Obesos e diabéticos têm 7 vezes mais chances de morrer pela nova gripe, mostra pesquisa Estudo realizado pelo Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Estado da Saúde aponta que portadores de doença metabólica crônica, como obesidade, diabetes e colesterol elevado, têm 7,58 vezes mais chances de morrer se contraírem a gripe A/H1N1do que pessoas que não apresentam essas condições. O resultado é fruto da análise de 10.249 casos da doença notificados pelos municípios paulistas, até 7/12/09, no Sinan (Sistema de Informação de Agravos de Notificação). O estudo pode ajudar na definição dos grupos prioritários a serem vacinados na campanha nacional de imunização que está sendo planejada pelo Ministério da Saúde. O cálculo, matemático, que utiliza ferramentas de estatística, leva em consideração dados sobre óbito e cura de pacientes, segundo as comorbidades informadas na ficha de notificação. Para cada condição, há um campo para preenchimento, com as opções “sim”, “não” e “ignorado”. Os dados são cruzados e lançados em um software, que calcula o Odds Ratio (razão de chances, em inglês) para aquela determinada condição. O levantamento ainda é preliminar, e o próximo passo é concluir um estudo de caso-controle que contempla entrevistas com pacientes e familiares e a análise de prontuários, para a comparação dos dados. De 196 pacientes com gripe A H1N1, com informação positiva de doença metabólica no Estado, 60 morreram. Já entre os imunodeprimidos (portadores de câncer e HIV, por exemplo), as chances de óbito são 4,17 maiores, em relação a pessoas com a gripe A e que não possuem tais condições. Foram 265 casos de pacientes com este tipo de comorbidade preenchida em ficha, dos quais 54 morreram. O risco de portadores de doença renal crônica morrerem após contraírem o novo vírus é 3,72 vezes maior, segundo o estudo, com 19,4% de mortes entre 98 casos com a doença. As chances de óbito são 3,40 vezes mais altas entre os cardiopatas crônicos e 1,94 vezes entre os tabagistas. Entre os portadores de pneumopatia crônica, a chance de morrer de 1,33 vezes em relação aos não portadores não é considerada significante do ponto de vista estatístico. Grávidas Entre as mulheres grávidas, o risco de morte para aquelas estão no segundo ou terceiro trimestre de gestação é 4,3 vezes maior do que para aquelas no primeiro trimestre, segundo o estudo da Secretaria. Das 602 confirmações de gripe suína em gestantes com Doença Respiratória Aguda Grave no Estado até 7 de dezembro, foram contabilizados 52 óbitos. Desse total, 38,5% morreram no segundo trimestre de gestação e 53,8%, no terceiro. Apenas 5,8% dos óbitos de gestantes ocorreram nos três primeiros meses de gravidez. Fonte: Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo (22/01/2010)