Apresentação do PowerPoint - Agrupamento de Escolas de Carnaxide

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ENSINO E APRENDIZAGEM
PORTUGUÊS EUROPEU L2/
PLNM
FORMAÇÃO CONTEXTUALIZADA
SÍNTESE
1
Cristina de Vasconcelos
Ana Lima
EB2, 3 Vieira da Silva
maio/ 2012
ENSINO E APRENDIZAGEM PE L2/
PLNM


Que (in)formação
deve ter um professor
de Português língua
não materna?
Quais os fatores
envolvidos na
aprendizagem de
uma L2? Qual o papel
dos conhecimentos
prévios, e em especial
o da L1, na
aprendizagem de
uma L2?


Todas as
componentes da
língua podem ser
igualmente
aprendidas? Qual o
papel da idade?
Qual o papel do
ensino na
aprendizagem? Que
metodologia(s) usar?
2
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?
Objetivos
Palavras chave
(1) Compreender qual o
contributo que as diferentes
disciplinas linguísticas podem
fornecer ao ensino.

(2) Identificar os diferentes
módulos da gramática e quais
as funções de cada um deles.
(3) Identificar diferentes tipos de
variação.
(4) Compreender o que se entende
por norma-padrão ou variedade
de prestígio e qual o seu papel e
estatuto em relação a outras
normas.






competência estratégica, competência
gramatical, competência
sociolinguística
gramática universal (GU), gramática,
gramática descritiva, gramática
normativa
léxico, léxico mental
fonologia, morfologia, semântica,
sintaxe, pragmática; fonética,
ortografia
variação, variante, variedade, variação
regional, variação social
variação diatópica, variação
diastrática, variação diafásica
sistema, norma, norma-padrão,
variedade de prestígio, variedade
standard; desvio

língua oficial

PE, PB, variedades africanas.
3
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?
L2 - termo genérico para referir qualquer situação de
aprendizagem, de ensino ou de uso de língua não
materna (LNM, por oposição a L1/ LM – língua
materna);
LS (língua segunda) – situação em que a língua não
materna em aquisição é língua oficial;
LE (língua estrangeira) – situação de aprendizagem,
de ensino ou de uso em ambiente exclusivamente
formal, ou seja, em que não se verifica a variável
imersão.
(Leiria, 2005:1)
4
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?
História da Língua - Aquisição da Língua

Língua Portuguesa = 2 variantes nacionais, com
norma padrão e variedades dialetais e sociais:
variante europeia (PE)
variante brasileira (PB)

O espaço lusófono é um espaço descontínuo e
extenso, que inclui parcelas de todos os continentes
onde grupos de pessoas falam, cada um à sua maneira.
(Castro, 1991:3)
5
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?

Quanto menores os conhecimentos sobre a evolução,
estrutura e o funcionamento da língua, menor será
a capacidade de reflexão metalinguística e o seu uso
a favor de uma melhor performance linguística.
(Castro,1991:19)

Das mais diversas de situações de contacto e de
aprendizagem aliadas à evolução natural das
línguas, resultam produtos linguísticos de
grupo ou individuais, diferentes entre si, quer
de PLS, quer de PLE .
(Leiria, 1999).
6
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?
O crescente interesse da investigação na área da Linguística e
da Ciência Cognitiva
3 grandes marcos:
anos 60, com o surgimento de uma nova disciplina,
a Sociolinguística;
anos 70, com o interesse crescente pelos pidgins e
sua evolução para crioulos;
e os anos 90, com três linhas de investigação da
Linguística,
a generativista,
a funcional
e a cognitiva,
em diálogo com a Linguística Computacional, os estudos de
corpora, a Psicolinguística e a Neurolinguística;


A massificação do ensino (escolaridade obrigatória, gratuitidade
do ensino, e mais recentemente o paradigma da inclusão).
7
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?



→ à massificação do ensino (anos 60) - todos aprendiam a
variedade social muito próxima da variedade de
prestígio, salvo regionalismos fonéticos e lexicais.
Anos 80 - Linguística Aplicada ao Ensino das Línguas,
nomeadamente da LNM = apoiar o ensino (formação de
professores e definição de planos de estudo).
Conhecimentos de várias disciplinas, que combinadas,
contribuem para uma (in)formação adequada de um professor
de LNM: gramática descritiva, sociolinguística, dialectologia,
pragmática, história da língua, psicolinguística,
neurolinguística, aquisição de L1 e de L2.
“Da variação linguística já muitos se tinham ocupado mas, como ela
não atrapalhava a escola, era coisa de livros”
(Leiria, 1997).
8
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?
Formação adequada baseada na investigação,
complementada por conhecimentos de ordem política,
social e pedagógica
vs
ensino intuitivo e acumulação de conhecimento
metalinguístico inútil, que pode causar distúrbios no
processo de aquisição.
(Kenneth Hyllenstam 1985, cit in Leiria, 2005)

A “melhor defesa que nós, professores, podemos fazer da
nossa língua é aprender como ela se aprende, para
aprender a ensiná-la.”
(Leiria, 2001:186)
9
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?

A aprendizagem e o ensino do português enquanto L2
acontece em três espaços com características distintas:
(1) em Portugal e no Brasil, onde ele é L1 para a maior parte
dos falantes e onde, portanto, os aprendentes estrangeiros se
encontram em contexto de imersão linguística, combinado ou
não com aprendizagem formal,
(2) em países ou territórios que foram colónias de
Portugal, onde ele é L2 para muitos falantes e L1 para alguns,
e ensinado por professores com as mesmas características,
(3) em outros países do mundo, onde ele é aprendido com LE,
e ensinado tanto por professores falantes não nativos como por
falantes nativos de PB como de PE. […]
(Leiria, 2001:183) 10
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?
Contexto da situação escolar portuguesa
A população
escolar
Composição
homogénea
Composição
heterogénea
Revolução do 25 de abril de 1974
11
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?
Evolução da população escolar nas últimas
décadas.
Anos 80
Anos 90
• Melhoria das condições de vida em Portugal;
• Adesão à Comunidade económica europeia;
• Agravamento das condições de vida nos PALOP
• Entrada em Portugal de muitos imigrantes africanos.
• Vinda de muitos brasileiros, russos, chineses e
ucranianos
12
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?

Quadro Europeu Comum de Referência (QECR) para
as línguas

Diagnóstico de Competências em LP da população
escolar que frequenta a escola portuguesa.

Portefólio europeu das línguas
13
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?
Medidas de acolhimento dos alunos estrangeiros
1.
Organização do processo individual do aluno.
2.
Criação de uma equipa multidisciplinar e
multilingue.
3.
Teste diagnóstico de Língua Portuguesa.
14
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?
Medidas de escolarização
1.
Elaboração de orientações nacionais.
2.
Criação e funcionamento de grupos de nível de
proficiência.
3.
Avaliação das aprendizagens.
4.
Definição do perfil do professor de PLNM.
15
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?
http://www.dgidc.minedu.pt/outrosprojetos/index.php?s=directorio&pid=1
95#i
16
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?
O português é raramente a 2ª língua que os estrangeiros
aprendem, sendo maioritariamente a 3ª ou a 4ª
↓
O professor de LNM deve igualmente ter conhecimentos
não só da LM dos aprendentes como das outras línguas
que os mesmos dominem.
Aprender uma palavra = apreender e integrar
informações de ordem fonológica, morfológica, sintática,
semântica, pragmática + ortografia, relações
paradigmáticas e sintagmáticas com outras palavras
↓
o professor de LNM deve dominar os diferentes módulos
da gramática e suas funções
17
QUE (IN)FORMAÇÃO DEVE TER UM PROFESSOR
DE PLNM?
Existem processos gerais que orientam a “aprendibilidade” de
cada um dos itens que constituem o léxico mental (Leiria, 2005:9):






O léxico é central no processamento, representação e aquisição.
A correcta e completa introdução de uma palavra no léxico mental
(representação do léxico) exige a sua integração numa série de
sistemas de representação.
O léxico mental de cada falante bilingue ou multilingue é diferente
para a compreensão e para a produção, e diferente para a escrita e
para o oral (dois falantes podem ter um léxico mental semelhante,
mas o grau e o modo de estruturação mental ser diferente,
conduzindo a performances linguísticas diferentes).
A aquisição de diferentes propriedades do léxico resulta de processos
de aprendizagem diferentes.
Factores interlexicais afectam a aquisição de certos aspectos de uma
palavra.
Factores intralexicais e a interacção entre eles afectam a aquisição
de uma palavra.
18
QUAIS OS FATORES ENVOLVIDOS NA APRENDIZAGEM DE UMA L2?
QUAL O PAPEL DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS, E EM ESPECIAL O
DA L1, NA APRENDIZAGEM DE UMA L2?
Objetivos
Compreender:
(1) a existência de diferentes fatores
(individuais, sociais e linguísticos)
envolvidos na aprendizagem de uma
língua não materna;
(2) que diferentes produtos podem
resultar da ausência ou presença
destes fatores e da sua combinação;
(3) o papel que os conhecimentos
prévios (a L1 e outra(s) língua(s) que o
aprendente saiba) desempenham na
aquisição de uma L2 e o modo como a
proximidade ou distância entre os
sistemas pode influenciar a
compreensão e a produção de discurso.
Palavras chave

Língua não materna
Língua segunda - LS, L2
Língua estrangeira – LE

Input

Interlíngua

Transfer

Motivação

Aptidão linguística
19
QUAIS OS FATORES ENVOLVIDOS NA
APRENDIZAGEM DE UMA L2?
Aprender uma língua = analisar e aprender sequências,
integrá-las numa base de dados, o léxico mental →
sucessivas gramáticas provisórias e reestruturando a
interlíngua para se aproximar da gramática da língua alvo dos
falantes nativos adultos ↔ gramática de base lexical
(Leiria et al., 2008)

“aparente total liberdade que os falantes têm de escolher as
palavras e as formas de dizer”
(Leiria, 2005:2);

Princípio da livre escolha e princípio idiomático: as
palavras parecem ser escolhidas aos pares ou grupos –
combinatórias muito frequentes que ilustram o princípio
idiomático;
(Sinclair, 1991 cit in Leiria, 2005:124)
20
QUAIS OS FATORES ENVOLVIDOS NA
APRENDIZAGEM DE UMA L2?


Diferentes processos psicolinguísticos, num
continuum entre processos controlados e
automáticos, conhecimento implícito e
conhecimento explícito.
Na aprendizagem de uma língua interagem
fatores individuais, sociais e linguísticos,
sendo que a sua ausência, presença ou
combinação originam produtos diferenciados.
21
22
QUAL O PAPEL DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS, E EM
ESPECIAL O DA L1, NA APRENDIZAGEM DE UMA L2?




A proximidade ou a distância entre os sistemas pode
influenciar a compreensão/ produção do discurso - diferentes graus
de transfer de conhecimentos estruturais e de experiências
comunicativas.
Os desvios associados a disponibilidade vocabular parecem mais
dependentes de características do sujeito, como a memória, ou da
frequência no input, assumindo-se que o ensino pode acelerar a
aquisição de certos aspetos formais.
As propriedades semânticas do léxico parecem estar mais
dependentes de relações interlexicais e de conhecimento
implícito, reflectindo, por isso, diferentes estádios de aquisição
e resistindo mais à intervenção do ensino.
A proximidade linguística favorece a transferência de
vocábulos muito automatizados, com maior repercussão nos
desvios formais;
23
QUAL O PAPEL DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS, E EM
ESPECIAL O DA L1, NA APRENDIZAGEM DE UMA L2?

Contrariamente, quanto maior é a distância
linguística, mais desvios se verificam nos aspetos
não formais (representação semântica e suas
consequências na morfossintaxe).
Transferência: transposição de formas e significados de
uma língua para outra, resultando em interferência, ou
seja, desvios relativamente às normas em resultado da
familiaridade com mais do que uma língua.
“E, porque o léxico mental, de uma dada língua não é estanque e
estabelece conexões com o de outra, ou de outras línguas que o
sujeito
conheça,
também
as
relações
interlexicais
desempenham um papel na organização e acessibilidade”
(aprendibilidade).
(Leiria, 2001)
24
QUAL O PAPEL DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS, E EM
ESPECIAL O DA L1, NA APRENDIZAGEM DE UMA L2?


Impacto dos sistemas de escrita da L1
(alfabético, silábico, logográfico) no
desenvolvimento de estratégias para o
processamento da L2 e na construção do léxico
mental
O uso de mecanismos de processamento da L1 que
são tipologicamente semelhantes terão como
resultado uma performance melhor e mais eficiente.
(Koda, 1997 cit in Leiria, 2001:136;
Cf Acosta, 1997)
25
QUAIS OS FATORES ENVOLVIDOS NA APRENDIZAGEM DE UMA L2?
QUAL O PAPEL DOS CONHECIMENTOS PRÉVIOS, E EM ESPECIAL O
DA L1, NA APRENDIZAGEM DE UMA L2?
Segundo Leiria (2005:11):
1. A correcta introdução de um item lexical no léxico mental depende de um conjunto
de factores: do grau de organização do léxico mental, da relação tipológica entre L1
e L2, da sua frequência, categoria gramatical e de outras características específicas.
2. Factores intralexicais combinados potenciam a dificuldade de aquisição.
3. A aquisição e uso de certas componentes do léxico estão mais relacionadas com a
relação tipológica entre L1 e L2 do que outras.
4. As componentes do léxico que caem no domínio da memória declarativa, tais como a
disponibilidade vocabular e certas componentes formais dos itens lexicais,
dependem mais de outras características do sujeito do que de sistemas
interiorizados e relacionados com a relação tipológica entre a l1 e a L2 do que as
propriedades semânticas do léxico.
5. Certas componentes do léxico são mais sensíveis à intervenção do ensino do que
outras; assim se a aquisição puder depender mais da aprendizagem explícita, esse
processo reflectirá em menor grau factores interlexicais (relação tipológica) e
intralexicais (hierarquias de marcação/ características do português) e será mais
sensível à intervenção do ensino.
26
TIPOS DE
DESVIOS
formais
formato 1
___
flexão de
nomes e
adjectivos
flexão verbal
indisponibilidade
vocabular
LÉXICO DEFICITÁRIO: leitura intergrupos
formato 2
formato 3
+_-_+
ortografia
acentuação
contracção
empréstimos
neologismos a
partir de
empréstimos
selecção do item
lexical
sintaxe e
morfossintaxe
nomes
colocação dos
clíticos
formato 4
-+género e
concordância
em género
formato 5
+-+
formas
aproximadas
neologismos formais
combinatórias
aproximadas
verbos
preposições
outras categorias
Re-categorização
organização
sintáctica
determinação dos
nomes
concordância verbal
adjectivos
ordem de
palavras
modo verbal
aspecto verbal
concordância nominal
flexão casual
tempo verbal
OUTROS
formato 1: o número de desvios mantém-se nos três grupos (Românicos, Germânicos e Chineses);
formato 2: o número de desvios é mais alto nos Românicos e diminui progressivamente até aos Chineses;
formato 3: o número de desvios é mais baixo nos Românicos e vai aumentando até aos Chineses;
formato 4: o número de desvios é menor nos Românicos e Chineses e mais alto nos Germânicos;
formato 5: o número de desvios é mais alto nos Românicos e nos Chineses e mais baixo nos Germânicos.
27
(Leiria, 2005:31)
1. implica aprendê-la / sabê-la para os diferentes canais de input e de output (ouvir, ler, falar, escrever). Ou seja, há um
léxico especializado para cada canal.
2. implica aprender / saber
a forma (oral e ou escrita)
a estrutura (morfologia derivacional e fexional)
propriedades sintácticas (classe, comportamento em frases)
propriedades semânticas (significado básico e extensões metafóricas; aspectos conotativos e afectivos; aspectos pragmáticos e
enciclopédicos)
relações paradigmáticas com outras (sinónimos, antónimos, hipónimos...)
relações sintagmáticas (combinatórias mais frequentes)
3. Factores que afectam a aprendizagem (’aprendibilidade’) de uma palavra
3.1 intralexicais
pronúncia (maior ou menor dificuldade, vogais enfraquecidas....)
ortografia ( relação grafema - fonema)
extensão (? ou será a extensão quando combinada com outros factores?)
morfologia (complexidade flexional, irregularidades, género dos nomes inanimados...)
propriedades sintácticas (nomes: mais fáceis; advérbios: mais difíceis; adjectivos: mais ou menos; verbos: depende...)
propriedades semânticas (idiomaticidade e multiplicidade de significados, abstracção, especificidade e restricção)
[frequência (é importante para a aprendizagem, mas não é uma característica intrínseca da palavra; depende do tipo de input)]
3.2 interlexicais
distância linguística (lexicalização de conceitos e fusão de significados; cognatos-não cognatos....)
sistema de escrita (alfabético, silábico, logográfico; ’misto’ )
28
Leiria, Isabel (2005). Aprender_saber_uma_palavra.pdf.
QUAIS OS FATORES ENVOLVIDOS NA APRENDIZAGEM
DE UMA L2?
Motivação

Alunos motivados tendem a despender mais esforço
(intensidade), durante mais tempo
(persistência), a concentrar os esforços e a atenção
nas atividades relevantes (direção) e a usar mais
estratégias cognitivas e metacognitivas,
conseguindo um nível mais profundo de
aprendizagem.
29
TODAS AS COMPONENTES
DA LÍNGUA PODEM SER
IGUALMENTE APRENDIDAS?
QUAL O PAPEL
Objetivos
DA IDADE?
Palavras chave
Compreender:
(1) a centralidade do léxico no
processamento e na aquisição de uma L2;
(2) que aprender / saber uma palavra
implica aprendê-la / sabê-la para
diferentes canais de input e de output
(ouvir, ler, falar, escrever);
(3) que aprender / saber uma palavra
implica não só ser capaz de associar forma
e significado mas também aprender /
saber a sua estrutura, as suas
propriedades semânticas e sintáticas e
as suas relações (paradigmática e
sintagmáticas) com outras;
(4) que o fator idade desempenha um
papel importante na aquisição de certas
componentes do conhecimento linguístico.

Hipótese do Período Crítico
(Critical Period Hypothesis)

Fatores intralexicais

Fatores extralexicais

Léxico mental

Léxico deficitário

Desvios
30
QUAL O PAPEL DA IDADE?




Intimamente ligado com outros fatores (idade de chegada e anos
de permanência no país, horas de ensino formal, exposição à língua;
motivação, diferenças individuais na aptidão para aprender,
condições/ oportunidades e objetivos de aprendizagem).
Parece afectar mais a aquisição de certas componentes do
conhecimento linguístico do que outras.
Hipótese do Período Crítico (HPC) – período no desenvolvimento
humano (cérebro) durante o qual a aquisição de uma língua é fácil e
completa, podendo o aprendente atingir o nível de um falante nativo
e, para além do qual a aquisição de L2 é difícil e incompleta.
Estudos com adultos que sofreram algum traumatismo ou acidente
revelam que conseguem reaprender a língua, ainda que recorrendo a
capacidades mais gerais (vs estruturas inatas/ áreas especializadas
no processamento da linguagem a que recorrem as crianças) e que
poderão condicionar o nível de proficiência a atingir.
31
QUAL O PAPEL DA IDADE?
Segundo Lightbown & Spada (1993):



Se o objetivo for o domínio da língua como falante
nativo, a imersão o mais cedo possível produzirá
melhores resultados;
Salvaguardando o facto de quando os aprendentes são
oriundos de línguas minoritárias ou quando a língua/
literacia/ educação não estão desenvolvidas, a exposição
precoce a L2 pode implicar perda ou desenvolvimento
incompleto da L1 - “bilinguismo subtractivo;
Se o objetivo for a capacidade de comunicação
(compreensão e transmissão de mensagens), a
aprendizagem de L2 poder-se-á iniciar mais
tardiamente.
32
QUAL O PAPEL DA IDADE?
Gass & Selinker (1994:6-7) apontam algumas razões, embora
discutíveis, para as diferenças na aquisição de L2 por crianças e
adultos:




Razões sócio-psicológicas (manutenção da identidade pelos
adultos);
Fatores cognitivos (crianças utilizam a capacidade geral de
aquisição de língua, adultos recorrem a outras capacidades
cognitivas mais gerais);
Mudanças neurológicas (perda de plasticidade do cérebro);
Crianças expostos a melhor input linguístico (maior
quantidade e qualidade, não lhes sendo exigido um
desempenho fluente imediato).
33
TODAS AS COMPONENTES DA LÍNGUA PODEM
SER IGUALMENTE APRENDIDAS?


Professores → oportunidades de praticar a língua +
regularidades + conhecimento metalinguístico →
performance linguística dos aprendentes.
Distância entre a L1 e a L2; qualidade e frequência
do input/ oportunidades de aprendizagem; modelos
de educação linguística implementados; perfil
pessoal.
(cf. Acosta e Leiria, 1997;
Leiria, 2001;
Caels e Mendes, 2005;
Leiria, 2005b)
34
QUAL O PAPEL DO ENSINO NA APRENDIZAGEM?
QUE METODOLOGIA(S) USAR?
Objetivos
(1) Compreender o papel que o ensino
pode desempenhar na aprendizagem.
(2) Compreender que nem tudo aquilo
que é disponibilizado no input ou é
ensinado é necessariamente
aprendido.
Palavras chave

Léxico mental

Ensino: contextos, metodologia

Teoria do input e teoria da
interação

(3) Refletir sobre as características
que deve ter o input de modo a facilitar
a aquisição;.
(4) Defender que o ensino deve ter em
consideração as características e as
necessidades dos aprendentes.
Abordagem lexical vs outras
abordagens (cognitiva,
comunicativa),

Palavras de alta frequência e
palavras de baixa frequência

Gramática e idiomaticidade
35
QUAL O PAPEL DO ENSINO NA APRENDIZAGEM?




O ensino não pode reverter a ordem de aquisição das
estruturas da língua, mas pode acelerar a sua aquisição
se o estádio da interlíngua estiver próximo do ponto em que a
estrutura ensinada é adquirida em contexto natural.
O ensino pode aumentar o grau de correcção, ajudar a
passar mais rapidamente de um estado de desenvolvimento
para outro, destabilizar gramáticas da interlíngua que
fossilizaram.
Nem tudo o que é disponibilizado no input ou é
ensinado é necessariamente aprendido; não é possível
ensinar todas as regras porque são simplesmente muitas, mas
talvez ensinando umas possamos desencadear outras –
hierarquia de acessibilidade – e generalizar o seu uso.
Algumas estruturas parecem ser mais vulneráveis ao ensino e
outras não, situação dependente do tipo de estrutura, do
tipo de ensino e do seu uso em situações de
comunicação ou não.
36
QUAL O PAPEL DO ENSINO NA APRENDIZAGEM?
Os efeitos do ensino podem depender da estrutura:
 se esta for simples e a relação forma-função transparente, a
instrução pode aumentar a correcção;
 se for formalmente simples e saliente mas funcionalmente
complexa o ensino ajuda a forma mas não o seu uso;
 se não for saliente e for funcionalmente muito complexa, o ensino
não terá qualquer efeito (os professores terão dificuldade em
formular regras de uso e transmiti-las de forma clara e
transparente).
evidência positiva + evidência negativa
(o input abundante pode não ser suficiente para destabilizar a
interlíngua e evitar a fossilização, já que o input positivo não mostra
as formas agramaticais.

É sempre pertinente adequar o ensino ao aprendente –
diferenças individuais, estilos de aprendizagem, aptidão
linguística e estádio de desenvolvimento.
37
QUAL O PAPEL DO ENSINO NA APRENDIZAGEM?
QUE METODOLOGIA(S) USAR?
aquisição de consciência linguística + desenvolvimento de
conhecimento metalinguístico = instrumentos com valor
instrumental/ funcional, atitudinal e cognitivo
(Silvano & Rodrigues, 2010:276)


Conjugação das abordagens lexical e cognitiva
(ultrapassando a abordagem comunicativa)
Metodologias:
Oficina Gramatical (Duarte, 1992),
Pedagogia dos Discursos (Fonseca, 1992)
Articulação destas (Silvano & Rodrigues, 2010)
→ operacionalização da reflexão sistemática e sistémica
sobre a língua → nível de proficiência próximo do de um
falante nativo
38
QUAL O PAPEL DO ENSINO NA APRENDIZAGEM?
QUE METODOLOGIA(S) USAR?



Técnicas de problematização, experimentação, análise,
sistematização, explicitação de saberes/ exposição,
demonstração, exemplificação, aprofundamento,
aplicação e generalização
Continuum entre prática controlada e prática livre, mas
estruturada e segundo uma lógica em espiral
(extensão e complexidade) – análise de tarefas
Exercícios de reconhecimento, de compreensão
(indução, dedução), treino-aplicação, expansão,
categorização, comparação, associação, generalização,
produção
39
QUAL O PAPEL DO ENSINO NA APRENDIZAGEM?
Pedagogia dos Discursos (Fonseca, 1992)

Centralidade do texto na aula de português

2 atividades centrais – análise e produção de textos


Estudo das estruturas linguísticas dentro e a partir
das coordenadas enunciativas de um texto/ discurso
(oral, escrito)
Articulação e integração de literatura e gramática
40
QUAL O PAPEL DO ENSINO NA APRENDIZAGEM?
Oficina Gramatical (Duarte, 1992)
As aulas de língua materna não podem fixar, como objetivo
único, o desenvolvimento ou o treino de usos competentes
da língua: têm de se preocupar igualmente em
proporcionar a aprendizagem e a sistematização de
conhecimentos sobre a língua.

Apresentação de dados

Descrição e compreensão dos dados

Exercícios de treino

Avaliação
41
Estas fases podem desdobrar-se nas seguintes tarefas:
Oficina/ Laboratório gramatical
Apresentação de
dados
1ª tarefa
2ª tarefa
Constituição de corpus pelo professor ou pelos alunos.
Organização dos dados linguísticos do corpus em 2 blocos (o 1º para
observação e descrição; o 2º para validação das generalizações feitas pelos
alunos).
Problematização, 3ª tarefa Formulação de 1 questão ou apresentação de 1 problema relativo aos
análise e
dados linguísticos.
compreensão dos 4ª tarefa Observação dos dados linguísticos pelos alunos.
dados
5ª tarefa Descrição dos dados linguísticos, considerando as suas semelhanças e
diferenças.
Recursos a instrumentos de análise como gramáticas, dicionários,
prontuários, glossários.
Uso da terminologia apropriada, sempre que pertinente.
6ª tarefa Formulação de generalizações descritivas com a ajuda do professor.
7ª tarefa Testagem da generalização formulada através da manipulação dos dados
e/ou da apresentação de novos dados do mesmo tipo.
8ª tarefa Reformulação ou manutenção da generalização.
Realização de
9ª tarefa Realização de exercícios de treino, propostos pelo professor, de diferentes
exercícios
tipos, de forma a consolidar os conhecimentos adquiridos.
42
Avaliação da
10ª tarefa Avaliação da aprendizagem realizada.
aprendizagem
Silvano & Rodrigues, 2010
QUAL O PAPEL DO ENSINO NA APRENDIZAGEM?
Silvano & Rodrigues, 2010
Articulação Pedagogia dos Textos/ Discursos e do Laboratório Gramatical
Etapas
1ª
Descrição
Confronto com 1 problema/ questão relevante para a compreensão
de 1 texto de determinada configuração discursiva.
2ª
3ª
4ª
5ª
6ª
Organização de dados linguísticos a partir do corpus textual.
Observação de construções/ estruturas linguísticas pertinentes.
Descrição dos dados linguísticos.
Formulação de generalizações descritivas com a ajuda do professor.
Testagem da generalização formulada através da manipulação dos
dados e/ou da apresentação de novos dados do mesmo tipo.
Realização de exercícios de treino, propostos pelo professor, de
diferentes tipos, de forma a consolidar os conhecimentos, quer no
domínio gramatical, quer no textual/ discursivo.
Exploração do funcionamento das construções analisadas como
recursos adequados às circunstâncias que determinam o tipo de
texto/ discurso em estudo.
Produção textual para consolidação da capacidade de usar de modo
consciente e intencional os recursos da língua na actividade
discursiva, respeitando a pertinência e a adequação comunicativa.
Avaliação da aprendizagem realizada.
7ª
8ª
9ª
10ª
Actividades
Leitura/ audição de textos de 1 determinado
tipo (narrativo, descritivo, argumentativo,
apreciativo/ opinativo, informativo, expositivoexplicativo, entre outros) de natureza oral e/ou
escrita
Análise linguística
Análise linguística
Análise linguística
Análise linguística
Validação das generalizações e sistematização
Exercitação para consolidação
Caracterização da produção comunicativa/ das
sequências textuais compositivas
Produção textual/ discursiva
43
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
TAREFA: Construção de materiais didáticos.
Pretende-se que os alunos tomem consciência dos contextos em que a
estrutura gramatical selecionada é utilizada no Português Europeu.
À construção dos exercícios propostos, estão subjacentes: as etapas de
uma Oficina Gramatical (DUARTE, 1992), procurando alguma articulação
com a Pedagogia de Discursos (SILVANO e RODRIGUES, 2010); e os
níveis de proficiência do QECR para as Línguas (2001).
TEMA: Artigos definidos e artigos indefinidos.
PERFIL LINGUÍSTICO: iii) alunos para quem o português nunca foi a
língua de comunicação com a família e com os seus pares fora do
ambiente escolar mas que é, atualmente, a língua de socialização (e de
trabalho) no país em que se encontram; inserem-se neste grupo os alunos
cuja aquisição do português se faz em contexto de imersão e de ensino
semi-formal (PLE). Mais especificamente, falantes de uma língua materna
sem artigos (como é o caso do russo, do polaco e do ucraniano), com
algumas noções de concordância nominal já adquiridas.
44
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
NÍVEL DE ENSINO/ nível de proficiência: 2º ciclo; níveis de
proficiência A2 e B1.
COMPETÊNCIAS A DESENVOLVER nos alunos:
Reconhecimento de padrões de colocação e de uso dos artigos
definidos e indefinidos, e de alguns casos de omissão/ não uso,
como forma de promoção da compreensão do discurso oral e
escrito e de melhoria da produção oral e escrita.
45
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
Exercício
Objetivos
1 Escolha múltipla a partir da apresentação de Reconhecer e aplicar contextos de uso dos ART DEF
dados por categorias dentro dos N próprios no PE.
e dos N comuns
Formular generalizações descritivas.
2 Sublinhar os ART IND em pequenos diálogos Reconhecer e aplicar contextos de uso dos ART IND no
exemplificativos de alguns usos dos mesmos PE.
Completar tabela com os ART sublinhados e Formular generalizações descritivas.
propriedades do N associado
Tomar consciência de diferenças sintáctico-semânticas
do uso de ART DEF e IND.
3 Preenchimento de lacunas num texto
Aplicar os ART DEF e IND num texto narrativo
(testar generalizações e treinar para consolidar).
Corresponder
informação
entre
duas
colunas (características e função dos ART).
Sistematizar e generalizar os conteúdos trabalhados.
46
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
Intencionalmente, nos exercícios propostos não estão contemplados
todos os contextos sintático-semânticos em que a estrutura gramatical
selecionada pode, ou não, ocorrer, nomeadamente:





formas combinadas dos artigos ([PREP+ART]);
artigos em expressões e combinatórias várias;
artigos e quantificadores;
emprego do artigo definido como demonstrativo, pelo possessivo, antes
dos possessivos;
emprego do artigo indefinido para indicar aproximação numérica (que
seriam objecto de treino numa fase consequente).
Esta opção metodológica prende-se com a dificuldade que constitui
a aprendizagem desta estrutura para falantes de uma língua sem artigos, o
que pressupõe a exposição a uma maior quantidade de input e a um período
de treino para automatização (desde logo dos usos mais elementares e
genéricos dos artigos definidos e indefinidos) mais prolongado. Foi, assim,
necessário hierarquizar e selecionar os itens a ensinar, de acordo com
variáveis como a sequenciação, a complexidade e a extensão, considerados
adequados ao perfil linguístico e ao nível de ensino/ proficiência.
47
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
EXERCÍCIO 1
1.1 Lê e compreende os dados apresentados.
1.2 Assinala as frases correctas com X.
(1)
(a) A Ana.
(b) O Luís.
1.2.1 □ É a Maria.
Artigos definidos
Singular Plural
Masculino
o
os
Feminino
a
as
ART+ N próprios
(1) Nomes de pessoas
(2) Vocativo
(2)
(a) Olá, Ana.
(b) *Olá, a Ana.
□ É Maria.
□ Olá, o Manuel.
□ Olá, Manuel.
A apresentação dos dados pode ser complementada com o recurso a imagens/ símbolos
ilustrativos do vocabulário utilizado.
A descrição e compreensão dos dados poderá ser realizada em grande grupo, com mediação do
professor, e a realização dos exercícios ser individual.
A informação contida na coluna da esquerda poderá ser dada com o exercício, como ajuda aos
alunos para analisar e descrever os contextos, ou ser escrita à medida que os alunos analisam e descrevem os
dados, como registo de hipóteses/ regularidades levantadas.
48
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
ART+ N próprios
(3)
(a) A Espanha.
(b) A França.
(5)
(a) O Porto.
(b) A Régua.
(7)
(a) O Tejo.
(4)
(a) Portugal.
(b) *O Portugal.
(6)
(a) Lisboa.
(c) Madrid.
Nomes de países
Nomes de cidades
(5) Nomes originários
de nomes comuns
Nomes de rios e serras
(b) *A Lisboa.
(d) * O Madrid.
(b) A Serra da Estrela.
1.2.2 □ O país é o Portugal.
□ O país é Portugal.
□ É Chaves.
□ É a Chaves.
□ A cidade é Lisboa.
□ A cidade é a Lisboa.
ART+ N próprios
(8)
(a) O Natal
(b) O Carnaval.
(11)
(a) A Primavera.
(9)
(a) É Dezembro.
(b) *É o Dezembro.
(b) O Inverno.
1.2.3 □ Natal é em o Dezembro.
□ O Natal é em Dezembro.
1.2.4 □ É Abril.
□ É o Abril.
(10)
(a) É o mês de Dezembro.
(b) *É mês de Dezembro.
Nomes de festividades
Nomes dos meses do
ano
Nomes das estações do
ano
□ O Verão acabou. Chegou o Outono.
□ Verão acabou. Chegou Outono.
□ É mês de Junho.
□ É o mês de Junho.
49
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
ART+ N próprios
(12)
(a) O professor ensina Português.
(b) *O professor ensina o Português.
1.2.5
□ O João aprende Matemática e História.
(13)
(a) É a mochila.
(b) São os sapatos.
Nomes de matérias de estudo com
verbos estudar, aprender, ensinar
□ O João aprende a Matemática e a História.
ART+ N comuns
(14)
Nomes de objectos,
(a) Lista de compras: leite, massa, ovos.
animais,
alimentos,
(b) *Lista de compras: o leite, a massa, os vestuário,…
ovos.
(14) enumeração
1.2.6 □ É caneta e caderno.
□ É a caneta e o caderno.
□ As calças e os sapatos são bonitos.
□ Calças e sapatos são bonitos.
1.2.7 □ Coelho branco come cenoura.
□ O coelho branco come a cenoura.
□ Vou comprar: sumo, batatas e carne.
□ Vou comprar: o sumo, as batatas e a carne.
50
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
ART+ N comuns
(15)
(17)
(a) São 11 horas.
(a) Hoje é 20 de Maio.
(b) *São as 11 horas.
(b) *Hoje é o 20 de Maio.
(16)
(a) É meio-dia/ meia-noite.
(b) *É o meio-dia/ a meianoite.
1.2.8 □ É 1 de Janeiro e são 9 horas.
□ É o 1 de Janeiro e são as 9 horas.
Horas do dia
Datas
□ É o dia 2 de Agosto e é o meio-dia.
□ É dia 2 de Agosto e é meio-dia.
51
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
EXERCÍCIO 2
2.1 Toma atenção aos pequenos diálogos. Ouve e segue a
leitura.
Artigos indefinidos
Singular Plural
um
Masculino
uns
Feminino
uma
umas
2.2 Sublinha os artigos indefinidos e os respetivos nomes
presentes nos diálogos.
2.1.1 – Ana, conheces os amigos do Pedro?
– Não, não conheço.
– O Pedro tem uns amigos simpáticos. Um dia, vamos brincar juntos.
2.1.2 – O rato é um animal esperto.
– Professora, porque diz isso?
– Os ratos sentem o perigo, são rápidos e comem qualquer coisa.
2.1.3 – A Joana tem umas pernas compridas, não tem?
– Sim, tem. E uns pés muito grandes, também.
52
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
2.3 Completa a tabela (X) de acordo com o contexto em que os artigos indefinidos são
usados nos diálogos.
Género
Diálogo Artigo
Mas.
Fem.
Número
Sing.
Pl.
N de ser/ objecto
vago/
desconhecido
entendido como par
em representação de
espécie/ categoria
1
2
3
(Exercício a realizar em grande grupo, com mediação do professor.)
53
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
EXERCÍCIO 3
Masculino
Feminino
Artigos definidos
Singular
Plural
o
os
a
as
Artigos indefinidos
Singular
Plural
um
uns
uma
umas
3.1 Observa as imagens, lê a história e preenche os espaços em branco com os artigos
adequados.
Atenção: pode haver espaços que continuem a ficar em branco.
Era uma vez ____ Carochinha. ____ Carochinha estava a varrer ____ lixo do chão da
cozinha e viu ____ moedas. Feliz, foi comprar ____ chapéu e ____ vestido. ____ chapéu era
roxo e ____ vestido era cor de rosa com flores roxas.
Agora só faltava arranjar um noivo. Vestiu a roupa nova e abriu ____ janela de
sua casa. Passaram vários animais: ____ galo, ____ coelho, ____ burro. Mas a
Carochinha gostou do João Ratão. ____ João Ratão é ____ rato.
– Olá, ____ João Ratão. – disse a Carochinha.
– Olá, ____ Carochinha. Tens ____ olhos tão bonitos! – disse o João Ratão.
(As imagens surgem como potenciadoras da compreensão.
Exercício a realizar a pares e posterior correcção em grande grupo, explicando as opções tomadas, de forma a
potenciar a sistematização/ validação da generalização requerida em 3.2.)
54
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
No dia seguinte, casaram. Era ____ Primavera. ____ sol brilhava.
Em casa, a Carochinha fez ____ sopa e ____ bolos para os familiares e
amigos. ____ sopa era de chouriço e ____ bolos eram de chocolate.
O João Ratão estuda ____ Geografia e gosta muito de viajar. A Carochinha e o João Ratão
escolheram ____ Páscoa para fazer ____ viagem. A Carochinha preparou alguns alimentos para levar:
____ queijo, ____ chouriço, ____ pão, ____ bolo e ____ água.
Era ____ Abril, ____ dia 20, ____ 8 horas, quando partiram. Visitaram ____ Portugal e ____
Espanha. Em Portugal visitaram ____ Lisboa, ____ Faro e ____ Porto. Em Espanha visitaram ____
Madrid.
55
EXEMPLO DE MATERIAIS DIDÁTICOS
3.2 Constrói frases síntese sobre os artigos, fazendo corresponder a informação das duas
colunas.


sempre antes do nome.


o ser/ objecto expresso pelo nome .
Os artigos concordam 

com o nome em género e número.
Os artigos definidos


apresentam um objecto desconhecido do ouvinte/ leitor.
Os artigos definidos


artigos 

indicam e individualizam o ser/ objecto designado pelo
nome.
não individualizam o ser/ objecto expresso pelo nome.
artigos 

indicam um ser/ objecto conhecido do ouvinte/ leitor.
Os artigos
identificam
Os artigos estão
Os
indefinidos
Os
indefinidos
56
ENSINO E APRENDIZAGEM PE L2/ PLNM
BREVE BIBLIOGRAFIA
www.dgidc.pt
(legislação, orientações, perfis, testes diagnóstico)
http://www.dgidc.minedu.pt/outrosprojetos/index.php?s=directorio&pid=19
5#i
 www.fl.ul.pt Fac.Letras Univ. Lx.
 www.instituto-camoes.pt Instituto Camões
 www.app.pt APP Associação de professores de
português
 www.lidel.pt (Editora)
 QECR línguas
 Manuais e gramáticas mercado

57
NSINOEEAPRENDIZAGEM
APRENDIZAGEMPE
PORTUGUÊS
EE
NSINO
L2/ PLNM
EUROPEU
L2
BREVE
BIBLIOGRAFIA




Acosta, J. León & I. Leiria (1997). Polifonia, 1, 57-80
Caels, F. e Mendes. Diversidade_Linguistica_na_Escola.pdf.
www.dgidc.min-edu-pt
Castro, Ivo (1991). “A língua portuguesa no tempo e no
espaço”. In Falar Melhor, Escrever Melhor. Lisboa: Selecções
do Reader's Digest. 53-89.
Duarte, Inês. (1992). “Oficina Gramatical: Contextos de Uso
Obrigatório do Conjuntivo”. In Delgado-Martins et al. Para a
Didáctica do Português. Seis estudos de Linguística. Lisboa:
Ed. Colibri.
58
NSINOEEAPRENDIZAGEM
APRENDIZAGEMPE
PORTUGUÊS
EENSINO
L2/ PLNM
EUROPEU
L2
BREVE
BIBLIOGRAFIA




Ellis, Rod, 1997. Second Language Acquisition, Oxford, OUP,
capítulo 8: “Individual differences in L2 acquisition” (pp. 7378)].
Leiria, Isabel (1997) “Professores de Português para o ano
2000”. Palavras, n.º 12/ Outono de 1997, Associação de
Professores de Português. 77-84.
Leiria, Isabel (2001) Léxico: aquisição e ensino do Português
Europeu língua não materna. Dissertação de Doutoramento
apresentada à Universidade de Lisboa.
Leiria, Isabel (2001). Léxico, Aquisição e Ensino de L2,
Polifonia 4:171-183.
59
NSINOEEAPRENDIZAGEM
APRENDIZAGEMPE
PORTUGUÊS
EENSINO
L2/ PLNM
EUROPEU
L2
BREVE
BIBLIOGRAFIA




Leiria, Isabel; Martins, Ana; Cordas, Júlia; Mouta, Margarida &
Henriques, Rosa. 2007-2008. Orientações Programáticas de
Português Língua Não materna (PLNM) - Ensino Secundário
Lightbown & Spada (1993). How Languages are Learned, Oxford,
OUP, pp. 60-9.
Gass & Selinker (1994). Second Language Acquisition. An
Introductory Cours, Hillsdale, New Jersey, Lawrence Erlbaum
Associates, pp. 239-46.
Silvano, Purificação e Sónia Rodrigues (2010). "A Pedagogia dos
Discursos e o Laboratório Gramatical no ensino da gramática. Uma
proposta de articulação", in Brito, Ana Maria (org.). Gramática:
História, Teorias, Aplicações. Porto: Faculdade de Letras da
Universidade do Porto.
60
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