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LABORATÓRIO DE REDAÇÃO – 2013
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PROPOSTA I (ENEM)
Texto I
“Dizem que sou louco
Por pensar assim
Se eu sou muito louco
Por eu ser feliz
Mais louco é quem me diz
Que não é feliz, não é feliz.”
BAPTISTA, Arnaldo & LEE, Rita. “Balada do louco”. www.ritalee.com.br
“Normalidade é a habilidade para se adaptar ao mundo exterior com satisfação e para dominar a tarefa de culturação.”
MENINGER, K. In: Ballone GJ – Diagnóstico Psiquiátrico – in: PsiqWeb, Internet,
disponível em: www.psiqweb.med.br, revisto em 2005.
Texto II
LOUCURA
“A loucura é diagnosticada pelos sãos, que não se submetem a diagnóstico. Há um limite em que a razão deixa de ser
razão, e a loucura ainda é razoável.”
LUCIDEZ
“Somos lúcidos na medida em que perdemos a riqueza de imaginação.”
ANDRADE, Carlos Drummond de. Prosa seleta. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2003, p. 928.
Pensar ou agir de modo distinto do da maioria das pessoas pode ser visto como algo simplesmente diferente, ou como
inadequação, ou até mesmo como loucura.
Considerando a afirmativa e os trechos acima, elabore um texto dissertativo-argumentativo em que você apresente suas
reflexões a respeito do olhar sobre a normalidade/anormalidade.
PROPOSTA II (ENEM)
Texto I
ESPECIAL:
CHOQUE DE CULTURAS
Reação exagerada à publicação de charges de Maomé acirra o confronto entre o Islã e o Ocidente, duas civilizações com
algumas características em comum e muitos valores incompatíveis. O desafio é fazer com que o abismo entre elas pare de crescer.
Diogo Schelp
CONTRA A DINAMARCA
Palestinos pintam a marca de um pé –
um gesto ofensivo no mundo árabe – na
bandeira dinamarquesa.
Shawn Baldwin/The New York Times.
Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
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Laboratório de Redação – 2013
Doze charges, dez delas com caricaturas do profeta Maomé, publicadas num pequeno jornal em um país igualmente
pequeno e, em geral, distante de encrencas internacionais, colocaram o mundo islâmico em clima de guerra santa. A histérica
reação diplomática dos países muçulmanos, os boicotes econômicos, as multidões enfurecidas e as ameaças de morte dos terroristas
mostraram que o fosso de valores, ideias e hábitos entre o mundo islâmico e o Ocidente se aprofundou perigosamente. Dada
a dimensão geográfica e humana das partes e em vista das diferenças radicais, vem à mente a famosa metáfora proferida por
Winston Churchill quando ele viu o império soviético se agigantar e alienar o resto do mundo. Churchill disse que uma “cortina de
ferro” havia descido sobre a Europa. Desde a Guerra Fria não se via com tanta clareza a existência de dois mundos crescentemente
hostis e que, rapidamente, esquecem o muito que têm em comum exacerbando o pouco, mas fundamental, que os separa.
É um sinal dos tempos – e também um paradoxo. O abismo se torna mais intransponível exatamente em um mundo interligado
por comunicações instantâneas e pela intensificação do comércio global. Por que, com tantas condições favoráveis, o diálogo
está se tornando impossível?
A resposta mais simples e correta – ainda que não explique tudo – é que o fanatismo diminui as chances de diálogo.
O convívio poderia ser harmonioso e mutuamente enriquecedor não fosse o fato de que o poder crescente dos fanáticos esmaga
aqueles mais moderados e transigentes. O caso das charges é exemplar por ter colocado em foco alguns dos mais agudos pontos
de ruptura entre o Ocidente e o Islã: liberdade de expressão, direitos humanos e que o jornalista dinamarquês Flemming Rose
chamou de “choque de civilizações” entre as democracias seculares e as sociedades islâmicas. Rose, editor de cultura do JyllandsPosten, o jornal dinamarquês que publicou as charges cinco meses atrás, diz que a crise atual é sobretudo “sobre a questão da
integração e sobre se a religião do Islã é ou não compatível com uma sociedade moderna e secular”. A ideia de um choque de
civilizações não é nova. A expressão foi colocada em evidência pelo americano Samuel P. Huntington, professor de Harvard, num
artigo que levou esse título na revista Foreign Affairs, em 1993, e que depois foi ampliado e publicado como livro. Sua opinião
é a de que, passados os conflitos causados por interesses divergentes entre Estados-nações, as guerras do futuro seriam travadas
entre grandes unidades conhecidas como culturas ou civilizações, cada uma delas constituída de grupos de países. Ele errou no
atacado – a ponto de colocar a América Latina como uma cultura à parte do Ocidente e, dessa forma, um inimigo em potencial
–, mas apontou com clareza para os indícios de que se ampliava o fosso entre as democracias ocidentais e o mundo islâmico.
CALMA, RAPAZES, É APENAS UM DESENHO
FEITO POR UM DINAMARQUÊS.
CHARGES DA DISCÓRDIA
As charges fazem parte da série do jornal dinamarquês
Jyllands-Posten que provocou revolta no mundo islâmico, por
fazer piada com Maomé. Abaixo, primeira página do
jornal francês France Soir, cujo editor foi demitido, com a
manchete: “Sim, temos o direito de caricaturar Deus”
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A disputa sobre as charges de Maomé faz parte de uma série de confrontos culturais similares entre o Islã e o Ocidente,
começando pela sentença de morte decretada pelo aiatolá Ruhollah Khomeini contra o escritor britânico Salman Rushdie, cujo
livro Os Versos Satânicos o líder espiritual do Irã considerou “blasfêmia” em 1989. Em 2004, o cineasta holandês Theo van Gogh
foi assassinado a tiros e facadas por um jovem muçulmano ofendido com seu filme Submissão, que critica o tratamento dado às
mulheres nas sociedades islâmicas. Esses crimes em nome do Islã são, obviamente, obra de fanáticos, mesmo quando ocupam
altos cargos em Estados islâmicos. Desde os ataques terroristas a Nova York de 11 de setembro de 2001, um esforço enorme
é feito por muçulmanos e não muçulmanos para separar o fanatismo de Osama bin Laden da fé moderada e pacífica da maioria
dos muçulmanos. A reação extremada diante das charges de Maomé faz o contrário, reforçando o estereótipo negativo dos
muçulmanos.
O ponto crítico desse relacionamento difícil está na Europa, onde vivem 15 milhões de muçulmanos. Essa migração
rompeu a fronteira entre a cristandade e o Islã, que permanecerá estanque por séculos. “Os muçulmanos têm mais dificuldade
de se integrar e de aceitar alguns costumes do Ocidente do que outras populações, porque vivem de acordo com um conjunto
de valores muito rígidos e tendem a se isolar”, disse a Veja o historiador dinamarquês Ulf Hedetoft, da Academia para Estudos
de Migração de Aalborg, na Dinamarca. Há vários outros pontos de confronto. A invasão do Iraque pelos Estados Unidos parece
feita sob medida para reforçar o sentimento generalizado entre os muçulmanos de que o mundo os persegue. (. . .)
Com base na leitura dos textos motivadores apresentados e nos conhecimentos construídos ao longo de sua formação, redija um
texto dissertativo-argumentativo, em norma culta da Língua Portuguesa, sobre o seguinte tema:
“O fanatismo diminui as chances de diálogo”
Apresente experiência e proposta de ação social que respeite os direitos humanos. Selecione, organize e relacione, de forma
coerente e coesa, argumentos e fatos para defesa de seu ponto de vista.
PROPOSTA III (OUTROS VESTIBULARES)
O editorial é um gênero do discurso argumentativo que tem a finalidade de manifestar a opinião de um jornal, de uma
revista, ou de qualquer outro órgão de imprensa, a respeito de temas ou acontecimentos importantes no cenário nacional ou
internacional. Não é assinado porque não deve ser associado a um ponto de vista individual. Deve ser objetivo e informativo.
Além de apresentar opiniões assumidas pelo veículo de imprensa, costuma também resumir opiniões contrárias, para refutá-las.
Imagine que você seja editor de uma revista de circulação nacional e tenha que escrever o editorial referindo-se à matéria principal
daquele número da revista, que é sobre o “Choque de culturas”. Em seu texto, você deve comentar fatos e dados que situem
essa questão e defender o ponto de vista apresentado na matéria acerca da polêmica existente entre os valores culturais de cada
povo e como desenvolver a tolerância e o respeito, única condição para realização da Paz mundial.
RBS – 16/08/2013 – REV.: MHC
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