Origem da Teoria Celular2 No século XVII (1665), Robert Hooke (1635-1703), físico e matemático inglês, usando um microscópio de fabricação própria, observou que a cortiça e outros tecidos vegetais são constituídos de pequenas cavidades separadas por meio de paredes. Ele denominou tais cavidades de "células", que significa "pequenos compartimentos". Entretanto, a palavra" célula" não assumiu o seu significado atual durante mais de 150 anos. Antonie van Leeuwenhoek (1632-1723), nascido na Holanda, não era um especialista em anatomia, mas estudou todas as estruturas microscópicas. Foi o primeiro cientista a ver e desenhar espermatozóides e um dos primeiros a observar micróbios, como bactérias, com um microscópio de uma única lente. Em 1838, Mathias Schleiden, um botânico alemão, chegou à conclusão de que as plantas apresentavam organização celular. No ano seguinte, o zoólogo alemão Theodor Schwann estendeu essa conclusão aos animais. E assim nasceu a teoria celular, segundo a qual todos os seres vivos, exceto os vírus, são constituídos por células. Em 1855, a teoria celular assumiu um significado ainda maior quando outro cientista alemão, Rudolf Virchovv, generalizou a noção de que as células só podem se originar de células preexistentes. Tal generalização estabelecia a divisão celular como o fenômeno central na reprodução dos organismos. Mathias Schleiden (18041881) Outro avanço foi dado à teoria celular com a descoberta de que o desenvolvimento de um embrião começa com a fusão de dois núcleos, um do óvulo e o outro do espermatozóide, respectivamente células reprodutoras feminina e masculina. Com a fusão dos núcleos, o óvulo passa a ser uma única célula que constitui o zigoto. Tal fato demonstra que a célula não é só a unidade estrutural, mas também a unidade de desenvolvimento de todos os organismos vivos. Resumindo, a teoria celular afirma que a grande maioria dos organismos tem uma estrutura celular e que a célula é a unidade fundamental de sua atividade vital, de sua reprodução e de seu desenvolvimento. Theodor Schwann (1810-1882). Microscópio Óptico1 A maioria das células tem dimensões tão pequenas que não podem ser vistas a olho nu. Para observá-las, precisamos usar o microscópio* Nas escolas, usa-se habitualmente o microscópio óptico, que pode aumentar a imagem em até 2000 vezes. O microscópio eletrônico, cujo funcionamento data de 1933, permite ampliação de até 1 milhão de vezes, mas não pode ser usado para a observação de células vivas, pois o material permanece no vácuo. No microscópio óptico o material é observado por transparência. A luz parte de baixo atravessando o material observado até chegar aos nossos olhos, por isso, muitas vezes, fazemos cortes ou "fatias" muito finas do material que permitam a passagem da luz. Quando o material é corado para realçar alguma estrutura e a célula não morre, dizemos que a observação é a fresco ou in vivo. Se o material for fixado e morto por certas substâncias, a observação é in vitro. Para calcularmos a capacidade de aumento (o poder de resolução) do aparelho, basta multiplicarmos o aumento da ocular ou oculares pelo aumento da objetiva. 10 x 15 x =150 vezes ocular objetiva É bom saber que a membrana plasméica, o retículo endoplasmático, os ribossomos, os lisossomos e outras estruturas são visíveis apenas no microscópio eletrônico. Microscópio óptico 1 Gowdak, D. & Martins, E. Ciências Novo Pensar. São Paulo: FTD. 2002