cultura do crisântemo de vaso

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PRODUÇÃO DE CRISÂNTEMO EM VASOS
(Dendranthema grandiflora TZVELEV)
1 - Introdução:
O mercado mundial de flores e plantas ornamentais está, atualmente, em fase
de plena expansão e desenvolvimento. A área estimada de produção em todo
mundo é de 190.000 hectares.
Os principais produtores são atualmente Estados Unidos com 20.181 ha,
Japão com 17.569 ha e Holanda com 7.378 há. O Brasil conta com uma área de
produção estimada em 4.500 ha
Na década de 50, por iniciativa dos imigrantes portugueses, a produção e
comercialização de flores e plantas ornamentais teve seu início em escala
comercial no Brasil. Na década de 60, incentivados pelo surgimento desse novo
mercado, iniciaram os imigrantes japoneses e, finalmente os holandeses, que
deram maior consistência e estabilidade à comercialização, implantando um
sistema de distribuição e comercialização para todo o país.
Desde o surgimento do Veiling-Holambra em 1989, responsável por
transformações substanciais no mercado brasileiro, influenciando o
comportamento e as práticas do setor; a evolução do mercado interno chegou até
índices de crescimento de 20% ao ano, valor dificilmente encontrado em qualquer
outro setor da economia brasileira.
Devido ao fato do mercado brasileiro estar em plena fase de crescimento, a
produção encontra-se voltada para padrões domésticos. ou seja, não existem
estruturas voltadas à exportação (câmaras frias nos aeroportos, empresas
exportadoras, etc.), como em alguns países em desenvolvimento como Quênia,
Colômbia, Equador, Costa Rica entre outros.
Pelo contrário, com o advento da globalização, estão surgindo várias
iniciativas de entrada de produtos estrangeiros no país, principalmente flores de
corte naturais da Colômbia e Equador, e flores artificiais da China, além dos
investimentos na área de tecnologia de produção, tais como insumos, mudas,
sementes, equipamentos. e sistemas de comercialização totalmente
informatizados.
No ano de 1997, o mercado interno movimentou cerca de U$ 1,1 bilhão (a nível de
varejo). Deste total, aproximadamente U$ 350 milhões são comercializados a nível
de atacado.
O Brasil importou em 1993, cerca de U$ 100 mil em flores e plantas, índice
considerado baixíssimo se comparado ao do ano de 1995, que alcançou o valor
de U$ 12,4 milhões. O aumento das importações deve-se ao fato de nosso
mercado interno estar em fase de crescimento, atraindo assim maiores
investimentos de países como Colômbia, Equador, principalmente nas datas
comemorativas, tais como "Dia Internacional da Mulher", "Dia das Mães", "Dia dos
Namorados", "Dia dos Pais", "Finados" e "Natal".
Essas iniciativas estão fazendo com que a concorrência aumente e,
conseqüentemente, causando uma sensível queda nos preços dos produtos.
As exportações brasileiras, em 1995, chegaram a U$ 9 milhões, o que significa um
aumento de 30% em relação a 1993; valores insignificantes quando comparados
com os volumes exportados por outros países como Holanda com mais de
U$3.000.000 milhões e Colômbia ultrapassando U$ 500 milhões, que são os
principais exportadores mundiais.
No ano de 1997, o mercado interno movimentou cerca de U$ 1,1 bilhão (a
nível de varejo). A nível de produtores o valor movimentado foi de
aproximadamente U$ 350 milhões.
Outro fato de extrema importância para o setor, é a aprovação, no dia 10 de
Abril de 1997, da Lei de Proteção de Cultivares, que autoriza o governo a
conceder certificado de proteção a toda nova espécie de planta, tendo o
pesquisador ou empresa de pesquisa, direito de vender seus produtos por 15
anos. Com essa lei, varias empresas internacionais fornecedoras de material de
propagação (mudas, sementes e bulbos), deverão se instalar no Brasil e poderão
inclusive surgir parcerias com empresas nacionais.
O crisântemo produzido como flor de corte ou em vaso, é uma flor
extremamente importante no mercado mundial sendo produzido praticamente em
todo mundo.
Atualmente no Brasil o crisântemo em vaso é, juntamente com a violeta umas
das principais flores em vaso produzidas em estufas. Com o forte crescimento da
venda de flores em vaso em supermercados, vem ocorrendo uma popularização
junto ao consumidor, estimulando o consumo freqüente, em especial de flores em
vaso e plantas verdes.
Esta publicação tem como objetivo principal fornecer informações ao
público interessado no cultivo de crisântemo em vaso, para que possam aumentar
seus conhecimentos, além de esclarecer as principais dúvidas e curiosidades a
respeito da produção dessa fascinante cultura.
2) Origem da Planta e Características Botânicas:
O crisântemo e originário da China e Japão e tem, no total, mais de 200
espécies comercializadas. Pertence a família Compositae e, desse grande numero
de espécies, existem muitas que fazem parte do nosso dia a dia. como as diversas
variedades de margaridas por exemplo.
No Japão, simboliza vida longa e até existe uma data comemorativa especial para
homenageá-lo.
No final do século XVII, o crisântemo chega a Holanda e, devido ao seu
sucesso, no começo do século XIX já se fazia presente em exposições de flores.
Principais formatos
de flores:
A diversidade de cores e
formas, a durabilidade das flores
em vaso e a precisão com que
respondem ao comprimento do dia
(fotoperíodo) para o florescimento,
são as principais características da
grande
popularidade
dessas
plantas. As diferentes formas de
suas flores são fundamentais para
a identificação das variedades. As
variedades de crisântemos em
vaso podem ser classificadas da
seguinte maneira quanto ao
formato da flor:
3) Principais Variedades:
A) Vaso de Barro e Pote 14:
White Diamond
Decorativo creme
Fine Time
Decorativo amarelo
Delano
Decorativo lilás
Summer Time
Margarida amarela
Davis
Margarida rosa
Rage
Margarida vermelha
Bi-Time
Girassol Rosa
Puritan
Decorativo branco
Yellow Diamond Decorativo amarelo
Maya
Margarida branca
Lively Time
Margarida lilás
Fury
Margarida bronze
Mercedes
Girassol branco
B) Potes 11 e 13:
Crystal Time
Chantal
Lemon Crystal Time
Brake
Papillon
Beat Time
Margarida branca
Margarida branca
Margarida amarela
Margarida amarela
Margarida rosa
Girassol rosa
Obs.: Todas as variedades acima podem ser produzidas em praticamente todos
os tipo de potes (barro, n0 11, 13 e 14) bastando para isso que seja feito um
manejo adequado durante o ciclo de produção.
Os produtores devem ter em suas propriedades um bom grupo de
variedades com o intuito de satisfazer todas as preferências dos consumidores,
obtendo assim flores de diversas cores e formas durante todo o ano.
A escolha da variedade é uma etapa de grande importância, pois cada
variedade apresenta diferentes características de produção e mercado. Sugere-se
que o produtor consulte os técnicos especializados, empresas multiplicadoras e
até mesmos faça pesquisas de mercado, antes de realizar o planejamento do
plantio, viabilizando assim o sucesso do empreendimento.
4) Infra-estrutura de Produção:
A) Definição do Tipo de Estufa:
As estruturas necessárias à produção do crisântemo em vaso podem ser
metálicas ou de madeira, sendo que as estufas com estruturas metálicas são mais
resistentes e aceitam, com segurança, a instalação de sistemas que auxiliam a
automação e o manejo das condições de cultivo.
Na cobertura das estruturas para produção de crisântemos são utilizados
plásticos a base de polietileno transparente que podem variar de 50 a 150 microns
de espessura. Em estruturas metálicas são utilizados os que possuem maiores
espessuras e tem uma maior resistência aos ventos, enquanto que em estruturas
de madeira utilizam-se os plásticos de menor espessura.
Existem os plásticos de PVC que são mais resistentes e melhores difusores
de luz. Até o momento estes plásticos não estão sendo utilizados com muita
freqüência no Brasil, pois são mais caros que os de polietileno e menos
disponíveis no mercado. Também estão sendo utilizadas as placas rígidas de
policarbonato, que apresentam uma maior durabilidade que os materiais
tradicionais, não perdendo a capacidade de difusão de luz com o passar do
tempo, sendo o grande fator limitante desse material o custo elevado.
Nas laterais das estufas são normalmente utilizadas telas de sombrite 40%
de sombreamento, com o objetivo de proteger os vasos, que estão na lateral das
estufas, do excesso de radiação.
Em algumas regiões, onde o clima é favorável ao cultivo de crisântemos, ou
seja, onde não há temperaturas extremas, tanto baixas quanto elevadas, não há a
necessidade da instalação de exaustores, aquecedores e sistemas de controle de
umidade relativa. Se sua região apresentar riscos de ocorrência de temperaturas
extremas, torna-se necessário a instalação de sistemas para controle de clima e
para tanto será necessário consultar uma empresa especializada.
Figura II Estufa de Estrutura Metálica.
As
estufas
metálicas
apresentam-se no mercado,
geralmente nas seguintes
dimensões:
 Comprimento: em múltiplos
de 3,66 ou 4,50 metros;
 Largura: em múltiplos de
6,40 ou 8,00 metros;
 Altura do pé-direito: varia de
2,00 a 5,00 metros.
Figura III
Os vasos são normalmente colocados,
sobre tijolos de cerâmica ou suportes
plásticos, para evitar o contato com o
solo, que poderia causar a fixação das
raízes e contaminação por doenças.
B) Sistema de Irrigação:
Os vasos de crisântemo necessitam de uma grande quantidade de água e
fertilizantes. Irrigações devem ser realizadas sempre que o substrato estiver seco
ou pouco úmido. Para cada tamanho de vaso ou pote, são recomendadas
quantidades diferentes de água, em função da evapotranspiração das plantas.
Esse controle é essencial para o bom desenvolvimento das plantas e para evitar
desperdícios.
As regas são feitas vaso a vaso e com uma freqüência de 3 a 4 vezes ao
dia em média. A seguir estão relacionadas as quantidades médias de água que
podem ser aplicadas na irrigação durante o dia.
 Pote 11
 Potes 13 e 14
 Vaso de barro (VsB) -
70 a 120 ml/dia
160 a 210 ml/dia
300 a 400 ml/dia
Obs.: Os valores apresentados são dados médios utilizados por diversos
produtores, e apresentam variações em função da época do ano, condições
ambientes da estufa, tipo de substrato entre outros.
Os sistemas de irrigação mais utilizados são: Spaguetti e Gotejamento.
Ambos os sistemas são compostos
de uma tubulação central de onde
saem várias mangueiras bem finas de
polietileno que vão diretamente aos
vasos (Spaguetti) ou, no caso do
Gotejamento,
no
final
dessas
mangueiras são acoplados os
emissores ou Gotejadores.
A Tubulação central fica entre os
vasos e, dela saem os tubos que, um
a um, são colocados nos vasos. A
utilização de sistemas totalmente ou
parcialmente automatizados é recomendável à todos que tiverem condições de
implantá-los. Esses sistemas proporcionam melhor uniformidade de crescimento à
cultura e reduzem os custos com nutrientes, água e mão de obra.
C) Sistema de Aquecimento:
A instalação de sistemas de aquecimento e sugerida principalmente em
regiões com um inverno rigoroso e onde ocorram geadas com freqüência, nessas
condições podem ocorrer 'queimaduras' de frio, atraso no ciclo de produção e
florescimento desuniforme entre outros.
Para que o aquecimento do ambiente seja uniforme, o número de
aquecedores deve ser calculado corretamente, sempre de acordo com o tamanho
da estufa. Por exemplo: Em uma estufa de l.000 m 2, pode ser utilizado apenas 01
aquecedor modelo GP 100 a óleo diesel ou a gás. Portanto, se a sua estufa tiver
2000 m2, é aconselhado o uso de 02 aquecedores e assim por diante. Um cuidado
bastante importante a ser tomado é o de se instalar os tanques de óleo diesel e
tubulações em locais protegidos das baixas temperaturas para evitar o
"congelamento" do óleo diesel nos momentos de geadas. Existem outros tipos de
aquecedores no mercado destinados a esse fim. Deve-se fazer uma pesquisa
para observar qual modelo adapta-se a sua realidade financeira e também as
condições climáticas de sua região.
D) Sistemas para Controle de Umidade e Temperatura:
Em regiões onde ocorrem altas temperaturas e clima seco por longos
períodos, sugere-se a utilização de sistemas para controle da umidade relativa e
temperatura. Atualmente os sistemas de controle mais utilizados são PAD & FAN,
PAD-HOUSE, FOGGERS, entre outros.
Maiores informações podem ser obtidas junto aos fabricantes desses
equipamentos ou junto aos produtores que utilizam esses sistemas.
E) Medidores de Temperatura e Umidade:
Para a medição da temperatura interna são
utilizados termômetros, que podem ser simples,
porém precisos, como por exemplo o sistema de
termômetros de "bulbo úmido e bulbo seco".
Nas medições da umidade, que é outro parâmetro
no qual deve-se prestar muita atenção, são
utilizados os chamados Higrômetros. Também
podem ser utilizados aparelhos digitais ou os
termohigrógrafos (que fazem o registro dos dados).
Todos os aparelhos citados são de fácil aquisição e
manuseio, podendo ser adquiridos em lojas
especializadas. Na Figura V podemos observar um
termômetro de máxima e mínima e um higrômetro.
termômetro e higrômetro
F) Exaustores:
São ventiladores comuns, utilizados para a exaustão do ar. Estes fazem a
troca de ar e mantém a ventilação necessária à cultura, prevenindo, assim,
problemas como o aparecimento de doenças. São utilizados também para deixar a
temperatura mais amena, principalmente nos meses de calor intenso.
Normalmente são instalados no ponto mais alto da estufa, onde ocorre a
concentração do ar quente.
G) Iluminação e escurecimento:
A iluminação na cultura de crisântemos em
vaso é realizada durante o período que os
vasos
permanecem
na
estufa
de
enraizamento e geralmente são utilizadas
lâmpadas incandescentes de 100 W de
potência para que se obtenha uma
intensidade luminosa mínima de 70 lux. O
sistema de escurecimento é montado com
cortinas plásticas pretas que impedem
totalmente a passagem de luz, esse processo
é
realizado
durante
as
fases
de
crescimento/desenvolvimento e florescimento.
A Figura VI apresenta uma estrutura de
escurecimento e sua disposição na estufa.
5) Planejamento da Produção:
Depois de decidir quais serão as variedades cultivadas, o passo seguinte
será elaborar seu planejamento de produção detalhado. A elaboração de um bom
planejamento da produção é de extrema importância para o sucesso do
empreendimento. Esse planejamento deve conter a quantidade de vasos que
serão produzidos semanalmente e nos picos, todas as etapas necessárias para a
produção e a programação semanal de atividades visando a obtenção de maior
produtividade.
Os fornecedores de mudas exigem que a programação de fornecimento
seja feita antecipadamente. o que pode viabilizar a aquisição de novas variedades
e melhores condições de negociação. Para o auxilio no planejamento, colocamos
a seguir, o ciclo médio do crisântemo em vaso:
(Tabela 1)
Fases do ciclo
1º Estaqueamento Plantio)
2º Enraizamento
3º Espaçamento
4º Pinch
5º Início do florescimento
6º Comercialização
Dias do ciclo
1º
10º a 14º
15º a 21º
18º a 25º
65º a 75º
80º a 90º
Devemos ressaltar que os dados acima são valores médios, podendo sofrer
alterações dependendo da variedade que está sendo cultivada. Deve-se observar
o ciclo médio das variedades que serão produzidas e, só depois, estabelecer com
maior segurança, as datas adequadas para o planejamento da produção,
principalmente em picos. E recomendável, nessa fase inicial do cultivo. a presença
de técnicos especializados nessa cultura, para que surpresas desagradáveis
sejam evitadas.
A seguir apresentamos a Tabela II com as principais datas comemorativas,
datas médias para plantio e comercialização e respectivo tamanho de potes mais
utilizados.
Tabela
6) Controle de Fotoperíodo:
O crisântemo é uma espécie sensível ao fotoperíodo, sendo classificado
como uma planta de dias curtos, ou seja. floresce naturalmente nos períodos de
dias mais curtos do ano.
No período que compreende o final do mês de setembro até o final do mês
de março, temos os dias longos do ano. sendo necessário o escurecimento
artificial das plantas nas fases de formação e crescimento, submetendo a planta a
um período mínimo de escuro de 13 horas permitindo assim florescimento
uniforme.
Além do recurso de escurecimento , também se utiliza a iluminação artificial
(dias longos). na estufa de enraizamento, com o objetivo de impedir a formação de
botões florais precoces, o que acarretaria na obtenção de plantas sem valor
comercial.
A) Fase da Iluminação (Dias Longos):
A iluminação artificial é realizada através do uso de lâmpadas
incandescentes de 100 w de potência que são ligadas durante o período noturno
(vide tabela III) Esse sistema deve ser usado durante todo o ano e é realizado na
estufa de enraizamento servindo para manter o estado vegetativo da planta. A
Figura VII apresenta um painel para controle de ciclos de iluminação através de
um "timer".
B) Fase de Escurecimento (Dias Curtos):
O escurecimento artificial é realizado no período
do final do mês de setembro até o final do mês
de março, na estufa de formação e
desenvolvimento com o objetivo de estimular o
florescimento.
Para a realização do escurecimento artificial
utilizam-se cortinas de plástico preto que
geralmente são fechadas entre 17:00h e 18:00h
e abertas no dia seguinte entre 07:00h e 08:00h
da manhã, proporcionado um período mínimo de
13 horas de escuro por noite, como mostra na
Figura VII.
Esse processo vai até a abertura da flor para
mercado, e não devem ocorrer a interrupções
durante todo o período de escurecimento. Esse
método é fundamental para o ciclo da produção
no verão permitindo que as plantas tenham um
florescimento uniforme.
7) Ciclo de Produção:
O ciclo de produção do crisântemo em vaso é composto de uma série de
etapas bem definidas entre si. A seguir apresentamos as etapas do ciclo de
produção com as respectivas características técnicas:
A) Método de propagação:
O método de propagação tradicionalmente utilizado para crisântemo em
vaso é a propagação vegetativa. Esse método consiste em enraizar estacas de
ponteiro de aproximadamente 5 cm de comprimento, que foram mantidas em
estado vegetativo sob condição de Iluminação noturna o ano todo.
As mudas podem ser adquiridas em empresas multiplicadoras
especializadas através do estabelecimento de uma programação de fornecimento
onde se definem antecipadamente as variedades e quantidades para plantio
semanal e também para o plantio em épocas de pico de consumo. De maneira
geral as estacas são adquiridas sem raiz e plantadas diretamente nos vasos.
Normalmente a própria empresa multiplicadora fornece o hormônio de
enraizamento (Acido Indol-Butírico).
É recomendada a aquisição das mudas de empresas especializadas,
reconhecidas e idôneas pois estas garantem a qualidade de seus produtos, boa
taxa de "pegamento" livres de doenças e pragas. e ainda fornecem informações
técnicas necessárias ao cultivo que auxiliam o produtor durante as etapas de
produção. Outro aspecto que deve ser observado é a ausência de mudas que já
venham com botão floral formado ou induzido, o que prejudica a formação das
plantas e uniformidade dos vasos, diminuindo a qualidade do produto final.
De maneira geral os produtores tem optado pela especialização e eficiência
na produção do produto final ou seja. os vasos, adquirindo as suas mudas de
empresas multiplicadoras especializadas.
Com a aprovação da Lei de Cultivares será necessário o pagamento de
Royalties sobre cada muda produzida. o que geralmente já é feito pelas empresas
multiplicadoras especializadas. Através desse recurso tornam-se viáveis os
trabalhos de melhoramento genético e obtenção de novas variedades.
Atualmente, todos os principais países produtores do mundo reconhecem a lei de
cultivares e os multiplicadores realizam o pagamento de Royalties.
Através dos acordos de Royalties. as empresas propagadoras tem
fornecido aos seus clientes, prioridade na obtenção de novas variedades, e
divulgação de informações técnicas viabilizando a diferenciação de seus produtos
no mercado.
B) Substratos de Cultivo:
Os substratos são os materiais preparados para servir de suporte físico e
químico para as plantas, permitindo o bom crescimento das raízes e formação da
parte aérea. São conhecidas varias combinações de substratos para os
crisântemos em vaso.
Estas combinações, sejam elas quais forem, devem apresentar as
seguintes características:
Boa drenagem;
 Leveza:
 Boa aeração:
Retenção de umidade:
Adaptação ao sistema de irrigação:
Suporte físico para as plantas:
Alta porosidade:
Capilaridade (capacidade de transferir umidade de baixo para cima no vaso)
Baixa lixiviação (para não perderes nutrientes durante as irrigações);
pH adequado à cultura:
Eletrocondutividade - EC (Concentração de sais) adequada à cultura e;
Teor de matéria orgânica adequada
Atualmente são utilizadas as seguintes matérias primas para a formação
dos substratos:
Casca de pinus;
 Palha de arroz carbonizada;
 Pó de xaxim;
 Turfa;
 Areia;
 Perlita (material vulcânico expandido);
Casca de arroz;
Bagaço de cana;
Terra vegetal;
Casca de eucalipto;
Esterco de gado;
Farelo de mamona;
Fibra de coco;
Terra vermelha ("Terra de barranco");
Podemos citar três formulações básicas para a produção de crisântemo em vaso:
(Tabela IV)
30% Casca de pinus
35% Turfa
25% Terra Vermelha
10% Palha de Arroz
Carbonizada
30% Pó de xaxim
30% Casca de pinus
25% Terra vermelha
15% Palha de arroz carbonizada
20% Pó de Xaxim
20% Casca de Pinus
40% Terra Vermelha
10% Areia
10% Esterco de curral bem
curtido
Obs. A mistura final das matérias primas para a preparação do substrato deve
apresentar um valor de pH na faixa de 5.8 - 6,5. A eletrocondutividade - EC)
deve estar em torno de 0,70 a 1,00 mS/cm.
Outra opção para o produtor é a compra de substratos já preparados por
fornecedores especializados que. a exemplo dos fornecedores de mudas, devem
ser idôneos, evitando assim, aborrecimentos futuros como o surgimento de
plantas daninhas, pragas e doenças. queimadura de raízes e má formação das
plantas.
Para a maior segurança na produção e evitar o aparecimento de
microorganismos causadores de doenças, sugere-se o tratamento do substrato
com produtos químico~ específicos. tratamento com vapor ou ainda a realização
do processo de compostagem.
O
enchimento dos vasos é realizado tradicionalmente através do processo manual.
Também podem-se utilizar
máquinas especialmente projetadas para o
enchimento automático dos vasos.
C) Plantio e enraizamento (fase de Iluminação):
Faz-se o plantio das estacas sem raiz diretamente nos vasos, através da
fixação das mesmas a uma profundidade media de 1,5 cm em substrato
umedecido. De maneira geral, utiliza-se o Acido Indol-Butírico como hormônio de
enraizamento, a uma concentração de 1.500 ppm. Os produtores adquirem as
mudas já impregnadas com o hormônio de enraizamento.
Fig. VIII
Disposição das mudas nos vasos
Após
o
plantio deve ser feita uma aplicação preventiva de fungicidas para controle de
fungos de solo. Atualmente um produto bastante utilizado é o Metalaxil. Em
seguida as mudas devem ser cobertas com filme plástico de polietileno fino e
transparente com o objetivo de manter um microclima adequado à formação de
raízes. Essa cobertura permanece por dez a quatorze dias sobre as plantas que
ao final desse período já deverão apresentar as raízes bem formadas e o plástico
deve ser retirado. Nessa fase, a temperatura na estufa não deve passar dos 35 0 C
durante o dia e 220 C durante a noite.
Os potes
nº 11 e 13 devem permanecer na estufa de enraizamento, por mais 5 dias em
média, após a retirada do plástico. No caso dos potes n º 14 e vaso de barro o
período de manutenção na estufa de enraizamento é de aproximadamente 8 dias
após a retirada do plástico, esse procedimento é recomendado para que as
plantas estejam mais fortalecidas e enraizadas, e sofram menos as mudanças de
ambiente no espaçamento.
D) Formação e desenvolvimento (fase de escurecimento):
Nessa fase os vasos serão retirados da estufa de enraizamento e
transportados para a estufa de formação e desenvolvimento. Nessa estufa as
plantas serão acondicionadas já em seu espaçamento definitivo e serão iniciados
os processos de fertirrigação e escurecimento artificial para indução da floração.
Ocorrerá a formação de flores, colheita e envio das plantas para a
comercialização.
D1) "Pinch":
É o processo de retirada do ponteiro central das plantas sendo que nessa etapa
as mudas ficarão com média de 4 a 6 folhas. Esse processo estimula o surgimento
de brotações laterais, dando uma melhor formação a planta e, conseqüentemente,
maior produção de galhos. Deve ser realizado entre o 18º e o 25º dia após o
estaqueamento (plantio). ou 3 a 5 dias após a colocação dos vasos na estufa de
formação e desenvolvimento.
D2) Espaçamento:
O espaçamento final dos vasos dependerá da condução das plantas e das
características de desenvolvimento de cada variedade.
Os valores médios de espaçamento mais utilizados são:
Tabela V
Produto
 Pote 11
 Pote 13
 Vasos de barro (VB) e Pote 1 4
Área líquida
25 a 30 vasos/m2
16 a 20 vasos/m2
8 a 11 vasos/m2
Os números citados acima são valores médios, ou seja, podem sofrer
pequenas alterações. desde que cuidados sejam tomados para não deixar as
plantas muito adensadas ou muito separadas. Se deixarmos muitas plantas por
metro quadrado, haverá competição. acarretando em mal desenvolvimento, além
de aumentar as chances de proliferação de pragas e doenças.
Deve-se evitar que as plantas permaneçam muito espaçadas pois nessa
situação não será maximizada toda a área da estufa.
D3) Uso de Reguladores de Crescimento:
São utilizados para regular o crescimento das plantas, de forma que se
atinja o tamanho proporcional ao vaso na ocasião da comercialização. O padrão
recomenda( é o de que a planta apresente em média 1.5 vezes a altura do pote,
deve resistir ao transporte e apresentar uma copa bem formada.
Se o regulador não for utilizado, a planta apresentará desenvolvimento
maior que o desejado, ficando assim, com hastes longas e fracas e,
conseqüentemente, fora dos padrões comerciais exigidos.
O regulador mais utilizado por produtores de crisântemo em vaso é o
Daminozide 85% (B-Nine). A freqüência e dosagem das aplicações dependem das
variedades que estão sendo cultivadas, estação do ano, tamanho da planta,
tamanho do vaso, etc.
O Daminozide 85% deve ser aplicado de 1 a 4 vezes, em média, durante o
ciclo, utilizando-se de 2 a 3 gramas por litro de água. Há casos em que são
necessárias mais de 4 aplicações para que o produto chegue ao mercado com o
porte ideal. As aplicações devem ser realizadas sempre ao final do dia, quando a
luminosidade é reduzida ou no início da manhã sempre em plantas que não
estejam murchas.
E) Florescimento:
A fase de desenvolvimento dos botões florais tem seu início em torno da 6º
semana. Com o desenvolvimento dos botões florais, deve-se realizar a retirada de
botões (desbrota) assim que os mesmos puderem ser destacados. Geralmente
retira-se o botão central nas variedades com flor do tipo margarida e os botões
laterais nas variedades com flor do tipo decorativo.
Na 10º semana, em média. os botões florais começam a abrir e, quando as
flores estiverem 60% abertas, o que geralmente ocorre entre a 11º e a 12º
semana, é chegada a hora da comercialização.
Esse ciclo de produção poderá ocorrer, com todas as variedades, durante
todo o ano, dependendo da programação feita pelo produtor e dos tratos culturais
aos quais as plantas serão submetidas.
Se as plantas não estiverem sadias, o florescimento pode ser prejudicado
e, em extremos, pode nem ocorrer com perfeição.
A Figura IX apresenta a imagem de uma estufa de produção em fase de
florescimento.
8) Atividades Complementares:
A)Fertirrigação:
A. 1) Irrigação localizada:
Deve ser iniciada após o completo enraizamento das mudas, utilizando-se o
sistema 'spaghetti' ou o gotejamento, no qual cada vaso é irrigado individualmente,
juntamente com a quantidade de nutrientes necessárias em função do tamanho do
pote (volume de terra) e do ciclo de produção.
A quantidade de água a ser aplicada dependerá das condições ambientais
(inverno/verão), devendo, ser realizada de 2 a 4 vezes ao dia, em média. No
inverno é comum a redução dos volumes de água, devido a ocorrência de
temperaturas mais baixas e menor perda de água das plantas, por
evapotranspiração, e portanto, a solução de fertirrigação é aplicada mais
concentrada. Recomenda-se sempre evitar o encharcamento dos vasos, o que
pode causar a morte das raízes por asfixia.
A.2) Principais adubos utilizados:
A seguir estão listados os principais adubos solúveis utilizados atualmente no
sistema de fertirrigação:
Fontes de Nitrogênio
Nitrato de Potássio
Nitrato de Cálcio
Nitrato de Amônio
Nitromag
Fontes de Potássio
Nitrato de Potássio
Fontes de cálcio
Nitrato de cálcio
Fontes de Magnésio
Sulfato de Magnésio
Fontes de Fósforo
Fosfato Mono Amônico
(MAP)
Sulfato de Potássio
Fosfato Mono Potássico
Fontes de Enxofre
Sulfato de Potássio
Sulfato de Magnésio
A adubação utilizada na fertirrigação é dividida em duas fases do ciclo das
plantas e se inicia após a fase de espaçamento:
Fase Vegetativa: compreende a formação das hastes, massa foliar e raízes. Tem
seu início após o plantio das mudas e dura aproximadamente seis semanas. A
adubação vegetativa deve ser realizada desde o espaçamento, tendo seu término
ao final da 60 semana do ciclo.
As tabelas VII e VIII apresentam sugestões de esquemas de adubação
onde as concentrações de nutrientes estão expressas em grama por 1.000 l de
água.
Estas aplicações deverão ser realizadas através de irrigação localizada
(Gotejamento ou Spaguetti).
Durante a fase vegetativa podem ser realizadas aplicações de macro e
micronutrientes via foliar através de equipamentos de pulverização.
Existem diversas formulações comerciais de adubos foliares, geralmente
comercializados em embalagens de 20 litros. A seguir está apresentada uma
formulação comercial para crisântemos em vaso:
Nitrogênio (N):
Fósforo (P):
Potássio (K):
Magnésio (Mg):
Enxofre (5): 8%
14%
4%
6%
1,5%
Manganês (Mn):
Zinco (Zn):
Boro (B):
Molibdênio (Mo):
1,5%
2,0%
1,0%
0,06%
 Fase de Florescimento: compreende a formação das flores, que se inicia
geralmente na 7ª semana do ciclo vai até o ponto de comercialização, que
acontece
a 110 e 120 semana do ciclo, podendo ocorrer variações dependendo da
variedade
cultivada.
A adubação nessa fase deve ser realizada via sistema de gotejamento ou
Spaguetti. (adubos utilizados estão a seguir em sua forma pura para cada 1000
litros de água.
Tabela IX
Pote nº 14 e Vaso de barro
Nitrogênio (N): 125 g
Potássio (K): 380 g
Enxofre (S): 10 g
Potes nº 11 e 13
Nitrogênio (N) 112 g
Potássio (K): 340 g
Enxofre (S): 9,6 g
Também pode-se usar a seguinte sugestão simplificada de Fertirrigação:
Tanque A
Nitrato de Amônia
400 g/1.000 litros
Nitrato de Cálcio
800 g 1.000 litros
Tanque B
Nitrato de Potássio
Sulfato de Magnésio
MAP (Fosfato mono Amônico)
800 g/1.000 litros
600 g/1.000 litros
150 g/1.00 litros
Obs.:
 Alternar diariamente tanque A e tanque B.
 Realizar a primeira rega do dia no início da manhã e as demais segundo a
necessidade das plantas.
É importante lembrar que a adubação deverá ser fundamentada em análises do
substrato realizadas em laboratórios idôneos e seguindo a recomendação de um
consultor técnico especializado. As formulações de adubação apresentadas estão
fundamentadas em experiências práticas de produção, mas devem ser adaptadas
a realidade do desenvolvimento de cada ciclo de produção, levando em
consideração vários fatores tais como: clima, época do ano, variedades, modelo
de estufa, substrato entre outros.
A.3) Eletrocondutividade (E.C.):
É um índice que relaciona a condutividade elétrica da solução com os teores de
sais solúveis presentes nessa solução. De maneira geral quanto maior é o valor
da condutividade elétrica, maior é o teor de nutrientes na solução.
O E.C. recomendado para o cultivo do crisântemo está apresentado a seguir:
- EC da fertirrigação: pode variar de 1,30 a 2,00 mS/cm.
- EC do substrato: pode variar de 0,70 a 1,00 mS/cm.
Para saber qual a E.C. do substrato de cultivo, é necessário enviar amostras
alaboratórios especializados para que sejam realizadas análises rápidas da
solução do solo.
Através dos resultados destas análises as devidas correções poderão ser
realizadas.
A.4) Potencial Hidrogeniônico (pH):
O pH indica o teor de acidez e alcalinidade do substrato. Para o maior controle
desse índice, deverão ser feitas pelo menos duas análises: uma antes do plantio
das mudas e outra na metade do ciclo.
O ideal para esta cultura fica entre 5,8 a 6,5 sendo que, valores acima ou
abaixo desse ponto, podem prejudicar a formação das plantas e
conseqüentemente a qualidade final.
B) Controle de pragas e doenças:
B.1) Manejo do Microclima X Controle de Pragas e Doenças:
O manejo do clima nas estufas é de fundamental importância para evitar o
aparecimento de pragas e doenças.
Controlando-se a irrigação, utilizando preferencialmente a localizada ao invés
da aspersão. evitamos que um filme d'água se forme na superfície das folhas, o
que permitiria o aparecimento de doenças foliares.
A circulação do ar deve ser constante, durante todo o ciclo da cultura,
proporcionando um ambiente arejado, que é favorável ao desenvolvimento das
plantas.
Infelizmente as condições climáticas ideais para o desenvolvimento das
plantas em estufas, são também propícias ao aparecimento de algumas doenças.
Essas condições ideais devem ser mantidas pois, plantas em bom estado de
nutrição e desenvolvimento, são mais resistentes.
Como não é possível evitá-las completamente, devemos tomar algumas
medidas chamadas "preventivas" para diminuir a incidência de infestações e
infecções.
B.2) Medidas Preventivas:
Medidas preventivas para o controle de pragas:
 Verificações preventivas das plantas, para que os focos iniciais sejam
detectados com a maior antecedência possível;
 Desinfectar o solo por meio de tratamento a vapor ou químico;
 Verificar, com freqüência, se não existem buracos no fechamento lateral da
estufa. As áreas de produção e adjacências devem ser mantidas limpas para
evitar a multiplicação de possíveis hospedeiros intermediários
 Aplicações preventivas de defensivos em épocas de maior incidência de
pragas, o que ocorre de maneira geral com clima seco e quente.
 Uso de variedades resistentes.
 Uso de placas coloridas (armadilhas>.
Medidas Preventivas para o controle de Doenças:
 Verificações preventivas das plantas, para que os focos sejam detectados com a
maior antecedência possível;
 Usar material de propagação sadio;
 Desinfectar o solo por meio de tratamento a vapor ou químico;
 Evitar encharcamento do substrato nos vasos;
 Evitar que se forme uma película de água sobre a superfície das folhas;
 Evitar as lesões causadas por pragas, que podem servir de porta de entrada
para os agentes causadores de doenças (patógenos);
 A área da cultura e adjacências devem ser mantidas limpas para evitar a
multiplicação de possíveis hospedeiros intermediários;
 Manter as plantas nas melhores condições (equilíbrio de nutrientes), para que
tornem-se mais resistentes ao ataque dos patógenos;
 Aplicações preventivas de defensivos em épocas de maior incidência de
doenças, o que ocorre geralmente em épocas com alta umidade relativa do ar.
 Uso de variedades resistente.
B.3) Principais pragas e doenças:
Apresentamos a seguir, as principais pragas e doenças que atacam o
crisântemo e os respectivos sintomas apresentados pelas plantas.
FUNGOS
 Puccinia horiana (Ferrugem branca):é o responsável pela doença de maior
importância na produção de crisântemos de vaso: a "ferrugem". Ocorre durante
todo o ano, todavia, a maior incidência se dá durante a primavera e em invernos
menos rigorosos. Pode ser notada na face superior das folhas onde aparecem
pequenas manchas branca/amareladas de 1 a 3 mm de diâmetro. Estas manchas
ficarão, mais tarde, com coloração marrom escura. Na parte inferior, podem ser
notada pústulas de coloração amarelada de aspecto ceroso que, depois, se
tornarão esbranquiçadas, liberando em seguida os esporos.
 Botrytis cinerea (Bolor cinzento); pode ser observado principalmente em
condições de alta umidade e temperaturas amenas. Ataca com maior intensidade
as folhas e flores causando um tipo de podridão, com aspecto de bolor de
coloração acinzentada, inutilizando-as para a comercialização
Para se prevenir esta doença. é aconselhado que o nível de nitrogênio na
adubação não seja acima do recomendado, pois este nutriente aumenta a
susceptibilidade do crisântemo a essa doença. Deve-se evitar também molhar as
flores, o que permite a entrada da doença, causando o apodrecimento das
mesmas.
 Murchadeira ou ("Damping off'): essa doença é causada por fungos dos
gêneros Pythium e Rhizoctonia solani. Pode ser observada pela podridão das
raízes e pelo tombamento das mudas.
Para se prevenir esta doenças é necessário o uso de substrato e água livres de
contaminações dos fungos e evitar o encharcamento.
Septorla chrysanthemi (Mancha de septoria): pode ser notada com o
aparecimento de manchas de coloração amarelada, circulares, que tornam-se
escura podendo ocupar grandes áreas das folhas. Em casos de alto grau de
infecção, as folhas podem secar e cair.
 Fusarium spp: tem características semelhantes ao Verticillium dahliae,
causando
o murchamento das plantas desde a base até os ponteiros. Vive no solo,
persistindo
por vários anos nos restos de cultura.
O controle é fundamentado em medidas preventivas como a obtenção de mudas
sadias, evitar excesso de adubação nitrogenada e desinfectar os substratos com
vapor ou produtos químicos.
BACTÉRIAS
 Agrobacterium tumefaciens: caracterizam-se pela formação de galhas ou
tumores principalmente na região do colo e sistema radicular das plantas,
podendo atacar algumas vezes a parte aérea. Sua proliferação se dá
principalmente quando a.< condições climáticas e de disseminação são propicias
 Erwinia chrysanthemi: ataca geralmente a base ou o centro das hastes. Essa
doença causa manchas úmidas e alongadas as quais eventualmente tornam-se
escuras. A parte interna das hastes apresentam-se na coloração marrom. Em
ataques mais severos, a planta chega a murchar e as hastes acabam caindo.
Condições de alta umidade e temperatura são idéias para seu desenvolvimento.
As medidas de controle das bactérias são, basicamente, de ordem preventiva,
visto não haver, até o momento, produtos químicos com efeito bactericida
eficiente, registrados para a cultura do crisântemo. Devem ser aplicadas medidas
culturais de controle com o objetivo de prevenir a entrada, erradicar ou diminuir o
potencial de inoculo desses patógenos, em especial o controle de água livre,
umidade relativa do ar, limpeza e higiene nas estufas.
PRAGAS
 Tripes (Thrips palmi, Thrips tabaci e Frankliniella occidentalis): são insetos
muito pequenos que raspam e sugam os botões florais e folhas, prejudicando o
desenvolvimento e a qualidade das flores. Quando o ataque é intenso, as folhas
ficar amareladas como se estivessem queimadas. As folhas atacadas apresentam
um fendilhamento e podem apresentar-se com aspecto prateado. Os tripés são
um dos principais transmissores de doenças viróticas. Para a realização do
combate às praga.' manter a estufa e áreas externas livres de plantas daninhas,
utilizam-se placas de coloração amarela e azul impregnadas com cola e se realiza
a aplicação de defensivo preventivamente em épocas de clima seco e quente.
 Moscas Minadoras (Liriomysa trifolii e Liriomysa sativae): Causam danos como
áreas necrosadas através de picadas de alimentação e oviposição nos tecidos
foliares. As larvas alimentam-se das folhas, abrindo galerias e podem causar a
queda das folhas danificando os tecidos condutores de seiva. A larva é conhecida
popularmente como "bicho mineiro".
 Ácaros (Tetrarnychus urticae): a fêmea mede cerca de 0,45 mm enquanto os
machos 0,27 mm. São pequenas "aranhas" que vivem em colônias na face inferior
das folhas. Pode ser identificados através das teias que estes produzem para sua
proteção e através de cloroses na nervura central das folhas. Quando o ataque
ocorre com alto grau de intensidade, causam desfolhamento e prejuízos no
florescimento.
 Pulgões (Aphis gossypii e Myzas persicae): são insetos pequenos que vivem
em colônias nas partes inferiores das folhas e em brotações. Sugam a seiva
causando o encarquilhamento das folhas, deformação nos brotos e botões florais.
São transmissores de doenças, viróticas. Quando sugam a seiva, liberam um
açúcar que favorece o aparecimento de um fungo chamado fumagina e das
formigas que, além de protegê-los contra os inimigos naturais, ainda espalham o
açúcar facilitando seu desenvolvimento. Do fungo que dificulta a fotossíntese e a
respiração das plantas.
 Besouros:
 Diabrotica speciosa: mede cerca de 5 mm, possui coloração verde com
manchas amarelas nas asas. E conhecido como "amarelinho". Danifica as pétalas
das flores, prejudicando o valor comercial.
 Macrodactylus pumilio: mede cerca de 9 mm, possui asas de coloração
amarelada e é conhecido como "vaquinha amarela". Danifica as pétalas das flores,
prejudicando o valor comercial.
 Grilos (Gryllus ipsilon): mede cerca de 25 mm e tem coloração escura. Ataca a
parte aérea e as raízes das plantas mais jovens.
 Lagartas (Agrotis ipsilon): mede cerca de 45 mm quando adulta. É conhecida
como lagarta rosca e tem hábitos noturnos, ficando, durante o dia, abrigada no
solo.
Atacam as plantas novas rente ao solo, cortando-as.
 Mosca branca (Bemisia tabaci e B. argentifolii): são pequenos insetos que
vivem
em colônias na parte inferior das folhas. Sugam a seiva das plantas e possuem
ação toxicogênica. São agentes transmissores de doenças viróticas.
 Nematóides:
 Pratylenchus Penetrans: as plantas infectadas apresentam o desenvolvimento
vegetativo prejudicado, com clorose e murcha de folhas, atrofia do sistema
radicular e até morte. A ação dos nematóides pode ser intensificada por sua
interação com
fungos.
 Meloidogyne incognita: ataca as raízes das plantas causando-lhes
deformações que são conhecidas como galhas. Afeta o desenvolvimento normal
das plantas provocando o raquitismo.
B.4) Controle Químico:
O uso dos produtos químicos deve ser restrito aos que estiverem registrados para
a cultura, devendo ser escolhidos sempre os menos tóxicos.
As aplicações devem ser feitas com mão de obra especializada e com todos os
equipamentos de segurança necessários.
A seguir apresentamos as recomendações de Controle Químico das principais
doenças de crisântemos extraídas do Boletim nº 05 do Instituto Biológico; intitulado
"Aspectos Fitossanitários do Crisântemo".
A seguir apresentamos as recomendações para o controle de pragas, obtidas
através do Boletim nº 05 do Instituto Biológico e do Compêndio a Defensivos
Químicos.
O uso de defensivos químicos deve ser realizado sob a orientação de um
Engenheiro Agrônomo. Maiores informações podem ser obtidas no Boletim
Técnico número 05 do Instituto Biológico ou no Compêndio de Defensivos
Químicos.
9) Colheita:
Na hora de colher o produto, deve-se tomar muito cuidado para não colocar
plantas que não estejam bem desenvolvidas juntamente com as de excelente
qualidade, pois quando for apresentado o lote de plantas aos compradores ou as
equipes técnicas de classificação de qualidade, os vasos danificados ou com
pragas e doenças irão fazer com que todo o lote obtenha má classificação. A
seguir estão apresentadas as especificações de qualidade utilizadas atualmente
no mercado brasileiro.
A) Classificação da Qualidade:
Com a evolução do mercado de floricultura, todos os elos da cadeia, que
vão desde os produtores, passando pelos centros de comercialização,
atacadistas, varejistas e consumidores, vem gradualmente exigindo que os
produtos apresentem uma classificação de qualidade padronizada. Essa é uma
tendência originária da Holanda, que é o país que possui os maiores centros de
comercialização do mundo, com sistemas de classificação e identificação da
qualidade já implantados a diversos anos.
Atualmente os produtos comercializados pelo Veiling-Holambra, que é um
dos principais centros de comercialização do Brasil, são submetidos a um sistema
de classificação e padronização dos produtos que é reconhecido em todo o país.
O sistema se baseia na classificação dos produtos a partir de parâmetros
estabelecidos entre os grupos de produtores, fundamentados nas necessidades
do mercado.
A classificação é realizada nas propriedades durante a colheita e, no momento da
comercialização é revista pelos técnicos do Veiling-Holambra.
Os produtos são separados em quatro grupos (A1, A2, B e C), a seguir são
apresentados os critérios de classificação para plantas em vaso de barro.
Qualidade A1: são lotes formados por plantas de ótima qualidade. As plantas
devem apresentar-se isentas de pragas, doenças; com hastes firmes e com boa
sustentação; bem formadas; com florescimento uniforme; todas com o mesmo
estado de maturação e com coloração firme. As folhas podem apresentar leve
presença de resíduos químicos. As hastes não devem apresentar "ramos ladrões"
laterais. O tamanho das plantas deve variar de 23 a 35 centímetros, mantendo
assim, uma proporcionalidade com o tamanho dos potes.
Qualidade A2: são lotes formados por plantas de boa qualidade. Os produtos
podem apresentar leves infestações de pragas e doenças, desde que não estejam
comprometendo o aspecto e a durabilidade das plantas; as folhas podem
apresentar poucos resíduos químicos; os lotes podem apresentar-se levemente
desuniformes; e fora dos tamanhos exigidos para a classificação Ai, mas cujas
plantas apresentem-se ainda proporcionais aos potes.
Qualidade B: são produtos de qualidade regular; que não se enquadram nos
padrões exigidos para as classificações Ai e
Qualidade C: são produtos de qualidade ruim apresentando-se fora de todos
os padrões exigidos para as classificações acima e que não poderão ser
comercializados no sistema Veiling-Holambra. Neste caso, o produtor deverá levar
o produto de volta a propriedade e descartá-lo.
A Figura X apresenta um crisântemo em vaso no
padrão de qualidade recomendado.
White Diamond
B) Embalamento:
As plantas são colocadas individualmente em embalagens plásticas
especialmente elaboradas para essa finalidade. Estas embalagens devem conter
as informações da qualidade do produto, previamente estabelecida pelo produtor,
e o nome da empresa produtora, deve conter também o logotipo do centro de
comercialização. De maneira geral essas embalagens apresentam perfurações
pare evitar o acúmulo de umidade sobre as plantas.
C)
Padronização:
Atualmente os crisântemos são produzidos em diferentes modelos de vasos
a saber: Pote na 11, Pote nº 13, Pote na 14 e Vaso de barro (equivalente ao pote
nº15).
As plantas produzidas nos potes nº11 e 13 são acondicionadas em caixas
de papelão contendo respectivamente 15 e 06 potes cada uma. O embalamento
em caixas de papelão representa uma evolução, principalmente pelo fato de várias
informações serem impressas nas caixas tais como: Centro de Comercialização.
Nome do Produtor e Qualidade, além da facilidade de manuseio no momento do
embalamento e transporte, como também pelo fato de se trabalhar com matéria
prima reciclável.
As plantas produzidas em vaso de barro, em sua maioria, são acondicionadas
em caixas de madeira, devido principalmente ao peso de cada pote. O padrão
utilizado é o de 6 potes por caixa de madeira. Alguns produtores estão investindo
em potes de plástico nº 15 de coloração marrom para substituir os vasos de barro,
é utilizando caixas de papelão impermeável para o seu acondicionamento.
10) Transporte e Comercialização:
O transporte até os centros de comercialização é feito geralmente pelo
produtor, ou em alguns casos, por empresas transportadoras. As caixas são
acondicionadas em prateleiras de madeira dentro do caminhão ou em carrinhos
metálicos (Sistema utilizado no Veiling-Holambra).
A Figura Xl apresenta o sistema de acondicionamento das flores em
carrinhos metálicos de minicrisântemos em pote nº13.
O consumo de flores em vasos em nosso país
vêm aumentando nos últimos anos. Existe
uma forte tendência dos consumidores
adquirirem plantas floridas para a decoração
de ambientes internos, tais como residências
e
escritórios,
restaurantes e
outros.
Tradicionalmente os crisântemos em vaso de
barro são adquiridos com a finalidade de
presentear e também para ornamentação.
Com o aumento da produção em potes
menores (potes nº 11 e nº13), vem surgindo
uma nova tendência da utilização de
crisântemos para a decoração de ambientes
internos, sendo os vasos acondicionados em
mesas e escrivaninhas, beirais etc.
Os dados de comercialização demonstram
um crescimento bastante acentuado do
mercado de crisântemos em vaso, passando
de uma comercialização de 391.000 vasos
em 1992 para 1.867.000 vasos em 1997
(Volumes comercializados pelo Veiling-Holambra). Um fator que vem aumentando
bastante o consumo de flores em vaso e, em especial, de crisântemos, é o
crescimento das vendas em redes de supermercados, a preços mais acessíveis,
sendo que, atualmente esse segmento já escoa aproximadamente 8% da
produção nacional de flores e plantas.
A nível de produtor, as principais formas de escoamento são através da
comercialização em grandes centros atacadistas, sendo que atualmente, existem
diversos centros de comercialização de flores e plantas, tais como:
 CEASA- Porto Alegre.
 MERCAFLOR - Joinville
 CEAGESP - São Paulo.
 CEASA - Campinas.
 CEASA - Ribeirão Preto.
 VEILING - Holambra.
 CEASA - Brasília.
 CEASA - Belo Horizonte.
 CADEG - Rio de Janeiro, entre outros.
Diante da formação de pólos de produção regionais, existe uma tendência de
surgimento de novos centros comerciais próximos aos grandes centros de
consumo.
Outras formas de escoamento utilizadas são a venda nas propriedades para
atacadistas, além da entrega dos produtores diretamente aos varejistas, nos
centros de consumo.
11) Bibliografia:
ASPECTOS FITOSSANITÁRIOS DO CRISÂNTEMO- Boletim Técnico do Instituto
Biológico Numero 5 Novembro de 1996.
CHASE, M.D.R. Ball Red Book Greenhouse Growing- Geo J. Ball Publishing 15th
Edition 1992 - 802p.
FIDES MUM MANUAL FOR ALL YAR ROUND CHRYSANTHEMUMS -Edited by
Fides Holland B.V- 1990.
HARTMANN et al.- Plant Propagation - Principles and Practices- Prentice Hall 15th
Edition 1990 647p.
LOPES, L.C.- O Cultivo do Crisântemo- Boletim de Extensão-Universidade
Federal de Viçosa Minas Gerais 1977.
MEJIAS, R.J. & RUANO, M.C. El Cultivo Industrial de Plantas en Maceta
Ediciones de Horticultura S.L.- Noviembre 1990 664p.
SPRAY CHRYSANTHEMUM - Fides Catalogue 1995 34p.
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