____________________________________________________________________ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE MARCIA APARECIDA ROSSIERI CADERNO TEMÁTICO DESVELANDO A ASTRONOMIA Uma Proposta Para o Ensino de Ciências _____________________________________________________________________ JACAREZINHO – PR 2008 2 ______________________________________________________________________ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEED SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE MARCIA APARECIDA ROSSIERI DESVELANDO A ASTRONOMIA Uma Proposta Para o Ensino de Ciências Caderno Temático apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE), orientado pelo Prof. Ms. George Francisco Santiago Martin, como produção didático-pedagógica. ____________________________________________________________________ JACAREZINHO – PR 2008 3 SUMÁRIO 1. DESVELANDO A ASTRONOMIA: UMA PROPOSTA DE 4 INOVAÇÃO.... 2. OS GRANDES ASTRONOMOS................................................ 3. AS GALÁXIAS E SUAS ESTRELAS..................................... 4. A ASTRONOMIA PLANETÁRIA................................................ 5. A CORRIDA ESPACIAL............................................................ 6.REFERÊNCIAS........................................................................ 16 26 35 81 87 1. DESVELANDO A ASTRONOMIA: UMA PROPOSTA DE INOVAÇÃO ASTRONOMIA: UMA BUSCA DO CONHECIMENTO DO UNIVERSO. 4 O QUE É ASTRONOMIA? A Astronomia é a ciência que estuda os astros. Astros são todos os corpos que se encontram no espaço celeste. Portanto, a Terra e o Sol são Astros ou um corpo celeste. Todo e qualquer conhecimento científico é obtido de um conjunto de ciências. A Astronomia _ que faz parte da ciência denominada Física _ estuda o Universo. Universo é o conjunto de tudo o que existe, desde as minúsculas partículas existentes no átomo às imensas galáxias do espaço sideral. A Astronomia é a mais antiga entre todas as ciências. Observar o céu estrelado tem sido muito mais que uma fonte de inspiração para o ser humano. O movimento dos corpos celestes revela-se periódico e por isso tem sido associado às variações do clima da Terra. Desde os tempos mais remotos, contemplar o firmamento era como assistir ao movimento de um imenso relógio, de extraordinária precisão, cujo mecanismo era preciso conhecer e dominar. Mitos sobre a Criação do Mundo De onde provém a terra? Como se formou o Universo? Muito antes das teorias científicas sobre a origem do mundo, todas as religiões, todas as culturas do planeta, tinham já dado resposta a estas perguntas. Egito: A terra surgiu do Nilo Havia no Egito Antigo vários mitos sobre a criação, contam-se pelo menos 10 divindades criadoras. Antes de todas as coisas não havia senão trevas e “água primordial”, o Nun (oceano à semelhança do Nilo que continha todos os germes da vida). Surgiu o senhor todo-poderoso Atum, que se criou a si próprio a partir do Num, por ter pronunciado o seu próprio nome, depois teve 2 gémeos, um filho Chu (que representava o ar seco) e uma filha Tefnut (ar úmido). Estes separaram o céu das águas e gerou Geb – a terra seca e Nut – o céu. Grécia: A união do Céu e da Terra Para os Gregos, o início da criação era o Caos, e este gerou Érebo (a parte mais profunda dos infernos) e Nyx (à noite). Estes fizeram nascer Éter (o ar) e Hémera (o dia). Depois Gaia (terra) tornou-se a base em 5 que todas as vidas têm a sua origem. Úrano (céu) casou-se com Gaia (terra). Todas as criaturas provêm desta união do céu e da terra (titãs, deuses, homens). Criação Bíblica 1º Dia – “Deus criou o Céu e a Terra” 2º Dia – “Deus fez o firmamento e separou umas águas das outras e chamou firmamento de Céu” 3º Dia – Houve a Terra e os Mares 4º Dia – Deus separou os dias e as noites 5º Dia – Surge peixes e aves 6º Dia – Surgem outros animais. Deus cria o Homem 7º Dia – “Deus descansou” Teoria do BIG BANG Teoria mais aceite sobre a origem do Universo, segundo ela o Universo teria nascido a partir de uma concentração de matéria e energia extremamente densa e quente. Nesse momento, ocorre uma explosão, o chamado Big Bang, que desencadeia a expansão do Universo, depois a matéria arrefece e passados um bilião de anos, a matéria agrega-se para formar as primeiras galáxias. FORMAÇÃO DO UNIVERSO O problema da origem do Universo é antigo, talvez mesmo o mais antigo problema filosófico com o qual o homem já se deparou. Duas teorias contraditórias despertam a atenção da ciência em relação à origem do universo. Onde estará a verdade? Vejamos: 1. No princípio do universo, todo o material cósmico se encontrava reunido num núcleo gigante que explodiu para dar origem às estrelas: o Big Bang 6 2. O universo estava, desde o princípio, tal como o vemos hoje, e as estrelas - a sua densidade e os seus movimentos no espaço permaneceram, em média, as mesmas. Universo Eterno. Mário Novello, famoso físico brasileiro, é um dos cientistas de fama internacional, que se preocupa sobremaneira, com a origem e destino do nosso universo. Seus críticos propagam a idéia de que as teorias de Novello não eram para serem levadas a sério. Quais seriam estas idéias? Mário Novello, partidário do Universo Eterno, apresentou a hipótese de um modelo onde o Big Bang surgiria com o ápice de um período de colapso no Universo Eterno. Seguir-se-ia uma fase de expansão que ocorre até hoje. Ao olhar o céu em uma noite sem nuvens e longe das luzes da cidade, é inevitável a sensação de vastidão do cosmos. Inúmeras luzinhas, que hoje sabemos serem estrelas distantes. Ao observar mais atentamente, percebemos uma faixa leitosa que atravessa o céu. Essa faixa nada mais é que a nossa galáxia, a Via Láctea. Ela tem uma forma achatada como uma “panqueca”, com as estrelas distribuídas em braços espirais. Ela contém dezenas de bilhões de estrelas, nosso Sol sendo apenas uma delas, localizado em um dos braços a uma distância do centro da galáxia correspondente a aproximadamente 2/3 do seu raio. Quando olhamos perpendicularmente ao plano de nossa galáxia, para cima ou para baixo da panqueca, não vemos tantas estrelas. A faixa leitosa no nosso céu nada mais é que a projeção de um grande número de estrelas na direção do plano galáctico. Tal concentração de estrelas não permite a identificação individual delas, leitosa que dá origem ao nome de nossa galáxia, que é apenas uma entre os bilhões de galáxias que existem no nosso universo. O que vem a ser cosmologia? Cosmologia é a Ciência que estuda a estrutura, evolução e composição do universo. Por Ciência, nos referimos ao uso do método científico para criar e testar modelos; por estrutura, entenda se o problema da forma e da reorganização da matéria no universo; por evolução, as diferentes fases pelas quais o universo passou; por composição, queremos saber do que é feito o universo. 7 Devemos nos considerar privilegiados, pois somos a primeira geração a ter capacidade tecnológica para estudar cientificamente o universo, graças ao desenvolvimento de instrumentos de alta precisão, desde os grandes telescópios dos montes Wilson e Palomar, ambos nos Estados Unidos, ao telescópio espacial Hubble e aos satélites COBE (Cosmic Background Explorer) e WMAP (Wilkinson Microwave Anisotropy Probe). Sem o avanço tecnológico dos últimos 50 anos, seria impossível formular e testar teorias sobre o universo. Esses instrumentos trouxeram e alguns ainda trazem muitas informações acerca do universo. Paradoxalmente, ao mesmo tempo em que alcançamos um estágio de grande conhecimento, sabemos que a maior parte do universo é feita de algo que ainda não compreendemos: a matéria escura e a energia escura, que abordaremos mais adiante. Antes de discutirmos a estrutura do universo temos que introduzir a unidade de distância apropriada a seu estudo. Quando lidamos com o tamanho de uma sala, usamos o metro (m) como unidade. Quando olhamos em um mapa das estradas brasileiras, a unidade mais apropriada é o quilômetro (km). Obviamente podemos expressar a distância entre duas cidades em unidades menores, como o centímetro, mas certamente não é conveniente. Da mesma maneira, quando estudamos distâncias entre objetos no universo, a unidade mais apropriada é o ano luz, definido como a distância que a luz percorre em um ano. A velocidade da luz no vácuo é de 300 mil quilômetros por segundo e, portanto, um ano-luz equivale a cerca de 10 trilhões de km. Outra unidade relacionada ao ano-luz e também muito usada é o parsec, que equivale a 3,26 anos luz. Para se ter uma noção de distâncias usando a velocidade da luz, vamos citar alguns exemplos: o perímetro da Terra é de aproximadamente 0,1 segundo-luz; a distância da Terra ao Sol vale cerca de oito minutos-luz; a estrela mais próxima de nós (Alfa Centauro) está a 4,2 anos-luz, enquanto uma das galáxias mais próximas (Andrômeda) encontra-se a cerca de 2 milhões de anos-luz. O tamanho do universo que podemos em princípio observar é de cerca de 13 bilhões de anos-luz. É importante notar que, quando olhamos para um objeto muito distante, estamos vendo como ele era quando emitiu a luz que 8 nos chega hoje, ou seja, estamos olhando para o seu passado. Por exemplo, a luz que observamos hoje de Andrômeda e que imprime sua imagem em uma chapa fotográfica levou 2 milhões de anos para chegar até nós e, portanto, mostra como era essa galáxia há 2 milhões de anos atrás. Uma das maiores descobertas do século passado foi, sem dúvida, o fato de que o universo está em expansão. Por muito tempo, pensou-se que, descontado o movimento aparente das estrelas devido à órbita da Terra ao redor do Sol, o universo seria estático, imutável. Mesmo Einstein acreditava nisso, pois não havia evidências experimentais do contrário. Porém, em 1929, o astrônomo norte-americano Edwin Hubble (1889-1953) observou que as galáxias estão se afastando de nós, ou seja, que o universo está em expansão. Mas será então que estamos no centro do universo? Afinal de contas todas as galáxias estão se afastando de nós! Para responder a essa pergunta, vamos imaginar o seguinte caso, que é análogo ao que acontece no universo: suponha que tenhamos nos transformado em pessoas “chatas” (no sentido de achatadas ou bidimensionais) ou em formigas, daquelas espécies muito pequenas. Imaginemo-nos, agora, movendo-nos sobre a superfície de um balão de borracha, desses comuns em festas infantis, no qual tenhamos pintado, com uma caneta, manchas com o mesmo tamanho e formato para representar as galáxias. Para nós, em nossa nova forma (seres achatados ou formiguinhas), não existe nenhum ponto privilegiado ou centro na superfície do balão. Seria a mesma coisa que nos perguntar qual é o centro da superfície do planeta Terra. Lembre-se de que, pelo fato de agora sermos achatados, o espaço em que podemos nos mover é apenas a superfície curva do balão, ou seja, não temos acesso ao seu interior. Essa analogia bi-dimensional é mais fácil de imaginar do que um espaço curvo de três dimensões, que é o caso do nosso universo. Nessa analogia, a expansão do universo é representada pelo enchimento do balão. À medida que o balão enche, as galáxias (manchas) vão se afastando umas das outras. 9 De fato, formiguinhas posicionadas em cada mancha veriam todas as outras manchas se afastando dela. Cada formiguinha pensaria que está no centro da expansão do balão. Mas, como já vimos, não existe um centro. Se o universo não é estático, isto é, evolui então ele possui uma história. Podemos pensar na evolução atual do universo como um filme. Rodando o filme de trás para frente, percebemos que no passado as galáxias estavam mais próximas umas das outras. Conseqüentemente houve, portanto, um momento em que todas as galáxias estavam juntas (na verdade, as galáxias não existiam no passado, tendo sido formadas durante a evolução do universo, a aproximadamente 1 bilhão de anos após o início), quando o balão estaria totalmente murcho (temos que imaginar que o balão se reduz a um ponto nesse caso). Esse seria o instante inicial do filme, e o tempo decorrido a partir daquele início até o presente é o que chamamos de idade do universo. Conhecendo-se a velocidade das galáxias e as distâncias delas até nós, podemos estimar o tempo que elas levaram para que chegassem onde estão hoje. Com base na teoria da relatividade geral de Einstein, complementada com dados observacionais, foi possível chegar a uma boa estimativa da idade do universo: cerca de 13 bilhões de anos. À medida que rodamos o filme da história do universo ao contrário, notamos que, como as galáxias ficam mais próximas umas das outras, o universo fica cada vez mais denso. Também, devido a essa compressão, o universo fica mais quente — quem já encheu um pneu de bicicleta com uma bomba manual talvez já tenha verificado que a bomba se aquece devido à compressão do ar. Levando essa contração ao extremo, concluímos que o universo começou sua evolução a partir de um estado extremamente quente e denso. Por esse motivo, a teoria que descreve essa evolução é denominada de big bang, desenvolvida principalmente estudo da estrutura do universo realizada pelo SDSS é feita em duas etapas: galáxias são identificadas em imagens bi-dimensionais e, com a determinação de suas distâncias, um mapa tri-dimensional com profundidade de 2 bilhões de anos luz é criado. SDSS Quando esquentamos o gelo, ele derrete, formando água e, se continuamos a esquentar a água, ela evapora. 10 O gelo, a água e o vapor são diferentes fases da água. Da mesma maneira, o universo passou por diferentes fases, dependendo de sua temperatura em um dado momento. Lembre-se que temperatura e densidade aumentam à medida que olhamos cada vez mais no passado do universo. Uma das conseqüências mais interessantes é a de que, somente depois de aproximadamente 400.000 anos após o início do universo, sua temperatura ficou menor que alguns milhões de graus, correspondente à energia de ligação do hidrogênio. Foi apenas depois dessa época que os átomos puderam se formar. Antes disso o universo era um plasma de núcleos atômicos leves (hidrogênio e hélio, principalmente) e elétrons, fortemente acoplados pela radiação eletromagnética (luz). Assim, o universo era opaco antes dessa época. Depois de 400.000 anos, os átomos desses elementos leves puderam se formar e o plasma se neutralizou, tornando o universo transparente, pois os fótons não interagem diretamente com matéria eletricamente neutra. Chamamos a esse fenômeno de recombinação. Ainda mais no passado (mais próximo ao início do universo), a temperatura e densidades eram ainda muito maiores, de modo que em seus primeiros momentos o universo era constituído por uma “sopa” quentíssima de partículas elementares. A teoria da relatividade geral, suplementada pela teoria da física das partículas elementares, fornece um modelo para a evolução do universo, o chamado Modelo Cosmológico Padrão, nome mais pomposo para o big bang. A teoria atual mais aceita pelos cientistas é a do Big Bang (grande explosão). No início a 10 ou 20 bilhões de anos, todo universo estaria concentrado numa partícula única, extraordinariamente densa e quente. Essa partícula teria sofrido uma imensa explosão _ o Big Bang _, transformando-se numa imensa bola de gás muito quente e densa. Essa enorme e quentíssima bola foi se expandindo, resfriando-se, fragmentandose e dando origem as galáxias. No interior das galáxias foram se formando as estrelas, os planetas e outros corpos. Uma das diferenças entre ciência e mitologia consiste justamente no fato de que modelos científicos devem ser verificados experimentalmente para serem comprovados ou rejeitados. Caso nossos 11 modelos não possam ser verificados, ou seja, caso eles não façam previsões passíveis de teste, então estamos fazendo filosofia. Concentraremos em dois desses “fósseis”, que foram decisivos para determinar o sucesso do Modelo Cosmológico Padrão: a radiação cosmológica de fundo e a abundância de elementos leves. O Modelo Cosmológico Padrão descreve o universo iniciando sua evolução a partir de um estado extremamente quente e denso. O universo, então, se expande e esfria. O que restou hoje desse grande calor inicial equivale a uma temperatura de apenas 270 graus Celsius negativos, muito próxima do chamado zero absoluto de temperatura. Portanto, todo o espaço é permeado por esse “calorzinho” ou radiação que sobrou do big bang. Essa é uma previsão do modelo, realizada em 1948 por Gamow e colaboradores. Pouco menos de duas décadas mais tarde, esse “eco” do big bang foi detectado por uma grande antena de comunicação nos laboratórios Bell, nos EUA. Hoje em dia ela representa o melhor espectro de corpo negro já medido. O estudo experimental e teórico dessa chamada radiação cosmológica de fundo tem sido fundamental para o desenvolvimento da cosmologia. A radiação cosmológica de fundo é extremamente homogênea, mas suas pequenas variações de uma parte em 10.000, detectadas no início da década de 1990, deram origem às galáxias, estrelas e, ultimamente, a nós. Outro fóssil do início do universo está na presença de alguns elementos leves, como o deutério e o hélio, formados na fornalha cósmica que era o universo três minutos depois de seu surgimento, situação na qual a temperatura atingia cerca de um bilhão de graus. Os outros elementos, como nossos átomos de carbono, oxigênio, etc., foram sintetizados no interior de estrelas, onde as altíssimas temperaturas permitem produzi-los através de reações nucleares. Esses elementos são ejetados das estrelas quando estas explodem em eventos chamados super novas. Esse processo de formação de elementos é denominado nucleossíntese. O Modelo Cosmológico Padrão prevê que aproximadamente a quarta parte de toda a matéria do universo foi convertida em hélio. 12 Cálculos sofisticados também resultam em previsões para a abundância no universo de deutério e lítio. Esses números foram verificados observacionalmente nos últimos 20 anos (não é simples realizar essas medidas) e seu acordo com o Modelo Cosmológico Padrão representam mais um sucesso a seu favor. Do que é feito o universo? Perguntas simples de serem formuladas geralmente possuem respostas complexas. Por exemplo, se me perguntassem do que é feita a mesa que estou usando para escrever esse texto poderia responder simplesmente de que a mesa é feita de madeira. A resposta é correta, mas pode não satisfazer totalmente a curiosidade de uma mente inquiridora. “Mas do que é feita a madeira?” Seria a próxima pergunta. Uma seqüência de perguntas deste tipo nos leva rapidamente à fronteira do conhecimento científico no mundo microscópico. A madeira é feita de moléculas e estas são compostas de átomos. Os átomos, apesar do nome de origem grega que significa indivisível, são de fato formados por um núcleo pesado contendo prótons e nêutrons e com elétrons orbitando ao seu redor. A estrutura do átomo, que começou a ser desvendada por Lord Rutherford nos anos de 1910, é o que geralmente aprendemos na escola. Hoje sabemos que os prótons e nêutrons são formados por outras partículas, denominadas quarks e gluons, mas isso não será relevante para nosso propósito. Portanto, ao invés de responder que a mesa é feita de elétrons, quarks e gluons, aqui será suficiente responder que a mesa é feita de átomos. Aumentando um pouco nosso escopo, vamos atentar para o mundo que nos cerca, como o nosso planeta. Do que é feito o planeta Terra? Sem dúvida, toda a diversidade de nosso planeta pode ser reduzida a átomos. Mas não é só isso. Por exemplo, caso não houvesse luz ao nosso redor, não conseguiríamos enxergar nada. A luz é apenas um exemplo particular do que chamamos de radiação eletromagnética, que abrange 13 desde a radiação de nossos fornos de microondas até os raios- X usados para fazermos radiografias. Sabemos desde o início do século passado que a luz é feita de uma torrente de partículas elementares denominadas fótons. Outro ingrediente que temos ao nosso redor, mas que não notamos são partículas de um tipo diferente produzidas em reações nucleares, como as que ocorrem no Sol ou em reatores aqui na Terra. São os chamados neutrinos, que interagem tão fracamente que bilhões deles podem passar por nossos corpos sem que percebamos. Eles foram detectados apenas na década de 1950, com o desenvolvimento dos primeiros reatores nucleares para geração de eletricidade. Podemos então responder simplificadamente A radiação cosmológica de fundo é extremamente homogênea, mas suas pequenas variações de uma parte em 10.000, detectadas no início da década de 1990, deram origem às galáxias, estrelas e, ultimamente, a nós Núcleos atômicos, como o carbono e ferro, também foram (e são) sintetizados através de reações nucleares no interior de estrelas e ejetados quando estas explodem em eventos chamados super novas. Esse processo de formação de elementos químicos é denominado nucleossíntese Para galáxias, a massa como função do raio inicialmente cresce com M(r) 3, o que implica em (assumimos uma densidade constante por simplicidade) até sua borda (onde não deveria haver mais muita matéria) e depois permanece constante. Portanto, a curva de rotação em uma galáxia deveria inicialmente aumentar linearmente e depois decrescer com o inverso da raiz quadrada da distância. Porém, onde a curva de rotação permanece praticamente constante mesmo para distâncias maiores que a borda visível da galáxia. Esse comportamento indica que a massa da galáxia cresce com M(r) r além da borda visível da galáxia, indicando a presença de matéria escura. Essa matéria escura estaria presente em um halo invisível esfericamente simétrico ao redor da galáxia. Existem muitas outras evidências da existência de matéria escura: dinâmica de galáxias em aglomerados de galáxias, efeitos de lentes gravitacionais, efeitos na curvatura do universo e outros. Vamos agora iniciar nossa tentativa de responder à pergunta: do que é feito o universo? Primeiramente, temos que enfatizar algo óbvio: o 14 universo é muito grande. Como podemos tentar responder a essa pergunta se nunca conseguimos sequer enviar espaçonaves para as redondezas do nosso sistema solar? Certamente temos que inferir a composição do universo a partir de observações realizadas por instrumentos aqui na Terra ou em sua órbita. Como primeira tentativa, poderíamos pensar que o universo é feito das mesmas coisas que estão no nosso planeta: átomos, fótons e neutrinos. De fato, por muitos anos esse foi o paradigma científico. Esse paradigma começou a ruir quando observações iniciadas na década de 1930 pelo astrônomo suíço Fritz Zwicky, realizadas no observatório americano do Monte Wilson, mostraram que o peso das galáxias (ou, mais precisamente, a quantidade de massa), é cerca de 100 vezes maior que o de todas as estrelas da galáxia somadas. Portanto, existe na galáxia um tipo de matéria que não irradia luz, que ficou conhecida pelo nome de matéria escura (matéria transparente seria mais apropriada). Na década de 1970, avanços em cosmologia mostraram como calcular a quantidade de átomos de elementos leves, como o hélio e o deutério, que teriam sido produzidos nos três primeiros minutos do universo. Para explicar as quantidades observadas desses elementos leves em galáxias distantes, apenas uma fração muito pequena do universo, aproximadamente 5%, seria composta de átomos. Uma fração ainda muito menor corresponderia a fótons e neutrinos. Portanto, a maior parte do universo não é feito do mesmo material que nós somos feitos, de átomos. Mas então qual a composição dos outros 95% do universo? Não temos ainda uma resposta definitiva. Chegamos à fronteira do conhecimento macroscópico. A presença de matéria escura se estende muito além das estrelas e poeira que formam a matéria visível e que identificamos, efetivamente, como nossa galáxia. A matéria escura na realidade é invisível, mas suas propriedades são determinadas indiretamente através de seu efeito gravitacional no movimento das estrelas e nuvens de gás da galáxia. A Idade do Universo 15 Fizemos anteriormente uma determinação da idade do Universo fazendo uma suposição de que a expansão do Universo teve velocidade constante do passado até o Universo atual. Só que agora sabemos que isto não é verdade. Os efeitos da gravidade desaceleram a expansão. Não importa qual modelo de Universo escolhemos, é sempre correto dizer que o Universo se expandia mais rapidamente no passado do que agora. A suposição de que o Universo se expandiu com velocidade constante deve nos ter levado a uma estimativa de idade do Universo que é maior do que a idade real. O Universo deve ser mais jovem que 13 bilhões de anos (o valor determinado anteriormente). Quão mais jovem depende de quanta desaceleração ocorreu. 2. OS GRANDES ASTRONOMOS A visão que hoje temos do Sistema Solar não é a mesma de anos atrás. E não é preciso recordar a Antiguidade dos orientais e dos gregos, ou os séculos de Ptolomeu, Copérnico, Galileu e Kepler. Quem tem mais de 25 anos nasceu numa época em que se acreditava que Saturno era 16 o único planeta com anéis, pois foi apenas em março de 1977 que os anéis de Urano foram descobertos, seguidos pelos de Júpiter, em 1979, e os de Netuno, em 1989. Nosso sistema planetário vem se modificando continuamente desde sua formação – e os nossos conhecimentos sobre ele vêm se aprimorando rapidamente, no ritmo das descobertas. Os antigos observavam a existência de estrelas fixas e estrelas viajantes que caminhavam de modo errante, tempos para frente e tempos para trás. Por que este fenômeno acontecia? Porque a forma da Lua era variável? Porque o Sol permanecia mais tempo no céu no verão e menos tempo no inverno (em algumas regiões desaparecendo por meses)? As respostas a essas perguntas que nos levaram à compreensão do Universo. A grande pista para essa compreensão foi à regularidade dos fenômenos observados: os dias e as noites, as fases da Lua, a movimentação das estrelas errantes (planetas), viajando através das outras estrelas fixas. Os observadores concluíram que os corpos celestes se organizam de alguma forma. Os astros sempre foram motivo de observação e estudo para o homem. Astecas, chineses, indianos e outras civilizações como a Mesopotâmia, e povos como os gregos e os árabes registraram ao longo da história diversos eventos celestes, como eclipses solares e lunares e efetuaram medidas dos astros e de suas órbitas principalmente com o objetivo de manter calendários precisos. Os dois maiores astrônomos da antigüidade foram Hiparco e Ptolomeu. Estas primeiras observações astronômicas eram feitas totalmente a olho nu e, portanto, limitadas. A invenção do telescópio deu maior impulso à observação do céu. O telescópio tem uma origem controversa, sendo sua invenção geralmente atribuída a Hans Lippershey, um fabricante de lentes neerlandês, em 1608. Em 1609, o astrônomo italiano Galileo Galilei apresentou um dos primeiros telescópios registrados pela história (uma "luneta") e dele obteve diversas observações astronômicas que o levaram a confirmar o sistema heliocêntrico de Copérnico. As observações de Galileu incluíram a descoberta das manchas solares, do relevo lunar e dos satélites de Júpiter, entre outras importantes descobertas. 17 Tentando explicar esses fenômenos surgiram os dois grandes modelos historicamente construídos: o modelo geocêntrico, tendo por defensor de destaque Ptolomeu e o modelo heliocêntrico de Copérnico. O modelo Geocêntrico No início da era cristã, Cláudio Ptolomeu aperfeiçoou o modelo geocêntrico proposto por pensadores pré-socráticos, segundo o qual a Terra ocuparia o centro do universo e o Sol, assim como todos os planetas e a Lua, girariam em torno dela (naquela época eram conhecidos Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno). As órbitas do Sol e da Lua representavam círculos perfeitos, enquanto os planetas descreviam uma órbita mais complexa, apresentando pequenos círculos chamados epiciclos, cujo centro se moveria num circulo maior em torno da Terra. Fechando o conjunto, haveria uma grande esfera, na qual as estrelas fixas estariam incrustadas. Modelo geocêntrico: Terra, Lua, Mercúrio, Vênus, Sol, Marte, Júpiter, Saturno e as estrelas fixas, nesta ordem. Os pequenos círculos (epiciclos) que os planetas descreveriam em torno de círculo maior (deferente), explicariam a ida e vinda dos planetas em determinadas épocas do ano. Existem algumas evidências que podem comprovar o conhecimento a olho nu dos planetas mencionados, por exemplo, no livro sagrado, a Bíblia, está escrito em José 10:13 “e o Sol se deteve e a Lua parou... o Sol pois se deteve no meio do céu”, ou seja, José orou e o Sol parou. Pela lógica, só poderia parar algo que estivesse em movimento, se o Sol parou é porque estaria se movendo em relação à Terra, a qual se encontra parada. Outra evidência considerada seria o fato de o próprio Sol nascer a leste, caminhar em trajetória circular até ficar a pino e depois se por a oeste. Ptolomeu propôs, ainda, outro exemplo que comprovaria o repouso da Terra: se soltarmos uma pedra do alto de um edifício ela cai no pé do edifício, diferentemente do que seria esperado, segundo ele, pois, se a Terra se movesse, o edifício se afastaria com ela e a pedra cairia longe dele. Mas o argumento mais forte do geocentrismo, após o século XIII, seria de natureza religiosa (e, portanto, política, já que a influência política do clero perdurou por séculos): Deus habitara o centro do Universo; 18 Cristo, o filho do próprio Deus, habitou a Terra; o homem, feito à imagem e semelhança de Deus, habitaria o centro do Universo e, conseqüentemente, este centro seria a Terra (a morada do homem), tornando os demais astros, as estrelas, por exemplo, apenas como enfeites, sendo imutáveis. O Modelo Heliocêntrico O primeiro modelo pensado, por Aristarco de Samos, propunha que a Terra giraria em torno do Sol, em relação a um eixo central. Com essa suposição, ele explicou o ciclo das estações do ano e também a seqüência de dia e noite. Com argumentos de trigonometria, estimou a distância da Terra a Lua e o espaço que separa a Terra e o Sol. Na época do renascimento, a produção de vidro, que levaria à produção de lentes e às futuras montagens de óculos para leitura e do micro-telescópio, já ocorria com significativo domínio. Neste ambiente de transformação rápida, que Copérnico revisitou Aristarco e propôs sete axiomas principais para sustentar sua teoria: *Nem toda es * fera celeste gira em torno de um único centro. O centro da Terra não é o centro do Universo, mas apenas o da gravidade e órbita da Lua. * Todas as esferas giram em torno do Sol; conseqüentemente, o Sol é o centro do Universo. *A distância das estrelas fixas é tão imensa, em comparação à da Terra ao Sol, que esta é insignificante. * Os movimentos que aparecem no firmamento não provêem do firmamento e sim da Terra, que a cada dia gira em torno do seu próprio eixo. *6- O que nos parece o movimento do Sol não é outro se não o movimento da Terra que, como os outros planetas, giram em torno dele. *7- Os movimentos aparentemente retrógrados dos planetas devem-se apenas ao movimento da Terra que basta para explicar todos os movimentos irregulares no céu. A obra de Copérnico atinge não apenas os dogmas científicos, mas também religiosos. Em 1600, Giordano Bruno havia defendido a doutrina de Copérnico, bem como as idéias de que o universo infinito e 19 Eterno, e o Sol e uma estrela como as outras. Foi queimado em Roma, por ordem da igreja, acusado de heresia, teve a boca pregada para “não blasfemar”. Seu comentário final no julgamento foi: “Espero vossa sentença com menos medo do que a promulgas. Chegará um tempo em que todos verão o que eu vejo”. Antes de sua morte, a solução do enigma da órbita de Marte, enunciado nos apontamentos precisos de Tycho Brahe começou a ser encontrada. Havia um problema na descrição do caminho teórico dos planetas (com base no circulo perfeito) estabelecida por Aristóteles, a qual não combinava com as observações. Após anos de árduo trabalho, Johannes Kepler, discípulo de Brahe, conseguiu mostra que, corrigindo a teoria de Copérnico no sentido de dar ao Sol a posição central, a órbita elíptica se mostrou em melhor de acordo com a experiência. Kepler pode formular suas três leis do movimento planetário: 1. As órbitas dos planetas são elípticas e o Sol se localiza num dos focos; 2. O raio imaginário que liga o Sol a qualquer planeta varre áreas iguais em tempos iguais. 3. O quadrado do período de revolução (T 2 ) de cada planeta em torno do Sol e proporcional ao cubo da distancia do semi -eixo maior desse planeta ao Sol. No ano de 1609, data especial para astronomia não só pela publicação da astronomia nova, mas também porque pela primeira vez, um homem aponta uma luneta para o céu. Seu nome é Galileu Galilei, contemporâneo de Kepler. Ele observou que o céu também é mutável. Em Janeiro de 1610, quando Galileu apontou a luneta para o céu, observou o corpo esbranquiçado da Via - Láctea, a galáxia que contém o nosso sistema solar, revelando um amontoado de estrelas nunca antes observado pelo olho humano. Por volta de sete horas da manhã, em fevereiro de 1610, observou três pálidas estrelas em volta do corpo de Júpiter. Na noite seguinte, descobriu espantado, que mudaram de posição. Compreendeu, então, que não são estrelas fixas como Aristóteles havia ensinado. No dia seguinte o céu estava nublado, mas em 10 de fevereiro só enxergavam-se duas estrelas. No dia seguinte, elas eram quatros. 20 Ao final de dois meses, ele registraria: “A experiência sensível mostra, agora, que quatros estrelas errantes giram em torno de Júpiter, como a Lua em torno da Terra, e todas junto com Júpiter e num período de 12 anos em torno do Sol numa grande revolução”. De Júpiter, Galileu passou para Saturno e Vênus, constatando que os planetas recebem luz do Sol, não têm luz própria. Ao observar Vênus com seu telescópio, Galileu fez outra importante descoberta: observou que Vênus apresenta fases, como a Lua. As suas observações também contradizem o modelo de Ptolomeu, segundo o qual a órbita de Vênus deveria ser um epiciclo inteiramente contido entre o Sol e a Terra, que levaria Vênus a aparecer sempre da mesma forma, como um crescente iluminado (sem fases). O homem, que sempre se tinha considerado como rei da criação, viu-se subitamente vivendo em um planeta secundário, que revolvia em torno de um sol muitíssimo maior. Uma idéia tão revolucionária devia ter provocado uma grande agitação nas mentes dos homens de pensamento. Bastante estranhamente, não causou quase nenhuma. O sistema mundial de Copérnico foi considerado essencialmente como um método inteligente de reduzir oitenta círculos a trinta e quatro. Não obstante, a pouca atenção que se deu a ele durante a geração seguinte foi, de modo geral, amistosa. Embora os luteranos, a partir de Lutero, tivessem detestado o livro desde o princípio, a maior parte da cristandade tinha-se conservado em atitude reservada, pelo menos. É até mesmo possível que a cristandade tivesse absorvido eventualmente o conceito da Terra em movimento de Copérnico, exatamente como tinha aceito anteriormente a Terra esférica de Aristóteles. Mas não devia ser assim tão simples. Um monge renegado de nome Giordano Bruno (1574-1600) abriu os olhos da Igreja para as perigosas implicações da teoria de Copérnico, e um Galileu desprovido de tato fechou a questão completamente. Tycho Brahe Tycho Brahe nasceu em 14 de dezembro de 1546 na cidade de Skane, Dinamarca. Primogênito de uma família nobre foi criado pelo tio, do qual também herdaria grande fortuna. Ainda muito jovem foi estudar Direito e Filosofia na Universidade de Copenhague. Foi quando presenciou um 21 eclipse parcial do Sol e ficou impressionado com a precisão da previsão matemática do fenômeno. O fato de que o movimento dos astros poderia ser tão bem determinado, a ponto de sabermos suas posições relativas num dado momento, entusiasmou Tycho. Com apenas 16 anos seu tio o mandou para Leipzig, na Alemanha, para continuar seus estudos de direito. Mas já era tarde. Tycho estava maravilhado pela Astronomia. Comprava livros, instrumentos e passava a noite observando o céu. Supernova: Uma noite, em 17 de agosto de 1563, descobriu que as efemérides de sua época estavam erradas em vários dias na previsão de uma aproximação aparente entre Júpiter e Saturno. Assim, decidiu ele mesmo compilar tabelas mais acuradas a partir de observações sistemáticas e mais precisas das posições dos planetas por um longo período de tempo. No dia 11 de novembro de 1572 Tyhco teria o privilégio de contemplar um evento celeste que o deixaria ainda mais maravilhado: a explosão de uma super nova, uma estrela de grande massa que ao morrer emite um pulso de luz de curta duração (em comparação com seu tempo de brilho), porém de grande intensidade. Maior que o brilho de todas as estrelas da galáxia juntas. O dinamarquês Tycho Brahe nasceu exatamente três anos após a morte de Copérnico. Enquanto Copérnico foi um teórico competente, Tycho Brahe foi um observador astronômico extremamente competente e preciso talvez o maior de todos os tempos. Ele ganhou de Frederico II da Dinamarca um observatório localizado em uma ilha, Uraniborg, e equipou-o com instrumentos aperfeiçoados pelas melhores técnicas do tempo. Durante 10 anos em Uraniborg, e mais tarde em Praga-onde ganhou a companhia de Kepler, reuniu as medidas astronômicas mais extensas e precisas que jamais tinham sido conseguidas. Suas observações sobre os planetas foram as mais importantes de todas, devido ao papel que desempenharam mais tarde nas mãos de Kepler. Mas antes que Kepler tivesse tempo para completar seu trabalho, Bruno conseguiu lançar a opinião religiosa contra o Sistema Mundial de Copérnico. 22 As Leis de Kepler simplificam a Astronomia Johannes Kepler (1571-1628), teve origem humilde. Nasceu na Alemanha em 1571 e ainda muito jovem foi enviado a um seminário protestante cujo objetivo era criar barreiras teológicas contra o avanço da poderosa Igreja Católica Romana. Sua curiosidade, contudo, foi sempre maior que o temor a Deus que se inspira em lugares assim. O Deus de Kepler era o poder criador do Universo. Kepler ajudaria a Europa a livrar-se da reclusão do pensamento medieval. Ele teria um vislumbre da mente de Deus. As três leis do céu: quase em desespero, Kepler tentou a elipse, figura explicada pela primeira vez em manuscritos de Apolônio de Perga, na famosa Biblioteca de Alexandria. “Ah, que bobo tenho sido!” Exclamou Kepler em suas anotações. Seu trabalho assinala o nascimento da ASTRONOMIA moderna. A elipse, afinal, se ajustou maravilhosamente as observações de Tycho. Kepler descobriu que a órbita de Marte em volta do Sol era uma elipse e não um círculo. Assim como a dos outros planetas – embora a maioria elipses bem menos esticadas, isto é, quase círculos aos olhos de um observador desatento. Kepler foi mais longe. Percebeu que numa órbita elíptica um planeta aumenta a sua velocidade quando se aproxima do Sol, diminuindo quando se afasta algo que também está de acordo com as observações práticas e se tornaria a Primeira Lei do Movimento Planetário – ou a Primeira Lei de Kepler: os planetas se movem em torno do Sol em órbitas elípticas, com o Sol num dos focos da elipse. Johann Kepler foi o primeiro cientista a utilizar métodos matemáticos para descobrir as leis do movimento planetário. Acreditava firmemente em Copérnico e passou grande parte de sua vida procurando uma lei simples que explicasse os movimentos do sistema solar. Por volta de 1618, utilizando as observações astronômicas precisas de Tycho Brahe, tinha publicado as três leis que se tornaram os princípios orientadores da moderna astronomia. 23 As três leis de Kepler foram confirmadas por incontáveis observações. Sabemos agora que não são absolutamente exatas, mas são quase tão perfeitas que nem o mínimo erro foi encontrado nelas por mais de duzentos anos. Os oitenta círculos de Ptolomeu, que Copérnico havia reduzido para trinta e quatro, tinham sido agora substituídos por sete elipses. A exigência pitagoriana de simplicidade e elegância matemáticas tinha finalmente sido satisfeita. O Universo Infinito Giordano Bruno nasceu perto de Nápoles, Itália, em 1547, tornando-se religioso dominicano na idade de 15 anos. Era agressivo, independente e intolerante, e causa de muitos aborrecimentos para seus superiores. Sob suspeita de heresia, deixou a Itália e passou a ensinar em diversas Universidades da França, Alemanha, Suíça, e finalmente, em Londres, em 1583. Ali publicou três livretos, um dos quais — Dell'infinito Universo e Mondí (“Do Universo Infinito e dos Mundos”) causou todo o problema. Segundo sua crença, que Deus é infinito em todos os sentidos, Bruno sentiu que não devia haver nada que fosse finito em seu universo. Escreveu ele que “há uma interminável quantidade de mundos particulares, semelhantes a esta terra; como os pitagóricos, considero-a como uma estrela, e semelhantes a ela são a Lua, os planetas e as outras estrelas, cujo número é infinito, e todos esses corpos são mundos”. Explicou também que cada mundo tem seu próprio sol, em torno do qual gira. Expandindo as idéias de Copérnico, Bruno não somente tirou a Terra do centro do universo, como também o Sol, porque como o universo é infinito, nenhum corpo pode ser considerado apropriadamente como localizado em seu centro ou em sua periferia. Todos os planetas que circulavam em torno de todos os sóis eram igualmente importantes aos olhos de Deus, e algumas vezes ele pensava que eles eram o próprio Deus. Em 1593 Bruno cometeu o erro fantástico de regressar à Itália. Sua presença foi logo descoberta pela Inquisição — um tribunal religioso que tinha jurisdição sobre assuntos eclesiásticos — e ele foi preso. Após sete anos de prisão, foi julgado por uma série de acusações e considerado culpado. A sentença foi a punição “com toda clemência possível, e sem 24 derramamento de sangue”. Estas palavras suaves significaram, na prática, que Bruno foi queimado vivo em uma fogueira. E importante lembrar que as opiniões de Bruno não se baseavam na observação. Sua contribuição foi de natureza filosófica, e não um sistema científico. Não obstante, algumas de suas idéias persistiram após sua morte e eventualmente encontraram compreensão em tempos mais racionais. Galileu e a Inquisição A despeito da precisão e da simplicidade das leis de Kepler, a noção de uma Terra em movimento ainda devia receber outro golpe. Logo que Galileu fabricou seu primeiro telescópio em 1609, apontou-o para o céu e começou afazer descoberta após descoberta, com incrível rapidez. Virando-o para a Lua, encontrou montanhas e outras irregularidades, mostrando que era um mundo semelhante à Terra. Em seguida, dirigiu seu telescópio para as constelações e descobriu “uma multidão de outras estrelas, tão numerosas que era quase inacreditável”. Bruno tivera razão, afinal de contas. “A galáxia é... uma massa de inumeráveis estrelas, plantadas juntas em enormes aglomerados.” Também Copérnico estivera provavelmente certo, porque Júpiter e suas luas formavam um sistema solar em miniatura, traçado de acordo com suas idéias. Observando Vênus, Galileu viu que ele passa por fases exatamente como as da Lua, o que era uma confirmação direta da teoria de Copérnico. O sistema ptolemaico requeria que Vênus nunca mostrasse mais do que um semicírculo de superfície iluminada voltado na direção da Terra. O sistema de Copérnico previa exatamente a seqüência de fases que Galileu havia visto. Esta única descoberta provou que Copérnico tivera razão, para todos que acreditavam na evidência de seus olhos. Aproximadamente ao mesmo tempo, Galileu descobriu os anéis de Saturno, mas interpretou-os incorretamente como “três esferas que quase se tocam”. Descobriu também pontos negros que se moviam na superfície do Sol, embora outros igualmente os percebessem mais ou menos ao mesmo tempo. Essas manchas do Sol provam que ele gira em torno de seu eixo, e 25 seu período de rotação pode ser determinado pelo deslocamento das manchas. 3. AS GALÁXIAS E SUAS ESTRELAS O Universo está povoado de sistemas estelares denominados Galáxias. No céu noturno, aparecem como manchas esbranquiçadas e difusas, com bilhões e bilhões de estrelas, poeira e gás. 26 As galáxias geralmente recebem o nome da constelação onde são observadas. Assim, existem as Galáxias de Andrômeda, de Órion, de Câncer etc. O nosso Sol, com sua família planetária, fazem parte da galáxia denominada VIA-LÁCTEA. Todas as estrelas que observamos no céu e a faixa esbranquiçada que atravessa a abóboda celeste constituem a VIA-LÁCTEA. Esse nome foi dado pelos romanos e significa “caminho branco como o leite”. A forma de nossa galáxia é de uma espiral achatada. De um extremo ao outro, a VIA-LÁCTEA mede cerca de 100 mil anos-luz. O ano-luz é uma unidade de medida astronômica que compreende a distância percorrida pela luz, em um ano, com velocidade de 300 mil quilômetros por segundo, então um ano-luz é igual a: 300 000 x 31 536 000, ou seja, 9 461 000 000 000 de quilômetros. (Leia: nove trilhões quatrocentos e sessenta e um bilhões de quilômetros.) assim, calcula-se que a distância do sol ao centro da VIA-LÁCTEA é de 26 000 anos-luz. Existem três tipos de galáxias: elípticas (E), espirais (S) e irregulares (Ir). Das espirais, há três subtipos: As, Sb e Sc segundo o tamanho relativo do núcleo. Nas galáxias elípticas, já não há mais criação de estrelas. Nas espirais, há 10 bilhões de anos a formação estelar vem caindo. Somente nas galáxias irregulares, o aparecimento de estrelas se mantém quase constante. 27 Via Láctea Os astrônomos não são donos das estrelas. Ninguém é. Porém, ao descobrir um corpo celeste (como um planeta, cometa ou asteróide) é possível sugerir-lhe um nome. Isso já ocorreu várias vezes, nem sempre com bom senso, como no célebre caso de Urano, batizado inicialmente de Jorge! Thomas Bopp e o telescópio que ele mesmo construiu e usava quando achou um novo cometa. Todos os anos, pessoas que estudam os céus (profissionais ou não) descobrem novos corpos celestes e, particularmente no caso dos cometas, é comum que recebam o nome de seus descobridores. É o caso do cometa Hale-Bopp, por exemplo, denominação que faz jus a Alan Hale (um astrônomo profissional) e Thomas Bopp (um astrônomo amador), que dividiram os créditos pelo achado. 28 Ou do cometa Juels-Holvorcem, descoberto na noite de 28 de dezembro de 2002 pelo brasileiro Paulo Holvorcem com ajuda do colega norte-americano Charles Juels. Esse astro entrou para a história da Astronomia como sendo o primeiro que leva o nome de um brasileiro nato. Cometas e asteróides ocasionalmente recebem nomes de pessoas. Mas saiba desde já: não se dá nomes de pessoas a estrelas. A maioria das estrelas brilhantes recebeu nomes há centenas de anos. Nomes originários do folclore e mitologia de gregos, árabes etc. As estrelas de brilho muito fraco – maioria no céu – recebem hoje apenas “nomes de catálogo”, que são designações com letras e números. Por isso há tantas estrelas sem um nome próprio. Os Astrônomos classificam as estrelas de diversas maneiras baseados em critérios como brilho aparente, tamanho e cor. O brilho aparente das estrelas é o brilho que observamos no céu, à noite. Para classificar as estrelas pelo brilho, os astrônomos uma unidade chamada magnitude. A magnitude corresponde à intensidade de luz recebida do astro, e seus valores são expressos por números. Para os astrônomos, os valores maiores indicam brilho menor. Assim, uma estrela com magnitude 1,0 é mais brilhante do que outra com magnitude 4,0, por exemplo. Então, quanto mais baixo o valor da magnitude, mais brilhante; quanto mais alto o valor da magnitude, menos brilhante. Entretanto, as estrelas que estão no céu não possuem um mesmo brilho. E, para resolver este problema, na antigüidade foi estabelecido um conceito de magnitude, cujo brilho da estrela é representado por um número. Quanto mais alto é este número, menos brilhante é a estrela, e quanto mais baixo, mais brilhante é a estrela. O que a gente observa aqui na Terra é só um conceito aparente de Magnitude, já que as estrelas não estão dispostas a uma mesma distância do planeta; por exemplo, se duas estrelas, com o mesmo brilho, estiverem em distâncias diferentes em relação ao observador, ele vai perceber que a estrela mais próxima terá menor magnitude aparente (isto 29 é, será mais brilhante), e a que estiver mais distante terá maior magnitude aparente, ou será menos brilhante. A forma com que se mede a posição das estrelas no céu é diferente da maneira que utilizamos para medir a extensão de objetos aqui na superfície. Admitindo que o céu comporta-se como uma semi-esfera celeste, os objetos são medidos através de posições angulares no céu. Por exemplo: entre o ponto mais próximo do horizonte e ponto mais alto sobre a nossa cabeça (zênite), está um ângulo de 90º; e, para observar todos os pontos no horizonte, é necessário darmos uma volta em torno de nós mesmos, ou então girar em 360º. • Sírius: segunda estrela mais brilhante do céu. • Híades e Plêiades, nebulosas localizadas na constelação do Touro. Dentro dessas nebulosas, existem estrelas que foram criadas recentemente, comparando com a idade de outras estrelas. • Triângulo de Inverno: nome dado ao triângulo formado por Sírius, Prócion e Betelgeuse, que costuma aparecer no período de Inverno no Hemisfério Norte e Verão no Hemisfério Sul. • Diferença entre o Cruzeiro do Sul e o Falso Cruzeiro: O Cruzeiro do Sul possui uma estrela localizada próxima ao centro da cruz (Intrometida), e a constelação também sempre está apontando seu eixo maior em direção ao Pólo Sul Celeste. • α Cen: Segunda estrela mais próxima da Terra. Sua distância é de, aproximadamente 4,5 Anos-Luz • Popularmente, a Constelação do Sagitário é também conhecida como a constelação do “Bule de Chá”, pois a disposição das estrelas lembra um bule de chá. • Triângulo de Verão: nome dado ao triângulo formado por Vega, Deneb e Altair, que costuma aparecer no período de Verão no Hemisfério Norte e inverno no Hemisfério Sul. • O Quadrado de Pégaso também pode ser utilizado para orientação, já que cada lado do quadrado indica a direção dos Pontos Cardeais. Estrelas mais brilhante do nosso céu: NOME MAGNITUDE 30 Sírius Canopus Próxima Vega capella Arcturus -1,58 -0,86 0,06 0,14 0,21 0,24 A fonte de energia de uma estrela, Sol, por exemplo, está nela própria. O hidrogênio nela presente se transforma em gás denominado hélio, através de um processo chamado fusão nuclear. Durante esse processo ocorre liberação de energia, que passa para o espaço em forma principalmente de luz e calor. A energia liberada pelo sol equivale à eletricidade que seria gerada por 10 bilhões de hidrelétricas do porte de Itaipu. As estrelas também podem ser classificadas pelo tamanho. Muitas são bem maiores que o Sol, como Antares, Betelgeuse, Aldebaran, Arcturus etc. Os astrônomos dividem as estrelas de acordo com o tamanho em 4 grupos principais: as supergigantes (Antares, Betelgeuse), as gigantes (Aldebaran, Arcturus e Capella), as estrelas de tamanho médio ( Sol, Veja e Sirius) e as anãs ( muitas vezes são menores que a Terra) Além do brilho e do tamanho, as estrelas podem ser identificadas pelas cores: branca, azul, verde, amarela, laranja e vermelha. Essas cores estão relacionadas com a temperatura da superfície das estrelas e com a sua idade. Assim, as temperatura estrelas mais alta com são azuis; as estrelas menos quentes são brancas; as de temperatura média são amarelas; e as mais frias são avermelhadas. O Sol, por exemplo, é uma estrela amarelada: sua temperatura é média. 31 COR TEMPERATURA IDADE EXEMPLO VERMELHA LARANJA AMARELA BRANCA AZUL NA SUPERFÍCIE 3.000ºC 4.000ºC 6.000ºC 11.000ºC 25.000ºC VELHA VELHA ADULTA JOVEM JOVEM BETELGEUSE ARCTURUS SOL SIRIUS SPICA • No passado: Sobre Constelações -Estrelas formando desenhos -Objetos e cenas do cotidiano -Figuras mitológicas • Utilização: -Orientação geográfica -Agricultura -Estações do ano Voltando no tempo, pode-se dizer que, no passado, as constelações foram um conjunto de estrelas cujos desenhos representavam objetos e/ou cenas do dia-a-dia e de figuras mitológicas. As constelações tinham como principais utilidades orientação geográfica (por exemplo, nas Grandes Navegações), sem contar que eram usadas como referências de marcação de tempo; isto é, para alguns povos, a aparição de certas constelações determinava os períodos de plantio e colheita de alimentos. Basicamente, pelo conceito atual, as constelações são regiões do céu que são representadas pelos desenhos formados pelas estrelas destas. Esta definição foi estabelecida pela União Astronômica Internacional em 1930, que também constituiu que o céu em volta do planeta seria constituído por 88 constelações. 32 Uma forma para ajudar a identificar as constelações é imaginar o céu uma semi-esfera que rodeia o observador, e que nela estão incrustadas as estrelas que conseguimos observar: está aí o conceito de esfera celeste. Para ter um mapeamento das constelações, foram criadas as cartas celestes, que são uma espécie de mapa, mas representando todo o céu que estava contido na Esfera celeste. 33 Entretanto, as cartas celestes podem mostrar tanto um céu de uma determinada época ou então do ano todo. Já o Planisfério é um pouco mais específico, pois ele indica como será o céu em uma época específica (com precisão de data e hora) do ano. E esta época pode ser alterada com a ajuda das guias que estão em torno do planisfério. Quando Carl Sagan, ainda criança, ganhou seu primeiro cartão de empréstimo de uma biblioteca, correu para pedir um livro sobre estrelas. Ele mesmo conta que lhe deram um cheio de retratos de homens e mulheres, com nomes como Clark Gable e Jean Harlow. Eram estrelas de Hollywood. Quando finalmente obteve o livro certo, ficou surpreso ao descobrir que as estrelas eram sóis distantes. Ele descobriu que o Sol também era uma estrela, só que estava mais perto, e que a Terra era um planeta girando em volta do Sol. A pergunta “o que são estrelas?” está em cada um de nós – desde criança. Gostamos comparar estrelas com coisas terrenas, como lugares e principalmente pessoas. Adoramos quando alguém diz que somos pedacinhos delas. Faz parte da nossa necessidade de se sentir integrado ao Cosmos – como de fato estamos. Vamos revelar a “vida e a intimidade” da Estrelas – como, afinal, todos nós gostamos de saber. ANTARES, a Dama de Vermelho: Seu belo nome vem de anti Ares, que significa rival de Marte, mas quem dera ao planeta vermelho ter a mesma grandeza dessa estrela monumental. MIRA, a maravilhosa Seu brilho aumenta e diminui em menos de um ano – e você pode conferir a olho nu! Conheça uma estrela muito temperamental. SÍRIUS, Miss Universo: Todas as estrelas brilham, mas nenhuma como Sírius. Entenda como o brilho dessa estrela não apenas a destaca no firmamento, mas nos ajuda a compreendê-lo. SOL, magnífico astro-rei: 34 Se o Sol fosse uma celebridade teria um currículo impecável, uma vida de glórias no palco celeste. E seria uma honra poder entrevistá-lo. CAPELLA e seus segredos: Ela é 150 vezes mais brilhante e 16 vezes maior que o Sol, mas isso não é nada perto dos outros mistérios que sua numerosa família tem para nos revelar. BARNARD, a estrela ligeira: Não é fácil apanhar uma estrela, ainda mais se ela for a mais rápida que se tem notícia. Conheça a inofensiva Estrela de Barnard, que leva a má fama de destruidora da Terra. CANOPUS, a estrela-guia: No passado, os povos do deserto a usavam para indicar a direção aproximada do Sul. Hoje, Canopus orienta o rumo das naves que viajam pelo oceano cósmico. ETA CARINA, pronta para explodir: No mundo das celebridades, há sempre aquelas de temperamento explosivo. Mas no reino das estrelas, o termo explodir é levado às últimas conseqüências. BETELGEUSE, uma super nova espetacular: Por mais que você se esforce, um telescópio sempre lhe mostrará as estrelas como pontos de luz. A menos que você aponte um bom instrumento para Betelgeuse. 35 4. A ASTRONOMIA PLANETÁRIA A astronomia planetária (ou ciências planetárias) é a parte da astronomia que estuda os planetas, seus satélites naturais e outros objetos relacionados. Esse estudo tem se tornado cada vez mais amplo e tem se expandido de forma desproporcional às demais áreas da astronomia. A astronomia planetário toma como base os planetas e satélites naturais do Sistema Solar, mas há ainda o crescente interesse nos planetas extrasolares (planetas que ficam fora do Sistema Solar). Os satélites naturais também tem bastante destaque dentro da Astronomia planetária, há ainda os meteoros e cometas e mais uma infinidade de ciências que estudam os planetas individualmente. Um planeta (do grego πλανήτης, em alfabeto latino, planētēs que significa "errantes") é um corpo de massa considerável que não produz energia através da fusão nuclear. Em 1801, foi descoberto um planeta entre Marte e Júpiter, Ceres. Um ano depois foi descoberto um segundo planeta, mais ou menos à mesma distância, Palas. A ideia de dois planetas partilharem a mesma órbita era uma afronta a milhares de anos de pensamento. Eventualmente, o número destes planetas aumentou para milhares, e foi-lhes dada uma classificação própria e separada - "asteróides". Mais recentemente, e com a evolução dos instrumentos e do conhecimento novas divisões foram necessárias, especificamente para o largo número de planetas que têm vindo a ser descobertos para lá do sistema solar. Planeta principal (ou simplesmente "planeta") - Planetas que orbitam o Sol. 36 Planeta secundário (ou "lua" ou "satélite natural") - Planetas que orbitem outros planetas. Planeta menor (ou "asteróide" ou "planetóide") - Planetas com dimensão pequena num grupo lato. Planeta menor transneptunino (ou "planetóide transneptunino" ou "Kuiper Belt Object" - KBO) - Asteróides semelhantes a cometas que orbitam depois da órbita de Neptuno. Planeta extrassolar (ou "exoplaneta") - planetas que orbitem outras estrelas. Para além destes planetas, existem ainda outro tipo de planetas, que desafiam toda a lógica da evolução planetária, planetas que não orbitam qualquer estrela, caminhando errantes por entre o espaço inter-estrelar. Os planetas podem ser divididos em sub-grupos de várias formas. Por exemplo, os planetas principais podem ser divididos em vários grupos: "Telúricos" (Mercúrio, Vénus, Terra e Marte), "Gasosos" (Júpiter, Saturno, Urano e Netuno). Os planetas extrassolares normalmente seguem dois tipos: os semelhantes a Júpiter (em especial os tipos Super-Júpiter e Júpiter Quente), e os semelhantes à Terra. Os asteróides foram incialmente classificados por apenas três tipos: C (carbonáceos), S (silicosos) e M (metálicos), mas com a descoberta de uma imensidade de asteroídes, e consequente variedade, esta classificação rapidamente tornou-se obsoleta, hoje em dia, existem asteróides de tipo A, B, D, E, F, G, P, Q, R, T e V. 37 Sol Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. O Sol Dados derivados da observação Distância média à Terra 149.597.871 km Brilho aparente (V) 26,8m Brilho absoluto 4,8m Características físicas Diâmetro 1.392.000 km Diâmetro relativo (dS/dE) 109 12 Superfície 6,09 × 10 km² Volume 1,41 × 1027 m³ Massa 1,9891 × 1030 kg Massa em relação à Terra 333.400 Densidade 1.411 kg m-3 Densidade em relação à 0,26 Terra Densidade em relação à 1,409 água Gravidade na superfície 274 m s-2 Gravidade relativa na 27,9 g superfície Temperatura da 5.780 K superfície Temperatura na coroa 5 × 106 K 3,827 × Luminosidade (LS) 1026 J s-1 Características orbitais Período de rotação No equador: 27d 6h 36m A 30° de latitude: 28d 4h 48m 38 A 60° de latitude: A 75° de latitude: Período de translação ao 30d 19h 12m 31d 19h 12m 2,2 × 108 anos redor docentro galáctico Composição da fotosfera Hidrogénio 73,46 % Hélio 24,85 % Oxigénio 0,77 % Carbono 0,29 % Ferro 0,16 % Neón 0,12 % Nitrogénio 0,09 % Silício 0,07 % Magnésio 0,05 % Enxofre 0,04 % Estrela de grandeza média, relativamente ao conjunto nossa galáxia, a Via Láctea, em torno da qual gravitam a Terra e os outros membros do nosso sistema planetário. A sua massa é 333 000 vezes a da Terra e o seu volume 1 400 000 vezes. A distância do nosso planeta ao Sol é de cerca de 150 milhões de quilómetros (ou 1 U.A., aproximadamente), demorando a sua luz, para chegar até nós, pouco mais de oito minutos. O Sol apresenta uma estrutura granulosa e o seu brilho é não uniforme, sendo o bordo menos brilhante que a parte central do disco solar. As camadas exteriores do Sol dividem-se em: fotosfera, a mais profunda, com cerca de 300 km de espessura e uma temperatura mínima de 6000°C; a cromosfera tem cerca de 8000 km de espessura, de onde emergem enormes jactos luminosos, as protuberâncias, que chegam a atingir 800 000 km; e a coroa com a altura de 1 milhão de quilómetros e temperatura de 1 milhão de graus Celsius; a temperatura interna solar atinge 20 milhões de graus Celsius. Presume-se que o Sol tenha 5 bilhões de anos de idade, pela seqüência principal do diagrama de Hertzsprung-Russel, pode ser considerado uma estrela anã. O seu império - o Sistema Solar - compreende 8 planetas, 1600 asteróides, 138 satélites e um grande número de cometas. Diâmetro: 1 390 000 km; Superfície: 1 940 000 km²; Volume: 2 700 000 milhões de km³; Massa: 2 × 10³ t; Velocidade absoluta (em relação ao centro da via Láctea): 216 km/s; relativa (em relação às estrelas mais próximas): 19 km/s. Futuro: o Sol perde cada dia 360 mil milhões de 39 toneladas transformadas em energia. A sua atração vai, por isso, enfraquecendo e daí que a Terra se afasta do Sol 1 m por ano. Além da alternância das estações do ano, entre dias e noites, o Ciclo Solar tem muitos efeitos importantes, que influenciam nosso Planeta. Estudos de Heliosismologia executados a partir de sondas espaciais, permitiram observar certas "vibrações solares", cuja freqüência aumenta com o aumento da atividade solar, acompanhando o ciclo de onze anos de erupções, a cada vinte e dois anos existe a manifestação do chamado hemisfério dominador, além da movimentação das estruturas magnéticas em direção aos polos, que resultam em dois ciclos de dezoito anos com incremento da atividade geomagnética da Terra e da oscilação da temperatura do plasma ionosférico na estratosfera de nosso planeta. Foram observadas emissões eletromagnéticas em forma de anéis de diversos tamanhos com temperaturas na ordem de dois milhões de graus Kelvin, além de emissão de massa coronal a cada vinte e quatro horas aproximadamente. Nascer do Sol Portanto, nosso Astro Rei, domina nossa sobrevivência na Terra. 40 Mercúrio (planeta) Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. 41 Características orbitais Distância média ao Sol 0.387UA Raio Médio 57.910.000 km Excentricidade 0.20563069 Período orbital 87d 23.3h Período sinódico Velocidade 115.88 dias orbital 47.8725 km/s média Inclinação 7.004° Número de Satélites 0 Características físicas Diâmetro equatorial 4879.4 km Área superficial 7.5 × 107 km² Massa 3.302×1023 kg Densidade média 5.43 g/cm3 Aceleração gravítica 2.78 m/s2 à superfície Período de rotação 58 d 15.5088h Inclinação axial 0° Albedo 0.10-0.12 Velocidade de 4.25 km/s escape Temperatura média à superfície: Dia Temperatura 623 K média 103 K à superfície: Noite Temperatura à superfície mi mé má n 90 K d 440 K x 700 K Características atmosféricas Pressão atmosférica Vestígios Potássio 31.7% Sódio 24.9% Oxigênio atômico 9.5% Argônio 7.0% Hélio 5.9% Oxigênio molecular 5.6% 42 Mercúrio teve o seu nome atribuído pelos romanos baseado no mensageiro dos deuses, de asas nos pés, porque parecia mover-se mais depressa do que qualquer outro planeta. É o planeta mais próximo do Sol, e o segundo menor do sistema solar. O seu diâmetro é 40% menor do que o da Terra e 40% maior do que o da Lua. É até menor do que Ganímedes, uma das luas de Júpiter e Titã, uma lua de Saturno Se um explorador andasse pela superfície de Mercúrio, veria um mundo semelhante ao solo lunar. Os montes ondulados e cobertos de poeira foram erodidos pelo constante bombardeamento de meteoritos. Existem escarpas com vários quilómetros de altura e centenas de quilómetros do comprimento. A superfície está ponteada de crateras. O explorador notaria que o Sol parece duas vezes e meia maior do que na Terra; no entanto, o céu é sempre negro porque Mercúrio praticamente não tem atmosfera e a que tem não é decerto suficiente para causar a dispersão da luz. Se o explorador olhasse fixamente para o espaço, veria duas estrelas brilhantes. Veria uma com tonalidade creme, Vénus, e a outra azul, a Terra. Apesar de Mercúrio não estar preso ao Sol, o seu período de rotação está relacionado com o período orbital. Mercúrio roda uma vez e meia por cada órbita. Por causa desta relação de 3:2, um dia em Mercúrio (desde o nascer do Sol até ao nascer do Sol do dia seguinte) dura 176 dias terrestres. A história da formação de Mercúrio é semelhante à da Terra. Há cerca de 4.5 bilhões de anos formaram-se os planetas. Esta foi uma época de bombardeamento intenso sobre os planetas, que eram atingidos pela matéria e fragmentos da nebulosa de que foram formados. Logo no início desta formação, Mercúrio provavelmente ficou com um núcleo metálico denso e uma crusta de silicatos. Vênus 43 Características Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. O planeta Venus Características orbitais Distância Média ao Sol 0,72333199 UA Semi-diâmetro do disco do 0,71° Sol Raio Médio 108.208.930 km Excentricidade 0,00677323 Período de revolução 224 dias e 17 horas Período sinódico 583 dias e 22 horas Velocidade orbital 35,0214 km/s média Inclinação 3,39471° Número de Satélites 0 Características físicas Diâmetro equatorial 12.103,6 km Área superficial 4,60×108 km2 Massa 4,869×1024 kg Densidade média Aceleração 5,24 g/cm3 gravítica 8,87 m/s2 à superfície Período de rotação -243 dias Inclinação axial 2,64° Albedo 0,65 Velocidade de escape 10,36 km/s mi Temperatura à superfície n me d 228 K ma x 737 K 773 K Características atmosféricas Pressão atmosférica Dióxido de carbono 9321,9 kPa 96% 44 Diâmetro equatorial: 12.104 km Massa: 4,869 x 1024 Densidade relativa média: 5,24 g/cm³ Gravidade à superfície: 88% da Terra Área superficial: 4,60 x 108 Maior distância ao Sol: Maior aproximação à Terra: Período orbital: 224 dias e 17 horas Duração de um dia venusiano: 243 dias (terrestres) Temperatura mais baixa: 228 K Satélites: 0 Temperatura média à superfície: 737 K (482ºC) Vênus (ou Vénus) é segundo planeta a contar do Sol e tem algumas características peculiares. Tem uma rotação retrógrada e lenta, uma atmosfera extremamente densa e um efeito estufa forte. A atmosfera é constituída quase exclusivamente por gás carbônico. Por estar entre a Terra e o Sol, Vênus apresenta fases tal como a Lua. Estas fases foram primeiro observadas por Galileu e foram utilizadas por ele como um indício de que os planetas giram em volta do Sol. É, na maior parte do tempo (depois da Lua), o corpo celeste mais brilhante no céu ao anoitecer (ou pouco antes de amanhecer). O fato de Vênus só aparecer nestas alturas tem a ver com o fato de estar entre a Terra e o Sol. Terra 45 Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Terra Imagem ampliada Características orbitais Raio orbital Médio 149.597.870 km Periélio 0,983 UA Afélio 1,017 UA Excentricidade 0,01671022 Período orbital 365 dias, 5 horas e 48 minutos Velocidade orbital média 29,7859 km/s Inclinação 0,00005° Satélites naturais 1 (a Lua) Satélite natural do Sol Características físicas Diâmetro equatorial Área da superfície 5,10072×108 km² Massa 5,9742×1024 kg Densidade média 5,515 g/cm3 Aceleração gravítica à superfície Velocidade de escape Período de rotação Inclinação axial Albedo 12.756,3 km 9,78 m/s2 (lat. 45°, alt. 0) 11,18 km/s 23 horas 56 min. e 04 seg. 23,45° 37-39% 46 Temperatura à superfície mi n mé d 184 K má x 282 K 333 K Características atmosféricas Pressão atmosférica 101,325 kPa Azoto 78% Oxigénio 21% Árgon 1% Dióxido de carbono Vapor de água vestígios A Terra é o terceiro planeta em órbita do Sol, depois de Mercúrio e Vénus, e anterior a Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Possui um satélite natural, a Lua. Entre os planetas do Sistema Solar, a Terra tem condições únicas: mantém grandes quantidades de água, tem placas tectónicas e um forte campo magnético. A atmosfera interage com os sistemas vivos. A ciência moderna coloca a Terra como único corpo planetário que possui vida. Alguns cientistas como James Lovelock consideram que a Terra é um sistema vivo chamado Gaia. O planeta Terra tem aproximadamente uma forma esférica, mas a sua rotação causa uma deformação para a forma elipsóide (achatada aos pólos). Estrutura O interior da Terra, assim como o interior de outros planetas terrestriais, é dividido por critérios químicos em uma camada externa (crosta) de silício, um manto altamente viscoso, e um núcleo que consiste de uma porção sólida envolvida por uma pequena camada líquida. Esta camada líquida dá origem a um campo magnético devido a convecção de seu material, eletricamente condutor. O material do interior da Terra encontra frequentemente a possibilidade de chegar à superfície, através de erupções vulcânicas e fendas oceânicas. Muito da superfície terrestre é relativamente novo, tendo menos de 100 milhões de anos; as partes mais velhas da crosta terrestre têm até 4,4 bilhões de anos. 47 Camadas terrestres, a partir da superfície: Litosfera (de 0 a 60,2km) Crosta (de 0 a 30/35 km) Manto (de 60 a 2900 km) Astenosfera (de 100 a 700 km) Núcleo externo (líquido - de 2900 a 5100 km) Núcleo interno (sólido - além de 5100 km) Tomada por inteiro, a Terra possui aproximadamente seguinte composição em massa: 34,6% de Ferro 29,5% de Oxigénio 15,2% de Silício 12,7% de Magnésio 2,4% de Níquel 1,9% de Enxofre 0,05% de Titânio Interior O interior da Terra atinge temperaturas de 5.270 K. O calor interno do planeta foi gerado inicialmente durante sua formação, e calor adicional é constantemente gerado pelo decaimento de elementos radioativos como urânio, tório, e potássio. O fluxo de calor do interior para a superfície é pequeno se comparado a energia recebida pelo Sol (a razão é de 1/20k). Núcleo A massa específica média da Terra é de 5.515 quilogramas por metro cúbico, fazendo dela o planeta mais denso no Sistema Solar. Uma vez que a massa específica do material superficial da Terra é apenas cerca de 48 3000 quilogramas por metro cúbico, deve-se concluir que materiais mais densos existem nas camadas internas da Terra (devem ter uma densidade de cerca de 8.000 quilogramas por metro cúbico). Em seus primeiros momentos de existência, há cerca de 4,5 bilhões de anos, a Terra era formada por materiais líquidos ou pastosos, e devido à ação da gravidade os objetos muito densos foram sendo empurrados para o interior do planeta (o processo é conhecido como diferenciação planetária), enquanto que materiais menos densos foram trazidos para a superfície. Como resultado, o núcleo é composto em grande parte por ferro (80%), e de alguma quantidade de níquel e silício. Outros elementos, como o chumbo e o urânio, são muitos raros para serem considerados, ou tendem a se ligar a elementos mais leves, permanecendo então na crosta. O núcleo é dividido em duas partes: o núcleo sólido, interno e com raio de cerca de 1.250 km, e o núcleo líquido, que envolve o primeiro. O núcleo sólido é composto, segundo se acredita, primariamente por ferro e um pouco de níquel. Alguns argumentam que o núcleo interno pode estar na forma de um único cristal de ferro. Já o núcleo líquido deve ser composto de ferro líquido e níquel líquido (a combinação é chamada Nife), com traços de outros elementos. Estima-se que realmente seja líquido, pois não tem capacidade de transmitir as ondas sísmicas. A convecção desse núcleo líquido, associada a agitação causada pelo movimento de rotação da Terra, seria responsável por fazer aparecer o campo magnético terrestre, através de um processo conhecido como teoria do dínamo. O núcleo sólido tem temperaturas muito elevadas para manter um campo magnético, mas provavelmente estabiliza o campo magnético gerado pelo núcleo líquido. Evidências recentes sugerem que o núcleo interno da Terra pode girar mais rápido do que o restante do planeta, a cerca de 2 graus por ano.Tanto entre a crosta e o manto como entre o manto e o núcleo existem zonas intermediárias de separação, as chamadas descontinuidades. Entre a crosta e o manto há a descontinuidade de Mohorovicic. Manto O manto estende-se desde cerca de 30 km e por uma profundidade de 2900 km. A pressão na parte inferior do mesmo é da 49 ordem de 1,4 milhões de atmosferas. É composto por substâncias ricas em ferro e magnésio. Também apresenta características físicas diferentes da crosta. O material de que é composto o manto pode apresentar-se no estado sólido ou como uma pasta viscosa, em virtude das pressões elevadas. Crosta A crosta (que forma a maior parte da litosfera) tem uma extensão variável de acordo com a posição geográfica. Em alguns lugares chega a atingir 70 km, mas geralmente estende-se por aproximadamente 30 km de profundidade. É composta basicamente por silicatos de alumínio, sendo por isso também chamada de Sial. Formação do planeta Terra O planeta teria se formado pela agregação de poeira cósmica em rotação, aquecendo-se depois, por meio de violentas reações químicas. O aumento da massa agregada e da gravidade catalisou impactos de corpos maiores. Essa mesma força gravitacional possibilitou a retenção de gases constituindo uma atmosfera primitiva. O envoltório atmosférico primordial atuou como isolante térmico, criando o ambiente na qual se processou a fusão dos materiais terrestres. Os elementos mais densos e pesados, como o ferro e o níquel, migraram para o interior; os mais leves localizaram-se nas proximidades da superfície. Dessa forma, constituiu-se a estrutura interna do planeta, com a distinção entre o núcleo, manto e crosta (litosfera). O conhecimento dessa estrutura deve-se à propagação de ondas sísmicas geradas pelos terremotos. Tais ondas, medidas por sismógrafos, variam de velocidade ao longo do seu percurso até a superfície, o que prova que o planeta possui estrutura interna heterogênea, ou seja, as camadas internas possuem densidade e temperatura distintas. A partir do resfriamento superficial do magma, consolidaram-se as primeiras rochas, chamadas magmáticas ou ígneas, dando origem a estrutura geológica denominado escudos cristalinos ou maciços antigos. Formou-se, assim, a litosfera ou crosta terrestre. A liberação de gases decorrentes do resfriamento do planeta originou a atmosfera, responsável pela ocorrência das primeiras chuvas e pela formação de lagos e mares nas áreas 50 rebaixadas. Assim, iniciou-se o processo de intemperismo (decomposição das rochas) responsável pela formação dos solos e conseqüente início da erosão e da sedimentação. As partículas minerais que compõem os solos, transportados pela água, dirigiram-se, ao longo do tempo, para as depressões que foram preenchidas com esses sedimentos, constituindo as primeiras bacias sedimentares (bacias sedimentares são depressões da crosta, de origem diversa, preenchidas, ou em fase de preenchimento, por material de natureza sedimentar), e, com a sedimentação (compactação), as rochas sedimentares. No decorrer desse processo, as elevações primitivas (pré-cambrianas) sofreram enorme desgaste pela ação dos agentes externos, sendo gradativamente rebaixadas. Hoje, apresentam altitudes modestas e formas arredondadas pela intensa erosão, constituindo as serras conhecidas no Brasil como serras do Mar, da Mantiqueira, do Espinhaço, de Parima, Pacaraíma, Tumucumaque, etc. e, em outros países, os Montes Apalaches (EUA), os Alpes Escandinavos (Suécia e Noruega), os Montes Urais (Rússia), etc. Os escudos cristalinos ou maciços antigos apresentam disponibilidade de minerais metálicos (ferro, manganês, cobre), sendo por isso, bastante explorados economicamente. Nos dobramentos terciários podem haver qualquer tipo de minério. O carvão mineral e o petróleo são comumente encontrados nas bacias sedimentares. Já os dobramentos modernos são os grandes alinhamentos montanhosos que se formaram no contato entre as placas tectônicas em virtude do seu deslocamento a partir do período Terciário da era Cenozóica, como os Alpes (sistema de cordilheiras na Europa que ocupa parte da Áustria, Eslovênia, Itália, Suíça, Liechtenstein, Alemanha e França), , os Andes (a oeste da América do Sul), o Himalaia (norte do subcontinente indiano), e as Rochosas. Biosfera A Terra é o único local onde se sabe existir vida. O conjunto de sistemas vivos (compostos pelos seres e pelo ambiente) do planeta é por vezes chamado de biosfera. A biosfera provavelmente apareceu há 3,5 bilhões de anos. Divide-se em biomas, habitados por fauna e flora 51 peculiares. Nas áreas continentais os biomas são separados primariamente pela latitude (e indiretamente, pelo clima). Os biomas localizados nas áreas do pólo norte e do pólo sul são pobres em plantas e animais, enquanto que na linha do Equador encontram-se os biomas mais ricos. Atmosfera Atmosfera da Terra: A Terra tem uma atmosfera relativamente fina, composta por 78% de nitrogênio, 21% de oxigênio e 1% de argônio, mais traços de outros gases incluindo dióxido de carbono e água. A atmosfera age como uma zona intermediária entre o Sol e a Terra. Suas camadas, troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera e exosfera, têm dimensões variáveis ao redor do planeta e de acordo com a estação do ano. A área total da Terra é de aproximadamente 510 milhões de quilômetros quadrados, dos quais 150 milhões são de terras firmes e 360 milhões são de água. As linhas costeiras (litorais) da Terra somam cerca de 356 milhões de quilômetros. Hidrosfera Oceano: A Terra é o único planeta do Sistema Solar que contém uma superfície com água. A água cobre 71% da Terra (sendo que disso 97% é água do mar e 3% é água doce). A água proporciona, através de 5 oceanos, a divisão dos 7 continentes. Fatores que combinaram-se para fazer da Terra um planeta líquido são: órbita solar, vulcanismo, gravidade, efeito estufa, campo magnético e a presença de uma atmosfera rica em oxigênio. Atualmente, cerca de 20% de toda a água da terra encontra-se nas geleiras e nas calotas polares. A Terra no Sistema Solar Movimento de rotação da Terra O movimento de rotação da Terra em torno de seu eixo dura 23 horas, 56 minutos e 4,09 segundos, o que equivale a um dia sideral. Nesse período a Terra completa uma volta em torno de um eixo que une o Pólo Sul ao Pólo Norte. Já o movimento de translação da Terra, efetuado ao redor do Sol, leva 365,2564 dias solares médios - o que equivale a um ano sideral. A 52 Terra tem um satélite natural, a Lua, que completa uma volta em torno do planeta a cada 27,3 dias. O plano de órbita da Terra e seu plano axial não são necessariamente alinhados: o eixo do planeta é inclinado por cerca de 23 graus e 30 minutos em relação ao um plano perpendicular à linha Terra-Sol. Essa inclinação é responsável pelas estações do ano. Já o plano Terra-Lua é inclinado por cerca de 5 graus em relação ao plano Terra-Sol - se não fosse, haveria um eclipse a cada mês. A esfera de influência gravitational (esfera da Hill) da Terra tem raio de aproximadamente 1,5 Gm, dentro do confortavelmente Marte Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Marte Planeta Sol IV Características orbitais Semi-eixo maior 1,523 662 31 UA Perélio {{{perélio}}} UA Afélio 1,665 991 16 UA Circunferência 9,553 UA orbital Excentricidade 0,093 412 33 Período de 686,9601 d (1,8808 a) revolução qual a Lua orbita 53 Período Sinódico Velocidade orbital média Inclinação Número de Satélites Diâmetro equatorial Área da superfície Volume 779,96 d (2,135 a) 24,077 km/s 1,850 61° 2 Características físicas 6804,9 km 1,448×108 km2 1,638×1011 km3 6,4185×1023 Massa kg 3,934 g/cm3 Densidade média Gravidade 0,376 g equatorial 24 h 37 min Dia sideral 23 s Velocidade de escape Albedo Intervalo de 5,027 km/s 0,15 -140ºC a 20ºC Temperatura média: -63ºC Composição da Atmosfera Pressão atmosférica 0.7-0.9 kPa Dióxido de carbono 95,32% Azoto / Nitrogênio Árgon 2,7% 1,6% Oxigénio 0,13% Monóxido de carbono 0,07% Vapor 0,03% de água Óxido nítrico 0,01% Marte é o quarto planeta a contar do Sol e é o último dos quatro planetas telúricos no sistema solar, situando-se entre a Terra e a cintura de asteróides a 1,5 UA do Sol (ou seja, a uma vez e meia a distância da Terra ao Sol). De noite, aparece como uma estrela vermelha, razão por que os antigos romanos lhe deram o nome de Marte, o deus da guerra. Os 54 chineses, coreanos e japoneses chamam-lhe "Estrela de Fogo", baseando-se nos cinco elementos da filosofia tradicional oriental. Marte é um planeta com algumas afinidades com a Terra: tem um dia com uma duração muito próxima do dia terrestre e o mesmo número de estações. Marte tem calotas polares que contêm água e dióxido de carbono gelados, a maior montanha do sistema solar - o Olympus Mons, um desfiladeiro imenso, planícies, antigos leitos de rios secos tendo sido recentemente descoberto um lago gelado. Os primeiros observadores modernos interpretaram aspectos da morfologia superficial de Marte de forma ilusória, que contribuiram para conferir ao planeta um estatuto quase mítico : primeiro foram os canais; depois as pirâmides, o rosto humano esculpido, e a região de Hellas no sul de Marte que parecia que, sazonalmente, se enchia de vegetação, o que levou a imaginar a existência de marcianos com uma civilização desenvolvida. Hoje sabemos que poderá ter existido água abundante em Marte e que formas de vida primitiva poderão, de facto, ter surgido. Marte é um planeta conhecido desde a antiguidade e na mitologia helénica representa Ares, o deus da fúria e da guerra, devido à sua coloração avermelhada . O povo romano que herdou muito da sua cultura da Grécia chamou-lhe de Marte, nome por que hoje conhecemos quer o deus quer o planeta. Outras civilizações observavam também Marte no céu nocturno: os egípcios conheciam-no como "Her Deschel" ou "O Vermelho". Já para os babilónios, Marte era "Nirgal" ou "A Estrela da Morte". História de observação e exploração O astrónomo grego Hiparco (160 - 125 a.C.) verificou que Marte nem sempre se movia de oeste para este. Ocasionalmente, o planeta invertia o seu caminho no céu para a direcção contrária; para depois voltar a deslocar-se normalmente; esta característica tornava a procura do planeta muito difícil e era contra-producente contra a teoria vigente de que a Terra era o centro do universo. 55 Em 1655, Christiaan Huygens faz experimentações com novos óculos e nesse mesmo ano constrói um bom telescópio com uma ampliação de 50x. Em 1659, quando Marte se encontrava em oposição, Huygens decide ver Marte com o seu telescópio e distingue manchas no disco do planeta e no seu esboço faz uma marca em forma de V, o que é hoje identificado como Syrtis Major. Huygens notou que a marca se movia, e assim calculou a rotação do planeta, anotando no seu diário: «A rotação de Marte, como a da Terra, parece ter um período de 24 horas.» O ano de 1877 foi um ano-chave para os estudos do planeta, já que Marte se encontrava numa oposição muito mais próxima da Terra. E assim, o astrónomo norte-americano Asaph Hall descobre os satélites naturais de Marte: Fobos e Deimos; e o italiano Giovanni Schiaparelli dedicou-se a cartografar cuidadosamente o planeta; com efeito, ainda hoje se usa a nomenclatura criada por ele para os nomes das regiões marcianas: Syrtis Major, Noachis, Solis Lacus, entre outros nomes. Já a nomenclatura das observações de Marte na Madeira em Agosto e Setembro de 1877 por Nathaniel Green não prevaleceram. Essa nomenclatura tinha nomes mais antigos e honrava personalidades da astronomia. Em plena Guerra Fria em que as potências da época se envolveram numa corrida espacial, os soviéticos são os primeiros a tentar enviar sondas a Marte para descobrir o que se passava no planeta, mas nenhuma delas teve sucesso. Os Americanos foram logo de seguida e o sucesso chegou com a segunda tentativa através da sonda Mariner 4 que, em 1965, orbita Marte e consegue tirar a primeira fotografia próxima do planeta, mas de muito fraca qualidade. Os soviéticos só conseguiram fazer pousar uma sonda em Marte em 1974. A 20 de Julho de 1976, a sonda norte-americana Viking I pousa em Chryse Planitia, uma planície circular na região equatorial norte de Marte perto de Tharsis, e tira a primeira fotografia da superfície. A sonda gémea, a Viking II pousa a 3 de Setembro do mesmo ano em Utopia Planitia. Estas duas sondas operaram durante anos, até que as suas baterias falhassem. Com esta missão, as ideias de uma civilização marciana e de 56 vida primitiva ao nível de musgos foram postas de lado, mas dúvidas quanto a existência de bactérias continuaram a persistir. A sonda Mars Pathfinder chega a Marte a 4 de Julho de 1997 e pousa em Chryse Planitia, na região de Ares Vallis, libertando um pequeno veículo robô que explorou e investigou diferentes rochas, verificando a origem vulcânica de uma ou a erosão causada pelo vento ou pela água de outras. Entretanto, a sonda de pouso enviou mais de 16 500 imagens e fez 8,5 milhões de medições à pressão atmosférica, temperatura e velocidade do vento. A 11 de Setembro do mesmo ano, chega a sonda Mars Global Surveyor, e a sua missão consistiu em fotografar o planeta com uma resolução muito maior que as missões anteriores conseguiriam fazer. Marte visto pelo robô Spirit. A Agência Espacial Europeia (ESA) entra na corrida enviando a sonda orbital Mars Express ao planeta vermelho. Esta chega a Marte no final de 2003, e lança um robô para explorar a superfície, mas legal o dispositivo não deu sinais de funcionamento após a chegada ao planeta vermelho. Já a sonda orbital tem sido marcada pelo sucesso, especialmente no que toca às descobertas envolvendo a água, de destacar a descoberta, em meados de 2005, do primeiro lago gelado encontrado no planeta. Outras missões mais recentes bem sucedidas são as dos robôs de exploração "Spirit" (Espírito) e seu irmão gémeo "Opportunity" (Oportunidade) que exploram Marte desde Janeiro de 2004. O robô Spirit pousou na grande e intrigante cratera Gusev. O robô Opportunity pousou em Meridiani Planum, no pólo norte. Apesar de Meridiani Planum ser uma planície, sem campos de rochas, o robô Opportunity rolou para a pequena cratera Eagle com apenas 20 metros de diâmetro. A parede da cratera tinha uma formação rochosa intrigante com 57 rochas colocadas em camadas, que podem ter várias origens desde depósitos de cinza vulcânica a sedimentos causados pelo vento ou água. Depois de pesquisas feitas pelo robô a sedimentos, a NASA chega à conclusão que a Opportunity pousou numa antiga costa de um antigo mar salgado em Marte. Todas estas missões foram feitas por máquinas e não pelo homem. Várias pessoas já partiram em defesa das missões tripuladas a Marte como o próximo passo lógico. Por causa da distância entre Marte e a Terra, a missão traria mais riscos e seria mais cara que as viagens à Lua, apesar de muitos acreditarem serem bem mais proveitosas que o envio de robôs. Seriam necessários mantimentos e combustível para uma viagem de ida e volta de 2 a 3 anos. Uma proposta chamada «Mars Direct» é tida como o plano mais prático e menos dispendioso para uma missão a Marte com seres humanos. A Agência Espacial Europeia tem como objectivo o envio de uma missão humana a Marte no ano 2030, como parte do seu Programa Aurora. Já os norte-americanos pretendem voltar à Lua em 2015, abrindo caminho para missões a Marte no futuro. Nos últimos séculos, alguns cientistas acreditavam e acreditam que Marte é um forte candidato para a terraformação e colonização humana. A criação de uma colónia em Marte faria reduzir os custos da viagem e dificuldades técnicas da exploração humanas no planeta. Para terraformar Marte ter-se-ia que construir a atmosfera e aquecê-la. Uma atmosfera mais grossa de dióxido de carbono e outros gases de efeitoestufa iria aprisionar a radiação solar e ambos os processos construir-se-iam um ao outro. As fábricas que na Terra produzem gazes nocivos ao planeta, em Marte teriam um efeito de terraformação, caso fossem construídas grandes fábricas. Além disso seriam necessárias plantas e outros organismos geneticamente alterados de forma a diversificar os gases da atmosfera. A ciência que estuda Marte é a areologia (de Ares, o deus grego da guerra). Em comparação com o globo terrestre: Marte tem 53% do diâmetro, 28% da superfície e 11% da massa; é assim um mundo mais 58 pequeno que a Terra. Como os oceanos cobrem cerca de 71% da superfície terrestre e Marte carece de mares, as terras de ambos os mundos têm aproximadamente a mesma superfície. A composição da superfície é fundamentalmente de basalto vulcânico com um alto conteúdo em óxidos de ferro que proporcionam o vermelho característico da superfície. Pela sua natureza, assemelha-se com a limonite, óxido de ferro muito hidratado. Assim como na crosta da Terra e da Lua predominam os silicatos e os aluminatos, no solo de Marte são preponderantes os ferrosilicatos. Os seus três principais constituintes são, por ordem de abundância, o oxigénio, o silício e o ferro. Observações feitas ao campo magnético de Marte pela sonda Mars Global Surveyor relevaram que partes da crosta do planeta tem sido magnetizada em bandas alternativas, tipicamente medindo 160 km por 1000 km, num padrão semelhante ao encontrado no fundo dos oceanos da Terra. Uma teoria publicada em 1999 refere que estas bandas podem ser a evidência de uma operação passada de placas tectónicas em Marte, contudo isto ainda não foi comprovado. A ser verdade, os processos envolvidos podem ter ajudado a manter uma atmosfera semelhante á da Terra através do transporte de rochas ricas em carbono para a superfície, enquanto que a presença de um campo magnético protegeria o planeta de radiação cósmica. Outras explicações foram também propostas. Marte é formado por rocha sólida, embora o núcleo seja constituído por rocha e ferro fundido. Assim deverá ter um grande núcleo de Ferro. Marte tem um campo magnético menor que o da lua Ganímedes de Júpiter e é, apenas, 2% do campo magnético da Terra. A topografia marciana é notável: as planícies do norte, que foram alisadas por torrentes de lava, contrastam com o terreno montanhoso do sul, sulcado por antigas crateras. A superfície marciana vista da Terra é consequentemente dividida em dois tipos de terreno, com albedo diferente. A atmosfera marciana é uma atmosfera rarefeita de dióxido de carbono, mas que no passado terá sido abundante. Apesar disto, Marte apresenta muitas particularidades curiosas, como neve carbónica, calotas polares de gelo seco, tempestades de poeira e redemoinhos. 59 Ao contrário do céu azul da Terra, Marte tem um céu amareloacastanhado, excepto durante o nascer e o pôr-do-sol que toma uma cor rosa e vermelha. Se a atmosfera fosse limpa de poeira, o céu de Marte seria tão azul como o da Terra. Em alturas que há menos poeira, a cor do céu é então mais próxima ao azul da Terra. Auroras acontecem em Marte, mas não acontecem nos pólos como na Terra, isto é devido à inexistência em Marte de um campo magnético global. Assim, estas acontecem onde existem anomalias magnéticas na crusta marciana, que são restos dos dias nos quais Marte tinha um campo magnético. Assim, estas auroras são diferentes das observadas no resto do sistema solar. As estações do ano Marte tem estações do ano, mas estas duram o dobro das estações na Terra; o ano marciano é também o dobro do terrestre (cerca de 1 ano e 11 meses terrestres). Mas a duração do dia em Marte é pouco diferente do da Terra e é de 24 horas, 39 minutos e 35 segundos. A fina atmosfera não consegue segurar o calor e é a causa das baixas temperaturas em Marte, sendo 20 graus positivos a temperatura mais alta que atinge. Contudo, não existem dados suficientes que permitam conhecer a evolução ao longo do ano marciano nas diferentes latitudes e, muito menos, as particularidades regionais. Além de se encontrar mais afastado do Sol que a Terra e da sua atmosfera ser ténue, há a notar a baixa condutividade térmica do solo marciano e uma diferença mais pronunciada que a Terra no que toca à variação das temperaturas diurna e nocturna. A temperatura à superfície depende da latitude e apresenta variações entre as diferentes estações do ano. A temperatura média à superfície é de cerca de -55º C. A variação da temperatura durante o dia é muito elevada já que se trata de uma atmosfera bastante ténue. As calotas polares Os pólos estão cobertos por calotas polares formadas por gelo seco (dióxido de carbono congelado) e gelo de água. Estas calotas tornamse menores na Primavera e chegam a desaparecer durante o Verão, devido ao aumento da temperatura. As calotas polares mostram uma estrutura 60 estratificada com capas alternantes de gelo e diferentes quantidades de poeira escura. Não se tem a certeza sobre o que causa a estratificação, mas pode ser devido a mudanças climática relacionadas com variações a longo prazo da inclinação do equador marciano em relação ao plano da órbita. As diferentes estações do ano nas calotas produzem mudanças alterações na pressão atmosférica global que se calcula em cerca de 25%. O ciclo da água em Marte é diferente do da Terra devido à pressão atomosférica ser tão baixa: a água encontra-se no solo, em forma de gelo, à temperatura de -80ºC, mas quando a temperatura se eleva, o gelo converte-se em vapor sem passar ao estado líquido. Marte à primeira vista parece um imenso deserto, e que sempre foi assim. No entanto, imagens de sondas que observaram o planeta detectaram vários leitos de rios secos. Mais recentemente descobriu-se um lago gelado à superfície e sugeriu-se a existência de gelo subterrâneo, em que em, pelo menos um local, a existência de um mar de gelo. Com a confirmação da existência de água congelada no subsolo do planeta, alguns supõem que esta água sustentar micróbios marcianos. Marte tem duas pequenas luas Fobos e Deimos, ambas deformadas, possivelmente asteróides carbonácios capturados pelo planeta. Foram descobertas por Asaph Hall em Agosto de 1877, com o impulso da sua esposa. Os nomes provêm dos dois cavalos mitológicos que puxavam Ares (Marte na mitologia romana): Fobos (Φόβος, medo em grego) e Deimos (Δείμος, do grego pânico ou terror). Ambos os satélites estão ligados pela força gravítica apontando sempre a mesma face. Já que Fobos é mais veloz a orbitar Marte que o próprio planeta a girar, a força da gravidade irá diminuir o seu raio orbital, que já é o mais curto conhecido no sistema solar, o que poderá levar à fragmentação de Fobos. 61 Júpiter (planeta) Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Júpiter" Características orbitais Dist. Méd. do Sol Raio Médio 5.20336301 UA 778.412.010 km Excentricidade 0,04839266 Período de revolução Período sinódico Velocidade orbital média Inclinação 11a 315d 1,1h 398,9 dias 13,0697 km/s 1,30530° Número de Satélites 61 Características físicas Diâmetro equatorial 142.984 km Área superficial 6.41×1010 km2 Massa 1,899×1027 kg Densidade média Aceleração gravítica à superfície Período de rotação Inclinação axial Albedo 1,33 g/cm3 23,12 m/s2 9h 55,5m 3,12° 0.52 62 Velocidade de 59,54 km/s escape mi Temperatura n à superfície me d 110 K 152 K max 1 94K Características atmosféricas Pressão atmosférica 70 kPa Hidrogénio >81% Hélio >17% Metano 0,1% Vapor de água 0,1% Amónia 0,02% Etano 0,0002% Fosfina 0,0001% Sulfeto de hidrogénio <0,0001% Júpiter é o maior planeta do sistema solar, e o quinto a partir do Sol. É conhecido pela Grande Mancha Vermelha e pelos seus 4 grandes satélites: Ganimedes, Europa, Io e Calisto. Júpiter é um dos planetas do sistema solar que têm anéis. Panorâmica geral Júpiter tem 2.5 vezes mais massa do que todos os outros planetas tomados em conjunto, de tal forma que o seu baricentro com o Sol se localiza acima da superfície solar (a 1,068 raios solares do centro do Sol). Tem 318 vezes mais massa do que a Terra, um diâmetro 11 vezes superior ao terrestre e um volume 1300 vezes maior que o da Terra. Foi apelidado por muitos de "estrela falhada". Mesmo assim, e por mais impressionante que Júpiter seja, já se descobriram vários planetas extra-solares com massas muito maiores. Por outro lado, pensa-se que Júpiter tem um diâmetro tão grande como é possível a um planeta com a sua composição, visto que adicionar-lhe mais massa teria apenas como resultado aumentar a compressão gravitacional. Não existe uma definição inequívoca do que 63 distingue um planeta grande e maciço, como Júpiter, de uma anã castanha, mas para que fosse uma estrela Júpiter teria de ter cerca de setenta vezes mais massa do que a que tem. Júpiter tem também a rotação mais rápida de todos os planetas do Sistema Solar, o que resulta num achatamento facilmente visível através de um telescópio. A sua característica mais conhecida é provavelmente a Grande Mancha Vermelha, que é uma tempestade maior que a Terra. O planeta está perpetuamente coberto por camadas de nuvens. Júpiter costuma ser o quarto corpo mais brilhante no céu (depois do Sol, da Lua e de Vênus; por vezes, Marte aparece mais brilhante do que Jupiter, enquanto outras vezes Jupiter brilha mais do que Venus. O planeta é conhecido desde os tempos antigos. A descoberta, em 1610 de Galileu Galilei de quatro grandes satélites naturais gravitando ao redor de Júpiter, hoje chamados satélites galileanos (Io, Europa, Ganímedes e Calisto) foi a primeira descoberta de movimentos de corpos no espaço aparentemente não tendo a Terra como centro. Este foi o maior ponto a favor da teoria heliocentrista do movimento dos planetas, de Copérnico; os discursos de Galileu em favor das teorias de Copérnico fizeram com que fosse julgado pela Inquisição. Composição do Planeta Júpiter é composto de um centro rochoso relativamente pequeno, imerso em hidrogênio metálico, o qual é circundado por uma camada de hidrogênio líquido, recoberta por sua vez de gás hidrogênio. Não há uma fronteira clara entre essas camadas de diferentes densidades de hidrogênio; as condições variam lentamente do gás até a camada sólida à medida que se aprofunda. Atmosfera A atmosfera Jupiteriana é composta de aproximadamente 86% de hidrogénio, e 14% de hélio. A atmosfera apresenta ainda traços de metano, vapor de água, amônia, e substâncias sólidas. Há também quantidades desprezíveis de gás carbônico, etano, gás sulfídrico, neon, oxigênio e enxofre. Essa composição atmosférica é muito similar à 64 composição da nebulosa solar. O planeta Saturno tem composiçao semelhante, mas Urano e Neptuno têm muito menos hidrogênio e hélio. Anéis Planetários Júpiter tem um sistema de anéis planetários composto por partículas de poeira, embora não tão evidente como Saturno. Campo Magnético Júpiter tem um campo magnético muito forte. Se ele pudesse ser enxergado, a imagem dele visto da Terra teria o tamanho cinco vezes maior do que o disco da Lua cheia, apesar da grande distância. A força desse campo atrai um grande fluxo de partículas de radiação nos cinturões de radiação do planeta, bem como produz um forte fluxo de gás em forma de tubo associado com o satélite Io. A nave Voyager 1 tirou essa foto do planeta Júpiter em 24 de Janeiro, enquanto estava a uma distância de mais de 40 milhões de quilômetros. Clique na imagem para vê-la ampliada. Exploração de Júpiter Júpiter é conhecido desde tempos remotos, visivel ao olho nú no céu da noite. Em 1610 Galileo Galilei descobriu as quatro maiores luas de Júpiter usando um telescópio, a primeira observação de luas que não fosse a da Terra. Algumas sondas visitaram Júpiter, e todas elas de origem Americana. A Pioneer 10 voou por Júpiter em Dezembro de 1973, seguido pela Pioneer 11 exatamente um ano depois. A Voyager 1 voou por lá em março de 1979, seguido pela Voyager 2 em Julho do mesmo ano. A sonda Galileo ficou em órbita em Júpiter em 1995, enviando uma menor subsonda 65 na atmosfera de Júpiter conduzindo multiplos vôos por todas as luas de Galileo. A sonda Galileo também presenciou o impacto do Cometar Shoemaker-Levy 9 em Júpiter, enquanto ele se aproximava do planeta em 1994, dando uma vantagem única para este evento espetacular. Depois da descoberta de um oceano líquido na lua de Júpiter Europa no final da sonda Galileo, que saiu de órbita em Setembro de 2003, A NASA está planejando uma missão dedicada para as luas congeladas. JIMO o Orbitador das Luas congeladas de Júpiter (Jupiter Icy Moons Orbiter) é esperado a ser lançado algum momento depois de 2012. Luas de Júpiter Júpiter tem inúmeros satélites naturais em torno de si. Em 15 de Maio de 2003, Scott Sheppard publicou no jornal Nature a descoberta de 23 novos satélites de Júpiter. Isso aumentou o total de satélites conhecidos para 61. Hoje, Júpiter tem 63 satélites conhecidos. D Nome Diâmetro Massa (km) Métis Adrasteia 4 3 2 6×20×16 62×146×1 34 Tebe 1 10×90 R orbital (kg) 2 Amalteia M Raio Inclinação Período (°)(em relação Excentric orbital (d) ao equador de idade (km) 1 .2E+17 .5E+15 1 27 690 28 690 (1) 81 170 1 .5E+18 0 .294780 (2) .29826 (2) 1 2 .1E+18 Júpiter) (1) 7 0 1 ( .49817905 (1) 2) (1) 0 .000° 0 2 21 700 Grupo .6745 .0012 0 .000° .360° Amalteia 0 .0031 0 .901° 0 .0018 0 0 (2) 0 0 .0177 66 3 660.0×36 Io 37.4×363 8 .9E+22 4 21 700 (1) Europa 121.6 Ganímedes Calisto ou Calixto 262.4 2 0 1 Himalia 70 3 Lisiteia 6 8 Elara 6 S/2000 J 11 4 Carpo 3 S/2003 J 12 1 Euporia 2 S/2003 J 3 2 S/2003 J 18 2 Telxinoe Telxinoi ou 2 Euante 3 Helique 4 Ortósia 2 6 71 034 1 .5E+23 4 8 Leda .8E+22 5 820.6 Temisto 4 (1) .1E+23 6 .9E+14 1 .5511810 1 6(2) 1 4(2) 1 1 1 8 1 1 1 1 1 1 .5E+13 9 088 435 38.779839 1 1 1 2 2 .5E+13 0 464 855 98.093368 9 2 2 5.771° 3 0.663° .5E+13 0 567 970 02.619143 6.169° 0 0 Himalia .1132 0 0 .2058 5 5.098° 0 .2736 1 34.861° 0 .4449 1 31.854° ? ? 0 .0960 1 11.592° 9 8.461° 0 Ananque? .2507 0 .1570 1 0 Ananque? .2685 1 0 Ananque .2000 02.844° 23.649° 1 20.908° 0 .1375 1 01.861° 0 .1723 2 6 0 Temisto .2006 .1443 2 6 .0E+13 0 540 265 01.401918 1 9.590° 5 0 .1854 2 5 .5E+13 0 453 755 97.606695 4 7.210° 5 .5E+13 9 812 575 69.728015 1 2 5 .5E+13 9 621 780 61.517739 1 5.346° 5 0 .0074 1 4 .5E+12 7 739 540 82.691255 1 .205° 4 .5E+13 7 144 875 58.624818 de .0011 0 2 .0E+13 2 570 575 87.931046 4 .204° 2 .7E+17 1 683 115 57.984888 9 .0094 Luas 0 2 .3E+16 1 653 225 56.995413 0 Galileu 2 .7E+18 1 432 435 49.726305 6 .471° 2 .1E+16 1 097 245 38.824159 6 0 1 391 645 29.827611 0 .0041 1 882 6.689018 7 .050° 7 070 .1545529 709(1) 0 3 41(2) 412(1) 1 .7691377 86(2) 0.6 3 1 Ananque? 0 .2433 67 Iocasta 5 S/2003 J 16 2 Ananque ou 2 Ananke 8 Praxidique 7 Harpalique 4 Hermipe 4 Tione 4 Mneme 2 S/2003 J 17 2 Aitne 3 Cale 2 Taigete 5 S/2003 J 19 2 Caldene 4 S/2003 J 15 2 S/2003 J 10 2 S/2003 J 23 2 Erinome 3 Aoede 4 Calicore 2 Calique 5 Euridome 3 1 2 6 .9E+14 0 722 565 09.426611 1 2 2 2 .3E+14 0 823 950 13.904099 1 2 2 .0E+13 1 182 085 29.809040 9 2 2 2 2 1 2 2 .6E+14 2 438 650 86.674715 1 2 2 2 2 .5E+13 2 730 815 00.129403 1 2 2 .5E+13 2 986 265 11.964625 9 2 2 .5E+13 3 111 825 17.806112 1 2 2 7 Ananque 0 0 0 .3927 1 33.342° 0 .2011 1 40.521° Carme 0 .3678 1 40.956° 0 .1961 1 19.572° 0 .2916 1 0 Ananque? .0932 1 0 Carme? .3438 1 0 Pasife .3931 1 0 Carme .2552 1 0 Pasife .6012 1 0 Carme? .2042 1 0 Carme .2140 1 0Pasife? 09.168° 15.021° 37.576° 43.354° 12.763° 41.240° 7 .9E+14 3 180 775 21.020662 4 1 7 0 .2379 43.251° 7 .0E+13 3 044 175 14.656754 1 39.842° 7 0 Ananque? .2290 .2214 1 7 .5E+13 2 739 655 00.537990 4 47.647° 7 0 .2526 1 6 .5E+13 2 721 000 99.676116 1 16.088° 6 .5E+13 2 713 445 99.326904 1 1 6 .5E+13 2 709 060 99.124764 7 49.058° 6 0 .2441 1 6 .5E+13 2 409 210 85.323873 1 43.944° 6 .5E+13 2 285 160 79.641347 0 Ananque .3963 .1840 1 6 .5E+13 2 134 305 72.751882 4 32.099° 6 .5E+13 1 427 110 40.768660 1 1 6 .0E+13 1 405 570 39.802554 1 49.526° 6 0 .3185 1 6 .2E+14 1 063 815 24.541797 9 49.279° 6 0 .2874 1 6 .0E+16 0 815 225 13.518491 4 27.043° 6 .5E+13 0 743 780 10.362159 3 1 37.125° 68 .5E+13 3 230 860 23.358859 S/2003 J 14 2 Pasite 2 Cilene 2 Euquelade 4 S/2003 J 4 2 Hegemone 3 Arque 3 4 Carme 6 Isonoe 4 S/2003 J 9 1 S/2003 J 5 4 Pasife Pasifeia Sinope Esponde ou 6 0 3 8 2 1 2 7 .5E+13 3 238 595 23.720459 1 2 2 9 2 1 2 4 2 4 2 1 2 7 2 1 2 9 2 3 2 7 2 1 2 9 2 Autonoe 4 Caliroe 9 Megaclite 5 S/2003 J 2 1 3 2 077.01800 .5E+13 0 290 845 6 .0E+13 4 264 445 72.167762 8 2 .7E+14 4 356 030 76.543335 2 2 .1E+14 4 687 240 92.436947 1 0 Carme .1665 1 0 .2762 1 46.657° 0 .2468 1 12.409° 0 .4432 1 29.073° Pasife 0 .3690 1 31.895° 0 .2644 1 43.760° 0 .3078 1 51.523° 0 .2953 1 1 0 .3071 43.037° 7 0 .3122 1 7 0 .1492 17.922° 7 Pasife 0 .4077 35.452° 7 .5E+13 4 252 625 71.603566 .3003 18.554° 7 .5E+16 4 214 390 69.779665 0 20.659° 7 .0E+17 4 094 770 64.082032 9 1 7 .0E+13 3 973 925 58.341296 0 Carme .2829 46.289° 7 .5E+12 3 857 810 52.838751 1 1 7 .5E+13 3 832 630 51.646937 0 Pasife .4116 50.314° 7 .3E+17 3 734 465 47.008062 1 1 7 .5E+13 3 717 050 46.185469 0 Carme .3289 8.660° 7 .5E+13 3 702 510 45.500007 1 18.384° 7 .5E+13 3 570 790 39.293961 0 Pasife .2462 15.507° 7 .0E+13 3 483 695 35.199980 1 44.112° 7 .5E+13 3 396 270 31.098603 .3770 38.885° 7 .5E+13 3 307 320 26.932963 1 43.033° 0 .1882 ? 69 Saturno Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Saturno Planeta principal Características orbitais Semi-eixo maior 9,537 070 32 UA Perélio 9,020 632 24 UA Afélio 10,053 508 40 UA Circunferência orbital 59,879 UA Excentricidade 0,054 150 60 Período de revolução 29 a 167 d 6,7 h Período Sinódico 378,1 d (1,035 a) Velocidade orbital média 9,638 km/s Inclinação 2,484 46° Número de Satélites 49 (confirmados) Características físicas Diâmetro equatorial 120,536 km Área da superfície 4,38×1010 km2 Volume 7,46×1014 km3 Massa 5,688×1026 kg Densidade média 0,69 g/cm3 Gravidade equatorial 0,914 g Dia sideral 10 d ( h) Velocidade de escape 35,49 km/s Albedo 0,47 ºC a ºC Intervalo de Temperatura média: ºC Composição da Atmosfera 70 Pressão atmosférica kPa Saturno é um planeta do Sistema Solar com uma órbita localizada entre as órbitas de Júpiter e Urano. É o segundo maior dos planetas gigantes do sistema solar e o 6º na ordem das distâncias ao Sol, mas o de menor densidade. O movimento de rotação em volta do seu eixo demora cerca de 10,5 horas, e cada revolução ao redor do Sol leva 30 anos. Tem um número elevado de satélites, dos quais 18 possuem nomes, e está cercado por um complexo de anéis concêntricos, composto por dezenas de anéis individuais separados por intervalos, estando o mais exterior destes situado a 138 000 km do centro do planeta. Luas de Saturno Algumas das luas de Saturno são: Atlas Calipso Dione Encelado Epimeteu Febe (satélite) Helena Hipérion Jano Japeto Methone Mimas Pallene Pã Pandora Prometeu Reia S/2005 S 1 (designação temporária) Telesto Tétis Titã Anéis de Saturno Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Os anéis de Saturno são constituídos essencialmente por uma mistura de gelo, poeiras e material rochoso. Embora possam atingir algumas centenas de milhares de quilómetros de diâmetro, não ultrapassam 1,5 km de espessura. A origem dos anéis é desconhecida. Originalmente pensou-se que teriam tido origem na formação dos planetas à cerca de 4000 milhões de anos, mas estudos recentes apontam para que sejam mais novos, tendo apenas algumas centenas de milhões de anos. Uma das teorias aponta para um cometa que se tenha desintegrado devido a forças tidal quando passava perto de Saturno. Uma outra possibilidade é o choque de um cometa com uma lua de Saturno, desintegrando-se. Descobertas recentes, através de medições da sonda CassiniHuygens, relatam a existência de uma atmosfera independente da atmosfera de Saturno, que existe em torno dos anéis e que é constituída essencialmente oxigénio molecular. Esta é uma lista dos 15 anéis de Saturno nomeados, e o intervalo entre eles. Nome Anel D Distância do centro de Largura Saturno (km) 67.000 - 74.500 (km) 7.500 Descoberto por Anel C Divisão Coulomb Divisão Maxwell Anel B Divisão Cassini Divisão Huygens Anel A Divisão Encke Divisão Keeler 74.500 - 92.000 17.500 77.800 100 87.500 270 James Clerk Maxwell 92.000 - 117.500 117.500 - 122.200 117.680 122.200 - 136.800 Charles Augustin Coulomb ??? 25,500 4.700 Giovanni Cassini 285-440 Christiaan Huygens 14.600 133.570 325 Johann Encke 136.530 35 James Keeler R/2004 S 1 137.630 ? R/2004 S 2 138.900 ? Anel F 140.210 30-500 Anel G 165.800 - 173.800 8.000 Anel E 180.000 - 480.000 300.000 de Urano (planeta) Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Urano Descobrimento Descoberto por William Herschel Descoberto em 13 de Março de 1781 Características orbitais Raio Médio 2,870,972,200 km Excentricidade 0.04716771 Período de revolução 84y 3d 15.66h Período sinódico Velocidade 369.7 dias orbital média Inclinação 6.8352 km/s 0.76986° Número de satélites 27 Características físicas Diâmetro equatorial Área superficial 8,130,000,000 km2 Massa 8.686×1025 kg Densidade média 1.29 g/cm3 Aceleração gravítica à superfície Período de rotação 8.69 m/s2 -17h 14m Inclinação axial 97.86° Albedo Velocidade 51.724 km 0.51 de 21.29 km/s escape Cloudtop avg. temp. Temperatura à superfície 55 K mi n me d 59 K ma x 68 K N/A K Características atmosféricas Pressão atmosférica Varia com a profundidade Hidrogénio 83% Hélio 15% Metano 1.99% Amónia 0.01% Etano 0.00025% Acetileno 0.00001% Monóxido de carbono Sulfureto de hidrogénio Vestígios Urano (também referido como Úrano) é um planeta do Sistema Solar situado entre Saturno e Neptuno. Descoberto em 1781, recebeu o nome de Georgium Sidus, em homenagem ao rei Jorge III do Reino Unido. Por muitos anos ficou conhecido como Georgian, finalmente em 1850, ele foi rebatizado de Urano, de acordo com a tradição de dar o nome de deuses a planetas. É o 7.o na ordem das distâncias ao Sol. Tem 15 satélites ao seu redor e um fino anel de poeira. O seu diâmetro é de cerca de 51 000 km, isto é, 4 vezes superior ao da Terra. Uma curiosidade deste planeta que é digna de nota, diz respeito a sua inclinação axial próxima de 90º, ou seja, Urano praticamente gira "deitado", estando suas regiões equatoriais muito fracamente expostas a luz e energia solar. O que ainda permanece incógnito e sem resposta clara, é o fato de a temperatura destas regiões não serem menores do que as temperaturas registradas nos pólos, estes, em função da inclinação axial, mais expostos a radiação solar. É provável que haja algum tipo de geração de calor e que a dinâmica atmosférica deste planeta promova de alguma forma, o aquecimento das regiões equatoriais, mas até o momento não há consenso entre os cientistas. Luas Os nomes dos satélites de Úrano foram tirados de personagens de várias peças de William Shakespeare, e de obras de Alexander Pope. Referimos a seguir o nome delas, bem como a obra literária a que estão associadas: Oberon (Sonho de uma noite de verão de Shakespeare) Titânia (Sonho de uma noite de verão, de Shakespeare) Umbriel (The Rape of the lock, de Alexander Pope) Ariel (A Tempestade, de Shakespeare) Miranda (A Tempestade, de Shakespeare) Puck (Sonho de uma noite de verão, de Shakespeare) Pórcia (O Mercador de Veneza, de Shakespeare) Julieta (Romeu e Julieta, de Shakespeare) Créssida (Troilo e Créssida, de Shakespeare) Rosalinda (Como lhe aprouver - As You Like It, de Shakespeare) Belinda (Rape of the lock, de Pope) Desdémona (Otelo, de Shakespeare) Cordélia (Rei Lear, de Shakespeare) Ofélia (Hamlet, de Shakespeare) Bianca (A fera amansada - Taming of the Shrew - de Shakespeare). Sycorax Total de luas de Urano: 27 Astrônomos localizaram cinco deles entre 1787 e 1848 e são conhecidas como as grandes luas de Urano. A missão espacial Voyager detectou os outros dez em 1985 e 1986. Recentemente foram descobertas ainda mais pequeno satélites. Netuno Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Descoberta Urbain Descoberto por Le Verrier John Couch Adams Johann Galle Descoberto em 1846 Características orbitais Raio médio 4.498.252.900 km Excentricidade 0,00858587 Período de revolução 164a 288d 13h Período sinódico Velocidade 367,5 dias orbital 5,4778 km/s média Inclinação 1,76917° Número de satélites 13 Características físicas Diamêtro equatorial 49572 km Área superficial 7,65×109 km2 Massa 1,024×1026 kg Densidade média 1,64 g/cm3 Gravidade na superfície 11,0 m/s2 Período de Rotação 16h 6,5min Inclinação axial 29,58° Albedo 0,41 Velocidade de escape 23,71 km/s mi Temperatura superficial n a 50 K médi m áx. 53K N/A K Pressão atmosférica 100-300 kPa Características atmosféricas Hidrogênio >84% Hélio >12% Metano 2% Amônia 0,01% Etano 0,00025% Acetileno 0,00001% Netuno (Em Portugal, Neptuno) é o oitavo planeta a partir do Sol, e o gigante gasoso mais afastado no nosso sistema solar. Netuno recebeu o nome do deus romano dos mares. Orbitando tão longe do Sol, Netuno recebe muito pouco calor. A sua temperatura superficial média é de − 218 °C. No entanto, o planeta parece ter uma fonte interna de calor. Pensa-se que isto se deve ao calor restante, gerado pela matéria em queda durante o nascimento do planeta, que agora erradia pelo espaço fora. A atmosfera de Netuno tem as mais altas velocidades de ventos no sistema solar, que são acima de 2000 km/h; acredita-se que os ventos são amplificados por este fluxo interno de calor. A estrutura interna lembra a de Urano -- um núcleo rochoso coberto por uma crosta de gelo, escondida no profundo de sua grossa atmosfera. Os dois terços internos de Netuno são compostos de uma mistura de rocha fundida, água, amônia líquida e metano. A terça parte exterior é uma mistura de gases aquecidos composta por hidrogênio, hélio, água e metano. Como Urano e diferentemente da composição uniforme de Júpiter e Saturno, acredita-se que a estrutura interna de Netuno consiste de três camadas. Como Urano, o campo magnético de Netuno é muito inclinado em relação ao seu eixo rotacional, a 47°, e desviado em no mínimo 0,55 radianos (cerca de 13500 quilômetros) do centro físico do planeta. Comparando o campo magnético dos dois planetas, os cientistas acham que esta orientação extrema se deve aos característicos fluxos no interior do planeta, e não do resultado da orientação lateral de Urano. Os desenhos astronómicos de Galileu mostram que ele observou Netuno em Janeiro de 1613, quando o planeta estava perto de Júpiter. Mas, como pensou que se tratasse de uma estrela, não lhe pode ser creditada a descoberta. Em 1821, Alexis Bouvard publicou tabelas astronómicas da órbita de Urano. Observações subsequentes revelaram desvios substanciais das tabelas, levando Bouvard a pôr a hipótese da existência de um corpo que perturbasse a órbita. Em 1843, John Couch Adams calculou a órbita de um oitavo planeta que pudesse explicar o movimento de Urano. Enviou os seus cálculos a Sir George Airy, que os rejeitou com alguma frieza, levando Adams a abandonar o assunto. Em 1846, Urbain Le Verrier, independentemente de Adams, reproduziu os seus cálculos mas também deparou com dificuldades em encorajar algum entusiasmo nos seus compatriotas. No entanto, no mesmo ano, John Herschel começou a promover a abordagem matemática e convenceu James Challis a procurar o planeta Anéis de Netuno Embora não seja visível em fotografias, Netuno faz parte dos planetas gigantes que possuem um sistema de anéis, semelhantes ao de Saturno. Neptuno possui cinco anéis cuja observação foi efectuada com equipamento terrestre durante a ocultação de uma estrela que ocorreu no ano de 1984 . Os Satélites de Netuno Netuno tem 13 luas conhecidas. A maior delas é Tritão, descoberta por William Lassell apenas 17 dias depois da descoberta de Netuno. Satélites Naturais de Netuno Nome Diâmetro (km) Distância Massa (kg) média de Netuno (km) Período orbital Náiade 58 Desconhecida 48.200 0,294396 dias Talassa 80 Desconhecida 50.000 0,311485 dias Despina 148 Desconhecida 52.600 0,334655 dias Galateia 158 Desconhecida 62.000 0,428745 dias Desconhecida 73.600 0,554654 dias Desconhecida 117.600 1,122315 dias 193 (208 Larissa × 178) 418 (436 Proteu × 416 × 402) 2.700 2.14×1022 340 Desconhecida S/2002 N1* 60 Desconhecida 15.686.000 -1874,8 dias ** * 38 Desconhecida 22.337.190 2925,6 dias * S/2002 N3 38 Desconhecida 22.613.200 2980,4 dias Psámata 28 ~1.5 46.695.000 S/2002 N4* 60 Desconhecida Tritão Nereida S/2002 N2 354.760 -5,87685 dias ** 5,513,400 360,1362 dias 9136,1 dias ** 47.27 - 9.670 9007,1 dias ** Façamos agora uma percepção visual dos planetas: 5. A CORRIDA ESPACIAL Existem muitas lendas que contam histórias de homens que tentaram imitar as aves que voam. Desde os tempos antigos, poetas e escritores trataram desse assunto. No século passado, o escritor francês Júlio Verne publicou um livro intitulado Da Terra à Lua. Os heróis desse livro fazem uma viagem à Lua tripulando um veículo cilíndrico, lançado ao espaço por um poderoso canhão. Cerca de 100 anos depois, a história imaginada por Júlio Verne tornou-se realidade. O foguete usado na primeira viagem à Lua corresponde ao canhão de Júlio Verne. E a cápsula espacial na qual viajaram os astronautas representa o veículo cilíndrico idealizado pelo escritor francês. Para Conquistar o espaço os homens idealizaram alguns inventos, tais como: Os balões O padre brasileiro Bartolomeu Lourenço de Gusmão inventou o balão, o aeróstato. O balão de gás Nele era usado o hidrogênio; servia para transportar pessoas, mas não era dirigível. O balão dirigível Em 1901, o brasileiro Alberto Santos Dumont construiu o primeiro balão dirigível. O Zepelim Imenso balão cilíndrico, usado como meio de transporte. O pára-quedas e o helicóptero Leonardo da Vinci desenhou o primeiro pára-quedas e o primeiro helicóptero no século XV. O primeiro helicóptero foi construído por Luís Brequet, em 1907. O “14 Bis” Primeiro avião a voar na Europa, construído por Santos Dumont. Os aviões Os primeiros aviões surgiram em 1908-1909 e eram movidos com motores a pistão. O avião a jato Era movido por motores de reação. Os foguetes Servem para transportar os satélites e as naves até suas órbitas. Como funciona um foguete Seu motor se assemelha ao de um avião a jato. Os grandes foguetes têm vários estágios. O combustível do foguete Hidrogênio líquido, álcool, querosene. "Houston, we have a problem!" Quem não se lembra desta frase dita em pleno vôo espacial durante o projeto Apollo. O "problem" anunciado nada mais era do que um dos momentos mais tensos da história da conquista espacial, que aterrorizou os astronautas a bordo, os pesquisadores da NASA, o governo americano e o público de todo o mundo. Por horas a fio, todos tremeram, duvidaram, questionaram. Enquanto as famílias rezavam e os cientistas buscavam uma solução, os astronautas Lovell, Haise e Swigert, passavam frio, fome, medo, respiravam com pouco oxigênio e viam abortado o sonho de pisar em solo lunar. Foram 5 dias, 22 horas e 55 min de aflição, angústia e desespero. Teria sido um dos piores desastres da Era Espacial, que ficaria registrado para sempre e que deixaria marcas indeléveis no capitulo da conquista da Lua, caso a habilidade do Centro de Controle de Mísseis Espaciais da NASA, situado em Houston, Texas, e dos tripulantes da Apollo 3 tivessem falhado. Somar-se-ia a perda da vida dos três astronautas, a derrota americana na corrida espacial. Sobrepujado pela então União Soviética em todos os passos da conquista do cosmos, os Estados Unidos tinham determinado que a ida a Lua seria usada para mostrar seu poderio tecnológico e cientifico, seu domínio sobre a Terra e o Universo. Nada poderia sair errado. E não saiu! Quando o presidente americano John Kennedy declarou que a NASA deveria levar o homem à Lua e trazê-lo de volta com vida para o planeta Terra antes dos anos 70, ele e todos os Estados Unidos da América sabiam muito bem onde queriam chegar. Era a década de 60, da cortina de ferro, da Guerra Fria, do Vietnã. As duas potências empinavam o nariz e mediam forças. Capitalismo e comunismo dividiam o planeta e lutavam por cada pedaço de terra, por cada bandeira, por cada nação. Desde o inicio da conquista espacial, os então soviéticos mostravam que não estavam ali para fazer ficção cientifica, mas para fazer ciência pura. Foram pioneiros em tudo - colocou em órbita o primeiro satélite, o primeiro animal, o primeiro homem, a primeira mulher, o primeiro vôo tripulado com dois e depois com três astronautas e a primeira estação espacial. Não satisfeitos, realizaram a primeira caminhada no espaço, o primeiro rendevouz (a aproximação de duas naves espaciais em pleno vôo) e o primeiro docking (quando as naves acoplam entre si em órbita). A cada missão, a cada satélite, a cada foguete soviético, os Estados Unidos tremiam. Nesta corrida, tudo valia. Arquivos confidenciais eram violados, espiões eram acionados e indivíduos eram subornados, o que provocava intratáveis dores de cabeça nos cientistas e nos governos. De repente, porém, nasce a idéia das idéias. O presidente Kennedy convoca a nação para um desfio, abre os cofres da Casa Branca e motiva a NASA a conquistar nosso satélite natural. Em 1969, no dia 20 de julho, os astronautas americanos Nell Armstrong e Aldwin << Buzz >> Aldrin pisam no solo lunar. Calcula- se que mais de 1 bilhão de pessoas tenham assistido a transmissão deste momento histórico marcado pela frase de Armstrong << Um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade >>. E ele tinha razão! Foi um gigantesco salto para a humanidade. O homem pela primeira vez rompia, definitivamente, o cordão umbilical com a mãe Terra. Os americanos respiraram aliviados. Apesar de o próprio Kennedy estar morto, a sua estratégia havia dado certo. Ninguém se lembra mais de todo o pioneirismo soviético. Tudo foi esquecido, como num passe de mágica. De todas as conseqüências científicas e tecnológicas decorrentes das missões do projeto Apollo, a mais importante delas é a certeza de que não estamos mais presos ao nosso planeta. A certeza de que podemos ir além, que é possível habitar outros mundos, é, certamente, um salto gigantesco. E por isto, a estratégia de Kennedy funcionou! Principais vôos tripulados 1961: o soviético Yuri Gagarin faz o primeiro vôo orbital tripulado a bordo da Vostok 1 (12/4) O astronauta norte-americano Alan Shepard Jr., a bordo da Mercury 3, faz um vôo suborbital (5/5). 1962: John Glenn faz o primeiro vôo orbital tripulado norte-americano. 1965: o soviético Alexsei Leonov é o primeiro homem a sair de uma nave, a Voskhod 2, para o espaço, onde permanece por 12 minutos (18/3) O norteamericano Edward White II sai de sua nave, a Gemini 4, e permanece 20 minutos no espaço. 1968: a nave norte-americana Apollo 8 faz o primeiro vôo tripulado na órbita lunar. 1969: Apollo 11 é a primeira nave tripulada a descer na Lua; dois de seus três tripulantes, Neil Armstrong e Edwin Aldrin, são os primeiros homens a pisar o solo lunar. 1971: lançada a primeira estação espacial orbital, a Salyut 1. A nave Soyuz 10, com três astronautas, faz a primeira manobra de acoplamento de uma nave à estação. 1973: lançada a primeira estação orbital norte-americana, a Skylab. 1975: primeira experiência espacial conjunta dos EUA e URSS, com o acoplamento das naves Apollo 18 e Soyuz 19. 1981: ônibus espacial Columbia inaugura nova fase da exploração espacial com naves construídas para fazer sucessivas viagens entre a Terra e o espaço. 1984: o astronauta norte-americano Bruce McCandless é o primeiro homem a voar livremente no espaço. Com uma mochila propulsora nas costas, ele se afasta até 100 m da nave Challenger. 1986: os soviéticos Leonid Kizim e Vladimir Soloviov fazem a primeira transferência no espaço entre as duas estações orbitais. Saem da Mir no módulo de transporte Soyuz T-15, percorrem 3 mil km, fazem acoplagem com a Salyut-7 e, depois, regressam à Mir. 1991: a astronauta norte-americana Shannon Lucid bate recorde de permanência de uma mulher no espaço: 530 horas. 1992: a nave russa Soyuz TM-14, com dois astronautas russos e um alemão, resgata o astronauta Serguei Krikalev da estação espacial Mir; sua permanência no espaço, prevista para cinco meses, prolonga-se por mais cinco devido aos acontecimentos políticos que resultam no fim da URSS O ônibus espacial norte-americano Atlantis lança o laboratório espacial europeu Eureca-1. 1993: O Columbia lança o laboratório alemão Spacelab D-2. Após a conquista da Lua, o objetivo da corrida espacial passa a ser a coleta de informações a respeito dos planetas vizinhos e o lançamento de satélites para uso comercial. Entre 1962 e 1970 as sondas Veneras soviéticas e Mariners norte-americanas fotografam e filmam a superfície de Vênus e Marte. Nas décadas de 70 e 80 os pesquisadores dedicam-se a enviar sondas para conhecer os demais planetas do Sistema Solar. A Voyager 2 chega em 1994 a Plutão. As voyagers levam mensagens e informações sobre a Terra para eventuais contatos com extraterrestres. Satélites, sondas e vôos não-tripulados 1957: a URSS lança os dois primeiros satélites artificiais, o Sputnik 1, em outubro, e o Sputnik 2, em novembro, que leva o primeiro ser vivo ao espaço, a cadela Laika. 1958: os EUA lançam seu primeiro satélite, o Explorer 1. 1959: os soviéticos lançam o projeto Lunik (ou Luna) de sondas de exploração lunar. Sobrevoam a Lua em fevereiro com a Lunik 1, atingem sua superfície em setembro com a Lunik 2 e fazem as primeiras fotos da face oculta do satélite em outubro com a Lunik 3. 1960: os EUA lançam o primeiro satélite de telecomunicações, o Echo 1, que apenas reflete as ondas eletromagnéticas, e o primeiro satélite meteorológico, o Tiros 1. 1961: os soviéticos lançam a sonda Venera 1, a primeira a sobrevoar Vênus. 1962: os EUA lançam o primeiro satélite ativo de telecomunicações, o Telstar, e inauguram o sistema intercontinental de transmissão de imagens de televisão Lançada a Mariner 2, primeira sonda norte-americana a sobrevoar Vênus e que envia as primeiras informações sobre a superfície do planeta. 1964: lançada a Mariner 4, que entra na órbita marciana em 1995 e tira as primeiras fotos do planeta. 1966: a sonda soviética Lunik 9 pousa suavemente na superfície lunar (3/2) A sonda norte-americana Surveyor pousa na Lua (2/6). 1972: os EUA lançam a Pioneer 10, primeira sonda a aproximar-se de Júpiter. 1975: os EUA lançam as sondas Viking 1 e 2, as primeiras a pousar suavemente em Marte e a cartografar os planetas e seus satélites. 1977: os norte-americanos lançam as sondas Voyager 1 e 2, programadas para atingir em um único vôo as órbitas de Júpiter, Saturno, Urano e Netuno, e depois dirigir-se para fora do Sistema Solar. 1985: lançado nos EUA o primeiro satélite brasileiro de comunicações, o Brasilsat A1, construído no Canadá. 1990: o ônibus espacial Discovery lança a sonda Ulisses para estudar as regiões polares do Sol; a sonda bate o recorde de velocidade: 54. 925 km/h O Japão lança a nave Muses-A, que coloca em órbita lunar o satélite Hagorono O ônibus espacial Discovery coloca em órbita o Hubble, primeiro telescópio orbital (abril) e a sonda espacial Ulysses (outubro). 1992: a Nasa lança o Mars Observer, com destino a Marte. No ano seguinte, ela deixa de emitir sinais à Terra A sonda espacial Pioneer 10 completa 20 anos no espaço e continua enviando informações a Terra. 1993: a Rússia testa a vela solar, criada para refletir a luz do Sol na Terra e que poderá servir para iluminar as noites de inverno nas áreas próximas ao Pólo Norte e também 0000para impulsionar os veículos espaciais Lançado nos EUA o primeiro satélite planejado e construído no Brasil, o SCD-1. As roupas dos astronautas Durante uma viagem à lua, os astronautas usam três tipos de vestimentas. O macacão de vôo: É a vestimenta básica dos astronautas. É um macacão feito sob medida, com um tecido de náilon chamado beta. Esse macacão é colocado diretamente sobre a pele e não pode ser retirado em nenhum momento. O macacão pressurizado O astronauta usa essa roupa sobre o macacão de vôo. O macacão pressurizado é revestido de fibras beta, que o protegem contra um eventual incêndio na cabina e contra o calor excessivo durante o reingresso na atmosfera terrestre. Um macacão pressurizado conta de: a) uma camada fina de náilon; b) uma camada de borracha hermeticamente fechada para conservar a pressão; c) uma camada para diminuir o calor; d) uma camada externa, de náilon metalizado. O traje lunar É um macacão pressurizado normal, sem a cobertura de fibra beta. Antes de deixar o módulo lunar, o astronauta veste sobre esse macacão um conjunto leve que o protege do calor solar e dos meteoritos. Usa também um capacete de metal com uma viseira transparente e uma fina lâmina de ouro, para protegê-lo dos raios solares. Medicina no Espaço Quando uma pessoa vai para o espaço ela sofre várias modificações em seu organismo por causa da gravidade. Até o organismo se acostumar sem a gravidade leva certo tempo, e quando a pessoa volta à crosta terrestre ela tem de fazer exercícios de reabilitação, como por exemplo, para voltar a andar, o que leva três semanas de reabilitação. Pode-se também ir para o espaço para se fazer pesquisas e Ter um avanço na medicina como a Shannom Lucid que foi para o espaço fazer experimentos científicos com tecidos vivos. Há muitas mais coisas para saber a respeito da medicina, mas muitas delas ainda estão em estudos e não são divulgadas. Referências: BARCELLOS, João Carlos Holland de. A origem do Universo. 2005. BARROS, Carlos. Ciências: Meio Ambiente, Universo, Programas de Saúde, Noções de Ecologia. São Paulo: Ática, 1999. CHASSOT, Attico – A ciência através dos tempos. 15ª ed. São Paulo, Moderna, 1994—Coleção Polêmica. COSTA, J. R. V. Para que serve Astronomia. Tribuna de Santos, Santos, 29 out. 2001. Caderno de Ciência e Meio Ambiente, p. 2. FÍSICA NA ESCOLA, A Cosmologia v. 6, n. 1, 2005. GASPAR, A. Física, Vol. 1 – Mecânica. São Paulo: Ática, 2002. GONÇALVES, Jane T.S., KUCERA, Lia; MACHADO, Lise; BAGLIOLI, Oromar. Ciências: 5ª série. Curitiba: Módulo, 1994. GONZALEZ, Encarnacion Amélia Martinez et all. Anais do 2º Congresso Brasileiro de Extensão Universitária - Belo Horizonte – 12 a 15 de setembro de 2004 - A Astronomia como Ferramenta Motivadora no Ensino das Ciências - Área Temática de Educação. GOWDAK, Demétrio Ossowski. Ciências, 5: o universo e o homem: astronomia, matéria e energia, saúde. – São Paulo: FTD, 1993. MACHADO, Arnaldo da Silva. Projeto Astronomia para amadores mirins: Ciência além dos muros da escola. Departamento de Física – Universidade Federal do Amazonas, Manaus – AM. MARQUES, Jenny de Lourdes; PORTO, Dinorah Poletto. Ciências – o solo, a água e o ar. São Paulo: Scipione, 1994. NOGUEIRA, Durval Lordelo et all. Projeto de Astronomia Popular e Observatório Virtual. UNEB. NUSSENZVEIG, H. M. Curso de Física Básica, Vol. 1 – Mecânica. São Paulo, Edgard Blücher, 2002. PARANÁ, Secretaria do Estado de Educação- Diretrizes curriculares da rede pública da educação básica do estado do Paraná, Curitiba, 2006. PEREIRA, SANTANA & WALDHELM. Ciências. São Paulo: Brasil, 2001. PIETROCOLA, Maurício (org.) - Ensino de física: conteúdo, metodologia e epistemologia numa concepção integradora. Florianópolis, Ed. Da UFSC, 2001. TERRAZAN, E. A. & AULER, D. “Repensando a Física no Ensino Médio” In: Formação de Professores: um Desafio, Goiânia, Editora da Universidade Católica de Goiás, 1996. TRAJANO DA COSTA, R. C. Introdução à História das Ciências Físicas, notas não-publicadas. 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