análise de algumas propostas pedagógicas para o

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UNIVERSIDADE REGIONAL INTEGRADA DO ALTO URUGUAI E DAS
MISSÕES – CAMPUS DE ERECHIM
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
FABIANE JEVINSKI
ANÁLISE DE ALGUMAS PROPOSTAS PEDAGÓGICAS
PARA O ENSINO DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
EXISTENTES NO BRASIL
Erechim – RS
2009
1
FABIANE JEVINSKI
ANÁLISE DE PROPOSTAS PEDAGÓGICAS PARA O
ENSINO DE PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
EXISTENTES NO BRASIL
Monografia elaborada como requisito parcial de
avaliação da disciplina de Trabalho de Graduação II, do
Curso de Matemática, Departamento de Ciências
Exatas e da Terra da Universidade Regional Integrada
do Alto Uruguai e das Missões – Campus de Erechim.
Orientadora: Profª. Simone Maffini Cerezer.
Erechim
2009
2
5(6802
O presente trabalho teve como objetivo investigar a existência de propostas
pedagógicas para o Ensino de Probabilidade e Estatística nos Estados do Brasil, e
verificar, dentre as existentes, os motivos pelos quais as Secretarias Estaduais de
Educação incluíram o tema Tratamento da Informação em suas Propostas Curriculares.
Como resultados verificamos que os Estados de Minas Gerais, São Paulo, Santa
Catarina, Paraná e Tocantins apresentam uma proposta curricular para o Ensino de
Probabilidade e Estatística. Justificam a inclusão do Tópico Tratamento da Informação
afirmando que este tópico permite aos alunos, a formação de cidadãos com
competência de argumentação e decisão e que contribuam para o desenvolvimento da
sociedade.
Palavras – chave: Ensino de Probabilidade e Estatística, Secretarias de Educação,
Projeto Político Pedagógico.
3
/,67$'(),*85$6
48$'52 Expectativas de aprendizagem dos alunos do Ciclo I do Ensino
Fundamental................................................................................................................................
48$'52Conteúdos referentes ao Tópico Tratamento de Informações no Ciclo II...........
48$'52Conteúdos referentes ao Tópico Tratamento de Informações no Ensino Médio.
48$'52Conteúdos e habilidades relacionados ao Tópico Tratamento de Informações..
48$'52 Conteúdo Básico Comum para o Ensino Fundamental, relacionado ao Tópico
Tratamento de Informações e suas habilidades......................................................................
48$'52 Conteúdo Básico Comum para o 1° ano do Ensino Médio, relacionado ao Tópico
Tratamento de Informações e suas habilidades....................................................................
48$'52 Conteúdos Complementares para o 2° ano do Ensino Médio, relacionado ao
Tópico Tratamento de Informações e suas habilidades.........................................................
48$'52 Conteúdos Complementares para o 3° ano do Ensino Médio, relacionado ao
Tópico Tratamento de Informações e suas habilidades.........................................................
4
680È5,2
,1752'8d­2..............................................................................................................
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,03257Æ1&,$'$352%$%,/,'$'(((67$7Ë67,&$.........................................
2.1 PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS E O ENSINO
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA..........................................................................
DE
12
5(68/7$'26......................................................................................................... 3.1 PROPOSTA CURRICULAR DE SÃO PAULO.................................................... 14
3.2 PROPOSTA CURRICULAR DE TOCANTINS.................................................... 17
3.3 PROPOSTA CURRICULAR DO PARANÁ......................................................... 24
3.4 PROPOSTA CURRICULAR DE MINAS GERAIS.............................................. 25
3.5 PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA......................................... 31
3.6 COMPARAÇÃO ENTRE AS PROPOSTAS CURRICULARES APRESENTADAS31
&216,'(5$d®(6),1$,6............................................................................................
5()(5Ç1&,$6...............................................................................................................
5
,1752'8d­2
O Ensino de Probabilidade e Estatística tem despertado o interesse de muitos
pesquisadores nos últimos anos. Essas pessoas, através de seus trabalhos de
pesquisas, buscam ressaltar a importância que estas disciplinas têm em nossas vidas.
A Probabilidade e Estatística são disciplinas que não envolvem apenas números e não
estão restritas ao Ensino de Matemática, pois englobam várias áreas do conhecimento,
como saúde, política, economia, entre outras. É necessário levar em consideração as
rápidas mudanças que vem ocorrendo no mundo de hoje, e que para isso é
fundamental o conhecimento da Probabilidade, para podermos agilizar a tomada de
decisões e para fazermos previsões. Precisamos saber interpretar resultados
criticamente, organizar e representar dados, assim como obter conclusões. Dessa
forma, o Ensino de Probabilidade e Estatística auxilia na formação do cidadão,
ajudando-o a ser mais crítico, a saber, formar sua opinião diante de determinadas
situações.
Foi pensando nisso que decidimos realizar esta investigação em todos os
Estados do Brasil para averiguar quais Estados possuem uma proposta curricular para
o Ensino de Probabilidade e Estatística e como a mesma está estruturada,
demonstrando assim a mesma preocupação que vem sendo alvo de tantas pesquisas
recentes.
No presente estudo há um breve relato da História da Probabilidade e Estatística,
seguido da importância que estas disciplinas possuem na Educação e também em
nossas vidas, bem como apresentamos o que dizem os Parâmetros Curriculares
Nacionais sobre o Ensino de Probabilidade e Estatística. Por conseguinte, temos os
resultados que foram obtidos através de nossa investigação, descrevendo assim a
proposta curricular para o Ensino de Probabilidade e Estatística dos Estados de São
Paulo, Tocantins, Paraná, Minas Gerais e Santa Catarina e finalizando o trabalho temos
uma comparação entre todas as propostas curriculares apresentadas.
6
+,67Ï5,$'$352%$%,/,'$'(((67$7Ë67,&$
Em diálogo platônico, Sócrates diz a Glauco a necessidade que é para os
homens do governo o desenvolvimento das indagações estatísticas
(MIRSHAWKA, 1975:8 apud LOPES e MEIRELLES, 2005).
A Teoria da Probabilidade surgiu em meados do século XV, como ramo da
Matemática, mas como ciência empírica surgiu muito tempo antes. Seus registros
apareceram principalmente nos jogos e apostas. Há registros que contam que em
meados de 1200 a.C., um pedaço de osso do calcanhar era utilizado formando faces
como as de um dado. Os romanos também eram fascinados por jogos de dados e
cartas, porém esses jogos foram proibidos durante a Idade Média pela Igreja Cristã.
(VIALI, 2008)
A probabilidade tem fortes raízes na solução de problemas de jogos, mas
também as têm fortes no processamento de dados estatísticos. Os mais importantes
problemas probabilísticos surgiram no processo de amostra. Em 3000 a.C. já eram
realizados censos na Babilônia, China e Egito. Os registros revelam que o rei chinês
Yao, ordenou que fossem realizados levantamentos estatísticos sobre a agricultura e
também sobre o comércio (LOPES e MEIRELLES, 2005).
Já em Roma os levantamentos estatísticos eram sobre os nascimentos e mortes
da população. Esses censos tinham o objetivo de saber o número de habitantes para a
taxação e cobrança de impostos e também para verificar o número de homens aptos a
irem para guerra. Foi na Inglaterra o primeiro registro encontrado com levantamentos
estatísticos que foi chamado de ³'RRPVGD\ %RRN´ Neste registro constavam
informações sobre terras, proprietários, uso da terra, empregados, animais, e era
utilizado para cálculo de impostos. No século XII, na Itália, eram realizados
levantamentos estatísticos com frequência desde que a igreja introduziu a inscrição
obrigatória dos matrimônios, dos nascimentos e das mortes. Na Inglaterra, no século
7
XVII, devido a ser uma época de muitas epidemias, foram criadas as Tábuas de
Mortalidade, que foram desenvolvidas por John Graunt, onde eram analisadas as
mortes e os nascimentos, a partir daí eram calculadas as porcentagens dos
nascimentos e óbitos do sexo masculino e feminino. Por ter sido um trabalho de muita
importância para o ramo da Probabilidade e Estatística, John Graunt é considerado um
grande nome na história da Probabilidade e Estatística (LOPES e MEIRELLES, 2005).
A etimologia da palavra estatística que é utilizada hoje deve-se ao economista
alemão Gottfried Achenwall, que registrou em seu livro “Introdução a Ciência Política”.
Esta etimologia é entendida de melhor forma se nos voltarmos para o seguinte: em
1660 na Alemanha, o ensino da Estatística era visto como estudo da ciência do Estado,
que tinha como objetivo descrever o sistema de organização do Estado. A estatística
passou a ser disciplina em várias universidades, na Itália, na Áustria, todas com o
mesmo objetivo de ensino. Era uma disciplina que fazia parte dos cursos de Ciências e
Leis Políticas (LOPES e MEIRELLES, 2005).
Este quadro mudou com o desenvolvimento econômico e a revolução francesa,
onde a estatística passou a ter grande relevância para descrever a situação econômica
e política de cada país. Após esta mudança no objetivo de estudo da Estatística, outras
universidades incluíram esta disciplina em seus currículos, mas como estudo sobre
aspectos morais e intelectuais do homem sempre tendo impecilhos para um
aprofundamento dos métodos estatísticos (LOPES e MEIRELLES, 2005).
Porém, o grande impulso do desenvolvimento da Probabilidade se deu em 1657,
devido à publicação do primeiro tratado formal sobre probabilidades escrito pelo físico,
geômetra e astrônomo holandês Christian Hygens. Foi com este estudo que surgiu o
conceito de esperança matemática que teve grande relevância para o Cálculo de
Probabilidades e Estatística. Somente em 1713, foi publicado algum outro material
como o estudo anterior, que foi o primeiro livro dedicado inteiramente à Teoria das
Probabilidades que foi da autoria de Jakob Bernoulli. Neste livro constam trabalhos
reeditados sobre jogos de azar, permutações e combinações, e também o teorema de
Bernoulli sobre distribuições binomiais (LOPES e MEIRELLES, 2005).
Cardano é considerado o iniciador da teoria das Probabilidades, pois no século
XVI ele decidiu estudar as probabilidades de ganhar em vários jogos de azar. Foi
8
impulsionado pelas probabilidades de retirar azes de um baralho de cartas e de obter
“sete” com dois dados. Após essas experiências publicou um manual para jogadores
chamado “Líber de Ludo Alae” (O livro dos jogos de azar – 1526). Além destas
experiências Cardano fez também observações do conceito teórico para calcular
probabilidades (LOPES e MEIRELLES, 2005).
Temos alguns nomes importantes para a História da Probabilidade e Estatística,
Pierre-Simon Laplace, que fez a primeira tentativa de deduzir a regra para a
combinação de observações dos princípios da Teoria das Probabilidades; Daniel
Bernoulli que introduziu o princípio máximo de probabilidades de um sistema de erros
concorrentes; Adrien-Marie Legendre, que descobriu o método dos mínimos quadrados
(LOPES e MEIRELLES, 2005).
Existem alguns fatos importantes sobre a Probabilidade e Estatística que
aconteceram no Brasil. Foi no ano de 1872, que houve a primeiro censo geral da
população brasileira que foi realizado por José Maria da Silva Paranhos, que era
conhecido como Visconde do Rio Branco. Em 1936 foi criado o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE). As primeiras escolas a iniciarem com o ensino de
Estatística foram a Escola Nacional de Ciências Estatísticas (ENCE) do Rio de Janeiro
e a Escola de Estatística da Bahia. No entanto, foi somente em 1997 que os
Parâmetros Curriculares Nacionais incluíram o Ensino de Estatística e Probabilidade no
Ensino Fundamental e Médio (BAYER et al., 2004).
9
,03257Æ1&,$'$352%$%,/,'$'(((67$7Ë67,&$
Se o ensino de Matemática se deve ocupar mais de uma forma de pensar do
que de uma forma de escrever fórmulas ou numerais, se o ensino da
Matemática se deve ocupar mais de uma tomada consciente de decisões do
que do estrito cálculo, então a teoria das probabilidades é fundamental
(BERNARDES, 1987:13 apud LOPES, 2005).
O estudo da Probabilidade e Estatística proporciona ao aluno o desenvolvimento
da capacidade crítica e sua autonomia para que exerça plenamente sua cidadania, pois
é
comum
vermos
porcentagens
em
índices
estatísticos,
como
crescimento
populacional, taxas de inflação e desemprego. Porém, temos que saber interpretar os
resultados criticamente, então além de sabermos organizar e representar dados
precisamos saber obter conclusões. E para que isso aconteça o aluno precisa ter
acesso a estes conceitos desde o Ensino Fundamental, e assim a escola deve cumprir
seu papel não somente de educar, mas sim educar para a cidadania.
Mendoza e Swift, pesquisadores americanos, publicaram um artigo entitulado,
“Why Teach Statistics and Probability – a Rationale”, o intuito do artigo foi demonstrar
que a Estatística e Probabilidade podem ser ensinadas para utilidade, para futuros
estudos e para o raciocínio estético, para demonstrar que todos os indivíduos precisam
dominar conhecimentos estatísticos e probabilísticos para atuarem na sociedade,
conhecimentos fundamentais para analisar índices de custo de vida, realizar
sondagens, escolher amostras entre outras. Com o estudo do texto é possível perceber
a importância que é dada em relação às rápidas mudanças que vem ocorrendo no
mundo de hoje, e que para isso é fundamental o conhecimento da Probabilidade, para
podermos agilizar a tomada de decisões e para fazermos previsões (MENDOZA e
SWIFT, 1981 apud LOPES e CARVALHO, 1998).
Segundo Machado (1997)
10
educar para a cidadania deve significar também, pois, semear um conjunto de
valores universais, que se realizam com o tom e a cor de cada cultura, sem
pressupor um relativismo ético radical francamente inaceitável; deve significar
ainda a negociação de uma compreensão adequada dos valores acordados,
sem o que as mais legítimas bandeiras podem reduzir-se a meros VORJDQV e o
remédio pode transformar-se em veneno. Essa tarefa de negociação, sem
dúvida, é bastante complexa; enfrentá-la, no entanto, não é uma opção a ser
considerada, é o único caminho que se oferece para as ações educacionais
(MACHADO, 1997:48 apud LOPES e MEIRELLES, 2005).
Para que o Ensino da Matemática possa contribuir com este fato, a matemática
desenvolvida, precisa ser uma Matemática significativa, onde se considere o papel que
ela tem na vida dos alunos, onde sejam desenvolvidas atitudes positivas em relação à
disciplina, onde sejam inseridos vários problemas, mas problemas envolvendo outras
disciplinas e situações reais. Neste aspecto, a Probabilidade e Estatística podem ter
grande contribuição, pois são disciplinas problematizadoras.
Com tantas informações e fatos não é possível inserir o aluno a esses conceitos
apenas no Ensino Médio, antes disso ele precisa ter uma visão do mundo. D’Ambrósio
(1996:87 apud LOPES e CARVALHO, 1998) também fala da questão da cidadania: “A
educação para cidadania, que é um dos grandes objetivos da educação de hoje, exige
uma “apreciação” do conhecimento moderno, impregnado de ciência e tecnologia”.
Assim, é indispensável ao aluno que a Probabilidade e Estatística façam parte do
currículo de Matemática no Ensino Fundamental, para possibilitar ao aluno a coleta,
organização, interpretação e comparação de dados, para obter conclusões, e o trabalho
deste conteúdo na sala de aula deve promover discussões e reflexões para a resolução
de situações-problema.
Chauí (1994) aponta que:
A ideia de necessidade probabilística ou estatística tornou-se um instrumento
teórico de grande importância para aqueles ramos das ciências naturais que
lidam com fatos complexos, como, por exemplo, o estudo dos gases, pela
química, pois, nesse caso, o número de moléculas é quase ilimitado e as
11
relações de causa e efeito só podem ser estabelecidas estatisticamente, pelo
cálculo de probabilidades (CHAUÍ, 1994:265 apud LOPES e MEIRELLES
2005).
Almeida (2000 apud PONTE e FONSECA, 2001) identificou quatro grandes
perspectivas sobre a Estatística, que correspondem a seu ensino. Na primeira, a
Estatística dá ênfase aos conceitos e métodos próprios, e também nas suas ligações
com outras áreas da Matemática, principalmente na Teoria das Probabilidades. Em uma
segunda perspectiva a Estatística aparece como um instrumento ou ferramenta que
permite representar e descrever aspectos específicos da realidade, principalmente as
que têm relação a um tratamento quantitativo, e com grande consideração para a
análise de dados. Para uma terceira perspectiva, a Estatística envolve a produção de
novo conhecimento, pois, a estatística precisa prestar atenção nas situações da vida
real, conceitos formais, descrições numéricas e interpretações. E finalmente sua quarta
perspectiva aborda a atividade social que a estatística possui, sendo necessária uma
atenção especial à interação entre os diversos intervenientes que conduzem ao produto
final, valorizando as experiências entre as relações sociais.
Concluindo o raciocínio de Almeida temos que, a Estatística pode ser vista como
ciência exata, objetiva, coerente e universal, tem papel fundamental na resolução de
problemas práticos, produto social situado e contingente e também como atividade
social que valoriza mais os processos associados de que o produto resultante.
Holmes (2000 apud PONTE e FONSECA, 2001) também acredita que a
Estatística tem finalidades globais como: que os alunos tenham consciência do papel
que a Estatística tem na sociedade, percebendo seus muitos campos e também que os
alunos consigam compreender a natureza do pensamento estatístico.
Em síntese, a importância que a Estatística assume hoje em dia se deve ao fato
de se tratar de uma disciplina que não se limita à sala de aula e apenas ao currículo de
Matemática, abrange vários campos na sociedade, principalmente nas ciências sociais
e humanas e várias outras disciplinas do currículo.
12
2.1
PARÂMETROS
CURRICULARES
NACIONAIS
E
O
ENSINO
DE
PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), o ensino da Probabilidade e
Estatística está inserido no bloco de conteúdos chamado “Tratamento das
Informações”, que é justificado pela demanda social existente e por ser de utilidade na
sociedade atual, também pela necessidade de o indivíduo compreender as informações
veiculadas, tomar decisões e fazer previsões que influenciam sua vida em comunidade.
Neste bloco também estão inseridas as noções de combinatória (BRASIL, 1997,1998).
As propostas curriculares para o ensino da Probabilidade e Estatística para o
primeiro ciclo são: leitura e interpretação de informações contidas em imagens; coleta e
organização de informações; criação de registros pessoais para comunicação de
informações coletadas; exploração da função do número como código numérico na
organização de informações; interpretação e elaboração de listas, tabelas simples,
tabelas de dupla entrada e gráficos de barra para comunicar a informação obtida;
produção de textos escritos a partir da interpretação de gráficos e tabelas.
Já no segundo ciclo a proposta é um pouco mais avançada: coleta, organização
e descrição de dados; leitura e interpretação de dados apresentados de maneira
organizada e construção dessas representações; interpretação de dados apresentados
por meio de tabelas e gráficos, para identificação de características previsíveis ou
aleatórias de acontecimentos; produção de textos escritos, a partir da interpretação de
gráficos e tabelas; construção de gráficos e tabelas com base em informações contidas
em textos jornalísticos, científicos ou outros; obtenção e interpretação de média
aritmética; exploração da idéia de probabilidades em situações-problema simples,
identificando sucessos possíveis, sucessos certos e as situações de “sorte”; utilização
de informações dadas para avaliar probabilidades; identificação das possíveis maneiras
de combinar elementos de uma coleção e de contabilizá-las, usando estratégias
pessoais.
13
E o terceiro ciclo compõe-se de: coleta, organização e análise de informações,
construção e interpretação de tabelas e gráficos, determinação da probabilidade de
sucesso de um determinado evento por meio de uma razão.
Por fim o quarto ciclo sugere um destaque especial para o tratamento de
informações, pois o aluno tem melhores condições de desenvolver pesquisas de acordo
com sua realidade.
Os PCN’s consideram estes assuntos essenciais para o desenvolvimento do
pensamento crítico e do raciocínio do aluno, concluindo que estes são necessários para
a formação do cidadão, uma vez que ele pode ter contato com a aleatoriedade e com o
acaso, permitindo uma análise de fatos mais complexos, sob uma visão determinista.
14
5(68/7$'26
Com o propósito de investigar entre todos os Estados Brasileiros quais
apresentam no Projeto Político Pedagógico propostas para o Ensino de Probabilidade e
Estatística no Ensino Fundamental e Médio, inicialmente fizemos contato com os
coordenadores das Secretarias de cada Estado do Brasil por e-mail.
No primeiro contato, tivemos retorno dos seguintes Estados: Rio Grande do Sul,
São Paulo, Sergipe e Minas Gerais. Decidimos por enviar um segundo e-mail
esclarecendo que a informação de que o Estado não apresenta proposta curricular para
o Ensino de Probabilidade e Estatística também é relevante para o trabalho, sendo que
nesse segundo contato os coordenadores das Secretarias dos Estados do Paraná,
Tocantins e Santa Catarina responderam.
Dos Estados que responderam São Paulo, Tocantins, Minas Gerais, Paraná e
Santa Catarina apresentam uma proposta curricular para o Ensino de Probabilidade e
Estatística, e estas propostas serão descritas neste capítulo. Sergipe e Rio Grande do
Sul, responderam dizendo que ainda não possuem, mas que pretendem organizar.
3.1 PROPOSTA CURRICULAR DE SÃO PAULO
O Estado de São Paulo subdivide o projeto político pedagógico para as séries
iniciais, onde chamam de Ciclo I do Ensino Fundamental. Neste plano eles consideram
fundamental para o ensino-aprendizagem três fatores: aluno, professor e conhecimento
matemático. Para eles o professor é o mediador entre o conhecimento matemático e o
aluno, e para isso são seguidos os seguintes objetivos:
• pautar-se pela concepção do conhecimento matemático como ciência
viva, aberta à incorporação de novos conhecimentos;
15
• conhecer os conceitos e procedimentos que se pretende ensinar;
• conhecer os procedimentos da didática da Matemática, que transforma o
conhecimento matemático formalizado em conhecimento escolar que pode
ser compreendido pelo aluno.
Além dos objetivos, o Estado considera importantes os obstáculos envolvidos na
construção dos conceitos matemáticos para que se possa compreender como acontece
a aprendizagem pelos alunos desses conceitos. Sugere também a FRQWH[WXDOL]DomR dos
conhecimentos, pois isso ajuda os alunos trabalharem com a realidade, e também
sugere a GHVFRQWH[WXDOL]DomR pois os alunos precisam saber generalizar e transferir
conhecimentos adquiridos.
Observando o projeto que foi elaborado em 2008, as expectativas de
aprendizagem dos alunos do I ciclo do Ensino Fundamental para o Tópico Tratamento
de Informações, são apresentadas no Quadro 1.
6e5,(6
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(;3(&7$7,9$6'($35(1',=$*(0
• coletar e organizar informações por meio de registros pessoais (idade,
número de irmãos, meses de nascimento, esportes preferidos, etc).
• ler e interpretar tabelas simples;
• ler e compreender gráficos de colunas.
• resolver situações-problema com dados apresentados de maneira
organizada por meio de tabelas simples e gráficos de colunas;
• interpretar gráficos e tabelas com base em informações contidas em textos
jornalísticos, científicos ou outros.
• resolver problemas com dados apresentados de maneira organizada e por
meio de tabelas simples, gráficos de colunas, tabelas de dupla entrada e
gráficos de barras;
• ler informações apresentadas de maneira organizada por meio de gráficos
de linha e de setor;
• construir gráficos e tabelas com base em informações contidas em textos
jornalísticos, científicos ou outros;
• identificar as possíveis maneiras de combinar elementos de uma coleção e
de contabilizá-las por meio de estratégias pessoais;
• utilizar a noção de probabilidade em situações-problema simples.
4XDGUR Expectativas de aprendizagem dos alunos do Ciclo I do Ensino Fundamental.
)RQWH Proposta Curricular do Estado de São Paulo para o Ciclo I.
16
A proposta curricular do Estado de São Paulo para o Ciclo II do Ensino
Fundamental, tem como objetivo principal mapear as informações relevantes e
organizá-las em narrativas significativas, pois a Matemática está presente na vida de
crianças e adultos. Gostando ou não todos lidam com números, medidas, formas,
operações, todos lêem e interpretam gráficos e textos, vivenciam relações de ordem e
de equivalência, argumentam e tiram conclusões válidas a partir de informações
parciais ou incertas. Concluindo, não é possível dispensar o conhecimento da
Matemática sem abdicar de seu bem mais precioso: a consciência nas ações.
Na proposta curricular do Ciclo II, a Matemática é apresentada como um sistema
simbólico que se articula diretamente com a língua materna, nas formas oral e escrita,
bem como com outras linguagens e recursos de representação da realidade. A
disciplina de Matemática é considerada um meio para o desenvolvimento de
competências tais como a capacidade de expressão pessoal, de compreensão de
fenômenos, de argumentação consistente, de tomada de decisões conscientes e
refletidas, de problematização e enraizamento dos conteúdos estudados em diferentes
contextos e de imaginação de situações novas.
A proposta traz uma justificativa de porque o Tratamento de Informações faz
parte desta proposta. Este tópico permite aos alunos, a formação de cidadãos com
competência de argumentação e decisão, este não se estende apenas a organização e
análise de dados. Pode auxiliar na programação de computadores, a planejar uma
pesquisa estatística que utilize técnicas de elaboração de questionários e amostragem,
a investigação de temas de estatística descritiva e de inferência estatística, o estudo de
estratégias de contagem e do cálculo de probabilidades entre várias outras.
Mostramos os conteúdos referentes ao Tópico Tratamento de Informações, por
séries, ciclo II e no Ensino Médio nos Quadros 2 e 3.
17
6e5,(6

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•
•
•
•
•
•
•
&217(Ò'26
leitura e construção de tabelas e gráficos;
média aritmética;
problemas de contagem.
construção de gráficos de setores;
problemas envolvendo probabilidade.
problemas de contagem.
problemas de contagem e introdução à probabilidade.
4XDGUR Conteúdos referentes ao Tópico Tratamento de Informações no Ciclo II.
)RQWH Proposta Curricular do Estado de São Paulo para o Ciclo II.
6e5,(6



&217(Ò'26
• não consta
• raciocínio combinatório: princípios multiplicativo e aditivo;
• probabilidade simples;
• casos de agrupamentos: arranjos, combinações e permutações;
• probabilidade da reunião e/ou da intersecção de eventos;
• probabilidade condicional;
• distribuição binomial de probabilidades: o Triângulo de Pascal e o Binômio
de Newton.
• gráficos estatísticos: cálculo e interpretação de índices estatísticos;
• medidas de tendência central: média, mediana e moda;
• medidas de dispersão: desvio médio e desvio padrão;
• elementos de amostragem.
4XDGUR Conteúdos referentes ao Tópico Tratamento de Informações no Ensino Médio.
)RQWH Proposta Curricular do Estado de São Paulo para o Ensino Médio.
3.2 PROPOSTA CURRICULAR DE TOCANTINS
Segundo informações apresentadas no Projeto Político Pedagógico de Tocantins
a criação da atual proposta curricular, elaborada em 2009, deve-se ao fato de que o
Estado de Tocantins, tem o ensino da matemática como um conjunto de paradigmas
historicamente estabelecidos que contribuem para a mistificação desta disciplina e para
o seu afastamento da nossa realidade social. O Estado tem como principal objetivo a
consolidação de uma educação matemática libertadora com respeito aos valores
sociais e diversidade cultural, pois a Matemática constitui uma ferramenta
18
imprescindível de autonomia e autocrítica nas relações sociais: saber raciocinar
logicamente, conhecer mecanismos de contagens, cálculos e medidas, reconhecer
diferentes formas, cores e propriedades; e principalmente, utilizar-se desta bagagem de
conhecimentos para interagir no meio social em que vive.
O Tópico Tratamento de Informações também é contemplado neste currículo. O
volume excessivo de informações diárias se faz presente, e necessita de cidadãos cada
vez mais preparados para lidar com tais conhecimentos para não perder sua identidade
e apropriar-se das informações importantes, para manter-se no convívio social e não
perder o exercício de sua cidadania. Este bloco é essencial para que tudo isso ocorra
pois, o aluno constrói procedimentos estatísticos de coleta, organização e comunicação
de dados utilizando tabelas, gráficos e outras formas de representações de uso
frequente; e também pode utilizar experimentos probabilísticos para confrontar
resultados obtidos com hipóteses baseadas nas noções de acaso e/ou incerteza.
O Estado do Tocantins subdividiu em 9 anos os conteúdos apresentados na
proposta curricular para o ensino de Matemática, ou seja, da 3ª série do Ensino
Fundamental a 3ª série do Ensino Médio, onde apresenta também as competências e
habilidades de cada conteúdo. No Quadro 4 os conteúdos e habilidades relacionados
ao Tópico Tratamento de Informações.
$12
ž
+$%,/,'$'(6
ž%LPHVWUH
• Registrar informações obtidas por meio de
estratégias próprias.
• Organizar informações pessoais como número
de: telefones, data de nascimento, altura, peso,
número do calçado ou de roupa que usa, placas de
carros conhecidos, linhas de ônibus, etc.
ž%LPHVWUH
• Ler informações contidas em imagens.
ž%LPHVWUH
• Organizar informações de acordo com o
calendário.
ž%LPHVWUH
• Descrever o caminho percorrido para chegar a
conclusão das atividades propostas.
&217(Ò'26
• Registro de informações e
relatos do cotidiano.
• Leitura de imagens.
• Leitura e organização de
calendários.
• Produção e organização
das ideias para descrever os
passos
percorridos
na
19
ž%LPHVWUH
• Organizar as informações obtidas.
ž
ž%LPHVWUH
• Registrar dados em tabelas simples.
• Descrever suas observações sobre os dados
organizados em tabela.
ž%LPHVWUH
• Anotar
em
calendário,
uma
informação
importante.
• Registrar em tabela simples, suas atividades em
determinadas horas do dia.
ž%LPHVWUH
• Ler informações em gráfico simples de barras.
• Resolver situação-problema a partir de uma
tabela simples.
ž%LPHVWUH
• Organizar as informações obtidas.
• Utilizar adequadamente recurso tecnológico
disponível.
ž%LPHVWUH
• Criar formas pessoais para comunicar suas
informações coletadas.
ž
ž
ž%LPHVWUH
• Elaborar tabelas e gráficos de barras para
comunicar informações.
• Produzir texto escrito a partir da interpretação de
tabelas e gráficos.
ž%LPHVWUH
• Elaborar tabelas de dupla entrada para
comunicar uma informação obtida.
• Resolver situação-problema a partir de dados
apresentados em tabelas simples e gráficos.
ž%LPHVWUH
• Organizar dados em tabelas.
• Ler informações contidas num gráfico de barras.
ž%LPHVWUH
• Construir tabela a partir dos dados representados
em um gráfico de barras.
• Construir gráfico de colunas e de barras.
ž%LPHVWUH
• Organizar, ler e interpretar informações de um
gráfico de colunas.
• Resolver problemas com dados apresentados em
tabelas ou gráficos de colunas e barras.
ž%LPHVWUH
resolução de atividades.
• Vivência: interpretação e
registro de informações em
tabelas.
• Organização de dados a
partir de tabelas simples.
• Organizar dados em tabelas
simples.
• Calendário (dia e semana –
mês e anos).
• Estratégias para leitura e
interpretação de gráfico, com a
operacionalização dos dados
informados.
• Organização de dados.
• Estratégias para diálogos e
organização
de
dados
coletados.
• Tabelas e gráficos.
• Tabelas de dupla entrada.
• Tabelas simples e gráficos.
• Observação de gráfico de
barras para construção de
tabelas.
• Leitura de gráficos de
barras.
• Construção de tabelas e
gráficos
a
partir
de
informações coletadas.
• Gráfico de colunas/barras.
• Operacionalizar com os
dados contidos em gráficos
e tabelas.
20
ž
ž
• Construir gráfico e tabela com base em
informações contidas em texto jornalístico e
científico.
• Explorar a ideia de probabilidade em situaçõesproblema, identificando sucessos possíveis,
sucessos seguros e as situações de sorte
(jogos).
ž%LPHVWUH
• Organizar dados em tabelas.
• Construir gráficos com base em dados
organizados.
• Interpretar informações contidas num gráfico de
barras.
ž%LPHVWUH
• Ler, interpretar e descrever por escrito, dados
representados em um gráfico de disco.
ž%LPHVWUH
• Produzir texto escrito a partir de interpretação de
gráfico e tabela.
• Construir gráfico que represente a organização
dos dados coletados.
• Construir gráfico e tabela com base em
informações contidas em texto jornalístico e
científico.
ž%LPHVWUH
• Representar,
ler
e
interpretar
dados
apresentados na forma decimal, em gráficos de
colunas.
• Extrair a média aritmética a partir de uma tabela.
• Resolver situação-problema utilizando dados
apresentados em tabelas ou gráficos.
ž%LPHVWUH
• Ser capaz de coletar e organizar dados utilizando
estratégias pessoais e convencionais de
classificação para interpretar as informações
veiculadas no dia-a-dia.
ž%LPHVWUH
• Ser capaz de coletar e organizar dados utilizando
estratégias pessoais e convencionais de
classificação para interpretar as informações
veiculadas no dia-a-dia.
• Construir e aplicar o conceito de média.
ž%LPHVWUH
• Gráfico e tabelas.
• Possibilidades
combinações.
e
• Tabelas e gráficos.
• Gráficos de disco.
• Elaborar situação-problema
a partir de gráficos e
tabelas.
• Construção de gráficos a
partir de dados e de uma
informação coletada.
• Média aritmética.
• Elaborar
e
resolver
situação-problema a partir
de gráficos e tabelas.
• Pesquisa
de
resposta
objetiva.
• Organização dos dados de
uma pesquisa em listas,
tabelas e gráficos de
coluna.
• Leitura
e
interpretação
gráfica.
• Organização de dados de
uma pesquisa em gráfico de
barra, linhas e setores.
• Médias.
• Média aritmética.
21
• Construir o conceito de probabilidade e sua
aplicação na resolução de situações-problema
simples, identificando sucessos possíveis,
sucessos seguros e as situações de sorte.
• Ser capaz de fazer agrupamentos que
possibilitam o desenvolvimento do raciocínio
combinatório e a compreensão do princípio
multiplicativo para sua aplicação no cálculo de
probabilidade.
• Identificar possíveis maneiras de combinar
elementos de uma coleção e de contabilizá-los
usando estratégias pessoais.
• Utilizar adequadamente calculadora, computador
e outros recursos tecnológicos disponíveis.
ž
ž%LPHVWUH
• Interpretar
informações
organizadas
e
representadas em lista, tabelas, diagramas e
gráficos referentes a uma determinada situação.
• Utilizar adequadamente calculadora, computador
e outros recursos tecnológicos disponíveis.
• Interpretar
informações
organizadas
e
representadas em lista, tabelas, histogramas,
referentes a uma determinada situação.
• Estimar resultados ou fazer aproximações.
• Fazer a leitura e a interpretação de gráficos
(pictograma).
ž%LPHVWUH
• Interpretar dados em gráficos de colunas e
tabelas.
• Construir tabelas e gráficos de colunas.
• Construir, ler e interpretar gráficos.
• Calcular e elaborar conclusões a partir da análise
de um gráfico ou de uma tabela.
ž%LPHVWUH
• Interpretar em gráficos de colunas e tabelas.
• Organizar e interpretar dados em tabelas,
gráficos de colunas, setores e linhas.
• Construir gráficos de setores e de barras.
ž%LPHVWUH
• Ser capaz de fazer agrupamentos que
possibilitam o desenvolvimento do raciocínio
combinatório e a compreensão do princípio
multiplicativo para sua aplicação no cálculo de
probabilidade.
• Identificar possíveis maneiras de combinar
elementos de uma coleção e de contabilizá-los
usando estratégias pessoais.
• Probabilidade
combinação.
e
• Estudo estatístico.
• Ordenamento, frequência,
média e moda.
• Tabelas.
• Histograma
• Pictograma
• Arredondamento.
• Pesquisa em lista e tabelas.
• Pesquisa
de
respostas
objetivas.
• Organização dos dados de
uma pesquisa em listas,
tabelas e gráficos de coluna
simples e duplas.
• Leitura
e
interpretação
gráfica.
• Organização de dados de
pesquisas em tabelas.
• Representação
da
informação
através
de
gráficos de barra, linhas e
setores.
• Probabilidade
combinação.
e
22
• Utilizar adequadamente calculadora, computador
e outros recursos tecnológicos disponíveis.
• Calcular a probabilidade de um evento, jogos e
outras situações.
ž%LPHVWUH
• Utilizar adequadamente calculadora, computador
e outros recursos tecnológicos disponíveis.
• Interpretar dados em gráficos de colunas e
tabelas.
• Interpretar e organizar dados em tabelas, gráficos
de colunas e setores.
• Analisar, interpretar e elaborar conclusões sobre
as informações contidas no gráfico.
ž%LPHVWUH
• Ser capaz de coletar e organizar dados utilizando
estratégias pessoais e convencionais de
classificação para interpretar as informações
veiculadas no dia-a-dia.
• Construir gráficos de barras.
ž
ž%LPHVWUH
• Ser capaz de coletar e organizar dados utilizando
estratégias pessoais e convencionais de
classificação para interpretar as informações
veiculadas no dia-a-dia.
• Interpretar
informações
organizadas
e
representadas em lista, tabelas, diagramas e
gráficos referentes a uma determinada situação.
ž%LPHVWUH
• Utilizar adequadamente calculadora, computador
e outros recursos tecnológicos disponíveis.
• Ser capaz de coletar e organizar dados utilizando
estratégias pessoais e convencionais de
classificação para interpretar as informações
veiculadas no dia-a-dia.
• Construir o conceito de probabilidade e sua
aplicação na resolução de situações-problema
simples, identificando sucessos possíveis,
sucessos seguros e as situações de sorte.
• Ser capaz de fazer agrupamentos que
possibilitam o desenvolvimento do raciocínio
combinatório e a compreensão do princípio
multiplicativo para sua aplicação no cálculo de
probabilidade.
• Identificar possíveis maneiras de combinar
elementos de uma coleção e de contabilizá-los
usando estratégias pessoais.
• Interpretar
informações
organizadas
e
representadas em gráficos referentes a uma
determinada situação.
ž%LPHVWUH
• Ser capaz de coletar e organizar dados utilizando
estratégias pessoais e convencionais de
• Estudo estatístico.
• Ordenamento, frequências,
média e moda.
• Tabelas.
• Gráfico de coluna, setores e
pictogramas.
• Pesquisa
de
respostas
objetivas.
• Organização de dados de
uma pesquisa em listas ou
tabelas.
• Gráficos.
• Tabelas.
• Pesquisa.
• Gráficos.
• Probabilidade
combinatória.
• Gráficos e tabelas.
• Gráficos e tabelas.
• Médias.
e
23
ž
classificação para interpretar as informações
veiculadas no dia-a-dia.
• Utilizar adequadamente calculadora, computador
e outros recursos tecnológicos.
• Ler e interpretar dados em tabelas e gráficos.
• Calcular média aritmética e ponderada de um
conjunto dado.
• Identificar a moda de um levantamento de dados.
• Determinar a mediana de uma amostra com um
número par/ímpar de elementos.
• Calcular a probabilidade de um evento ou jogo.
• Analisar tabelas e gráficos fazendo inferências.
ž%LPHVWUH
• Diferenciar população e amostra em uma
pesquisa.
• Ler, interpretar e resolver situações envolvendo
noções de Estatística e Probabilidade.
• Diferenciar e calcular frequência absoluta e
relativa de pesquisa.
• Interpretar dados em gráficos e tabelas.
• Usar adequadamente calculadora e outros
recursos tecnológicos.
• Ser capaz de coletar e organizar dados utilizando
estratégias pessoais e convencionais de
classificação para interpretar as informações
veiculadas no dia-a-dia.
• Construir gráficos diversos.
ž%LPHVWUH
• Média
aritmética
e
ponderada.
• Moda, mediana.
• Probabilidade de um evento
e de jogos.
• Noções de Estatística.
• População e amostra.
• Frequência
absoluta
relativa de uma variável.
• Gráficos e tabelas.
e
•
•
•
•
Calcular média aritmética e média ponderada.
Calcular moda.
Calcular mediana.
Ler, interpretar e resolver situações-problema
envolvendo média aritmética, moda e mediana.
• Interpretar dados em gráficos e tabelas.
• Construir gráficos de setores, linhas e de barras.
• Realizar e executar pesquisas em geral.
ž%LPHVWUH
• Média, moda e mediana:
medidas
de
tendência
central.
• Tabelas e gráficos.
• Ser capaz de coletar e organizar dados utilizando
estratégias pessoais e convencionais de
classificação para interpretar as informações
veiculadas no dia-a-dia.
• Identificar possíveis maneiras de combinar
elementos de uma coleção e de contabilizá-los
usando estratégias pessoais.
• Construir um espaço amostral de eventos
equiparáveis.
• Interpretar dados em gráficos e tabelas.
• Utilizar adequadamente calculadora, computador
e outros recursos tecnológicos.
• Ser capaz de fazer agrupamentos que
possibilitam o desenvolvimento do raciocínio
combinatório e a compreensão do princípio
• Noções de probabilidade e
combinação.
• Tabelas e gráficos.
• Regra de sociedade.
24
multiplicativo para sua aplicação no cálculo de
probabilidade.
• Construir o conceito de probabilidade e sua
aplicação na resolução de situações-problema
simples, identificando sucessos possíveis,
sucessos seguros e as situações de sorte.
• Determinar as possibilidades da realização de
eventos.
ž%LPHVWUH
• Observar a aplicação dos dados estatísticos no
mundo em que vive.
• Interpretar dados estatísticos apresentados por
meio de tabelas.
• Construir corretamente uma tabela a partir de um
levantamento de dados.
• Calcular a porcentagem dos dados estatísticos.
• Ler e interpretar dados estatísticos apresentados
por meio de gráficos e tabelas.
• Pesquisar, construir e analisar, com dados
estatísticos (gráficos de linhas, gráficos de
barras, gráficos de setores).
• Organização de dados.
• Gráficos.
4XDGUR Conteúdos e habilidades relacionados ao Tópico Tratamento de Informações.
)RQWH Proposta Curricular do Estado de Tocantins.
Cabe ressaltar que as competências relacionadas ao Tópico Tratamento de
Informações para todas as séries são: ser capaz de utilizar-se da Estatística, em função
de seu uso atual para compreender as informações veiculadas em seu contexto.
3.3 PROPOSTA CURRICULAR DO PARANÁ
A Secretaria de Educação do Estado do Paraná, também está preocupada com
o Ensino da Matemática. No novo projeto político-pedagógico, elaborado em 2008,
procura trazer um Ensino da Matemática mais prático, voltado para situações do dia-adia dos alunos. Sendo a Educação Matemática
uma área que engloba inúmeros
saberes, e não basta o saber matemático ou o magistério para que haja transmissão do
conhecimento. Para que haja transmissão do conhecimento é necessária uma relação
entre o ensino, a aprendizagem e o conhecimento matemático.
25
O Estado almeja que os estudantes possam fazer análises, discussões,
conjecturas, apropriações de conceitos e formulação de ideias, através da Educação
Matemática. Aprende-se matemática não por sua beleza ou pela consistência de suas
teorias, mas, para que, a partir dela, o homem amplie seu conhecimento, e, por
conseguinte, contribua para o desenvolvimento da sociedade.
Os conteúdos estruturantes do currículo do Estado do Paraná dão um grande
destaque para o Tratamento de Informações, pois, a Estatística tornou-se um conteúdo
matemático muito importante por ter seus conceitos aplicados em outras áreas também,
como as Ciências Sociais, a Genética e a Psicologia. Devido a uma necessidade de
quantificar os dados coletados nas pesquisas, a aplicabilidade de métodos estatísticos
se tornou essencial. Este tópico também contribui para o desenvolvimento de condições
de leitura crítica dos fatos ocorridos na sociedade e para interpretação de tabelas e
gráficos que, de modo geral, são usados para apresentar ou descrever informações.
Os conteúdos que devem ser abordados no Ensino Fundamental são:
• noções de probabilidade;
• estatística;
• matemática financeira;
• noções de análise combinatória.
E para o Ensino Médio os conteúdos devem ser:
• análise combinatória;
• binômio de Newton;
• estatística;
• probabilidade;
• matemática financeira.
Além dos conteúdos os alunos ao final do Ensino Fundamental devem ser
capazes de ler e interpretar tabelas e gráficos, conhecer dados estatísticos, conhecer a
26
ocorrência de eventos em um universo de possibilidades, cálculos de média, frequência
relativa, frequência acumulada, mediana e moda. Também devem compreender o
conceito de eventos, universo de possibilidades e os cálculos dos eventos sobre as
possibilidades. E a partir dos cálculos ler e interpretá-los.
No Ensino Médio os alunos devem resolver problemas que exigem análise e
interpretação. Problemas de contagem que exigem cálculos elaborados e englobam
várias técnicas de resolução, tal como análise combinatória (arranjos, permutações e
combinações), além de dominar o conceito do conteúdo Binômio de Newton.
3.4 PROPOSTA CURRICULAR DE MINAS GERAIS
A proposta curricular do Estado de Minas Gerais criada em 1998 e modificada
em 2007, é um pouco diferente das demais propostas, pois foi elaborada de forma
diferenciada. Esta proposta está baseada em sugestões que foram obtidas ao longo do
ano de 2005, através de contato direto com professores da rede estadual e durante
cursos de capacitação, palestras, debates e fóruns realizados com estudantes de
licenciatura em Matemática e também com docentes do ensino superior. Esta revisão
teve como objetivos:
• melhorar a coerência da proposta e formular com maior precisão as
competências e habilidades, tentando esclarecer o que é essencial para um
aluno do Ensino Médio;
• aprimorar o entendimento da relação entre os diversos tópicos;
• permitir uma maior flexibilização nos temas complementares através da fusão
ou supressão de alguns tópicos.
A presente proposta inclui
o Conteúdo Básico Comum (CBC), Temas
Complementares e algumas sugestões de atividades extras.
27
A proposta curricular de Minas Gerais para o Ensino de Matemática, tem como
finalidades para o Ensino Fundamental levar o aluno a:
• identificar os conhecimentos matemáticos como meios para compreender e
transformar o mundo à sua volta e perceber o caráter de jogo intelectual,
característico da Matemática, como aspecto que estimula o interesse, a
curiosidade, o espírito de investigação e o desenvolvimento da capacidade
para resolver problemas;
• fazer observações sistemáticas de aspectos quantitativos e qualitativos do
ponto de vista de relações entre eles, utilizando para isso o conhecimento
matemático
(aritmético,
geométrico,
métrico,
estatístico,
combinatório,
probabilístico); selecionar, organizar e produzir informações relevantes para
interpretá-las e avaliá-las criticamente.
Concluindo esta parte, o objetivo é levar o aluno a raciocinar e expressar-se
matematicamente, reconhecendo situações que podem ser descritas em linguagem
matemática e ser capaz de aplicar métodos matemáticos para resolvê-las.
Portanto, as metodologias utilizadas devem priorizar um papel ativo do aluno,
estimulando a leitura de textos matemáticos, os estudos dirigidos, o trabalho em grupo
e os recursos didáticos de caráter lúdico como jogos, exposições, murais de problemas
e curiosidades matemáticas e, quando disponíveis, recursos computacionais para uso
em geometria dinâmica e experimentos de cálculo.
No Quadro 5 apresentamos a proposta curricular com o CBC relacionado ao
Tópico Tratamento de Informações para o Ensino Fundamental, juntamente com suas
habilidades.
28
7Ï3,&26
• Organização e apresentação de
um conjunto de dados em tabelas
ou gráficos.
• Média aritmética.
• Contagem
• Conceitos
probabilidade.
básicos
de
+$%,/,'$'(6
• Organizar e tabular um conjunto de dados.
• Interpretar e utilizar dados apresentados em
tabelas.
• Utilizar um gráfico de setores para representar um
conjunto de dados.
• Interpretar e utilizar dados apresentados num
gráfico de segmentos.
• Utilizar um gráfico de colunas para representar um
conjunto de dados.
• Interpretar e utilizar dados apresentados num
gráfico de colunas.
• Utilizar um gráfico de setores para representar um
conjunto de dados.
• Interpretar e utilizar dados apresentados num
gráfico de setores.
• Resolver problemas que envolvam a média
aritmética.
• Resolver problemas simples de contagem
utilizando listagens ou o diagrama de árvore.
• Relacionar o conceito de probabilidade com o de
razão.
• Resolver problemas que envolvam o cálculo de
probabilidade de eventos simples.
4XDGUR Conteúdo Básico Comum para o Ensino Fundamental, relacionado ao
Tópico Tratamento de Informações e suas habilidades.
)RQWH Proposta Curricular do Estado de Minas Gerais.
Para o Ensino Médio também há uma distribuição de tópicos, existem os
Conteúdos Básicos Comuns (CBC) de Matemática para o primeiro e segundo anos de
Ensino Médio Regular Diurno e conteúdos complementares. Essa distribuição foi
realizada seguindo a seguinte trajetória: iniciando pela formação básica, passando pela
etapa de aprofundamento e finalizando com conteúdos complementares.
A proposta curricular apresenta uma breve explicação de porque o Tópico
Tratamento de Informações está incluído na mesma. É no Tratamento de Dados que a
matemática manifesta mais claramente sua utilidade no dia-a-dia. Pois, hoje em dia a
Estatística e a Probabilidade fazem parte do discurso jornalístico e científico cotidiano,
quando se trata de pesquisas de intenção de voto, perfil sócio-econômico da população
brasileira, as chances de cura de determinada doença ou riscos de contraí-la. Espera-
29
se, portanto, que numa formação básica do cidadão, não apenas se adquira a
capacidade de ler e analisar dados expostos em diversas formas, mas que se possa
refletir sobre seus significados e emitir juízos próprios. Este tema também é importante
pois não se detém somente ao Ensino da Matemática, mas a demografia, saúde,
linguística, possibilitando o desenvolvimento de várias atividades integradas dentro da
escola.
Nos quadros 6, 7 e 8 a descrição da proposta curricular com o CBC relacionado
ao Tópico Tratamento de Informações para o 1° ano do Ensino Médio, conteúdos
complementares para os 2° e 3° anos do Ensino Médio juntamente com suas
habilidades.
7Ï3,&26
• Probabilidade
• Organização de um conjunto de
dados em tabelas.
• Médias aritmética e geométrica.
+$%,/,'$'(6
• Reconhecer o caráter aleatório de variáveis e
situações-problema.
• Identificar o espaço amostral em situaçõesproblema.
• Resolver problemas simples que envolvam o
cálculo de probabilidade de eventos equiprováveis.
• Utilizar o princípio multiplicativo no cálculo de
probabilidades.
• Organizar e tabular um conjunto de dados.
• Interpretar e utilizar dados apresentados em
tabelas.
• Representar um conjunto de dados graficamente.
• Interpretar e utilizar dados apresentados
graficamente.
• Selecionar a maneira mais adequada para
representar um conjunto de dados.
• Resolver problemas que envolvam a média
aritmética ou ponderada.
• Resolver problemas que envolvam a média
geométrica.
4XDGUR Conteúdo Básico Comum para o 1° ano do Ensino Médio, relacionado ao
Tópico Tratamento de Informações e suas habilidades.
)RQWH Proposta Curricular do Estado de Minas Gerais.
30
7Ï3,&26
• Arranjos,
combinações
permutações sem repetição.
e
• Probabilidade
+$%,/,'$'(6
• Reconhecer situações em que os agrupamentos
são distinguíveis pela ordem de seus elementos ou
não.
• Resolver problemas que envolvam arranjos,
combinações e/ou permutações sem repetição.
• Identificar o espaço amostral em situaçõesproblema.
• Resolver problemas que envolvam o cálculo de
probabilidade de eventos.
4XDGUR Conteúdos Complementares para o 2° ano do Ensino Médio, relacionado
ao Tópico Tratamento de Informações e suas habilidades.
)RQWH Proposta Curricular do Estado de Minas Gerais.
7Ï3,&26
• Arranjos,
combinações
com
repetições
e
permutações
cíclicas.
• Coeficientes binomiais, binômio
de Newton e triângulo de Pascal.
• Probabilidade condicional.
•
•
•
•
•
•
• Mediana e moda.
•
•
+$%,/,'$'(6
Resolver problemas que envolvam arranjos,
combinações e permutações com repetições e
permutações cíclicas.
Utilizar propriedades combinatórias dos números
binomiais.
Utilizar o binômio de Newton para calcular
potências de binômios.
Identificar
eventos
independentes
e
não
independentes em situações-problema.
Resolver problemas que envolvam o conceito de
probabilidade condicional.
Utilizar probabilidades para fazer previsões
aplicadas, em diferentes áreas do conhecimento.
Interpretar os conceitos de mediana e moda em
situações-problema.
Resolver problemas que envolvam a mediana e a
moda.
4XDGUR Conteúdos Complementares para o 3° ano do Ensino Médio, relacionado
ao Tópico Tratamento de Informações e suas habilidades.
)RQWH Proposta Curricular do Estado de Minas Gerais.
31
3.5 PROPOSTA CURRICULAR DE SANTA CATARINA
Segundo a Secretaria Estadual de Educação de Santa Catarina a matemática
ainda é vista como uma ciência exata, pronta e acabada, onde o Ensino ocorre com a
memorização ou por repetição mecânica de exercícios de fixação, usando regras para
que ocorra o aprendizado. Em contraposição desta concepção a Secretaria de
Educação e do Desporto de Santa Catarina organizou uma proposta curricular que
pretende romper com a prática pedagógica vigente.
E para que o professor exerça sua função de mediador entre o saber matemático
é necessário:
• conhecer e estudar as pesquisas que vêm sendo produzidas em Educação
Matemática e as metodologias que vêm se firmando neste campo como, por
exemplo, a Etnomatemática, a Modelagem Matemática, a Resolução de
Problemas, Projetos e Teoria dos jogos;
• tenha uma atitude reflexiva sobre seu trabalho e sua função-política;
• realize inovações em sala de aula e as divulgue e discuta com outros colegas.
O Estado de Santa Catarina subdivide os campos matemáticos da seguinte
forma: Campos Numéricos, Campos Algébricos, Campos Geométricos e Estatística e
Probabilidades. Nosso interesse em especial é no Campo Estatística e Probabilidades
onde são sugeridos os seguintes conteúdos:
• ESTATÍSTICA
ƒ
produção histórico-cultural;
ƒ
noções Básicas.
• LEITURA, INTERPRETAÇÃO E CONSTRUÇÃO DE TABELAS E GRÁFICOS.
• PROBABILIDADES
32
• PARÂMETROS ESTATÍSTICOS
ƒ
média;
ƒ
mediana;
ƒ
moda;
ƒ
desvio padrão.
Os organizadores desta proposta ressaltam que a organização dos temas que
são apresentados não obedecem uma sequência a ser adotada na prática pedagógica.
Assim, o estudo de um determinado tema deve acontecer de forma contextualizada,
tanto no aspecto sócio-histórico de produção do conhecimento, quanto nas relações
com os demais conteúdos da Matemática, bem como com as outras áreas do
conhecimento.
3.6 COMPAPARAÇÃO ENTRE AS PROPOSTAS CURRICULARES APRESENTADAS
Analisando estas propostas curriculares foi possível perceber algumas
semelhanças e diferenças entre os Estados que possuem uma proposta para o Ensino
de Probabilidade e Estatística. Foi possível verificar que há uma preocupação com o
Ensino da Matemática e também com o Ensino de Probabilidade e Estatística, que a
situação está mudando que a matemática está deixando de ter as características de
repetição e memorização de regras.
Para o Tópico Tratamento de Informações foi possível perceber que os Estados
de São Paulo e Tocantins elaboraram uma proposta curricular voltada para o Ensino
Fundamental (séries iniciais e finais) e para o Ensino Médio, o que é muito significante,
pois, não é suficiente para o aluno entrar em contato com a Probabilidade e Estatística
somente no Ensino Médio, ele precisa ter acesso a estes conteúdos antes.
Os Estados de São Paulo, Minas Gerais e Tocantins apresentam uma proposta
curricular bastante detalhista onde enfatizam bastante a resolução de problemas, a
análise de gráficos e tabelas, a coleta de dados, a construção de gráficos e tabelas, a
elaboração de situações-problema e a interpretação. São propostas completas que
33
ajudam os alunos a saírem da rotina e buscarem informações no seu dia-a-dia,
procurando trabalhar com a contextualização dos conteúdos.
Os Estados do Paraná e Santa Catarina abordam os temas básicos como as
noções probabilísticas, binômio de Newton, médias, mediana, moda, entre outras. Os
Estados pretendem inserir uma Matemática mais prática aos alunos com a elaboração
deste novo currículo. São propostas menos detalhistas quando comparadas com as
propostas dos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Tocantins, no entanto abrangem
os principais conteúdos do Tópico Tratamento de Informações.
34
&216,'(5$d®(6),1$,6
Com a conclusão deste trabalho foi possível verificar que alguns Estados
brasileiros possuem a mesma preocupação que vem sendo o tema de muitas pesquisas
o Tópico Tratamento de Informações. Todos os Estados que nos responderam e que
possuem uma proposta para o Ensino de Probabilidade e Estatística
justificam a
inclusão destes assuntos no Ensino Fundamental e Médio sendo que suas justificativas
nos permitem realizar algumas constatações.
Foi possível salientar o papel que a Probabilidade e a Estatística tem na
formação do cidadão, permitindo uma análise de fatos complexos, permitindo uma visão
determinista, tornando possível a formação crítica do cidadão.
Os organizadores da proposta curricular do Estado de São Paulo pensam ser de
extrema importância ao cidadão o Ensino de Probabilidade e Estatística, pois este não
fica apenas na análise e organização de dados, é possível utilizá-la na programação de
computadores, no planejamento de uma pesquisa, na elaboração dos questionários e
na amostragem. O Estado de Tocantins também ressalta sua importância na
justificativa de que com tantas informações diárias as quais estamos expostos é
necessário que os cidadãos estejam preparados para lidar com tais situações, no
convívio social e a Probabilidade e Estatística são essenciais na formação do cidadão,
na formação de uma opinião própria. O Estado do Paraná destaca a necessidade que o
cidadão tem em quantificar dados coletados em pesquisas, a aplicabilidade de métodos
estatísticos, interpretação de tabelas e gráficos, além de serem disciplinas que não
estão ligadas apenas a Matemática e sim a outras áreas como Ciências Sociais,
Genética, Psicologia, entre outras. Por outro lado, Minas Gerais traz a praticidade que a
Probabilidade e Estatística envolvem, pois estão presentes no nosso dia-a-dia, fazem
parte do discurso jornalístico e científico cotidiano, estão presentes nas pesquisas de
intenção de votos, perfil sócio-econômico da população brasileira, nas chances de cura
de determinada doença ou nos riscos de contraí-la.
35
Analisando as Propostas Curriculares dos Estados podemos perceber que na
organização dos conteúdos e nos detalhes envolvidos, Minas Gerais, São Paulo e
Tocantins, apresentam uma proposta curricular mais detalhista e mais voltada para a
contextualização dos conteúdos envolvendo temas mais relacionados com o dia-a-dia
dos alunos, na aprendizagem de Probabilidade e Estatística. No entanto, os Estados do
Paraná e Santa Catarina, incluem os conteúdos básicos para serem aprendidos durante
o Ensino Fundamental e Médio, mas conteúdos que são ensinados sem uma
contextualização.
Realizando esta pesquisa foi possível concluir que o Ensino de Matemática está
mudando, está havendo uma preocupação dentre os Estados de inserir o Ensino de
Probabilidade e Estatística de uma forma mais prática e que seja voltada à realidade
dos alunos. Existe uma preocupação de mostrar aos alunos que sem o Ensino de
Probabilidade e Estatística o Ensino de Matemática não está completo, pois estes
tópicos trazem expectativas de aprendizagem para o Ensino de Matemática, e são
fundamentais na formação do cidadão.
36
5()(5Ç1&,$6
BAYER, A., BITTENCOURT H., ROCHA, J., ECHEVESTE, S. $ (VWDWtVWLFD H VXD
+LVWyULD In: XII SIMPÓSIO SUB-BRASILEIRO DE ENSINO DE CIÊNCIAS, 2004,
Canoas. Anais do SSBEC, 2004.
BRASIL, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. 3DUkPHWURV &XUULFXODUHV
1DFLRQDLV Matemática (1° e 2° ciclos do Ensino Fundamental). Brasília: SEF/MEC,
1997.
BRASIL, SECRETARIA DE EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL. 3DUkPHWURV &XUULFXODUHV
1DFLRQDLV Matemática (3° e 4° ciclos do Ensino Fundamental). Brasília: SEF/MEC,
1998.
LOPES, Celi A. E. $ 3UREDELOLGDGH H D (VWDWtVWLFD QR &XUUtFXOR GH 0DWHPiWLFD GR
(QVLQR
)XQGDPHQWDO
%UDVLOHLUR.
In:
CONFERÊNCIA
INTERNACIONAL
"EXPERIÊNCIAS E PERSPECTIVAS DO ENSINO DA ESTATÍSTICA" - DESAFIOS
PARA O SÉCULO XXI, 1999, Florianópolis. Anais de artigos selecionados Experiências
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