V Í RUS - Fatos Biológicos

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VÍRUS
1. (Profs. Luiz Roberto Santiago e Márcia Maloso) O papilomavírus humano (HPV)
é nu (sem envelope), esférico e apresenta um diâmetro que varia , nos
diferentes subtipos, de 52 à 55 nanômetros.
No desenvolvimento da vacina antiHPV conseguiu-se identificar a região do DNA viral responsável
pela tradução dos peptídeos que compõem seu capsídeo.
Depois, introduzindo-se a cópia do segmento do DNA viral no interior da levedura Saccharomices
cerevisiae, o fungo transgênico passa então a sintetizar os peptídeos do capsídeo do vírus.
Esses peptídeos virais, sem qualquer carga genética em seu interior, formam partículas semelhantes
ao capsídeo viral (vírus like particle – VLP).
O passo seguinte foi estabelecer a melhor quantidade de VLP indutora da síntese de anticorpos e
testá-la em humanos.
I.HPV c:capsídeo pc:proteína do capsídeo gpc: gene da
proteína do capsídeo II.Levedura MIC: meio intracelular
IIa.Plasmídeo gpc1:cópia do gpc III.Vacina.
a) A análise do texto acima permite concluir que a vacina
anti-HPV é de 1ª, 2ª ou 3ª geração? Justifique.
Se o coito, penetração pênis - vagina, representa a forma clássica de transmissão das DST (Doenças
Sexualmente Transmissíveis), variantes da genitalidade criam outras opções de contágio.
Assim, por exemplo, na sodomia (pênis - ânus), homo ou heterossexual, uma "flora" intestinal mista
e abundante é colocada em contato com a mucosa da uretra que apresenta uma micro-comunidade
normalmente escassa.
O anolinguismo, contato oro anal, hetero ou homossexual masculino ou feminino, criou condições de
transmissão feco oral para uma série de microorganismos, assim como o cunilinguismo (contato
bucovaginal) abriu possibilidades de contágio antes não imaginadas.
Da mesma forma se acrescentam a felação (contato bucopeniano) e o tribadismo (contato entre mucosas
vulvares) como variantes sexuais, envolvidas na transmissão das DST.
b) Da análise do texto acima qual virose, que ataca uma glândula anexa do sistema digestório,
poderia ser facilmente transmitida durante a prática do anolinguismo? Justifique.
c) Indique uma virose sexualmente transmissível passível de prevenção ativa artificial feminina e
masculina. Qual o risco envolvido na contaminação feminina por determinadas cepas dos vírus em
questão?
2. (Profs. Márcia Maloso e Luiz Roberto Santiago) Os bacteriófagos
foram descobertos independentemente por Frederick Twort
(bacteriologista
inglês)
em 1915 e por Félix d’Herelle
(microbiologista canadense) em 1917.
No início de 1919, d'Herelle isolou bacteriófagos das fezes de galinhas com infecção intestinal que
haviam sido tratadas com bacteriofagoterapia.
Após essa experiência bem sucedida o primeiro paciente humano foi curado de disenteria bacteriana
mediante uso da fagoterapia em agosto de 1919.
Somente em 1939 os bacteriófagos puderam ser identificados após a invenção do microscópio
eletrônico por Helmut Ruska (biólogo e médico alemão).
No final da II Guerra Mundial a fagoterapia passou a ser substituída pela penicilina considerada mais
confiável e de fácil utilização.
a) Qual a vantagem da fagoterapia frente à utilização dos antibióticos tradicionais?
Levando-se em conta a multiplicidade de bacteriófagos existentes, é possível o isolamento de grupos
mais virulentos que possam ser utilizados na destruição de determinadas espécies bacterianas.
b) Qual o ambiente propício para a captura de diferentes grupos de bacteriófagos úteis na terapia de
bacterioses humanas e de animais domésticos? Justifique.
(Profs. Márcia Maloso e Luiz Roberto Santiago) Da análise e interpretação do fragmento de texto abaixo:
A febre amarela é uma virose do tipo antropozoonose
(doença adquirida pelo homem, a partir de outras
espécies de animais como o macaco, por exemplo) com
dois padrões epidemiológicos distintos: o urbano e o
silvestre. No primeiro, a doença é transportada de
pessoa a pessoa pelo Aedes aegypti , mosquito de
hábitos domésticos que prolifera em coleções de água
peridomiciliares,
principalmente
nas
cidades.
No
segundo, a transmissão entre animais é realizada ,no
Brasil, por mosquitos florestais do gênero Haemagogus
sp que se desenvolvem em coleções de água
acumuladas nas copas das árvores. É uma doença
primária de animais selvagens (macacos, marsupiais –
gambá, cuíca , roedores) que atinge o homem quando este
invade o ambiente florestal. Tratado de Infectologia 2ª. Edição
- Ricardo Veronesi e Roberto Focaccia - Editora Atheneu.
Espécies de macacos brasileiros susceptíveis ao
vírus da febre amarela (arbovírus) por ordem de
sensibilidade e consequente letalidade : Alouatta sp
(guariba e bugio) - Callithrix sp (sagüi , mico) –
Ateles sp (macaco-aranha) ; Aotus sp (macaco-danoite), Saguinus sp (sagui), Cebus sp (macacoprego), Callicebus sp (guigó , sauá). Sp I : Fêmeas
do Haemagogus sp e Mansonia sp que habitam as
copas das árvores e o solo ; Sp II: Fêmeas do Aedes
aegypti com hábito peridomiciliar e domiciliar.
3. Qual o agente etiológico da febre amarela? Justifique.
4.
Na
febre
amarela
silvestre
qual
o
papel
desempenhado pelo macaco contaminado (que vive na
região) em relação ao homem (que invadiu a floresta) na
construção de uma estrada de ferro, por exemplo?
5. O Haemagogus sp , no caso da febre amarela urbana,
desempenha o papel de hospedeiro ou de transmissor?
6. O vírus da febre amarela é um “arbovirus” . O que são
arbovírus? É correto afirmar que o vírus em questão seja
III. Vírion do vírus da Febre Amarela (40 a 60 nm Ø),
III a.Envelope, III b. Nucleocapsídeo, III c. RNA viral.
Exemplos de células humanas hospedeiras:
hepáticas e renais.
um parasita monoxeno? Justifique.
7. (Profs. Luiz Roberto Santiago e Márcia Antonia Maloso)
Prevalência é o número total de casos de uma
prevalência
doença, num determinado período, numa dada
população. Da interpretação do gráfico ao lado onde
B
A e B representam viroses ;
A
a) Relacione a prevalência de B com gripe.
b) Relacione a prevalência de A com hepatite A.
D J
A M
S
N
meses do ano
8. (Profs. Luiz Roberto Santiago e Márcia Maloso) Da análise da
linha do tempo a lado, que relata um acidente com
mordedura de cão que apresentou sintomas de
hidrofobia no dia 30 do corrente mês ;
a) O acidentado corre risco de contrair hidrofobia? Qual a provável explicação?
b) É hábito atribuir ao mês de agosto a fama de maior incidência de animais raivosos (mês do cachorrolouco). Qual a lógica dessa atribuição?
c) Animais mantidos em gaiolas anti - morcegos, no interior de grutas, contraem raiva desmodina
sem terem sido feridos pelos quirópteros hematófagos. Qual a provável forma de contágio?
(Profs. Luiz Roberto Santiago e Márcia Maloso)
A expressão “reprodução” pode ser empregada como
processo que promove aumento no número de indivíduos , ou como mecanismo biológico de
produção assexuada ou sexuada de descendentes.
9. É adequada a afirmação de que o ambiente aquático é responsável pela reprodução de insetos tais
como os mosquitos por exemplo ? Discuta.
10. Aponte duas arboviroses e as respectivas espécies de mosquitos que desempenham o papel
epidemiológico de vetores de seus agentes etiológicos.
GABARITO COMENTADO
1. a) De 2ª geração. As vacinas de 1ª geração são produzidas com o agente etiológico, ou sua toxina,
“atenuados” ou “inativados”. A atenuação (enfraquecimento) e a inativação (alteração química estrutural)
são mecanismos provocados por processos físicoquímicos nem sempre totalmente eficientes. Assim,
vacinas de 1ª geração como a antipoliomielite (tipo Sabin) e a BCG (antituberculose), por exemplo,
oferecem sempre risco.
Nas vacinas de 2ª geração o agente etiológico não está presente e sim peptídeos que compõem sua
estrutura e são capazes de induzir o sistema imunológico.
Geralmente essa modalidade de vacina é obtida por métodos biotecnológicos capazes de introduzir
cópias do código genético do agente etiológico em leveduras que, uma vez “transgênicas”, passam a
sintetizar os peptídeos que serão utilizados na vacina (vacina anti hepatite A e B, por exemplo).
Nas vacinas de 3ª geração, uma cópia da porção do código genético do agente etiológico capaz de
sintetizar peptídeos é inoculada nas fibras musculares do animal que será imunizado. Dessa forma, o
receptor dessa “cópia genética” passa a produzir continuamente anticorpos contra os peptídeos
estranhos que possam ser obtidos.
b) Hepatite A. Os vírus são expelidos junto com as fezes do contaminado. Assim, a prática do
anolinguismo promove a ingestão desses vírus.
c) O papilomavírus – HPV.
O HPV foi o primeiro vírus tumorigênico a ser transmitido experimentalmente de um hospedeiro para
outro, isto é, esse vírus está envolvido com o desenvolvimento de câncer cervical (colo uterino) e câncer
de pênis.
Segundo a OMS, há uma estimativa epidemiológica que sugere a prevalência mundial pelo HPV em
torno de 630 milhões de pessoas infectadas. O câncer cervical apresenta uma incidência de 470.000
casos anuais, dos quais 80% ocorrem em países em desenvolvimento.
O papilomavírus também é o agente etiológico da verruga.
2. a) Impedir a sobrevivência de cepas bacterianas resistentes, como ocorre, geralmente com a maioria
dos antibióticos, que atuam somente sobre bactérias sensíveis.
Ao adsorver uma célula bacteriana (não há célula resistente) o bacteriófago multiplica-se e a sua liberação
ocasiona lise celular, e consequentemente sua destruição.
b) O esgoto. Esse meio representa um ambiente que favorece o desenvolvimento de bactérias (rico em
matéria orgânica) oferecendo assim, um local de cultura favorável e rico em células hospedeiras para os
bacteriófagos se multiplicarem.
3. Um vírus, pois o texto menciona que a febre amarela é uma virose.
4. O macaco silvestre contaminado é um reservatório em relação ao homem invasor.
5. Segundo o texto, o Haemagogus sp não participa no ciclo da febre amarela urbana sendo substituído
pelo Aedes aegypti. De qualquer forma, o agente transmissor é um hospedeiro do agente causador.
6. AR = arthropod, BORNE = transporte, VIRUS, portanto, são vírus transportados por artrópodes.
7. a) A gripe é uma virose transmitida, essencialmente, por perdigotos emitidos durante a fala, tosse ou
espirro. A prevalência de B eleva-se no inverno que corresponde ao período onde os humanos agrupamse facilitando a transmissão.
b) A hepatite A pode ser transmitida através da ingestão de ostras contaminadas pela água de esgoto
que é normalmente liberada no mar. O consumo desse molusco ocorre, sobretudo, durante o verão
onde a prevalência de A é mais elevada.
8. a) Não. Os sintomas surgiram dia 30, portanto o cão estava liberando os vírus na saliva de 2 a 4 dias
antes, ou seja, a partir do dia 26. A mordedura se deu no dia 14.
b) O número de casos novos (incidência) eleva-se no inverno (agosto) uma vez que com a queda da
temperatura os animais agregam-se facilitando dessa forma a transmissão.
c) A raiva desmodina é transmitida pela saliva do morcego contaminado.
Os morcegos hematófagos “rasgam” a pele do hospedeiro com os dentes incisivos e caninos e
apresentam anticoagulantes (tais como : a draculina e DSPA = Desmodus Salivary Plasminogen Activator) na
saliva que promovem sangramento contínuo (interrompendo o processo natural de coagulação) facilitando a
obtenção do alimento através de lambidas.
Uma outra forma de contaminação ocorre através da inalação de gotículas de saliva contaminadas
liberadas pela “limpeza coletiva” quando o animal agrega-se ao bando sendo lambido (limpo) pelo grupo
e lambendo (limpando os demais) simultaneamente.
Assim, animais mantidos em gaiolas anti – morcegos podem contaminar-se por inalação de gotículas de
saliva contaminadas.
9. Para discussão da expressão, devemos considerar que ¾ da vida dos mosquitos ocorre em ambiente
aquático onde ocorre a postura do ovo, o desenvolvimento da larva e da pupa. A fase adulta (imago)
desenvolve-se em ambiente aéreo.
Dessa forma, para cada ovo desenvolve-se uma larva e uma pupa que gera um mosquito adulto.
Assim, não ocorre aumento no número de indivíduos na água. Então, é inadequada a afirmação de que
o ambiente aquático é responsável pela “reprodução” de insetos tais como os mosquitos.
Os mosquitos utilizam a água para o seu “desenvolvimento”.
10. Febre amarela e dengue transmitidas pelo Aedes aegypti contaminado.
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