Profª Eleonora – Slide de aula Introdução ao Metabolismo Profª Eleonora – Slide de aula Metabolismo Relacionamento energético entre as vias catabólicas e as vias anabólicas Nutrientes que liberam energia Macromoléculas celulares Carboidratos Gorduras Proteínas Proteínas Polissacarídeos Lipídios Ácidos nucléicos Catabolismo Catabolismo Energia química ATP NADPH Anabolismo Anabolismo Produtos finais pobres em energia Moléculas Precursoras CO2 H 2O NH3 Aminoácidos Açúcares Ácidos graxos Bases nitrogenadas O termo metabolismo é utilizado para se referir a soma de todas as reações químicas que ocorrem em um organismo vivo. Uma vez que as reações químicas liberam ou necessitam de energia, o metabolismo pode ser visto como uma ação de balanceamento de energia. Desta forma, o metabolismo pode ser dividido em duas classes de reações químicas: aquelas que liberam energia e aquelas que requerem energia. As vias catabólicas liberam energia química na forma de ATP e de NADH (ou NADPH), que são utilizados, nas vias anabólicas (biossintéticas), para converter moléculas precursoras pequenas em macromoléculas celulares. Profª Eleonora – Slide de aula Variação de energia livre em reações metabólicas Embora se diga, de uma maneira geral, que as reações catabólicas tendem a liberar energia e as reações anabólicas tendem a consumir energia, de fato, todas as reações na célula ocorrem com uma diminuição resultante na energia livre, livre isto é, ∆G é sempre menor do que zero. Em uma célula, estas reações não são isoladas, mas sim unidas, de modo que a energia livre de uma reação termodinamicamente favorável pode ser transferida a uma segunda reação desfavorável para permitir que ela ocorra. A variação padrão de energia livre para a reação, ∆Go, é uma constante para uma reação particular. Pode ser um valor positivo ou negativo e indica se a reação ocorre espontaneamente (∆Go < 0) ou não (∆Go >0). Uma reação bioquímica pode inicialmente parecer ser proibitiva, porque sua variação de energia livre é maior do que zero. Contudo, a reação pode ocorrer quando está acoplada a uma segunda reação cujo valor de ∆G seja muito grande e negativo, de modo que a variação resultante na energia livre para as reações combinadas é ainda menor do que zero. O ATP está frequentemente envolvido em tais reações acopladas, porque suas reações podem liberar uma grande quantidade de energia. Profª Eleonora – Slide de aula Adenosina Trifosfato (ATP) O ATP é um composto de potencial energético elevado formado à custa da energia liberada no catabolismo e que se constitui numa reserva energética na célula. Quando a energia é necessária para as reações de síntese, a ruptura de uma ligação entre dois grupos fosforilo, num número suficiente de moléculas de ATP, libera essa quantidade de energia. A molécula apresenta três ligações P-O: Uma ligação fosfoéster, cuja hidrólise é acompanhada de uma variação de energia livre padrão, ∆Go = - 2,5 kcal.mol-1, correspondente à reação AMP + H2O → Adenosina + Pi Duas ligações fosfoanidrido ou pirofosfato, cuja hidrólise é acompanhada por uma grande diminuição de energia livre, ∆Go = - 7,5 kcal.mol-1, para cada uma das reações. ATP + H2O → ADP + Pi ADP + H2O → AMP + Pi Observação: adenosina = adenina + ribose; AMP = adenosina monofosfato; ADP = adenosina difosfato; ATP = adenosina trifosfato; 1 cal = 4,184 J. Profª Eleonora – Slide de aula Papel do ATP em uma reação acoplada A fosforilação da glicose por fosfato inorgânico (HPO42- ou Pi) é termodinamicamente desfavorável (∆Go’ = + 13,8 kJ.mol-1): - CH2OPO32 CH2OH H C HO C H O OH C H C H OH H H C OH C + Pi HO C H O OH C H C H OH H C OH + H2 O A hidrólise do ATP é uma reação espontânea (∆Go’ = - 30,5 kJ.mol-1 ou – 7,3 kcal.mol-1): ATP + H2O ADP + Pi Quando as duas reações são combinadas, os valores de ∆Go’ são adicionados: Glicose Glicose ++ Pi Pi ATP ATP ++ H H22O O Glicose Glicose ++ ATP ATP glicose-6-fosfato glicose-6-fosfato ++ H H22O O ADP ADP ++ Pi Pi glicose-6-fosfato glicose-6-fosfato ++ ADP ADP (∆G (∆Goo’’ == +13,8 +13,8 kJ kJ .mol .mol-1-1)) (∆G (∆Goo’’ == -30,5 -30,5 kJ kJ .mol .mol-1-1)) (∆G (∆Goo’’ == -16,7 -16,7 kJ kJ .mol .mol-1-1)) Portanto, a reação global para a fosforilação da glicose é termodinamicamente favorável. Na célula, esta reação é catalisada pela enzima hexoquinase e uma fosforila é transferida do ATP diretamente para a glicose. Observação: O ATP não é realmente hidrolisado. Contudo, escrevendo as duas reações acopladas fica mais fácil de visualizar o que acontece termodinamicamente. Profª Eleonora – Slide de aula Formação de ATP O ATP é formado nos organismos vivos por fosforilação do ADP, acoplada com reações de oxidação que fornecem a energia necessária. As fosforilações oxidativas ocorrem nas transferências de elétrons pela cadeia respiratória das células aeróbicas (onde o oxigênio é o aceptor final de elétrons, isto é, o oxidante), ou na fase luminosa da fotossíntese (fotofosforilação), que permite a conversão da energia luminosa em energia química. Estes dois processos têm lugar, respectivamente, nas mitocôndrias e nos cloroplastos. A fosforilação do ADP em ATP ocorre também, sem a interferência do oxigênio, em processo denominado fosforilação no nível de substrato. Observação: Guanosina Trifosfato ou GTP difere do ATP por conter guanina como base nitrogenada Profª Eleonora – Slide de aula Co-fatores reduzidos Em geral, o catabolismo de aminoácidos, oses e ácidos graxos é um processo de oxidação (oxidação é a perda de elétrons). Por exemplo, os grupamentos metileno (-CH2-) saturado (reduzido) de um ácido graxo são eventualmente liberados como CO2, no qual o carbono é totalmente oxidado. Ao contrário, a síntese de aminoácidos, oses e ácidos graxos a partir de precursores ainda menores é geralmente um processo de redução (redução é o ganho de elétrons). As reações de oxidorredução envolvem a transferência de elétrons (simbolizados por e-), de modo que, quando um composto é oxidado e doa os seus elétrons, um outro composto é reduzido quando aceita os elétrons. Quando um nutriente é oxidado, seus elétrons são colhidos por uma coenzima: Nutriente (reduzido) Co-fator (oxidado) O termo co-fator inclui coenzimas, assim como, íons metálicos que são essencias para algumas atividades enzimáticas eNutriente (oxidado) Uma coenzima é um grupamento orgânico que participa de uma reação enzimática. Co-fator (reduzido) Os co-fatores mais relevantes para o metabolismo são as coenzimas NAD+ (ou NADP+) e FAD. Cada elétron se move como um átomo de hidrogênio (um próton e um elétron). Profª Eleonora – Slide de aula As vias catabólicas geram quantidades consideráveis de co-fatores reduzidos. Alguns deles são reoxidados em reações anabólicas. Os restantes são reoxidados em processo que libera energia e que é acompanhado pela síntese de ATP a partir de ADP + Pi. Em organismos aeróbicos, a reoxidação do NADH e a produção acoplada de ATP necessitam da redução do O2 a H2O. Co-fator (reduzido) O2 e- Co-fator (oxidado) H2 O Observação: Os organismos anaeróbicos, sintetizam ATP sem o uso de O2 como agente oxidante. Profª Eleonora – Slide de aula Coenzimas NAD+ e FAD Estrutura das formas oxidadas da nicotinamida adenina dinucleotídeo (NAD+) e da flavina adenina dinucleotídeo (FAD). N Profª Eleonora – Slide de aula Forma oxidada da nicotinamida adenina dinucleotídeo fosfato (NADP+) Observação: Este dinucleotídeo difere do NAD+ apenas pela presença de um grupo fosfato (em vermelho) esterificado ao carbono 2 da ribose do nucleotídeo de adenosina. Profª Eleonora – Slide de aula Reações de óxido-redução catalisadas por enzimas desidrogenases que têm NAD+ e FAD como coenzimas O substrato reduzido (SH2) é oxidado, perdendo dois átomos de hidrogênio, e as coenzimas convertem-se nas suas formas reduzidas. O NAD+ recebe dois elétrons e um próton, ficando o segundo próton no meio. O FAD recebe os dois átomos de hidrogênio. Observação: Estão representadas apenas as partes reativas do NAD+ e FAD, o restante das moléculas sendo simbolizado por R. Profª Eleonora – Slide de aula Coenzima A (CoA ou CoA-SH) A Coenzima A é um derivado de nucleotídeo contendo uma adenosina fosforilada ligada a um ácido pantotênico (vitamina B3), com uma cadeia lateral terminando em uma sulfidrila (SH). Uma terceira classe de compostos que podem liberar uma grande quantidade de energia por hidrólise são os tioésteres, como a acetil-Coenzima A (grupo acetil ligado a sulfidrila da CoA). O CoA S C CH3 O CoA S C R Acil-Coenzima A: Quando o grupo R (cadeia hidrocarbonada) não é especificado. A A hidrólise hidrólise da da ligação ligação tioéster tioéster tem tem valor valor de de ∆G ∆Goo’’ == -31,5 -31,5 kJ.mol kJ.mol-1-1,, compatível compatível ao ao da da hidrólise hidrólise do do ATP ATP Profª Eleonora – Slide de aula Esquema simplificado do processo de obtenção e utilização de energia em organismos quimiorganotróficos (*) A oxidação de nutrientes leva à redução de coenzimas que são oxidadas por O2, produzindo ATP. Pi = fosfato inorgânico (HPO42- a pH 7,4). Os processos biológicos utilizam a energia do ATP, sintetizado por oxidação de nutrientes. (*) Organismos que utilizam compostos orgânicos como fontes de carbono e de energia. A maioria das bactérias e todos os fungos e animais são quimiorganotróficos. Profª Eleonora – Slide de aula Mapa simplificado de parte do metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas No estágio I, centenas de proteínas e muitas espécies de lipídeos e de carboidratos são degradadas liberando as moléculas fundamentais que as compõem, que são em número relativamente pequeno. No estágio II, as moléculas fundamentais são degradadas até o produto comum, os grupos acetil do acetil-CoA. No estágio III, o catabolismo converge para o ciclo do ácido cítrico. Como produtos finais do catabolismo são formados, principalmente, CO2, H2O e NH3. Observação: As setas indicam reações em alguns casos, e em outros, etapas de vias metabólicas compostas por várias reações.