allan Kardec, quando decidia em prol de uma doutrina, fazia-o com tamanha segurança que ninguém, encarnado ou desencarnado, seria capaz de levá-lo a reconsiderar, pois havia eliminado todos os argumentos em contrário. Muito ao contrário, o “Espiritismo à Brasileira” ou, como queiram, “Às avessas” não consideram esses cuidados. Convém lembrarmos Dora Incontri em seu livro “Kardec Educador Rivail” que com muita lucidez afirma: “ ... é preciso considerar que existem claramente duas tendências no movimento espírita brasileiro: a mais popular, que se tornou massa de crítica nas últimas décadas, praticada na maior parte dos centros espíritas e nas obras sociais que levam o rótulo de espírita, tem um perfil politicamente conservador e socialmente assistencialista. Realizando quase um sincretismo com a herança católica, essa tendência é criticada pela outra face do espiritismo brasileiro, representada entre outros pelo jornalista e filósofo J. Herculano Pires.” Os que OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 4 de 87 se alinham na primeira terão muita dificuldade para compreenderem a seriedade desta exposição de motivos que nega de forma peremptória a possibilidade de algum Espírito originário de Capella tenha em qualquer época se exilado na Terra – suas crenças oscilam entre a fé cega e dogmática ainda presente como marcante influência católica e a ciência que colocam como fé raciocinada. Vamos então examinar a questão mais detidamente sem dar importância a opinião da maioria dos adeptos do primeiro segmento do espiritismo brasileiro, uma vez que, para a ciência não tem valor algum. Frontispício da obra “A Caminho da Luz” - a primeira a sustentar a opinião de que Espíritos originados de Capella tenham se exilado no planeta Terra. No Antilóquio da obra, o Espírito que se apresenta como sendo Emmanuel, assim se expressa: (1) "Brasil, Coração do Mundo, Pátria do Evangelho" OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 5 de 87 A contradição com o frontispício da obra é visível: embora tenha afirmado no subtítulo que se trata da História da Civilização, ele nega que a obra seja um trabalho histórico. Outro erro está em afirmar que a história do mundo está compilada e feita, qualquer historiador pode apresentar fatos que demonstrem justamente o contrário: a história está sempre sendo reescrita a cada nova descoberta arqueológica. As interpretações do autor referem-se ao conhecimento existente na década iniciada em 1930 e que hoje precisam ser revistas. Há também algumas informações científicas hoje descartadas em função de novas descobertas e da formulação de novos e mais precisos conceitos. Veremos alguns exemplos. Emmanuel no livro A CAMINHO DA LUZ, cap. I, A Gênese planetária, subcap. A comunidade dos Espíritos Puros De fato, considera-se que a Terra se formou de uma nebulosa. Uma nebulosa planetária é um objeto constituído por um invólucro brilhante de gases e plasma, formado por certos tipos de estrelas no período final do seu ciclo de vida. Não está de todo relacionada com planetas, uma vez que seu nome resulta de uma suposta similitude com a aparência que apresenta em muitos casos com planetas gigantes gasosos. As nebulosas desempenham um importante papel na evolução química das estrelas e até mesmo das galáxias. É rica em carbono, azoto, oxigênio e cálcio, originários de nucleossíntese a partir do hidrogênio. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 6 de 87 Outro fato digno de observação no texto extraído do livro “A Caminho da Luz” é a informação que antecipava a vinda de Jesus à face da Terra, que Espírito poderia ter tal informação? E onde foi parar a universalidade da informação? É confiável o que vem de um único Espírito? Um Espírito comum poderia ter o privilégio de conhecer os designios divinos a ponto de notificar a vinda de um Espírito de tal envergadura para presidir os destinos espirituais da humanidade planetária? Emmanuel no livro A CAMINHO DA LUZ, cap. I, A Gênese planetária, subcap. A Criação da Lua A origem da Lua é um outro problema. A hipótese atualmente mais aceita, uma vez que todas as outras foram descartadas por apresentarem grandes senões é conhecida como “hipótese de grande impacto”, explicada resumidamente assim: um planetésimo mais ou menos do tamanho de Marte, chocou-se com a Terra logo após sua formação, destruindo uma grande parte do material que o constituia, além de uma parte da Terra primitiva. O núcleo férrico, que fazia parte desse planetésimo foi absorvido pela Terra, enquanto o que restou deu origem à Lua atual. A hipótese do impacto apresenta vários fatores a seu favor, por exemplo, explica as diferenças geofísicas existentes entre a Terra e a Lua, bem como as idades diferentes que OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 7 de 87 aparentam. A idéia defendida por Emmanuel é que a Lua teria se originada da Terra, o que é contestado pela ciência. Emmanuel no livro A CAMINHO DA LUZ, cap. I, A Gênese planetária, subcap. A solidificação da matéria Emmanuel desconhece totalmente a posição da ciência em relação à formação da Terra. O diagrama seguinte demonstra a abundância do hidrogênio no Universo, que não poderia ter surgido na Terra quando ocorreu a diferenciação da matéria ponderável. O hidrogênio já existia no momento da formação da Terra, como um dos elementos da nebulosa. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 8 de 87 O elemento mais abundante no Universo é exatamente o mais leve e simples de todos: o hidrogênio (1H1), com apenas um próton em seu núcleo. A seguir vem o hélio (4He2) com dois prótons e 2 nêutrons em seu núcleo. Cerca de 98% da massa do Universo é constituída desses dois elementos e os outros 2% reúnem todos os outros elementos químicos. SOBRE AS OBRAS ESPIRITAS São apenas alguns dos livros que os defensores da idéia dos Exilados de Capella citam como referência. Kardec é suficientemente claro quando escreve na Introdução do livro “A Gênese”: OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 9 de 87 Allan Kardec in A GÊNESE, Introdução Não é exatamente o que pode se esperar das obras ilustradas acima. Os assuntos tratados em “La Revista Espírita” não deixam qualquer dúvida sobre sua qualidade duvidosa. Nenhuma delas tem qualquer compromisso com os critérios aplicados por Kardec na Codificação Espírita: faltam a Universalidade e a aprovação da lógica e do bom senso. Os defensores de “Os Exilados de Capella” em sua totalidade não agem como bons juízes uma vez que opinam sobre coisas que não são de sua competência. Diz Kardec: “Se quereis construir uma casa, procurais um músico? Se estivésseis doente vos faríeis cuidar por um arquiteto? Se tivésseis um processo, procuraríeis a opinião de um dançarino? Enfim, se se trata de uma questão de teologia, a fareis resolver por um químico ou por um astrônomo? Não; cada um em seu trabalho. As ciências vulgares repousam sobre as propriedades da matéria que se pode OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 10 de 87 manipular à vontade, e os fenômenos que ela produz têm por agentes as forças materiais.” Uma crença verdadeiramente espírita apóia-se sobre o raciocínio e sobre os fatos. E os fatos depõem contra a hipótese de que alguns Espíritos tenham vindo se exilar na Terra, vindos de Capella. Um grande número de obras, publicadas com o rótulo Espírita não o são de fato, uma vez que em momento algum foram avaliadas e comparadas com a Codificação Kardeciana, ou submetidas a mais estrita lógica. O que dizer de uma obra que se apresenta como sendo inspirada pelo Espírito Erasto, mas que não passa de um arremedo para encobrir uma teoria defendida há tempos no gênero mais escabroso de “Eram os Deuses Astronautas?”. SOBRE A REVELAÇÃO Allan Kardec in A GÊNESE, cap. I, item 3, Caracteres da Revelação Espírita. Erasto, em O Livro dos Médiuns, chama a atenção dos dirigentes de grupos, centros e instituições espíritas, para que sejam cautelosos, vigilantes, estudiosos e que tenham senso apurado e sagacidade acentuada, para poderem agir com discernimento quanto a escolha das comunicações autênticas, mas, sobretudo para tratar respeitosamente os que se deixam iludir, uma vez que, têm a responsabilidade de esclarecer ao mesmo tempo consolar: “Na dúvida, abstém-te, diz um sábio provérbio antigo. Não admitais, pois, o que não for para vós de evidência negável. Ao aparecer uma nova opinião, por menos que vos pareça duvidosa, passai-a sempre pelo crivo da razão e da lógica. O que o bomsenso e a razão reprovam, rejeitai corajosamente. Mais vale rejeitar dez verdades do que admitir uma única mentira, uma única teoria falsa.” (LM, parte II – cap. XX: 30). OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 11 de 87 A missão dos espíritas fica claramente definida quando Erasto afirma: “... cuidado, porque entre os chamados para o Espiritismo, muitos se desviaram da senda! Atentai, pois, no vosso caminho e buscai a verdade”. (LM – parte II – cap. XX: 04) Acrescentamos ainda alguns esclarecimentos dados por Kardec com base em uma comunicação obtida a respeito do caminho a ser trilhado até que a doutrina espírita conquiste sua maturidade: “Os espíritas esclarecidos devem se felicitar com o fato de as falsas e contraditórias idéias se revelarem neste período inicial, pois que são combatidas, arruínam-se e se esgotam no decorrer da infância do Espiritismo. Uma vez purgado de quanto haja de indesejável, ele cintilará com um brilho mais vivo e caminhará com um passo mais firme até que tenha alcançado o seu pleno desenvolvimento.” Mais adiante ele acrescenta: “... dessas dissidências, basta observar o quanto se passa. Em que se apóiam elas? Em opiniões individuais que podem reunir algumas pessoas, pois não há idéia, por mais absurda que seja, que não encontre participante.” “De resto o erro leva consigo, quase sempre, o seu remédio. E o seu reino, por outro lado nunca é eterno. Cedo ou tarde, enceguecido por uns poucos sucessos efêmeros, faz-se vítima de uma espécie de vertigem e curva-se ante as aberrações que precipitam sua queda. Deplorais as excentricidades de certos escritos publicados sob a cobertura do Espiritismo. Pelo contrário, devereis abençoá-los, uma vez que é por esses excessos mesmos que o erro se perde. O que é que vos choca nesses escritos? O que é que vos ocasiona repulsa e, muitas vezes, vos impede de lê-los até o fim? Exatamente o que fere, violentamente, o vosso bom senso! Se a falsidade das idéias não fosse bastante evidente, bastante chocante, talvez elas mesmas vos deixaríeis prender, enquanto que os erros tão manifestos , ferindo-vos constituíram-se em contravenenos.” (Viagem Espírita em 1862) Por que nos preocuparmos com os erros? Segundo Kardec, esses erros provêm quase sempre de Espíritos levianos – podendo, portanto existir algumas raras exceções. Ele adverte que entre eles se encontram os pseudo sábios, que se comprazem vendo editadas suas fantasias e utopias e isso por homens que conseguiram enleiar a ponto de fazê-los aceitar de OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 12 de 87 olhos fechados, tudo quanto lhes debitam, oferecendo alguns poucos grãos de boa qualidade em meio ao joio – fato comum, principalmente entre os médiuns neófitos. Não nos esqueçamos que o livro “A Caminho da Luz” foi escrito em 1938, quando o médium ainda era inexperiente e não contava com a supervisão segura de críticos tal como aconteceu com a Codificação Espírita. O Codificador faz ainda uma observação de estrema relevância: “Isso me leva a dizer algumas palavras sobre as comunicações mediúnicas. A sua publicação tanto pode ser útil, se feita com discernimento, quanto perniciosa, em caso contrário. ”Quando um Espírito apresenta um ditado isolado e que não tem como se verificado imediatamente pela ciência ou pela racionalidade da prova é preciso que se tome um cuidado especial: “Não haveria nenhum inconveniente em publicar-se essas espécies de comunicações , se as fizessem acompanhar de comentários, seja para refutar os erros, seja para lembrar que constituem a expressão de uma opinião individual, da qual não se assume absolutamente a responsabilidade. Assim, talvez revelasses um lado instrutivo, pondo a descoberto a que aberrações de idéias podem se entregar certos Espíritos. Mas publicá-las pura e simplesmente, apresentá-las como expressão da verdade e garantir a autenticidade das assinaturas, que o bom senso não pode admitir, nisso está o inconveniente!” Não há como contestar Kardec em suas judiciosas, precisas e cuidadosas observações, trata-se da pedra de toque que sempre foi desprezada no primeiro alinhamento do Espiritismo à brasileira, o que se identifica mais com o catolicismo, a ponto de reeditar a infalibilidade de médiuns e de espíritos que tenham se consagrado por seus feitos. Mais uma vez recorremos ao nosso referencial maior: “No interesse da doutrina convém, pois, fazer uma escolha muito severa em semelhantes casos e pôr de lado, com cuidado, tudo quanto pode, por uma causa qualquer, produzir uma ruim impressão ...” e, mais ainda: “O Espiritismo sério se faz patrono, com alegria e apressuramento, de toda obra realizada com critério, qualquer que seja o país de onde provém, mas que igualmente, repudia todas as publicações excêntricas . Todos os espíritas que, de coração, vigiam para que a doutrina não seja comprometida, devem, pois, sem hesitação, denunciá-las, tanto mais porque, se algumas delas são produto da boa fé, outras constituem trabalho dos próprios inimigos do Espiritismo, que visam desacreditá-lo e poder motivar acusações contra OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 13 de 87 ele. Eis porque, repito, é necessário que saibamos distinguir aquilo que a doutrina espírita aceita daquilo que ela repudia.” (Viagem Espírita em 1862) OS ESPÍRITOS PODEM TUDO REVELAR? (A Gênese – cap. I) Não se justifica nenhuma reação adversa quanto às nossas ponderações arrazoadas quando constituem um juízo centrado na mais estrita lógica doutrinária espírita, perfeitamente de acordo com as obras balizadoras – únicas quando se trata de traçar a linha metodológica a ser seguida no trabalho da crítica espírita. Por hora estamos apresentando as referências doutrinárias como ponto de partida para a defesa das idéias que abraçamos, antes de desenvolvermos as razões científicas que por si bastariam para provar a impossibilidade de existência de exoplanetas e conseqüentemente de vida orgânica em qualquer das estrelas capelinas existentes. (A Gênese – cap. I) OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 14 de 87 É absurdo supor que um Espírito seja infalível, ou seja, que não possa errar num ou noutro ponto. Não existe médium perfeito, capaz de servir de intermediário ideal para garantir a fidedignidade da mensagem transmitida: o animismo, em maior ou menor intensidade, é um escolho que convém não descartar em semelhantes casos. Não há como identificar de forma precisa a interferência do médium em qualquer comunicação, isto sem contar a ilusão que pode acometer o médium quanto à origem de suas idéias. Nenhum Espírito superior sentir-se-á minimizado pela crítica, ao contrário, compreendê-la-á, ficará feliz pela prova de zelo e cuidado que se toma com os postulados espíritas. Se o assunto não fosse de tamanha importância, Kardec não se preocuparia em repetir suas advertências revelando tantos cuidados, em outras obras: Emmanuel in "A CAMINHO DA LUZ", capítulo I, subcapítulo "A Solidificação da Matéria" Por acaso, quando se trata de identificar qual, ou quais mundos são habitados por inteligências algo semelhantes aos dos humanos terráqueos, não se trata de guiar descobertas que competem à Ciência? Não envereda o autor espiritual por caminhos que fogem à sua competência? Não vejo razão alguma para desprezarmos Kardec tão somente por se tratar de um trabalho de crítica que afeta Emmanuel e seu famoso médium. Mais uma vez citamos Erasto: “É necessário distinguir as comunicações verdadeiramente sérias das comunicações falsamente sérias, o que nem sempre é fácil, porque é graças à própria gravidade da linguagem que certos Espíritos presunçosos ou pseudo-sábios tentam impor as suas idéias mais falsas e os sistemas mais absurdos. E, para se fazerem mais aceitos e se OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 15 de 87 darem maior importância, eles não têm escrúpulos de se adornar com os nomes mais respeitáveis e mesmo os mais venerados.” Allan Kardec muito insistiu num ponto, que convém relembrarmos: “Já dissemo-lo cem vezes: PARA NÓS A OPINIÃO DE UM ESPÍRITO, SEJA QUAL FOR O NOME QUE A TRAGA, TEM APENAS O VALOR DE UMA OPINIÃO PESSOAL. Nosso critério está na concordância universal, corroborada por uma lógica rigorosa, para as coisas que não podemos controlar com os próprios olhos. De que nos serviria prematuramente dar uma doutrina como verdade absoluta, se, mais tarde, devesse ela ser combatida pela generalidade dos Espíritos? Ecoa em nossas mentes, sem cessar, as recomendações que foram inseridas na Codificação, não por acaso, ou apenas para preencher lacunas em algumas páginas mas, para nos mantermos atentos com “... os ditados mentirosos e astuciosos, emanados de uma turba de Espíritos enganadores, imperfeitos e maus.” E exortou a todos “... a desconfiar das comunicações que têm um caráter de misticismo, ou que prescrevem cerimônias e atos bizarros porque então há um motivo legítimo de suspeita”, pois, “quando uma verdade deve ser revelada à Humanidade, é, por assim dizer, instantaneamente comunicada em todos os grupos sérios que possuem médiuns sérios.” Mas a seriedade, o histórico revelador de muitos anos dedicados à causa espírita, tanto no aspecto social e assistencial como em sua divulgação e propagação, não se apresenta como elemento que possa garantir qualquer infalibilidade no campo das idéias. Os Espíritos, de fato, não podem tudo revelar e não são infalíveis. Usar o argumento de que são Espíritos perfeitos é outro erro de juízo cuja fragilidade fica evidente quando indagamos sobre uma questão de mérito: pode uma criança no rudimento de seus estudos de aritmética julgar a excelência de um Doutor ou de um PHD em álgebra abstrata ou em Cálculo avançado? Claro que não. Do mesmo modo como é possível, Espíritos ainda tão primários, julgar a excelência de algum outro Espírito classificando-o como perfeito ou como próximo da perfeição, se não dispõe do conhecimento indispensável que lhe garanta um referencial de perfeição somente do conhecimento de outro Espírito perfeito e de Deus? SOBRE A VIDA EM OUTROS MUNDOS OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 16 de 87 “Que pensaríeis de um homem que se erigisse em censor de uma obra literária sem conhecer literatura? De um quadro sem ter estudado pintura? É de uma lógica elementar que o crítico deva conhecer, não superficialmente, mas a fundo, aquilo de que fala. Sem o que sua opinião não tem valor.” – Allan Kardec (O que é o Espiritismo). Para tratar de assuntos de Astronomia o mínimo exigido é que o crítico tenha um conhecimento razoável da ciência, principalmente de sua metodologia. Astronomia significa, etimologicamente falando, “a Lei das Estrelas” (do Grego: άστρο + νόµος), qualquer que seja o juízo que se deseja apresentar. É uma ciência que envolve a observação e a explicação de eventos que ocorrem fora dos domínios da Terra. Estuda a origem planetária, a evolução e propriedades físicas e químicas de tudo que pode ser observado direta ou indiretamente no espaço cósmico, bem como todos os processos que os envolvem. “Para combater um cálculo, é preciso opor-lhe outro cálculo, mas, para isso, é preciso saber calcular. O crítico não deve se limitar a dizer que tal coisa é boa ou má; é preciso que ele justifique sua opinião por uma demonstração clara e categórica, baseada sobre os próprios princípios da arte ou da ciência. Como poderá fazê-lo quem ignora esses princípios? Poderíeis apreciar as qualidades e os defeitos de uma máquina se vós não conheceis a mecânica?” Nossa crítica é orientada com base no pensamento kardeciano. Não deixaremos de examinar todas as ponderações que venham a ser feitas em oposição ao que defendemos, mas abraçaremos com cuidado e zelo às que venham a ser formuladas por estudiosos das “Leis das Estrelas”, desde que constituam tentativas para nos provar qualquer erro. A EXOBIOLOGIA É A CIÊNCIA QUE ESTUDA A POSSIBILIDADE DA VIDA EM OUTROS MUNDOS. Com a descoberta de planetas em órbita de outras estrelas, não se pode deixar de imaginar sobre a possibilidade da existência de vida além do nosso sistema solar. Apesar de não ter sido encontrada ainda qualquer evidência de vida extra-planetária, OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 17 de 87 e todo o conhecimento sobre organismos e processos biológicos estar limitado ao que se tem acesso na Terra, existe uma série de hipóteses e especulações que podem ser criadas para se tentar prever como a vida se desenvolveria e se adaptaria em outras esferas planetárias. Allan Kardec in nota à resposta da questão 55 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS Precisamos responder a muitas perguntas antes de apresentarmos qualquer conclusão, negando ou aceitando, a existência de vida orgânica em um exoplaneta. A seguir apresentaremos alguns fatos importantes na tentativa de respondermos uma a uma cada questão proposta. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 18 de 87 Se a estrela não se encontra na seqüência principal não será suficientemente estável para possuir um sistema planetário, onde algum de seus componentes possa estar numa zona habitável. O diagrama Hertzsprung-Russel, ou de forma simplificada, diagrama HR mostra algumas relações gerais entre as estrelas e possíveis ciclos de queima que estariam ocorrendo em seus interiores. Na figura acima, a seqüência principal aparece indicada por V, é onde se encontra o nosso Sol (na faixa alaranjada), justamente a faixa que indica a presença das estrelas que queimam hidrogênio. Na faixa IV, as estrelas queimam hélio produzindo carbono e oxigênio. Capella encontra-se na seqüência III onde as gigantes amarelas esgotaram praticamente todo o hélio que tinham a queimar e já iniciam a queima do carbono, evoluindo rapidamente para a faixa II, das gigantes vermelhas. Ainda é um desafio para os astrônomos o estudo da evolução estelar numa escala de milhões ou bilhões de anos, pois nossa vida útil na Terra não vai muito além de 50 anos. Com o diagrama HR podemos ter muitas respostas: basta observar todos os tipos de estrelas existentes em todas as suas fases evolutivas possíveis, e tais estrelas podem perfeitamente estar ajustadas no diagrama HR. Pesquisadores desenvolvem teorias sobre como são as peças do quebra-cabeça que, uma vez montado, justamente com as teorias físicas, poderá informar sobre a vida de uma estrela. Capella é uma estrela muito conhecida, principalmente pela sua localização OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 19 de 87 e grandeza – está perfeitamente determinada no diagrama HR, onde não deixa qualquer dúvida sobre suas características mais relevantes. O diagrama HR e suas variações, serve para correlacionar e deduzir parâmetros estrelares que são, em geral, muito difíceis de serem obtidos diretamente. Numa estrela como Betelgeuse não há como estável. pensar num sistema OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 20 de 87 Estrelas turbulentas, não estáveis, geralmente, distâncias despejam jatos elevadas de a grandes plasma temperaturas. a Inviabiliza qualquer forma de vida orgânica, mesmo porque a quantidade de Raio X seria mortal. Dependendo do tamanho e da massa da estrela, jatos de plasmas podem ultrapassar em muito a distância de 200 UA e sua superar temperatura pode milhões de graus Kelvin, inviabilizando a existência de uma zona habitável. Mas nós não existiríamos se não houvesse o carbono, o oxigênio e tantos outros elementos que nos constituem e contribuem para a riqueza da Terra e do Universo. Onde foram criados esses elementos? O Sol não é responsável OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 21 de 87 por isso, pois tais elementos em sua superfície já estavam lá à época de seu nascimento. O diagrama ao lado mostra como ocorre a captura de plasma por uma componente de um sistema duplo. Fato semelhante ocorre com as duas estrelas principais do sistema capelino. A seguir temos uma imagem impressionante de Capella onde se pode ver com absoluta clareza o que acabamos de afirmar. No Sistema Capella (Alpha-Aurigae) temos como estrelas principais uma BINÁRIA DO TIPO SPECTROSCOPIC, duplamente alinhada. Com a estrela Aa ligeiramente mais maciça, evoluindo mais rapidamente e um pouco mais fria que sua companheira Ab. Ambas se apresentam em seu primeiro ascendente para uma gigante vermelha. A estrela Aa já iniciou a fusão de seu hélio interno no carbono, pois a baixa quantidade de lítio em sua superfície é indicativa de uma diluição por um envelope inteiramente convectivo. Pelo fato da estrela Aa ser mais maciça ela uma força gravitacional maior e o efeito da ma ocasiona em Ab gera maior turbulência, o que p um deslocamento de plasma no sentido da es menor massa para a de maior massa. Em n compara à Terra tanto em matéria de estab como em sua linha evolutiva. Veja você mesmo ao lado. A estrela de maior massa encontra-se na parte Nossa vida é devida, parcialmente, ao Sol, q OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 22 de 87 fornece luz, a radiação que nos aquece e tem m a Terra em sua órbita estável por mais de 4 bilh anos. Mas, não existiríamos sem a química carbono, o oxigênio, o hidrogênio e tantos elementos que nos constituem e contribuem riqueza da Terra e do Universo. E qual a desses elementos? Por certo não é o Sol respo direto por cada um deles, a gênese e a evolu cada substância primitiva é mais remota. Nesta imagem temos uma bela visão das estrelas-mães de Capella Os átomos, ou elementos, a partir dos quais somos formados, em boa parte, foram criados em outras estrelas. A nebulosa que deu origem ao sistema solar é um subproduto da evolução de algum outro sistema mais complexo. As partes mais internas das estrelas funcionamcomo poderosas “fornalhas” nucleares, responsável pelos processos de fusão de núcleos de elementos, transformando-os em novos núcleos ou novos elementos: é o que chamamos de nucleossíntese. Não existe somente a fusão como explicação para a gênese do elemento químico. Outros processos podem criar muitos elementos em várias etapas. Assim, cada estrela, cada sistema, tem uma função bem determinada na gênese da vida no Universo e mais do que isso são pontes para a evolução OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 23 de 87 de todos os sistemas como num processo de “eterna reciclagem natural”. As estrelas de maior massa terminam suas vidas com uma colossal explosão Nessa chamada explosão, de a super-nova. maioria dos elementos é criada para compor outros corpos que por sua vez executam suas funções no Universo. Nossos corpos resultam de uma fase desse processo. É assim, em síntese, que a base química da vida é formada e não pode ser diferente em parte alguma, pois resulta de um procedimento natural que se aplica onde quer que haja vida. Não há uma química especial para cada planeta ou uma química privilegiada para “abençoar” um ou outro astro, ela é universal como as leis naturais. Com a explosão esses novos elementos são distribuídos no espaço e para serem utilizados de acordo com o ambiente e concentração. Os restos podem formar novas estrelas e novos planetas misturados à poeira e aos gases já existentes de explosões anteriores e que constituem o meio interestelar. Quando dizemos que a Química do Universo é única temos uma razão científica para isso: a própria estrutura física do elemento químico. Um átomo ou elemento químico é constituído por um núcleo atômico que em geral está acompanhado de elétrons em sua volta. Os núcleos têm prótons e nêutrons, a menos do elemento mais simples que é o hidrogênio. O homem elaborou modelos eletrônicos para melhor compreender as ligações dos átomos na formação das substâncias compostas. O diagrama abaixo mostra de forma muito precisa o que vem acontecendo com as estrelas-mães conhecidas como Alpha Aa e Alpha Ab Aurigae ou mais vulgarmente conhecidas como Capella. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 24 de 87 O XMM RGS SPECTRUM de Capella demonstra o atual estágio evolutivo da Química estelar do par de estrelas gigantes – qualquer especialista em análise spectral ou um astrofísico experiente poderá concluir que o sistema atualmente encontra-se na fase final da queima do Hélio, já iniciando a queima do Carbono fato indicado pelas linhas de emissão do ferro. Quando nos referimos a um elemento químico seguido de um número, tal número, corresponde ao número de massa que é numericamente dado por A=Z+N onde Z designa o número de prótons ou o número atômico; N é o número de nêutrons do núcleo atômico. Os nomes dos diferentes elementos químicos (hidrogênio, hélio, nitrogênio, carbono, etc.) mudam de acordo com o número de prótons em seus núcleos. Assim, por exemplo, temos na seqüência: Hidrogênio (Z=1 ou 1 próton), Hélio (Z=2 ou 2 prótons), Lítio (Z=3 ou 3 prótons), Berílio (Z=4 ou 4 prótons), Boro (Z=5 ou 5 prótons), Carbono (Z=6 ou 6 prótons) e assim sucessivamente até os Mendelevium (Z=101 ou 101 prótons), Nobélio (Z=102 ou 102 prótons) e Laurêncio (Z=103 ou 103 prótons). Existem mais 23 elementos obtidos em laboratórios elevando a lista até 126. Não há qualquer buraco na Tabela Periódica, o que nos leva a concluir que todos os elementos químicos até Z=126 foram descobertos e que outros não há, pois não pode existir número atômico fracionário: portanto, não existe outra Química no Universo – ela é única! OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 25 de 87 A vida orgânica não tem como existir com uma química diferente, ao contrário do que muitos pensam ingênuamente. Se não há corpos carnais não tem qualquer sentido de se falar em REENCARNAÇÃO. Além dos elementos químicos ou dos átomos, considera-se a existência das subpartículas e uma combinação delas (em condições apropriadas) pode dar origem ao elemento químico mais simples que se conhece: o hidrogênio. Entre eles citamos os Léptons , Quarks e os Bósons Intermediários. No quadro seguinte apresentamos uma lista mostrando inclusive a simbologia universal utilizada para as subpartículas. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 26 de 87 Para melhor visualização, do EXOSAT, extraímos a distribuição das linhas de Ferro de Capella, lembrando que 1 angstron corresponde a 10-10m. Entretanto, a corona mais profunda, quente da estrela Aa é muito mais variável do que aquela da estrela Ab. Os spectros ultravioletas extremos das estrelas Aa e Ab indicam a presença de linhas de emissão de ferro Fe XV ao Fe XXIV (a mais). *** OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Demonstração de como funciona a nucleossíntese Página 27 de 87 OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Imagens estrela da próxima (Ab) Capella obtidas quatro de Página 28 de 87 pelos detetores ASCA. Os detectores Solidstate do Spectrometer da imagem latente (SIS) operados foram na modalidade acoplada cargas quatro do dispositivo (CCD). Em cada imagem dos detectors do Spectrometer da imagem latente do gás, a fonte da calibração do ferro pode ser vista na borda do campo visual. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 29 de 87 O SPECTRUM GRATING é dado forma olhando o número dos raios X detectados ao longo do “arco-iris raio X”. O spectrum grating pode revelar as linhas individuais das emissões de raio X por uma variedade de elementos e seus íons, por exemplo, linhas do Fe e do Ne (néon) são vistos na figura ao lado. Esta região de energia corresponde à indicada pela caixa branca seguinte e mais no spectrum de ACIS dado no slide anterior. O spectrum verde é dos gratings do megohm e o spectrum vermelho é dos gratings de HEG. DO “DIAGNÓSTICO PLASMA” Os raios X vistos aqui são criados pelos átomos aquecidos à temperatura de milhões de graus. Nestas altas temperaturas, os elétrons exteriores do átomo são “descartados” para outros átomos mais afastados; o átomo é um íon positivamente carregado e é parte de um plasma de alta temperatura. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 30 de 87 Medindo a intensidade, o fluxo, das diferentes linhas emissoras, obtemos informações sobre o estado do plasma. As relações das linhas de fluxo do mesmo íon dependem da temperatura e da densidade, enquanto que os íons diferentes informam sobre o estado de ionização. Uma investigação mais abrangente pode ser feita na composição e na quantificação química envolvendo o sistema. Todos nós estamos expostos a este tipo de radiação, sem muita escolha, um exemplo disso é a presença de monitores de computador e televisores. Estas são fontes clássicas de emissão de raio X, em pequena quantidade, é verdade, mas não deixa de ser. Os aparelhos mais recentes possuem dispositivos para evitar a emissão desta radiação, uma vez que ela não é muito benéfica para a vida humana, o que lhes conferem maior segurança. Nos monitores e aparelhos de TV, existe um dispositivo que emite e acelera elétrons, que são levados a colidirem contra um anteparo (a tela), ocorrendo um freiamento dos elétrons, produzindo assim, radiação X. Recebemos raio X do Sol, mas ocorre uma “filtragem” na atmosfera suficientemente densa e muito pouco chega a atingir o solo do planeta. Como vimos, os raios X são perigosos, muitas doenças são causadas por radiação. O problema é que os raios X são uma forma de radiação ionizante. Quando a luz normal atinge um átomo, ela não muda esse átomo de maneira significativa. Mas quando raios X atingem um átomo, ele pode expulsar elétrons desse mesmo átomo para criar um ION, ou seja, um átomo eletricamente carregado. Então, os elétrons livres entram em colisão com outros átomos para criar mais ÍONS. A carga elétrica de um íon pode gerar uma reação química anormal no interior das células. Entre outras coisas, a carga pode quebrar as cadeias de DNA e desenvolver uma série de mutações. Se várias células morrerem em decorrência, tipos variados de doenças podem ocorrer. No caso de mutação a célula pode se tornar cancerígena e produzir um tipo de câncer letal que pode se espalhar rapidamente por todo o organismo. Caso a mutação ocorra em um espermatozóide ou em um óvulo, pode originar defeitos congênitos graves. Um mundo exposto a grandes emissões de raios X não tem como desenvolver qualquer forma de vida, pelo que acabamos de expor. O SPECTRUM GRATING é conclusivo: as componentes Aa e Ab de Capella, juntas representam uma perigosa fonte de raios X – cerca de 10000 vezes maior que o nosso Sol. Se um planeta OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 31 de 87 como a Terra existisse a 150 milhões de quilômetros das duas gigantes amarelas seria necessária uma atmosfera extremamente densa o que também inviabilizaria a vida sobre sua superfície. Eis aí mais um entrave à existência de qualquer forma de vida orgânica nas cercanias de Capella. *** Pesquisadores de diversos centros observacionais do mundo têm procurado exoplanetas e estruturas proto-planetárias, através da variação fotométrica, durante os eventuais trânsitos dos satélites colocados em órbita da Terra. COROT é um deles – tem como alvo cerca de 30 estrelas jovens com idade de 5 a 10 Myr. A linha do lítio 670.7nm permite selecionar estrelas na faixa de idade desejada. Os alvos devem ser preferencialmente estrelas G e K de rotação elevada. Sistema Solar: modelo ideal Sistemas múltiplos como Capella dificilmente apre formação planetária. Temos encontrado planetas em s OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 32 de 87 duplos e em sistemas triplos, mas não se conhece plane sistemas quádruplos e muito menos nos que abrigam estrelas num raio de 1 ly, como em Capella. De acordo com as observações, a probabilidade de se en planetas em sistemas simples como o nosso Sol, é bem m que em sistemas duplos e triplos e altamente improvável em sistemas com um número maior de estrelas. Provavelmente este é o motivo pelo qual NENHUM PLANETA TENHA SI SIDO ENCONTRADO EM QUALQUER DAS NOVE FORMAÇÕES ESTELARES DE CAPELLA. Não existe vida orgânica sem planetas! Em Capella encontramos estrelas como: Anãs vermelhas (frias) – são mais comuns no Universo - possuem baixa luminosidade – localizadas no diagrama HR na extremidade inferior da seqüência principal. Temperatura típica = 2700 K; raio = 0,1 R☼, Massa = 0,1 M☼; densidade em torno de 100 vezes a densidade do Sol. Anãs marrons - estrelas de menor massa - muito baixa luminosidade, estrelas fracas, difíceis de serem detectadas. Classificadas em 1975 pela Astrônoma americana Jill Cornell Tatter. São proto-estrelas, massa < 0,08 M☼ - nunca queimarão hidrogênio, nunca atingirão a seqüência principal. Elas têm aproximadamente 13 a 60 Mjup; com uma temperatura efetiva de 1000 K. São conhecidas mais de 150 e uma delas no sistema α Aurigae. Anãs brancas – encontram-se na margem inferior do diagrama HR. As componentes anãs não são muito maiores do que a Terra. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 33 de 87 De acordo com o glossário do Observatório Nacional assim se apresenta o sistema Capella ou Alpha Aurigae: Principais Características • É um sistema de estrelas múltiplas que contém pelo menos 9 estrelas • Este sistema brilhante está no Hemisfério Norte, a 45o da estrela Polaris, que é a estrela polar do norte. • Ela está na constelação de Auriga Alguns objetos interessantes em Capela: Estrelas • As duas estrelas mais brilhantes em Capela são um sistema de estrelas binárias. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES • Página 34 de 87 Elas são ambas amarelas, como o nosso Sol, com massas 2,6 e 2,7 vezes a massa do Sol. • Uma delas é 9 vezes maior do que o Sol e a outra é 12 vezes maior. • Cada uma delas libera, aproximadamente, 78 vezes a luz liberada pelo Sol. • Estas duas estrelas estão a aproximadamente 43 anos-luz da Terra Não há qualquer indicação de formação planetária. Aspecto da superfície de Aa Capella. As componentes do sistema Alpha Aurigae (Capella) OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 35 de 87 Esquema mostrando a ejeção de plasma das estrelas principais de Capella As duas gigantes amarela de Capella são, respectivamente, do tipo espectral G8III e G0III - no diagrama HR é colocada numa posição fora da seqüência principal. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 36 de 87 *** A emissão de plasma e matérias estelares têm grande dimensão e alcance quando se trata de estrelas massivas e turbulentas como as gigantes amarelas de Capella. O Sol com cerca de 6 bilhões de anos é considerada uma estrela de idade mediana e estável. Teve tempo suficiente para realizar todos os ciclos – se um planeta rochoso estiver na posição certa, dificilmente deixará de completá-los. E foi o que aconteceu: a Terra reúne todas as condições. Diferentemente, Capella é uma estrela muito jovem, sua idade estimada é de 525 milhões de anos. Mas seu ciclo de vida será muito menor do que o do Sol, pois possui aproximadamente 2,7 Msol . A outra componente apresenta massa 2,6 Msol . As outras estrelas do sistema são anãs brancas, anãs vermelhas e uma anã marrom, que é na verdade uma proto-estrela e suas massas são consideravelmente menores do que a massa solar. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 37 de 87 De acordo com Hummel e outros (1994) as estrelas Aa e de Ab são separadas por cerca de 0.730 UA (108 milhões de quilômetros) e movem-se com uma órbita circular (e= 0.000), com um período de somente 104.0 dias e uma inclinação orbital aproximadamente de 137.2° dA - perspectiva de um observador na terra. As duas estrelas brilhantes têm um outro par nas proximidades são as componentes não ofuscantes C e D em uma separação atual de aproximadamente 11.000 AUs, ou uns 0.17 light-years. As outras componentes na região do sistema, estão um pouco mais afastadas indo até a faixa limítrofe de 1 ly. Aa Capella numa escala comparativa com outras estrelas mostra a diferença de tamanho com o nosso Sol. Por que os exilados não vieram de Capella? Apontaremos alguns fatores que demonstram ser falsa a idéia de vida orgânica em qualquer das esferas capelinas. PRIMEIRO FATOR: A IDADE DO SISTEMA. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 38 de 87 A evolução de uma estrela depende de sua massa. As proto-estrelas com massa inferior a 0,06 massa solar nunca se tornarão quentes o suficiente para dar início a reações nucleares. Aquelas com massa entre 0,06 e l ,4 massa solar passam rapidamente para a seqüência principal e podem permanecer nela por pelo menos 10 bilhões de anos. Quando o hidrogênio disponível se esgota, o núcleo se contrai, o que aumenta sua temperatura para 100 milhões de graus Celsius. Nessas condições, o hélio pode começar uma reação de fusão e a estrela se expande, tornando-se uma gigante vermelha. Finalmente, as camadas externas da estrela são expelidas, formando uma nebulosa planetária. O núcleo então se comprime e a estrela se toma uma pequena anã branca. Estrelas com massas solares de l ,4 a 4,2 evoluem mais rápido e morrem mais jovens, permanecendo na seqüência principal por cerca de um milhão de anos, antes de passar a gigante vermelha. A temperatura continua a aumentar, enquanto elementos mais pesados são sintetizados, até que o ferro é produzido a 700 milhões de graus Celsius. A estrela se desintegra em uma grande explosão e se transforma em supernova, espalhando uma imensa nuvem de poeira e gás, em cujo centro permanece uma pequena estrela de nêutrons que gira muito rápido e é extremamente densa: OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 39 de 87 l cm3 tem massa de cerca de 250 milhões de toneladas. Cientistas do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) descobriram uma espécie de poeira e rocha ao redor de um pulsar, um corpo celestial que surge em conseqüência dos restos da explosão de uma estrela. É dessa nascem Existe forma os uma que planetas. grande possibilidade da Terra ter nascido assim, juntamente com a Lua. Usando o telescópio infravermelho Spitzer da Nasa, cientistas do MIT observaram a radiação liberada pelo disco de destroços ao redor de um pulsar jovem, a 13.000 anos-luz da Terra. O pulsar já foi uma estrela gigante, que numa supernova anos. "morreu" explosão há 100.000 OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 40 de 87 Não houve tempo suficiente para a formação de planetas rochosos indispensáveis ao processo de “geração progressiva” que conduziria até o primeiro ser vivo sobre sua superfície. Quando Capella se formou há 525 milhões de anos, segundo descobertas recentes na China e em várias regiões do mundo, já ocorria na Terra um surto evolutivo de diversas espécies animais. Os precursores de todas as criaturas modernas estavam lá. Há 3,5 bilhões de anos, as algas e seres microscópicos como as bactérias se espalhavam por vários recantos da Terra e foram dominantes por um período que corresponde a cerca de 90% da história da vida planetária. As provas de sua presença vão sendo desenterradas em todos os continentes. Segundo os pesquisadores, a natureza não age de maneira lenta e gradual como se poderia pensar. A revolução do período Cambriano deve ter durado apenas 5 milhões de anos, quando ainda o sistema Capellino se “desprendia” da nebulosa. Os primeiros ancestrais dos homens muito provavelmente já caminhavam nas savanas africanas. Para a eclosão da vida orgânica é indispensável a existência de um planeta rochoso e além disso, uma combinação química perfeita num ambiente propício; coisas que são possíveis somente com uma suficiente e necessária maturação do ambiente – o que não pode ser conseguido de um momento para o outro. Na Terra, as condições para o surgimento dos primeiros homídios não foram as mesmas em todos os continentes. Rift Valley é a região que se mostrou favorável e onde muito provavelmente ocorreu a origem do homem, foi a África Oriental, justamente a que se encontra entre o Nilo, o Zambeze e o Oceano Indico, a sul do maciço Etíope. Acredita-se – e há muitos indícios que corroboram para que assim tenha sido e que confirmam a teoria de que a especialização geográfica é a única forma de evolução possível para os animais superiores. Em princípio, pois, deveria ser possível reconstruir as árvores genealógicas das descendências segundo os mapas paleográficos que indicam as barreiras fausnísticas. A separação entre os grandes primatas e os africanos se deverá situar entre os 25 e os 20 milhões de anos, em decorrência da progressiva aridificação da Arábia e da OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 41 de 87 Somália, assim como, mais tarde, pelo avanço do Mar Vermelho. Cerca de 3 milhões de anos separam o AUSTRALOPITHECUS do homem atual e 14 milhões de anos deste para o KENYAPITHECUS. SEGUNDO FATOR: NÃO HÁ QUALQUER PLANETA Foi detectado apenas uma formação protoplanetária que tanto pode dar origem a um planeta do tipo jupiteriano com massa muito superior a cinco vezes nosso gigante gasoso e várias estrelas anãs de tipos variados – anãs brancas, vermelhas e marrom. Não há qualquer possibilidade de vida orgânica sem a existência de um planeta rochoso. As anãs marrons não são incomuns: A tecnologia observacional nos dias atuais está equipada para descobrir até mesmo pequenos planetas semelhantes à Terra e se existisse algum no sistema Capella, muito provavelmente ele já teria sido encontrado. PARIS, 24 abr (AFP) - Um planeta "do tipo terrestre habitável", capaz de abrigar vida extraterrestre, foi detectado pela primeira vez por uma equipe de astrônomos em um sistema planetário extra-solar, segundo um estudo publicado na revista Astronomy and Astrophysics. Além disso, acrescentou, "seu raio seria 1,5 vezes o da Terra", o que indicaria "ou uma constituição rochosa (como na Terra), ou uma superfície coberta de oceanos". OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 42 de 87 A gravidade em sua superfície é 2,2 vezes a da superfície da Terra, e sua massa muito fraca (5 vezes a da Terra). Descoberto com o telescópio "Harps" de 3,6 m do Observatório Espacial Europeu (Eso) da Silla, no Chile, este planeta orbita em 13 dias em torno da estrela Gliese 581 (Gl 581), da qual está 14 vezes mais próximo do que a distância da Terra para o Sol. Planeta descoberto na órbita de HD49674 TERCEIRO FATOR: A EXISTÊNCIA DE PLANETA ROCHOSO Se existisse algum planeta ele deveria se encontrar na chamada “zona habitável”, como demonstramos abaixo para o nosso sistema solar. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 43 de 87 Ao lado temos uma boa sugestão de leitura para um conhecimento mais razoável sobre as estrelas. O que tem levado muitas pessoas à defesa intransigente e fanática dos exilados de Capella é a ignorância científica. Se tivesse sido possível algum planeta semelhante à Terra ter orbitado Capella Aa ou Ab, durante sua juventude, provavelmente teria sido reduzido em breve tempo à cinzas. Atualmente, as zonas habitáveis de Capella Aa ou Ab são mais distantes externamente do que a distância orbital média entre estas duas estrelas. (Se considerarmos como únicas estrelas do sistema, a órbita de um planeta “algo semelhante” à Terra, em torno de Aa, seria centrada atualmente em torno do AU 8.7 -- justo dentro das distâncias orbitais de Saturno no sistema solar, e para a órbita da zona habitável de Ab teríamos algo em torno de AU 7.8, entre as distâncias orbitais de Jupiter e Saturno.) E somente poderia ter ocorrido durante um tempo muito curto levando-se em conta a combinação das fases das duas estrelas no presente. Se levarmos em conta a combinação do par Aab a zona habitável avança para algo em torno de 12,5 AU externamente ao binário. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 44 de 87 A Terra é um planeta rochoso , bem como todos os planetas interiores. Sob certos pontos de vista, não seria errado afirmar que o terceiro planeta a partir do Sol é duplo, isto é, são dois planetas girando em torno de um centro comum de gravidade. Não é assim que costumamos nos referir a Terra e a Lua, mas esta seria uma possível forma de classificação. O motivo é simples. Terra e Lua (assim como Plutão e seu único satélite, Caronte) apresentam a maior correlação de massa de todo o Sistema Solar. Normalmente os satélites têm milhares, às vezes milhões de vezes menos massa que seus planetas. No sistema Terra-Lua a correlação de massa é1/81 (isto é, a Lua tem 81 vezes menos massa que a Terra). Sem planetas a vida orgânica é impossível, portanto, a atenção dos astrônomos volta-se para os sistemas que apresentam as condições satisfatórias ao desenvolvimento de planetas. Nem todas as estrelas possuem planetas. O interesse OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 45 de 87 por Capella é pequeno, uma vez que a possibilidade de existência de planetas em condições de habitabilidade encontrar-se descartada. QUARTO FATOR: A QUÍMICA ADEQUADA ELEMENTOS QUÍMICOS Um átomo ou elemento químico, é constituído por um núcleo atômico que em geral está acompanhado de elétrons à sua volta, Os núcleos têm prótons e nêutrons, com exceção do tipo mais simples de hidrogênio, que tem somente um próton. Os elétrons ocupam o que chamamos de orbitais e formam um arranjo eletrônico, que é diferente para cada átomo. As propriedades e combinações químicas podem ser entendidas por meio de diversos arranjos eletrônicos, que são indicados na Tabela Periódica dos elementos. A Química é UNIVERSAL, não existe outra química – os elementos químicos são únicos, não podem existir outros além dos que conhecemos na Terra. A Tabela Periódica está completa. QUINTO FATOR: TER PELO MENOS UMA ESTRELA-MÃE Preferencialmente uma estrela-mãe, pois sistemas duplos e triplos dificilmente apresentam a estabilidade necessária, mesmo existindo planetas, as condições ideais para a existências de seres orgânicos superiores são difíceis de obter. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 46 de 87 Astrônomos do Observatório Europeu Austral, instalado no Chile, descobriram recentemente uma dupla de planetas desgarrados ou seja, sem estrela-mãe. Os dois planetas permanecem ligados um ao outro pela força gravitacional, têm massa 7.MJupiter e foi detectado a 400 Ly do nosso sistema solar. Seus descobridores, Ray Jayawardhana (Universidade de Toronto) e Valentin Ivanov (Observatório Europeu Austral) divulgaram a descoberta no site “Science Express” da revista “Science”, cujos créditos atribuímos a informação. Uma descoberta recente mostra que existem planetas errantes, isto é sem estrelas. (Ao lado temos uma concepção artística produzida com os dados coletados e armazenados nos computadores do Observatório Europeu Astral (EFE/ESO). Planeta descoberto em órbita da estrela HD49674, na constelação de Aurigae, a uma distância de 0,05 UA (cerca de 7.500.000 km) desta estrela. Sua massa corresponde a cerca de 0,15 da massa de Júpiter ou seja 40 vezes a massa da Terra. Ele não está sozinho, pois, foram encontradas outras possíveis massas planetárias com uma dimensão semelhante à de Netuno - planetas gasosos. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 47 de 87 O Sistema Solar é o nosso exemplo máximo de sistema estável. Capella é um sistema complexo com duas estrelas amarelas gigantes em seu coração, orbitando um centro de gravidade comum a cada 104 dias. Estes dois astros não estão sozinhos – são acompanhados pelo menos por sete ou oito outras estrelas. *** OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 48 de 87 “Eu não demorei a observar que as nossas comunicações mediúnicas refletiam simplesmente nossas idéias pessoais, e que Galileu por mim, e que os habitantes de Júpiter por Sardou, são estranhos a estas produções inconscientes dos nossos espíritos” (Flammarion – 1923) “Há espíritas de uma fé cega, que estão certos de estar em comunicação com os Espíritos. Não há argumentação entre eles. Não me perdoam de não partilhar de forma alguma de suas certezas, que se tornam crenças religiosas em suas casas. Mas há entre estes, outros que compreendem que apenas o método científico nos pode conduzir ao conhecimento da verdade. Estes se tornaram meus amigos” (Flammarion – 1911). PODEMOS CONFIAR EM TODAS AS INFORMAÇÕES PUBLICADAS NA REVISTA ESPÍRITA? Certamente que não. Confira no livro “A Gênese” de Allan Kardec em sua Introdução: “Os mesmos escrúpulos presidiram à redação de nossas obras, de tal forma que podemos dizê-lo segundo o Espiritismo, porque estamos certos de sua conformidade ao ensino geral dos Espíritos. Acontece com esta a mesma coisa, e assim podemos, por motivos semelhantes, dá-la como complemento às precedentes, com exceção, todavia, de algumas teorias hipotéticas, que tivemos o cuidado de indicar como tais, o que não deve ser consideradas senão como opiniões pessoais, até que sejam confirmadas ou contraditadas a fim de não fazer pesar sua responsabilidade sobre a doutrina. Ademais, os leitores assíduos da Revue OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 49 de 87 Spirite terão ali encontrado, em esboço, a maior parte das idéias desenvolvidas nesta última obra, como o fizemos nas precedentes. A Revue representa para nós, muitas vezes, um terreno de ensaio destinado a sondar a opinião dos homens e dos Espíritos a respeito de certos princípios, antes de admitilos como partes constitutivas da doutrina. Não há a menor possibilidade de Júpiter ser habitado. Júpiter é o maior e o primeiro entre os planetas gigantes. Teve seu nome inspirado no deus grego Zeus, rei do Olimpo. Sua composição básica é o hélio e o hidrogênio, muito similar à de estrelas como o Sol. Costumo dizer com algum exagero que é uma “estrela que não deu certo”. Estatísticas de Júpiter Massa (kg) 1.900e+27 Massa (Terra = 1) 3.1794e+02 Raio equatorial (km) 71,492 Raio equatorial (Terra = 1) 1.1209e+01 Densidade média (gm/cm^3) 1.33 Distância média ao Sol (km) 778,330,000 Distância média ao Sol (Terra = 1) 5.2028 Período de rotação (dias) 0.41354 Período orbital (dias) 4332.71 Velocidade orbital média (km/seg) 13.07 Excentricidade orbital 0.0483 Inclinação do eixo (graus) 3.13 OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 50 de 87 Inclinação orbital (graus) 1.308 Gravidade à superfície no equador (m/seg^2) 22.88 Velocidade de escape no equador (km/seg) 59.56 Albedo geométrico visual 0.52 Magnitude (Vo) -2.70 Temperatura média das nuvens -121°C Pressão atmosférica (bars) 0.7 Composição atmosférica Hidrogénio 90% Hélio 10% Júpiter apresenta um núcleo muito quente e libera para o espaço o triplo da energia que recebe do Sol. Esse planeta só não é uma estrela como o Sol porque sua massa é insuficiente para elevar sua pressão e a temperatura dos gases a ponto de produzir reações termonucleares. Caso isso ocorresse ele poderia ser considerado um sistema solar em miniatura e o nosso Sol seria um sistema duplo. Não houve massa suficiente para a nebulosa que deu origem ao Sol e aos planetas viesse a formar uma estrela irmã do Sol, mas conseguiu formar planetas gigantes como Júpiter e Saturno. Imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble, da NASA, em 13 de Fevereiro de 1995. A imagem mostra uma vista detalhada de um aglomerado único de três tempestades brancas de forma oval a sudoeste (abaixo e à esquerda) da Grande Mancha Vermelha de Júpiter. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 51 de 87 A sonda Voyager 1 obteve esta fotografia de Júpiter e dois dos seus satélites (Io, à esquerda, e Europa, à direita) em 13 de Fevereiro de 1979. Nesta vista, Io está a cerca de 350,000 quilómetros (220,000 milhas) acima da Grande Mancha Vermelha de Júpiter, enquanto Europa está a cerca de 600,000 quilómetros (373,000 milhas) acima das nuvens de Júpiter. Júpiter estava a cerca de 20 milhões de quilómetros (12.4 milhões de milhas) da sonda no momento desta foto.(CortesiaNASA/JPL) Em detalhe as quatro maiores luas de Júpiter: Io, Europa, Ganímedes e Calixto. O planeta possui mais de 60 outros satélites. O núcleo de Júpiter é minúsculo em relação ao seu grande tamanho – corresponde a apenas 4% de sua massa total e é recoberto por uma grossa camada de hidrogênio líquido metálico , com uma espessura perto de 50 km. Seu campo magnético é cerca de 12 vezes maior que o da Terra e sua atmosfera é composta de de hidrogênio e hélio e tudo indica que tem 200 km de espessuara. Sua rotação é bem mais rápida, pois leva somente 9 horas e 50 minutos para completar uma voltaem si mesmo, o que ocorre a uma velocidade de 12 km/s e sua translação é descrita em quase 12 anos terrestres. Sua pressão é 3 milhões de vezes maior do que a da Terra nas proximidades do núcleo denso onde o calor chega a 68000 K. Um planeta gigante e gasoso como Júpiter, que não possui superfície sólida, não apresenta qualquer possibilidade de abrigar alguma forma de vida, ainda mais se levarmos em conta sua pressão extremamente alta – cerca de 3 milhões de vezes maior que a verificada na Terra. Não existem formas de vida orgânica sem o concurso do carbono e com base centrada apenas no hidrogênio e no hélio, que são os elementos quase únicos do planeta. É uma quimera pensar em formas de vida “com uma química diferente”, pois outra química não há: reafirmamos, a química que conhecemos na Terra é universal uma vez que não são possíveis outros elementos OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 52 de 87 primitivos – a tabela periódica não apresenta nenhum buraco a ser completado. Podemos ter variações da matéria numa incomensurável combinação desses elementos para formar um sem número de substâncias; mas não há como se obter “substâncias orgânicas” sem a base carbônica ou sem o silício. Se esses elementos que não existem ainda formados no planeta, não temos como admitir a ocorrência de vida orgânica mesmo a mais rudimentar. O grande oceano que recobre todo o planeta, consituído de hidrogênio líquido e escuro, forma um campo condutor elétrico como qualquer metal, com a peculiaridade de não oferecer qualquer resitência à passagem de correntes, como se fosse uma placa de cerâmica. O que alguns planetas apresentam em matéria de substâncias, em outros simplesmente não existe. Enquanto na Terra, sonha-se com a produção de hidrogênio em laboratório e que seja supercondutor a altas temperaturas, o que levaria a uma revolução na indústria eletrônica, em Júpiter, o hidrogênio metálico é elemento tão abundante que dele se origina o campo magnético do planeta, que não poderia deixar de ser o maior de todo o sistema solar. Por outro lado, torna a vida orgânica totalmente inviável. É gigantesca a atração gravitacional de Júpiter. Chega a afetar o próprio cinturão de asteróides, onde se concentram milhares de pedaços de astros – que não chegaram a se formar completamente ou que tenham resultado de fragmentação por colisões. Os fragmentos foram confinados a determinadas órbitas por causa da influência gravitacional de Júpiter. Foto ao lado - IO OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 53 de 87 Júpiter possui anéis. Os anéis de Júpiter foram descobertos somente em março de 1979, através da sonda norte-americana Voyager I, que constatou-se ser um sistema de anéis de partículas sólidas que circundam o planeta na região equatorial. A faixa principal do anel tem aproximadamente 6.800 km de largura e está a 50 mil km acima das camadas de nuvens superiores do planeta. Os anéis são praticamente impossíveis de se observar da terra devido à baixa densidade das partículas que o compõe aliado ao forte brilho do planeta. Mesmo assim, quatro dias após sua descoberta pela sonda, e conhecendo-se as condições atmosféricas ao seu redor, os anéis foram confirmados a partir de observações . Tabela: Composição da Atmosfera Joviana Molécula Quantidade Relativa a H2 Variação Medida por: com *Módulo a Altitude **Espectro (e) H2 1 m,e HD 0,00005 m,e He 0,156 m,e CH4 0,0021 m,e CH3D 0,0000003 m,e NH3 0,0003 sim m,e H2O 0,00014 sim m,e H2S 0,000077 sim m PH3 0,0000005 sim m,e CO 0,000000003 e GeH4 0,0000000007 e AsH3 0,0000000003 e (m) OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 54 de 87 Por várias vezes a Revista Espírita publicou sob a forma de artigos, mensagens atribuídas aos Espíritos contendo relatos sobre a vida em outros planetas do sistema solar. São várias páginas contendo descrições de extraterrestres, seus costumes, moradias, alimentação e meios de transporte e comunicação. Vejamos o que dizem a respeito dos seres de Júpiter: “a conformação física é quase igual à nossa, mas menos densa e com um peso específico menor”. A informação é fantasiosa e constitui a opinião de um único Espírito. O conhecimento que temos hoje da química do planeta gigante é suficiente para negar qualquer possibilidade de que possam existir tais seres, pois teriam de ter em seu organismo um elemento fundamental: o carbono, que é a base orgânica do homem da Terra, e seguramente, Júpiter não tem carbono suficiente. Além do que, a pressão atmosférica altíssima do planeta impossibilita a formação de qualquer ser orgânico em sua superfície. Nem mesmo o ambiente de seus satélites pode ser considerado favorável, se levarmos em conta sua atmosfera composta de gases nocivos à vida humana. O que se espera, em termos biológicos, de seres muito parecidos conosco? Victorien Sardou, jovem literato contemporâneo de Kardec, desenhou diversas cenas jupiterianas. Ele apresentou-se como um desenhista sem habilidade e que sob a influência de um habitante de Júpiter, que alguns séculos antes havia morado na Terra, onde fora oleiro e chamara-se Bernard Palissy. Pois bem, sob a influência de Palissy, Sardou, fez não um, mas vários desenhos e um grande número de pinturas, todas retratando aspectos bizarros do que dizia ser paisagens da vida em Júpiter e também em Saturno, retratando também personagens e cenas do dia-a- OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 55 de 87 dia, descrevendo detalhes do corpo físico de seus habitantes. Sobre a atmosfera de Júpiter, disse Sardou, ser ela diferente da Terra, mais etérea, parecendo-se mais ao vapor e a matéria como conhecemos quase não existe. Vai aqui uma contradição com a descrição apresentada tanto para o “homem” de Júpiter como para suas habitações e plantas que ele afirma serem semelhantes às nossas, com uma textura tão delicada a ponto de quase torná-las transparentes. Os Espíritos também escrevem ficção e relatam suas opiniões como se estivessem encarnados. Desse modo é natural que descrevam ambientes, seres e coisas que são produtos de suas fantasias. O planeta Saturno é outro que a literatura atribuída aos Espíritos considera como habitado por seres humanos especiais. No entanto, é um planeta inóspito, com uma temperatura média de -180 °C. Entre os 8 planetas é o único que apresenta uma densidade menor do que a água. Um dia em Saturno dura apenas 10 horas e 33 minutos, de acordo com as informações enviadas pela sonda espacial Cassini, em 2004. Seu movimento de translação é executado em 29,4 anos terrestres, com uma velocidade orbital em torno de 35,5 km/s. O planeta é composto predominantemente por hidrogênio e hélio, apresentando traços de metano e amônea. Seu interior em muito se assemelha com o de Júpiter, formado por um pequeno núcleo e uma espessa camada de hidrogênio líquido – não há, portanto, uma crosta sólida. Na atmosfera, os ventos podem alcançar uma velocidade próxima de 1800 km/h. Allan Kardec apenas apresentou o tema para discussão na Revista Espírita. Não podemos descartar a influência do Astrônomo Francês – aliás considerado um dos maiores do mundo no século XIX – Camille Flamarion. Tudo que se refere na literatura espírita que se seguiu no Brasil, fazendo menção às naves espaciais, ufos, exilados de Capella, planetas especiais, etc., não passa de fantasia sem qualquer apoio na Codificação Kardeciana, que recomenda um estudo mais pormenorizado e o cuidado de se acompanhar a Ciência, em seu esforço evolutivo, como vimos no início deste trabalho. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 56 de 87 *** A ciência acadêmica não acredita em discos voadores, mas acredita em vida extraterrestre inteligente. Segundo os cientistas, não existem evidências que amparem a idéia de seres de outros planetas visitarem a Terra nem de que exista vida inteligente no sistema solar fora da Terra. As grandes distâncias entre as estrelas e a limitação das velocidades que os corpos podem adquirir tornam extremamente improváveis tais visitas. Nas últimas décadas, porém, têm sido travadas discussões, constantemente atualizadas, sobre a probabilidade de vida extraterrestre. Por todo o mundo, milhões de dólares anuais são gastos em pesquisas que buscam a detecção de sinais emitidos por civilizações inteligentes extraterrestres. O grande avanço tecnológico característico de nossa época pode estar nos levando a passos largos para a detecção desses sinais que, uma vez captados, confirmando a existência de vida extraterrestre inteligente, podem vir a alterar significativamente a sociedade humana atual. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 57 de 87 Rádio Telescópio de Arecibo (Porto Rico) - O maior do mundo Têm sido enviados pouquíssimos sinais codificados para o espaço, sem obedecer a nenhum programa ou estratégia; de uma maneira quase simbólica. Em 1974, foi transmitida uma mensagem do Observatório de Arecibo, em Porto Rico. Essa mensagem é uma codificação simples de uma figura descrevendo o sistema solar, os componentes importantes para a vida, a estrutura do DNA e a forma humana. Essa mensagem foi transmitida na direção do aglomerado globular de estrelas M13, que se encontra a 25.000 anos-luz da Terra. A doutrina espírita tem sua posição firmada em relação à vida em outros mundos, como veremos adiante. Hoje o conceito de vida é muito diferente do que se pensava nos meios científicos há uma ou duas décadas atrás. Mas o que se encontra em O Livro dos Espíritos é, de certa forma, surpreendentemente atual. DIGREÇÕES SOBRE O CONCEITO DE VIDA Nietzsche afirma que “... nosso corpo é apenas uma estrutura social de muitas almas (...) OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 58 de 87 A vida é um conceito com numerosas faces. Pode-se referir ao processo em curso do qual os seres vivos são uma parte; ao espaço de tempo entre o nascimento de um organismo e a condição duma entidade que nasceu e ainda não morreu; e aquilo que faz com que um ser vivo esteja… vivo. Metafisicamente, a vida é um processo constante de relacionamentos. A definição de vida de Francisco Varela e Humberto Maturana – amplamente usada por Lynn Margulis – é a de um sistema autopoiético ou seja que se gera a sim próprio, de base aquosa, limites lipoproteicos, metabolismo de carbono, replicação mediante ácidos nucléicos e regulação protéica, um sistema de retornos negativos inferiores subordinados a um positivo superior . (J. theor. Biol. 2001) Uma característica útil sobre a qual se pode basear uma definição de vida é a da descendência modificada: a capacidade de uma dada forma de vida de gerar descendentes semelhantes aos progenitores, mas com a possibilidade de alguma variação devida ao acaso. A descendência modificada é por si própria suficiente para permitir a evolução, desde que a variação entre descendentes confira diferentes probabilidades de sobrevivência. Ao estudo desta forma de hereditariedade dá-se o nome de genética. Em todas as formas de vida conhecidas (excluindo os priões, que não são considerados seres vivos, mas incluindovirus e iróides, que também não o são), o material genético consiste principalmente em DNA ou no outro ácido nucleico comum, RNA. Uma outra excepção pode ser o código de certas formas de vírus e programas informáticos criados através de programação genética, mas a questão de programas informáticos poderem ser considerados seres vivos, mesmo sob esta definição, é ainda um assunto controverso. Na visão da Astrobiologia: até a data atual a Terra é o único planeta do universo conhecido por humanos a sustentar a vida. A questão da vida noutros locais do universo permanece em aberto, mas análises como a equação de Drake têm sido usadas para estimar a probabilidade dela existir. Das inúmeras reivindicações de descoberta de vida noutros locais do universo, nenhuma sobreviveu a escrutíneo científico. O mais próximo que a ciência moderna chegou de descobrir vida exoplanetária ou extraterrestre, é a evidência fóssil de possível vida bacteriana em OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 59 de 87 Marte (via meteorito ALH84001). Atualmente a atenção dos pesquisadores encontrase concentrada em planetas e que se crêem possuírem ou terem possuído em alguma época, água no estado líquido. Dados recentes dos veículos da NASA como Spirit e Opportunity apóiam a teoria de que Marte teve no passado água em sua superfície, a partir de possíveis indícios de erosão em seu solo. As luas de Júpiter são também consideradas bons candidatos, especialmente Europa, que parece ter oceânos de água líquida, e indícios de uma boa quantidade de carbono, além de ser rochosa. A vida que pode existir não vai além da microcelular. Citamos neste trabalho, o único planeta descoberto até agora potencialmente habitável: Gliese 581C. Em todos os casos até agora estudados, ainda não se pode concluir pela existência de vida, trata-se apenas de estudos que se concentram na possibilidade de se encontrar a química adequada ao desenvolvimento da vida. EXPLICANDO A EQUAÇÃO DE FRANK DRAKE Em 1961, Frank Drake, astrônomo norte-americano, atual diretor do Instituto SETI, publicou uma equação que pretende fornecer o número de civilizações inteligentes e que desenvolveram tecnologia em nossa galáxia. Essa equação ficou conhecida como equação de Frank Drake. Sábado próximo, como acontece todo primeiro sábado do mês, o Observatório Astronômico da UFMG na Serra da Piedade (OAP) estará aberto ao público com uma programação onde dará especial atenção ao tema vida extraterrestre e a essa equação. Frank Drake ------------------ OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 60 de 87 N=ExPxSxVxIxTxC Na equação temos as seguintes variáveis: N é o número de civilizações comunicantes em nossa galáxia E é o número de estrelas que se formam por ano na nossa galáxia P é a fração, dentre as estrelas formadas, que possui sistema planetário S é o número de planetas com condições de desenvolver vida por sistema planetário V é a fração desses planetas que de fato desenvolve vida I é a fração, dentre os planetas que desenvolvem vida, que chega a vida inteligente T é a fração, dentre os planetas que chegam a vida inteligente, que desenvolve tecnologia C é a duração média, em anos, de uma civilização inteligente. Podemos chegar a um resultado equivalente ao obtido por Drake, partindo da análise química do universo, fazendo uma estimativa dos percentuais dos elementos químicos indispensáveis à constituição das moléculas orgânicas mais simples. COMO SURGIU A VIDA NA TERRA Ninguém sabe exatamente como surgiu a vida na Terr pode-se ter uma idéia a partir de um experimento bem su realizado por Stanley Miller, fotografado ao lado do apare que foram simuladas as condições atmosféricas supost predominantes na Terra primitiva. Na verdade, as substâncias ditas orgânicas são muito ante presença do ser humano na Terra. Acredita-se que as mo orgânicas primitivas, formadas há cerca de 3,5 bilhões de deram origem aos primeiros seres unicelulares em nosso pl Uma das teorias que se baseiam nessa idéia é a de Stanley Miller, cientista que efetuou a experiência que vamos resumir abaixo. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 61 de 87 Miller manteve o aparelho funcionando por alguns dias e verificou que a acumulada em sua base continha água moléculas orgânicas semelhantes às da biomoléculas presentes nos seres vivos atuais. Ele manteve o aparelho em funcionamento por alguns dias e verificou que a água acumulada na base do aparelho continha moléculas orgânicas semelhantes às da biomoléculas presentes nos seres vivos atuais. A – A mistura de gases introduzida no sistema simulava a atmosfera primitiva da Terra, assim constituída: CH4, NH3, H2. B- A circulação de água fria simulava o resfriamento dos gases nas grandes altitudes atmosféricas. C- As descargas elétricas aplicadas na mistura de gases simulavam os raios das tempestades. D- A água acumulada na base do aparelho simulava os mares e lagos primitivos E- O aquecimento do líquido presente no aparelho simulava o calor reinante na crosta terrestre, com a formação de vapor d’água. Lembramos que, a inexistência de planetas em Capella, é motivo suficiente para descartarmos qualquer similitude com a Terra, ao contrário do que afirma Emmanuel no livro “A Caminho da Luz”. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 62 de 87 Emmanuel no livro "A CAMINHO DA LUZ", cap. III, "As raças adâmicas", subcap. "Um mundo em transições". Que afinidades poderiam existir entre Capella, um sistema múltiplo de estrelas e a Terra, um dos planetas do sistema Solar? A maioria, entre os adeptos espíritas, sustenta sua crença na opinião de Emmanuel, utilizando como muletas os estudos de Kardec publicados no livro A Gênese, que por sua vez baseia-se nas idéias do famoso astrônomo francês Camille Flamarion e em algumas mensagens da Revista Espírita que não passam de esboço aberto à discussão pública. A propósito da Revista Espírita convém não desconsiderar a advertência do Codificador inserida na introdução do livro A Gênese: “Ademais, os leitores assíduos da Revue Spirite terão ali encontrado, em esboço, a maior parte das idéias desenvolvidas nesta última obra, como o fizemos nas precedentes. A Revue, representa para nós, muitas vezes, um terreno de ensaio destinado a sondar a opinião dos homens e dos Espíritos a respeito de certos princípios, entes de admiti-los como partes constitutivas da doutrina.” (– Introdução do livro “A Gênese” – Allan Kardec) Ora, se o que foi publicado na Revista Espírita tinha a utilidade de servir à apreciação de todos os envolvidos com a Doutrina dos Espíritos, convém não aceitar como verdade nada que não tenha sido submetido aos mais rigorosos critérios de exame. É o que se pode esperar de qualquer doutrina que se apresente com caráter científico. Dadas as circunstâncias que envolvem as publicações ditas espíritas pós-Kardec , podemos considerá-las todas em muito semelhantes, quanto à finalidade, à Revista Espírita: CAMPO DE ENSAIO DESTINADO A SONDAR A OPINIÃO DOS HOMENS. Partindo desse ponto entendemos porque Kardec (também no livro A Gênese) afirma ser a Codificação Espírita uma obra inacabada e aberta, mais ainda: indica como metodologia segura para sua continuidade, os critérios abalizados do Espírito Erasto, nunca antes aplicados em qualquer outra época do movimento espírita brasileiro. Precisamos rever a classificação dada a muitas obras tidas como OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 63 de 87 complementares ou subsidiárias uma vez que não contemplam os referenciais kardecianos. A resposta é bem simples: ignoram Kardec! Ser espírita significa ser cuidadoso e racional, porque, conhecendo as relações das coisas, avalia e raciocina. De acordo com o padre e filósofo italiano, Antonio Genovesi, século XVIII, “A verdade se defende com a verdade, não com a violência e palavras injuriosas.” Nenhuma violência é maior para um filósofo do que a censura à sua palavra – silenciá-lo sobre qualquer pretexto é a arma vil somente utilizada pelos fracos e ignorantes. Segundo Allan Kardec “Toda idéia nova vem, necessariamente, suplantar uma idéia velha. Se ela é falsa, ridícula e impraticável, ninguém lhe dá importância, pois, instintivamente, compreende-se que não tem vitalidade. Deixam-na morrer de morte natural. Se é justa e fecunda, ela atemoriza aqueles que , a qualquer título, por orgulho ou interesse material, estiverem interessados em manter a idéia antiga. Estes a combaterão, e, com tanto ardor quanto melhor perceberem o perigo, que representa aos seus interesses.” Temos sido combatidos por muitos dirigentes espíritas e proibidos de tratar desse assunto “incômodo” e contrário aos interesses das editoras que publicam livros mediúnicos e revistas espíritas que vendem muitos milhares de exemplares; na maioria dos centros espíritas como na emissora de rádio que divulga o Espiritismo no Rio de Janeiro a prática não é diferente. Revelam profunda ignorância científica e doutrinária a cerca do que trata Kardec no livro “A Gênese” que apenas estudam ou lêem superficialmente sem entender muitas vezes. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 64 de 87 E o que fizeram os Espíritas quando, entre 17 de agosto e 21 de setembro de 1938, foram apresentados os rascunhos do livro “A Caminho da Luz”? Simplesmente se dispuseram a publicá-los sem qualquer exame, sem submetê-los a qualquer forma de apreciação que não fosse a de seus editores, motivados por interesses que não podemos precisar. Não podem alegar sequer desconhecimento dos critérios da crítica espírita bem fundamentada, pois Kardec não deixou qualquer dúvida, neste ponto de interesse pela segurança da doutrina ele, mais uma vez foi preciso. Da primeira edição de O Livro dos Espíritos extraímos: (a) Porque esse ensinamento não é privilégio de nenhum indivíduo, mas dado a todos que empreguem o mesmo meio (a mediunidade). (b) Porque aqueles que o transmitem e os que o recebem não são individualidades passivas, dispensadas do trabalho de “observação” e de “pesquisa”. (c) Porque tais pessoas não renunciam à faculdade de julgar nem ao livre arbítrio. (d) Porque o controle não lhes é absolutamente interdito, antes, pelo contrário, recomendado. (e) Porque, enfim, a Doutrina Espírita não foi ditada em todos os pontos, nem imposta à crença cega. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 65 de 87 (f) Porque ela é “deduzida” pelo trabalho do homem, da “observação” dos fatos, que os Espíritas põem sob seus olhos, e das “instruções” que eles lhe dão, instruções que ele estuda, comenta e compara, e das quais tira, pessoalmente, conseqüências e aplicações. Apontem-nos um único trabalho sério de pesquisa investigativa sobre a informação dada por Emmanuel, publicado em qualquer época, que contemple todos os itens recomendados acima por Kardec , é o desafio lançado a todos que dotados de senso apurado abraçam a doutrina espírita com amor à verdade. Q.180 – Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpo semelhante ao nosso? R- Sem dúvida, eles têm corpos porque é preciso que o Espírito esteja revestido de matéria para poder agir sobre a matéria; mas esse envoltório é mais ou menos material de acordo com o grau de pureza a que chegaram os Espíritos, e é isso que diferencia os mundos que devemos percorrer. Há várias moradas na casa de nosso Pai e muitos graus, portanto. Alguns sabem disso e estão conscientes aqui na Terra; outros nada sabem. (LE – cap. IV) OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 66 de 87 Não resta dúvida que a resposta dada pelos Espíritos fala da existência de vida orgânica que será tão diferenciada quanto o grau de cada mundo e não de uma vida constituída por uma química especial não existente na Terra: uma outra química como costumam dizer – não conhecem química! Entendemos como revestimento de matéria os elementos orgânicos que disseminam a vida. Se não fosse assim ficaria sem sentido o comentário de Kardec introduzido na Q. 182: “A duração da vida nos diferentes mundos parece ser proporcional ao grau de superioridade física e moral desses mundos (...)” Somente para a vida orgânica pode-se estabelecer uma durabilidade, pois ela é efêmera em qualquer mundo material. Q.183- Passando de um mundo a outro o Espírito passa por uma nova infância? R- A infância é, em toda parte, uma transição necessária, porém não é em toda parte assim precária como entre vós. A questão 183 também é conclusiva: os Espíritos falavam de vida orgânica. "Os seres orgânicos são aqueles que têm, em si mesmos, uma fonte de atividades íntima que lhes dá a vida. Eles nascem, crescem, reproduzem-se por si mesmos e morrem. São dotados de órgãos especiais para realizarem os diferentes atos da vida e que são apropriados às suas necessidades de conservação. Nessa classe estão compreendidos os homens, os animais e as plantas. Os seres inorgânicos são todos aqueles que não têm vitalidade, nem movimento próprio e não se formam senão pela agregação da matéria. Tais são os minerais, a água e as plantas." A teoria do “Buraco de Minhoca” pode ser um alternativa para demonstrar a irrelevância do espa processos imigratórios dos Espíritos. Durante a palestra que tive a ventura de faz auditório do QG da Polícia Militar do Rio de Jane OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 67 de 87 os auspícios da ADE-RJ (Associação dos Divulgad Espiritismo do Rio de Janeiro) surgiram questionamento sobre a natureza dos Capella, pois alguns chegaram a sustentar que essa existência poderia ter uma constituição, digamos, imponderável. Mesmo que fosse assim, a informação de Emmanuel estaria contrariada, pois ele fala de uma humanidade que atingiu um estágio superior de evolução, portanto, de Espíritos encarnados. Não pode haver encarnação sem corpo carnal, do contrário seria outra coisa. Outras questões se apresentam interessantes para o nosso exame, desta feita, extraídas da primeira edição de O Livro dos Espíritos. Q.34 /LE-1ª– Pelo corpo físico o Homem é SER ORGÂNICO análogo aos animais, sujeitos às mesmas precisões e dotado dos mesmos instintos para as prover. Seu corpo fica submisso à mesma lei de decomposição, e a sua constituição, mesmo, o tornaria inferior a muitos dentre eles se não fora suprida pela superioridade da sua inteligência. Q.80/LE-1ª – A passagem pela vida material é necessária à purificação dos Espíritos. Para se instruir e melhorar, devem suportar todas as tribulações da existência corporal. A encarnação lhes é imposta, seja como expiação para uns, seja como missão para outros. Tudo se encadeia em a Natureza; o mesmo tempo que a alma se depura pela reencarnação, concorre também, sob tal forma, ao cumprimento dos desígnios da Providência. Q.132/LE-1ª – Os Espíritos que habitam outros Mundos possuem envoltórios semelhantes aos nossos? R- Sem dúvida têm envoltórios, porque é preciso que a alma fique revestida de corpo; todavia esse envoltório é mais ou menos carnal segundo o grau de pureza alcançado pelos Espíritos, e isto é que demarca a diferença dos Mundos que haveremos de percorrer; porque: habitan OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 68 de 87 “Existem muitas moradas em casa de Nosso Pai e portanto muitos degraus. Uns o sabem, e disto têm consciência na Terra, e outros estão em condição absolutamente inversa.” Poderíamos acaso conhecer exatamente o estado físico e moral de outros Mundos? R- Nós, Espíritos, não poderíamos responder senão conforme o grau em que estiverdes; isto significa que não devemos revelar tais coisas a todos, e que nem todos estão em estado de as compreender e ficariam perturbados. Q.55 – LE/2ª: Todos os globos que circulam no espaço são habitados? R- Sim, e o homem da Terra está longe de ser, como ele crê, o primeiro em inteligência, em bondade e em perfeição. Todavia, há homens que se crêem muito fortes, que imaginam que somente seu pequeno globo tem o privilégio de abrigar seres racionais. Orgulho e vaidade! Julgam que Deus criou o Universo só para eles. Q. 181- Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpo semelhante ao nosso? R- Sem dúvida, eles têm corpos porque é preciso que o Espírito esteja revestido de matéria para poder agir sobre a matéria; mas esse envoltório é mais ou menos material de acordo com o grau de pureza a que chegaram os Espíritos, e é isso que diferencia os mundos que devemos percorrer. Há muitas moradas na casa de nosso Pai e muitos graus, portanto. Alguns sabem disso e estão conscientes aqui na Terra; outros nada sabem. Conclusão: Sem planeta não há corpos, não há Espíritos reencarnados e, conseqüentemente, não há exilados de Capella. Foi perguntado ao Chico: Que pode o irmão dizer-nos a respeito do astro que se avizinha, segundo a predição de Ramatís? OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 69 de 87 Chico Xavier: - Esclarece nosso orientador espiritual que o assunto alusivo à aproximação de um Planeta ou de Planetas, da zona - ou melhor, da aura da Terra deve, naturalmente, basear-se em estudos científicos, que possam saciar a curiosidade construtiva das novas gerações renascentes no mundo. O problema, desse modo, envolve acurados exames, com a colaboração da ciência e da observação de nossos dias. Razão por que pede ele que não nos detenhamos na expressão física dos acontecimentos que se avizinham, para marcar maiores acontecimentos - acontecimentos esses de natureza espetacular - na transformação do plano em que estamos estagiando, no presente século. Afirma nosso amigo que o progresso da óptica e das ciências matemáticas será portadora, naturalmente, de ilações, conclusões da mais alta importância para os nossos destinos, no futuro próximo. Logicamente o mesmo crivo precisa ser aplicado à Emmanuel no que informa através de seu livro “A Caminho da Luz” e a qualquer outro Espírito que produza alguma literatura científica ou mesmo, doutrinária. Bibliografia: À Luz das Estrelas, Lilia Irmeli Arany-Prado, DP&A editora, Rio de Janeiro, 2006. A Instituição da Lógica, Antonio Genovesi, PUC/RIO – Conselho Federal de Cultura, Editora Documentário – 1977 A Ciência Através dos Tempos, Attico Chassot, Editora Moderna, 1994. O Novo Espírito Científico, G. Bahelard, Biblioteca Tempo Universitário I2, Edições Tempo Brasileiro, 1968. Metodologia Científica, João Álvaro Ruiz, Editora Atlas, 1985 Classical Mechanics, T. W. Kibble, McGraw-Hill Publishing Company Limited, London, 1970 Convite à Filosofia, Marilena Chaui, Editora Ática, São Paulo, 1995 Fisica, Volume 4 – Ótica e Física Moderna, Paul Tipler, Livros Técnicos e Científicos, Rio de Janeiro – 1995 OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 70 de 87 Química e Sociedade – PeQuis – Wildson Luiz P. dos Santos, Gerson de Souza Mól. Roseli Takako Matsunaga e outros, Editora Nova Geração, 2006 Viagem Espírita em 1862, Allan Kardec, Tradução de Wallace Leal V. Rodrigues, O Clarim Casa Editora. A Gênese, Allan Kardec, Tradução de Victor de Tollendal Pacheco, Editora LAKE, São Paulo. A Caminho da Luz – História da Civilização à Luz do Espiritismo – Francisco Cândido Xavier - Federação Espírita Brasileira – Rio de Janeiro – 1938 O Pensamento de Erasto – Discípulo de São Paulo – Erasto de Carvalho Prestes – Editora Mandarino LTDA. – Niterói – 1994 O Céu e o Inferno – Allan Kardec – Federação Brasileira – Rio de Janeiro – 1995 A Revolução do Espírito – Perspectivas da Ciência Espírita – Edição eletrônica – André Henrique – Natal (Rio Grande do Norte) – 2000 O Primeiro Livro dos Espíritos de Allan Kardec – Texto em fac-simile – Versão em face do Primeiro Centenário – Silvino Canuto de Abreu – Companhia Editora Ismael – São Paulo - 1957 Dados científicos: Dr. Rami Rekola Tuorla Observatory FI-21500 Piikkiö Finland www.epsilon-lyrae.de - zurück zur Galerie The Ritter Observatory Public Archive of Spectra of α Aurigae OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 71 de 87 http://www.daviddarling.info/encyclopedia/ETEmain.html Aurigae – berço estelar galaxymap.org/drupal/book/print/1 Glenn Schneider - Publication List Durham University AstroSoc Express yourself » AstroSoc Forum Uma boa parte do trabalho resultou de 30 anos de observações diretas que realizei e também do intercâmbio mantido com alguns pesquisadores fora do país. Também será feita uma leitura mais apurado de todo o texto com objetivo de corrigir os erros de gramática, de exposição e prováveis erros científicos. Aceito sugestões para tornar o texto mais inteligível para o leigo em assuntos de astrofísica e de metodologia científica. Espero que este material tenha alguma utilidade para algumas pessoas, como as que têm me assistido em algumas palestras sempre muito concorridas e interessadas em conhecer os detalhes científicos e doutrinários que envolvem a questão. Meu fraterno abraço. Albino A. C. de Novaes OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 72 de 87 VERSÃO ANTERIOR EMMANUEL – “A CAMINHO DA LUZ” – Francisco Cândido Xavier – p.33 – Federação Espírita Brasileira. A obra foi escrita com base nas anotações atribuídas aos exercícios da psicografia realizados entre as datas de 17 de agosto a 21 de setembro de 1938. Vamos extrair apenas os trechos mais importantes para fundamentar nossos comentários. Do capítulo III AS RAÇAS ADÂMICAS. O SISTEMA DE CAPELA. “Nos mapas zodiacais, que os astrônomos terrestres compulsaram em seus estudos, observa-se desenhada uma grande estrela na Constelação de Cocheiro, que recebeu na Terra, o nome de Cabra ou Capela. Magnífico sol entre os astros, que nos são mais vizinhos, da sua trajetória pelo infinito, faz-se acompanhar, igualmente, da sua família de mundos, cantando as glórias divinas do ilimitado. A sua luz gasta 42 anos para chegar à face da Terra, considerando-se desse modo, já que a luz percorre o espaço com a velocidade aproximada de 300.000 quilômetros por segundo.” Capela ou Alfa Aurigae é, comprovadamente, um sistema de estrelas múltiplas que contém pelo menos 9 estrelas; duas delas são tidas como “gigantes amarelas”, com massa 2,6 e 2,7 vezes a massa do Sol e com dimensões que ultrapassam em 9 e 16 vezes o tamanho do Sol. Não são estrelas que podem ser consideradas estáveis. Cada uma delas libera, aproximadamente, 78 vezes a luz liberada pelo Sol – tal variação corresponde à quantidade de radiação, inclusive de raio X por efeito do calor. Encontra-se a aproximadamente 43 anos luz. Este sistema está no Hemisfério Norte, a 45º da estrela Polaris que é a estrela polar do norte. Até a década de 60 os astrônomos pensavam ser uma estrela de formação simples, mas a aplicação de novos métodos de observação, entre eles a espectroscopia, revelaram tratar-se de um sistema complexo de várias estrelas que foram sendo descobertas uma a uma. Abaixo exibimos uma gravura para compararmos as dimensões de algumas estrelas conhecidas, entre elas uma das estrelas do agrupamento principal – OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 73 de 87 denominado binário – que constitui o Sistema Capela. A gravura exibe a maior das estrelas que compõe Capela ou Alfa Aurigae como costuma ser chamada entre os astrônomos, cerca de 16 vezes maior que o Sol. É uma fonte de raio X potencialmente maior do que a que representa a estrela do Sistema Planetário onde vive o homem. Se essa gigante amarela fosse colocada no lugar do Sol, a Terra, mantendo sua posição seria inteiramente calcinada, pois precisaria de uma atmosfera muitíssimas vezes mais densa do que a que tem atualmente. Mesmo com a Terra colocada a uma distância de 1,5 bilhões de quilômetros a vida seria muito pouco provável – e isto se não considerarmos o fato de se tratar de um sistema múltiplo. Uma estrela binária é um par de estrelas em órbita em torno de um centro de gravidade comum sob a ação de sua atração gravitacional mútua. As estrelas binárias são algumas vezes chamadas de estrelas duplas e as estrelas individuais do sistema são chamadas de componentes. Tais pares de estrelas, dos quais há vários tipos são extremamente comuns, chega-se a afirmar que constituem cerca de 68% de todas as estrelas conhecidas do Universo; os outros 32 % seriam distribuídos entre as estrelas múltiplas e um pequeno percentual de estrelas simples como o Sol. Uma binária visual quando vista por meio de um telescópio, aparece como um par distinto de estrelas, com sua separação e orientação variando ao longo dos anos. Em um sistema binário eclipsante cada estrela regularmente provoca um eclipse na outra e isto resulta em variações periódicas no brilho total. Uma binária espectroscópica tem componentes que estão muito próximas para que possam ser vistas como estrelas separadas. À medida que a estrela descreve sua órbita em torno de sua companheira, ela praticamente está se OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 74 de 87 movendo em direção à Terra – em termos relativos – ou afastando-se dela. Examinado seu espectro, o Efeito Doppler pode ser usado para medir as mudanças em seu movimento. Uma binária de polarização exibe mudanças periódicas na polarização de sua luz. Em tais binárias, à medida que as estrelas se movimentam em suas órbitas iluminam o gás e a poeira existentes no espaço entre elas, e o ângulo com o qual a luz colide com esta matéria muda periodicamente. Desta maneira a luz espalhada é polarizada. A figura seguinte mostra um exemplo de estrelas binárias, para que se possa ter uma idéia das características visuais de um sistema como os que estamos descrevendo; nem todos os sistemas binários podem ser fotografados com suas estrelas componentes separadas, em geral dada a proximidade uma da outra, apresentam-se ao telescópio como sendo apenas uma; tal fato certamente enganou aqueles que deram informações ao médium que serviu de intermediário ao Espírito Emmanuel que, por sua vez também deve ter-se baseado em informações pouco precisas de astrônomos desencarnados, já que a ele próprio não coube constatar o engano. A figura que utilizamos, a título de ilustração, mostra o sistema binário Alfa Centauri. É o conjunto estelar mais próximo do Sol, distante cerca de 4,5 anos-luz. É importante ressalta que as estrelas duplas têm muita dificuldade em abrigar qualquer forma de vida, tal qual conhecemos, devido à instabilidade das órbitas de seus planetas e as características gerais que envolvem seus componentes. Grandes variações de temperaturas decorrentes das catastróficas atividades estelares despejariam a distâncias que cobririam todo o espaço planetário inimaginável quantidade de radiações. As erupções estelares são perturbações de OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 75 de 87 natureza colossal cujo início súbito é seguido de desintegração gradual. A freqüência das erupções estelares pode ser acompanhada pela observação de fortes raias de emissão, sobrepostas ocasionalmente a um contínuo fraco. Observações do Sol inteiro por satélites colocados em órbitas para pesquisas espaciais, detectam raios X fortemente intensificados, originados das erupções. Já foram detectados raios X, nas fases iniciais das grandes erupções com energias superioras a 70 kev. Também os raios ultravioletas são fortemente ativados durante uma erupção estelar. De qualquer modo, tomando-se o Sol como referência – e ele é consideravelmente menor que o sistema Alfa Aurigae de onde se supõe serem originários os espíritos exilados que vieram a constituir a “raça adâmica” – que ao nosso modo de ver não passa de um mito que se criou na literatura espírita para se ajustar às informações bíblicas -, e considerando uma área de erupção de apenas 10-4 da solar, mesmo uma intensificação mil vezes maior resultaria num acréscimo de 10% da intensidade integrada. Nessas circunstâncias, é notável que o fluxo total de raios X, durante uma erupção da classe 2+, seja duas vezes o do Sol quieto. Acompanhando alterações nas ondas de rádio é possível se medir com alguma aproximação as erupções estelares. E Alfa Aurigae não é das mais comportadas. Na figura acima, temos uma visão obtida através de um telescópio, sem qualquer tratamento, da estrela conhecida como Próxima 61 Cygni, distante 8 anos-luz da Terra e de 6ª magnitude. Observe as duas imagens e terá uma idéia da diferença entre um sistema e outro... Diferença? Nem tanto, pois a segunda imagem também pertence a um sistema duplo. As estrelas duplas são formadas no interior da OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 76 de 87 mesma “nebulosa-mãe”, iniciaram a sua formação sensivelmente na mesma ocasião e relativamente próximas uma da outra, pelo que ficaram ligadas pela interação gravitacional – a orbitar em torno de um ponto comum a que se dá o nome de centro de massa. Na verdade, em muitos casos, o número de estrelas geradas nessas circunstâncias é superior a 2, pelo que se lhes atribui o nome de sistemas múltiplos. Alfa Aurigae é um desses sistemas múltiplos. Dadas as grandes distâncias a que se encontram da Terra, a maior parte dos binários ou dos sistemas múltiplos não podem ser separados pelos nossos olhos, por um binóculo ou telescópio modesto e, em muitos casos, nem mesmo pelos maiores telescópios do mundo. Só a análise espectral da luz que emite revela a presença de mais de uma estrela. Há dois exemplos que podemos citar para ilustrar ainda mais nossas considerações: as estrelas ALCOR e MIZAR, ambas da constelação da Ursa Maior, que embora dando a ilusão de um sistema binário, quando é observado através de um telescópio. Sabe-se que o período orbital, isto é, o tempo necessário para completarem uma volta em torno do centro de massa é muito longo, talvez da ordem de 10000 anos-luz; mas o estudo da luz através de um espectroscópio revela que cada uma delas tem uma companheira, o que significa ser, na realidade Mizar, um sistema múltiplo constituído de dois pares de estrelas. A existência de estrelas duplas, como eram denominados antigamente, foi uma das principais descobertas decorrentes da invenção do telescópio e extraordinariamente ampliada sua observação com o espectroscópio. Mizar foi um dos primeiros sistemas múltiplos a ser descoberto e o mérito se deve ao astrônomo italiano Giovanni Battista Riccioli – o nome dado pelo astrônomo não significa muito para os estudiosos, mas ela é uma das estrelas mais observadas na esfera celeste, pois é a central do trio de estrelas que forma o timão do Carro da Ursa Maior. Como as estrelas são os corpos celestes mais abundantes no universo, não demorou muito para se imaginar que Mizar não era um caso único e que deveria haver outras estrelas duplas. Em 1804, as observações confirmaram a suspeita: o astrônomo Willian Herschel, tendo por base 24 anos de observação celeste publicou um catálogo com cerca de 700 estrelas relacionadas como sendo duplas. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 77 de 87 No começo ainda não havia certeza se as estrelas duplas observadas estavam fisicamente ligadas entre si ou se a associação era um mero efeito de perspectiva. Em muitos casos, o brilho de cada uma era bem nítido, o que poderia sustentar a idéia de que elas se encontravam a distâncias diferentes. O único meio de solucionar o mistério seria calcular a distância de algumas estrelas duplas por meio do método da paralaxe e Herschel empenhou-se nessa tarefa. Há um verdadeiro enxame de estrelas múltiplas observáveis nas constelações de Sagitário e Escorpião, avistadas praticamente na direção do centro de nossa Galáxia. Também na constelação de Hércules próxima à Lira encontramos também um grande número dessas formações notáveis. Albireu, na constelação Cisne é um notável sistema binário, situado a 390 anos-luz, em um dos componentes tem a cor amarela e sua companheira apresenta uma cor esverdeada. Os sistemas como Mizar são também conhecidos como dupla-dupla. Definem-se as binárias visuais como estrelas que parecem duplas por causa do movimento que uma delas parece fazer em torno da que seria sua companheira. Atualmente estão identificadas cerca de 70.000 delas, mas só 1% desse número conseguiu-se determinar com precisão os parâmetros orbitais – o período, o semieixo maior da órbita, a época da passagem pelo periastro, a inclinação do plano orbital em relação à linha visual da excentricidade. Essa escassez de dados não deve causar surpresa. Os períodos orbitais dessas estrelas costumam ser da ordem de décadas e até séculos. Reproduzir suas órbitas significa reunir pacientemente posições medidas durante décadas por diferentes observatórios. Infelizmente, em alguns casos, só se conhece uma parte da órbita, e a que falta deve ser deduzida com base nos dados disponíveis. Também se considera que o plano orbital do sistema pode estar inclinado em relação à linha visual daí a órbita se mostrar apenas aparente sendo, de fato, muito diferente da verdadeira. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 78 de 87 A figura acima mostra a localização da estrela Alfa Aurigae ou como queiram, Capela, identificada pela letra α (alfa) do alfabeto grego. O brilho que se apresenta é como se todo o sistema estivesse reduzido, a uma única estrela – falsa impressão! RELEMBRANDO AS CRENÇAS ESPÍRITAS: Emmanuel com a palavra (“A CAMINHO DA LUZ”) “Quase todos os mundos que lhe são dependentes já se purificaram física e moralmente, examinada as condições de atraso moral da Terra, onde o homem se reconforta com as vísceras dos seus irmãos inferiores, como nas eras préhistóricas de sua existência (...).” “Há muitos milênios, um dos orbes da Capela, que guarda muitas afinidades com o globo terrestre, atingiria a culminância de um de seus extraordinários ciclos evolutivos.” “As lutas finais de um longo aperfeiçoamento estavam delineadas, como ora acontece convosco, relativamente às transições esperadas no século XX, neste crepúsculo de civilização.” “Alguns milhões de Espíritos rebeldes lá existiam, no caminho da evolução geral, dificultando a consolidação das penosas conquistas daqueles povos cheios de piedade e virtudes, mas uma ação de saneamento geral os alijara daquela OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 79 de 87 Humanidade, que fizera jus à concordância perpétua, para a edificação dos seus elevados trabalhos.” “As grandes comunidades espirituais, diretoras do Cosmos deliberaram, então, localizar aquelas entidades, que se tornaram pertinazes no crime, aqui na Terra longínqua, onde aprenderiam a realizar na dos trabalhos penosos do seu ambiente, as grandes conquistas do coração e impulsionando, simultaneamente, o progresso dos seus irmãos inferiores.” “Foi assim que Jesus recebeu à luz do seu reino de amor e de justiça, aquela turba de seres sofredores e infelizes. (...)” “Aqueles seres angustiados e aflitos, que deixaram atrás de si todo um mundo de afetos, não obstante os seus corações empedernidos, na prática do mal, seriam degenerados na face obscura do planeta terrestre, andariam desprezados na noite dos milênios da saudade e da amargura, a lembrarem o paraíso perdido nos firmamentos distantes. Por muitos séculos não veriam a suave luz de Capela, mas trabalhariam na Terra, acariciados por Jesus e confortados na sua imensa misericórdia.” EXILADOS DE CAPELA Edgard Armond Acrescenta mais fantasia à suposição de Emmanuel. A Editora Aliança publicou a obra “OS EXILADOS DE CAPELA” escrita por Edgard Armond, onde o autor tenta fazer um esboço “completo” da evolução espiritual do mundo. A edição que temos à mão é a 24ª de abril de 1989. Vamos nos valer apenas de um pequeno trecho já que o restante da obra nada tem de útil para nossas considerações. “A constelação do Cocheiro é formada por um grupo de estrelas de várias grandezas, entre as quais se inclui Capela, de primeira grandeza e que, por isso mesmo, é a alfa da constelação.” OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 80 de 87 “Capela é uma estrela inúmeras vezes maior que o nosso Sol e, se fosse colocado em seu lugar, mal seria percebido por nós, a vista desarmada.” “Dista da Terra 45 anos-luz, distância essa que, em quilômetros, se representa pelo número 4275 seguidos de 12 zeros.” “Na abóbada celeste, está situada no hemisfério boreal, limitada pelas constelações da Girafa, Perseu e Lince; e, quanto ao Zodíaco, sua posição é entre Gêminii e Tauru.” “Conhecida desde a mais remota antiguidade, Capela é uma estrela gasosa, segundo afirma o célebre astrônomo Eddington, e de matéria tão fluídica que sua densidade pode ser confundida com a do ar que respiramos.” “Sua cor é amarela, o que demonstra ser um sol em plena juventude; e, como um sol, deve ser habitado por uma humanidade bastante evoluída” “Muitos acreditam que, chegado o fim deste ciclo de expiações e provas, os espíritos cujos corações continuam bloqueados pela presença da maldade, não poderão acompanhar os demais, que se encontram em estágio superior e, dessa forma, não poderão compartilhar da nova fase de regeneração. Teoricamente, eles irão constituir a nova leva de seres que serão deportados para outro orbe, inferior a este, para se misturarem às raças autóctones locais, passarem por novas dificuldades e edificarem uma nova civilização, até que alcancem o nível evolutivo de sua nação terráquea.” “Da mesma forma, acredita-se que há milhares de anos, quando os primatas terrestres começavam a esboçar os primeiros sinais de hominização, tenha ocorrido a vinda dos exilados de Capela.” Não se sustenta a hipótese de Emmanuel quando recorremos às descobertas científicas. O “Universo Mítico” é o resultado da visão empírica do homem. Ao lado da visão mítica, existe uma visão científica do Universo, visão essa baseada na observação OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 81 de 87 e na experimentação – e ocasionalmente em percepções intuitivas que devem, contudo, ser confirmadas pela observação e pela experiência. A Hipótese levantada pelo Espírito Emmanuel é originária de um esforço intuitivo realizado de forma conjugada com o médium Francisco C. Xavier, mas que a Ciência desmente amplamente. Trata-se de uma visão mítica que tenta explicar as diversidades étnicas, culturais e espirituais dos povos do planeta. Sabemos que por trás de uma visão mítica se esconde uma realidade científica, mas essa não tem como determinar quais os mundos são habitados; pode sim determinar quais os que não têm nenhuma possibilidade de abrigar formas de vida orgânica, e isto com relativa precisão. Mesmo que essas formas tenham um número incontável de variações, existe um elemento primitivo que lhes dão origem e tudo indica que esse elemento é único no Universo inteiro. No caso do Universo Mítico, há um reino celeste imorredouro e eterno, contrapondo-se ao mundo orgânico mutável e perecível pertencente ao Universo Científico, onde há propriedades conservadas – eternas e imorredouras. Nossa exposição pretende mostrar a inviabilidade de qualquer forma de vida no Sistema Capela ou Alfa Aurigae. A TEORIA DE OPARIN (1894-1980) PARA A ORIGEM DA VIDA. A hipótese de Oparim, que foi apoiada pelo biólogo inglês J. B. S. Haldane (18921964) e, mais tarde testada em laboratórios americanos por Stanley Miller, Sidney Fox e outros pesquisadores, obteve o apoio do mundo científico e se constitui numa teoria, a mais moderna para explicar a origem da vida. Segundo Oparin, a Terra se consolidou como um planeta há cerca de 4,5 bilhões de anos. Isso é comprovado pelas pesquisas de medição do urânio radioativo das rochas. Os cientistas sabem o tempo que leva para haver a transmutação do urânio em tório, e deste em chumbo. Pelas quantidades relativas desses elementos eles avaliam a idade de uma rocha. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 82 de 87 Como os fósseis mais antigos já encontrados datam de cerca de 1 bilhão de anos, pode-se concluir que, durante aproximadamente 3,5 bilhões de anos, a Terra foi um planeta desabitado no espaço. Nesse imenso período (Era Azóica) devem ter transcorrido os fenômenos expostos por Oparin e que passaremos a enumerar a seguir: Certamente, a atmosfera terrestre primitiva apresentava uma composição totalmente diversa da atual. Talvez fosse rica em gases como: metano (CH4), amônia (NH3), Hidrogênio (H2) e vapor de água (H2O). Para fazer essas afirmativas, Oparim se baseava em conhecimentos de Astronomia. Com o uso de um aparelho chamado espectroscópio acoplado ao telescópio, os astrônomos já evidenciavam que nas atmosferas do Sol, de Júpiter, Saturno e Netuno, são abundantes, entre outros gases, o metano, a amônia e o hidrogênio. O vapor de água teria sido proveniente da intensa atividade vulcânica que caracterizou o planeta em seus primeiros tempos de formação. Essas afirmações têm de ser levadas em consideração, pois se a Terra teve a mesma origem do Sol, não se pode contestar que, no passado, sua atmosfera tenha se assemelhado a que eles apresentam hoje. Por outro lado, a intensa atividade vulcânica dos primórdios da Terra está registrada na espessa crosta terrestre, formada que é em sua maior parte por rochas magmáticas, isto é, rocha proveniente de lava que esfriou. Naquela atmosfera inóspita para a vida, em gases tóxicos e sem oxigênio livre, exposta a altas temperaturas, cortadas por constantes centelhas elétricas e varridas pelos raios ultravioletas da luz do Sol, pois que ainda não existia a camada de ozônio (O3) que hoje nos protege, aqueles gases devem ter-se combinado, originando moléculas orgânicas de aminoácidos. No passar dos bilhões de anos mencionados, a atividade vulcânica determinou o acúmulo de vapor de água na atmosfera, saturando-a. Sabem os geólogos modernos que cerca de 30% do material expelido por um vulcão em atividade são OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 83 de 87 constituídos de vapor de água. A saturação de umidade da atmosfera levou ao aparecimento das chuvas. A chuva lavava a atmosfera e trazia os aminoácidos para o solo quente do planeta recém-formado. Com o calor das rochas, a água voltava à condição de vapor e retornava ao espaço. Os aminoácidos expostos ao aquecimento sobre as rochas sofriam desidratação e combinavam-se uns com os outros, por ligações peptídicas. Assim, começavam a aparecer as primeira proteínas. A matéria orgânica ia surgindo. Para não nos alongarmos muito não vamos descrever toda a hipótese de Oparin, pois cremos que o que descrevemos é suficiente, pois deixa de forma incontestavelmente clara, que para HAVER VIDA é necessário que se TENHA UM PLANETA para que ela possa se desenvolver adequadamente. Embora não possamos ver os planetas de outras estrelas – alguns deles detectamos através de cálculos, observando perturbações ou interferências nas faixas espectroscópicas – nossos telescópios têm revelado a existência de estrelas duplas e de estrelas múltiplas. Imagine só um outro sol presente em nosso sistema planetário iluminando-nos e aquecendo-nos todo o tempo. Muito provavelmente não haveria vida na Terra. Se considerarmos a existência de uma outra estrela com as mesmas dimensões, densidade, brilho e temperatura, colocado à mesma distância do nosso planeta, basta utilizarmos um simulador de órbitas planetárias para percebermos a loucura que seria: os movimentos de rotação e translação, entre outros executados pela Terra ficariam em completa desordem se compararmos com os atuais. Não haveria qualquer estabilidade necessária para as reações químicas, condições atmosféricas e erupções vulcânicas cumprirem seus papéis na “geração” da vida. A temperatura da Terra poderia variar de 290 ºC a 1000 ºC, pois receberia a irradiação de duas fontes de calor e de raio X. Com a atual contextura da atmosfera seria impossível impedir a penetração de raio X e seu impacto com a superfície, o que seria um desastre para qualquer forma de vida orgânica. Hoje sabemos que, estrelas solitárias como o sol, são um fato algo raro no Universo. A imensa maioria dos sistemas estelares é constituída de estrelas múltiplas (duas, três, sete ou oito) viajando juntas pelo espaço. Tais estrelas teriam OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 84 de 87 muita dificuldade em abrigar vida orgânica, tal qual conhecemos, devido a instabilidade das órbitas de seus possíveis planetas, aliado às grandes variações de temperatura que ocorreriam, além do incrível fato de que dias e noites teriam uma variação completamente irregular. Mesmo havendo alguma possibilidade de existência de formas de vida orgânicas de origem desconhecida, elas exigiriam um ambiente planetário. Finalizando nossas considerações: Há inúmeros fatos que impossibilitam a existência de qualquer forma de vida no Sistema Capela. Formas orgânicas são completamente inviáveis. Vamos enumerar alguns desses fatos: 1 - O Sistema Capelino não tem planetas – todas as esferas que compõem o sistema (são conhecidas 9 por enquanto) são estrelas. 2 - Mesmo que algum planeta seja encontrado ele não terá nenhuma estabilidade que possa possibilitar ou que tenha possibilitado nos últimos 2 bilhões de anos que a vida tenha surgido na forma orgânica. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 85 de 87 Acima temos algumas das estrelas gigantes comparadas com o nosso Sol. A Estrela Capela caminha para uma fase semelhante. Sua expansão dependerá de sua densidade, ou seja, de sua concentração de massa. A Estrela Capela há alguns bilhões de anos vêm caminhando para a fase que culminará com o de uma gigante vermelha. No momento é uma gigante amarela. Esta fase de expansão aumenta consideravelmente sua emissão de raio X. Se existir algum planeta orbitando o sistema, este será afetado gravitacionalmente por cada uma das estrelas componentes e também pelo centro de massa do Sistema: não teria como escapar da ação de um ou de outro. Sua temperatura sofreria variações extremas, indo de 0 absoluto à do ferro fundido. Mas a existência de um planeta é por demais duvidosa, pois fatalmente se fragmentaria sob o efeito do fenômeno conhecido como “efeito maré”, somente uma concentração de massa estelar com intensa atividade em seus núcleos pode sustentar uma órbita fora da distância crítica. Não acreditamos em estabilidade orbital sem que o planeta seja munido de uma órbita sob efeito de uma força central conservativa; num sistema múltiplo onde estaria localizada a origem de tal força? E os efeitos das marés sob a superfície do planeta, provenientes de cada um dos 9 planetas? Sabemos que nossa pequena Lua – que faz com que nosso planeta seja um “planeta duplo” exerce uma grande influência na forma de vida que temos. Os organismos são constituídos de tal forma que obedecem à influência gravitacional do Satélite irmão. As forças responsáveis pelas marés aparecem porque a atração gravitacional da Lua, e de modo menos importante, do Sol, não é uniforme sobre toda a superfície da Terra. A atração é mais intensa do que a média na face voltada para a Lua, e menos intensa do que a média na face exposta, de modo que há uma tendência da Terra se alongar na direção da linha que une os centros. Imagine um planeta num sistema múltiplo, com uma órbita instável ou pouco estável, num momento ou OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES Página 86 de 87 noutro poderá estar sob a força gravitacional de mais de uma estrela – uma em cada face, por exemplo – que efeitos terríveis serão desencadeados? A distância crítica entre a Terra e a Lua, se não estou enganado, é aproximadamente de 211.000 km – numa distância menor a Lua poderá se fragmentar e vir a explodir; se tal acontecer algum dia, a Terra não deixará de sofrer efeitos devastadores. Devido às distâncias, o efeito do Sol sobre a Terra é a metade da que exerce a Lua. Como nosso sistema planetário é estável, todos os planetas encontram-se em órbita segura e perfeitamente previsível, tão previsível que com um cálculo muito simples podemos obter uma boa aproximação de suas distâncias médias em relação ao Sol: trata-se de um pequeno exercício de Matemática, conhecido como Seqüência de Ticio e Bode. Escrevemos inicialmente, uma seqüência começando de 0 (zero), colocando 3 como segundo elemento e a partir daí vamos dobrar cada elemento anterior para obter o seguinte; a seqüência completa é: 0 – 3- 6- 12- 48- 96- 192384-768- 1536. Propositalmente colocamos mais um planeta em nosso sistema solar, pois anda-se especulando sobre a possibilidade de termos mais um. Em seguida vamos somar 4 unidades a cada termo da seqüência acima para obtermos: 4- 7- 10-16- 28- 52- 100- 196- 388- 772- 1540. Dividindo cada termo da última seqüência por 10, obtemos a seqüência final: 0,4 – 0,7- 1,0- 1,6- 2,8- 5,2- 10,019,6 – 38,8- 77,2- 154,0. Ocorreu apenas uma distorção nas medidas correspondentes aos planetas Netuno e Plutão, porque estes planetas possuem órbitas ligeiramente anômalas. Nada podemos dizer ainda da última medida. A última seqüência refere-se à distância de cada planeta ao Sol, tomando-se como referência a UNIDADE ASTRONÔMICA (UA), que equivale a 150.000.000 km. O exemplo serve para demonstrar a imutabilidade da lei física que tem sua validade tanto para o microcosmo como para o macrocosmo. Do que depende a cor de uma estrela? A cor de uma estrela é função da temperatura em sua superfície. As azuis são as mais quentes e as vermelhas, as mais frias. Veja a tabela abaixo onde apresentamos as cores em função da faixa de temperatura na superfície. Lembramos que, em seu interior, as estrelas apresentam temperaturas muito superiores a essas. OS EXILADOS NÃO SÃO DE CAPELA ALBINO A. C. DE NOVAES TEMPERATURA COR (ºC) Azul 11 000 a 45 000 Branca azulada 7 500 a 11 000 Branca 6 000 a 7 500 Amarela 5 000 a 6 000 Alaranjada 3 500 a 5 000 Vermelha 3 000 a 3 500 Página 87 de 87 SUPERFICIAL Quanto mais quente maior é a quantidade de radiação que emite. Que fique suficientemente claro: negando a possibilidade de vida no Sistema Capelino, não estamos com isso, negando a possibilidade de vida em outros sistemas. Mas, a bem da verdade, somente estrelas simples como o Sol têm reais possibilidades de desenvolver formas orgânicas de vida. Um sistema duplo teria muitíssimo menos; muito menos ainda um sistema triplo... Um sistema com 9 estrelas, então, nem pensar ainda com uma delas tendendo para uma gigante amarela. ***