A ESTRUTURA GEOLÓGICA DO PLANETA Robert Oliveira Cabral A FORMAÇÃO DO PLANETA E AS ERAS GEOLÓGICAS • Segundo os principais astrônomos e físicos, o planeta Terra foi formado ( a 4,6 bilhões de anos atrás) por agregação de partículas após o Big Bang (aproximadamente 13,7 bilhões de anos atrás). • A velocidade no qual estas partículas se agregaram possibilitou vários processos químicos e as altas temperaturas do planeta que notamos em seu interior. • O planeta demorou, aproximadamente, 1,5 bilhões de anos para que a camada superficial se resfriasse e formasse a litosfera. • Segundo astrônomos e geólogos, o planeta terra sofreu, nos primeiros 100 milhões de anos, uma colisão com um asteróide do tamanho de marte. Isso possibilitou uma perda de massa, a redução de seu tamanho original e a formação de um anel de poeira que, posteriormente, originou a lua. FORMAÇÃO DA TERRA FORMAÇÃO DA LUA Islândia: A origem da vida A FORMAÇÃO DO PLANETA • O planeta encontra-se dividido em camadas diferenciadas pela densidade, temperatura e materiais que as compõem. São elas: • Litosfera – densidade (SiAl-2,7 e SiMa – 3,0) e espessura (SiAl - 25 a 90km e SiMa – 5 a 10 km). • Manto – densidade de 3,3 a 5,5 e espessura de aproximadamente 2900 km. • Núcleo externo – densidade entre 7 e 10 e espessura aproximada de 1500 km. • Núcleo interno – densidade 12 e espessura de, aproximadamente, 1800 km. Células de Convecção Magmática CARACTERÍSTICA DE CADA CAMADA LITOSFERA • Camada menos espessa, com menor densidade e temperatura. Encontra-se fragmentada em diversos blocos denominados placas tectônicas. Estas placas são como jangadas de pedra que flutuam sobre o manto. As placas continentais (SiAl) são menos densas e as placas oceânicas (SiMa) mais densas – isostasia • Antes da fragmentação da litosfera encontrávamos um mega-continente denominado PANGÉIA. • As placas tectônicas foram formadas e se movimentam em função das células de convecção magmáticas. • Os deslocamentos das placas possibilitam fenômenos tectônicos (falhamentos, vulcanismo, terremotos, maremotos/tsunamis). DERIVA CONTINENTAL: FRAGMENTAÇÃO DA PANGÉIA E A FORMAÇÃO DOS ATUAIS CONTINENTES FRAGMENTAÇÃO DA PANGÉIA E A FORMAÇÃO DOS ATUAIS CONTINENTES PANGÉIA LAURÁSIA AMÉRICA DO NORTE EURÁSIA (EUROPA + ÁSIA) GONDWANA AMÉRICA DO SUL ÁFRICA OCEANIA (PLACA INDO-AUSTRALIANA) ANTÁRTIDA AS CÉLULAS DE CONVECÇÃO E O TECTONISMO Círculo (ou Anel) do Fogo 16 TERREMOTO NO CHILE - 2010 Terremoto 2011 - Japão 18 Como se Forma um Tsunami TSUNAMI NO JAPÃO - 2011 Tsunami 2011 ...era um barquinho no mar do Japão 21 VULCANISMO • O CHOQUE (CONVERGENTE E TRANSFORMANTE) ENTRE DUAS OU MAIS PLACAS E A DISTENSÃO DE UMA PLACA PROVOCAM FALHAMENTOS E FRATURAS, QUE POR SUA VEZ POSSIBILITAM A PASSAGEM DO MAGMA E O PROCESSO DE EXTRUSÃO (OU VULCANISMO). • O VULCANISMO EM UMA ÁREA DE CHOQUE DE PLACAS É MAIS AGRESSIVO, VISTO QUE O MATERIAL PIROCLÁSTICO É DECORRENTE DA ROCHA DERRETIDA NA ZONA DE SUBDUCÇÃO. POR ESTE MATERIAL SER MENOS DENSO A SUA PRESSÃO É ELEVADÍSSIMA SOBRE ESTAS ÁREAS DE FALHAS. • A MAIORIA DOS VULCÕES ATIVOS ENCONTRAM-SE NAS LINHAS DE CHOQUE DE PLACAS E NAS ÁREAS DE DISTENSÃO (DORSAIS MESOCEÂNICAS) ERUPÇÃO EXPLOSIVA: Vulcão Etna (Itália) ÁREA DE CHOQUE CONVERGENTE Vulcão não-explosivo em zona de distensão: Kilauea – Hawaii - EUA MANTO • Trata-se de uma camada que possui uma grande influência sobre a litosfera, em especial pelas células de convecção e pelo material piroclástico (material liberado em uma erupção). • Possui temperatura entre 2000ºC e 3000ºC. • Sua densidade é menor nas proximidades da litosfera (aprox.:3,3) e maior nas proximidades do núcleo (aprox.: 5,5). • Se separa da litosfera pela descontinuidade de Mihorovicic ou astenosfera (100 – 150km de profundidade) – aspecto fluido. • Se separa do núcleo pela descontinuidade de Wiechert-Gutemberg (2900km de profundidade). NÚCLEO • Composto basicamente por Ni (níquel) e Fe (ferro), o núcleo possui uma importância crucial na existência de vida no planeta. Estudos comprovam que o núcleo se dividem em dois: um mais externo (fluido) e outro interno (sólido) que possuem uma dinâmica peculiar. • O núcleo externo se movimenta ao redor do núcleo interno criando um campo magnético que protege o planeta da radiação solar, em especial os ventos solares. • Sem este escudo eletromagnético a temperatura na superfície do planeta seria superior a 1500ºC. ESTE MAGNETISMO É RESPONSÁVEL PELA EXISTÊNCIA DO NORTE MAGNÉTICO. Dinâmica do Núcleo CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA CAMPO MAGNÉTICO DA TERRA PROCESSOS ENDÓGENOS TIPOS DE BORDAS DE CONTATO DE PLACAS * EXISTEM TRÊS TIPOS DE CONTATO DE PLACAS DE GRANDE RELEVÂNCIA PARA O NOSSO ESTUDO: 1º- BORDA DE CHOQUE CONVERGENTE 2º - BORDA DE DISTENSÃO 3º - BORDA DE CHOQUE CONCORRENTE OU TRANSFORMANTE BORDAS CONVERGENTES • 1º CASO: CONTATO OCEÂNICO CONTINENTAL BORDAS CONVERGENTES • 2º CASO: CONTATO OCEÂNICO-OCEÃNICO (OU PACÍFICO INSULAR) O Contato Convergente e a Zona de Subducção Zona de subducção BORDAS CONVERGENTES • 3º CASO: CONTATO CONTINENTAL-CONTINENTAL (HIMALÁIA) BORDA DIVERGENTE ESTE TIPO DE BORDA DE (DES)CONTATO É NOTADO PRINCIPALMENTE NOS OCEANOS E DEMONSTRAM OS PONTOS ONDE OS CONTINENTES SE SEPARARAM (DORSAIS MESOCEÂNICAS) Células de Convecção Magmática BORDA CONCORRENTE OU TRANSFORMANTE • ESTE TIPO DE CONTATO É RARO, CONTUDO TEMOS DOIS CASOS QUE PODEM ILUSTRAR O QUANTO ESTE TIPO DE CONTATO É AGRESSIVO: A FALHA DE SAN ANDREAS (EUA) e os TSUNAMIS QUE OCORRERAM NO OCEANO ÍNDICO EM 2004. FALHAMENTOS • Falhamentos - Com os choque entre as placas partes da litosfera foram rompidos, possibilitando a ação das forças verticais (ou epirogênicas), em especial a pressão promovida pelo manto. Com isso, notaremos os falhamentos ou linhas de falhas. • 1- Tipos de falhas • Os falhamentos se diferenciam pela estrutura de ruptura da litosfera provocada pelas força endógenas, assim como a continuidade em seu processo evolutivo. As falhas são decorrentes tanto do choque entre placas como da distensão (ruptura de uma placa formando uma nova placa). Os tipos principais de falhas são: Falha normal: Um bloco desce em relação ao outro Falha transcorrente: um bloco deslocase lateralmente em relação ao outro Falha inversa: Um bloco sobe em relação ao outro ` • OBS: • È importante ressaltar que parte do relevo brasileiro é decorrente de falhamentos ocorridos pela divergencia entre a placa africana e a placa sul americana, especialmente na faixa litorânea. A Serra do Mar (bloco basculhado), a Guanabara (graben, rift ou depressão) OS TIPOS DE ROCHAS QUE COMPÕEM A LITOSFERA • 1) Rochas Cristalinas formadas a bilhões de anos a partir do resfriamento lento do que denominamos atualmente como escudos e crosta terrestre. São rochas extremamente resistentes com um alto grau de alinhamento de metais e substâncias extremamente resistentes como o quartzo (em cristais). OS TIPOS DE ROCHAS QUE COMPÕEM A LITOSFERA • 2) Rochas Magmáticas (vulcânicas ou Ígneas) - Estas rochas são formadas a partir do resfriamento do magma a partir da erupção (extrusão) ou pelo confinamento deste material magmático no interior da litosfera (intrusão). Logo as rochas magmáticas podem ser caracterizadas como magmáticas extrusivas ou Efusivas (basalto rochas que se resfriaram rapidamente, logo frágeis, de rápida intemperização) e magmáticas intrusivas ou plutônicas (granitos - rochas que se resfriaram lentamente, logo muito resistentes ao intemperismo). OS TIPOS DE ROCHAS QUE COMPÕEM A LITOSFERA • 3)Rochas Sedimentares - Resultante do acumulo de material sedimentar de origem orgânica (petróleo e carvão mineral), química (sal-gema) e detritos de outras rochas que sofreram processos de intemperização e erosão. OS TIPOS DE ROCHAS QUE COMPÕEM A LITOSFERA • 4)Rochas metamórficas Quando rochas de composições minerais e origens diferentes se fundem em função das altas temperaturas e a ação da pressão, formando uma nova rocha. As formas de relevo • • Dependendo da atuação de agentes internos e externos, o relevo pode apresentar diversas formas. As principais são: montanhas, planaltos, planícies e depressões. Montanhas são aquelas regiões em que ainda hoje os processos internos superam os externos, ou seja, o soerguimento é mais forte que a erosão. Os Andes, as Rochosas, os Alpes, o Himalaia ainda apresentam falhamentos, terremotos e vulcanismos, demonstrando a forte atuação dos agentes internos. É comum, no entanto, considerar montanhas aquelas áreas que, mesmo antigas, apresentam altitudes superiores a 300 metros. As formas de relevo • Planaltos são superfícies elevadas, com ondulações suaves, delimitadas por escarpas que constituem declives e nos quais os processos de destruição superam os de construção. Entre os fatores externos, predominam os agentes de desgaste, e não os de sedimentação. Os planaltos típicos são de estrutura sedimentar, mas podem ser formados pelo soerguimento de blocos magmáticos. As formas de relevo • Planícies são superfícies que apresentaram pequenos movimentos na crosta, sendo quase completamente aplainadas. São delimitadas por aclives, e os processos de deposição superam os de desgaste. Podem ser classificadas em planícies costeiras, quando o agente de sedimentação é o mar; fluviais, quando um rio é responsável por sua formação: e planícies de origem lacustre, ou seja, formadas pela ação de um lago. As formas de relevo • Nas depressões a altitude da superfície é mais baixa que as formas de relevo que as circundam. Classificamse em depressões absolutas, quando estão abaixo do nível do mar, e relativas, quando estão acima. Em geral, as depressões relativas decorrem de intensos processos erosivos ocorridos nas bordas de planaltos. A região em que se encontra o mar Morto é um exemplo de depressão absoluta. Um vale em um planalto ou entre montanhas constitui uma depressão relativa de forma alongada. As formas de relevo • Cada uma das formas de relevo pode receber denominações diferentes, conforme suas dimensões e particularidades morfológicas. Assim, por exemplo, uma pequena montanha é chamada, em geral, de morro; um alinhamento de montanhas de serra. Do mesmo modo, a depressão alongada, denominada vale, em geraI contém um leito de um curso de água (provavelmente responsável pela erosão do terreno). Crátons e Escudos • Tanto os crátons como os escudos representam relevos pré-cambrianos (mais de 3 bilhões de anos). • Contudo, os crátons representam áreas onde notamos uma forte ação das forças exógenas. No Caso brasileiro temos os crátons das Guianas, Sul-amazônico (Xingu) e do São Francisco. Estas formas não sofreram ação das forças endógenas após a sua formação • Os escudos, por sua vez, representam áreas onde as forças exógenas mostram-se intensivas no desgaste destes ambientes geológicos. Nestas áreas as forças endógenas alteraram sua estrutura original.