1 AVALIAÇÃO QUÍMICO-AMBIENTAL DE RESÍDUO DE ROCHA ORNAMENTAL J.N.F. Holanda Grupo de Materiais Cerâmicos/LAMAV, Universidade Estadual do Norte Fluminense, 28013-602 Campos dos Goytacazes-RJ. [email protected] RESUMO A indústria de rochas ornamentais gera enormes quantidades de resíduos durante o processo de extração e corte de rochas. Os resíduos de rochas ornamentais são materiais não biodegradáveis. Trabalhos reportados na literatura têm mostrado que esses resíduos apresentam composição química e mineralógica atrativas para fabricação de produtos cerâmicos. No entanto, existe muito pouca informação sobre o potencial poluidor desses resíduos. Neste trabalho foi feita a cararacterização químico-ambiental de um resíduo de rocha ornamental proveniente da região Noroeste Fluminense, por meio de ensaios de lixiviação e solubilidade. Os resultados experimentais indicaram que o resíduo de pó de rocha ornamental estudado pode ser classificado como um resíduo classe II (não inerte). Palavras-chave: resíduo de rocha, reciclagem, lixiviação/solubilização INTRODUÇÃO O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de rochas ornamentais do mundo, com cerca de 7000 empresas(1). No estado do Rio de Janeiro, a região Noroeste Fluminense é rica em rochas ornamentais, com enfoque para o município de santo Antônio de Pádua. Para o uso das rochas ornamentais na construção civil é necessário o seu desdobramento de blocos para chapas, resultando na geração de um resíduo abrasivo na forma de lama. Particularmente, no município de santo Antônio de Pádua-RJ são geradas enormes quantidades deste resíduo, necessitando de um destino final correto. Pois, este resíduo quando seco transforma-se em um pó fino que degrada o meio ambiente e pode provocar danos a saúde humana. Diversos trabalhos reportados na literatura(2-4) têm mostrado que os resíduos de rochas ornamentais apresentam grande potencial para ser aproveitados como matéria-prima cerâmica. Em geral estes resíduos são ricos em compostos como SiO2, Al2O3, K2O, Na2O, CaO e MgO, e que quando adicionados as formulações cerâmicas em quantidades adequadas favorecem o processamento cerâmico. No 2 entanto, existe muito pouca informação sobre o potencial poluidor de resíduos gerados no setor de rochas ornamentais. O objetivo principal deste trabalho é a caracterização químico-ambiental de uma amostra de resíduo de rocha ornamental proveniente da região de Santo Antônio de Pádua-RJ. Ênfase é dada aos ensaios de lixiviação e solubilidade para materiais perigosos. MATERAIS E MÉTODOS No desenvolvimento deste trabalho foi usada uma amostra de resíduo de rocha ornamental em forma de lama, que foi coletada diretamente no pátio de uma empresa instalada no município de Santo Antônio de Pádua-RJ. A amostra foi inicialmente submetida a processo de secagem ao ar livre e em seguida foi feita secagem em estufa à temperatura de 110 ºC por 24 h. Em seguida foram feitos o destorroamento e peneiramento (- 100 mesh). Portanto, a amostra de trabalho constitui-se num resíduo sólido em forma de pó fino. A composição química do resíduo de rocha ornamental é dada na Tabela I. Tabela I – Composição química do resíduo de rocha. Composição % em peso SiO2 72,17 Al2O3 10,80 Fe2O3 5,04 CaO 2,33 Na2O 2,34 K2O 3,87 MnO 0,08 TiO2 1,07 MgO 0,94 P2O5 0,27 PF 1,08 PF = perda ao fogo 3