PREFEITURA MUNICIPAL DE FOZ DO IGUAÇU ESTADO DO PARANÁ SECRETARIA MUNICIPAL DA EDUCAÇÃO 1 ORIGEM MAS, COMO SURGIU O TEATRO? A palavra teatro tem origem no vocabuláro grego theatron que significa local de onde se vê (platéia). A palavra drama, também oriunda da língua grega, quer dizer “eu faco, eu luto.” 2 O teatro surge a partir do desenvolvimento do homem, através das suas necessidades. O homem primitivo era caçador e selvagem, sentia necessidade de dominar a natureza. Através necessidades surgem invenções como o desenho e o teatro na sua forma mais primitiva. Eram umas espécies de danças dramáticas coletivas que abordavam as questões do seu dia a dia, uma espécie de rito de celebração, agradecimentos ou perdas. Estas pequenas evoluções se deram com o passar de vários anos. Com o tempo o homem passou a realizar rituais sagrados na tentativa de apaziguar os efeitos da natureza, harmonizando-se com ela. Os ritos começaram a evoluir, surgem danças miméticas, os homens praticam a MIMESIS (mímica) e as mulheres cantam. 3 Com o surgimento da civilização egípcia os pequenos ritos se tornaram grandes rituais formalizados e baseados em mitos (histórias que narram o segredo do mundo. Cada mito conta como uma realidade veio a existir. Os ritos possuíam regras de acordo com o que propunha o estado e a religião, eram apenas a história do mito em ação ou seja em movimento. Estes rituais propagavam as tradições, apelo as entidades sobrenaturais, oferenda para obtenção de favores, para homenagem, para divertimento e sinal de honra aos nobres. Na Grécia sim, surge o teatro. Surge o DITIRAMBO, um tipo de procissão informal que mais tarde ficou mais organizada, era para homenagear o Deus Dioniso. Era um culto de evolução e louvação a determinado Deus. É uma das expressões mais antigas do espírito lúdico da humanidade: Em todas as épocas e entre todos os povos existem o desejo de desempenhar temporariamente o papel de outros, fantasiar-se e falar à maneira dele. Esse outro pode ser um deus, o que explica a origem de determinadas representações em atos litúrgicos. 4 Tipos de Teatro Pantomima é a arte de narrar com o corpo. Um tipo de teatro gestual, de origem grega. Na pantomima procura-se fazer o menor uso possível da palavra. O Entremés era um tipo de peça teatral de um só ato que se caracterizava pela comicidade e pela brevidade, pois a trama e o conflito eram mínimos. Os personagens oscilavam entre três e cinco e representavam as classes sociais baixas e populares em situações absurdas e grotescas a fim de provocar o riso fácil. A representação se dava nos intervalos dos atos de uma obra principal. O Teatro de Feira (La foire Saint-Germain) eram espetáculos teatrais desenvolvidos dentro das feiras populares que aconteciam ao redor da Abadia de Saint-German-de-Prés e da igreja de Saint Laurent, em Paris, e mais tarde da igreja de Saint-Ovide, nos séculos XVII e XVIII. 5 O Mambembe era uma companhia de teatro que ia de cidade em cidade, em carroças, que além de servirem como casa, carregavam os cenários, os figurinos, a maquiagem, etc. Os atores e atrizes eram chamados de saltimbancos ou trupes. Teatro de Sombras - antiga arte do teatro Oriental. As sombras são feitas com as mãos ou mesmo com papéis, numa sala escura, à luz de uma vela, de uma lanterna ou de uma lâmpada. Os atores fazem as sombras falarem, dançarem e cantarem. O Teatro de Revista é um gênero de espetáculo teatral que combina números de música, dança e humor. Muito popular no Brasil nas décadas de 1930 e 1940. 6 O teatro Kabuki é um gênero de teatro popular japonês, caracterizado pela combinação de música, dança, mímica, encenação e figurinos. O que é teatro? •A = Ator •B = Personagem •C = Público “A” que representa “B” na frente de “C” TEXTO TEATRAL. 7 Para que haja teatro tem de haver um determinado TEXTO, uma peça escrita e destinada a ser representada por atores. Uma situação inicial com meio e desfecho. Desenvolvimento da ação: a sequência de atos: Resultado final da interação discursiva dos personagens. TEXTO TEATRAL: A T O - grande divisão do texto que decorre num mesmo espaço. C E N A - divisão do ATO determinada pela saída ou entrada de personagens. DISCURSO DAS PERSONAGENS - falas das personagens. O espaço “Teatro” PALCO CENÁRIO BASTIDORES CAMARINS PLATEIA BOCA DE CENA CORTINA Funções para montagem de uma peça de teatro: Diretor: O desenvolvimento desta função gira em torno de supervisionar e dirigir a montagem de uma peça teatral, novela, cinema ou programa. O trabalho do diretor é diretamente ligado à representação, ele trabalha direto com o ator ou atriz. Assistente de direção: Auxilia a direção. Equipe de produção: Viabilizar a exibição de peças ou espetáculos é a função da produção. Providenciar locais para os ensaios, buscar 8 patrocínios, administrar orçamentos e os materiais necessários para a realização da apresentação. Funções para montagem de uma peça de teatro: Elenco: todos os atores que farão parte da peça de teatro. Equipe de Cenografia: Nesta função o profissional fica responsável por criar cenário para as cenas de um filme, novela, teatro, ou propaganda. A partir do roteiro, o cenógrafo cria um cenário que deverá ser aprovado pelo produtor para assim realizar a função profissional. Contrarregra: Acompanha a encenação da peça na boca de palco e encarrega-se da guarda, conservação e colocação dos objetos de cena sob orientação do Cenógrafo Funções para montagem de uma peça de teatro: Dramaturgo: O dramaturgo tem a função de redigir peças teatrais, seriados, novelas e filmes. Nesta profissão é possível trabalhar sozinho ou em grupo. Equipe de figurino: 9 Responsável pelas roupas. Equipe de sonoplastia: Responsável pelo som. Equipe de iluminação: Responsável pela luz. Equipe de maquiagem: Responsável pela maquiagem dos atores em cena. Funções para montagem de uma peça de teatro: Equipe de figurino: Responsável pelas roupas usadas na peça de teatro. Equipe de adereços: Responsável pelos adereços dos atores. Equipe de sonoplastia: Responsável pelo som da peça. Equipe de iluminação: Responsável pela luz do teatro. Equipe de maquiagem: Responsável pela maquiagem dos atores em cena. No teatro existe um encontro entre os atores e o público. Representar e coçar é só começar. Frequente o Teatro!! 10 TEATRO PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS Concepções religiosas que eram simbolizadas, para o espaço cênico organizado, como demonstração de cultura e conhecimento. É, por excelência, a arte do homem exigindo a sua presença de forma completa: seu corpo, sua fala, seu gesto, manifestando a necessidade de expressão e comunicação. O ato de dramatizar está potencialmente contido em cada um, como uma necessidade de compreender e representar uma realidade. Ao observar uma criança em suas primeiras manifestações dramatizadas, o jogo simbólico, percebe-se a procura na organização de seu conhecimento do mundo de forma integradora. A dramatização acompanha o desenvolvimento da criança como uma manifestação espontânea, assumindo feições e funções diversas, sem perder jamais o caráter de interação e de promoção de equilíbrio entre ela e o meio ambiente. Essa atividade evolui do jogo espontâneo para o jogo de regras, do individual para o coletivo. Dramatizar não é somente uma realização de necessidade individual na interação simbólica com a realidade, proporcionando condições para um crescimento pessoal, mas uma atividade coletiva em que a expressão individual é acolhida. Ao participar de atividades teatrais, o indivíduo tem a oportunidade de se desenvolver dentro de um determinado grupo social de maneira responsável, legitimando os seus direitos dentro desse contexto, estabelecendo relações entre o individual e o coletivo, aprendendo a ouvir, a acolher e a ordenar opiniões, respeitando as diferentes manifestações, com a finalidade de organizar a expressão de um grupo. 11 O teatro tem como fundamento a experiência de vida: ideias, conhecimentos e sentimento. A sua ação é a ordenação desses conteúdos individuais e grupais. A criança, ao começar a frequentar a escola, possui a capacidade da teatralidade como um potencial e como uma prática espontânea vivenciada nos jogos de faz-de-conta. Cabe à escola estar atenta ao desenvolvimento no jogo dramatizado oferecendo condições para o exercício consciente e eficaz, para aquisição e ordenação progressiva da linguagem dramática. Deve tornar consciente as suas possibilidades, sem a perda da espontaneidade lúdica e criativa que é característica da criança ao ingressar na escola. O teatro, no processo de formação da criança, cumpre não só função integradora, mas dá oportunidade para que ela se aproprie crítica e construtivamente dos conteúdos sociais e culturais de sua comunidade mediante trocas com os seus grupos. No dinamismo da experimentação, da fluência criativa propiciada pela liberdade e segurança, a criança pode transitar livremente por todas as emergências internas integrando imaginação, percepção, emoção, intuição, memória e raciocínio. As propostas educacionais devem compreender a atividade teatral como uma combinação de atividade para o desenvolvimento global do indivíduo, um processo de socialização consciente e crítico, um exercício de convivência democrática, uma atividade artística com preocupações de organização estética e uma experiência que faz parte das culturas humanas. 12 A escola deve viabilizar o acesso do aluno à literatura especializada, aos vídeos, às atividades de teatro de sua comunidade. Saber ver, apreciar, comentar e fazer juízo crítico devem ser igualmente fomentados na experiência escolar. O teatro no ensino fundamental proporciona experiências que contribuem para o crescimento integrado da criança sob vários aspectos. No plano individual, o desenvolvimento de suas capacidades expressivas e artísticas. No plano do coletivo, o teatro oferece, por ser uma atividade grupal, o exercício das relações de cooperação, diálogo, respeito mútuo, reflexão sobre como agir com os colegas, flexibilidade de aceitação das diferenças e aquisição de sua autonomia como resultado do poder agir e pensar sem coerção. A criança, ao iniciar o ciclo básico, está na idade de vivenciar o companheirismo como um processo de socialização, de estabelecimento de amizades. Compartilhar uma atividade lúdica e criativa baseada na experimentação e na compreensão é um estímulo para a aprendizagem. A organização de grupos para a realização de uma tarefa é um exercício desafiador para integrar os componentes. Cabe ao professor proceder de maneira a incentivar essas relações. A necessidade de colaboração torna-se consciente para a criança, assim como a adequação de falar, ouvir, ver, observar e atuar. Assim, liberdade e solidariedade são praticadas. O professor deve conhecer as etapas de desenvolvimento da linguagem dramática da criança e como ela está relacionada ao processo cognitivo. Por volta dos sete anos, a criança se encontra na fase do faz-de-conta, em que a realidade é retratada da maneira que é entendida e vivenciada. Ela ainda não é capaz de refletir sobre temas gerais, distantes do seu cotidiano. Também não se preocupa com a probabilidade dos fatos. Próximo aos oito, nove anos, 13 preocupa-se em mostrar os fatos de forma realista. Está mais consciente e comprometida com o que dizer por meio do teatro. Inicialmente, os jogos dramáticos têm caráter mais improvisacional e não existe muito cuidado com o acabamento, pois o interesse reside principalmente na relação entre os participantes e no prazer do jogo. Gradualmente, a criança passa a compreender a atividade teatral como um todo, o seu papel de atuante e observa um maior domínio sobre a linguagem e todos os elementos que a compõem. A elaboração de cenários, objetos, roupas, organização e sequência de história é mais acurada. Esse processo precisa ser cuidadosamente estimulado e organizado pelo professor. Os cenários pintados não mostram a representação da perspectiva, mas na maioria das vezes apresentam proporções adequadas. Compete à escola oferecer um espaço para a realização dessa atividade, um espaço mais livre e mais flexível para que a criança possa ordenar-se de acordo com a sua criação. Deve ainda oferecer material básico, embora os alunos geralmente se empenhem em pesquisar e coletar materiais adequados para as suas encenações. O professor deve organizar as aulas numa sequência, oferecendo estímulos por meio de jogos preparatórios, com o intuito de desenvolver habilidades necessárias para o teatro, como atenção, observação, concentração e preparar temas que instiguem a criação do aluno em vista de um progresso na aquisição e domínio da linguagem teatral. É importante que o professor esteja consciente do teatro como um elemento fundamental na aprendizagem e desenvolvimento da criança e não como transmissão de uma técnica. Levar para o aluno textos dramáticos e fatos da evolução do teatro são importantes para que ele adquira uma visão histórica e contextualizada em que possa referenciar o seu próprio fazer. É preciso estar consciente da 14 qualidade estética e cultural da sua ação no teatro. Os textos devem ser lidos ou recontados para os alunos como estímulo na criação de situações e palavras. No ensino fundamental o aluno deve desenvolver um maior domínio do corpo, tornando-o expressivo, um melhor desempenho na verbalização, uma melhor capacidade para responder às situações emergentes e uma maior capacidade de organização e domínio de tempo. http://cptstatic.s3.amazonaws.com/pdf/cpt/pcn/ volume-06-arte.pdf Introdução O Teatro na Escola tem uma importância fundamental na educação. Ele permite ao aluno uma enorme “gama” de aprendizados podendo citar como exemplos, a socialização, a criatividade, a coordenação, a memorização, o vocabulário e muitos outros. Através do teatro, o professor pode perceber traços da personalidade do aluno, seu comportamento individual e em grupo, traços do seu desenvolvimento e essa situação permite ao educador, um melhor direcionamento para a aplicação do seu trabalho pedagógico. O teatro enfoca uma proposta de ensino diferente da forma tradicional. Através de pesquisa abordam o contexto histórico de cada forma teatral, o tipo de material que pode ser utilizado para a confecção dos materiais, (que pode variar como materiais comprados, uma roupa que você tenha que pode ser adequada e até material de sucata), é possível criar e interpretar e com pouco, divertir e ensinar a todos. 15 O teatro tem a função de mostrar o comportamento social e moral, através do aprendizado de valores e no bom relacionamento com as pessoas. Os textos do teatro infantil eram adaptações de obras europeias carregadas do moralismo vigente na época. Portanto, o teatro infantil teve a sua origem na moral cristã, no didatismo e na moral europeia, e este quadro só começa a mudar durante a década de 70, passando o teatro-infantil a ser um gênero específico. O contato da criança com o teatro se dá basicamente pela escola ou pela igreja. É claro que em ambas as instituições o espetáculo é marcado mais pelo viés pedagógico do que pelo estético propriamente dito. Trabalhar com o teatro na sala de aula, não apenas fazer os alunos assistirem as peças, mas representá-las, inclui uma série de vantagens obtidas: o aluno aprende a improvisar, desenvolve a oralidade, a expressão corporal, a impostação de voz, aprende a se entrosar com as pessoas, desenvolve o vocabulário, trabalha o lado emocional, desenvolve as habilidades para as artes plásticas (pintura corporal, confecção de figurino e montagem de cenário), oportuniza a pesquisa, desenvolve a redação, trabalha a cidadania, religiosidade, ética, sentimentos, interdisciplinaridade, incentiva a leitura, propicia o contato com obras clássicas, fábulas, reportagens; ajuda os alunos a se desinibirem-se e adquirirem autoconfiança, desenvolve habilidades adormecidas, estimula a imaginação e a organização do pensamento. Enfim, são incontáveis as vantagens em se trabalhar o teatro em sala de aula. Na realização de cenas dramáticas destaca-se o exercício de fazer de conta, fingir, imaginar ser outro, criar situações imaginárias. São atitudes essencialmente dramáticas criadas pelo homem para desenvolver habilidades, capacidades e provir sua existência. Atuamos todos os dias, em casa, na escola, no trabalho, assumimos papéis sociais constantemente em nossas vidas, como o de pai, mãe, filho, aluno, professor, de acordo com o ambiente assumimos personagens sociais reais. A atuação é o meio pelo qual nos relacionamos com o outro. O processo 16 dramático é considerado um dos mais vitais para os seres humanos. Porém, Nosso objetivo na escola não é ter um aluno-autor, um aluno-pintor ou um aluno compositor, mas sim dar oportunidades a cada um de descobrir o mundo, a si próprio e a importância da arte na vida humana. (REVERBEL, 1989). Os Parâmetros Curriculares Nacionais buscam identificar os diversos argumentos sobre a importância do conhecimento artístico. A abordagem dramática na educação admite a importância do teatro infantil e considera-o como base da educação criativa. O teatro na escola, de acordo com os PCNS, tem o intuito de que o aluno desenvolva um maior domínio do corpo, tornandoo expressivo, um melhor desempenho na verbalização, uma melhor capacidade para responder às situações emergentes e uma maior capacidade de organização de domínio de tempo. O teatro estimula o indivíduo no seu desenvolvimento mental e psicológico. Mas apesar disso, o teatro é arte, arte que precisa ser estudada não apenas em níveis pedagógicos, mas também como uma atividade artística que tem as suas características como tal. Assim declara Reverbel: Que o teatro tem a função de divertir instruindo é uma verdade que ninguém pode contestar, pois seria negar-lhe a própria história (REVERBEL, 1989) Teatro também é instrução, mas considerar isso como a essência teatral corresponde a desconhecer suas múltiplas manifestações. O teatro essencialmente tem a função de prazer, alegria, algo essencialmente agradável. Não no sentido de peças teatrais com temas relacionados a coisas boas ou temas que seguem certas regras de conduta, mas agradável no sentido que a mimeses/significa imitação ou representação, o atuar, foi belo, foi real em grego. A oportunidade de escrever uma peça, transformá-la ou atuar nela, a construção de cenários e figurinos, é a essência do teatro, pois é algo que pode ser construído e dividido em sua essência. Dessa forma, o trabalho cenográfico permite o desenvolvimento do pensamento reflexivo sobre a sua obra, por exemplo: ao 17 criar o cenário que representa o lugar onde acontece a cena: lugar geográfico, lugar social, lugar geográfico e social ao mesmo tempo. O cenário também pode significar o tempo: época histórica, estações do ano, certa hora do dia. Assim, a função do cenário é a de determinar a ação no espaço e no tempo para que o espectador possa entender os acontecimentos. Ao interpretar, o personagem utiliza a palavra, que possui funções variadas de acordo com o gênero dramático, o modo literário ou teatral. A participação no teatro é a sua essência. O valor estético do teatro é abordado por Aristóteles, sendo o primeiro a analisar e explicitar a composição narrativa, inicialmente nas tragédias gregas, onde conceitos como mimesis, deixam claro que a imitação é a das paixões que movem o homem e não apenas as suas ações, modificando o entendimento da função de catarsis, (plural de catarse que significa: Purificação da alma por uma descarga emocional causada pelo drama, sentimento de alívio) que, através da identificação com a trama e seus personagens, o espectador seria capaz simplesmente de expressar seus sentimentos. Todavia, seu papel vai além, permitindo que a plateia repense seu estar no mundo, que se dá através de um conflito – que o coloca em presença de questões humanas. O conflito é gerado pelas relações entre os personagens. O objetivo do texto é proporcionar a eficácia da peça, dessa forma, o texto deve ser bem formulado e diálogos bem estruturados. Com relação ao teatro infantil, a ação dramática, como característica do teatro, deve ser observada seguindo os mesmos critérios de avaliação de peças para adultos, como por exemplo: estrutura da peça, articulação dos atos, cenas principais e caracterização das personagens. A estrutura da peça apresenta três elementos: exposição, conflito e desenlace. A exposição é a parte em que o público toma conhecimento dos acontecimentos. No conflito, os problemas descritos na exposição chegam ao clímax, aumentando tensões. O desenlace é o moderador da tensão, sendo provocado pela resolução do problema. 18 A visão de teatro-infantil com função pedagógica começa a ser quebrada na década de 50 com o surgimento de O Tablado, dirigido por Maria Clara Machado. Maria Clara Machado é uma das pessoas que mais escreveu peças para o teatro infantil no Brasil. Em 1955, ela escreveu a peça infantil mais famosa do país até hoje: Pluft, o Fantasminha. É a história de um fantasma criança, que tem medo de gente. A peça conta a história do rapto da Menina Maribel pelo malvado Pirata Perna-de-Pau, que vai esconder a menina no sótão de uma casa abandonada, onde vive uma família de fantasmas: a Mãe, que faz deliciosos pastéis de vento e conversa ao telefone com Prima Bolha; o fantasminha Pluft, que nunca viu gente; Tio Gerúndio, que passa o dia inteiro dormindo dentro de um baú; e Chisto, o primo aviador que não chega a entrar em cena, surgindo apenas no final para fazer um salvamento espetacular da menina. A trama se concentra na procura do tesouro do avô da menina, o Capitão Bonança, que morreu no mar deixando no fundo dele a sua herança. O interessante nesta peça é a principal característica de Pluft: seu grande medo de gente, invertendo a situação, conservada pela tradição, que as crianças têm de fantasma, ou seja, geralmente são as crianças que perguntam se fantasmas existem e têm medo deles, em Pluft, temos o fantasma que tem medo de gente, quando, ao contrário, deveria assombrá-las, aparecendo assim o cômico que se faz presente na peça, como se percebe no trecho a seguir: (Os dois ficam rindo por alguns momentos, contentes com a descoberta mútua. Maribel cutuca o fantasminha e acha graça de ele ser diferente dela.) MARIBEL (Lembrando-se) Oh! (Vai até a janela) O Perna de Pau vai voltar, meu Deus do Céu. Ele quer roubar o tesouro do meu avô e vai me levar para o mar. PLUFT (Imitando a mímica do marinheiro) Navegar... Navegar... Navegar... não é? MARIBEL (Começando a chorar) Não... não... não... (Cai sentada à beira da janela.) PLUFT Que lindo! Que lindo! Que lindo! ... 19 Mamãe, mamãe... acode aqui... a menina está derramando o mar todo pelos olhos! ... MÃE (De dentro) Ela está chorando, meu filho. 605 PLUFT Que lindo é chorar, mamãe... Também quero! MÃE (De dentro) Fantasma não chora, Pluft. Senão derrete. (Chegando) Vá buscar um pano para enxugar os olhinhos dela. PLUFT (Sai e torna a voltar) Para pegar o choro dela? MÃE É. (A mãe fantasma passa a mão na cabeça da menina, que se assusta ao vê-la) Ah! Tinha me esquecido. (Formaliza-se toda para se apresentar. Põe na cabeça um chapéu fora de moda) Sou a mãe de Pluft. (Cumprimentos) Aceita um pastel de vento? (Sai) Trecho da peça “Pluft, o Fantasminha” – Maria Clara Machado. O que faz com que a peça seja boa não é a ausência de ensinamentos, mas a riqueza de situações engraçadas, diferentes e bem elaboradas na peça e o seu valor estético. Quando os valores morais e didáticos se sobrepõem aos valores estéticos de uma peça teatral, a peça perde a sua real função. Em Pluft, o Fantasminha, os valores estéticos são riquíssimos e sem forçar a barra para valores morais a autora enfatiza a solidariedade, como se percebe no trecho a seguir: (Pluft abre o cofre, enquanto Perna de Pau se precipita, arreda Pluft e tira do cofre um retrato, um papel e um rosário.) PERNA DE PAU O retrato da neta Maribel! (Joga o retrato em cima de Maribel, que está ajoelhada perto de Pluft) Uma receita de peixe assado! (Joga a receita) Um rosário! (Faz o sinal da cruz com muito medo e levanta o rosário, deixando-o cair nas mãos de Pluft. Depois volta com avidez ao cofre) E o dinheiro? E o dinheiro? GERÚNDIO O dinheiro está no fundo do mar. Pode ir buscá-lo, Perna de Pau. (Gerúndio apita. Ouve-se o toque da corneta) Os fantasmas do mar vão levá-lo ao tesouro que está enterrado no fundo do mar. (Os três fantasmas tornam a descer.) PERNA DE PAU Não! Não! Não! Fantasmas não! Fantasmas não! (Empurrando pelos fantasmas, Perna de Pau recua até a janela e desaparece. Os fantasmas se recolhem). A solidariedade sim, pois todos ajudam a encontrar o tesouro sem esperar nada em troca, e quando encontram 20 no cofre o retrato de Maribel, uma receita de peixe assado e um terço, ou seja, valores humanos- amor, prazer de saborear deliciosos pratos e a fé, mas não 606 encontram ouro ou dinheiro, ninguém fica decepcionado. Também não há ênfase em castigar a maldade ou ver o personagem se dar mal, pois a única decepção de Perna-de-pau foi não encontrar o dinheiro. Nos anos 70 também surgiram novos grupos, o Vento forte, de Ilo Krugli, conduzindo mais uma vez o teatro infantil por caminhos de crescimento e descobertas. Ilo Krugli escreveu a peça História de Lenços e Ventos, que estreia em 1974, lhe rendendo vários prêmios. A peça representa um real divisor de águas no teatro infantil brasileiro, apresentando a magia do teatro de animação, pois o que dá vida ao drama são seres inanimados, lenços, jornal, cartaz, galinha, guarda-chuva, guardanapo, nuvem, chuva, dragão, todas personagens que contribuem ricamente no desenvolvimento da peça. Além disso, há inúmeras linguagens que se entrelaçam com a peça- música, dança, cenário, figurino. A história começa com lenços que gostariam de voar. Certa vez um lenço voou tão longe que foi raptado pelo Rei Metal Mau, que obrigou o lenço Azulzinha, a casar-se com ele, mas depois de muitas lutas na Cidade Medieval, o Papel vence a briga e sai com Azulzinha. História de Lenços e Ventos abandona as características do "teatro didático" valorizando assim a encenação, o espetáculo, propondo a valorização da imaginação, fantasia. O trecho do poema escrito por Ilo Krugli nas primeiras páginas do livro História de Lenços e Ventos responde a muitas pessoas o porquê de fazer teatro para crianças e da sua motivação em escrever. Assim explica: Dentro de cada criança existe um homem de olhos abertos para o mistério de crescer da noite para o dia e do dia para a noite. Dentro de cada homem existe uma criança recolhida numa sombra de crepúsculo que teima em evocar... "eu era..." Nessa peça novamente tem-se os valores estéticos sobrepostos aos valores morais, dando o seu real valor ao conceito de teatro como obra de arte. O texto dramático deixa de 21 ser o elemento central, dando espaço a personagens, à ação, etc. Outra peça em circulação é A cidade da nutrição, peça encontrada no livro Vale a pena fazer teatrinho de bonecos. O valor dessa dramaturgia está voltado estritamente ao pedagógico, servindo para educar moralmente e transmitir conhecimentos, eliminando qualquer valor estético da obra de arte que é o teatro. A peça narra à história de um menino que não queria comer e por isso é considerado um assassino e julgado pelos seus atos. (...) Miguel Renato! Deixe esse brinquedo e venha comer! Faz três horas que saímos de casa! Ora! Venha, menino. Renato Comer? Não tenho fome. Comam vocês. (...) Miguel Renato pare com isso e venha comer qualquer coisa! Olhe, se você fosse obediente, pelo menos tentaria comer qualquer coisa. Mas não liga ao que tia Márcia fala. E a pobre criatura sofre com sua teimosia. Coitada da tia. Arrumou a cesta com tanto carinho! Oh, por favor, Renato, venha, coma alguma coisa. (O menino não come, o piquenique acaba, mas ele resolve ficar mais um pouco na floresta) Renato Ai... sinto umas tonteiras... A cabeça me pesa! Como me dói aqui. Ai. Já sei. Há muitas horas não me alimento. (Levanta a cabeça, olha para as árvores e fala) Oh! Os gigantes de braços levantados. (Renato fica paralisado de espanto) Vozes Você é um criminoso! Renato Eu... criminoso? ...Por que? Gigante Você é um criminoso porque está desperdiçando o bem mais precioso que recebeu de Deus –a saúde – não se alimentando como devia. As vozes: É um criminoso. Criminoso! Renato Perdão! Prometo não fazer mais isso. Gigante Não basta. Tem que ser julgado. (Há um julgamento, mas ele é absolvido, graças à intervenção do Sr. Leite a quem ele dava alguma atenção à noite. No fim era um pesadelo. Renato pede para se alimentar e diz:) Renato Nunca mais esquecerei desses ensinamentos. E, outra coisa, assumi o compromisso de ensinar a todos os meus colegas e amigos, o que aprendi sobre nutrição. Como comentado anteriormente, muitos dos textos dramáticos criados a partir do século XX vão apresentar uma forte presença 22 de conteúdos educativos com o intuito de ensinar valores morais, éticos, muitas vezes até certos dogmas e ensinamentos, como o exemplo da peça A cidade da Nutrição, querendo “ensinar” a criança que ela tem que comer corretamente. Que a criança tenha que ter uma alimentação super saudável e equilibrada, isso ninguém pode questionar, mas escrever uma peça de teatro para ensinar a criança que ela deve se alimentar corretamente é eliminar toda a importância, função e essência teatral. Aqui 608 novamente tem-se o artístico sendo transportado a um plano inferior, sobressaindo o ensinamento. Analisando as 3 peças – Pluft, a fantasminha, História de Lenços e Ventos e A Cidade da Nutrição – é possível estabelecer grandes diferenças. A linguagem das peças, o vocabulário, são mais desenvolvidos em Pluft, o fantasminha, História de Lenços e Ventos, o desfecho da peça não é pautado por um ensinamento como em A Cidade da Nutrição, os personagens não são estereotipados, como o Gigante, poderoso e mal. Há a valorização do marginal, ou seja, personagens deixados à margem, como o fantasma em Pluft, o fantasminha, e lenços e papéis como em História de Lenços e Ventos. O que paramos para pensar não é apenas se a criança está tendo acesso, contato com as artes teatrais, pois ela está. No século XX também foi possível observar o crescimento de vários espetáculos e teatros, dando a criança mais acesso do que antigamente. A questão levantada é: qual o tipo de peças que elas estão assistindo ou qual a qualidade artística que essas peças oferecem as crianças? A ideia que predomina sobre o que é ser criança, é que é um estágio que ela se prepara para vir a ser adulto. O caráter do ser humano começa a ser formado ainda quando criança. Dessa forma, muitos acreditam que tudo que gira em torno da criança deva ter algum ensinamento, algum valor moral e ético. Por isso é que no teatro muitas vezes reproduzem-se peças que de alguma maneira contribuía na educação das crianças, reforçando 23 valores considerados importantes em cada época. Apontar as deficiências e as qualidades de peças teatrais não significa a busca da perfeição, mas a valoração do teatro como arte. O teatro precisa ser levado à sala de aula como arte, assumindo o seu papel como obra de arte. Através dele, a criança vai se deparar com uma das mais antigas manifestações culturais, e diante dessa manifestação cultural, aprenderá e verá que o teatro discute sempre as questões existenciais do homem no mundo. É dentro dessa perspectiva que o teatro tem a sua função estética, catártica, questionadora, transformadora, política e social – uma obra de arte enquanto atividade artística que expressa o homem e os seus sentimentos. HISTÓRIA OS SALTIMBANCOS Muitos anos depois, na Idade Média, lá por volta do século 12, apareceram na Europa companhias de teatro que ia de cidade em cidade. Este teatro já não tinha nada de religioso, e seus atores e atrizes, chamados de saltimbancos, 24 As peças de teatro na Grécia antiga contavam histórias dos mitos gregos, onde os deuses eram muito importantes. Elas passaram a ser representadas em espaços especiais, que são parecidos com os teatros de hoje. Eram construções em forma de meia-lua, cavadas no chão, com bancos chamados parecidos teatros com arquibancadas, de arena. Um dos mais famosos está em pé até hoje, em Atenas, na Grécia, e se chama Epidaurus. Uma coisa curiosa nas encenações é que só os homens podiam atuar, já que as mulheres não eram consideradas cidadãs. Por isso, as peças gregas eram encenadas com grandes máscaras! Existiam dois tipos de peças: as tragédias e as comédias. As tragédias eram histórias dramáticas, e mostravam homens que, por não aceitarem a vontade Divina, acabavam em maus bocados. Os autores de tragédia grega mais famosos foram Esquilo, Sófocles e Eurípides. As comédias eram histórias engraçadas chamadas sátiras, que são gozações da vida. Um grande autor de comédia grega foi Aristófanes. Todos esses autores influenciaram muito o teatro que veio depois, e suas peças são encenadas até hoje. O teatro foi se desenvolvendo e ganhando muitas caras e formas, como o teatro mambembe... literalmente carregavam a casa nas costas. E não só a casa: os cenários das peças, seus figurinos (as roupas usadas), maquiagem, etc. Eles andavam em carroças, sempre em bandos, chamados trupes, e não tinham morada certa. Eles também representavam peças engraçadas ou dramáticas, como os gregos. Hoje, esse teatro itinerante também é conhecido como teatro 25 mambembe. Mas não pense que ficar "de galho em galho" era o sonho da vida dos saltimbancos! É que na época em que eles viviam, a Igreja era muito poderosa e implicante, e escolhia o que as pessoas podiam representar, de preferência textos cristãos. E os saltimbancos não queriam saber dessa prisão, pois o negócio deles era usar a criatividade e representar o que bem quisessem. Perseguidos pela Igreja e sendo tratados como foras-da-lei, os saltimbancos começaram a usar máscaras, para não serem reconhecidos. Uma tradição que descende diretamente dos saltimbancos é o circo, que até hoje anda de cidade em cidade apresentando seus números. Theatre, em forma de globo (daí o nome). Mas ficou famoso mesmo por suas peças, imortais, que retratavam os tipos humanos como nunca nenhum autor conseguiu fazer depois dele. Algumas de suas peças mais conhecidas são Romeu e Julieta, Hamlet e Sonho de uma Noite de Verão. Aliás, a frase tão famosa lá de cima é da peça Hamlet... Depois de Shakespeare, o teatro nunca mais seria o mesmo. 26 Com o Renascimento, três séculos depois, o teatro deixou de ser tão perseguido pela Igreja. As artes floresciam: pintura, arquitetura, música. O homem passou a ser o objeto de interesse dessas artes, e não mais os deuses (ou, no caso da Igreja católica, o Deus). Foi a época de artistas muito importantes, como Da Vinci (que pintou a Mona Lisa) e Michelangelo. Por essa época surgiram os teatros parecidos com os de hoje, casas com palco e plateia, e também a ópera, mistura de música com teatro. A Itália foi o palco de um gênero chamado commedia dell’arte. Os atores da commedia dell’arte eram muito versáteis (faziam de tudo): cantavam, dançavam, representavam, faziam malabarismos... Tudo para agradar seu público! Eles também formavam trupes que iam de cidade em cidade, e nunca decoravam nada, sempre improvisavam as peças. Esses atores faziam sempre os mesmos papéis, tão famosos que você já deve ter ouvido falar neles: Polichinelo, Arlequim, Colombina, Pantaleão... Cada papel tinha uma máscara, que cobria só a parte de cima do rosto. Ainda hoje, podemos ver peças inspiradas nesses personagens maravilhosos. No Brasil, eles viraram até tema de carnaval! E por falar em maravilha, você sabe quem é o autor da famosa frase "ser ou não ser, eis a questão"? 27 “SER OU NÃO SER, EIS A QUESTÃO!” Essa frase tão famosa todo mundo conhece, mas será que todo mundo sabe quem a escreveu? Pois foi um dos maiores mestres que o teatro já conheceu, o bardo (poeta) William Shakespeare. Shakespeare nasceu em 1564, na Inglaterra, na cidade de Stratford-upon-Avon, e foi um apaixonado pelo teatro. Escreveu muitas peças e ficou muito conhecido, tendo inclusive a honra de apresentar suas obras nos palácios dos reis, coisa que não era para qualquer um! Ele também construiu um teatro, que está de pé em Londres até hoje, chamado Globe Theatre, em forma de globo (daí o nome). Mas ficou famoso mesmo por suas peças, imortais, que retratavam os tipos humanos como nunca nenhum autor conseguiu fazer depois dele. Algumas de suas peças mais conhecidas são Romeu e Julieta, Hamlet e Sonho de uma Noite de Verão. Aliás, a frase tão famosa lá de cima é da peça Hamlet... Depois de Shakespeare, o teatro nunca mais seria o mesmo. 28 A gente já falou tanto do teatro do lado de cá do mundo... Mas e o teatro oriental? No Oriente existem formas maravilhosas de fazer teatro. Algumas delas são típicas do Japão, como o teatro Nô e o Kabuki. Tanto um como o outro são encenados da mesma forma há mais de mil anos. A natureza é o tema principal de suas peças, que também contam histórias do folclore de seu povo. As roupas são muito bonitas e ricas, e os atores usam bastante maquiagem, tanto que os japoneses ficaram feras na maquiagem para teatro! Como o teatro grego, só os homens podem atuar. Os papéis também são fixos, isto é não mudam, como na commedia dell’arte, e os atores estudam muito para representar seus papéis com perfeição. Quando uma pessoa vai assistir a uma peça Nô ou Kabuki, não vai para ver a história, que ela já sabe qual é, mas para ver o trabalho dos atores. Muitos deles representam um único papel. A vida inteira! passagens da mitologia indiana, e são muito, muito antigas. Uma das mais importantes se chama Ramayana, e conta a história do rei Rama. Na China, o 29 teatro e o canto estão sempre juntos. Tanto que uma das formas mais conhecidas desse teatro é a ópera de Pequim, capital da China), onde os atores também usam maquiagens especiais, como os atores japoneses. O TEATRO HOJE Dá para perceber que, com tantas influências, o teatro de hoje é uma arte muito rica, muito misturada. Existe a ópera, o teatro de bonecos, o teatrodança, os musicais, o teatro de rua, o teatro feito em espaços alternativos (como hospitais, presídios), enfim, uma mistura daquelas! Quando apareceu o cinema, há mais de cem anos, muita gente previu o fim do teatro. Falavam que o cinema iria substituí-lo, porque podia criar histórias com muito mais semelhança com a realidade. Mas isso não aconteceu. Quem pensava assim não percebeu que o grande barato do teatro é o fato de ele ser uma obra de arte viva, ou seja, depende da presença de quem atua e de quem assiste. O teatro é fascinante pois é um jogo da imaginação. Todo mundo está cansado de saber que aquele cenário lá no fundo não é uma floresta... e daí? Naquele momento e naquele lugar, ele vai ser uma 30 floresta para aquelas pessoas que estão participando. Quando a gente vai ao teatro, não quer ver a cena "certinha" e que nunca muda. A gente quer ver o improviso, o novo, o diferente que vive nos atores e nos olhos de cada plateia. http://www.canalkids.com.br/ar te/teatro/oriente.htm Teatro de bonecos O teatro de bonecos talvez seja mais velho do que o próprio teatro com atores de verdade. Nele, em vez de pessoas interpretando personagens, quem conta a história são bonecos controlados com as mãos. Cada parte do mundo tem um tipo de boneco diferente. No Japão os bunraku chegam a ter o tamanho de uma criança e cada um é controlado por vários operadores a partir de mecanismos nas costas dos bonecos. Na Índia se utilizam os tradicionais bonecos de vara, que existem também na ilha de Java. Na Europa aparecem principalmente as marionetes, que são bonecos controlados por cordas presas nos seus braços, pernas e cabeça. Também há fantoches, que são construídos em cima de luvas e controlados pela mão. No Brasil o mamulengo é um dos principais tipos de bonecos de teatro, aparecendo principalmente no estado de Pernambuco. Sugestão de vivência teatral O teatro é uma das formas de arte que se caracteriza pela representação com o corpo e voz por meio de cenas. O sentido das cenas é a imitação: da vida, de situações, de histórias reais ou textos literários...enfim, tudo pode ser imitado no teatro, desde que se tenha verdade, emoção e criatividade. 31 Alguns recursos auxiliam na construção dessa "verdade cênica": figurinos, cenários, músicas, iluminação, maquiagem e adereços. E é fundamental que se tenha um preparo no domínio de corpo e voz com treinos de improvisação e outras técnicas essenciais para o desenvolvimento do ator. Para oportunizar aos alunos experimentarem um pouquinho o que é fazer teatro. Projeto Cabeça de Coco Atividade: 1- Divida a turma em grupos e entregue o texto de uma peça teatral ou um trecho à sua escolha. 2- Oriente a turma a combinarem como transformar da peça (ou trecho) recebida em uma cena de teatro. Aí vale a criatividade! 3- Peça aos alunos que escolham recursos cênicos para auxiliá-los na representação: músicas, dança, figurinos, adereços (acessórios), objetos cênicos e/ou cenário, luz (podem usar lanternas com papel celofane, por exemplo) e maquiagem. 4- Propicie um espaço para que os alunos ensaiem a cena e depois marque uma data para que apresentem utilizando todo o material necessário para a apresentação das cenas. 32 http://www.arte.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.php?conteudo O homem usa máscaras desde a Pré-História nos rituais religiosos. Na África, elas são esculpidas em madeira e pintadas. Já os índios americanos fazem-nas de couro pintado e adornos de penas. Na Oceania, são feitas de conchas e madeira e com madrepérolas incrustadas. Existe um tipo muito antigo de máscara que é aquela desenhada no próprio rosto com tintas especiais, maquiagens e pinturas. Este tipo é muito utilizado pelos índios e pelos africanos nos seus rituais religiosos, de guerra, festas. Na China, as cores das máscaras representam sentimentos e no Japão, os homens usavam máscaras representando personagens femininos. Em Veneza, no século XVIII, o uso de máscaras tornou-se um hábito fazendo parte do vestuário da época. No Brasil, as máscaras são usadas nas festas folclóricas e no carnaval. As crianças gostam muito de vestir máscaras, principalmente de superheróis que elas veem na TV. O importante é deixar que elas confeccionem as máscaras em sala de aula ou no pátio da escola. Para a confecção, pode-se usar sacos de papel, cartolinas, tecidos, tintas, pratos de papelão, jornal, material de sucata. Esta atividade não é difícil de ser executada e será prazerosa para asa crianças, pois elas poderão representar uma história com um material que elas mesmo elaboraram, pois estarão criando e recriando à sua própria dialética. 33 O teatro de máscaras promove a recreação, o jogo, a socialização, melhoria na fala da criança, desinibição dos alunos mais tímidos. Quando o trabalho em aula exigir o uso da palavra, a máscara a ser utilizada é aquela que cobre os olhos e o nariz deixando a boca livre, permitindo que a voz saia clara, exibindo a sua expressão verbal. As crianças representando com o rosto oculto, se permitem viver o enredo dos próprios personagens e o cotidiano social a que pertence. O teatro de sombras é uma arte muito antiga, originária da China e se espalhou pelos países da Europa. Existe uma lenda chinesa a respeito do teatro de sombras. Diz a lenda que no ano 121, o imperador Wu Ti, da dinastia dos Han, desesperado com a morte de sua bailarina favorita, ordenou ao mago da corte que a trouxesse de volta do “Reino das Sombras”, caso contrário, seria decapitado. O mago usou a sua imaginação e através de uma pele de peixe macia e transparente, confeccionou a silhueta de uma bailarina. Quando tudo estava pronto, o mago ordenou que no jardim do palácio, fosse armada uma cortina branca contra a luz do sol e que está deixasse transparecer essa luz. Houve uma apresentação para o imperador e sua corte. Esta apresentação foi acompanhada de um som de uma flauta que “fez surgir a sombra de uma bailarina movimentando-se com leveza e graciosidade”. Neste momento, teria surgido o teatro de sombras. 34 Este tipo de teatro ainda é pouco conhecido no Brasil. É uma atividade muito divertida que estimula a criatividade da criança. Para realizar o teatro de sombras é necessário ter como material: uma fonte luminosa, uma tela (ou um lençol bem esticado) e silhuetas para serem projetadas. As lâmpadas indicadas são as de 40 ou 60 watts, transparentes, dentro de latas de óleo para possibilitar a concentração da luz. A tela deve ser de um tecido totalmente branco e não transparente. Como silhueta, pode-se usar fantoches de varas recortados em papel cartão, cartolina ou papel grosso. Pode-se também utilizar outros objetos. Os fantoches movimentam-se atrás do papel, projetando a sombra. As crianças ficam atrás do palco interpretando a história, participando na movimentação dos bonecos, além de poderem confeccionar o material do teatro. Outra atividade relacionada ao teatro de sombras, são as sombras feitas através das mãos onde se projetam com elas, as sombras numa parede, formando figuras de animais em movimento como abrindo e fechando as asas, a boca, mexendo as orelhas. Cada aluno cria as mais diversas figuras, compara-as com as dos colegas, fala sobre as sombras projetadas. O teatro de sombras proporciona o desenvolvimento da criatividade e da motricidade das mãos na criança, importante no período da pré-escola e da alfabetização. 35 Para que aconteça o teatro de sombras com as mãos, é necessário que o ambiente esteja escuro, iluminado somente com uma lâmpada ou uma vela acesa. 36 Chove chuva E agora, o que fazer para entreter as crianças? Teatro de sombras Você vai precisar de uma caixa, uma lanterna ou abajur. Também vale a pena entrar em um site para ver como se faz bichos e objetos com as mãos. Assim que apagar a luz, a plateia vai ao delírio (criança adora um mistério no escuro). Depois, você ouvirá gritos dos seus filhos tentando adivinhar que sombras são aquelas e, no final, aplausos. Bravo! Você distraiu a galera sem muito esforço e sem gastos. Mas se você achar que esse negócio de bichinhos já era, faça diferente: procure em revistas figuras com formatos diferentes e atraentes, recorte e cole em varetas. Use esse material para criar o seu enredo. Precisa de inspiração? O filme francês Príncipes e Princesas, de Michel Ocelot, conta a história dos tempos por meio do jogo de sombras. Uma bela referência! Como fazer Recorte a parte de trás da caixa e, na frente, corte um quadrado de onde a imagem se projetará. Se tiver folha de seda em casa, cole 37 nessa parte da frente. Coloque o abajur ou a lanterna no fundo da caixa e comece o seu show. Maria Angela Barbato, coord. do Núcleo de Cultura e Pesquisas do Brincar da PUC-SP. O Teatro de Sombras parte de um princípio técnico que envolve uma fonte de luz, uma superfície de projeção e objetos manipulados entre a fonte de luz e a superfície. Fontes de luz utilizadas podem ser naturais, como a luz do sol ou de chamas de velas e lamparinas, ou fontes artificiais como lanternas, lâmpadas, luminárias e refletores. Para uma melhor definição das silhuetas é necessário que a fonte de luz seja focalizada, ou seja, que exista um foco concentrado de luz para que esta não disperse no ambiente e assim crie uma melhor definição das formas projetadas. 38 Para superfícies de projeção, o ideal é trabalhar com telas semitransparentes como as de tecido ou papel, a fim de que o trabalho de manipulação de silhuetas seja feito de um lado da tela e a plateia visualize a projeção de sombras do outro lado. Nesse caso, a manipulação e projeção são feitas ao avesso, já que o público estará vendo o lado contrário da tela. Entretanto, a manipulação de sombras pode, também, ser projetada diretamente em qualquer superfície, como em uma parede branca, por exemplo. Para a manipulação das sombras existe uma infinidade de técnicas de manipulação e construção de silhuetas, bonecos, cenários, imagens e texturas. Nesse artigo iremos nos concentrar no trabalho e experimentação de silhuetas através das mãos. A simples projeção da silhueta de uma mão proporciona a construção e composição de imagens poéticas e oníricas. Experiências com a criação de silhuetas através do corpo já foram experimentadas por diversos grupos e companhias do mundo todo e este é um campo ainda muito fértil para pesquisas técnicas e estéticas em formas animadas. Pelas possibilidades de trabalho com materiais acessíveis, estas experiências também podem ser apropriadas por propostas e atividades educativas. O Teatro de Sombras na educação pode ser uma estratégia de trabalho em seus aspectos teóricos, técnicos, práticos, culturais e artísticos. Veja artigo de Giuseppe Cicale “Experimentando teatro de sombras na sala de aula” A posição e articulação de mãos e dedos frente à fonte de luz produzem silhuetas que remetem às formas do imaginário. Silhuetas podem ser criadas 39 a partir da experimentação do posicionamento das mãos, com o uso de objetos nos dedos ou através do uso de luvas com volumes. Veja abaixo algumas silhuetas de animais produzidas por Ashley: 40 https://formasanimadas.wordpress.com/2010/08/02/teatro-desombras-com-as-maos/ Teatro de sombra por trás do lençol 41 • Relacionar visual escrita. com • a linguagem a linguagem Escrita de palavras: nomes dos animais. Recursos da aula: Caixa de papelão, papel vegetal, lanterna, cola colorida, moldes dos personagens da história pregados em palitos de churrasco. Dica: Corte o palito de churrasco ao meio, passe durex colorido para enfeitálo. Passe o molde para a folha de papel cartão, recorte e cole o palito atrás do molde. Moldes dos personagens da história 42 (CALDEIRÃO) (FANTASMA E MORCEGO) (BRUXA) 43 (VASSOURA, LIVRO, ARANHA E MINHOCA) Atividade1 – Montagem do cenário Professor enfeite com os alunos a caixa das sombras. Distribua para os alunos revistas e peça para que eles recortem ilustrações e palavras de sentimento (o que sentem quando escutam uma história), que serão coladas do lado de fora da caixa. Vamos à confecção da caixa: 1 - Faça uma abertura na frente da caixa. Na parte de trás da caixa faça a abertura em apenas três lados, deixe a lateral presa, ela irá ficar como a abertura de uma porta. 2 - Forre a caixa com papel color set e passe durex colorido nas pontas. 3 - Pregue o papel vegetal na frente da caixa. 4 - Cole as ilustrações e as palavras na caixa. 5 - Enfeite a caixa com cola colorida. 44 Atividade 2 – Contação da história 45 Caro professor, prepare a sala para a história. Apague as luzes, forre panos no chão da sala para que os alunos sentem-se e fiquem à vontade. Coloque a caixa das sombras sobre a mesa com uma lanterna atrás. LEMBRANDO QUE SE NÃO TIVER A CAIXA, PODERÁ FAZER COM O VARAL DE LENÇOL, E O FOCO DE LUZ. Professor explore bastante as imagens, escolha histórias de terror, pois estas ficarão mais divertidas com as sombras. Nesta aula sugiro a história “A Bruxa Vanda”, coleção: Livro Surpresa Fantasmagórico. Inicie o conto da história e à medida que os personagens ‘falarem’, apresente-os pela caixa das sombras. A Bruxa Vanda A BRUXA má da Mansão Assombrada tem estado atarefadíssima todo o dia. Aqui borbulha o seu imenso CALDEIRÃO cheio de poções mágicas, MORCEGOS, encantamentos e ARANHAS. A BRUXA Vanda resolve então montar a sua VASSOURA e voar à procura do último ingrediente vital prescrito pelo seu livro de receitas. De repente, o livro das poções mágicas fica vivo e todos os morcegos, encantamentos, vampiros e MINHOCAS escapam das receitas. A Mansão Assombrada fica cheia de vida, as portas rangem e o hall de entrada enche-se de amigos FANTASMAGÓRICOS. Mesmo o mais sonolento dos fantasmas de Vanda acorda e junta-se à confusão de jogos FANTASMAGÓRICOS. De repente, ouve-se um riso estranho e a BRUXA Vanda aterra numa das salas e desmonta da VASSOURA. Crach! Com os seus poderes de bruxa chama os FANTASMAS e vampiros que estavam na brincadeira e todos 46 regressam de imediato às suas respectivas receitas. Com o seu LIVRO de encantamentos e opções mágicas ao lado, Vanda volta ao CALDEIRÃO fervente. Junta o último ingrediente necessário e ri desalmadamente ao mergulhar no caldeirão borbulhante. http://educacaodofuturo.org/sonhoscontados/images/imagens/conto s/sombras/elephant.jpg http://2.bp.blogspot.com/_IMfHrh8Y34/SWgHczJwctI/AAAAAAAAAJs/NSQjFjJwx6I/s320/sha do7.gif http://4.bp.blogspot.com/_TSvly6B1EI0/SDHpQrRGudI/AAAAAAA ADQQ/of1gzNUhNVY/s400/Beija-flor.jpg Atividade 4 – Efeitos sonoros Professor apresente aos alunos sombras de animais utilizando as mãos e eles terão que imitar o som emitido por cada animal. O primeiro aluno que acertar fará a sombra do próximo animal. Sugestões de animais: Cachorro, gato, cabrito, elefante, galo, burro, passarinho, cavalo, camelo. Sugestão complementar: a cada apresentação do “som dos animais”, você professor poderá registrar no quadro tal som e depois discutir com o grupo: Isso que escrevi são palavras? Vocês já viram essas palavras em algum lugar? Caso ache conveniente, faça uma exploração das “onomatopéias” tão presentes nas histórias em quadrinhos. 47 http://pt.slideshare.net/neusarocha/introduo-ao-teatro?related=1 48 AUTO 49 COMÉDIA 50 DRAMA 51 52 STAND UP COMEDY 53 MUSICAL 54 55 56 http://pt.slideshare.net/wellintonaugusto/gneros-teatrais?related=1 Dia do Fantoche, 9 de maio O teatro de bonecos tem sua origem na Antiguidade. Os homens começaram a modelar bonecos no barro, mas sem movimentos e aos poucos foram aprimorando esses bonecos, conseguindo mais tarde a articulação da cabeça e membros para fazer representações com eles. Na China, Índia e Java já existia o teatro de bonecos. Na Grécia Antiga, os bonecos não só tinham uma importância cultural, mas religiosa também. A cultura grega do teatro de bonecos foi assimilada pelo Império Romano e se espalhou por toda a Europa. Na Idade Média, os bonecos eram utilizados em feiras populares e nas doutrinas religiosas. Na Itália, o boneco “maceus” antecessor do polichinelo, era o boneco mais popular. Na América, os fantoches foram trazidos pelos colonizadores, apesar dos nativos já fazerem bonecos articulados e que imitavam os movimentos dos homens e dos animais. 57 Depois da Primeira Guerra, os bonecos articulados por fios, varas e marionetes começaram a ser utilizados nas escolas americana e tcheca e no Brasil, as representações com bonecos datam do século XVI. No Nordeste, o teatro de bonecos apareceu principalmente em Pernambuco, onde a tradição permanece até os dias de hoje. Somente em meados do século XX é que o teatro de bonecos se consolidou fortemente em nosso país. Para a confecção dos fantoches são utilizados vários tipos de material inclusive sucata, que pode ser um recurso muito bem aproveitado e sem custos para o professor e para a escola, pois pode ser trazido pelos próprios alunos, o que tornaria a atividade de confeccioná-los ainda mais interessante. Tudo poderá ser aproveitado. Tachinhas, fita crepe, latas, sacos, durex, esparadrapo, rolos de papel higiênico vazios, tintas, tecidos bons de roupas usadas, meias, botões, espuma, fitas, canetinhas, lã e algodão para pelos, retalhos e outros materiais que podem ser reaproveitados ou comprados, você poderá criar muitos personagens e bichinhos para criar sua história e brincar com a imaginação. Você poderá usar meias de cores diferentes para fazer bichinhos como girafa, cãozinho, gatinho, periquito, papagaio, usando cores naturais ou não dos bichinhos. Um outro recurso é utilizar as próprias mãos como fantoches, não necessitando de um material elaborado. Basta desenhá-lo na própria mão com caneta esferográfica, carvão, tintas especiais. O uso de várias cores tornará 58 os bonecos mais alegres. Pode-se acrescentar acessórios às figuras enfeitando as mãos e os dedinhos das crianças. Como exemplo, lã, chapéu, meias, penas. Outros tipos também são muito utilizados como mãos com luvas, costas das mãos, fantoches de copinhos, de meias, de garrafas e até mesmo de galhos de árvores e flores. O professor deve incentivar os alunos a explorar todos os movimentos dos dedos, mãos e braços, criando uma atmosfera do conhecimento do próprio corpo. Para isso, a utilização de músicas populares, folclóricas ou clássicas são fundamentais para que o trabalho com o fantoche seja desenvolvido, além do diálogo, desenvolvido entre os participantes. 59 Vila Sésamo Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Teatro_de_fantoches http://pt.shvoong.com/social-sciences/1626672-história-dos-fantoches/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Animismo Tudo sobre Fantoches: O que são, História, Tipos, Fotos e muito mais Embora não seja tão conhecido e utilizado hoje o Fantoche é um tipo de marionete que marcou toda uma época e hoje é considerado um traço da cultura mundial. 60 Também conhecido como Marionete de Luva o Fantoche é animado por uma pessoa que coloca sua mão dentro do boneco e dessa forma produz os seus movimentos. Geralmente o dedo indicador sustenta a cabeça do fantoche enquanto que o polegar e o anular fazem a vez dos braços. . Fantoche da Bruno Kids – http://www.brunokids.com.br Mundialmente conhecido o fantoche recebe muitos nomes dependendo do país. Portugal, Espanha, Alemanha, França, Itália, Rússia e Inglaterra são exemplos de regiões onde ele foi bem difundido. No Brasil as marionetes de luva também são bastante populares. No nordeste por exemplo ele costuma ser chamado de mamulengo. Algo que ajudou na disseminação dos fantoches no Brasil foram os programas de televisão que frequentemente usam deste tipo de arte para dar vida a seus personagens. Shows infantis e programas também usam desse artifício. Um bom exemplo é o Louro José do programa “Mais Você” ou o Ratinho do “Programa do Ratinho”. Parece difícil fazer fantoches, mas se você tiver criatividade e gosta de fazer trabalhos manuais, vai conseguir fazer um facilmente. Veja abaixo um vídeo que encontramos na internet que explica direitinho como fazer fantoche. 61 Confira o aposentado Rivadávia Medeiros, famoso por sua barraca de bonecos no Largo da Ordem, ensina a arte de montar marionetes no http://www.gazetadopovo.com.br/videos/veja-como-fazer-umfantoche/ Veja também fantoches dicas e vídeos de como fazer. Como fazer dedoches. Assuntos: Tudo sobre fantoches O que e fantoche Como fazer um fantoche História do fantoche Como fazer fantoches Tipos de fantoches História dos fantoches Fantoches: Dicas e Vídeos de Como Fazer Bonecos e Bichinhos Em Casa 62 Infelizmente as crianças de hoje pouco brincam com os fantoches, os bonecos de pano, que encaixados nas mãos divertem muitas crianças e adultos. E os fantoches de dedo, os dedoches, que exercem o mesmo efeito cativador nas pessoas que os veem, alegrando-as e divertindo-as. BRINQUEDO PEDAGÓGICO MUITO INSTRUTIVO, LÚDICO E ARTESANAL, o fantoche colabora muito no desenvolvimento da criança e deve ser cultivado pelos pais e professores ou educadores desde a infância da criança até quando houver interesse delas na brincadeira tão saudável e construtiva. O fantoche ativa a imaginação, a socialização e criatividade e pode ser um momento de criar histórias incríveis ou recriar histórias famosas e conhecidas. Devido o aumento da tecnologia e da modernidade, nossas crianças são estimuladas a outras diversões que muitas vezes não são tão benéficas ao crescimento saudável. SEPARAMOS PARA VOCÊ ALGUMAS DICAS DE COMO FAZER FANTOCHE COM VÍDEOS EXPLICATIVOS, feitos de maneira simples 63 e fácil de fazer, para você aproveitar as ideias e criar seus fantoches e divertir a criançada a sua volta no mundo do faz de conta. FANTOCHES PARA CRIANÇAS COM DEFICIÊNCIA FISICA Os fantoches podem ser usados em crianças com deficiência visual onde são sentidas a textura, cores fortes e som contando e cantando durante a encenação de histórias e animação, e também crianças com deficiência auditiva que vão brincar muito com os bonecos e se integrarem bem e socializarem com a turma. Use a imaginação e faça está brincadeira virar uma festa contínua, usando temas educativos variados. SIMPLES DE FAZER, COM CUSTO BAIXO E RESULTADO SURPREENDENTE, o fantoche pode ser construído com a ajuda das crianças, o que tornará o momento inesquecível para elas e significativo. Você pode fazer fantoche de várias maneiras e usar o reaproveitamento de materiais diversos, muito necessário no momento de salvamento do nosso planeta e pensando no meio ambiente. PARA FAZER UM BICHINHO, você vai usar uma meia da colorida para fazer o corpo; cartolina ou papel com espessura parecida para moldar o rosto; boca; e detalhes, bolinhas para os olhos, enfim veja as dicas nos vídeos abaixo. FANTOCHES COM CAIXAS DE LEITE FICAM ÓTIMOS, grandes e são fáceis de fazer, basta usar caixas longa vida de leite, chás, sucos ou outras bebidas, papel crepom ou lã, folhas de papel pardo, papel de presente coloridas; cola; fita adesiva, tesoura e criatividade. PODEMOS FAZER TAMBÉM BONECOS DE FELTRO com enchimento acrílico que ficam muito bonitos. Veja os melhores vídeos do Youtube sobre como fazer fantoches: 64 Fantoches com meias Afinal as meias não servem só para pôr nos pés. Também dão para fazer engraçados. fantoches Agora, muito estamos a construir fantoches de animais feitos de meias, para fazer uma peça de teatro. Para tal, adaptamos uma história chamada “Queres brincar comigo?” de Eric Carle 65 https://www.google.com.br/search?q=tudo+sobre+teatro&es_sm=93& source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0CAkQ_AUoA2oVChMIkdr5r_K1y AIVxIuQCh37Zwd&biw=1242&bih=585#tbm=isch&q=hist%C3%B3ria+do+teatro&imgdii =aaRKi6dsbAzpTM%3A%3BaaRKi6dsbAzpTM%3A%3BHFitPyWzyV9c iM%3A&imgrc=aaRKi6dsbAzpTM%3A 66 67 68 69 http://cantinhoalternativo.blogspot.com.br/2009/08/fantochesfolcloricos-de-meia.html Dragão 70 Material necessário: – 1 meia (de preferência listrada – Retalhos de feltro ou outros tecidos – Lantejoulas ou botões – Cola – 1 agulha e linha – Tesoura – Caneta Fazendo o dragão: 1) Corte pedaços de feltro (ou de algum outro material mais rígido) e faça as pontas das costas do dragão, olhos, orelhas e sobrancelhas. 2) Corte, também, outros dois pequenos círculos para as narinas. 3) Coloque sua mão dentro da meia e marque com uma caneta onde serão localizados os olhos, narinas e ouvidos. Retire a meia e cole com a cola os pedaços de feltro cortados nos respectivos lugares. 4) Adicione as sobrancelhas – ajustar o ângulo faz o dragão olhar mais ou menos assustador! 5) Comprima as orelhas em conjunto na parte inferior e dê dois pontinhos com a agulha e linha para grudá-las na meia. 6) Costure com apenas alguns pontos as costas do dragão. 7) Enfeite com lantejoula e com o que mais quiser! 71 Fonte: Buttonbag Cachorro Material necessário: – 1 meia – Retalho de feltro ou outro tecido – 2 botões – 1 agulha e linha – Tesoura – Caneta Fazendo o cachorro: 1) Corte no feltro (ou em outro tecido rígido) as duas orelhas do cachorro. 2) Coloque sua mão dentro da meia e marque com uma caneta onde serão localizados os olhos e as orelhas. 3) Costure com dois pontinhos as orelhas na meia. 72 4) Costure, também, os dois botões no lugar dos olhos. Fonte: The Crafty Crow 73 4- Teatro de Varas Este teatro é uma variação do teatro de fantoches. É considerado um fantoche de vara. Os bonecos são mais simples, mais baratos e de confecção mais fácil. Como característica principal, são geralmente sustentados por uma vara. Podem ser confeccionados com cartolinas, bolinhas de isopor, de papel, colher-de-pau, palitos de churrasco, garfos vestidos com roupas de pano, palitos de picolé, copinhos de plástico sustentados por palitos. O fantoche de cone é um tipo de boneco muito encontrado em feiras livres e circos populares, podendo representar uma figura humana ou um animal, geralmente sobre a forma de um palhaço ou pierrô. É uma variação do fantoche de vara, basta segurá-los pela vareta e dar-lhes o movimento de acordo com a situação. Charles Chaplin, o Carlitos, foi exímio na arte da pantomina. A pantomima pode ser considerada um jogo teatral que é realizado por cenas de ação dramática que se caracterizam por explicação da ação através do gesto. Podemos exemplificar essa afirmação através deste exemplo: a primeira atividade proposta foi a de arrumar uma casa; os 74 elementos (alunos) foram entrando e ordenando aos cantos da casa, ao final cada um estava fazendo alguma coisa, lendo um livro, cozinhando, ou escutando música. A atividade do segundo jogo era colocar água num copo e bebe-la. Mas, assim que subiram mais jogadores ao palco estourou-se a disputa pela água. No terceiro jogo, a atividade era tocar um instrumento, e os jogadores subiam ao palco tocando cada um seu instrumento, até que um dos participantes regeu a orquestra, que passou a existir em função do estabelecimento de uma ordem mais ampla, fixando uma relação lógica da cena. Algo mais próximo ao jogo da atividade foi atingido quando um dos jogadores subiu ao palco e propôs atividades de “tecer”. Mas ainda que o grupo elaborou uma cenografia, configurando uma oficina de tecelagem, na qual eram desenvolvidas as mais diferentes atividades, desde dobrar panos até crochê ou costura à máquina. Somente numa fase posterior, quando voltamos ao jogo da atividade, o grupo manteve o foco solicitado pelo jogo. Quando o foco na atividade foi descoberto pelo grupo, houve seleção e detalhamento no gesto, o que provocou uma modificação na atuação. Em comparação com o primeiro momento, quando há disputa pela água gerava um clima quase frenético, demonstrando a preocupação de fazer alguma coisa no palco, o segundo revelava um relaxamento de tensão, o que favorecia o surgimento de ações improvisadas. As imposições individuais e a linearidade da narrativa cederam lugar a autenticidade do jogo. Pantomima resume-se ao: Uso de caricaturas, Dramatização (exemplo: Charles Chaplin); Uso de características fortes sem uso de palavras, Ás vezes tem um contexto social, 75 Usado muito em aulas de teatro, Tem como objetivos: diversão, socialização, coordenação motora e aprender a usar o corpo como um todo. HISTÓRIA DO TEATRO DE MAMULENGOS TEATRO DE MAMULENGOS MAMULENGO: TEATRO POPULAR, COMUNICAÇÃO VIVA http://www.valdeckdegaranhuns.art.br/mamulengos.html O Mamulengo é uma das pouquíssimas formas de Teatro Popular que ainda consegue subsistir nesse país, onde a cultura é relegada ao mais inferior dos planos. Com muita ação, muita beleza e muita graça, o Mamulengo consegue educar e divertir desde a pequena criancinha até o mais idoso adulto. Através dele conseguimos nos transportar para a fantasia mágica do teatro e ficamos ao mesmo tempo entre o sonho e a realidade, extasiados pela dinâmica e a simplicidade desse brinquedo do povo. Mamulengo é uma forma de arte popular da cultura nordestina. É um teatro de bonecos, conduzido com as mãos na linha dos fantoches, mas com uma estrutura própria, da qual faz parte: histórias, lendas, linguagem própria, personagens fixos, pancadarias, picardia, música, dança. É um brinquedo com seu jeito próprio de ser, inigualável na dinâmica, simplicidade e alegria. A origem da palavra MAMULENGO se perde na história e não é comprovada sua aparição por documento, mas sim, pelas próprias teorias populares. Uma das mais comuns é a teoria de que MAMULENGO seria uma corruptela da expressão popular “MÃO-MOLENGA” porque o mamulengueiro (a pessoa que 76 conduz a brincadeira escondida atrás da pequena barraca), tem que ter uma grande habilidade manual para trabalhar ao mesmo tempo com dois personagens e manipular às vezes mais de 60 bonecos durante uma brincadeira que dura no mínimo de duas horas, até seis ou oito horas de representação. O Mestre (modo como é chamado o mamulengueiro e quase sempre o dono do brinquedo), tem que ser poeta, ator, dançador, improvisador, cantador, dinâmico, saudável. Pois para brincar com mais de 60 bonecos, em às vezes quase oito horas de representação, é preciso ser mais que artista, é preciso viver e incorporar cada personagem do brinquedo. É preciso ir no âmago da brincadeira e Benedito se transformar a cada momento. Um verdadeiro Mestre de Mamulengo é, além de tudo isso, o artesão, o homem que confecciona seus próprios bonecos entalhando-os do mulungu – madeira leve extraída de grandes árvores dos brejos de alguns estados nordestinos. O Mamulengo é descendente da Comédia Popular Italiana (Comédia 77 Quitéria Dell’Arte) e dela absorveu vários personagens e parte da estrutura de representar da velha comédia. Segundo a escassa bibliografia que é composta por três obras apenas (O Mundo Mágico do João Redondo de Altimar Pimentel; Fisionomia e espírito do Mamulengo de Hermílio Borba Filho; Mamulengo – Um Povo em forma de bonecos de Mané Pacarú Fernando Augusto Gonçalves dos Santos), o teatro de bonecos apareceu no Brasil duzentos anos após o descobrimento, portanto por volta de 1700. Dizemos que o teatro de marionetes chegou ao Brasil por esta época e não o mamulengo em si, porque o brinquedo, que hoje é profano, vem do teatro religioso, ou melhor, dos átrios da Igreja. Durante anos porém, foi tomando forma, corpo, estrutura própria, penetrando nas camadas populares, absorvendo seus costumes até transformar-se num brinquedo do povo. A ação dramática do mamulengo é feita através de pequenas peças ou 78 Zé de Duda passagens não acompanhadas e escritas, entremeadas de muita música, dança e improvisações feitas pelo apresentador que pode ser Simão, Prº Tiridá, Benedito, João Redondo, Casimiro Coco A ação dramática do brinquedo é feita através de passagens e as passagens são motivos pretextos para a ou até atuação de determinados personagens. É uma brincadeira arbitrária e improvisada adaptando-se com rápida facilidade ao ambiente brincada. As onde está sendo passagens são totalmente independentes entre si sem qualquer preocupação lógica. http://teatrodemamulengos.blogspot.com.br/2012/04/historia-doteatro-de-mamulengos.html O Teatro na educação é um espaço a ser conquistado. No Brasil, existe um número reduzido de instituições de ensino que inseriram a atividade teatral em suas escolas, algumas apresentam o Teatro no currículo outras, em forma de Oficinas. Embora existam educadores que acreditam na força que o Teatro tem para promover a aprendizagem e o desenvolvimento do aluno ainda 79 há um grande número de escolas que não aceitam, não acreditam e não dão o devido valor ao exercício teatral no processo educativo do aluno. O educador precisa lutar por uma educação que apresente um programa de estudos e vivências com a atenção voltada muito mais para as integrações de significados do que para a mera acumulação de conhecimento, fomentando no educando a produção de sentidos e significados. Utilizar o Teatro aliado à educação, oportuniza-se aos educandos um conhecimento diversificado e lúdico, existindo um clima de liberdade onde o aluno libera as suas potencialidades, expressando seus sentimentos, emoções, aflições e sensações, pois é um meio de expressão para o aluno. Quando o educando interpreta um personagem ou dramatiza uma situação, revela uma parte de si mesmo, mostrando como sente, pensa e vê o mundo. É uma atividade artística que permite ao aluno expressar-se, explorando todas as formas de comunicação humana. O Teatro amplia o horizonte dos alunos, melhora sua autoimagem e colabora para torná-los mais críticos e abertos ao mundo em que vivem. O Teatro a serviço da educação dá ao educando o ensejo de valorizar-se, de integrar-se harmoniosamente a um grupo, aumentando o senso de responsabilidade e o sucesso do trabalho se dá devido à soma dos esforços de todo o conjunto. É o momento em que ocorre o desenvolvimento de cada um e do grupo, fundamentado na complementaridade das diferenças. A atividade teatral ensina aos educandos a aprenderem com a diversidade, pois somente assim é que pode ocorrer a construção do conhecimento do sujeito. Nos dias atuais, vive-se uma época de comunicação ostensiva, extensiva e impulsiva o Teatro desenvolve nos alunos a expressividade. De acordo com Reverbel (1997, p. 168) “é preciso lutar para que o Teatro tenha seu lugar na Educação, porque se ele existe na sociedade, deve existir na escola”. O Teatro é o caminho para as escolas atingirem uma integração entre os 80 sujeitos deforma criativa, produtiva e participativa, é um recurso pedagógico eficaz no desenvolvimento do educando, preparando-o a discernir os problemas em que ele irá enfrentar na sua trajetória de vida. Referências REVERBEL, Olga Garcia. Um Caminho do Teatro na Escola. São Paulo: Editora Scipione, 1997.http://www.apagina.pt/?aba=7&cat=141&doc=10585&mid=2 Teatro para iniciantes. O teatro é a vida ou a vida é o teatro? BREVE HISTÓRIA DO TEATRO MAS O QUE É O TEATRO? É a arte da representação do real através da imitação (gestos expressões, sentimentos, atitudes e situações) através de linguagem não verbal e linguagem verbal oral (ATOS DE FALA) relacionados com um determinado CONTEXTO SITUACIONAL. A história do teatro é tão velha como a dos homens na terra. 81 No início as sociedades primitivas faziam rituais, misturando, música, dança e teatro. Os homens primitivos usavam as peles dos animais como máscaras. 82 O ser humano sentiu necessidade de exteriorizar os sentimentos, a sua relação com o meio em que vi Assim ele foi procurando diferentes formas de representar as suas emoções através da pintura, da dança, da mímica, da música, da escrita e de representações teatrais. ORIGEM DO TEATRO O teatro teve a sua origem no século VI a.C., na Grécia, surgindo das festas realizadas em homenagem ao deus Dionísio, deus do vinho, do teatro e da fertilidade. (Rituais sagrados, procissões e recitais) Foi um participante desse ritual sagrado que resolve vestir uma máscara humana, ornada com cachos de uvas, sobe ao seu tablado na praça pública e diz: “Eu sou Dionísio!”. Este homem chamava-se TÉSPIS, e é considerado o primeiro ator da história do teatro ocidental. O PRIMEIRO ATOR DA HISTÓRIA DO TEATRO Teatro de Dionísio – Ruínas 83 No início fazia-se teatro nas ruas, depois tornou-se necessário um lugar. Vista da plateia do teatro de Delfos 84 Teatro grego, em Epidauro 85 TEATRO RELIGIOSO O teatro religioso na Idade Média e nasceu em parte, das representações litúrgicas do Natal e da Pascoa levadas a cabo nas próprias igrejas. O bobo da corte criticava, declamava, dançava, tocava, entretendo o rei e a corte. Ele divertia o público presente nos serões Locais: palácios dos reis e dos grandes senhores Bobo da corte 86 87 88 89 90 91 HISTÓRIA DO TEATRO – ARLEQUIM, SERVIDOR DE DOIS PATRÕES 92 93 Quem são: Pierrô, Arlequim e a Colombina? São personagens de um estilo teatral conhecido como Commedia dell’Arte, nascido na Itália do século XVI. Integrantes de uma trama cheia de sátira social, os três papéis representam serviçais envolvidos em um triângulo amoroso: Pierrô ama Colombina, que ama Arlequim, que, por sua vez, também deseja Colombina. O estilo surgiu como alternativa à chamada Commedia Erudita, de inspiração literária, que apresentava atores falando em latim, naquela época uma língua já inacessível à maioria das pessoas. Assim, a história do trio enamorado sempre foi um autêntico entretenimento popular, de origem influenciada pelas brincadeiras de Carnaval. Apresentadas nas ruas e praças das cidades italianas, as histórias encenadas ironizavam a vida e os costumes dos poderosos de então. Para isso, entravam em cena muitos outros personagens, além dos três mais famosos. Do lado dos patrões, por exemplo, havia um comerciante extremamente avarento (chamado Pantaleão), um intelectual pomposo (o Doutor) e um oficial covarde, mas metido a valentão (o Capitão). Outros personagens típicos eram o casal Isabella e Orácio (em geral, filhos de patrões) e outros serviçais. Apesar de obedecerem a um enredo predefinido, as peças tinham a improvisação como ingrediente principal, exigindo grande disciplina e talento 94 cômico dos atores, que precisavam responder rapidamente às novas piadas e situações criadas pelos colegas. "Até hoje, a Commedia dell’Arte é um método de grande riqueza para o aprendizado e o treinamento do ator", afirma a atriz Tiche Vianna, formada pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo (USP), com especialização em Commedia dell’Arte pela Universidade de Bolonha e Florença, na Itália. Um detalhe interessante é que sempre havia, no meio do espetáculo, um intervalo chamado lazzo, que podia ter mais comédia, apresentar acrobacias ou sátiras políticas sem qualquer relação com o enredo. Terminado o lazzo, a história continuava do ponto em que havia sido interrompida. Com esse estilo único, a Commedia dell’Arte influenciou a arte dramática de toda a Europa. Entre tapas e beijos Intriga amorosa e sátira social eram os pratos principais da antiga comédia italiana Pierrô Seu nome original era Pedrolino, mas foi batizado, na França do século XIX, como Pierrot e assim ganhou o mundo. O mais pobre dos personagens serviçais, vestia roupas feitas de sacos de farinha, tinha o rosto pintado de branco e não usava máscara. Vivia sofrendo e suspirando de amor pela Colombina. Por isso, era a vítima preferida das piadas em cena. Não foi à toa que sua atitude, sua vestimenta e sua maquiagem influenciaram todos os palhaços de circo 95 Pantaleão O mais conhecido dos personagens patrões, que representavam a elite da sociedade italiana nas histórias da Commedia dell’Arte, Pantaleão (também chamado de "O Velho") era um "mercador de Veneza" (expressão que deu título a uma peça de Shakespeare). Tirano avarento e galanteador desajeitado, era alvo constante das gozações dos servos e de outros personagens da trama Arlequim Também servo de Pantaleão, Arlequim era um espertalhão preguiçoso e insolente, que tentava convencer a todos da sua ingenuidade e estupidez. Depois de entrar em cena saltitando, deslocava-se pelo palco com passos de dança e um grande repertório de movimentos acrobáticos. Debochado, adorava pregar peças nos outros personagens e depois usava sua agilidade para escapar das confusões criadas. Outra de suas marcas-registradas era a roupa de losangos Colombina Criada de uma filha do patrão Pantaleão, mas tão bela e refinada quanto sua ama, Colombina era também o pivô de um triângulo amoroso que ficaria famoso no mundo todo - de um lado, o apaixonado Pierrô; do outro, o malandro Arlequim. Para despertar o amor desse último, a romântico serviçal cantava e dançava graciosamente nos espetáculos http://mundoestranho.abril.com.br/materia/quem-sao-o-pierro-o-arlequime-a-colombina 96 http://www.culturallmind.com/2013/arlequim-pierro-e-colombina/ 97 98 99 100 101 102 103 104